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UM ESTUDO LEXICOGRAFICO EM DICIONARIOS BILINGUES PORTUGUES/FRANCES - FRANCES/PORTUGUES Regina Maria Gregério (UEL) Mariangela G, Lunardelli (Alianga Francesa - Londrina) Introdugéo ‘A menina atirow o lépis sobre 0 caderno ficou olhando ‘para a rua. Era um belo dia de outono ¢ ela precsava escrever ‘uma composigao com a palavra ‘autbctone. Era um dia perfeito de outono e ela precsava ficar ali excrever uma comparigao com a palavra autéctone. E para o dia seguinte. Autéctone (ou) O que queria dizer ‘autdctone? Autdctone, autéctone.. Aurdlio!” (Luis Fernando Verlssimo, apud Ferreira e Almeida 1994: 28) E, nao temos duivida. Nem Lufs Fernando Verfssimo escapou do Aurélio em seu texto “O autéctone”. Nessa histéria, © autor estabelece a importincia que o dicionério representa para 2 sociedade, simbolizada pela menina aflita as voltas com uma palavra desconhecida que Ihe ‘Sem o Aurélio, ela nao teria condigées para entender tal trabalho: cla nio teria 0 saber, néo teria o “poder”. Que poder ¢ esse que 0 diciondtio possui? O poder que a sua propria etimologia indica: lugar em que se guarda o elemento fundamental do dizer: as palavras (Krieger 1993: 9). Além de acolher dinamismo da lingua, dando Icgitimidade aos vocibulos, 0 diciondrio contém marcas do universo sécio- histérico-cultural do sujeito coletivo, 0 que revela, como Krieger 3, p-21-40, set. 2000 aI (p. 10, negrico do texto) afirma: o diciondrio (6) como um objeto semidtico, ndo apenas reprodutor, mas produtor de significacao. Se é considerado como produtor de sentidos de uma certa coletividade, poderiamos pensar a respeito do que se passa com os dicionérios bilingiies: certamente, so produtores de sentidos de dois sujeitos coletivos. E 0 individuo, portador de tal dicionstio, faz-se conhecedor de duas linguas, de duas sociedades. Porém, essa ‘producio de sentidos” é diferente: quando se trata de diciondrios monolingties, o sentido € estabelecido pela definigio do termo ¢ sua aplicabilidade na lingua em questio, fato que nao ocorre nos dicionérios bilingies, pois tém outras fungSes para produzir sentido que nao a definigao da palavra. Essas funges, Carras (1993: 64) assim determina: “uma primeira fungéo é a de aprender ou precisar a significagdo cde um termo di lingua esrangeira; neste caso 0 percurso vai da Lingua-Alvo a Lingua-Fonte. E wma segunda fiangio seria a do swsudrio procurar encontrar um termo da lingua estrangeira suscetivel de substituir um termo da lingua-fonte; 0 percurso se realiza aqui da Lingua-Fonte para a Lingua-Alvo’. Estabelecidas as difercnsas, é importante assinalarmos 0 papel auxiliar, para professor ¢ para o aluno, do dicionério bilingiic no ensino/aprendizagem de uma segunda lingua. Entretanto, armadilhas acontecem: verbetes com tradugdes suspeitas, prontincias inverfdicas, auséncia de exemplos. E o que pretendemos objerivar nesse estudo é justamente mostrar “a quantas andam” alguns diciondrios bilingties e como se cestabelecem armadilhas. Para tanto, escolhemos 9 diciondrios portugués-francés/francés-portugués, concernentes datas diferentes (de 1961 a 1995) e de editoras distintas (em Portugal, na Franga ¢ no Brasil). Realizaremos, a partir dos pressupostos teéricos, describes ¢ comparagées da macro e da micro-estruturas de cada diciondrio, analisando, em seguida, 8 verbetes (4 em francés ¢ 4 em portugués). Dada 3 riqueza do Iéxico, 2 ‘SIGNUM: Est. Ling., Londtina, 0.3, p.21-40, et. 2000 conceberemos apenas uma amostragem, com vistas a estudos mais aprofundados posteriormente. Esperamos poder contribuir