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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO o MANUAL DO CURSO ESPECIAL DE FAMILIARIZAGAO EM BALSAS TRANSPORTADORAS DE PETROLEO, SEUS DERIVADOS E ETANOL (EFBP) Manaus-AM 2014 Joan oie Sanger eo SUMARIO CAPITULO I Respostas a incéndio em balsas transportadoras de petréico, seus derivados ¢ etanol 1.1 Organizagio e agao. 03 1.2 Riseos de incéndio associados ao manuscio e transporte das cargas (petr6leo, seus derivados e etanol), 07 1.3 Agentes de combate a incéndio, 26 1.4 Sistemas fixos de combate a incéndio (espuma € pé seco) 32 1.5 Combate a incéndio com equipamento portatil 33 1.6 Contengao de derramamentos 48 CAPITULO II Introdugao a seguranga de transporte de petrdico, seus derivados ¢ etanol 2.1 Regras € normas relativas 4 operacao e transporte de petréleo, seus derivados e etanat em aguas interiores 49 2.2 Propriedades basicas ¢ perigos dos seguintes companentes: petrdleo. seus deriva dos ¢ etanol 50 2.3 Deficiéncia de oxigénio. 57 2.4 Equipamentos de proteyio. 57 CAPITULO IIL 3- Estruturas ¢ arranjos das embarcagdes 3.1 Projeto e condigdes de seguranga... 6 3.2 Arranjo das bombas, das redes de carga e da deseatga....scvne nvm 70 3.3 Arranjos dos sistemas de suspiro.... 16 3.4 Indicadores de nivel. . 7 3.5 Equipamentos de protegdo ambiental...ccnnn- 81 3.6 Indicadores de gas. CAPITULO IV Procedimentos de seguranga e operagdes de carga e descarga 4.1 Inflamabilidade e explosividade. 4.2 Precaugdes de seguranga a bordo... 4.3 Acesso a compartimentos fechados. 4.4 Tanques de carg 4.5 Operages de transporte de petrileo, seus derivados ¢ etanol. - 99 4.6 Compartimento de bombas..... ern srensnseeee 100 4.7 Manguciras de cargas (mangotes) : 101 4'8 Operagies de carregamento e descarregamento 102 4.9 Limpeza dos tanques......- : : ut 4.10 Operagdes em tanques de residuos..... sestnnnnnennnnne ug 4.11 Purgagio e desgaseificacao. 119 4.12 Relagdo embarcagao terra : essanmenneennes 21 CAPITULO V Visita técnica as embareagdes de transporte de petréleo, seus derivados ¢ etanol 5.1 A realidade a bordo das embarcagies de transporte de petroleo, seus derivados, e etanol 5.2 Procedimentos adotados decorrentes das atividades realizadas nas embar- cages de transporte de petréleo, seus derivados e etanol 129 CAPITULO VI Meio ambiente, preven¢ao e combate a poluigao 6.1 Perigos para o meio ambiente. 129 6.2 Poluigo operacional nos rios € nos terminais. Serer) 6.3 Livro de registro de carga. 131 6.4 Medidas em caso de derramamento de petréleo, seus derivados e etanol nos rios € nos terminais. a ! 142, 6.5 Procedimentos de emergéncia. 143 6.6 Alarmes de emergéncia. 145 CAPITULO 1 Respostas a incéndio em balsas transportadoras de petréleo, seus derivados ¢ etanol 1.1 Organizagao e agio ACIONAMENTO DOS ALARMES GERAL, E DE INCENDIO Esses alarmes constam da Tabela de Fainas ¢ Instrugdes de Emergéncia do navio, a qual deve detalhar os procedimentos a serem adotados em casos de emergéncia, inclusive em casos de -incéndio a bordo. Os acionamentos podem variar de acordo com 0 local e 0 tipo de necessidade, podendo ser feitos manualmente, quebrando-se um. vidto. por exemplo, ou auitomaticamente. pelos sensores especiais. Tabela de fainas de emergén 1.1.1 Alarme Geral ‘Ao set ouvido, todos a bordo deverdio conhecer os procedimentos padrées, de acordo com 0 tipo de emergéncia e devem ocupar seus postos de emergéncia, exercendo suas respectivas fungSes, conforme determinado na Tabela de Fainas ¢ Instrugdes de Emergéncia. 1.1.2 Alarme de Incéndio ‘Ao ser acionado, todos a bordo deverao executar os procedimentos padrées na faina de combate a incéndio, ocupando seus postos de incéndio, exercendo suas respectivas fungdes. 1.1.3 Plano de Seguranga e Combate a Incéndio E 0 conjunto de procedimentos que devem ser adotados na ocorréncia de emergéncias em conseqiiéncia de incéndios, explosdes, vazamentos de cargas, encalhe ou varagio, colisio ou abalroamento, acidentes pessoais e outras situagdes de emergéncia. O planejamento prévio deste conjunto de agdes deve ser elaborado pelo Comandante € demais oficiais do navio, devendo ser redigido em documento proprio € ficar exposto em quadros distribuidos em diversos compartimentos do navio, ou, ent&o, acondicionados em cilindros ou caixas com invélucros de protegao interna. O Plano de Seguranga deve conter as seguintes informasées: 1. tipos, quantidades e localizagao das cargas a bordo; 2. plano de arranjo estrutural geral do navio; 3. dados sobre a estabilidade do navio; 4. localizago de equipamentos de combate a incéndio instrugdes para o seu uso; € 5. localizagio dos equipamentos de seguranga. Alguns navios, principalmente os de produtos perigosos (combustiveis, produtos quimicos, gases), possuem um plano de contingéncia de incéndio para orientar a tripulago a seguir certos passos importantes, que facilitario a organizagao e 0 combate ao incéndio. 1.1.4 Meios de Comunicacio Interna de Seguranca Telefones Auto-Excitiveis Si telefones fixos a bordo, que tém a finalidade de permitir a comunicagao interna entre compartimentos, camarotes ¢ demais locais, incluindo a praga de méquinas e o passadio, dentro da superestrutura do navio. Também séo utilizados em casos de emergéncia, como num incéndio. Telefones auto - excitaveis VHF Portiteis Sdo equipamentos do tipo rédio-telefone-portatil que estabelecem comunicagao entre os tripulantes dentro do navio ou até mesmo para fora deste, Esse radio possui um alcance, geralmente, até 0 horizonte visual, com varias frequéncias de utilizagdo para manobras e demais operagdes com 0 navio e pode ser, também, utilizado para comunicagdes intemnas entre as equipes de combate a incéndios a bordo. WALKY-TALKY E um tipo de radio comunicador que possui restrigo de canais e de frequéncias. Megafones Sao aparelhos para amplificar (aumentar) 0 som da voz humana, a fim de ser ouvida a grandes distncias, com clareza Fonoclama (Boca-de-Ferro) £ um sistema de comunicagao geral do navio onde 0 som é transmitido, ao mesmo tempo. para diversas partes, inclusive nos conveses abertos (popa, ptoa, convés principal, etc.) Pode ser operado do passadigo, cémara do Comandante ou do CCM (Centro de Controle das Maquinas). Fonoclama Tubos Acisticos Sao tubos que levam 0 som da voz de um local para o outro. Geralmente utilizados do passadigo para o CCM ou para o Tijupa, ou ainda para a cdmara do Comandante. 1.1.5 Procedimentos de Seguranga Pessoal ‘A seguranga pessoal em um navio € feita quando o tripulante se conscientiza das medidas de prevengao a incéndios, das normas de seguranga e do uso correto do Equipamento de Protesio Individual. Durante a ocorréncia de um sinistro, além das medidas de seguranga de rotina, a tripulagéio deve: + advertir todos os setores de bordo quanto aos perigos ¢ verificar 0 ntimero de acidentados, resgatando-os para tratamento; + mostrar-se atento aos alarmes ¢ demais informagées de bordo; * conhecer bem o navio ¢ os materiais de seguranga pessoal; + manter-se vestido de forma correta ao guarnecer 0 local de servigo, se for 0 caso. ando o EPI adequado a faina; utili + seguir as determinagdes de seguranga de bordo estabelecidas nas instrugdes normativas da empresa e, também, do Comandante. 1.1.6 Exercicios Periédicos de Combate a Incéndio Para se obter sucesso no combate a incéndio, além do vigor fisico e determinagio da equipe responsdvel, quatro condigdes bisicas devem ser trabalhadas durante o periodo de normalidade, em cardter de preparagdo da equipe, que so: 1) Organizagio ‘Os componentes da equipe de combate a incéndio devem organizar-se de forma que saibam: a) quais os seus deveres; ) quais as suas fungdes; ©) quais 0s servigos que dele se espera; € 4) onde devem executar os seus servigos. 2) Instrugio E 0 conhecimento técnico dos equipamentos e de procedimentos de combate a incéndio, adquirido a bordo, ou em Centros de Instrugdo, bem como 0 conhecimento da simbologia padrao para leitura ¢ interpretagdo dos Planos de Seguranca. ee ES | aie Pe eee a 3) Treinamento E a realizago de exercicios periddicos cam a pritica dos conhecimentos adquiridos na nstrugio, que tem como objetivos a) capacitar 0 ifidividuo a executar uma fun mesmo em condicées precdrias;e +b) habilitar a equipe a trabalhar em conjunto, a fim de aumentar seu rendimento, 10 até que a realize ripida e eficientemente, 4) Manutengio do Material ‘A manutengio periddica dos equipamentos assegurara 0 sucesso da faina de combate a incéndio. 1.1.7 Inspegio ¢ Patrulha para Prevengao de Incéndios navio deve possuir uma equipe de controle de avarias responsavel pelas inspegdes © patrulhamento, antes ¢ durante o combate a ineéndio, a qual deverd atender imedisiamente a um alarme de incéndio, controlando-, enquanto, estiverem sendo excculadas manobras ou feinas criticas, até que terminem. Dependendo da situagao e do numero de tripulantes, essa equipe poderi ser eriada, a critério do Comandante, no momento em que for realmente necessério; para tal, qualquer membro da tripulagdo deve estar treinado e apto a assumir qualquer faina de CAV (controle de avarias) 1.2 Riscos de incéndio associados ao manuseio e transporte das cargas (petrdleo, seus derivados e etanol) 1.2.1 Toxicidade em Geral 0 risco téxico ao qual o pessoal de bordo esta exposto durante as operagiies dos navios- tanque aumenta quase que unicamente pelo contato com gases de varios tipos. Ui indicador conveniente da toxicidade dos gases € dos riscos a satide € estabelecido pelo Limite Permissivel de Exposigao (Permissible Exposure Limit - PEL) e/ou Valor-Limite de Tolerincia - média ponderada em peso (Threshold Limit Value/Time Weighted Average ~ TLV/TWA) Os TLV/TWA sio mantidos sob revisio regular € os valores citados sao aqucles adotados pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists - ACGIH, em 1983. Os valores so expressos em partes por millio (ppm) por volume de gits no ar 1.2.2 To: idade do Petréleo + Petrdleo liquide © risco da ingestio de quantidades significantes de petréleo liquide durante a operagio normal do navio-tanque € operagdes no terminal é muito pequeno. O petrdleo tem toxicidade oral baixa para © homem, porém, quando ingerido, causa desconforto intenso ¢ nausea. Existe entdo a possibilidade de o petréleo liquide penetrar no pulmao durante o vémito; isto pode causar serias consequéncias, especialmente com produtos de volatilidade muito alta tais como gasolina e querosene. + Contato com a pele Muitos produtos derivados de petréleo, principalmente os mais volateis, causam itritagdo e removem as gorduras essenciais da pele, produzindo dermatite. Eles também sio irritantes para os ollios. Determinados dleos pesados podem causar sérias perturbagSes da pele em caso de contatos repetidos e prolongados. © contato direto com o petréleo deve sempre ser evitado, usando-se equipamento de protecio adequado, especialmente luvas e éculos. + Gases do petréleo O principal efeito dos gases de petréleo no ser humano é a narcose. Os sintomas incluem dor de cabeca e irritago nos olhos, com perda do controle ¢ tonteira similares & embriaguez, Em concentragdes altas, estes sintomas so seguidos por paralisia, falta de sensibilidade e morte ‘A toxicidade dos gases de petréleo pode variar muito, dependendo dos principais constituintes dos hidrocarbonetos contidos nos gases. Ela pode ser grandemente influenciada pela presenga de alguns dos componentes menos importantes, tais como hidrocarbonetos aromiticos (por exemplo, benzeno) € sulfeto de hidrogénio. Um TLV de 300ppm, correspondente a 2% do LII, foi estabelecido para os vapores da gasolina. Este mimero pode ser usado como um guia geral para os gases de petrdleo, porém nfo deve ser tomado cotno apliedvel para misturas de gases contendo benzeno ou sulfeto de hidrogénio. Visto que o TLV é uma indicagio de como uma substancia é tolerdvel durante o trabalho de 8 horas, dia apés dia, 0 corpo humano pode tolerar durante curtos periodos concentragdes um pouco maiores do que 0 TLY. Os efeitos tipicos em concentragbes mais altas so os seguintes: Ui Tivitaglo dos olhos deno de | hora 0.2% vol @.000ppm) | Invitacio dos olhos, nariz ¢ garganta; tonteira e desequilibrio em 30 minutos 0.7% vol (7.000ppm) | Sintomas como de embriaguez em 15 minutos : ~ 2,0% vol (2.00pm) | Paralisia e morte oeorrem muito rapidamente © cheiro das misturas de gases do petréleo é muito variavel e em alguns casos os gases podem enganar 0 olfato. A diminuigd0 do olfato & especialmente séria se a mistura contiver sulfeto de hidrogénio, Por essa raziio, deve ser enfatizado que a auséncia de cheiro nunca deve ser indicio da auséncia de gis. + Benzeno e outros hidrocarbonetos aromatics Os hidrocarbonetos aromaticos incluem 0 benzeno, o tolueno e o xileno. Sdo componentes, ptesentes em variadas proporgdes em muitas cargas tipicas de petrdleo, tais como gasolinas, componentes de misturas de gasolinas, naftas e solventes com pontos de ebuli¢do especiais. O TLV de hidrocarbonetos aromaticos geralmente é mais baixo do que o de outros hidrocarbonetos nos gases de petréleo. Em muitos paises, o benzeno, em particular, tem um TLV de 0,5ppm, um nivel de exposigao que niio deve ser excedido. A exposigdo aos vapores de benzeno em altas concentragdes leva a distirbios crénicos do sangue € da medula éssea. O pessoal envolvido no carregamento dos produtos acima relacionados, com 0 uso do sistema aberto de medigo e especialmente durante 0 fop do tanque, pode estar exposto a concentragdes de vapor de benzeno acima do TLV. Devem ser tomadas precaugdes para evitar exposigdes prejudiciais durante © carregamento de cargas contendo benzeno. Antes da entrada em um tanque que recentemente tenha transportado produtos de petréleo contendo benzeno, o tanque deve ser ventilado até atingir a leitura de no mais do que 1% do Lil no indicador de gés combustivel e em seguida ser checado com instrumento apropriado para garantir que a concentrago de vapores de benzeno nao excede o Limite Permissivel de Exposigao (PEL). OTLV ou Limite Permissivel de Exposigiio (PEL) para hidrocarbonetos pode variar de um estado da bandeira para outro. + Sulfeto de hidrog jo (is sulfidrico) Muitos dleos crus que saem do pogo tém nivel alto de sulleto de hidrogénio. porém, isto & normalmente reduzido por um processo de estabilizago antes que os dleos crus scjam entregues a0 navio, Entretanto, 0 grau de estabilizagao realizado pode, algumas vezes, ser reduzido temporariamente, de modo que o navio-tanque pode'receber uma carga de um éleo cru em particular, com um teor de sulfeto de hidrogénio mais alto que o normal. Alguns éleos crus nunca sio estabilizados e sempre terdo um nivel alto de sulfeto de hidrogénio. O sulfeto de hidrogénto pode ser encontrado em outras cargas, tais como nafta, betume e gasdleo. Os dleos crus contendo quantidade aprecidvel de sulfeto de hidrogénio e/ou mercaptans sio chamados de dleos crus dcidos. O TLV do sulfeto de hidrogénio & de 10ppm. Os efeitos do gis em concentragdes no ar acima do TLY séo: 30.2 100 ppm Tiritagio dos olfios e trato respiratorio apés | hora de exposigio : 200 a 300 ppm Trritagdo marcante dos olfios e do trato respirat6rio apés | hora de exposigio 500 @ 700 ppm | Tonteira, dor de cabega, nausea, etc. dentro de 13 minutos; perda de consciéncia e | possibilidade de morte apés 30 a 60 minutos de exposi¢a0_ - 700 3900 ppm Rapida perda de consciéncia com morte ocorrendo poucos minutos depois | 1000 a 2000 ppm | Colapse instantanco e parada da respiragao = | E importante distinguir a concentragao de sulfeto de hidrogénio na atmosfera, expressa em ppm por volume, ¢ asconcentragdes em dleos crus contendo 70 ppm por peso. Por cxemplo, dies crus contendo TOppm (por peso) de sulfeto de hidrogénio produz uma concentragdo de 7.000 ppm (por volume) na corrente de gas saindo da boca de ulagem do tanque de carga + Gasolinas contendo chumbo tetraetil ou tetrametil As quantidades de chumbo tetractil ou tetrametil normalmente adicionadas ds gasolinas sio insuficientes para tomar os gases desses produtos significativamente mais toxicos do que aqucles das gasolinas que no contem chumbo. Por essa razdo, os efeitos dos gases das gasotinas com chumbo so similares aqueles descritos acima para os gases de petrdleo. 1.2.3 Toxicidade do gas inerte gis inerte é usado principalmente para controlar as atmosferas dos tanques de carga de modo a prevenir a formagio de misturas inflamaveis. O principal risco associado ao gés inerte é seu baixo teor de oxigénio, embora ele também possa conter gases toxicos. Os principais constituintes do gas inerte podem variar e a tabela abaixo nos da uma indicago dos componentes de gis inerte Lipicos, expressos em porcentgem por volume. Compon ] Gis inerte produzide dos | = | gases de descarga de caldeiea Nitrogénio (N2) 83% Dioxido de carbone (CO2) 13% Mondxido de carbono (CO) | presente Oxigénio (02) 4% | Dibxido de enxofre (NO2) SOppm Oxidos de Nitrogénio (NOx) presente | Vapor d'agua (H20) \ presente 2a ¢ fuligem (C) presente Ponto de orvalho alto se nio for seco Densidade 1,044 Constituintes do gés inerte Os tanques de carga contendo uma atmosfera com gas inerte devem ser ventilados com ar antes que alguém entre, ndo so para aumentar 0 teor de oxigénio de menos de 5% para 21% em volume como também para diminuir suficientemente as quantidades de mondxido de carbono, gases nitrosos € didxido de enxofre. © monéxido de carbono pode estar presente na concentragdo de 0,01% em volume no gés correspondente a 10Uppm. Em certos casos, ele pode tornar-se significativamente maior. A concentragiio deve ser reduzida abaixo do TLV de 2Sppm pela diluigo ou deslocamento com ar. O envenenamento por monéxido de carbono é causado pela combinagdo do mondxido de carbono com a hemoglobina do sangue, em vez do oxigénio, fazendo com que o sangue perca sua capacidade de absorver o oxigénio nos pulm@es. Isto resulta em sufocagdo interna € a morte ocorre quando de 60 a 70% da hemoglobina tiver se combinado com 0 monéxido de carbono. Os sintomas sio dores de cabega, sonoléncia, deterioragZo da consciéncia e vémitos. No tratamento de envenenamento por mondxido de carbono, é de suma importancia suprir oxigénio, se necessario, em combinagiio com respiragao artificial. Os gases nitrosos que esto presentes no gas inerte apds ele ter passado através da torre de lavagem so 0 monéxido de nitrogénio (NO), também conhecido como éxido nitrico, e o didxido de nitrogénio (NO2), em concentragdes com cerca de 0,02%, em volume correspondente a 200ppm. O TLY do monéxido de nitrogénio & de 25ppm e o do didxido de nitrogénio & de 3ppm em volume. Os gases nitrosos formam dcidos por meio de reagdo com a umidade do ar, podendo destruir 0 tecido dos pulmées. © teor do didxido de enxofre do gas inerte depende do contetdo de enxofre do dleo combustivel ¢ da eficiéncia da torre de lavagem. O teor de monéxido de carbono depende das condigdes de combustao. 10 1.2.4 Deficiéncia de Oxigénio Deve-se sempre suspeitar da deficiéncia de oxigénio em espagos fechados que nao foram ventilados durante algum tempo. Esta deficiéncia pode ser causada pelo vapor desprendido de liquidos voléteis, deslocamento do ar pelo gas inerte ou por consumo do oxigénio existente no ar através de reagdes quimicas, tais como ferrugem ou secagem de pinturas ou das tintas. O teor de oxigénio no ar é de 21% em volume, porém, pode estar mais baixo em espagos fechados. Ninguém deve entrar em qualquer compartimento antes de confirmar se 0 teor de oxigénio daquela atmosfera esti de fato com 21%. Se a taxa de oxigénio estiver menor que 21%, a atmosfera pode ser extremamente perigosa, a menos que se saiba qual gés substituiu 0 oxigénio. As pessoas tém suscetibilidades variadas com relagdo a deficigncia de oxigénio, porém, todos sofierdo se o teor de oxigénio cair abaixo de 16% por volume. Quando a quantidade disponivel de oxiggnio fica abaixo de 21% por volume. a respiragio torna-se mais ripida e profunda, Sintomas indicando que uma atmosfera esti com deficiéneia de oxigénio podem ser um aviso inadequado de perigo. Muitas pessoas falham em teconhecer © perigo até estarem muito enfraquecidas para screm capazes de escapar sem ajuda. Isto acontece especialmente quando o escape envolve esforgo para subir. Uma atmosfera contendo menos do que 10% de oxigénio por volume inevitavelmente causaré inconsciéncia. A rapidez para atingir 9 estado de inconsciéncia aumenta se a quantidade disponivel de oxigénio diminui e resultara em morte, a no ser que a vitima seja prontamente removida para ar fresco ¢ seja ressuscitada. Uma atmosfera contendo menos de 5% de oxigénio por volume causaré inconsciéncia imediata sem nenhum outro sintoma que nao seja a respira¢do do «=. Se a ressuscitagao demorar mais do que poucos minutos, haveré dano imeversivel a0 cérebro, mesmo que a vida seja subsequentemente restabelecida. ‘A entrada em espacos com deficiéncia de oxigénio nao deve ser permitida sem 0 uso de equipamento de respiragio até que tais espacos tenham sido totalmente ventilados € o teste indicar que 0 nivel de oxigénio esta em 21%. 1.2.5 Inflamabilidade e Explosividade 0s liquidos nfo podem queimar, a menos que estejam emitindo vapores inflamaveis. No processo de qucima, os gases de hidrocarbonetos reagem com o oxigénio do ar para produzir dioxido de carbono e agua. A reagdo libera muito calor para formar uma chama visivel que se movimenta através da mistura de gés de hidrocarboneto ¢ ar. Quando o gis acima do hidrocarboneto liquido é inflamado, o calor produzide é normalmente grande o bastante para gerar gas suficiente para manter a chama, € se diz que 0 liquido queima; de fato, é 0 gés que esti queimando e é continuamente reabastecido pelo liquide. Uma mistura de gas de hidrocarboneto e ar no pode entrar em ignigao ¢ queimar a menos que sua composigao esteja dentro de wma faixa de concentragdo conhecida como “faixa inflamavel”. © limite inferior desta faixa, conhecido como “limite inferior de inflamabilidade” (LID, & aquela concentragio de hidrocarboneto abaixo da qual nao existe gis de hidrocarboneto suficiente para sustentar e propagar a combustdo. © limite superior da faixa, conhecido como 1 “limite superior de inflamabilidade” (LSI), € aquela concentragao de hidrocarboneto acima da qual nao existe ar suficiente para sustentar e propagar a combustio, Limites de Inflamabilidade Esses limites variam um pouco para os diferentes gases de hidrocarbonetos puros ¢ para as misturas de gases derivadas de diferentes liquidos de petrdleo. De forma bem grosseira, as misturas de gases provenientes de dleos crus, gasolinas para motor e aviagdo e produtos tipo gasolina natural podem ser representadas pelos gases de hidrocarbonetos puros, propano, butano e pentano. A tabela a seguir da os limites de inflamabilidade para esses trés gases: [ GAS LIMITE SUPERIOR LIMITE INFERIOR {Propane 55% _ Butano 85%. Pentano 7.8% 15% i Quando o gis inerte é adicionado a uma mistura de gis de hidrocarboneto e ar, o resultado é um aumento no limite inferior de inflamabilidade e uma diminuigio no limite superior de inflamabilidade da concentragao. Estes efeitos esto ilusfrados na figura abaixo e devem ser respeitados somente como um guia para entender os principios envolvidos. Testes de Inflamabilidade Uma vez que misturas de gis de hidrocarbonetos/ar séo inflamaveis numa faixa relativamente estreita de concentragdes de gis de hidrocarbonetos no ar e que a concentragao no ar depende da presto de vapor, seria possivel, em principio, desenvolver um teste de inflamabilidade pela medigdo da pressio de vapor. Na pratica, o grande nimero de produtos de petrdleo € a faixa de temperaturas em.que eles so manuseados, tém impedido o desenvolvimento de um teste simples para tal finalidade. Ao invés disso a indistria do petréleo utiliza dois métodos padronizados: um é 0 teste da Pressio de Vapor Reid € 0 outro é 0 teste do Ponto de Fulgor, pelo qual a inflamabilidade ¢ medida diretamente. Ponto de Fulgor No teste do Ponto de Fulgor, uma amostra do produto é gradualmente aquecida num vasilhame especial ¢ uma pequena centelha é, momentanea e repetitivamente, aplicada na superficie do liquido. O ponto de fulgor é a menor temperatura do liquido na qual aquela pequena centelha inicia uma chama que se propaga pela superficie do liquido, indicando, assim, a presenga de uma mistura inflamdvel gas/ar acima do liquido, Esta mistura gis/ar corresponde, com muita aproximago, a0 limite interior de inflamabilidade da mistura. Existem muitos aparelhos diferentes para a medigio do ponto de fulgor, mas eles se enquadram em dois tipos. Em um deles, a superficie do liquido esté permanentemente em contato com a atmosfera enquanto 0 liquido € aqlecido: o resultado de tal teste € chamado de "ponto de fulgor em vaso aberto". No outro tipo, o espaco acima do liquido ¢ mantido fechado, exceto por breves momentos em que a chama ignitiva é introduzida através de um pequeno orificio; 0 resultado deste tipo de teste € conhecido como "ponto de fulgor em vaso fechado” 12 Devido a maior perda de gas para a atmosfera no teste em vaso aberto, 0 ponto de fulgor de um petréleo medido no teste em vaso aberto é sempre um pouco maior (cerca de 6°C ou 10°F) do que 0 medido no teste em vaso fechado. A pequena perda de gas no aparelho de vaso fechado também resulta em maior possibilidade de repeti¢ao dos resultados obtidos, do que aqueles obtidos no teste em vaso aberto. Por essa razio, 0 método do vaso fechado é 0 mais difundido & utilizado neste guia para a classificagao de petréleos. Entretanto, valores obtidos em vaso aberto ainda podem ser encontrados na legistagao de inimeras administragdes nacionais, em normas de sociedades classificadoras e em outros documentos afins. 