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Fssa & uma pergunta que pode gerar res- postas to variadas quanto o niimero de pessees que se dispuserem a respondé-la, Um nimero muito grande de trabatnos, com temas e objetivos os mais diversos, circula nos periédicos ¢ outras publicacbes declaradamente inseridos no dominio da Pragmitica. Pode-s nto, a partir de um ‘ou menos coeso esses estados, procura assim tentar compreent heterogenea, procurando ao mesino tempo evidenci if tes perspectivas, torna possivel reconhecer certos tipos de estudos linguisticos ‘como pragmiticos. Mesmo que se admita a variedade presente na Pragmatica, também se deve admitir que as autoras ¢ autores desse dominio compartlham certos pressupostos. Haband e My (97D, etre do ural of Pragati, na primeira edigao ‘om seus usuérios ¢usuérias, na pritca ling otro lado, estuda as condigdes que governam essa pritice. Assim, lugar, a Pragmatica pode ser apontada como o estudo do uso linguistico. As pessoas Sasa ceies isi-latrazendo para a definigao Os conceitos de sociedad «de comunicagdo descartades peta Linguistica seuss, ‘eana na subtragio da fla, ou sea, na subtragdo das pessoas que falam Unsegu Ho acorddo entre os estudiasoseestudiosas dessa dea que io puramente convencionais, mas sim compostos rovadores, que se alteram e interagem durante 2 ita cassete, com uma gravacdo . vamos escutar trechos do tipo, ota ele aquela vida infliz qu eles tnham stadora tem umm impasse de inter i cia ' prova de que niio € produtive des tével, mas sim que esta deve ser Possibilidade de se juntar grupos de indicios sobre seu funci eagonanns . Possivel um recorte convencional, no justificado por qualquer fator inguagem. Quando a anélise lingustica € feta em outtes molden rosde uso dosistema,ou,na melhor {ue so analisados nas publicagdes aceitas pelo 'aa perceber que linguistas esto se dedicando as imentais na compreensio da linguagem em uso: llogos colhidos ene falantes de uma comunidade, literatura, poesia, humor, podemos ler mesmo trabalhos analisando material lingufstico visual, come "mem USO € ndo descartar nenhum elemento no con- jpontos comuns a0s estudos da preocupagio com XIX, a Filosofia iniciou um redirecionan forma de responder a suas passaram a ser entendidos como 2 maneira pela qual a mente é capaz de ide, entio, no final do século XIX, os estudos lum conjunto de critérios para aval construir representagies. M mente que representacdo ¢ ant antes em filosofia da linguagent fil ir e descrever m udrias ¢ usuarios da inguagem, acarretando uma, a Li 705 ao uso da linguagem, por isso, 20 igdo dessa area, devemos acompanhar tard ficos que a influenciaram. Como bet \mengaud (2006, p. 9), Prag “uma das mais vivas ‘o das pesquisas em filosofiae em linguistica, atualmente indi 2 OBNETOS E METODOS DA PRAGHATICA ‘Como a Pragmética é uma area geneticamente definida por pesquisar sobre © uso ling ‘08 temas escolhidos para analise si amplos e variados. Em. ‘publicagdes da Pragmatica podemas ler estos teéricos sobre a relagio entre ‘ignos ¢ falantes, como é o caso do estudo de Mey (1985), que procura debater fe uma perspectiva marxists, discutindo 0 aspectos de didlogos entre fal diferentes (Verschueren ¢ Bertuccelli-Papi, 1987). Observe o didlogo a seguir: ey A: Voo8 viu meu rato por si? B {apontando um rio a0 seu lado}: Este aqui o nd. ‘A: Nao, 60 rato mesmo, Meu rato de boracha, BB compreende a palavra rato, mas considera !*)aimprobabilidade de alguém estar procurando seu proprio rato (!); 2°) a proximidade {20 seu lado} Jpjeto ¢ fonoldgica da palavra que se refere a esse objeto. Assim, uma wragmética desse didlogo deve considerar tantos aspectos da estrutura da to aspectos relacionados 20 usuario ou A usuaria (a situaglo ‘Um outro tipo de tema comumente levantado pelos estudos pragmticos sio 08 funcionamentos e efeitos de atos de fala. Aros de fala um conccito pro- posto pelo fl6sofo inglés J. L. Austin para debater a realidade de ago da fala, bu sea, a telagdo entre o que se diz eo que se faz — on, mais acuradamente, 0 fato de que se diz fN85, ou se faz dizendo. Diseutiremos melhor esse concei- ar que alguns estado, cada qual com seu critério, pr seus efeitos. E 0 caso de Benveni fala. De um lado teriamos aqueles atos que seriam compostos por um verbo eclarativo jussivo na primeira pessoa do presente mais uma afirmaggo, como: (3) Buordeno que voos saa. de autoridade para tal ago”, ta por quem fala, como este -denar” & 0 verbo declara- tivo-jussivo, e “voo8 saia”, a afirmagio. De. », Benveniste prope outro i | { i i reconvene, ® conjunto de atos de fala, atos estes que seriam compostos por um verbo com ‘complemento diteto mais um termo predicativo, tal qual: (4) Proclamo-o eleto verendor. sificagdo proposta por Benveniste no éinica e mesmo pode ser ada (cf. Ottoni, 1998). (O mais importante é se perceber que, ao selecionar, entre tantos fendmenos de linguagem em uso, quais devem ou nao ser estudados, ¢ a quais perguntas ddevem ser submetidos ins fendmenos, os autores e autores de Pragmtica acaba por fazer aparecer suas diferengas. A iffuéncia de grupos filoséficos nessas se- legdes de abjetos e métodos & patentee sera usada aqui para delimitar os dife- rentes grupos de estudos pragmiticos. ‘So trés os ghupos principais de estudos. O pragmatistno