1.2.6 Perigos Eletrostiticos Generalidades A cletricidade estitica vonstitui um risco de incéndio ¢ explosio durante « manuscio petréleo (dleo cru e derivados liquidos) ¢ durante as operagies cm naviostanque, som exc Algumas opcragées podem dar lugar ao actimulo de cargas elétricas. que podem ser repentinamente liberadas em descargas cletrostiticas, com encrgia suficiente para inflamar uma mistura inflamavel de gas de hidrocarbonetos com ar. E cvidente que ndo haverd risco de ignigiia se nio houver no local uma mistura inflamavel. Existem trés estagios basicos que levam a um risco estatico potencial: + Separagio de cargas: + Actimulo de cargas; € + Descarga eletrostatica Todos estes trés estgios so necessarios para que ocorra a ignigio eletrostatica Separagio de Cargas Elétricas Sempre que dois materiais diferentes (quanto 4 condutividade elétrica) forem postos em contato entre si, ocorrerd uma separacdo de cargas na interface. A interface pode ser entre dois sdlidos, entre um sélido € um liquido e entre dois liquidos ndomisciveis. Na interface, a carga de um sinal (positive, por exemplo) escoa do material A para o material B, de tal forma que os materiais A eB se tornam, respectivamente, catregados negativa e positivamente. Enquanto os materiais permanecerem em contato € iméveis em relagio um ao outro, as cargas permanecerio totalmente juntas. A diferenga de potencial entre as cargas de sinais opostos |, assim, muito pequena, € nao existira nenhum risco, ‘As cargas podem ser separadas completamente por meio de indmeros processos, tais como: + O fluxo de liquidos (por exemplo, petrdleo ou misturas de petréien e Agua) através de canalizagdes ou de filtros finos: + A sedimentagio de um sélido ou a decantagio de um liquido néio-miscivel no interior de outro liquido (por exemplo, cascio de ferrugem ou Agua no petréleo) B + A ejegdo de particulus ou goticulas de um bico expansor (por exemplo, operagdes com Agua); vapor + A produgo de salpicos ou a agitagdo de um liquido de encontro a uma superficie sélida (por exemplo, operaco de lavagem com Agua ou o estigio inicial de enchimento de wm tanque com 6leo); € + A forte fricgdo entre si e subsequente separagdo de certos polimeros sintéticos (por exemplo, deslizamento de um cabo de polipropileno em mios protegidas por luvas de PVC) Quando as cargas sio separadas, desenvolve-se entre elas uma grande diferenca de potencial. Além disso, uma distribuigdo da voltagem se estabelece através do espago circunvizinho, © que é conhecido como um campo eletrostatico, Como exemplos, temos: + A carga elétrica existente em um petréleo eletrostaticamente carregado em um tanque produz um campo eletrostatico no tanque, tanto no liquide quanto nos gases existentes no espago de ulagem; € + A carga elétrica existente na neblina d'igua causada pela lavagem de um tanque gera um campo eletrostitico por todas as partes ilo tanque. Se um condutor sem carga for colocado em um campo eletrostitico, ele passaré a ter, aproximadamente, a mesma voltagem que a regio por ele ocupada. Além disso, 0 campo provoca uma movimentagao da carga dentro do condutor. A carga de um sinal € atraida pelo campo para uma das extremidades do condutor e uma carga igual de sinal contrério é levada ao outro extremo do mesmo condutor. Cargas separadas desta maneira sto conhecidas como cargas induzidas e, enquanto elas sio mantidas separadas pela presenga do-campo, sio capazes de contribuir para uma carga eletrostitica Aciimulos de Carga Elétriea ‘As cargas elétricas que tenham sido separadas tendem a se recombinar ¢ a se neutralizar mutuamente. Esse processo conhecido como relaxagao de cargas elétricas ou repouso de cargas elétricas. (Nota: "relaxagdo" € "qualquer dos comportamentos de um sistema que responde lentamente as influéncias ou modificagdes externas e tende assintoticamente a um estado de equilibrio compativel com as influéncias que sofre"). Se, pelo menos um dos materiais carregados que se separam € mal condutor de eletricidade, a recombinago nao ocorrerd e esse material reterd ‘ou acumularé a carga em si proprio. O periodo de tempo durante 0 qual a carga elétrica é retida é caracterizado pelo tempo de relaxagio do material em causa, tempo que é funcdo de sua condutividade; quanto mais baixa for a condutividade de um material, mais elevado seré o seu tempo de relaxacao. Se um material portando carga tem condutividade elétrica relativamente alta, a recombinagio das cargas ¢ muito rapida e pode contrariar 0 processo de separagdo. Assim, uma pequena parcela, ou mesmo nenhuma eletricidade estética, se acumularé no material. Por essa ‘azo, um material altamente condutor somente pode reter ou acumular carga se ele estiver isolado 14 por meio de um outro material mau condutor eo regime de perda de carga fica, assim, na dependéncia do tempo de relaxagao do material menos condutor. Os fatores importantes que condicionam a relaxagao sio, entio, a condutividade elctrica dos materiais que sio separados € de quaisquer outros materiais adicionais que possam ser interpostos entre eles depois que forem separados. Descarga Eletrostitica A descarga eletrostatica entre dois pontos quaisquer depende da intensidade do campo eletrostatico existente no espago entre esses dois pontos. O potencial ou intensidade desse campo (ou gradiente de voltagem) ¢ dado, aproximadamente, pela divisio da diferenga da voltagem entre 10s dois pontos pelo afastamento entre cles. Um campo com cerca de 3.000 guilovolis/metro é suficiente par.. produzir uma descarga eletrostitica numa atmosfera de ar ou de gases de petrdleo. A intensidade do campo nas saliéneias ou protuberdncias é maior do que a intensidade do mpo nas imediagdes isentas de protuber’ncias e, por isso, as descargas ocorrem geralmente cm saliéncias. Uma descarga pode ocorrer entre uma saliéncia € 0 espayo nas suas imediacées sem alcancar um outro objeto. Essas descargas eletrostaticas de um tnico eletrodo, que eventualmente podem ocorrer no decorrer das operagdes normais com navios-tanque, raramente sdo ignitivas. O mais comum é a descarga entre dois eletrodos adjacentes um ao outro, Exemplos « Entre 0 saca-amostras que esta sendo arriado em um tangue ¢ a superficie de um petrélco carregado eletrostaticamente; + Entre um objeto sem aterramento que esteja flutuando em um liquido eletrostaticamente carregado e a-estrutura adjacente do tanque que contém o liquido: + Entre um equipamento sem aterramento ou suspenso no interior de um tanque © a estrutura adjacente do tangue Descargas entre dois eletrodos podem ser ignitivas desde que alguns requisitos ocortam. Isto inclui: + Um afastamento entre os eletrodos suficientemente pequeno para permitir que a descarga ‘ocorra com a diferenga de potencial existente, mas ndo tio pequena que disso resulte na extingdo da chama resultante; + Energia elétrica suficiente para suprir 0 minimo de energia necesséria para iniciar a combustio; + A quase instantinea liberagio dessa energia no espago entre as eletrodos ‘A ocorréncia deste ultimo requisito depende, em grande parte, da condutividade dos elettodos. A fim de considerar este tiltimo aspecto mais adiante, € necessario classiticar os sélidos ¢ 98 liquidos em trés grupos. © primeiro grupo retine os condutores. No caso dos sdlidos, sto eles os metais e, em se tratando de liquids, so 0s constituidos pela grande gama de solugdes aquosas, incluida a agua do mar. O corpo humano, com cerca de 60% de agua, é efetivamente um condutor liquido. Uma importante propriedade dos condutores é a de, a menos que estejam isolados, serem incapazes de reter uma carga, mas, se estiverem isolados e ocorrer uma oportunidade para haver uma descarga elétrica, toda a carga disponivel seré quase que instantaneamente liberada na descarga. Descargas entre dois condutores ocorrem muito frequentemente sob a forma de centelha siio muito mais dotadas de energia e potencialmenté mais perigosas do que aquelas que acontecem entre dois corpos, em que um nao é um condutor. Nesse ultimo caso, as descargas tomam, muitas vezes, uma forma mais difusa ¢ menos perigosa (conhecida como descarga em coroa, corona ou escova) do que uma centelha, segundo grupo & dos niio-condutores, que tém 140 baixa condutividade que, ao receber carga, a retém por um longo perfodo. Por isso, os materiais nio-condutores podem evitar a perda da carga dos corpos condutores, agindo como isolantes. Os corpos nfo-condutores, quando carregados, interessam principalmente porque cles podem transferir suas cargas (ou induzir cargas) para condutores préximos que estejam isolados, 0 que pode, entiio, gerar centelhas, Os corpos nao-condutores altamente carregados podem, eles proprios, contribuir diretamente para gerar centelhas ignitivas. Os liquidos que tém condutividade menor do que 50 pico Siemens/metro (pS/m) apresentando tempos de relaxagdo maiores que 0,35 segundos so considerados naocondutores. Tais liquidos so, muitas vezes, conhecidos como acumuladores estiticos. No caso do petrdleo, os derivados claros sfo frequentemente enquadrados nessa categoria. Um aditivo antiestitico € uma substancia que € propositadamente adicionada a um destilado de petrleo para aumentar a sua condutividade acima de 50 pS/m. Os sélidos néo-condutores so materiais altamente isolantes, tais como o polipropileno, PVC, nylon e muitos tipos de borracha. Eles se tornam mais condutivos quando suas superficies esto Gimidas ou com sujeira O terceiro grupo € constituido pela classe de liquidos e sdlidos com condutividade intermediaria entre a condutividade dagueles do primeiro ¢ os do segundo grupo. Os liquidos deste terceiro grupo tém condutividade acima de 50 pS/m e so muitas vezes conhecidos como nio-acumuladores estaticus. Exemplos desses liquidos sio 0 6leo cru e os derivados escuros (contendo materiais residuais), que tipicamente possuem condutividade na faixa de 10.000 2 100.000 pS/m. Alguns produtos quimicos, como os alcoois, séo também nao- acumuladores estativos. : Os sélidos desta cateyoria intermedidria incluem materiais como madeira, cortiga, sisal substincias orydnieas em gral, Eles adquirem condutividade devido a capacidade de absorver agua rapidamente e se tornam mais condutivos quando suas superticies estio contaminadas com sujeira ou com umidade. Em alguns casos, a lavagem e a secagem cuidadosas podem reduzir suficientemente a condutividade desses materiais, enquadrando-os na classe de materiais ndo- condutivos. 16 Se um material do grupo dos de condutividade intermediéria nao esta isolado da terra, sua condutividade normalmente é suficientemente clevada para impedir 0 acimulo de cargas tletrostaticas. Contudo, a condutividade desses materiais é normalmente baixa o bastante para inibir a produgio de centelhas energéticas. ‘A capacidade de uma descarga de material de condutividade intermedidria provocar um inc€ndio depende de tantos fatores, além da condutividade, que nao ¢ possivel fazer generalizagdes além das precedentes, tornando-se necessdrio contar com experiéncias praticas para indicar quando éaceitivel utilizé-lo, Em condigdes normais, os gases séo altamente isolantes; isso tem importantes implicagdes com relagio as neblinas ¢ as particulas em suspensio no ar € em outros gases. Neblinas carregadas sio formadas durante a ejecdo de vapor d'igua amido por um bico expansor, enquanto esto sendo tusadas as maquinas de lavagem de tanques € durante as operagdes COW. Embora o liquido (a Agua, por exemplo) passa ter uma condutividade bem elevada, a relaxagio da carga nas goticulas € impedida pelas propriedades isolantes do gis que as envolve. As diminutas particulas encontradas ho gas inerte oriundo de combustio ou criadas durante a descarga do didxide de carbone (CO?) liquide pressurizado so frequentemente carregndas. A gradual relaxacio da earga que ocorre ¢ 0 resultado do arranjo das particulas e goticulas e, se a intensidade do campo é grande, da descarga em corona em saliéncias, descarga que supre uma carga neutralizadora de sinal oposto a0 daquela da suspensio. Em resumo, descargas eletrostiticas podem ocorrer como consequéncia do acimulo de cargas em: + Liquidos ou sélidos ndo-condutores. como, por exemplo, um dleo acumulador estitico (tal ‘como 0 querosene) bombeado para o interior de um tanque, ou um cabo de polipropileno; + Condutores liquidos ou sélidos eletricamenté isolados, como, por exemplo, neblinas, borrifos ou particulas em suspenso no ar ou uma barra de metal pendurada na extremidade de um cabo de fibra sintética. Para materiais com condutividade intermediiria, o risco de descargas eletrostaticas sera pequeno se as priticas usuais forem cumpridas.¢ a probabilidade de serem elas ignitivas sdo ainda menores Riscos Eletrostaticos na Operasao de Derivados Acumuladores Estaticos Bombcio de Derivados para o Interior de Tanques: os derivados de petréleo, possuem muitas vezes condutividade elétrica abaixo de 50 pS/m, o que os engquadra na categoria de acumuladores Tendo em vista que a condutividade deles nao é normalmente conhecida, todos os derivados de petréleo devem ser tratados como acumuladores estaticos. a menos que cles contenham um aditivo antiestatico, Tanto durante. carregamento quanto algum tempo apés seu término, um derivado acumulador estitico pode possuir carga suficicnte para se constituir em risca ‘A carga eletrostitica pocle surgir através de um ou mais processos diferentes (ais come. + Fluxo do lea acumulador pelos sistemas de dutos até 0 tangue. A geracio da carga pode ser aumentada se goticulas de agua estiverem em suspensdo no derivado enquanto ele flui através da tubulagao: + Passagem através de um filtro de microporos do tipo empregado para combustiveis de avides a jato. Esses filtros possuem a capacidade de gerar cargas de alto nivel nos combustiveis, provavelmente porque todo 0 combustivel € mantido em intimo contato com a superficie do filtro quando ocorre a separagao da carga; ing + Turbuléncias e esguichos ou jatos ho inicio do bombeio para um tanque vazio; + A decantacio de goticulas de ‘igua, detritos e outras particulas entrando juntamente com o leo acumulador no tanque ou sendo cevolvidos por ele no interior do tanque. © método em geral aceito para controlar a geragio da eletricidade estética no inicio de um carregamento consiste em restringir a vazio do dle acumulador para o interior do tanque até que todo 0 esguicho e a turbuléncia na superficie no tanque tenham cessado. No inicio do carregamento de um tanque vazio, a velocidade linear nas linhas de carga, para cada tanque individualmente, ndo deve exceder Im/s (ou 3 pés/segundo). Ha duas razSes para essa baixa velocidade de carregamento + E no inicio do enchimento de um tanque que existe a maior probabilidade de se misturar Agua com o éleo acumulador que esté entrando no tanque ¢ esta mistura de 4gua com o dleo acumulador representa a fonte mais potente de eletricidade estatica; € + Uma velocidade de carregamento reduzida minimiza a extensio da turbuléncia ¢ dos esguichos quando o éleo acumulador entra no tanque; isso ajuda a reduzir a geragao da eletricidade estitica ¢ também reduz a dispersio de alguma égua presente, de tal forma que ela se decanta no fumdo do tanque mais rapidamente; essa agua pode permanecer no fundo do tanque sem causar disttirbios quando a velocidade de carregamento for sendo posteriormente elevada. No decorrer do carregamento, a limita¢o da vazo imposta pelo projeto nos atuais sistemas de dutos, complementada com as precaugdes concerentes & introdugao no tanque de equipamentos de medigio (sondagem e ulagem) e de amostragem, € evitando-se condutores eletricamente isolados, tem provado que € suficiente para manter a seguranga operacional. Se, contudo, as tubulagdes ¢ sistemas de bombeio forem tdo diferentes que permitam ocorrer maiores vazdes ou velocidades, neste caso, terdo que ser impostas limitades na vazao durante 0 carregamento. A limitago da vazio no infcio do carregamento de dleos acumuladores de eletricidade estitica se aplica sempre que uma mistura de gas inflamavel possa estar presente. Essas situagdes esto resumidas na tabela a seguir. 18 ‘Operagio no Tanque TArtiando equipamento | Carreghndo produtos claros | Limpando tanques de Carga ‘con cabos cu trenas de Quando o perigo pode ocorrer_| material sintético Risco Eletrostatico Fricgae entre polime- | Circulagao de liquidos os sintéticos acumuladores est Precaugoes Necessirias Para sondagens, medigdes e amostragem | equipamento metético Uso de cabos ou trenas | Nao é permitido em Nao é permitido durante nnio aterrado ou nd feitas de materiais qualquer tempo a limpeza e por 5 horas, conectado sintéticos para descida dai em diante de equipamentos no interior dos tanques de cama no sto | permitidos i Dravalguer tempo | 2. equipamenta metaico No € peemitide drame ! que é aterrado © | ‘fo carregamento ¢ por 30 conectado antes da : rinutor dai em diante Introdugdo até apos a remogao 3. Equipamento nto condvtor Sem restigdes Sen resides sem partes metélicas Erusado tubo de sondagem | 8) E usado tubo de sonda- gem ow , b) o tanque € continuamen- te ventilado -mecinica mente quando as 5 horas podem ser reduzidas para { hora Excegdes permitidas se: Tabela para tangues nao-bierticados Sumério de Precaugées contra Riscas de Eletvicidade Estética quando sondando ¢ tomanclo eaossras das ‘cargas. J} Nao é incomum, durante o carregamento, que se encontre Agua residual oriunca de certas operagies, tais como lavagem de tanques e de redes com agua, ou adigio de lastro; todo o cuidado deve ser tomado para impedir 0 excesso de agua e uma desnecesséria mistura. Por exemplo. os tanques de carga e as linhas de carga que foram lavados devem ser drenados antes do carregamento endo deve set permitido que a agua disso resultante se acumule nos tanques. As linhas nao deve ser "deslocadas" com retomo de agua para um tangue que contenha éleo acumulador estatico Equipamentos fixos em tanques de carga Equipamentos permanentemente instalados nos tetos dos tanques, tais como maquinas dle lavagem ou alarmes de nivel alto, podem agir como sondas isoladas. Uma sonda metilica distante de outra qualquer estrutura de um tanque, mas préxima da superficie de um liquido altamente cearregado, tera um alto gradiente de voltagem em sua extremiidade. Durante 0 carregamento de ag Gleos acumuladores estiticos, esse alto gradiente de voltagem pode, com a aproximacao da superficie do liquido, causar descargas eletrostiticas. A configuragdo de uma sonda isolada pode’ ser evitada instalando 0 equipamento junto a uma parede (antepara) ou a outra parte da estrutura do tanque, a fim de reduzir o gradiente de voltagem na extremidade da sonda, Além disso, pode ser adicionado um suporte que v4 da extremidade inferior até a estrutura do tanque, de tal forma que o liquido que se eleva encontre uma Timina, em vez da ponta isolada da sonda, Uma outra solugio possivel em alguns casos, consiste em construir © equipamento em forma de sonda inteiramente ‘com um material nio-condutor. Essas providéncias no so necessérias se 0 navio estiver limitado ao transporte de dleo cru e de produtos escuros. Liberagao de Ar no Fundo de Tanques Se ar ou gis inerte for introduzido no fundo de um tanque que contenha um éleo acumulador estético, um forte campo eletrostatico pode ser gerado, especialmente na presenga de égua ou de materiais em particulas. Nessas circunstancias, devem ser tomadas precaugdes visando minimizar a quantidade de arou de gas inerte que est entrando no tanqué que contém dleo acumulador estatico. Aditivos Antiestaticos Se 0 dleo contém um aditivo antiestitico eficaz, ele nao € mais um dleo acumulador estético. Mesmo que, estritamente, isso signifique que as precaugSes aplicaveis a um dleo acumulador possam ser relaxadas, é ainda recomendavel manter tais precaugdes. Outras Fontes de Riscos Eletrostaticos Queda livre em tanques: no carregamento ou na operagio de lastreamento pela boca do tanque, 0 liquido eletrostaticamente carregado € despejado no tangue de tal maneira que ele pode partir-se em pequenas gotas e produzir borrifos dentro do tanque. Isso pode gerar uma neblina carregada, assim como, aumentar a concentragdo de gases de petréleo no tanque. Pode haver regulamentos portuarios e de terminais relativos ao curregamento pela boca. Petrdleo volatil ou ndo-volatil que tem uma temperatura maior do que seu ponto de fulgor menos 10C nunea deve ser carregado oy transferido pela boca para umn tanque que nio esteja desyaseificado. O petréleo nio-volitil que tem uma temperatura menor do que seu ponto de fulgor menos 100€ pode ser carregado pela boca nas seguintes circunstincias: 1. Se 0 tanque estiver desgaseificado e desde que no seja possivel ocorrer contaminagao com petréleo volatil; € . Se for obtido um acordo prévio entre o comandante do navio e o representante do terminal Lastros ou residuos de carga nfo devem ser carregados ou transferidos pela boca para um tanque que contenha mistura de gés inflamivel. 20 Neblina D'Agua O jato de agua dentro de um tanque, como, por exemplo, durante a Javagem com agua, dé origem a uma neblina eletrostaticamente carregada. Esta neblina se espalha uniformemente no tanque que esta sendo lavado. © nivel eletrostitico varia muito de tanque para tanque, tanto em valor quanto em sinal. Quando se inicia a lavagem de um tanque sujo, a carga elétrica na neblina é inicialmente negativa, alcanga um valor negativo maximo quando, ent&o, vai diminuindo até zero, para depois crescer até um valor positive de equilibrio. Tem sido constatado que, dentre as inimeras varidveis que afetam o nivel ¢ a polaridade das cargas, as caracteristicas da agua de lavagem € o grau de limpeza do tanque tém a mais significativa influéncia, As caracteristicas do carregamento eletrostitico da agua sao alteradas pela recirculagio ou pela adicao de produtos de limpeza quimica e qualquer dos dois pode causar, na neblina, niveis cletrostiticos muito clevados. O niimero ¢ o porte das maquinas de lavagem em um tanque afetam o regime de variagao da carga cletrostitica, mas eles tém pequena influéncia no valor final do cquilibrio As particulas carregadas eletricamente da neblina criada no tangue durante a lavagem geram um campo eletrostatico que é caracterizado por uma distribuigao de potencial (voltagem) em todo 0 espaco do tanque. As anteparas e as estruturas esto no potencial zero (terra). O potencial de wm ponto no espaso cresce com a distancia entre © ponto e aquelas superficies ¢ € maximo no ponto mais distante delas. A intensidade do campo ou gradiente de voltagem, no espaco, é maximo nas proximidades das anteparas e das estruturas do tanque, principalmente quando nelas se encontram saliéncias. Se a intensidade do campo € suficientemente clevada, ocorrem rupturas elétricas no espago, dando origem ao efeito corona, Devido ao fato de as saliéncias causarem concentragao de intensidade do campo, o efeito corona ocorre mais frequentemente nesses pontos. Um efeito corona injeta na neblina uma carga de sinal oposto ¢ tudo indica que seja um dos principais processos que limitam a quantidade da carga elétrica na neblina a um valor de equilibrio. A descarga cm corona produzida durante a lavagem de um tanque nao é suficientemente forte para provocar a ignigio de uma mistura inflamavel de ar ¢ gis de hidrocarbonetos que possa estar presente. Sob determinadas circunstincias, descargas cpntendo energia suficiente para inflamar misturas ar/gas de hidrocarbonetos podem acorrer entre objetos condutores naoaterrados ja dentro de ou ao serem introduzidos em um tanque cheio de neblina carregada, Exemplos de tais condutores nfo-aterrados sio as varetas de sondas metélicas suspensas por um cabo no-condutor ou uma peg: de metal cm queda livre no espago interior do tanque. Inicialmente, por indugao, um objeto condutor desaterrado que esteja dentro de um tanque pode adquirit um potencial elevado quando se aproximar de um objeto aterrado ou de uma estrutura, particularmente se esta estrutura tiver a forma de uma protuberdncia. O condutor nio aterrado pode, entao, descarregar para a massa, produzindo uma faisca capaz de inflamar uma mistura inflamavel de ar/gis de hidrocarbonetos. Os processos pelos quais condutores ndo-aterrados produzem ignigdes em uma neblina so complexos € um certo niimero de condigdes deve ser satisfeito sinuultaneamente antes que a ignigao possa ocorrer. Essas condigdes incluem o tamanho do objeto (condutor), sua trajetoria. 0 nivel eletrostatico no tanque ¢ a configuracaio geométrica do local onde a ignigao tem lugar 21 Assim como os objetos condutores sélidos nao-aterrados, um bloco isolado de Agua, produzido pelo processo de lavagem pode} analogamente, agir como um promotor de centelhas € causar uma ignigio. Experiéncias téin mostrado que as méquinas de lavagem fixas de alta capacidade de bico dnico podem produzir blocos de agua que, devido ao tamanho, trajetéria duragio, podem, antes de se desinancharem, satisfazer as condigbes necessarias capazes de gerar descargas ignitivas. Por outro lado, nao ha evidéncias de que tais blocos de agua sejam produzidos pelos tipos portiteis de maquinas de lavagem. Apés amplas investigagSes experimentais e utilizando os resultados acumulados em longos anos de experiéncia, a inddstria de construgdo de navios-tangue estabeleceu um guia basico para lavagem de tangues. Esse guia basico se aplica a tanques de todos os tamanhos e tem como objetivo impedir a excessiva geragio de cargas elétricas nas neblinas e controlar a introducao de objetos condutores no aterrados quando existir neblina com carga elétrica no interior do tanque. Neblinas carregadas de eletricidade, muito semethantes aquelas produzidas durante a lavagem de tanques, ocorrem, de tempos em tempos, nos pordes dos OBO's quando lastrados parcialmente, Devido as caracteristicas de projeto desses navios, pode haver violentos impactos do lastro contra as anteparas dos pordes, 0 que produz neblina quando o navio esta jogando, mesmo em condigdes de mar moderadas. Os impactos também dio origem a blocos de gua ("linguas d'agua") que voam livremente nos tangues, de tal forma que, se a atmosfera do tanque é inflamavel, todos os elementos para uma igni¢do estardo presentes. A mais eficaz contramedida para isso é ter os tanques vazios ou manté-los completamente cheios, de forma a evitar o violento movimento de ondas no seu interior. Vapor d'Agua A introdugo do vapor d'agua no tanque pode produzir a formagao de nuvens de névoa, que podem estar eletrostaticamente carregadas. Os efeitos e os possiveis riscos decorrentes de tais nuvens so semelhantes aos que foram descritos para as neblinas criadas pela lavagem por agua, mas a injeco de vapor d'agua pode causar niveis de carga elétrica muito mais elevados do que os produzidos pela Iavagem por 4gua. O tempo necessério para atingir os niveis maximos de carga elétrica é também muito pequeno. Além disso, embora um tanque possa estar quase desgaseificado no comego da introdugao do vapor d'égua, 0 calor.¢ a turbuléncia frequentemente liberam gases, podendo formar bolsdes de inflamabilidade, Por estas razdes, 0 vapor d'égua no deve ser injetado nos tanques de carga onde houver algum risco de presenga de uma atmosfera inflamavel. Gas inerte Pequenas particulas de materiais levadas com o gés inerte podem estar eletrostaticamente carregadas. A separagio de cargas comega no processo de combustio ¢ as particulas carregadas podem ser conduzidas através do purificador (ou depurador) de gas inerte, do ventilador ¢ das tubulagdes de distribuigdo para o interior dos tanques de carga. A carga eletrostatica levada pelo gas inerte é normalmente pequena, mas tém sido observados niveis de carga elétrica bem acima daqueles encontrados na neblina d'igua formada durante as lavagens. Tendo em vista que os tanques esto normalmente na condigio de inertizados, a possibilidade de uma igni¢do eletrostatica somente tem que ser considerada se for necessério inertizar um tanque que jé contenha uma atmosfera inflamavel; ou se um tanque ja inertizado estiver em condigdes de se tomar inflamavel porque 0 oxigénio nele contido est aurentando em consequéncia de entrada de ar 22 Durante as operagées de sondagem, de medigdo de ulagem € de coleta de amostras, certas precaugdes devem, portanto, ser tomadas, Descarga de Didxido de Carbono (CO2) ‘ Durante a descarga de gis carbnico (diéxido de carbono) liquido pressurizado. 0 rapido resftiamento que ocorre pode resultar na formagiio de particulas de didxido de carbono solidificado, as quais se tornam carregadas pelo impacto e contato com o bico expansor e podem por esse motivo provocar centelhas ignitivas. O diéxido de carbono nao deve, portanto, ser injetado no interior de tanques de carga ou de casas de bombas, pois podem conter misturas de gés inflamaveis ainda nao inflamadas. estuiirio ¢ Calcados A superficie sobre a qual sc encontra uma pessoa que est bem isolada por seus calgados pode tomar-se cletrostaticamente carregada. Essa carga pode aparecer devide i separagio Fisica dos materiais isolantes causada, por exempio, pelo andar cm uma superficie isolada muito seca (separacdo entre as solas dos calgados e a superficie) ou pela remogdo de uma vestimenta, Experiéncias durante um periodo muito prolongado indicam que as descargas eletrostaticas causadas pelo vestuario e pelos calgados ndo apresentam riscos significativos na industria do petrdleo. Isto é especialmente verdadeiro em ambiente marinho, onde as superficies rapidamente se tornam contaminadas' por depésitos “de sal e umidade, que reduzem a resisténcia elétrica, particularmente quando o grau de umidade é elevado. Materiais Sintéticos Um crescente ntimero de itens fabricados com materiais sintéticos vem senda posto a venda para emprego a bordo dos navios. E importante que aqueles que sio responsiveis pelo provisionamento dos navios-tanques levem em conta que, se esses artigos so para scr utilizados em atmosferas inflamaveis, eles nfo devem introduzir riscos. Sondagem com Trenas, Medisio de Ulagem e Coleta de Amostras Existe possibilidade de descargas elétricas sempre que um equipamento estiver sendo arriado num tanque de carga dentro do qual possam existir cargas elétricas, tanto no liquido ali contido, quanto nas particulas de agua ou de névoa de dleo ou de gas inerte. No caso de haver possibilidade da presenca de mistura inflamavel de gis de hidrocarbonetos/ar, devem ser tomadas precaugdes para evitar descargas ignitivas através do sistema. Equipamentos Se algum tipo de equipamento de sondagem, de medigao de ulagem ou de coleta de amostras for utilizado em uma atmosfera possivelmente inflamivel, onde candigdes de risco eletrostatico existam ou possam ser criadas, 6 essencial impedir, durante todo o tempo, a presenga de um corpo condutor desaterrado. Os componentes metilicos de qualquer equipamento a ser arriado no interior de um tanque devem ser firmemente interligados e aterrados ao navio, antes de serem intraduzidos no tanque, e deve permanecer assim aterrados até depois de serem retirados 23 Os equipamentos devem ser projetados de forma a facilitar o aterramento. Por exemplo, a armagio que suporta o rodete no qual é enrolada a fita metilica da sonda deve ter um estojo roscado no qual é firmemente fixado um robusto cabo de aterramento. Esse estojo deve garantir a continuidade elétrica através da armagio até a fita mhetalica‘da sonda (trena). A outra extremidade do cabo de aterramento deve terminar em um grampo (ou garra) com mola, adequado para ser atracado ou fixado ao aro da boca de ulagem durante o uso da trena (sonda).. A conveniéncia de instalar equipamentos feitos inteira ou parcialmente de componentes ndo metilicos, depende da condutividade dos materiais empregados e da maneira como sAo utilizados. Por exemplo, no caso de nao condutores, é sabido que uma significativa carga eletrostatica pode ser gerada quando um cabo de polipropileno corre rapidamente por maos protegidas por luvas de PVC. Por esta razio, somente cabos de fibras naturais devem ser empregados para sondagem, medigdo de ulagem e coleta de amostras. Materiais ndo condutores podem ser Vaceitéveis em outras cireunsténcias (por exemplo, um porta-saca-amostras feito de um plastico sintético), mas os responsiveis pelo fornecimento de tais equipamentos a navios devem estar certos de que eles so seguros para 0 uso. E essencial, em todos os casos, que componentes nfo-condutores nfo tornem qualquer componente metalico isolado da terra Um material de condutividade intermediaria, tal como madeira ou fibra natural, geralmente tem suficiente condutividade propria, ou obtida através da absorgo de agua, para impedir 0 actimulo de cargas eletrostaticas. Deve haver um caminho de fuga para terra em tais materiais, de forma que eles nao sejam totalmente isolantes. Para evitar o actimulo de cargas elétricas, néo é necessario ter a resisténcia téo baixa quanto a normalmente empregada na interligacio e no aterramento de metais. Na pritica a bordo, tal caminho de faga geralmente ocorre naturalmente por contato direto com 0 navio, ou por contato indireto através do operador do equipamento. Oleos Acumuladores Estiticos E prudente admitir que a superficie de um liquido n&o-condutor (acumulador estatico) deva estar com um alto potencial durante ¢ imediatamente pds o carregamento. Jé foi anteriormente dito que as sondas metélicas (trenas) ¢ os equipamentos metélicos de sondagem, de coleta de amostras de medig&o de ulagem devem ser interligados e aterrados. Ha, portanto, uma possibilidade de haver uma descarga entre 0 equipamento e a superficie do liquido, quando eles se aproximam um do outro. Como tais descargas podem ser ignitivas, nenhuma sondagem, medigao de ulagem ou coleta de amostra com equipamento metilico deve ser feita enquanto estiver sendo carregado um éleo acumulador estatico, ocasido em que existe alguma possibilidade de haver mistura inflamavel de gis, Além disso, deve existir um intervalo de 30 minutos entre o témino do carregamento de cada tangue € o inicio das operagSes de medigdo e retirada de amostras; isso visa permitir a decantagio da agua e das particulas solidas existentes no liquido, e a dissipagdo de qualquer potencial estatico devido a essa decantagao. Nao foi verificado, na pratica, que as descargas entre a superficie de um dleo acumulador estatico ¢ objetos nio-metilicos sejam ignitivas. Sondagens com trena, medigdes de ulagem ¢ coleta de amostras com tais equipamentos so assim permitidas em qualquer ocasido, desde que esses equipamentos satisfagam determinadas condigdes. Por exemplo, no caso de nio-condutores, sabido que uma significativa carga eletrostitica pode ser gerada quando um cabo de polipropileno corre rapidamente por mios protegidas por luva de PVC. Por isso, somente cabos de fibras naturais devem ser empregados para sondagem, medicdo de ulagem e coleta de amostras. 24 © potencial dentro de um tubo metélico de sondagem é sempre baixo, devido a seu pequeno volume e go fato de estar eletricamente blindado do resto do tanque. Sondagens de fundo com trena, medigdes de ulagem e coletas de amostras feitas pelo interior de um tubo metdlico de sondagem sao, assim, permitidas em qualquer ocasii, mesmo com equipamentos metilicos. Oleos nao acumuladores de eletricidade estatica Existe a possibilidade de uma atmosfera inflamavel estar presente sobre, um dleo ndo- acumulador de cletricidade estética em um ambiente ndo-inertizado ou naodesgaseificado. Neste caso, devem ser observadas as precaugdes contidas na tabela apresentada. Névoa de Agua Decorrente de Lavagem Quando as operagdes de lavagem de tanques sio efetuadas, & essencial que nao existam, no tanque, condutores metélicos ndo-aterrados ¢ ainda que nenhum seja introduzido enquanto a névoa eletricamente caregada persistir (isto é durante a lavagem e por 5 horas apos terminada a operagd). Equipamentos metilicos devidamente aterrados ¢ interligados podem ser utiizados em qualquer ocasiao, porque qualquer descarga para a névoa de égua toma a forma de corona nio- jenitiva, O equipamento pode conter ou consistir inteiramente de componentes no-metilicos. Nio BB os condutores intermedidrios, mas também os ndo-condutores so aceitéveis, embora 0 uso de cabos de polipropileno, por exemplo, deva ser evitado. absolutamente essencial, contudo, que todos os componeutes metalicos cstejam adequadamente aterradas. Se houver alguma diivida sobre © aterramento, a operagao nao deve ser permitida, [As operagées através de tubos de sondagem, quando hé névoa de agua decorrente de lavagem, sfio sempre seguras. Gas inerte Nao sto normalmente necessétias precaugdes contra eletricidade estatica na presenga de gas inerte, porque © g4s impede a existéncia de mistura inflamavel, Contudo, € possivel haver potenciais eletrostiticos muito elevados, devido a particulas em suspensio no gis inerte. E, se Filgamos que o tangue, por qualquer razio, no mais esti na condiso de inerte, as operagdes de Sondagem, de medigao de ulagem ¢ de retirada de amostras devem ser restringidas. Restrigdes devem também ser impostas quando ocorrer uma parada no sistema de gs inerte: + Durante a descarga; + Condugiio ao ingresso de ar; «+ Reinertizagdo de um tanque apés tal parada; « Por ocasiéo da inertizagao inicial de um tanque que contenha uma mistura de gas inflamavel. Devido ao potencial muito elevado que pode existir nas particulas em suspensio no gas inerte, nfo é prudente admitir que descargas em corona, resultantes da introdugzo de um equipamento condutor, nao sejam ignitivas. Por essa razio, nenhum objeto deve ser introduzido até que o potencial, inicialmente muito elevado, tenha tido a oportunidade de chegar a um nivel mais 25 tolerdvel; uma espera de 30 minutos, apés terminar a injegGo de gés inerte, é suficiente para essa redugdo ao nivel tolerdvel. Depois de 30 minutos, o equipamento pode ser introduzido no tanque, 0 que est sujeito, contudo, as mesmas precaugSes indicadas relativamente a névoa da agua decorrente da lavagem, 1.3 Agentes de combate a incéndio 13.1 - Principais Agentes Extintores Agente extintor é qualquer material empregado para resfriar, abafar as chamas ou quebrar a reagdio em cadeia, oriundas de uma combustdo, proporcionando sua extingabo. Os agentes extintores de uso mais difundidos a bordo séo a Agua, a Espuma, o Vapor, 0 C02, os compostos Halogenados, 0 Pé Quimico e a Solugéo Aquosa de Carbonato de Potdsio (APC), porém serio apresentados agentes recentemente desenvolvidos como os gases inertes argénio € 0 argonito além de compostos halocarbonados e o pé quimico ABC. 1.3.2 - Agua Aplicagio - Eo agente extintor de uso mais comum. Age principalmente por resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de, calor. Atua também por abafamento, dependendo da forma como é aplicada, ou seja, Jato Sélido, Neblina de Alta Velocidade e Neblina de Baixa Velocidade. O Jato Sélido consiste em um jorro de gua (Fig.1.3.2.1), langado & alta pressio, por meio de um esguicho com orificio circular de descarga. Sob esta forma, a agua atinge 0 material incendiado com violéncia e penetra fundo em seu interior. E 0 meio por exceléncia para a extingdo de incéndios classe “A”, onde o material tem de ser bem encharcado de 4gua para garantir a extingao total do fogo e impedir seu ressurgimento. Fig. 1.3.2.1 - Jato sélido Em alguns casos, como incéndios em colchées ¢ travesseiros, é conveniente que o material seja mergulhado na agua garantindo-se, assim, que no permanegam brasas no seu interior. As neblinas, tanto de alta (Fig. 3.2) como de baixa velocidade (Fig. 3.3), consistem no borrifamento da agua por meio de pulverizadores especiais. 26 Fig. 1.3.2.2 - Neblina de alta velocidade Fig, 1.3.2.3 - Neblina de baixa velocidade ‘A gua, assim aplicada sob a forma de goticulas, tem aumentada, em muito, sua superficie de contato com o material incendiado, propiciando um rapido decréscimo da temperatura no ambiente em que ocorre o fogo (exting4o por resfriamento). As neblinas podem ser utilizadas para auxiliar a extingdo de incéndios classe “A”, reduzindo as chamas superficiais e permitindo que as cequipes se aproximem mais do foco do incéndio, o que facilitara sua extingdo definitiva com jato sélido. As neblinas, na auséncia de espuma, so altamente eficientes na extingao de incéndios classe BY, onde 0 jato sOlido ndo tem a menor ago extintora; pelo contrdrio, aumenta o vulto dos incéndios peio turbilhonamento que provoca no seio do liquido inflamado. ‘A Agua, sob qualquer das trés formas em que é empregada, extingue incéndios por resfriamento, isto é, diminuindo a temperatura das substincias abaixo de sua temperatura de ignigéo. No entanto, quando se joga agua sobre uma substncia em combustdo, parte desta digua se transforma em vapor. O vapor, como veremos adiante, tem uma ago de abafamento. Dizemos, entio, que a Agua extingue incéndios principalmente por resfriamento e, secundariamente, por abafamento, Cuidados: = Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundarios sobre o material ou sobre 0 pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua selegao e emprego, de forma que sejam evitados acidentes, ou que o material venha softer danos maiores do que aqueles que jé possam haver sofrido pela agao do fogo. ~ A Agua, especialmente a agua salgada, é boa condutora de eletricidade ¢ niio deve, portanto, ser utilizada na extingao de incéndios classe “C”. No entanto, na total auséneia de agentes extintores adequados, ela podera ser usada, sob a forma de neblina de alta velocidade, devendo-se manter uma distincia de pelo menos dois metros dos equipamentos elétricos. Desta forma, silo menores 05 riscos de choque elétrico para o pessoal envolvido na faina. 7 - Requer providéncias efetivas quanto ao esgoto. Fainas prolongadas podem causar a redugdo da reserva de flutuabilidade por excesso de peso da agua embarcada, bem como dar origem 8 formagao de superficie livre, banda permanente ou redugao de estabilidade por acréscimo de peso alto. - Quando utilizada em jato sélido, pode avariar equipamentos frigeis, tais como equipamentos eletrénicos. ~ Reduz. a resisténcia de isolamento de equipamentos ¢ circuitos, principalmente em se tratando de gua salgada. - Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sélido, for dirigida sobre o pessoal 4 curta distancia, principalmente se atingir o rosto. ~ Se dirigida sobre equipamentos elétricos energizados, pode causar choque elétrico ao pessoal que guarnece a mangueira. . 1.3.3 - Espuma Aplicagio - E um agente extintor aplicado preferencialmente em incéndios para classe "B", podendo ser também utilizada em ineéndios classe “A”. Pode ser quimica ou mecénica conforme seu processo de formago. Quimica, se resultou da reagdo entre as solugdes aquosas de sulfato de aluminio e bicarbonato de sédio; mecénica, se a espuma foi produzida pelo batimento da égua, LGE (liquido gerador de espuma) ¢ ar. Ambos os tipos de espuma atuam,da mesma forma, flutuando sobre a superficie do liquido inflamado e isolando-o da atmosfera (Fig. 3.4). ‘AGUA Fig. 1.3.3.4 - Eficiéncia da aplicagao de espuma Espuma Quimica —Normalmente é encontrada em extintores portateis. Espuma MecSnica — Empregada para produgao de grandes volumes de espuma por meio de equipamentos que misturam proporcionalmente 0 liquido gerador com ar e agua. A Agua entra com aproximadamente 85% (em peso) na composigiio da espuma, tendo um efeito secundario na extingao do incéndio. Concluimos entéo que a espuma extingue o incéndio principalmente por abafamento e, secundariamente, por resfriamento. Cuidados: ~ Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada contra equipamentos elétricos energizados. - Reduz a resisténcia de isolamento de equipamentos ¢ circuitos elétricos ¢ eletrdnicos. - Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais. - Produz irritagao na pele e, principalmente, nos olhos. 1.3.4- Vapor Aplicagio - O vapor de agua pode ser utilizado como agente extintor, por abafamento. 28 Evidentemente, por sua temperatura normalmente clevada, ndo tem nenhuma agio de resfriamento Usa-se 0 vapor para extinguir ineéndios classe “B”, principalmente em pores de pragas de caldeiras e pracas de maquinas de navios a vapor, quando esses incéndios se mostram insensiveis a outros métodos. O uso de vapor obriga ao isolamento do compartimento, que fica inoperante. Cuidados: - Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento. Submete todos os equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada. 1.3.5 - Gases Inertes E todo gas que nfo alimenta uma combustao, agindo na reducdo do comburente (oxigénio) a niveis abaixo de 16%. , q Gas carbénico Aplicagao - Por ser 0 CO: um gas inerte, ele & empregado como agente extintor por abafamento, criando, ao redor do corpo em chamas, uma atmosfera rica em CO> ¢, por conseguinte, pobre em oxigénio. 0 CO, é também um gis mau condutor de eletricidade ¢, por isso, € especialmente indicado para incéndios classe “C”, Na Marinha, atualmente, 0 COz ¢ 0 agente extintor por exceléncia para extintores portateis, sendo empregado em incéndios das classes “B” € rel © CO, é um agente limpo que pode ser configurado com sistemas de alta ou baixa pressio, © sistema de baixa pressio € recomendado para aplicages onde so necessarias grandes quantidades de COs. O sistema de alta pressio é recomendadio para perigos menores ou onde espago élimitado. Cuidados: = Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes fechados ¢ sem ventilagio ~ Pode causar queimaduras na pele ¢ principalmente nos olhos, em face de sua baixa temperatura, se ditigido curta distancia sobre o pessoal. - A descarga das ampolas de COs pode dar origem a formagio de cargas de eletricidade estitica. Nao é indicada, portanto, a utilizagdo das ampolas de CO; para saturacio de ambientes onde existam misturas inflamaveis, mas apenas para combate a incéndios jé em evolugao. Argénio Aplicagio - O argénio € extraido do ar atmosférico no qual esté presente a uma concentragio de 0.93 vol%, é mais pesado que ar e sua densidade relativa ao ar é de 1,381, tem zero potencial de deplegao de ozénio (Ozone Depletion Potential - ODP) ¢ zero potencial de efeito estufa “Global Warming Potential” (GWP). Também € considerado um gas no t6xico © internacionalmente identificado como extintor IG- 01 esta relacionado para uso em espagos ocupados na “National Fire Protection Association” (NFPA 2001). A concentragio maxima de argénio normalmente esta entre 34% ¢ 52% do volume o que corresponde a niveis de oxigénio de 13.8% a 10%. A concentragdo de projet para um incéndio tipico da classe A é 36,2% de Argdnio o que corresponde a um nivel de oxigenio de 13.3%. 29 Cuidados: Com 0 oxigénio sendo inspirado em niveis abaixo de 15% é esperado que, com 0 aumento da exposi¢ao, haja um prejuizo na execugio de fungdes cognitivas e da performance da habilidade em tarefas manuais e especializadas. A exposigao desnecessaria do pessoal para qualquer agente extintor deve ser evitada com a evacuagao da drea protegida antes de descarga. Argonito Aplicagio - Em Areas ocupadas, permite um nivel de oxigénio em que as pessoas podem respirar. Nao ha nenhum fator toxicolégico associado com seu uso e no decompée ou produz qualquer subproduto quando exposto a chama em qualquer condigdo de fogo. E um agente limpo, ambientalmente aceitavel que oferece Zero Potencial de Deplegaio de Oz6nio e Zero Potencial de efeito estufa. Proporciona seguranga para uso em uma gama extensiva de aplicagdes sensiveis onde as pessoas estio presentes ¢ eletronicamente é ndo condutor. Quase todos os incéndios, em um espago fechado, sio extintos em menos de 60 segundos, quando a concentragao de oxigénio cair abaixo de 15%. O Argonito reduz a concentragdo de oxigénio a aproximadamente 12.5%, um nivel aceitével para exposi¢o humana em cima de curtos periodos de tempo. Usna descarga de ARGONITE nao criaré um efeito enevoando - nfo obscurecendo a visio, é uma mistura de dois gases inertes (50:50), achada naturalmente na atmosfera: ArgOnio (Ar) Nitrogénio (N2). Cuidados Exige os mesmos cuidados que o arg6nio 1.3.6 - Agentes em P6 , P6 quimico seco Aplicagio - Os pés quimicos secos so substancias constituidas de bicarbonato de sédio, bicarbonato de potassio ou cloreto de potassio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de p6 sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da reagdo em cadeia e por abafamento. E empregado para combate a incéndios em liquidos inflamaveis, (classe “B”) podendo ser utilizado também em incéndios de equipamentos elétricos energizados (classe “C”). O pd deve receber um tratamento anti- higroscépico para nfo umedecer evitando assim a solidificagio no interior do extintor. Cuidados - Os produtos empregados na sua composi¢ao so ndo-téxieos. Entretanto a descarga de grandes quantidades pode causar uma dificuldade temporaria de respiragio, durante e imediatamente apés a descarga, podendo também interferir seriamente com a visibilidade. - Exigem recomendagdes para limpeza - Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos elétricos € eletronicos. y 30 Os principais agentes quimico em pé sao: a) Purple-K (PKP) — £ um agente extintor & base de bicarbonato de potissio, muito eficiente na extingdo de incéndios em liquidos inflamaveis em forma pulverizada e em gases inflamaveis, atacando a reacéo em cadeia necessaria para sustentar a combustio. a substancia quimica seca é codificada com a cor violeta, com o propésita de identificagao e é capaz de extinguir incéndios da classe “B” e é obrigatério para a élasse “C”. O bicarbonato de potassio & ligeicamente alcalino e pode ser corrosivo a superficies que so afetado através de residuo alcalino. Em incéndios classe “C", deixara residuos de dificil remogio. O PKP pode ser empregado para o combate a incéndio em copas, cozinhas, dutos, fritadeiras e chapas quentes, b) PLUS FIFTY@ - A base da substincia quimica seca é 0 bicarbonato de sidio contendo aditivos quimicos secos, que o mantém com uma vazio livre e nao higroscépico. A suhstincia quimica seca é codificada com a cor azul clara, com o propasite de identificagio c é capaz de extinguir incéndios da Classe “B” ¢ € obrigatério para a Classe “C™ O bicarbonato de sédio é tigeiramente alcalino ¢ pode ser corrosive em superficies que sio afetado por residuo alcalino ©) Pé Quimico ABC (FORAY) - Fosfato de monoaménia + sulfato de aménia, a substincia quimica seca é codificada com a cor amarela, com o propésito de identificagao e pode ser usado em alguns tipos de incéndios da classe A ¢ B obrigatério para a Classe “C”. O fosfato de monoaménia é ligeiramente acido na presenga de umidade o que resulta em propriedades corrosivas moderadas. O fosfato de monoaménia derrete quando aquecido @ uma temperatura de 300 °F (149 °C), formando uma camada que adere a uma superficie. A camada permanecera aderente até mesmo depois que a superficie se resfrie, Esta camada, quando exposto a umidade, também é écida 4) Pé Quimico Seco Especial ~ (MET-L-X) ~ £ empregado exclusivamente no combate a incéndios em metais combustiveis (classe “D"). Solugio aquosa de pé quimico - Solugio aquosa de carbonato de potassio © Aqueous Potassiwn Carbonate (APC) € usado a bordo de alguns navios para extinguir incéndios em dleos comestiveis ¢ gorduras em geral, nas fritadeiras, ventilagdes da cozinha ¢ dlutos de extragao. A técnica fireqtientemente usada no combate a fogo de gorduras liquidas, envolvendo dleos ¢ banhas nao-saturadas de origem animal ou vegetal, é a aplicagao de solugio alcalina como 0 APC, que em contato com a superficie em chamas, gera uma espuma parecida com a do sabio, impedindo © contato do ar com a superficie em chamas. A espuma leve de sabio contém vapor e causa bolhas de CO? e glicerina que flutuam na superficie do leo em chamas 1.3.7 - Quadro Resumo de Agentes Extintores ~ - ~ _ dio Agente exti ntor | Classe "A’ Classe "B' Classe "C" Classe "D" Método de — i = extingio | Kgua _ | Eficiente - Resfriamento [Vapor Nao, Eficiente*** [Nao Abafamento [Espuma| | Pouco Eficiente ‘Nao ‘Abafamento | __| Eficiente ee ___| Resfriamento) Gas Inerte Pouco Eficiente Eficiente ‘Abafamento | a | Bficiente fae z= _| Resfriamento) | Composto Pouco Eficiente Eficiente ~~ | Quebra da) Halogenado Eficiente | Reacdo ; em Cadeia ob _ (Abufamento) ‘Composto. Pouco Eficiente Eficiente Nao Resfriamento ! Halocarbonado | Eficiente (Quebrada | reagio | em cadeia) PQS Pouco Eficiente Eficiente* PQS** Quebra da; Eficiente special reago em cadeia i _ _ (abafamento)_! Observagées: + Em equipamentos cujos componentes sao sensiveis, 0 uso do PQS nao é indicado. ** Para incéndio classe “D”, usar somente PQS especial. *#* Seu uso obriga isolamento do compartimento. 1.4 Sistemas fixos de combate a incéndio Todos os petroleiros sio providos de um sistema de combate a incéndios com agua, que consiste de bombas, redes, hidrantes, mangueiras e esguichos de jato sdlido ou, preferivelmente, esguichos de jato sélido e neblina, A disposigo das tomadas (hidrantes) assegura que qualquer local a bordo possa ser atingido por dois jatos d'égua, Algumas vezes so instaladas em certas anteparas redes de borrifamento. Uma "conexio internacional” deverd ser suprida aos petroleiros, de modo que um fornecimento externo de égua possa ser ligado a qualquer hidrante da rede de incéndio do navio. Tal conexdo deverd estar disponivel para uso imediato. 1.4.1 InstalagGes Fixas - Abafamento Um ou mais dos diferentes sistemas de abafamento abaixo listados, ou uma combinagio deles, podem ser instalados a bordo de um petroleiro. 1.4.2 Sistemas de Alagamento por Gis Carbénico Este sistema é destinado ao combate de incéndios em pragas de maquinas ¢ de caldeiras, e em casas de bombas. O sistema consiste normalmente de uma bateria de grandes cilindros de gés carbénico. O gas carbénico € levado do manifold dos cilindros para determinados pontos onde existem difusores. Um alarme é ativado no compartimento a ser inundado antes que o gas carbénico seja liberado, a fim de dar a0 pessoal tempo suficiente para evacuar 0 compartimento. 32 1.4.3 Sistemas de Espuma Tais sistemas se destinam ao combate de incéndios em tanques de carga, em conveses de carga, em casas de bombas ¢ em compartimentos de méquinas. Num sistema de espuma, ha tanques de armazenamento que contém liquido gerador de espuma. Através de um proporcionador, a égua da rede de incéndio € misturada na correta proporgao com o concentrado (LGE) suprido pelo tanque a espuma é enviada, por canalizagdes fixas, aos pontos em que deverd ser descarregada. 