norte-americano, influenciado pelos estudos semioldgicas de William James; 0s estudos de atos é és J L. Austin; ¢ 0s estados pragmi- as relages socials, de classe, «emétodos hoje separados dos pragmiticos, A Semintica Argumentativa ¢ a Ané- lise da Conversagio so duas éreas de estudo outrora participantes do movimen- toque imtegrou componentes pragmiticos aos estudos ingufsticos. Neste momen- to histérico de Linguistica, sto mais enriquecedoras quando estudadas como freas diferentes. Mas no estrarhem a leitora eo leitor se encontrarem, ainda hoje, ‘os nomes desses autores associados de alguma forma a Pragmética’ ie ssn oes 24, Pragmatisme norte-americano Pesquisa areferEncia dos simbolos em relago aes ‘estudos originais em todos os ramos da teoria gral # bom resaltar ques ideia da trade prapmticae toda a toca que a acom- panha sio complexas. Peirce fez um taba ‘Ao travar contato com o circulo de flésofos de Viena, Mortis sabe da pro- posta de Rudolf Camap de di estigagdes sobre linguagem em trés ‘campos: @ Sintaxe, que trataria. ent as expressbes; a Semnt a, que trataria da relagio entre us significados; ea Pragmatica, ue estaria responsavel por trata entre expressbese seus locutores € Jocutoras. Repare que essa partis ternéria iembra muito os trés pontos cruciais da sigaificagio para Peirce: o signo propriament ramap destacado pela ideia de que uma dea, a Sintaxe, poderia trai jeado, ova que remete 6 Paice (1906) citndo em Oyen Richards (1972, p28). connie o jgno, tratado na Seméntica; e a pessoa que interpreta o signo, tratado, de corde com Carap, pela Pragmitica. Essa proximidade entre os dois racioctnios is atesta, com Foundations of the theory of signs," a douttina pragmitica de Peitce, ¢ defende a interdopendéncia, comba- fa hierarquizagdo dos trés campos. Assim, Morris mostrase fortemente ado pelo grupo de empiricistas de Viena, mas, a0 mesmo tempo, busca rminimnizar @ forga da separacio entre os trés campos de estudo, © que, conse- quentemente,aftstaria, na pratica da pesquisa linguistca, os trés elementos da triode pragmitica, Entrctanto, ainda que esse gesto de Morris seja bastante apro- priado ao pensamento de Peirce, € forte a ascendéncia do empirismo ligico em seu pensamento, fizendo com que sua obra se direcione para outros caminkos, como, por exemplo, para fundamentar a doutrina da ciéneta unitéria defendida pelos empiricistas. Seguindo outro caminho,o filésofo William James aproveitou de Perce a ia de refletir no &mbito da filosofia sobre os sinais, nos depois de Peirce ter utilizado a palavra pragmat ‘Pragmatism ¢ inaugure 0 que ficou conhecido como Pragi ccano. Mas as ideias de James s6 vieram a © oconhecimento, como uma pratica social. ¢ ade verdade como “o que & melhor para nés 2c bestante polémice, Desde Plato, que discuis co que se pode chamar corretamente verdadero filosificos, especialmente infiueneiados pe finido verdade como um conceito que est fora das pessoas, pois 0 que é verda- aria sempre em conformidade com o mundo. Desse modo, a verdade scetivel de ser encontrada confirmada. Esse conceito de verdade sempre ic importante para definio de significado, pos a conceituali- deste iim gireva em tomo da correspondéncia entre o mundo eapalavra, James, por meio de sua reflexdo filoséfiea baseada em componentes ticos,valoriza a pessoa que fala como detentora do proprio significado, Ja que a verdade, palavra-chave na compreensio da relago entre mundo e lin- ‘guagem, nada mais é que aquilo que todos e todas nds, inseridos/as nunca comu- nidade, queremos que ela sej, Repare como essa posi¢o de Fumes desloca com, srande forga o tatamento do significado lingistico, porque impele o debate 7. Gilado em Scleber-ange (1987), e sx 908s averca da verdade para o terreno do imprev pessoas sociais. Nomomen- to em que ele relativiza a nogto de ver sobre a possibilidade de conhecimento de fo, pois duvida da propria ideia de ‘confirmagio no mundo deste conhecimento. E 0 norte-americano Willard em prosseguir as ideias pragmatistas também estuda 0 empirismo Kégico do ‘0 vocabulirio logicistae reforga muitas das ideias de Peirce, reformulando-as ino que ele chamou de pragmarismo radical. Sua atitude contra a trad gica é ousada, Com Quine, podemos aprender que muitos argument dos pela Semantica Iogica para sustentar a exclusio do usuario ¢ da enulie do significado sto questiondvels em sua propria condo do argumen- to valid. Para entencermos radicalismo da proposta pragmtica de Quine, devemos nos deter umn pouco na questio da deteratinagdo da referéncia, e procurat per- ‘eeber como Quine levanta o problema de que determinar o objeto referido por uma expressto é uina questo muito mais séria do que simplesmenteencontri-lo ‘ou no no mundo. Muitas dficuldades podem ser levantadas para se apontar um, objeto referido. Quine (1980), defendendo que a indeterminagdo da referéncia permanece ndo importa com qual tipo de expresséo referencial estejamos traba- Thando, apresenta a situagio do uso de expressbes demonstrativa. A sentenga quem inicia um grande empenho (5) Esta mesa est quebrada proferida numa situago similar ostensio, ndo deixa de produc perguntas: ‘© que esté sendo referido para 0 predicado realmente problemas referenciais. E perfeitamente aceitivel, do ponto de vista

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