1.4.4 Sistema de Gas Inerte inerte é impedir incéndios ou explosdes em tanques de inerte pode A finalidade de um sistema de g: carga. Embora nao seja uma instalagfo fixa de combate a incéndios, o sistema de gas auxiliar a combaté-los. 1.4.5 Combate ineéndio com equipamento portatil Extintores sao recipientes metilicos que contém em seu interior agente extintor para o combate imediato e répido a prineipios de incéndio. Podem ser portateis ou sobre rodas, conforme o tamanho € a operagdo. Os extintores portéteis também so conhecidos simplesmente por extintores © 0s extintores sobre rodas, por carretas. O grau de protegdo que oferecem nfo equivale ao das instalagdes fixas e automdticas, mas, se empregados adequadamente, so eficientes em extinguir 0 fogo em seus momentos iniciais. (0 emprego de extintores portiteis para debelar principios de incéndios nunca deve protelar 0 guamecimento de recursos de maior vulto, uma vez que, caso 0 combate com equipamento portatil fracasse, jé estario em andamento providéncias para fazer chegar ao local recursos de maior porte, permitindo o combate a incéndio antes que cle atinja grandes proporgoes. 0 éxito no emprego dos extintores dependeré de: = manutengiio de acordo com as normas téenicas da Associagao Brasileira de Normas Técnicas (NBR 12962); - distribuigao apropriada dos aparelhos; - inspegdo periddica da drea a proteger; - pessoal habilitado no manuscio correto. Os extintores devem conter uma carga minima de agente extintor em seu interior, chamada de unidade extintora e que é especificada em norma. 1.5. Extintores a Agua - Tipo pressurizado © propelente (ar comprimido) e o agente extintor so armazenados no cilindro ¢ a descarga é controlada por meio da vilvula de fechamento (Fig. 1.5.1) CARACTERISTICAS | Capacidade 10 litros | Unidade extintora 10litros | Aplicagio Incéndio Classe “A” Alcance médio do jato 10 metros Tempo de descarga (60 segundos Fig. 1.5.1 - Extintor de agua pressurizada 33, namento - a pressdo intema expele a agua quando o gatilho é acionado. Fun Operagao - remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alga inferior. Retirar a seguir © pino de seguranga e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base das chamas. Apés extinto 0 fogo, dirigir o jato sobre o material ainda incandescente até encharcé-lo (Figs. 1.5.2, 1.5.3, 1.5.4 1.5.5). Recarga — Os extintores a base de égua devem softer recarga em um intervalo maximo de cinco anos. Fig. 15.5 Manuseio e operagao de extintor de gua pressurizada 1.5.1 - Extintores a Espuma 1.5.1.1 - Espuma mecdnica pressurizada CARACTERSTIONS Capacidade “9 Titros (mistura de agua e Liquido Gerador de Espumma) Unidade extintora 9 litros ‘Aplicago Incéndios Classes “A” € ‘Aleance médio do jato ‘5 metros ‘Tempo de descarga ‘60 segundos Fig. 1.5.1.1 - Extintor de espuma mecénica pressurizada Funcionamento - A mistura de agua ¢ liquido gerador de espuma (LGE) ja esta sob pressio, sendo expelida quando acionado o gatilho; ao passar pelo esguicho langador, ocorrem 0 arrastamento do ar atmosférico ¢ o batimento, formando a espuma (Fig. 1.5.1.1). 34 Operagiio - so operados & semelhanga dos extintores ‘de 4gu pressurizada. Deve ser conduzido ao local do fogo, posicionar-se em seguranga, romper 0 lacre, puxar o pino de seguranga, empunhar 0 gatilho e esguicho e langar a espuma contra uma antepara (Figs. 1.5.1.2. ¢ 1.5.1.3). Fig. 1.5.1.2 Fig. 1.5.1.3 Manuseio € operagaio do extintor de espum mecinica pressurizada Sao encontrados nas Fragatas Classe “GREENHALGH”. Podem ser recarregados a bordo. A frequéncia de substituigao do agente extintor, espuma mecéinica, deve cumprir as recomendagses do fabricante. Por exemplo: 0 extintor dé nove litros deve receber 86 litros de agua ¢ 0,4 litros de AFFF, devendo ser pressurizado até que seu manémetro indique a pressao de 10 Bar. 1.5.1.2 - Espuma mecdnica pressiio injetada CCARACTERISTICAS Capacidade 9 Titros (mistura de agua e Liquido Gerador de Espuma) Unidade extintora —_ 9 Tits Aplicagao Tncfndios Classes “A” €"B" ‘Alcance médio do jato Smetros_—_ "Tempo de descarga 60 segundos Fig, 1.5.1.4 - Extintor Espuma Mecénica pressio injetada Funcionamento - Ha um cilindro de gas comprimido acoplado ao corpo do extintor (Fig, 1.4) que, sendo aberto, pressuriza-o, expelindo a mistura de agua ¢ LGE quando acionado 0 gatilho. A mistura, passando pelo esguicho langador, se combina com o ar atmosférico ¢ sofre 0 batimento, formando a espuma. Operagio - Deve ser conduzido a0 local do fogo, posicionar-se em seguranga, abrir 0 registro do cilindro lateral e romper o lacre, emptinhar 0 gatilho e esguicho e langar a espuma contra uma antepara (Figs. 1.5.1.5, 1.5.1.6, 1.5.1.7 ¢ 1.5.1.8). Fig. 1.5.1.5 Fig. 1.5.1.6 Manuseio do extintor de espuma mecanica de pressdo injetada Fig. 1.5.1.7 Fig. 1.5.1.8 ‘Operagdo do extintor de espumma mecdnica de pressdo injetada 1.5.3 - Extintores a Didxido de Carbono (CO2) O extintor consiste de um cilindro de ago sem costura, no qual é comprimido 0 COza uma pressfio de 850 Ib/pol.2. O uso da alavanca de disparo permite uma operago intermitente do extintor (Fig. 1.5.3). CARACTERISTICAS Capacidade 2,4e6ke ‘Unidade extintora 6kg 7 ‘Aplicagao Incéndios Classes “B” ¢ " | Alcance médio dojato | 25 metvos ‘Tempo de descarga”) 2S segundos Fig. 1.5.3 - Extintor de CO, 36 Funcionamento - O gas ¢ armazenado sob pressiio ¢ liberado quando acionado o gatilho. ‘Cuidados - Segurar pelo punho do difusor, quando da operagao. Os extintores de didxido de carbono, com difusor de metal, no devem ser empregados em incéndios da classe “C”, por apresentarem 0 risco de choque elétrico. Quando empregados em ambientes confinados, o operador deverd fazé-lo com cuidado, a fim de nao sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem de oxigénio que restard para a respiraglo. Nao podem ser usados em incéndios da classe “D”. Sao eficientes contra pequenos incéndios da classe “A”, controlando-os até a chegada de agente indicado para esse tipo de incéndio. Operagao - retirar o pino de seguranga. Em seguida, pressionar a alavanca que comandara a valvula de descarga. Em quase todos os tipos de incéndio, a descarga deve ser dirigida para a base das chamas e, apds sua extingdo, deve ser mantido o jato para permitir um maior resfriamento prevenir 0 possivel reavivamento do fogo. Deve ser conduzido ao local do fogo, posicionar-se em seguranga, romper 0 lacre e tirar opino de seguranga, empunhar 0 gatilho ¢ o difusor e efetuar langamento com difusor em movimentos laterais (Figs. 1.5.3.1, 1.5.3.2. 1.5.3.3. 15.3.4 1.5.3.5) Recarga — O agente deve ser substituido somente quando houver perda superior a 10% da carga nominal declarada. Fig. 1.53.4 Manuseio ¢ operagao de extintor de CO, - Extintores a Pé Quimico Os extintores a bicarbonato de s6dio foram originalmente conhecidos como “po quimico”, sendo esta denominagao mantida para todos os extintores com agente extintor em po, exceto aqueles para incéndios classe “D” 1.5.4.1 - Tipo pressurizado Como propelente, emprega 0 COs, nitrogénio ou ar comprimido, isentos de umidade, a fim de nao granular o pé (Fig. 1.5.4.1). . CARACTERISTICAS ‘Capacidade 12,46, 8 I2kg Unidade extintora 4 litros “Aplicagao Tncéndios Classes “B” ©. "C”. “D”, utilizando pé quimico seco especial ‘Alcance médio do jato Smetros_ ‘Tempo de descarga 5 segundos para extintor de 4 A Me 25 segundsparentiiorde | pig sa - 12k __} ressurizado Funcionamento - 0 po sob pressdo € expelido quando o gatilho ¢ acionado. Cuidados - Os extintores a p6 quimico nao sio efetivos em incéndio classe “D” e podem, inclusive, causar reagdes quimicas violentas, Operagio - 0 jato deve ser dirigido sobre as chamas, movimientando-se 0 esguicho rapidamente de um lado para outro. Alguns extintores tém alta velocidade na safda do esguicho e, por isto quando usados em liquidos inflamaveis em camada espessa, deve ser aplicado a uma distancia de 2 a 2,5 m. Recarga — O agente extintor deve ser substituido no periodo maximo definido pelo fabricant 1.5.4.2- 0 pressao injetada cilindro contém 0 p6 quimico, e o propelente (COz) é armazenado numa pequena ampola localizada na parte externa do extintor. A descarga é controlada por uma vilvula externa ao extintor CARACTERISTICAS 4, 6,80 12KE Unidade extintora akg Rplicagio Tneéndios Classes “B” 6 _Classe “D”, com PQS especial ‘Aleance médio dojato S metros Tempo de descarga TS segundos para entinior de akg, 25 segundos para extintor de 12 kg Fig. 1.5.4.2- Extintor de p6 quimico pressurizado Funcionamento - Junto ao corpo do extintor hd um cilindro de gas comprimido acoplado. Este, ao ser aberto, pressuriza o extintor, expelindo 0 pé quando o gatilho € acionado. Operagao - para se colocar o extintor em funcionamento, pressiona-se o mecanismo de perfuragio da ampola de CO2. A descarga ¢ controlada pela valvula existente na extremidade da 38 mangueira, 0 jato deve ser dirigido sobre as chamas, movimentandose o esguicho de um lado para outro (Figs. 1.5.4.2.1, 1.5. 15.4230 15.4.2.4). Fig. 1.5423 Fig. 15.424 ‘Operagdo e manuseio de extintor de pé quimico 1.5.5 - Extintores a P6 Quimico Seco para Metais Combustiveis Esses extintores so normalmente conhecidos como extintores a “pd seco” ¢ utilizados em incéndios da classe “D”. © po mais comumente empregado é 0 MET-L-X (cloreto de sédio com fosfato tricdlcio, aditivo termoplastico e metal estearato). O po nao é téxico, nao é combustivel, nao é abrasivo e na conduz eletricidade. Geralmente 0 propelente é 0 bidxido de carbono. O pé forma uma camada sélida, impedindo © contacto do oxigénio com as chamas, extinguindo-as. £ importante que a camada sélida nao seja partida, o que iria permitir entrada de oxigénio € conseqtiente intensificagao das chamas. © pé tem a caracteristica de aderir em superficies quentes, envolvendo perfis irregulares © fandidos. Os extintores que contém 0 MET-L-X so indicados para incéndios que envolvem sédio, potassio, ligas de s6dio-potissio e magnésio. Operagao ~ quando da aproximagio a um incéndio, abrir totalmente o esguicho e langar 0 po sobre o metal incendiado (Fig. 1.5.5). 39 + PERFURE © SEO DA ANP OL A = COBRA O MATERIAL INCENDIADS COW UMA CAUADA BE PO SOM DEAR FALHAS MANTERHA-9 COBERTO ATI > Aponte © eseyicHo ESFRIAR PARA A BASE = CAS CHAMAS ~*~ —PRESSIONE A ALAVANCA bo ESeuICcHO Fig. 1.5.5 - Operago e manuseio de extintor dé p6 quimico especial ‘A medida que as chamas diminuirem de intensidade, reduzir a pressio no esguicho e manter © jato sobre a area incendiada. Particulas de metais combustiveis misturadas com lubrificantes de méquinas queimam rapida e violentamente. Devido a grande quantidade de calor desprendida neste caso, nem sempre é possivel a aproximagao ao local do incéndio para aplicar corretamente o agente extintor. 1.5.6 - E3 tores Sobre Rodas (Carretas) Sao aparelhos com maior quantidade de agente extintor, montados sobre rodas para serem conduzidos com facilidade. As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam, como 08 extintores portateis. Devido ao seu tamanho ¢ a sua capacidade de carga, a operagao destes aparelhos obriga emprego de pelo menos dois operadores. As carretas podem ser de Agua, espuma mecanica, espuma quimica, p6 quimico seco e gis carbGnico. 1 - Carreta de agua Visualizagio da carreta (Fig. 1.5.6.1) CARACTERISTICAS Capacidade a Fa 150 litros ‘Aplicagao ~ Tneéadio Classe “A™ “Aleance médio do jato = 13 metros ~] “Tempo de descarga "75 litros 180 segundos Funcionamento - Acoplado ao corpo da carreta ha um cilindro de gas comprimido (Caso seja pressio injetada) que, quando aberto, pressuriza-a, expelindo a agua aps acionado o gatilho. 40 Operagio - Conduzir a carreta equilibrando 0 peso sob 0 eixo das rodas, retirar a mangueira do suporte, romper o lacre e pressurizar a carreta abrindo o registro do cilindro de gas (casos seja pressio injetada) e dirigir 0 jato para a base do fogo. No tipo pressurizado, a pressao interna expele ‘a agua quando o gatilho é acionado (Figs. 1.5.6.1.2, 1.5.6.1.3, 1.5.6.1.4 € 1.5.6.1.5). Fig. 1.56.14 Fig. 1.5.6.15 ‘Operagio e manuseio da carreta de agua tipo pressurizada 1.5.6.2 - Carreta de Espuma MecAnica Visualizagao da carreta CARACTERISTICAS: Capacidade 75 a 150 litros (mistura de agua e LGE) Aplicago [_Ineéndios Classes “A” € ‘Aleance médio do jato 7,5 metros Tempo de descarga 75 litros 180 segundos Fig, 1.5.6.2 SCarreta de espana metinica Funcionamento - Ha um cilindro de gés comprimido acoplado ao corpo do extintor que, sendo aberto, pressuriza- 0, expelindo a mistura de dgua e LGE, quando acionado 0 gatilho, No esguicho langador é adicionado ar 4 pré-mistura, ocorrendo batimento, formando espuma Operagao - Conduzir a carreta equilibrando 0 peso sob o eixo das rodas, retirar a mangueira do suporte, romper o lacte e pressurizar a carreta abrindo 0 registro do cilindro de gis (casos seja pressio injetada) e langar a espuma contra uma antepara (Figs. 1.5.6.2.1, 1.5.6.22, 15.6.2.3. 1,5.6.2.4 - Carreta Pressurizada ). 41 Operagio e manuseio da carreta de espuma mecanica 1.5.6.3 - Carreta de P6 Quimico Seco Visualizagao da carreta (Fig. 4.50) CARACTERISTICAS Capacidade kg a 100ke | Aplicagaio Tneéndios Classes “B” e °C _ Classe “D", utilizando PQS especial Tempo de descarga, para 720 segundos 20 kg Fig. 1.5.63 - Carreta de P6 Quimico Seco Funcionamento - Junto ao corpo do extintor ha um cilindro de gés comprimido que, ao ser aberto, pressuriza-o, expelindo © pé quando acionado o gatilho 42 Operagio - Conduzir a carreta equilibrando 0 peso sob o eixo das rodas, retirar a mangueira do suporte, romper 0 lacre ¢ pressurizar a carreta abrindo o registro do cilindro de gas ¢ dirigir 0 jato por sobre 0 fogo (Figs. 1.5.6.3.1, 1.5.6.3.2,1.5.6.3.3 € 1.5.63.4). Fig. 1.5.6.3.3 Fig. 15.634 ‘Operagiio e manuseio da carreta de p6 quimico seco 1.5.6.4 - Carreta de Gis Carbinico CARACTERISTICAS: Capacidade__} 25 kg a 50 ke Aplicagao Tncéndios Classes “ ‘Alcanee médio do jato_ "Tempo de descarga para 30 ke Fig, 1.5.6.4 - Carreta de Gas Carbénico Funcionamento - O gas carbénico, sob pressio, é liberado quando acionado o gatilho. Operagdo - Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas, retirar a mangueira do suporte, romper o lacre e pressurizar a carreta abrindo o registro do cilindro de gas e dirigir 0 jato para a base do fogo fazendo movimentos laterais com o difusor (Figs. 1.5.6.4.1, 1.5.6.4.2, Fig 15.643 Fig. 15.644 Operagio ¢ manuseio da carreta de gas carbénico 1.5.7- Os extintores de soda-dcido, carga liquida e espuma quimica, apesar de ainda encontrados, niio mais sfo fabricados por causa das seguintes desvantagens - Apés iniciada, a descarga do extintor nao pode ser interrompida. ~ Agente € corrosivo. - Esses extintores s40 potencialmente perigosos para o operador durante 0 uso. Se a descarga do jato for bloqueada, a pressio interna do cilindro poderd exceder 20 Kg/em2 (300 Ib/pol2) e, eventualmente, explodir, causando sérias lesdes ou morte ao operador. - 0 extintor manual de 4gua tipo cisterna, em virtude da dificuldade de operagdo ¢ da existéncia de extintores mais eficientes caiu em desuso. 44 1.5.8 - Manutengio e Inspecao 1.5.8.1 - Manutengio ‘A manuteng&o comega com 0 exame periddico ¢ completo dos extintores € termina com a corregio dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro ¢ eficiente. E realizada através de inspegdes, onde sao verificados: localizagao, acesso, visibilidade, rétulo de identificacao, lacre ¢ selo da ABNT, peso, danos fisicos, obstrugao no bico ou na mangueira, pegas soltas ou quebradas ¢ pressiio nos manémetros. 1.5.8.2 - Inspegdes Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalizagao, Mensais: Verificar se 0 bico ou a mangueira esttio obstruidos. Observar a pressio do manémetro (se houver), 0 lacre ¢ o pino de seguranga. Semestrais: Verificar 0 peso do extintor de CO2 e do cilindro de gés comprimido, quando houver. Se 0 peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar. ‘Anu: rerificar se ndo ha dano fisico no extintor, avaria no pino de seguranga e no lacre. Recarregar 0 extintor. Quingiienais: Fazer o teste hidrostitico, que ¢ a prova a que se submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposigdo a temperatura altas, fataques quimicos ou corroséo. Deve ser efetuado por pessoal habilitado ¢ com equipamentos especializados. Neste teste, 0 aparelho & submetido a uma pressio de 2,5 vezes a pressdo de trabalho, isto se a presso de trabalho é de 14 kgf/cm2, a pressio de prova seré de 35 kaf/em2. Este teste é precedido por uma minuciosa observagao do aparelho, para verificar a existéncia de danos fisicos. 1.5.9 - Identificagio dos Extintores portateis © local onde ficam instalados os extintores deve ser mareado com um sinal, indicando a classe de incéndio para o qual aquele extintor é adequado. =xtintores utilizados em incéndios classe “ verde contendo a letra A. Extintores utilizados em incéndios classe “B” sao identificados por meio de um quadrado vermelho contendo a letra B. Extintores utilizados em inc€ndios classe “« contendo a letra C. sto identificados por meio de um cireulo azul Extintores utilizados em incéndios classe “D” so identificados por meio de uma estrela amarela de cineo pontas contendo a letra D. 1.5.10 — Distribuigo dos Extintores Portateis, A correta distribuigdo dos extintores esta diretamente ligada a area que vai ser protegida Como nem todos os locais esto sujeitos aos mesmos riscos de incéndio, considerando o material existente e 0 trabalho ali realizado, classificam-se as areas como de pequeno, médio ¢ grande risco. 1.5.11 - Areas de pequeno risco Sio aquelas em que o material combustivel para incéndio das classes “A”, “B" ¢ “D” (ncluindo partes estruturais, mobilirio e materiais depositados ou manuseados) se faz presente em pequenas quantidades, sendo disposto de tal forma que nao favoresa a ripida propagagao das chamas, por exemplo: igrejas, salas de aula, escritério ete. 1.5.12 - Areas de médio riseo Sto aquelas em que combustiveis para incéndio das classes “A”, “B” e “D” esto presentes em quantidades maiores que no caso anterior, havendo facilidade de propagagao de chamas, por exemplo: lojas comerciais, estacionamentos, oficinas ete. 1.5.12.1 - Areas de grande risco Sio aquelas onde existem grande quantidade de combustiveis para ineéndio das classes “A SB" e@ “D” em estoque ou manuseio, por exemplo: bibliotecas, refinarias, pastes de gnselina, depésitos em geral etc. Os extintores portéteis devem ser selecionados ¢ posicionados com base no material combustivel efetivamente existente na area a proteger. Além do problema relativo & seleglo do extintor, & importante considerar a posigao relativa desses equipamentos junto a rea ou dos pontos por eles protegidos. Algumas vezes devem ser propositadamente posicionados préximos aos pontos Com risco em potencial, entretanto como na maioria das vezes 0 exato local nio pode ser previsto, devem ser estrategicamente posicionados, dentro de certas regras gerais, devendo ser observados 05 seguintes prinicipios basicos; = distribuigao uniforme; = facil acesso; € = posicionamento em local visivel. Os extintores suspensos em cabides devem ser posicionados com certos limites de altura em relagdo ao piso ¢ em fungao do peso total que possuem. Existem regras particulares para distribuigao de extintores, definindo poténeia minima em relagdo a area de risco, calculo do namero: de extintores por drea ¢ em rela¢ao ao material existente, porém nao ser aqui abordado, por estar além do objetivo desse manual 1.5.13 - Observagées Gerais Agentes extintores tais como agua e areia, langados a balde, constituem um recurso de razoavel eficiéncia para controle de principios de incéndios. E um recurso simples ¢ econdmico indicado como altemnativa para locais isolados, onde os riscos de incéndio sejam pequenos, e espago e a estética nfo constituam problema = Os extintores que utilizam substéncias quimicas sob presso devem ser testados hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o extintor apresentar acio da corrosdo ou avarias mecdnicas. Ex 0 cilindro. ou que ntores que apresentam sinais de corrosao, deformagdes tenham sido reforeados por meio de solda ou outro pracesso mecinico, devem ser substituides por novos extintores ja tesiados hidrostaticamente. 47 - Os extintores portéteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou em pd, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob condiges de vento forte, 1.6 Contengiio de derramamentos As estatisticas revelam que 80% dos incidentes de poluigdo ocorrem nas operagdes de carga € abastecimento, em situago de derramamento. Além da possibilidade de poluigio, um derramamento é fonte potencial de incéndio. Portanto, ¢ essencial que as tripulagdes mantenham vigilancia rigorosa ao longo dessas operagdes para assegurar que qualquer vazamento seja rapidamente contido. Durante as operagdes de carga, abastecimento ¢ transferéncia intema, as ulagens de todos os tanques devem ser monitoradas continuamente, para que sejam identificadas situagdes como vilvulas dando passagem, manobras indevidas ou qualquer outra situagio que permita o enchimento indevido de determinado tanque, evitando transbordamento e consequente poluigao e risco de ineéndio. Os recursos de construgo para conter derramamento a bordo incluem a obrigatoriedade da embarcagao ser provida com uma borda de contengao continua no convés de pelo menos 150 mm de altura no entorno da area de carga de tal modo que eventuais vazamentos de carga para o convés sejam contidos a bordo. Essa borda de contengdo devera ser dotada de embornais com bujées ou dispositivos eqivalent. Além disso, as tomadas de carga deverfio ser providas ser providas de bandejas, com capacidade nunca inferior a 200 litros, com um dos drenos conectado a tanque de carga, por meio de rede com valvula. Suspiros dos tanques de carga, tubulagGes independentes com valvulas de seguranga, € qualquer outro dispositivo onde seja possivel o derramamento acidental do liquido deverdoser providos de bandejas com capacidade nunea inferior a 20 litros, com dreno. 48 CAPITULO 2 Introdugiio a seguranca de transporte de petréleo, seus derivados ¢ ctanol 2.1 Regras ¢ normas relativas 4 operacao e transporte de petréleo, seus derivados ¢ ctanol em Aguas interiores ‘As atividades do comércio sao de interesse intemacional e 0 forum internacional para assuntos do comércio maritime & a Organizagio Maritima Internacional — IMO, que possui convengdes que afetam diretamente os navios ¢ as atividades da navegagio maritima, tais como: + Convengao Internacional para Seguranga da Vida Humana no Mar (SOLAS/74); + Convengdo Internacional para Prevencio da Poluigdo pelos Navios (MARPOL 73/78); ¢ + Convengiio Internacional para Padrdes de Treinamento, Certificagao ¢ Servigo de Quarto (STCW/1995) as leis ¢ Os paises membros das convengdes acima tém suas provisdes incorporadas regulamentos nacionais. Os navios petroleitos sio afetados por estas convengdes. pelas leis nacionais proprias e também pelas leis do Port State (Estado do Porto) Para atender as exigéncias estruturais previstas na SOLAS 74, 0 navio petrolcito deve possuir um Certificado de Seguranga de Construgio para Navio de Carga com 0 Suplemento para petroleiro (Cargo Ship Safety Construction Certificate with the Oil Tanker Supplement), Para atender as exigéncias referentes a equipamentos previstas na SOLAS 74, 0 navio petroleiro deve possuir um Certificado de Seguranca de Equipamento para Navio de Carga com 0 Suplemento para Petroleiro (Cargo Ship Safety Equipment Certificate with the Oil Tanker Suplement). Para cumprir exigéncias referentes 4 construgio e equipamentos previstas na Convenco MARPOL 73/78, todo navio petroleiro deve possuir um Certificado Internacional para Prevencao da Poluigdo por Oleo com o Suplemento “B” (International Oil Pollution Prevention Certificate with Supplement B - IOPP Certificate). Todo navio petroleiro com S00tpb ou acima deve cumprir também com os requisitos do Cédigo Internacional para Gerenciamento de Seguranga (ISM Code). Os Flag States (Estados das Bandeiras) so responsiveis pela emissio, verificagao ¢ manutengio desses certificados, podendo delegar a outras inslituigdes a emissao desses certificados em seus nomes. As boas praticas sdo iniciativas voluntarias adotadas pelo mercado sem carater obrigatirio, porém, com a intengdo de aumentar a seguranga operacional. Como cxemplo, podemos citar as recomendagdes da International Chamber of Shipping (ICS), Oil Companies International Marine Forum (OCIME) € International Association of Ports and Harbors (APH). O Comandante € responsivel pelo cumprimento dos requisitos operacionais do seu navio Em muitos portos, as operagdes dos navios petroleiros sio governadas por regulamentos locais. As 43 autoridades de Port State podem verificar se 0 navio cumpre com as convencdes SOLAS, MARPOL e outras convengdes da Organizago Maritima Internacional - IMO ¢ da Organizagio Internacional do Trabalho - ILO, Por diversas razées, os navios petroleiros podem causar poluigio na costa e em alto-mar e seus proprietarios so os responsdveis pelo custo da limpeza ¢ outros danos a0 meio ambiente, Alguns paises maritimos, membros da Convengio Intemacional sobre Responsabilidade Civil por Dano pela Poluigéio por Oleo, 1969, requerem que os proprietarios estejam segurados contra tais danos. Estes seguros so comprovados através do Certificado de Seguro, emitido pelo Port State sob as provisdes da conven¢%o, ou outra protegdo financcira, com relagio a responsabilidad civil por dano pela poluigio por dleo. Nesta convengio, a responsabilidade do proprietirio ¢ limitada pela tonelagem do navio, porém, 0 proprietério no pode limitar sua responsabilidade se o incidente envolvendo poluigao por dleo ocorre como resultado de sua falha ou conhecimento 2.2 Propriedades basicas e perigos dos seguintes componentes: petréleo, seus derivados e etanol © conliecimento das propriedades fisicas € quimicas das cargas transportadas em balsas petroleiras c necessério para o transporte e manuseio seguros dessas cargas, assim como os perigos € agdes necessirias em emergéncia. Portanto, alguns conceitos fisicos necessitam ser explicados. Estados de agregagfo - A matéria € composta por pequenas particulas e, de acordo com 0 maior ou menor grau de agregagio entre elas, pode ser encontrada em trés estados: sélido, liquido ¢ gasoso. O volume, a densidade ¢ a fora de um composto podem variar com a temperatura, ent&io 05 compostos apresentam caracteristicas de acordo com o estado fisico em que se encontram. Estado Sélido - as moicculas da matéria se encontram muito préximas, sendo assim possuem forma fixa, volume fixo e nao sofrem compresso. Por exemplo: em um cubo de gelo as moicculas esto muito proximas c nao se deslocam, Estado Liquido - as moléculas esto mais afastadas do que no estado solide ¢ os elementos que se encontrain nesse estado possuem forma variada, mas volume constante. Além dessas caracteristicas, possui facilidade de escoamento e adquirem a forma do recipiente que 0s contém. Estado Gasoso - a movimentagdo das moléculas nesse estado ¢ bem maior que nos outros estados, Se variannos a presso exercida sobre um gés podemos aumentar ou diminuir 0 volume dele, entio pode se dizer que sotre compressio ¢ expansio facilmente. Os elementos gaso.sos tomam a forma do recipiente que os contem. Essas caracteristicas obedecem a fatores como a Forga de Coesio (faz com que as moicculas, se aproximem umas das outras) c a Forga de Repulsdo (as moléculas se afastem umas das outras). No estado gasoso a Forga de Repulsio predomina, enquanto que no estado sdlido é a Forga de Coesav, a ’ Quando uma substancia muda de estado fisico, conforme Fig.2.2.1, sofre alteragdes nas suas caracteristicas microscépicas (arranjo das particulas) e macroscépicas (volume, forma), sendo que a composi¢io continua a mesma. Essas mudangas de estado sfio: 50 ~ Fusiio. Passagem do estado sélido para o-estado fisico. A temperatura constante em que isto ocorre a uma determinada pressio ¢ chamado Ponto de Fuso naquela pressi0. - Sublimagao. Passagem do estado sdlido para gasoso ¢ vice-versa ~ Ebulig&o. Passagem do estado Kiquido para o estado gasoso. A temperatura constante em que isto ocorre a uma determinada presso c chamado Ponto de Ebuligdo naquela pressdo. ~ Condensacao ou liquefacao. Passagem do estado gasoso para o estado liquido. - Solidificagao. Passagem do estado liquido para sélido. ypates Fig. 2.2.1 Ponto de fusao e ponto de ebuligdo — Sido propriedades fisicas frequentemente usadas para identificar os varios materiais puros. J4 sabemos que 0s materiais so encontrados em trés estados fisicos que sao definidos pela temperatura em que eles se encontram. A dgua é encontrada normalmente no estado Iiquido, estado liquido, porém, conhecemos 0 gelo que € a agua no estado sélido e 0 vapor d'égua que c a agua no estado gasoso. Quando colocamos gelo em um copo, depois de algum tempo, o gelo derrete transformando-sc em gua na sua forma liquida, Essa mudanga de estado fisico recebe 0 nome de fii.so. A fusdo do gelo ocorre quando o ambiente fornece calor suficiente para que 0 gelo passe para o estado liquide. temperatura na qual ocorre a fiiséo de uma substéncia pura recebe o nome de ponto de fusto. Qualquer que seja a quantidade ow a procedéncia de uma substincia pura, seu ponto de fustio serd sempre 0 mesmo. O ponto de fusio serve também para classificar os materiais em duas categorias: as substancias e as misturas. A fusio de material sélido puro ocorre em temperatura constante € os materiais que se comportam dessa maneira recebem o nome de substncias puras ou simplesmente substincias. Quando os materiais sélidos sio misturas, a temperatura ao final da fusdo é diferente da temperatura no inicio dessa transfonnago. Blas se caracterizam por apresentar uma faixa de temperaturas onde ocorre a fiisdio. O ponto de fus4o, sozinho, nfo € suficiente para diferenciar as “substincias das misturas. Existem misturas chamadas eutéticas, que apresentam temperatura constante durante a fusdo 0 ponto de ebuligao é outra propriedade usada para identificar substéncias, particularmente, no estado liquido. Ao aquecer um liquido, quando ele atinge uma determinada temperatura, comega fa ferver, ou seja, entra em ebulicdo transformando-se em vapor. Essa transformagao fisica do liquido em vapor é chamada de vaporizagao. A temperatura na qual ocorre a ebuli¢ao de um liquido é chamada de ponto de ebuligdo. A éguapura, por exemplo, a0 nivel do mar, entra em ebuligao a temperatura de 100°C. Nas mesmas condigdes, se dois materiais puros tém pontos de ebuligao diferentes, entio, eles sdio materiais diferentes, Diferenciar materiais liquidos por meio da comparagao de seus pontos de ebuligo é uma importante aplicagao dessa propriedade. Quando um material liquido ¢ constituido de uma dica substincia, sua ebuligo ocorre cm uma nica temperatura, como por exemplo, a Agua, a acetona, o cter, cte. Quandoos materiais liquidos so misturas, a temperatura ao final da ebuligdo é diferente da temperatura no inicio dessa transformagao. As misturas se carEictcrizam por apresentar um faixa de temperatura onde ocorre a vaporizagdo, enquanto que as substncias mantém uma tinica temperatura durante essa mudanga de estado fisico. ‘Existem misturas liquidas chamadas misturas azeolrépicas, que -apresentam ponto de: ebuligdo constante, como 0 alcool, que contém 96% da substiincia alcool etilico e 4% de agua. ‘A Fig, 2.2.2 ilustra em um diagrama de temperatura ¢ presstio que um gas no ponto A pode ser liquefeito pela remogao de calor ou aumento de pressao. Ponte defuse - Pontode ebulicso Pressio de vapor (p) —> i Temperatura (—> Fig.2.2.2 Fonte: Marinha do Brasil - DPC Tensao superficial - E uma caracteristica que os liquidos possuem de formar uma pelicula clastica na superficie, quando as moléculas que esto na superficie do liquido s6 sto atraidas por moicculas abaixo ¢ ao lado delas. Aderéncia ou forga de aderéneia - Ea forga de atracdo entre um liquido ¢ a superficie de um sélido quando em contato. Coesaio - Forga de coestio ¢ a forga de atragao entre as moicculas de um liquido. Presso hidrost imenso (Lei de Pascal). E a pressao exercida peio liquido em cada ponto de um corpo nele Solubilidade - E a quantidade maxima da substincia que se dissolverd em uma dada quantidade de gua, em determinada temperatura. Ela 6 expressa em niimero de gramas da mesma 52 por 100 gramas de Agua. Quando se trata de liquido dissolvendo-se em outro liquido, usa-se o termo Miscibilidade. Difusdo - Difusdo molecular ¢ um exemplo de fenémeno de transporte de matéria onde um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido (liquide ow gas), pelo movimento térmico de todas as particulas a temperaturas acima do zero absoluto. Viscosidade - A coesio molecular é a causa do atrito intemo, isto ¢, da resisténcia a0 deslocamento de camadas de moléculas liquidas uma sobre as outras. Como a viscosidade traduz de certo modo uma resisténcia ao escoamento, pode ser expressa c medida pelo tempo que o liquido leva para escoar-se pelo gargalo de um frasco de dimensGes pré-estabelecidas, ou seja, pelo tempo no qual sc escoa um dado volume. Assim, o grau de viscosidade tem 0 nome do idcalizador do frasco ou viscosimetro. Pressio de vapor saturado - E a pressio na qual 0 vapor esti em equilibrio com 0 liquide a uma determinada temperatura. Pressio critica - E a pressio de vapor saturado na temperatura critica, ou seja, a pressio minima necessaria para liquefazer um gas naquela temperatura, Inflamabilidadc. E a capacidade dos gases de uma substéncia ou mistura entrar em igni¢o c queimar quando misturados com 0 ar cm determinadas proporgdes. Se houver falta ou excesso de gis, a mistura ndo queima. As propor que limitam a possibilidade de queima sio expressas percentualmente em volume de gas no ar denominadas de limite inferior de inflamabilidade (LI) ¢ limite superior de inflamabilidade (LSI), Esses limites variam em fungio dos diversos componentes dos gases das cargas. Para 0 petréleo, na pratica, a faixa varia de um valor minimo do LU de cerca de 1% em volume de gas no ar até ura valor maximo do LSI de cerca de 10% em volume de gas no ar Limite inferior de inflamabilidade (LIL ou LIE) - E a concentragao de um gas de hidrocarboneto no ar abaixo da qual nao existe hidrocarboneto suficiente para suportar uma combustio. Limite superior de inflamabilidade (LSI ou LSE) - F a concentragdo de um gis de hidrocarboneto no ar acima da qual nao existe ar suficiente para suportar ¢ propagar a combustao. Faixa inflamével ou faixa explosiva - E aquela faixa limitada pelas concentragocs de gis de hidrocarbonetos no ar entre os limites inferior (Lif ou LIE) e superior (LSI ou LSE) de inflamabilidade. Misturas compreendidas entre tais limites sio capazes de inflamar-se ¢ de queimar- se Temperatura de auto-igni¢ao (ignicio autégena) - Ea mais baixa temperatura a qual um sélido, liquido ou gas necessita ser elevado para causar uma combustao auto-sustentada sem ser iniciada por uma chama ou centellia. Combustao espontinca - E a combustiio que acontece quando as caracteristicas inerentes do material caasam uma ago quimica (cxotermica) produzindo calor. € consequentemente ignigae. sem exposico & chama, centelha ou calor anormal. 53 Reatividade - Possiveis reagdcs fisicas ou quimicas que podem ocorrer durante 0 manuseio e transporte de determinadas cargas tomando-se num risco adicional Limite de odor - E a mais baixa concentragdo de gas ou vapor, comumente expressa em ppm, por volume no ar, que uma pessoa pode perceber pelo odor. E um parémetro que relaciona homem cora a carga. Estrutura dos hidrocarbonetos - © petréleo é uma mistura de compostos orginicos que sio constituidos, em sua 3 maioria, de hidrocarbonetos associados a pequenas quantidades de nitrogénio, enxofre e impurezas diversas, mas que nao alcangam 5%. A composigao do petrleo varia de acordo com a formagao geolégica do solo do qual c extraido. E encontrado cm jazidas terrestres ¢ nas plataformas continentais, ou seja, ‘nos rids e oceanos. Dependendo do tipo de petréleo, os dleos basicos extraidos ter composi¢o quimica diversa ¢ caracteristicas bem definidas e sua classificago, segundo a sua base, € constituida de: - Parafinicos: constituidos, em sua maior parte, por hidrocarbonetos de cadeia aberta; ~ Nafténicos: predomina era sua composigao 0 ciclopentano, como hidrocarboneto em cadeia fechada, sendo a matéria prima ideal para a composigio de lubrificantes; - Aromiticos: sua caracteristica é a preduminancia do benzeno em sua composi¢gao. Os componentes que forma os hidrocarbonetos (petréleo € derivados) nas condigdes ambientais de temperatura ¢ pressdo, so substancias que, em fiing&io do ntimero de étomos de carbono que constituem suas respectivas moléculas sdo gases, liquidos ou sélidos. Cada um dos hidrocarbonetos constituidos do petréleo recebe a denominagao da fracdo de petroleo. Cada uma dessas fragScs tem propriedades fisicas c quimicas distintas. ‘As moléculas muito leves, que contém até 6 dtomos de carbono por molécula, como as do metano, butano € propano, sdo gases sob condigdes atmosféricas normais. As_moléculas intermediérias, com até 25 tomos de carbono por molécula, tais como 0 dleo diesel so liquidos sob condigdes atmosféricas normais. As moléculas muito pesadas, com mais de 25 étomos por molécula, sdo sélidas sob condigdes atmosféricas normais. A Fig.2.2.3 dé exemplos de estruturas de hidrocarbonetos Fig.2.2.3 Fonte: Marinha do Mrasil - DPC © processo inicial utilizado nas refinarias, para separaco dos componentes da fragdo de Gleo cru, € a destilagio, Esse processo se aplica A separago dos hidrocarbonetos mais leves dos mais pesados, entve seus pontos moleculares Para um composto com grande ntimero de dtomos de 54 carbono, uliliza-se um processo denominado quando essas moléculas so divididas ¢ tem seus 4tomos reorganizados. Volatilidade - E a tendéncia dos dleos crus, derivados liquidos ¢ ctanol de produzir gis, tendéncia caracterizada pela pressio de vapor. No estado liquido, as moléculas de uma substincia esto muito mais prés as da outra do que no estado gasoso, causando por isso uma atra¢do maiot entre as moléculas, porém isso ndo impede que elas se movimentem, umas cm relagio as outras, nem que vibrem continuamente. Algumas delas possuem energia de movimento suficiente para escapar da superficie do Kiquido (evaporagao), com uma capacidade maior ou menor. 0 que caracteriza diferentes graus de volatilidade. O petréleo considerado volati! quando 0 seu ponto de fulgor, determinado pelo método de teste em vaso fechado, ¢ menor que 60 C. Quando um desses combustiveis iis, cle comega a vaporizar, isto ¢, comega a liberar gases no espago livre acima de sua superficie. Ha, também, uma tendéncia desses gases se dissolverem novamente no proprio liquido, ¢ um equilibrio ¢ finalmente aleangado com certa quantidade de gis distribuida homogeneamente no espago disponivel. A presso exercida por este gas ¢ chamada de pressio de vapor de equilibrio do liquide, ou simplesmente pressio de vapor. transferido para um recipiente livre d A pressio de vapor de um composto puro depende unicamente de sua temperatura, A press&o de vapor de uma mistura de compostes depende tanto de sua temperatura quanto do volume do espaco disponivel para avaporizacao do liquido, ou seja, depende da relagao gas/liquide, em volume. ‘A Pressio de Vapor Verdadeira (PVV) c a pressio do vapor de cquilibrio de uma mistura de compostos, quando a relagao gés/liquido, em volume, é efetivamente zero. A PVV c a maior pressdo de vapor a uma determinada temperatura. Quando a PVV excede a pressio atmosférica, 0 Tiquido comega a entrar cm ebuli¢fo. A PVV de uma mistura de petréleo ¢ uma boa indicagio de sua capacidade de produzir gas. Infelizmente, a PVV é extremamente dificil de'ser medida, embora possa ser calculada a partir de um conhecimento detalhado da composigao do composto, ou para os dleos crus, a partir das condigdes de estabilizagao, fazxndo-se as necessirias corregbes para subseqiientes variagées de temperatura ou de composigiio. No caso de produtos, existem correlagdes confidveis para obter a PVV a partir da temperatura e da Pressio de Vapor Reid (PVR), que so medidas mais facilmente. Toxidade das Cargas e scus Efcitos - £ 0 efeito de uma substancia ou seu vapor no corpo humano, produzindo manifestagdes indesejaveis imediatas ow tardias devido a ingestio, contato com a pele ou inalagio. O risco da ingestéo de quantidades significantes dc carga liquida durante a operagio normal de uma balsa petroleira é extremamente pequena. Os hidrocarbonetos tém toxicidade oral baixa para o homem, porém quando ingeridos causam desconforto intenso e nausea, Existe entao a possibilidade do liquido penetrar no pulmio durante © vémito com sérias consequéncias, especialmente com produtos de volatilidade muito alta, tais como gasohna ¢ querosene 55 Em contato com a pele, niuitos produtos derivados de petréleo, principalmente os mais voldteis, causam irritagZo e removem as gorduras essenciais da pele, produzindo dermatite. Eles também sio irritantes para os olhos. O cntato dircto com 0 petrdleo deve sempre ser evitado, usando-se HP! apropriado, especialmente luvas e éculos. Uma boa pratica ¢ também usar cremes protetores para as maos. risco maior, entdo, reside na inalaglo, devido a exposigio gos vapores da carga, A exposigo crénica ocorre quando o tripulante se expde continuamente a baixas concentragdes de vapores durante longos periodos, do que geralmente ocorre durante 0 manuseio normal das cargas. A exposigiio aguda ocorre quando 0 trabathador se expde por curtos periodos a concentragdes elevadas de vapores da carga, geralmente cm casos de acidentes. Portanto, 0 manuseio correto das cargas ¢ 0 conliecimento dos seus efetos danosos é de fundamental importancia. O efeito de uma exposigao é fungao da tolerdincia. Um pardmetros para indicar a toxidade de um produto 60 1 LV (!") ou Valor Limite de Tolerancia. Na indistria, 0 efeito dc uma exposicio prolongada a baixas concentragdes de uma substancia é de fundamental importancia e € expresso emILV Por definigo, TLV ¢ a concentragdo média em que se acredita que a maioria das pessoas pode ficar expt)sta, repetidamente, dia a dia, numa jornada normal de trabalho de 8 horas por dia ou 40 horas por semana, sem softer danos a satide, Obviamente o valor deve ser usado com cautela, pois diferentes pessoas tem diferentes hist6ricos dc saude e diferentes suscetibilidades a doengas. O efeito mais dos gases de petréleo no ser humano é a narcose. Os sintomas incluem dor de cabega € irritago nos olhos, com perda do controle ¢ tonteira similares 4 embriague, porém a toxidade pode variar muito, dependendo dos principais constituintes dos hidrocarbonetos contidos hos gases. Ela pode ser grandemente influenciada pela presenga de alguns dos componentes menos importantes, tais como hidrocarbonetos arométicos (por exemplo, benzeno) c sulfeto de hidrogénio. Um f LV de 300ppm, correspondente a 2% do LIl, foi estabelecido para os vapores da gasolina, Este niimero pode ser usado como um guia geral para os gases de petréleo. Os efeitos tipicos em concentragées acima do TLV so os seguintes: cheiro das misturas de gases do petrleo & muito variével ¢ em alguns casos os gases podem enganar o olfato. A diminuigao do olfato ¢ especialmente séria sc a mistura contiver sulfeto de hidrogénio. Por essa razdo, deve ser enfatizado que a auséncia de cheiro nunca deve ser indicio da auséncia de gas. Com relagio a hidrocarbonetos arométicos, que incluem 0 benzeno, o tolucno ¢ o xileno, note-se que séo componentes presentes em varias proporgdes em gasolinas, naftas € solventes com pontos de ebuligdo especiais. O TLV desses hidrocarbonetos,arométicos geralmente & mais baixo do que o de outros hidrocarbonetos. A exposicao aos vapores de benzeno em altas concentragdes leva a distirbios erditicos do sangue e da medula dssea. O pessoal envolvido no carregamento desses, com © uso do sistema aberto de medi¢&o e especialmente durante o final do carregamento do tanque, pode estar exposto a concentragdes de vapor de benzeno acima do TLV. Portanto, devem ser tomadas precaugdes para evitar exposigdes prejudiciais durante o carregamento € apés a descarga de produtos de cargas contendo benzeno. © etanol, por sua vez, é produto inflamavel que tem como efeito adverso alteragéo do comportamento. Os sintomas de intoxicagio so; dor de cabega, sonoléncia ¢ lassidio. Absorvido 56 em altas doses pode provocar torpor, alucinagGes visuais ¢ embriaguez. Tem TLV estabelecido em 1.000 ppm, aproximadamente 3% do LIL. © etanol € totalmente soltivel em Agua, e mesmo em pequenas quantidade pode provocar grandes danos & flora ¢ fauna aquatica. Os vapores emitidos por volatizagao stio prejudiciais ao meio ambiente. Considerando as caracteristicas acima c também levando em conta 0 ponto de fulgor (15 C), 05 riscos do etanol no se Timitam & area de carga. A permanéncia nas acomodagées de roupas de trabalho contaminadas também constitui grau dc risco especialmente elevado em pequenos espacos como os existentes em empurradores. 2.3 Deficiéncia de oxigénio Deve-se sempre suspeitar da deficiéncia de oxigénio em espagos fechados que nao foram ventilados durante algum tempo. Esta deficiéncia pode ser causada pelo vapor desprendido de liquidos volateis, deslocamento do ar pelo gas inerte ou por consumo do oxigénio existente no ar através de reagdes quimicas, tais como ferrugem ou secagem de pinturas ou das tintas. teor de oxigénio no ar é de.21% em volume, porém, pode estar mais baixo em espagos fechados. Ninguém deve entrar em qualquer compartimento antes de confirmar se 0 teor de oxigénio daquela atmosfera esté de fato com 21%, Se a taxa de oxigénio estiver menor que 21%, a atmosfera pode ser extremamente perigosa, a menos que se saiba qual gas substituiu o oxigénio. As pessoas tém suscetibilidades variadas com relagao A deficiéncia de oxigénio, porém, todos sofrerdo se 0 teor de oxigénio cair abaixo de 16% por volume. Quando a quantidade disponivel de oxigénio fica abaixo de 21% por volume, a respiragaio tomna-se mais rapida e profunda. Sintomas indicando que uma atmosfera esti com deficiéncia de oxigénio podem ser um aviso inadequado de perigo. Muitas pessoas falham em reconhecer 0 perigo até estarem muito enfraquecidas para serem capazes de escapar sem ajuda. Isto acontece especialmente quando o escape envolve esforgo para subir. ‘Uma atmosfera contendo menos do que 10% de oxigénio por volume inevitavelmente causaré inconsciéncia. A rapidez para atingir o estado de inconsciéncia aumenta se a quantidade disponivel de oxigénio diminui e resultard em morte, a néo ser que a vitima seja prontamente removida para ar fresco ¢ seja ressuscitada. Uma atmosfera contendo menos de 5% de oxigénio por volume causaré inconsciéncia imediata sem nenhum outro sintoma que nfo seja a respiragao do ar. Se a ressuscitagao demorar mais do que poucos minutos, havera dano irreversivel ao cérebro, mesmo que a vida seja subsequentemente restabelecida. ‘A entrada em espagos com deficiéneia de oxigénio ndo deve ser permitida sem o uso de equipamento de respiragao até que tais espagos tenham sido totalmente ventilados e o teste indicar que o nivel de oxigénio esta em 21%. 2.4 Equipamentos de protesio A entrada de pessoas em tanques de carga ou em outro espago confinado somente deve ser feita se o espago estive livre de gas. Se essa condigio nao puder ser satisfeita, entdo, deve-se 57 considerar que 0 espago apresenta perigos respiratérios e, obviamente, é obrigatério 0 uso de equipamentos de protegdo respiratéria (se necessdrio em conjunto com roupas de protegio) & somente nos casos extremamente necessarios como nos resgates ¢ ainda assim, apés uma avaliagaio minuciosa dos riscos conforme procedimentos existentes. 2.4.1 Equipamentos de proteco respiratéria (evacuagao ¢ resgate) HA quatro tipos de equipamentos de protegao respiratoria: Cequipamentos de protego respiratéria de curta duragio; que utiliza ar fresco; Cequipamentos de protegdio respirat6 Caparelho de protegdo respirat6ria de ar comprimido respiravel; e Cequipamento de protegao respiratéria tipo filtros quimicos. Cada tipo de protegao respirat6ria apresenta vantagens e desvantagens, ¢ a escolha adequada dependerd do tipo de atmosfera que se espera encontrar no espago confinado. Nessa escolha, é importante assegurar-se se ha ou nao oxigénio no espago, 0 que representa uma condigdo de climinagao imediata da utilizagdo de filtros. mui 2.4.1.1 Equipamentos de protecdo respiratoria de curta duragao (Emergency Equipment Breathing Device - EEBD) Consistem em um pequeno cilindro de ar comprimido ¢ uma mascara, arrumados de tal forma em uma caixa ou bolsa que podem ser rapidamente retirados e utilizados. Confira, nas figuras (a) ¢ (b), 0s Equipamentos auténomos de protegdo respiratéria de curta duragiio (EEBD). fa) (b) Figuras (a) € (b): Equipamento autdnomo de protec respiratéria de curta duracio (EBD). Lembre-se que: O tempo de duragio do Equipamento auténomo de protec: © respiratéria é limitado em cerca de 15 minutos (sem esforgo fisico além do normal) somente deve ser usado para fuga nos casos de emergéncia. Dependendo do tipo de carga que 0 navio esta autorizado a transportar (consta no Ship's Certificate of Fitness), esse equipamento deve estar disponivel em todos os camarotes da tripulagio. Também pode ser disponibilizado de maneira preventiva durante as inspegées para fornecimento do atestado de livre de gas dos espagos confinados. 58 2.4.1.2 Equipamentos de protegdo respiratéria que utiliza ar fresco Consta de uma méscara facial ligada a uma mangueira flexivel (traqueia) de comprimento maximo de 40 metros com a aspiragao posicionada em atmosfera no contaminada, através da qual ‘0 ar é fornecido com a ajuda de um fole ou de um ventilador. E um equipamento de simples operagiio e manutengao ¢ sua durago depende apenas da operagao do fole ou do ventilador. Entretanto, tem a desvantagem de limitar os movimentos do usuario em razdo do peso da mangueira, além de necessitar de grande cuidado para que a mangueira ndo fure ou se rompa. Esse equipamento, na verdade, foi substituido pelas masearas auténomas de circuito aberto ou fechado e pelos respiradores de adugo de ar tipo linha de ar comprimido, porém, ainda sao encontrados em alguns navios apenas como um equipamento opcional na falta destes. Seu uso deve ser monitorado por radio para possibilitar resgate em caso de necessidade. Confira o Fresh Air Breathing Apparatus (BA) MSA. na figura 2.4.1.2. Figura 2.4.1.2: Fresh Air Breathing Apparatus (BA) MSA 2.4.1.3 Aparelho de protegao respiratoria de ar comprimido respiravel E um equipamento que possui uma valvula projetada para manter leve pressao positiva dentro da mascara, 0 que nao garante que os gases perigosos vazem para dentro da mascara se 0s cuidados necessdrios nao forem tomados. Antes da entrada no espago confinado, ¢ necessério ajuste correto da mascara a face do usuario e que seja previamente testada quanto a perfeita vedacao (teste de vedaco). Testes efetuados indicam ser virtualmente impossivel impedir vazamento continuo durante as operagdes em faces nao adequadamente barbeadas. Esse tipo de respirador é apresentado em duas formas distintas: 1) Respiradores de adugdo de ar tipo linha de ar comprimido ‘A maioria dos conjuntos de mascaras de ar comprimido pode ser usada na versao linha de ar, por meio da qual 0 cilindro de ar comprimido ¢ a valvula redutora de pressio so colocados fora da atmosfera contaminada e conectados & mascara facial ¢ valvula de controle por uma mangueira de ar. A custa da redugdo de seu raio de ago e da necessidade de um cuidado adicional na condugio da mangueira de ar, 0 usudrio ¢ aliviado do peso ¢ do volume do cilindro de ar. Assim, sua autonomia operacional pode ser prolongada pela mudanga no arranjo dos cilindros ¢ pelo uso de grandes cilindros de ar de fornecimento continuo. E utilizado para protegao das vias respiratérias em atmosferas com concentragdo IPVS e em ambientes confinados. 2) Mascara auténoma de circuito aberto ou fechado Nesse equipamento, o usuario carrega 0 ar em um cilindro de ar comprimido a uma pressio inicial entre 135 e 200 bares. A pressio é reduzida na saida do cilindro para cerca de 5 bares ¢ alimentada para a mascara facial, conforme exigido pela respiragio do usuario através de uma valvula de demanda que fornece uma ligeira pressao positiva no interior da mAscara. ‘A sua autonomia depende da capacidade do cilindro de ar e da demanda respiratéria. Um ‘equipamento tipico que fornece cerca de 30 minutos de ar (com esforgo fisico) pode pesar aproximadamente 13 kg € 0 cilindro, que é carregado nas costas, pode dificultar os movimentos do usuario dentro de um espaco confinado. Quando apropriadamente ajustado é de operacdo simples € automatica. © indicador e 0 alarme so os dispositivos que irio alertar quanto & diminuigdo do suprimento de ar. Observe a Self-Contained Breathing Apparatus (SCBA) na figura 2.4.1.3 Figura 2.4.1.3: Self-Contained Breathing Apparatus (SCBA) MSA, 1.4 Equipamento de protegio respiratéria tipo filtro So filtros substituiveis acoplados as miscaras, capazes de filtrar os contaminantes respiratérios de determinada atmosfera onde haja oxigénio suficiente para as pessoas ¢ que funcionam durante a respiragao normal do usuario. O tipo de filtro deve ser escolhido de acordo com a concentragao do gas ou gases téxicos existentes na atmosfera. ‘Veja os filtros mascara facial inteira com filtro. © Figuras 2.4.1.4: Filtros e mascara facial inteira com filtro, respectivamente. 60 Esses filtros existem para um tinico tipo de gas ou para mais de um tipo de gis. Eles so adequados somente para concentragies de gas relativamente baixas e, uma vez utilizados, nfo ha meio seguro de se avaliar a capacidade restante do filtro. Se 0 ambiente considerado possuir uma atmosfera IPVS (Imediatamente Perigosa & Vida ou 4 Saide), ou caso, nfo se possa garantir que ndo seja, entdo um respirador adequado deverd ser usado. 2.4.2 Roupas e equipamentos de protegiio ‘Além dos equipamentos de protegao individual basicos para as tarefas mais comuns a bordo, os tripulantes que estiverem envolvidos nas operagées de manuseio de carga deverdo usar equipamentos de protegao individual adequados aos perigos de cada operagao. Esses equipamentos, entre outros, constam de: aventais de PVC, luvas especiais com mangas longas e caleados (resistentes as substdncias quimicas), além de dculos e protegao facial contra respingos quimicos. ‘Adicionalmente as roupas de protegio respiratéria, também devem ser utilizadas roupas protetoras para 0 corpo todo para quando se precisar entrar em locais onde possam ser encontrados residuos perigosos das cargas. Os tipos de roupas de protegdo variam desde as que oferecem protego contra respingos até as roupas completamente fechadas, com pressdo positiva, que normalmente so incorporadas a0 capacete, luvas ¢ calgados. Essas roupas também podem ser resistentes a baixas temperaturas ¢ solventes, E desejavel que as roupas que oferecem protegao total sejam usadas quando se entrar em: espacos confinados que contenham gases t6xicos, tais como aménia, cloro, éxido de etileno, 6xido de propileno, VCM ou butadieno. 2.4.2.1 Armazenamento e manutengio dos equipamentos de seguranga ¢ protesio ___Lembre-se: As roupas de trabalho ¢ os equipamentos de protesio em uso devem ser © mantidos em local de facil acesso, fora dos espagos das acomodagies, exceto as roupas - ¢ 0s equipamentos novos ou 0s que passaram pelo processo de higienizacao. Esses materiais poderdo ser guardados em espacos dentro das acomodagies desde que sejam espacos segregados das dreas comuns. © equipamento de protegao individual adicional para produtos quimicos deve ser usado sempre em qualquer operagao que oferega perigo de contato das pessoas com as substincias. Devem ser regularmente inspecionados e mantidos prontos para uso imediato. Alguns equipamentos de proteg&o individual podem apresentar determinado grau de dificuldade em sua utilizagao. Por essa razio, e para possibilitar sua utilizago de forma rapida segura durante as emergéncias, as tripulagdes devem ser submetidas a treinamentos regulares que devem ser ministrados por pessoas previamente treinadas. Os cilindros de ar respiravel, destinados aos treinamentos, devem ser marcados de forma diferenciada para que apenas os cilindros totalmente cheios sejam utilizados nas emergéncias. A 61 pressio dos cilindros deve ser regularmente verificada e os que nfo se encontrarem totalmente cheios, devem ser imediatamente recarregados. 2.4.2.2 Conjunto completo de equipamentos de seguranga (Os navios que transportam cargas téxicas devem possuir pelo menos dois conjuntos completos de equipamento de seguranga que permitem a entrada do pessoal em um compartimento com gas para que se possa trabalhar por, pelo menos, 20 minutos. Pare e pense: Esses conjuntos completos sio compostos, obrigatoriamente, por quais equipamentos de seguranga? Onde essa exigéncia esta descrita? Esse equipamento é adicional as exigéncias da SOLAS II-2/10.10 e consiste de: J um equipamento de respirago autonome (para ar respirivel e nao oxigénio); Ci roupa de protegao, botas, luvas e éculos de protego; © cabo guia a prova de fogo com cinto resistente ‘is cargas transportadas; € CO lantema a prova de explosao. Para 0 equipamento acima todos os navios deverdo possuir: 1 um conjunto reserva de garrafas de ar completamente carregadas para cada equipamento de respiracao; 1 um compressor de ar especial capaz de fornecer ar comprin pureza aceitavel; e de alta pressio ¢ de 1 um dispositivo ou tomadas que facilitem 0 enchimento das garrafas de ar disponiveis para 0s equipamentos auténomos de respirago; ou 10 garrafas de ar disponiveis completamente carregadas com capacidade total de ar de, pelo ‘menos, 6.000 litros para cada equipamento de respiragao auténomo acima exigidos. Observe, a seguir, na figura 2.4.2.2, 0 compressor de ar respirdvel. Figura 2.4.2.2: Compressor de ar respiravel 62 CAPITULO 3 Estruturas ¢ arranjos das embarcagées 3.1 Projeto e condigses de seguranga 3.1.1 Embarcagdes com AB superior A 20 ‘As embarcagdes empregadas no transporte de produtos quimicos perigosos e gases liquefeitos a granel, deverio cumprir também os requisitos estabelecidos nos Cédigos Intemacionais, como determinado no Capitulo 3 destas Normas. a) Gerenciamento de Seguranga 1) Os operadores devem ter uma politica de treinamento especifico da tripulagio © para prover a atualizago das informagdes ¢ da qualificagao de modo a atender as exigéncias basieas do trabalho 2) Os operadores devem ter uma politica para monitorar a proficiéncia das tripulagdes © assegurar que o pessoal recém contratado tenha qualificagdes e experiéncia adequadas para a posigdo a qual esto séndo empregados. 3) Todos os documentos, avisos, notas € informagies a bordo devem estar dispostos de modo a serem facilmente visiveis e em linguagem de facil compreensao por toda tripulagao. 4) As operagées de carga e descarga deverio ser guamecidas por, no minimo 2 (dois) tripulantes ou profissionais nao tripulantes, responsaveis pelas operagdes de carregamento € descarregamento, com treinamento de Seguranga em Operagdes de Carga e Descarga de Pettdleo ¢ seus Derivados de modo que, a qualquer tempo, durante carga ¢ descarga, um desses tripulantes seja o responsavel da operagio : Tendo em vista a necessidade da presenga desses tripulantes somente durante as operagdes de carregamento ¢ descarregamento, eles n&o necessitam constar do CTS das embarcagdes, ou seja, eles nao fazem parte da tripulagao de seguranga das embarcagies. 5) A twipulago deverd ser treinada e deve ser mantida proficiente na operagio de todos os guinchos € equipamentos de reboque. Treinamentos e exercicios da tripulagio devem ser registrados e devem prever as seguintes situagdes de emergéncia que podem ser encontradas durante um reboque: 1) falha de propulsio; 11) falha do leme; IID) perda de reboque; 6) © sistema de gerenciamento da seguranca deveré cobrir, pelo menos, os seguintes aspectos: 1) procedimentos operacionais da embarcagio 63 1) politicas e treinamento de seguranga e meio ambiente; IN) politica ¢ treinamento de seguranga e saiide ocupacional; LV) politica de alcool e drogas; V) procedimentos para o fumo a bordo; V1) procedimentos de risco ou de emergéncia; VII) procedimentos para entrada em espacos confinados e trabalho & quente; VIII) procedimentos de emergéncia para incéndio, encalhe, abalroamento, colisao, alagamento, mau tempo, rompimento de rede ou mangotes de carga, perda de reboque (s apropriado) ¢ outros. i: 2 7) O sistema de gerenciamento deverd estar composto em um Manual de Seguranga. Esse manual deverd ser mantido a bordo da embarcagio ¢ deveré ser de conhecimento de toda a tripulagio. b) Manutensio. ‘Toda embercagao deverd possuir um sistema de inspegdo/manutenc&o programado para os equipamentos de combate a incéndio, prote¢ao individual e equipamentos de'salvatagem. Esse sistema deveri incluir um registro da manutengio efetuada disponivel para fiscalizagao a qualquer tempo. Todos os sistemas € equipamentos instalados a bordo deverdo ser mantidos em condigdes, normais de operagao. Equipamentos em excesso a dotagio estabelecida na regulamentagio em vigor que estejam fora de operagao deverao ser reparados, retirados de bordo ou serem isolados € mantidos claramente identificados como inoperantes. 10s e Procedimentos de Seguranga ©) Req 1) Motores & combustio interna empregados, nao deverio utilizar combustiveis com ponto de fulgor inferior & 600 C {como flcool ou gasolina) ¢ devem ser providos com inibidores de centelha, 2) Toda a instalagio elétrica, seus euipamentos e acess6rios deverdo ser de tipo aprovado (a prova de explosio) 3) Todo equipamento (elétrico/buteria) portatil deve ser de um tipo aprovado (estanque & Bas), 4) A embarcagio tripulada ¢ no porto, deve ter a bordo uma boia com retinida proxima ao acesso de embarque 5) O acesso a embarcagao deverd estar sempre limpo e desimpedido. 6) A embarcagdo deve ter a bordo uma prancha portatil que tenha superficie antiderrapante, corrimées laterais e seja de largura e comprimento suficientes para prover embarque seguro. 64 7) Toda operagao de carga e descarga deve ser precedida de uma verificagio de seguranga operacional quanto a seguranga e risco de poluigio acordada, acompanhada ¢ assinada por representante da embarcagio ¢ do terminal (ou da outra embarcagio). O Anexo 5 ~ J (NORMAM- 02/DPC/2005) apresenta um modelo de Lista de Verificagio de Seguranga Operacional Embarcagdes que Transportam Petrdleo ¢ Seus Derivados. 8) As embarcagdes que transportem dlcool, petrélco ¢ seus derivados, somente poderao realizd-lo em tanques apropriados, que nao sejam os tanques de colisio & vante ou 4 ré, dotados dos dispositivos de seguranca, transferéncia e controle necessarios. 9) Durante as operacdes de carga € descarga as embarcagies deverdo dispor de Cabos de Reboque de Emergéncia de dimensdes adequadas, na proa e na popa, prontos para emprego Imediato. Deverd haver também meios para largar as espias rapidamente. 10) Durante as operagées de carga ou descarga, a embarcagio deverd exibir, durante o dia. a bandeira BRAVO, do Cédigo Internacional de Sinais ¢. durante a noite, uma luz circular encarada com aleance de no minimo 3 milhas para embarcagdes com AB maior do que $0 ¢ 2 milhas para embarcagdes com AB menor ou igual a 50 11) Toda embarcacdo propulsada deve ser equipada com sistema de iluminagio de emergéncia para praga de bombas, passadigo ou local de controle da operagio areas de convés envolvidas na operagao, que possua capacidade de funcionamento por 3 horas apds a pera da energia principal. 12) Espagos de acomodagdes ou de servigos, ndo poderio estar situados na area de carga . A antepara frontal desses espagos com a area de carga nao poderd conter vigias ou janelas que néo sejam fixas. Portas, janelas, vigias ou quaisquer outros tipos de aberturas que déem acesso a cozinhas, acomodagdes ou espagos nos quais existam equipamentos que possam produzir chamas ou faiscas, deverdo estar situadas a uma distancia minima de 4 metros da direa de carga. 13) Cargas perigosas embaladas ou produtos quimicos perigosos a granel, transpertados simultaneamente com alcool, petrdleo ¢ seus derivados, deverio atender ao IMDG ou ao IBC/BCH, respectivamiente 14) © pessoal empregado em operacdes de carga e descarga de alcool, petroleo ¢ scus derivados, tripulantes ou no, deverio estar providos de EPI completo (botas, macacio, eapacete, luvas e dcuilos de protegao). 15) Aberturas existentes no convés tais como agilheiros, portas de visita ¢ suspitos deverio atender os requisitos de estanqucidade a égua. 16) A iluminagdo no convés da embarcagio devera ser suficiente para operagdes notumas 17) As embarcagdes deverdo estar providas de avisos de adverténcia, instalados em ambos 9s bordos no convés, com os dizeres: PERIGO, MANTENHA-SE AFASTADO, RISCO DE EXPLOSAO. NAO FUME, NAO PROVOQUE CENTELHA. 18) O diagrama esquematico das redes de carga devera estar disponivel € atualizado, em local visivel 19) Todos os extintores portateis deverdo estar carregados, identificados ,com instrugdes de uso e dentro do prazo de validade. 20) Bandejas de contengiio deverdio ser mantidas drenadas, secas € limpas e seus drenos fechados 21) O convés da embarcagio deverd ser mantido limpo. estar identificados, 22) Os tanques de carga e de lastro deve 23) Durante operagdes de carga e descarga a rede de incéndio principal deverd ser mantida pressurizada, As mangueiras deverdo estar posicionadas e prontas para uso Imediato. io de eletricidade 24) Durante as operagdes de carga ¢ descarga 0 cabo terra (elimina estitica) deverd estar conectado. 4) Prevengao e Combate a Incéndio Aléin dos requisitos estabelecidos no Capitulo 4 (da NORMAM-02), os seguintes requisitos deveriio ser atendidos: 1) Ser provida com pelo menos duas bombas de incéndio (embarcagées propulsadas com AB igual ou superior a 500); 2) Ser provida com pelo menos uma bomba de incéndio (embarcagSes propulsadas com AB superior @ 300 mas inferior a 500 ); 3) A rede de incéndio principal deve ser provida com uma conexio internacional bordo/terra de incéndio, bem identificada e acessivel de ambos os bordos da embarcacio, fabricada em ago ou outro material equivalente, designada para suportar a mesma pressfio das redes de incéndio da embarcagio, de acordo com o desenho abaixo: Quatro parafusos com 16 mm de didmetro e 50 mm de comprimento, com porca. 4) Toda embarcagio tripulada com AB superior a 500 deve ser provida com um sistema de detecgio e alarme de incéndio; & 5) Ser provida com um Plano de Combate a Incéndio, que deve permanecer permanentemente postado no passadigo, estagdes de controle, refeitérios, sala de recreago/estar € outros locais relevantes a bordo, mostrando claramente, para cada convés, quando existente: 1) as estagdes de controle; If) sistema de detecgdo e alarme de incéndio; II) sistema fixo de combate a incéndio; IV) especificagdo e localizagdo de extintores portateis; V) meios de acesso a diferentes compartimentos; Vi) sistema de ventilago incluindo 0 comando dos ventiladores; 66 Os planos devem estar legiveis e atualizados, € devem estar disponiveis nos pontos de avesso a embarcagiio quando estiver em portos, terminais ¢ a contrabordo de outras embarcagées, ¢) Prevengao ¢ Combate a Poluigio 1) Plano de Emer} Toda embarcagiio que transporte mais do que 200 m3 de petrélco seus derivados, deve possuir ¢ manter a bordo um Plano de Emergéncia de Bordo para Poluigio por Olco. Esse plano deverd, pelo menos, conter o seguinte: = Descrigio dctalhada das agdes a serem tomadas pelas pessoas a bordo para reduzir ou controlar incidentes com vazamentos de dlco: = Procedimento a ser seguido pelo Comandante ou pessoa encarregada da embarcagio para informar um incidente por poluigdo por dleo: - A list com dlea: Je autoridades ¢ pessoas a serem contactadas no caso de um incidente de poluigic ~ Os procedimentos para ago coordenada de bordo com autoridades nacionais € locais no combate poluicéo; = Localizagao dps equipamentos para conter, minimizar ou recother detrame de dieo. 2) Seguranga Operacional 1) Livro de Registros Todas as operagdes de lastro, deslastro e de limpeza de tanques de dleo combustivel. descarte de residuos oleosos de praca de maquinas, esgoto de pordo ¢ outras operagies associadas aos compartimentos de maquinas devem ser registradas em um Livro Registro de Oleo Parte f ados As operagdes de carregamento ¢ descartegamento de petrélco e seus derivados transpor como carga, lastro e deslastro de tanques de carga, lavagem de tanques de carga ¢ demais opera relativas as operagdes de transporte de carga deverdo ser langadas em um Livro Registro de Oleo Parte IL Os modelos de Livro Registro de Oleo Parte I € Parte I] deverio obedeccr aos modclos constantes da Convengo Internacional para Prevengao da Poluigio por Navios - MARPOL 73/78. Os Livros Registro de Oleo Parte I e Parte II adotados deverio ser mantidos a bordo ¢ estarem sempre disponiveis para inspeg: I) Derramamento de Oleo no Convés ‘A embarcagio devera ser dotada de material para remogio de derramamento de dleo no convés, composto no minimo de: serragem fina (10 kg), manta absorvente(1Okg). arcia (10kg), rodos(02un), pas de material que no provoquem centelha (02un). botas de borracha de cano longo(02 pares), luvas de borracha impermedveis (02un), baldes plasticos (04 un), vassouras (02 7 un), trapo (10 kg), estopa (05 kg),saco plastico reforgado (20 un), tambores de 200 | para guarda de material e para recolhimento dos residuos oriundos da faina de limpeza (02 un),produto neutro para limpeza de convés oleoso (20 1). Ii) Tanques de Carga sistema de ventilagdo dos tanques deve ser dotado de dispositivo destinado a assegurar que nem a pressio ou vacuo nos tanques excedam os parmetros de projeto, (vilvulas Presso/Vacuo - PV), certificadas em teste de bancada com validade que nao ultrapasse 24 meses; Os piques tanques de vante e de ré nfo poderdo ser utilizado para transporte de carga ou de combustivel para consumo da propria embarcagio, Toda embarcagio tripulada deverd possuir equipamento de detecgdo de atmosfera explosiva. Esses equipamentos deverdo ser mantidos totalmente operacionais ¢ com teste e calibragao de acordo com as instrugdes do fabricante (explosimetro) Toda embarcagio tripulada deverd possuir equipamento de medigio de nivel de oxigénio. Esses equipamentos deveriio ser mantidos totalmente operacionais e com teste € calibragio de acordo com as instrugdes do fabricante (oximetro).. IV) Plano de Carga Cada operagdo deve possuir um plano de carga, especificamente acordado com o representante do terminal. Esse Plano de Carga deverd conter pelo menos as seguintes informagSes: - distribuigtio de carga na chegada e partida; - densidade, quantidade e temperatura do produto; - tanques da embarcagiio a serem calregados/descarregados ¢ sequéncia a ser seguida; - identificagao das redes de carga a serem usadas (embarcacio/terminal); - vazo maxima de transferéncia de carga; - limites de pressio; - limites de temperatura; - restrigdes relativas & acumulagdo de energia estitica; - qualquer preparagio de tanque requerida antes ou depois das operagdes de carga; - método de comunicagiio e procedimentos de parada de emergéncia; = qualquer operagio simulténea, tais como caregamento de dleo combustivel ¢ armazenamento; € 68 + carga anterior transjortada. Y) Dados de Seguranga da Carga Todas as cargas transportadas devem constar de FOLHAS DE DADOS DE SEGURANGA DOS MATERIAIS (Data Shect) cobrindo informagdes de manuseio seguro, procedimentos de ‘emergéncia e dados de satide. f) Seguranca nos Espacos de Bombas Confinados 1) Na entrada da casa de bombas deverdo ser claramente expostos procedimentos de seguranga com as adverténcias e precaugdes a serem observadas pelas pessoas antes de entrar & quando estiver no seu interior; 2) As casas de bombas deverdo possuir sistema de monitoragio da temperatura da bomba de carga; 3) A ventilacdo da casa de bombas deve ser por exaustdo forcada (no minimo 20 trocas por hora); 4) Motores, chaves de partida de equipamentos ¢ interruptores de luz instalados dentro da casa de bombas deverdo ser a prova de explosio; 5) Dever ser instalada fora da casa de bombas um dispositive para parada de cmergéncia das bombas. Esse dispositivo deverd estar claramente identificado e sinalizado; 6) O poriio da casa de bombas deverd ser mantido livre de liquidos, devendo os pordes serem mantidos secos € livres de residuos de dleos; 7) Embareagdes que utilizem bombas ou redes de carga para efetuar operagies de lastro em situagdo de emergéncia, deverdo ser dotadas de dispositive que permita isolar efetivamente os dois sistemas entre si. Deverdo ser utilizados dispositivos tipo seco de rede “carretel removivel” ou ‘outro que assegure o mesmo grau de isolamento; 8) As bombas de carga deverio ser instaladas em compartimento separado daquele em que for instalado 0 motor, segregados por antepara estanque a giis. Penetragdes através de anteparas para passagem cixos de acionamento de bombas de carga, cujos motores de acionamento forcm instalados em compartimento separado, deverdio ser estanques a gis; 9) A casa de bombas deverd ser dotada de alarme sonoro de nivel alto em pocetos. Esse alarme devera soar no passadigo, na prépria casa de bombas ¢ no convés principal. 10 moto-bomba 10) Os eixos de acionamentos € todas as demais partes méveis do conj doverdo ser providos de protegies mecanicas, a fim de minimizat os riscos de acidentes: 11) Deveriio ser atendidos os requisitos dos subitens (k) (1) c (2) 69 g) Seguranga ¢ Prevengio nos Espagos de Maquinas 1) As redes de dleo combustivel € dleo de sistemas hidraulicos devem ser instaladas de modo a evitar a ocorréncia de vazamentos sobre superficies quentes, 2) Os equipamentos instalados nas proximidades dessas redes devem ser protegidos contra bortifos de dleo; 3.2 Arranjo das bombas, das redes de carga e da descarga 3.2.1 Sistema de carga © conjunto de linhas de carga/descarga, redes de dreno, valvulas, juntas ou curvas de ‘expansiio, linha de carregamento pela proa (BLS) sao chamados de Sistema de Carga. sistema de carga pode ser individual por cada tanque de carga, ou comum a grupos de tanques, podendo ser de didmetros variados que variam normalmente de 4 polegadas a 36 polegudas, dependendo do porte do navio e vazio nominal das bombas de carga, além de a espessura da linha variar de acordo com a resisténcia a pressio de trabalho. Este sistema apresentou uma vantagem decisiva na economia de capital na construgao do navio. Porém, do ponto de vista operacional, existem desvantagens quando se transporta mais de uum tipo de dleo ou na lavagem de tanques, devido a possibilidade de contaminagao. ‘As redes de carga de um petroleiro podem diferir de outros dependendo do emprego do navio. Um petroleiro do tipo shuttler tanker possui sistema de carregamento pela proa para operar com os FPSO, nos campos petroliferos offshore, todo automatizado, que faz parte da green line, onde sensores a0 longo da linha impedem manobras erradas de alinhamento. Os petroleiros comuns, VLCCs e ULCCs, possuem um sistema de carga bem simples que normalmente € composto de duas linhas de carga aéreas que descem aos tanques através de drop lines que se dividem em duas, cada uma formando quatro finhas que vao atender a quatro grupos distintos de tanques, sendo que as linhas de carga aéreas se interligam através de um duplo bloqueio, enquanto as subdivisdes das mesmas possuem bloqueio simples entre si, Também encontramos petroleiros com trés ou quatro linhas de carga aéreas, respectivas drop lines © grupos de tanques de carga interligados entre si por duplo bloqueio de valvulas. © numero de bombas de carga depende do numero de grupos de tanques existentes no petroleiro, sendo possivel utilizar, através de manobras de vilvula, a bomba de carga de um grupo de tanque em outro grupo, otimizando o tempo de operagao ou manutengao de bombas. ‘Temos também petroleiros do tipo product (parcel) tanker, que sio providos de uma bomba do tipo de imerséo por tanque de carga, além de linhas aéreas individuais que sio interligadas a 3 ou 4 tomadas de carga do navio através dz manobra de valvulas. Geralmente as bombas de carga sfio submersiveis, impulsionadas por sofisticado sistema hidréulico além de sofisticada automagao para este sistema, 70 Todo tipo de petroleiro deve ter uma rede de descarga de fastro, ou agua contaminada por leo praveniente dos tanques de carga para o mar, obedecendo a parametros exigidos no Anexo | da Convengo MARPOL e respeitando as Areas geograficas deseritas no mesmo Ancxo I desta mesma Convengao. A descarga deverd estar instalada de tal maneita que fique localizada no convés exposto ou em um dos bordos do navio, acima da linha de flutuagao, na condicao maxima de lastro e este bordo deve ser 0 oposto as admissdes de agua do mar para os destiladores, a fim de evitar contaminagao da agua de consumo produzida. ‘A descarga abaixo da linha d’4gua é permitida nos seguintes casos: a) As descargas de lastro segregado c lastro limpd podem ser efetuadas tanto 0 navio estando na porto ou em terminal oceanico e por gravidade em alto-mar. Porém, a superficie da tanque de lastro deverd ser cxaminada antes do deslastro para verifiear se ndo ocorrcu alguma contaminagie por dleo, b) Para petroleiros existentes. sem modificagdes de projetos, impossibilitados de descarregar lastro segregado acima da linha de flutuagio. E da mesma mancira as superficies da agua nos tanques de lastro devero ser inspecionadas para verificar se nio ocorreu alguma contaminagio ©) Para petroleiros existentes, sem modificagdes de projetos, impossibilitados de descarregar lastro proveniente de tanques de carga dedicados a lastro limpo acima da linha de flutuagao, desde que possua um sistema de monitoramento que atenda a Regra especifica do Anexo I da convengao MARPOL; 4) Para qualquer petroleiro em alto-mar descarregar lastro sujo ou agua contaminada por éleo proveniente da area de tanques de carga, que no seja dos slops, desde que a descarga seja por gravidade e seja medida a interface dleo/4gua com um detector de interface que atenda ao Anexo I da convengao MARPOL, antes da descarga deste efluente, para assegurar a ulagem da interface na qual a descarga nao irétenvolver quialqiier risco ou prejuizo ao meio ambiente marinho; ¢) Para petroleiros existentes, quando em alto-mar, € permitido descarregar lastro sujo ou agua contaminada por éleo, proveniente de tanques de carga abaixo da linha de flutuagao. Subsequentemente, ou em cumprimento ao estabelecido no parigrafo acima, deverdo ser providos de meios para inspegao visual de parte do lastro descarregado através de arranjo permanente dle rede, que deverd estar facilmente acessivel no convés exposto, por onde poder’ ser monitorado visualmente durante todo o deslastro. 3.2.2 Sistema de stripping (drenagem} : A principal fungio do sistema de drenagem (stripping system) 6 descarregar 0 remanescente da carga, a qual a bomba de carga principal no consegue descaregar, reduzindo 20 minimo possivel os residuos de carga a bord. ‘A segunda fungio, porém com menor importancia, € 0 manuseio da drenagem da a acumulada no fando do tanque durante a realizagao das limpezas de tanques. O sistema de drenagem geralmente consiste de duas ou mais redes que servem a todos as. tanques de carga. Geralmente, este sistema é separado do sistema de descarga principal, mesmo que 1 haja interligagdes, através das quais o sistema de drenagem pode ser utilizado para drenagem e limpeza das linhas de carga As redes do sistema de drenagem variam de 6 a 12 polegadas de diametro, de acordo com o porte do navio. Estes so dotados de uma ou mais bombas de deslocamento positivo, que podem ser Uo tipo alternativa a vapor ou do tipo rotativa com comando elétrico. Em ambos os casos, o controle de vaziio de bombeio é possivel com a variagao de velocidade das mesmas. . ‘As bombas de dreno siio conectadas as linhas de aspiragdo dos tanques de carga, e a sua descarga tanto pode ser direcionada para a linha de descarga para terra, descarga de costado ou diretamente para os tanques de residuos (slops), através de manobras de vilvulas. Em alguns casos, as linhas do sistema de drenagem sio eliminadas e as bombas de dreno do navio sfio usadas com as linhas de sucgo de carga. Isso implica um aumento do tempo de descarga do navio Alguns navios também sao dotados de edutores, que so utilizados para auxiliar a drenagem dos tanques de carga. Os edutores utilizados em conjunto com as bombas de dreno tomam a drenagem mais rapida € confidvel. Eles dio maior contribuigao por ocasiéo das limpezas de tanques, pois reduzem o desgaste prematuro das bombas de carga ¢ dreno, visto que borras cascalhos de ferrugem podem ser manuseados sem causar danos as valvulas ¢ impelidores das bombas. Nos petroleiros dotados de bombas de carga principal do tipo alternativa, bomba de imersio ou bombas com sistema de auto-escorva, os sistemas de drenagem sido eliminados para o manuseio de carga ’ ‘As bombas de dreno sio do tipo auto-escorvadas, pois quando a bomba perde succo, 0 sistema de auto-escorva elimina 0 gas ou ar aspirado pela bomba, fazendo com que ela volte a aspirar a carga novamente, climinando assim a submergéncia negativa durante a fase de drenagem, Os petroleiros novos e de grande porte devem ser providos de tanques destinados a lastro segregado ou equipados com sistema de lavagem com éleo cru, ¢ devem cumprir os seguintes requisitos a) Ser equipados com uma rede de drenagem de Sleo, projetada e instalada de modo a minimizar a retengio de éleo no interior das linhas de carga; e »b) Ser providos de meios eficazes de drenar as linhas e bombas de carga logo apés 0 termino rio, através da interligagio com o sistema de drenagem; da operagdo de descarga, onde neces ©) Ser capazes de bombear para terra, tanque de carga ou tangues de residuos o residuo proveniente da drenagem das bombas ¢ linhas de carga. Se for bombeado para terra, isto deve ocorrer através de uma linha de menor diimetro dotada de uma vélvula localizada na tomada de carga do petroleiro, que serve de conexdo entre 0 navio € o terminal para 0 bombeio deste residuo. Esta linha € conhecida como marpol line. 2 3.2.3 Bombas de carga ‘A transferéncia de carga ou lastro de um navio-tanque é feita através de miquinas impulsionadoras de liquido, comumente chamada de bombas, cuja finalidade ¢ realizar o deslocamento de um liquido por escoamento. As bombas utilizadas a bordo sao classificadas em dois grupos: as de deslocamento ¢ as cinéticas. 3.2.3.1 Bombas de deslocamento ‘ Bombas de deslocamento so aquelas em que o volume da(s) cémara(s) ¢ aumentado ou reduzido alternadamente, sendo que o liquido aspirado pela rede de sucgo enche a camara do cilindro da bomba e € expulso quando o cilindro € novamente comprimido através da rede de descarga da bomba. Isto é feito altemadamente pelo movimento de um ou mais mbolos dentro de um cilindro. As bombas que utilizam esse mecanismo so as bombas de pistdo ou as dle dliafragma Ha também aquelas que utilizam © movimento de rotagio de engrenagem ou rotores especialmente ‘ados como as bombas tipo parafuso projet 3.2.3.2 Bombas cinéticas Ja as cinéticas so aquelas que aumentam a energia cinética pelo aumento da velocidade do liquido. As bombas centrifugas e os edutores, embora tenham principios diferentes de trabalho, sio. classificadas como bombas cinéticas. A bomba centrifuga utiliza um impelidor que, ao softer rotagao, cria uma depressao (pressiio de succio) do centro (aspiragao) e expulsa o liquido pela periferia, onde € descarregado para uma voluta, que se conecta com a rede de descarga. Assim sendo, quanto maior a rotagdo, maior vai ser a pressio de sucgdo € maior 0 volume de liquido descarregado. 3.2.3.3 Tipos de bombas Nos navios modemos, existem diversos tipos de bombas de carga, sendo mais comuns as: alternativas, rotativas e centrifugas. A) ALTERNATIVAS As bombas de carga do tipo alternativas vém sendo substituidas por outros tipos de bombas, tais como as centrifugas ¢, mais recentemente, por bombas submersiveis embora as bombas alternativas continuem a ser utilizadas nas drenagens de tanques de carga. As bombas altemativas sio movidas a vapor em presses que variam de 100 a 250 Ib/pol2. Elas podem ser de simples ou duplo estagio. Na simples, somente um dos lados do pistdo € cheio. Na de duplo estagio, ambos os lados do pistio sdo utilizados. Um dos lados ¢ utilizado para a spiragio enquanto o outro esta sendo utilizado para a descarga no lado em que o émbolo & comprimido. Quando 0 outro lado da camara esti cheio, 0 movimento de compresstio comega a aluar nela, fazendo com que a eimara descarregada passe a ser utilizada na aspiragio. As bombas alternativas utilizadas a bordo em getal sio de duplos estagio. porém. vi navios que ainda utilizam a de simples estagio. Estas possuem uma cimara c um émbolo somente. a0 paso que as de duplo estigio possuem duas cdimaras e dois citindros, 73 Estas bombas so dotadas de trés manémetros para leitura de pressio, sendo um para a pressio do vapor utilizado como forga motriz para a bomba ¢ os outros dois para medigéo da pressio de aspiragdo (presso negativa ou vécuo) e pressio de descarga. A vantagem destas bombas € que elas so auto-escorvaveis, porém, apresentam baixa vazao, além de possuirem deslocamento positivo, 0 que pode gerar avaria caso ocorra manobra errada de valvula, Eram comuns nos petroleiros até 1950 quando, entio, passaram a ser largamente empregadas como bombas de drenagem pelo fato de serem auto-escorviveis. B) ROTATIVAS ‘As bombas rotativas so classificadas como bombas de deslocamento positive e auto- escorviveis, podendo ser movimentadas através de turbinas a vapor, motores diesel ou motores elétricos. Nelas, os liquidos so sugados através do movimento rotativo de uma ou mais pegas com formato idéntico ao de um parafuso, que, a0 sofrer rotago dentro de um cilindro, faz com que 0 liquido passe através deste, causando sucgo na parte da aspiracdo e pressio na parte da descarga. ‘A grande vantagem deste tipo de bomba é que ela tem a capacidade de bombear uma grande variedade de liquidos em uma ampla faixa de pressio, viscosidade ¢ temperatura, Elas nao sao muito empregadas em navios petroleiros por nao serem resistentes a substincias abrasivas © corrosivas, uma vez que a folga minima entre o parafuso e a parede do cilindro faria com que houvesse perda de rendimento, devido aos desgastes por eles provocados, além da perda de sueso, sc utilizadas por periodos prolongados. Estes tipos de bombas sao normalmente utilizados para transferéncia de dleo combustivel dos tanques de armazenamento da proa do navio para os tanques de consumo da praga de méquinas, devido viscosidade do dleo combustivel. C) CENTRIFUGAS, ‘As bombas centrifugas, tal como as rotativas, podem ser acionadas por turbinas a vapor & motor a diesel ou elétrico, Diferentes das bombas rotativas e alternativas, a bomba centrifuga néo é uma bomba de deslocamento positivo e usa a forga centrifuga para movimentar 0 liquido. Ela pode ser operada com a valvula de descarga fechada, porém, o impelidor agita o liquido existente na careaga da bomba (estator) e, como as folgas sfio muito pequenas o liquido aquece rapidamente a careaga da bomba, podendo avarid-la ou gerar incéndio caso a temperatura do liquido atinja a temperatura de autoigni¢io, \ Por causa disso, as bombas de cargas devem ser dotadas de termémetro nos mancais € na carcaga, para monitoramento destas temperaturas de acordo com item 5.10.1.1 da regra 4 do capitulo [1-2 parte B da convengiio SOLAS, edig&o consolidada de 2004. Em geral estas bombas so utilizadas como bombas de carga € nio so autoescorvaveis. As bombas centrifugas que utilizam forga motriz proveniente de uma turbina, além de possuirem os trés manémetros de pressio tal como as bombas alternativas, também possuem um tacémetro para controlar a velocidade das turbinas e um dispositivo de desarme por sobrevelocidade destas. J4 as elétricas podem ser projetadas para funcionar a uma rotagdo constante e devem possuir manémetro para controle de pressao na admissio e na descarga da bomba, um voltimetro, um amperimetro lum tacémetro, além de um sistema de desarme por sobrevelocidade. 74 ‘As bombas centrifugas podem operar com altas velocidades porque sio refrigeradas com o proprio liquido que esta sendo movimentado e isto requer cuidado, pois, quando ha perda de suc¢a0, hd um aumento de temperatura com risco de superaquecimento e de incéndio, Carcaga de uma bomba centrifuga D) CENTRIFUGAS DE PROFUNDIDADES £ SUBMERSIVEIS Nos anos 70, comegaram a aparecer no Brasil os primeiros navios petroleiros de médio porte © os navios transportadores de produtos que nao leo cru, equipados com bombas de profundidade e submersiveis que so instaladas diretamente em cada tangue de carga. A vantagem principal destas bombas é que possuem auto-escorva, 0 que facilita utiliza-las em sistemas de bombeio de produtos miiltiplos, pois sao independentes por tanques de carga, garantindo segregagao absoluta de tanques ¢ reduzindo praticamente a zero a contaminagao de carga. como normalmente estas bombas ombedvel fica em torno de 200 Embora aumentando 0 custo final da construgao do navi tém suas aspiragées dentro de um poceto, 0 remanescente nio-| litros, o que satisfaz a convengao MARPOL. Bomba centrifuga submersivel 3.2.3.4 Edutor O edutor é uma bomba de projeto simples, 0 fluido passa através do bocal convergente (1) € ganha velocidade a medida que vai passando pelo bico do difusor (2), que faz com que 0 fluido ganhe bastante velocidade e causa um vacuo no interior da cdmara (4), que faz. um arrasto no tubo de aspiragio (3) devido ao vécuo. A propria velocidade do fluido propelente direciona a mistura dos fluidos (propelente e aspirado) para o tubo venturi (5) que, por meio de um tubo cénico, vai diminuindo 0 didmetro progressivamente entre a cAmara de vacuo € 0 tubo venturi, causando uma melhor mistura destes fluidos, e, ao passar pelo tubo venturi, esta mistura perde velocidade € 75 pressio devido a outro tubo cénico que sai do venturi € aumenta de didmetro até encontrar com a conexio da rede de descarga (6). Usam-se edutores como extratores de gés em cubas de bombas centrifugas que utilizam vapor para fazer 0 arrasto, s6 que parte do dleo pode ser arrastada junto com o vapor ¢ jogada na atmosfera através de um vent-post. Para ndo haver borrifamento de éleo através do poste de ventilagao (vent-post), 0 vapor e o possivel leo arrastado passam por um equipamento chamado demister, que tem a fungo de separar 0 dleo do vapor, sendo o vapor direcionado para atmosfera ¢ 0 leo para o tanque de residuo. Os edutores so utilizados para drenar os tanques de carga somente por ocasido da lavagem com dleo cru e drenagem de tanques de lastro. 3.3 Arranjos dos sistemas de suspiro Durante o manuseio de inimeras cargas de petréleo e seus derivados e operagdes de limpeza de tanques, lastro entre outras, se o tanque de carga fosse completamente selado e sujeito a elevagaio de temperatura, a carga em seu interior iria aumentar paulatinamente a produgao de vapor ¢ este iria exercer pressfio na superficie do liquido e em todo o chapeamento do tanque com o qual esta em contato, até ser aliviada através da ruptura do ponto mais fraco da estrutura do tanque. Da mesma forma, isso ocorreria se houvesse uma pressio negativa excessiva também rompendo 0 tanque no ponto mais fraco. Para evitar que isto aconteca, os tanques de um petroleiro so dotados de sistemas de disperstio de gases, comumente chamado de vents (suspiros). Devido a pressdo excessiva ou vacuo excessivo nas ocasides de carregamento, descarga e lastreamento, os tanques stio dotados de um dispositive capaz de langar o gas verticalmente para cima na atmosfera a uma velocidade minima de 30 metros por segundo, através de uma valvula de vacuo/pressao de alta velocidade (P/V valve). Esta vilvula fica localizada a pelo menos 2 metros acima do piso externo do tanque e a 10 metros medidos horizontalmente das admissdes de ar e das entradas dos compartimentos que contenham fontes de ignig&o, ou de equipamentos de convés capazes de gerar fonte de ignigao. No caso de uma valvula P/V de fluxo livre, a altura minima do ponto de langamento na atmosfera deverd ser de 6 metros acima do piso externo do tanque e a mesma deve estar localizada a pelo menos 4 metros para vante ou para ré do portalé, e também a pelo menos 10 metros medidos horizontalmente das admissGes de ar e das entradas dos compartimentos que contenham fontes de ignigdo, Em ambos os casos, atentar para os equipamentos de convés que possam gerar fontes de 76 ignigdo (guinchos, molinetes entre outros) ¢ corrigir vazamento através de agulhciros de lavagem de tanque, pois pode haver a formagio de mistura inflamavel junto a0 convés principal Para a necessidade de se aliviar a pressdo do tanque de carga em consequéncia da variagao de temperatura, a saida deverd estar a uma altura minima de 2 metros acima do convés, estar afastada 5 metros das entradas de ar dos compartimentos fechados que tenhiamn fontes de ignigao ¢ do convés, caso existam maquinas ¢ ou equipamentos que possam constituir risco de ignigdo. 3.4 Indicadores de nivel ‘As medigées dos niveis de enchimento dos tanques de carga sio importantes nas operagdes de navios-tanque sob os aspectos ambientais, comerciais ¢ das pessoas que neles trabalham. Nos navios antigos, era comum obter a ulagem com trenas manuais. Com os carregamentos e descargas rapidos € com grande ntimero de tangues senda operados © monitorades simultancamente, como eria necessirio 0 uso de diversos tripulantes para este monitoramento a ocorre nos dias atuais, squentes, intervalos Com a evolugio da tecnologia, sistemas automaticos de medigdo, com grande precisio © confiabilidade, foram aparecendo e, hoje. navios de variados portes ¢ nimero de tanques sao equipados com sistema de medigao eletrénica com leitura remota a distancia, localizados em um compartimento denominado “Centro de Controle ce Carga” 4.1 Sistomas de medigio 4.1.1 Medidor tipo boia com operasao mecanica Este tipo de medidor utiliza uma béia presa a uma fita perfurada emi toda sua extenso, com furos equidistantes para acionarem uma polia pivotada com a mesma equidistancia da perfuragao da fita. O eixo da polia pivotada aciona um mecanismo contador graduado que varia a cada meio centimetro, dando a variagdo métrica entre o ponto de referéncia e a superficie do liquide. © tambor de armazenamento onde a outra extremidade desta é fixada esté acoplado a um dispositive compensador composto de dois tambores, onde as extremidades de uma fita mola sio afixadas e, por meio desta mola, a fita é tensionada quando a béia é arriada no tanque. Esta mesma tensio serve para recolher a fita a medida que o tanque vai sendo carregado, 3.4.1.2 Sistema de mediga0 operado eletricamente por servo motor O principio de funcionamento ¢ parecido com o anterior, quando uma béia é dotada de um dispositivo de percepgio de superficie. A fita é utilizada pata transmitir o sinal da béia para uma unidade de controle que aciona 0 sistema de tragdo, que é semelhante ao anterior, que passa pela polia pivotada que, por sua vez, aciona 0 mecanismo do contador local. Neste modelo, o eixo do tambor de armazenamento da trena possui uma engrenagem dentada afixada a ele, que reccbe o movimento rotatério através de uma engrenagem acionada por um motor elétrica do tipo sincrono, que & comandado pela mesma unidade’de controle que recebe o sinal da boia com sensor. que sera igada ou artiada de acordo com 0 comando elétrico enviado ao motor sincrono por esta unidade de controle. 7 Sistema de medigdo operado eletricamente por servo motor .4.1.2 Medidores de capacitdncia elétrica de tipo comparativo Este tipo de medidor indica o nivel do liquido pela comparagao da capacitancia elétrica entre um elemento parcialmente imerso e um elemento similar totalmente imerso, que fazem parte de um sensor instalado dentro do tanque de carga, sendo este sensor formado por varios elementos de igual capacitancia e por meio de um circuito de ponte que possui quatro resisténcias, sendo duas fixas. A capacitancia total do sensor submerso € a terceira € a quarta é aquela que terd sua capacitincia variével & medida que € imersa no meio liquido, que ird provocar um desequilibrio na ponte que sera lido no detector e indicador sob forma de ulagem. 3.4.1.3 Medidores tipo bolha (borbulhamento) Neste tipo de medidor, temos uma coluna de um liquido de densidade conhecida (normalmente é utilizado o mercirio industrial), que sofre uma contrapressio de uma coluna de Iiquido (inage do produto) que atua na cabeca de medicao, alterando a coluna de merciirio & qual esta ligada, que faz vaso comunicante com outra coluna ligada a cabega de compensagao, Esta tem a fungao de servir como referéncia para o diferencial de presso que iré atuar na coluna manémetro {normalmente confeccionada em material transparente para possibilitar a leitura da altura da coluna manométrica) Para que se tenha maior preciso neste tipo de medidor, é necessério colocar a valvula na posigdio de purga e esperar por cerca de trés minutos. O ar comprimido & conduzido através das redes de sensores até as cabegas de compensagio e de medigio, até que seja expulso qualquer iquido que esteja em seu interior. Quando isto ocorre, na cabega de medigio comega um borbulhamento através dela. Depois de decorrida a purga, a vilvula de controle € colocada na posigdio de espera para equalizayao da pressio nos dois lados do vaso do tubo manémetro. Isto dura alguns segundos, quando, entio, seleviona-se na vilvula de controle a posigio “medigao”. Quando fazemos isto, a cabeca de medigGo admite através do respectivo tubo sensor a contrapressfio da coluna liquida da carga e esta contrapressio altera a coluna manomeétrica do vaso comunicante que contém o merciirio industrial, que compensa, com 0 seu peso, a contrapressio exercida pela carga. 78 ‘A presséo & um determinado valor em peso que exerce uma forga sobre uma érea, normalmente medida em kg/cm’, Essa contrapressao também teré um peso fazendo forga em uma determinada rea, que ser compensada pelo peso da coluna de meretirio sobre a érea da circunferéncia do tubo manomeétrico, ¢ a variagao da altura da coluna de mercirio, portanto, o valor da contrapressao correspondera a variagdo de inage da carga no tanque. 3.4.1.4 Medidores hidraulicos ou pneumaticos usando circuito fechado Este tipo de medidor é bem simples, tratando-se de uma célula sensivel & presto, que € instalada préximo ao fundo do tanque, ¢ a variagio na pressdo da altura da coluna liquida da carga ¢ transmitida para um indicador remoto por meio eletrdnico, pneumatico ou hidréulico através de um sistema capilar compensado para variagdes normais na temperatura do ambiente. 3.4.1.5 Outros sistemas de medigao por diferencial de pressio Varios tipos de arranjos sao possiveis, porém, todos eles tém as mesmas caracteristicas principais. Esses métodos de medig#o de nivel utilizam transdutores de pressio dos mais variados tipos, que sio utilizados para medir a pressio hidrostética no fundo de um tanque ¢ ao mesmo tempo corrigir a leitura em fungo da pressio interna medida no topo do referido tanque. Este tipo de medigéio apresenta uma vantagem em relag3o ao anterior pelo fato de poder ser utilizado em tanques pressurizados por sistema de gas inerte ou de cargas classificadas como volateis. ——* inka transmtso — Tanque lunna consora “de presse inna censors Medico de nivel utilizando transdutores de pressio 1.6 Medidores do tipo ultra-sdnico e snico Existem diversos tipos de medidores de niveis que utilizam este principio de medigao. O principio basico é calcular-se tempo gasto por uma onda sonora a partir da sua emissio até sua recepsiio apés a reflexao desta onda na superficie do liquide, Os transmissores e receptores de onda sonora podem ser montados no fundo ou no topo do tanqui 79 — Alimentacto Medidores do tipo ultra-sénico ¢ sénico 3. 7 Medidores que utilizam o método ra Este método de medi passar pelo produto. de nivel € feito através da medigao da atenuagiio da radiagéio a0 a) Detector Simples: Neste arranjo, a radiagio € feita por uma fonte radioativa que tem sua atenuacao medida em um unico detector; FONTE RADIOATIVA DETETOR SIMPLES +b) Maltiplas fontes radicativas ¢ miltiplos detectores: neste arranjo de medigtio cada fonte radioativa tem seu detector proprio, em que © sistema fica efetuando varredura por canais de fonte/detector, sendo mostrado no indicador de ulagem, 0 localizado na interface de superficie do liquido; FONTES RADIOATIVAS MULTIPLOS DETETORES 80 ©) Fonte radioativa tinica e miltiplos detectores: este arranjo de medigdo é feito através da emisséo radioativa em forma de feixe, que € captada por miltiplos detectores que determinam 0 nivel do tanque. FONTE RADIOATIVA MOLTIPLO DETETOR Toda precaugao deve ser tomada ao se manusear uma fonte radioativa. uma vez. que poderd causar risco consideravel satide humana e ao meio ambiente. A legislagdo sobre esse tipo de matéria deve ser conhecida cumprida 3.4.1.8 Medidores tipo percepsao de superficie Neste grupo, esto englobados todos os outros tipos de medidores que nfo se classificam dentre os anteriormente mencionados e cujo processo de medigéo depende de diferengas mensurdveis nas propriedades fisicas entre a fase liquida e a fase vapor do produto. ‘Uma sonda manual é constituida de um invélucro hermético que é acoplado a uma valvula de esfera apropriada para este fim, instalada no topo do tanque. Uma vez. acoplada, ¢ liberada uma trena, dotada de um péndulo com duas pontas sensoras embutidas neste péndulo, que ao fazerem contato com 0 liquido, emitem um sinal sonoro existente dentro invélucro, que também é dotado de um visor onde seré efetuada a leitura da ulagem na trena, Alguns destes equipamentos também informam em um display a temperatura, teor de oxigénio existente no interior do liquido e a ulagem da interface agua e dleo existente em um tanque de carga. Medidores tipo percepeao de superficie 3.5 Equipamentos de protecio ambiental Conforme 0 Anexo I da convengio MARPOL, todo navio petroleiro com mais de 150 toneladas de arqueagao bruta devera ser dotado de um sistema de monitoramento e controle de descarga aprovado pela Administracao. BL ‘Ao considera 0 projeto do medidor de teor de éleo a ser incorporado ao sistema, a Administragao deverd levar em conta a especificagao recomendada pela organizagao. O sistema deverd ser dotado de um dispositivo de gravacdo (registro grafico), para proporcionar um registro continuo da descarga em litros por milha nautica e da quantidade total descarregada, ou do teor de Gleo e da vazao de descarga. Este registro deverd permitir que sejam identificadas a hora e a data eo mesmo devera ser guardado por pelo menos trés anos. © sistema de monitoramento ¢ controle das descargas de dleo deveré entrar em funcionamento quando houver qualquer descarga de efluentes para o mar e deverd assegurar que qualquer descarga de misturas oleosas seja automaticamente interrompida quando a vazio instantdnea da descarga de 6leo ultrapassar a permitida pela Regra especifica contida neste Anexo. Qualquer falha neste sistema de monitoramento € controle deverd interromper a descarga € ser registrada no Livro Registro de Oleo. Deve haver um método alternativo operado manualmente, e ele poderd ser utilizado no caso de tal falha, mas a unidade defeituosa devera ser reparada e estar novamente em condigées de funcionar o mais cedo possivel. A autoridade do Estado do porto itir que 0 petroleiro que tenha uma unidade defeituosa realize uma viagem em lastro igir-se a um porto para reparos. sistema de monitoramento ¢ controle das descargas de leo deverd ser projetado instalado de acordo com as diretrizes ¢ as especificagdes para os sistemas de monitoramento € controle das descargas de dleo para petroleiros, elaboradas pela organizayao. Devers haver detectores eficazes da interface dleo/égua, aprovados pela Administragao, para uma verificagdo répida e precisa da interface dleo/égua nos tanques de residuos, ¢ deverdo estar disponiveis para utilizagao em outros tanques em que seja realizada a separagao do,dleo e da agua dos quais se pretenda descarregar efluentes diretamente para o mar. {As instrugdes quanto ao funcionamento do sistema deverao estar de acordo com um manual de operagdo aprovado pela Administragio, Elas deverdo abranger o funcionamento manual, bem como 0 automatico, e deverdo destinar-se a assegurar que nunca seja descarregado éleo, exceto quando de acordo com as condiges estabelecidas em Regra especifica do Anexo I da MARPOL. O equipamento de filtragem de 6leo deverd ter 0 seu projeto aprovado pela Administragao ¢ deverd ser fabricado de modo a assegurar que qualquer mistura oleosa descarregada para 0 mar apés passar através do sistema, ou sistemas, tenha um teor de dleo inferior a 15 partes por milhdo. Ele deverd ser dotado de um dispositivo de alarme para indicar quando este nivel no puder ser ‘mantido. O sistema deverd ser dotado também de dispositivos que assegurem que qualquer descarga de misturas oleosas seja automaticamente interrompida quando o teor de dleo do efluente ultrapassar 15 partes por milhdo. 0 equipamento de controle ¢ monitoramento de descarga de dleo consiste essencialmente de quatro sistemas: a) Um medidor de teor de éleo capaz de analisar 0 conteddo na corrente de Agua, expresso ‘em partes por milhdo (ppm); b) Um medidor de fluxo capaz de medir a raziio do fluxo de agua oleosa através da tubulagdo de descarga. 82 ©) Uma unidade de computagio capaz de calcular a razo de descarga de éleo em litros por milhas nduticas e a quantidade total, juntamente com a indicagao da data ¢ hora; ) Um sistema de controle da valvuta de descarga a0 mar, capaz de parar a descarga quando o limite permissive] tertha sido atingido. ‘A técnica mais precisa para determinar 0 teor de éleo na égua € bascada na analise de absorgiio da luz infravermelha, A absorgdo da luz infravermelha de um comprimento de onda controlado (cerca de 3,4 pem) é completamente independente do tipo de dleo, porém, 0 método nao pode ser usado precisamente enquanto as goticulas de dleo estiverem em suspenstio n’égua, uma vez. que ela também tem uma taxa alta de absor¢do infravermelha. Por esta razdo, 0 dleo € normalmente retirado em um solvente adequado que seja insoliivel na égua, tal como o tetracloreto de carbono. Este método de medigao de teor de dleo nao pode ser adaptado facilmente para o uso de bordo por causa da necessidade de andlise continua em curtos intervalos dle tempo Por este mova, métodos mais priticos tém sido adotados para uso a bordo, sendo a maioria baseada em principias dticos, come medigao da descoloraczo ou turvamento da digwt causada pels goticulas de dleo. Os principios empregados € outros aspectos destes instrumentas esto resumislos a seguir 1) Fluorescéncia Ultravioleta Este principio foi empregado no monitor de lastro original. Ele era baseado no fendmeno de que as moléculas de hidrocarbonetos insaturados ficam excitadas quando sio iluminadas com luz ultravioleta de certo comprimento de onda e entio itradiam luz no espectro. © método é sensivel ao tamanho das goticulas, porém, certamente insensivel a outras impurezas presentes no éleo. A desvantagem principal, todavia, é que dleos diferentes contém quantidades diferentes de hidrocarbonetos insaturados, de forma que o instrumento deve ser calibrado cada vez que um tipo de éleo estiver sendo monitorado. 2) Medidores de Turvamento Se uma mistura de gua ¢ dleo, com baixo teor de dleo, for bem agitada, de modo que as goticulas de dleo tomem-se muito pequenas, a gua ficatd com uma coloracio Ieitosa em variados graus. Dependendo da quantidade de dleo presente, 4 cor real da goticula de dleo nao tem nenhuma importéncia. Este método pode ser usado para indicar o teor de dleo, desde que as condigées para homogeneizar a amostra sejam bem controladas. Se um feixe de luz é projetado através de uma célula de teste contendo amostra de Agua com goticula bem homogencizada, parte desta luz, sera dispersa. A intensidade da luz captada pela fotocélula em trajeto reto através da célula seré reduzida, enquanto que seré aumentada a intensidade da luz. dispersa captada por uma fotocélula montada em Angulo em relag&o ao trajeto original. ‘A luz laser pode ser usada para obter um feixe de luz bem definido ¢ possibilitar um efeito de dispersio luminosa scletiva. Este principio é usado em um medidor de teor de dleo. atualmente disponivel, no qual o feixe de luz e os sinais captados pela fotocélula sio transmitides por fibra Gtica para a parte eletrénica existente na praga de maquinas, fazendo pequenos orificios para passagem desta fibra através da antepara. dotados de um sistema de ved io eficaz, Um outro instrumento, baseado no principio de turvamento, opera somente sobre a luz transmitida diretamente através da célula de teste onde circula uma amostra de Agua lentamente agitada. Instrumentos desse tipo podem medir tragos de leo que vo de dleo cru pesado até derivados como gasolina, porém, algumas mudangas de calibragem so necessérias para abranger os extremos dus faixas. Quando os instrumentos medem o niimero de particulas na agua, eles sio mais sensiveis a outros contaminantes como ferrugem ou bolhas de ar. 3) Medidores & base de absorgdo de luz e medigao de gas Também foi desenvolvido um instrumento que trabalha segundo um prineipio diferente, Ele se baseia em trés etapas: a) Filtragem do 6leo em uma fita de filtro lipofilico; b) Determinagdo da descoloragao da fita; c) Determinagiio de gas evaporado da fita, quando aquecida. Este principio, que consiste de uma amostra de agua oleosa corrente que passa através da fita, absorve todo o 6leo. As particulas sélidas sio retidas na parte inferior da fita. Oleos pesados causam fortes descoloragdes da fita, porém, emitem um baixo teor de gés, enquanto que os mais leves comportam-se de maneira oposta. Adicionando sinais de dois canais de medig&o, em proporgdes escolhidas, obtém-se um sinal de saida que ¢ relativamente insensivel ao tipo de dleo. O instrumento € mecanicamente muito mais complexo do que os outros e tem um custo de funcionamento, devido a fita de filtro que & consumida, embora este tipo de equipamento seja menos sensivel a ferrugem ¢ bolhas de ar. 4) Medigao por absorgao infravermelha A absorgio da luz infravermelha pelo dleo também pode ser medida. Como a absorcio infravermelha pela Agua de fundo também é alta, uma gua de referéncia, isenta de dleo © em quantidade relevante, deve ser suprida durante todo tempo. Isto é feito pela purificagdo de uma pequena parte da agua filtrada através dle microfiltros. A absorgio infravermelha pela agua oleosa pela gua livre de leo pode entio ser medida. A diferenca é causada pela absorgao no éleo € o sinal pode ser calibrado no contetido de dleo. ‘Uma alternativa para evitar 0 monitoramento é o carregamento dos tanques de residuo. Este tipo de caregamento € denominado de Load on Top (LOT). A autorizagao para efetuar 0 LOT deverd partir do afretador que, dependendo da quantidade de contaminante (égua e diferente tipo de 6leo) existente no residuo contido no tanque de residuos e, uma ver satisfeito os parimetros quanto & contaminagao de parte da carga a ser misturada com o remanescente 0 carregamento seré autorizado. inconveniente deste tipo de operagdo & a perda de espago para o caso de haver um vazamento de carga no convés, 0 que pode tornar impossivel utilizar este recurso para comportar este derramamento. 84 E para se determinar a quantidade de Agua contida no tanque de residuo, depois de um periodo de repouso suficiente para a decantagtio, uma forma de acelerar a decantagdo é efetuando 0 aquecimento do residuo através das serpentinas de aquecimento de carga. Depois de cumprida esta clapa, é efetuada a sondagem da interface 4gua/Sleo para determinar a quantidade de égua existente no tanque, ‘A determinacao da interface é feita com um instrumento chamado de detector de interface, que pode ser dos tipos fixo ¢ portitil. Estes instrumentos obedecem a padres ¢ especificagdes internacionais e somente equipamentos que satisfazem a estes padres podem ser utilizados. i Detector de interface dleo/agua Este equipamento consiste de uma trena metilica, um amperimetro, um péndulo de zinco preso a extremidade da trena e um grampo de aterramento para conectar 0 equipamento a estrutura de ago do navio ¢ manté-Io aterrado durante 0 uso. Quando 0 peso estiver suspenso na agua salgada, a ago galvinica entre 0 zinco ¢ a estrutura de ago do navio gera uma corrente elétrica que € \dicada no amperimetro e, quando o peso fica suspenso na camada de éleo, nenhuma corrente € gerada. Ao se abaixar 0 péndulo de zinco, registrando-se a altura na qual a corrente comeca a fluir, € possivel determinar a interface dgua/dleo. Na pritica, a medigdo € feita mergulhando-se 0 péndulo na égua para que o dleo nele impregnado durante a passagem pela camada superior de dleo seja removido, Durante o igamento do péndulo, registra-se, ent&o, o momento em que deixa de fluir a corrente, obtendo-se a ulagem da interface. Nos dias de hoje, nao se usa mais detector de interface do tipo mostrado no desenho, mas 0 de funcionamento é 0 mesmo. Os detectores de interface mais modernos trabalham acoplados a uma valvula de esfera instalada no topo do tanque, conforme mostram as fotos. 85 ‘A medigao efetuada com este tipo de sonda manual apresenta uma vantagem sobre a mostrada no desenho, pelo fato de que no ha necessidade de despressurizar o tanque no qual vai ser verificada a interface. Este equipamento é de operagdo similar ao anterior, porém, a medigéo da interface € feita arriando uma trena que possui dois filamentos ao longo de toda a fita, localizados nas extremidades desta, O prumo, em vez de ser de zinco, é feito de ago, porém, dotado de dois eletrodos que, em contato com a agua, iré acionar um sinal sonoro existente no corpo da sonda e a altura medida na fita da sonda marca a ulagem onde ocorre a interface. a ae Detector de interface éleo/igua modernos 3.6 Indicadores de gis Indicadores de gas so os instrumentos portiteis de medigdo da concentragio de gas de hidrocarbonetos em atmosferas inertizadas ou ndo, de outros gases téxicos e de oxigénio. 3.6.1 Medico da Concentragio de Hidrocarbonetos © indicador de gés combustivel de filamento catalitico - explosimetro - é usado para a medigio do teor de gas de hidrocarbonetos no ar, em concentragdes abaixo do Limite Inferior de Inflamabilidade (LID. A escala é graduada em % do LII ou % do LIE (Limite Inferior de Explosividade). Um explosimetro nfo deve ser usado para medir a concentragio de gis de hidrocarbonetos em atmosferas inertes. Para a medigéo de concentragées de gas de hidrocarbonetos acima do LII ou em atmosferas com falta de oxigénio (inertizadas), so encontrados no comércio dois tipos de instrumentos: + Indicador de Gas de Filamento Nao-Catalitico — Tankscope; e + Medidor de indice Refrativo - Interferémetro. A escala nestes instrumentos é graduada em % de volume de gas de hidrocarbonetos. 1 Explosimetro — Prineipios de Funcionamento O elemento sensivel de um explosimetro é normalmente um filamento de metal catalitico aquecido por uma corrente elétrica. Em alguns instrumentos, o filamento ¢ substituido por uma 86 pequena esfera de ceramica recoberta com material catali:ico, porém, 0 prineipio de funcionamento €0 mesmo, Quando uma mistura gas de hidrocarbonetos e ar é posta em contato com o filamento, 0 gas se oxida no filamento ja quente e 0 toma mais quente ainda. Com isto, a resistencia do filamento é aumentada, ¢ a variagdo da resisténcia proporciona o meio de medir a concentragio de gas de hidrocarbonetos na mistura. © ajuste do explosimetro para uso € feito balanceando-se a ponte com o filamento em contato com ar puro (ndo contaminado) na temperatura correta de operagao, de tal modo que a leitura no medidor seja zero. O aumento da resisténcia do filamento sensor, devido & combustao da amostra da mistura ar/gés de hidrocarbonetos, desequilibra a ponte € causa uma deflexdo no ponteiro do medidor, deflexao que é proporcional 4 concentracio do gas combustivel ‘A deflexdo & indicada em uma escala graduada de 0% a 100% do Lil, Em alguns instrumentos hi circuitos adicionais que indicam a concentragao de gas combustivel em uma segunda escala, ampliada. na faixa de 0% a 10% LIL. A fim de que as Leituras se tensio (voltagem) através da ponte deve ser mantida constante, 0 que ¢ conseguide através de um controle existente n compativeis. a Ao fazer uma medigo, as instrugdes detalhadas do fabricante devem ser seguidas, ‘Apés a ajustagem inicial do zero instrumental, feita com ar puro em contato com o filamento sensor, uma amostra da mistura é introduzida no medidor por meio de um bulbo aspirador de borracha ou por meio de uma bomba, A leitura é feita quando 0 ponteiro cessa de avangar na escala do mostrador. ‘A tensio de desbalanceamento através do medidor é proporcional concentragio de hidrocarbonetos até duas a trés vezes o valor do LII, muito embora nao possa ser lida a medida de. uma concentragiio maior do que 100% do LIl. Se a concentragao for maior do que cerca de duas vezes 0 LII, havera insuficiéncia de oxigénio na mistura para queimar completamente o gas de hidrocarbonetos. Tal concentragio é indicada pelo movimento da agulha do, medidor, que se desloca inicialmente até o valor miximo da escala para, em seguida, voltar pata uma posigao perto do zcro A observagdo continua da agulha & necessaria para evitar que passe desaperecbido tal tipo de resposta do instrumento. A operacao prolongada com tal mistura de gis causa o depdsito de material carbonado sobre o filamento sensor, 0 que pode alterar a resposta do instrumento. Em tais casos, a resposta do instrumento deve ser verificada. Pela mesma razo, 0 instrumento no deve proporcionar leituras confiaveis quando a atmosfera é deficiente de oxigénio, como € 0 caso da atmosfera em tangues inertizados. O instrumento nao pode ser utilizado para medigdcs em tanques inertizados, Outros gases que nao os de hidrocarbonetos, tais como gas sulfidrico (H2S), mondxido de carbono (CO) ou gases oriundos de compostos de chumbo, que podem estar presentes na atmosfera de um tanque. podem afetar a resposta do medidor, desde que estejam presentes em concentragdes muito elevadas. O instrumento nonmalmente possui um filtro para remover particulas sélidas c fiquidas. Ele nao indicara a presenga de névoas combustiveis (tais como as de dleos lubrificantes) ou pociras. 87 3.6.1.2 Tankscope - Principio de Funcionamento elemento sensivel deste instrumento € um filamento quente nio-catalitico. A composi¢o do gas envolvente determina o regime de perda de calor do filamento e, consequentemente, a temperatura e a resisténcia dele. © filanento sensor forma um dos bragos da ponte de Wheatstone, As operagdes iniciais para zerar 0 instrumento balanceiam a ponte € estabelecem a tensdo correta através do filamento, assegurando, assim, a temperatura de operagio correta. Durante o balanceamento da ponte, 0 filamento sensor € purgado com ar ou gas inerte isento de hidrocarbonetos. Como em um explosimetro, ha um segundo filamento idéntico em outro brago da ponte, o qual é mantido permanentemente em contato com o ar e atua como um filamento compensador. O filamento nao-catalitico nao é afetado por concentragdes de gases maiores do que a sua escala de trabulho. O ponteiro vai até o final da escala € permanece nesta posigio, enquanto 0 filamento ficar exposto & mistura de gis rice. Ao fazer uma medigio, seguir as instrugdes detalhadas do fabricante. Apés ter sido 0 instrumento inicialmente zerado com ar puro em contato com 0 filamento snsor, uma amostra é introduzida no medidor por meio de um bulbo aspirador de borracha. O bulbo deve ser operado até que o ponteiro do medidor se mantenha estacionério em um ponto da escala (normalmente de 15 2 20 apertadas), quando a aspiragiio deve ser interrompida ¢ a leitura feita. E importante que a leitura seja feita sem qualquer fluxo de gas através do instrumento € com 0 Jo atmostérica normal. is na pr 3.6.1.3 Interferdmetro — Principio de Funcionamento © medidor de indice refrativo (interferémetro) € um instrumento 6tico que se baseia na diferenga entre o indice de refragiio de uma amostra de gas ¢ 0 do ar. Neste tipo de instrumento, um feixe de luz é dividido em dois, que sto recombinados na ocular, Os dois feixes recombinados apresentam ao observador uma configuragdo de interferéncia sob a forma de algumas linhas escuras na ocular. Um dos feixes de luz atravessa cdmaras cheias de ar. O outro feixe atravessa céimaras para as quais a amostra de gis € bombeada. Inicialmente, ar é bombeado para as cémaras de gas © 0 instrumento é ajustado de modo que uma das linhas escuras coincida com a linha de zero do instrumento, Se uma mistura de gas for ento bombeada para as camaras de amostra, as linhas escuras so deslocadas em escala proporcional a diferenga entre os indices de refragio. O deslocamento é medido pela observaco da nova posigao na escala da linha que, inicialmente, foi Tevada a coincidir com o zero do instrumento. A escala pode ser calibrada em unidades de concentrago, ou pode ser uma escala arbitréria cujas leituras so convertidas, por tabelas ou grificos, nas unidades requeridas. A resposta do instrumento ¢ linear ¢ o teste em um tinico ponto, com uma mistura padrio de concentracio conhecida, é suficiente para fins de verificagao. 88 3.6.2 Medico de Concentragao de Oxigénio Os analisadores de oxigénio (oximetros) normalmente sto usados para determinar se uma almosfera (como a de um tanque de carga) pode ser considerada completamente inertizada ou segura para a entrada de pessoas. 03 tipos mais comuns de analisacores de oxigénio sdo os seguintes: + Sensores paramagnéticos; + Sensores eletroliticos; + Liquidos de absorgao quimica seletiva. 6.2.1 Sensores Paramagnéticos O oxigénio € fortemente paramagnético. enquanta a maioria dos outros gases comuns aio tem tal propriedade, Esta propriedade torna possivel, portanto, que a concentragio de oxigénio seja determinada numa ampla variedade de misturas de gases, Um analisador de oxigénio do tipo paramagnético comumente usado tem uma célula de amostra na qual um corpo leve esta suspenso em um campo magnético. Quando uma amostra de gas é admitida na célula, 0 corpo suspenso gira com um torque proporcional a suscetibilidade magnética do gis (Nota: suscetibilidade magnética de uin material é a maior ou menor facilidade que tal material oferece 4 magnetizagao). Um torque igual e oposto € produzido por uma corrente elétrica que passa através de uma bobina envolvida no corpo suspenso no campo magnético. A corrente de equalizagio é uma medida da forga magnética e é, assim, uma medida da suscetibilidade magnética da amostra, relacionacla com o seu teor de oxigénio. Antes de ser usado, o analisador € calibrado, empregando 0 nitrogénio out 0 gas carbénico (para purgar a célula da amostra e checar 0 zero instrumental) e o ar com 21% de oxigénio para checar o limite de escala As leituras do analisador so diretamente proporcionais & pressio na célula de medigao. A unidade é calibrada para uma pressio atmosférica espectfica ¢ 0 pequeno erro devido a variates da pressdo atmosfériea pode ser corrigido, se necessério. Erros de leitura podem ser mais significativos durante variagdes de pressdo empregando alguns arranjos de amostragem de gis, mas podem ser evitados pela redugio da pressio da amostra 4 pressdo atmosférica durante a leitura. Amostras devem set supridas continuamente ao instrumento por pressdo positiva. As amostras nfo deverao ser introduzidas no analisador por presto negativa, pois a pressio de medicao se torna incerta O filtro devera ser limpo ou substituido quando, para manter um fluxo razoavel através do analisador, for necessario aumentar a pressdo da amostra, Havera, também, a necessidade de aumentar-se a pressio da amostra se o filtro se tornar timido devido a secagem insuficiente do gas A necessidade de limpar ou substituir o filtro deverd ser checada regularmente. 89 3.6.2.2 Sensores Eletroliticos Os analisadores deste tipo determinam 0 teor de oxigénio de uma mistura de gas pela medi¢do da saida de uma célula eletrolitica. Em um analisador comum, o oxigénio se dispersa através de uma membrana dentro da célula, 0 que causa um fluxo de corrente entre dois eletrodos especiais separados por um liquido ou coldide eletrolitico. O fluxo da corrente esté relacionado com a concentragio de oxigénio na amostra € a escala é arranjada para dar uma indicagdo direta do teor de oxigénio. A célula pode ser incluida numa cabega sensora independente, conectada por cabo & unidade de indicagao As leituras do analisador sio diretamente proporcionais & pressio na célula de medigdo, mas es normais na pressio atmosférica causam apenas pequenos erros. Certos gases podem afetar o sensor € causar‘leituras falsas. Bidxido de enxofre € dxidos de nitrogénio interferem se estiverem presentes em concentragdes de mais de 0,25% em volume. Mercaptans ¢ sulfeto de hidrogénio (gés sulfidrico) inibem a atividade do sensor, se seus niveis forem maiores do que 1% em volume. Tal inibigdo ndo ocorre imediatamente, mas apés um certo tempo; um sensor inibido se altera e no pode ser, calibrado no ar. Em tais casos, 0 manual de instrugdes do fabricante deve ser consultado. ‘ 3.6.2.3 Liquido de Absor¢io Quimica Seletiva Neste tipo de analisador de oxigénio, um volume conhecido de amostra de gas é posto em contato com um liquido que absorve oxigénio, causando uma variagao no volume liquido, A relago entre esta variago de volume e o volume original é uma medida de teor de oxigénio da amostra. Nao é recomendado 0 uso deste tipo de medidor para checar a condigiio do espago de ulagem em um compartimento com carga devido ao efeito, nos reagentes, das altas concentragdes dos gases de hidrocarbonetos. 3.6.2.4 Manutencio, calibracdo e procedimentos de teste Por serem de importancia vital, estes analisadores devem ser cuidadosamente mantidos testados rigorosamente de acordo com as especificagdes do fabricante. E essencial que, cada vez que um instrumento for usado, sejam checados as baterias (se instaladas), 0 ajuste do zero ¢ a calibragiio. Durante 0 uso, devem ser feitas verificagdes frequentes a fim de assegurar que leituras exatas Sejam feitas todas as vezes. A calibragdo ¢ simples em todos os analisadores que usam a presso atmosférica como padrio, O ajuste do zero pode ser checado com nitrogenio ou gas carb6nico. Monitores de Oxigénio Pessoais encontrados no comércio monitores de oxigénio para uso individual, capazes de medir continuamente o teor de oxigénio na atmosfera, Tais monitores empregam um sensor ¢letrolitico.. Eles produzem automaticamente alarmes Visuais e audiveis quando ha deficiéncia de oxigénio na atmosfera, de modo a dar av portador aviso adequado das condigdes de inseguranga. Os monitores devem ser testados em intervalos regulares. 90 3.6.2.6 Tubos Colorimétricos Os tubos detectores so feitos de vidro, preenchidos com material granulado tratado quimicamente para indicar uma variedade de substancias. As extremidades dos tubos so fechadas por restri¢do e funcionam como lacres. Os tubos detectores vém acondicionados em caixas de 10 unidades ¢ tém um tempo de validade para armazenamento de 24 a 30 meses. Poderéo ser detectados mais de 170 tipos de substdncias através dos tubos colorimétricos. Na pritica, deve set selecionado um tubo para a substincia a ser detectada de acordo com a faixa de concentragao do gés em questdo (de 2-500 ppm, por exemplo). Depois de selecionado o tubo adequado, 0 usuario deveré quebrar as extremidades do tubo ¢ encaixélo A bomba de amostragem, observando 0 sentido do fluxo de amostra indicado no tubo. ‘As bombas de amostragem podem ser utilizadas com uma grande variedade de tubos detectores para verificar a presenca de uma ampla variedade de substancias toxicas. Em geral. sao projetadas para serem operadas com apenas uma das maos ¢ fornecerem amostragens precisas de 100 mililitros (ml). Algumas so construidas com um sistema de compressio guiado por uma haste de acionamento que Ihe confere volume e vazio de amostragem com graus de precisio ¢ repetibilidade maiores que outras bombas similares. Bomba de amostragem e tubos colorimétricos CAPITULO.4 Procedimentos de seguranga e operagies de carga e descarga 4.1 Inflamabilidade e explosividade Os liquidos nao podem queimar, a menos que estejam emitindo vapores inflamaveis. No processo de queima, os gases de hidrocarbonetos reagem com 0 oxigénio do ar para produzir didxido de carbono e Agua. A reagao libera muito calor para formar uma chama visivel que se movimenta através da mistura de gés de hidrocarboneto e ar. Quando o gis acima do hidrocarboneto liquido é inflamado, o calor produzido é normalmente grande o bastante para gerar ais suficente para manter a chama, ¢ se diz. que 0 liquido queima; de fato, € 0 pis que esté queimando e é continuamente reabastecido pelo liquido. Uma mistura de gis de hidrocarboneto e ar nao pode entrar em ignigio e queimar a menos que sua composigao esteja dentro de uma faixa de concentragdo conhecida como “faixa inflamavel”. O limite inferior desta faixa, conhecido como limite inferior de inflamabilidade” (LID, € aquela concentrago de hidrocarboneto abaixo da qual nao existe gés de hidrocarboneto suficiente para sustentar e propagar a combustio. O limite superior da faixa, conhecido como “limite superior de inflamabilidade” (LSI), € aquela concentragao de hidrocarboneto acima da qual niio existe ar suficiente para sustentar e propagar a combusto. 4.1.1 Limites de Inflamabilidade Esses limites variam um pouco para os diferentes gases de hidrocarbonetos puros e para as misturas de gases derivadas de diferentes liquidos de petréleo. De forma bem grosseira, as misturas de gases provenientes de dleos crus, gasolinas para motor ¢ aviagdo e produtos tipo gasolina natural podem ser representadas pelos gases de hidrocarbonetos puros, propano, butano ¢ pentano. A tabela a seguir dé os limites de inflamabilidade para esses trés gases: [ GAS _ LIMITE SUPERIOR LIMITE INFERIOR [Propano 95% 22% {Butano| _ 8,5 % _ 1,9% 7 = | [Pentano 7.8% a 15% } Quando o gis inerte é adicionado a uma mistura de gés de hidrocarboneto e ar, o resultado é um aumento no limite inferior de inflamabilidade ¢ uma diminuigéo no limite superior de inflamabilidade da concentragio. Estes efeitos esto ilustrados na figura abaixo e devem ser respeitados somente como um guia para entender os principios envolvidos. 4.1.2 Testes de Inflamabilidade Uma vez que misturas de gis de hidrocarbonetos/ar sto inflamaveis numa faixa relativamente estreita de concentragdes de gas de hidrocarbonetos no ar ¢ que a concentragao no ar depende da presstio de vapor, seria possivel, em prinefpio, desenvolver um teste de inflamabilidade pela medigao da pressio de vapor. Na pratica, o grande niimero de produtos de petréleo e a faixa de temperaturas em que eles so manuseados, tém impedido o desenvolvimento de um teste simples para tal finalidade. 92 Ao invés disso a indiistria do petréleo utiliza dois métodos padronizados: um € 0 teste da Presséo de Vapor Reid e 0 outro € 0 teste do Ponto de Fulgor, pelo qual a inflamabilidade é medida diretamente. 4.1.3 Ponto de Fulgor No teste do Ponto de Fulgor, uma amostra do produto é gradualmente aquecida num vasilhame especial e uma pequena centelha é, momentinea e repetitivamente, aplicada na superficie do liquido. O ponto de fulgor é a menor temperatura do liquido na qual aquela pequena centellia inicia uma chama que se propaga pela superficie do liquido, indicando, assim, a presenga de uma mistura inflamavel gas/ar acima do liquido. Esta mistura gas/ar corresponde, com muita aproximagao, ao limite inferior de inflamabilidade da mistura. Existem muitos aparclhos diferentes para a medig&o do ponto de fulgor. mas cles se enquadram em dois tipos. Em um deles, a superficie do liquide est permanentemente em contato com a atmosfera enquanto o liquido é aquecido: o resultado de tal teste & chamado de "ponto de fulgor cm vaso aberto”. No outro tipo, 0 espago acima do liquido € mantide fechade, exceto por breves momentos em que a chama ignitiva é introduzida através de um pequeno orificio: 0 resultado deste tipo de teste ¢ conhecido como "ponto de fulgor em vaso fechado” 4.2 Precaugées de seguranga a bordo Uma vez entendido que os principais riscos do transporte de petréleo € seus de so incéndio ¢ explosio, agées devem ser tomadas para que estes riscos nfio se materializem em acidentes. Para eliminar esses riscos, é necessirio evitar situagdes nas quais fontes de ignicdo € atmosferas inflamaveis estejam presentes no mesmo lugar € a0 mesmo tempo. Como nem sempre € possivel excluir esses dois fatores, precaugdes devem ser tomadas para excluir ou controlar um dos dois. Como sempre haverd a expectativa de que gases inflamaveis possam surgi nos compartimentos de carga, casas de bombas e Area da carga, ento, é essencial que todas as possiveis fontes de ignigio sejam eliminadas destes locais. Como nos camarotes, cozinhas ¢ outras areas dentro dos espagos das acomoclagdes existem fontes de ignigdo nos equipamentos elétricos instalados, além de fosforos e isqueiros, para manter estas fontes de ignigio sob controle € necessdrio evitar a entrada de gases inflamiiveis nesses espagos. Na praga de méquinas, é impossivel evitar fontes de ignigao naturalmente causadas pelos equipamentos instalados, motivo pelo qual é essencial evitar a entrada de gases inflamaveis nesses compartimentos. Gases inflamaveis ¢ fontes de ignigao devem ser seguramente controlados nos paidis, castelo de proa, paiol da amarra e outros compartimentos do convés por meio de testes praticos operacionais cujo método de controle deve ser rigorosamente mantido. 4.2.1 Fumo Estando 0 navio em viagem, o fumo s6 deve scr permitido em periodos e locais previstos pelo Comandante. O local deve estar claramente indicado. E proibido o fumo no convés ou em 3

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