para tum questionamento maior sobre esse importante instrumento da nossa civilizagio. Saber, poder, conhecimento: tomara que 2 menina do Verissimo faga uma boa redacio sobre “nds, os autéctones.” Pressupostos tedricos Figueiredo, em seu livro Aprendendo com os errs (1997), aborda as pesquisas sobre aquisicio de lingua ¢ a evolusio da nogio do erros propée uma classficagio dos erros em relagio a0 seu efeito na comunicagio com natives da lingua inglesa, cm trés categorias: erros que pouco afetam a comunicagio, err0s que causam certa irritagio € erros que impedem a comunieagio. E é nessas duastltimas categorias que o autor, com base nas propostas de Dulay, Burt e Krashen (1982), inclui, para erros que causam certa irvitagao: a ndo-distingao lexical, em relagdo & segunda lingua (L2), entre termos que tim usos diferentes, porém se mantim, ate ‘certo ponto, mum mesmo campo seméntico (Figueiredo 1997: 104); € para erros que impedem a comunicacio: 0 wo de palavras que, tendo ou ndo semelhanca ortogrdfica efou fonolégica com palavras da lingua portuguesa e a mesma entrada lexical, possuem significados totalmente diferentes (p. 107). Mesmo pesquisando uma lingua estrangeira diferente da cescolhida para esse estudo, a obra de Figueiredo revela algo que 5 professores de francés jé sabem em suas aulas: os alunos cometem, com freqiléncia, erros que “atrapalhariam” a comunicasio por utilizarem, em textos ou oralmente, vocdbulos nnio-apropriados tais frases. O fato € conhecido, mas a questio ppermanece: por que essas inadequagées lexicais na aprendizagem da L2? Vitios estudos jé foram concebidos e, no que se refere a0s trabalhos psicolingiisticos nessa drea, alguns autores apresentam ‘modelos possiveis da organizacio bilingtie, como os de Kirsner e al., citados por Bogeards (1994), que admitem a existéncia de ‘SIGNUM: Et. Ling., Londrina, 0.3, p21-40, et. 2000 3 uma organizagéo néo-lingifstica dos conhecimentos ¢ que as memérias da LI e da L2 sio integradas ¢ formam redes lexicais cujas palavras sio ligadas a um sistema conceitual. Se estas memérias sio integradas, algumas inadequacées podem existir no momento da aprendizagem da 12, quando 0 aluno jé tem uma meméria semantica da L1 mais ou menos estabelecida ¢ procura usd-la para obter seus vocébulos cstrangciros, transferindo, por exemplo, para L2 duas unidades lexicais da Li: “quando uma sinica forma da LI contém duas signifcagées sidas como similares — portanto em caso de polisemia — pode- se esperar uma transferéncia das duas significasées para uma tinica palavra da L2; contrariamente, quando uma forma contém dois sents tidos como diferentes ~ portanto em caso de homonimia ~ a tradugio se fard por meio de duas palavras ‘em 12, uma para cada significagao.” (Bogaards 1994: 149) Daf 0 aluno dizer em sala de aula que uma palavra € considerada fécil ou dificil, de acordo com sua familiaridade com a Iingua portuguesa. Essa familiaridade também acarreta problemas. As palavras consideradas cognatas sao tteis € também ppetigosas pois podem constituir os falsos cognatos: palavras que dio impressio de fornecer indicagées sobre seu sentido, mas nao 6 fazem: aquela palavra que “parece, mas nao é”. Surge, para amenizar os obstéculos criados por nossas préprias memérias € pelos falsos cognatos, um aliado poderoso no ensino do vocabulério: © diciondrio. Sem a pretensio de questionar a validade ou nao dos diciondrios bilingiies € monolingties na perspectiva comunicativa de ensino/ aprendizagem, € tomando os dois tipos como instrumentos de trabalho em sala de aula, passemos a examind-los. Existem, hoje, no mercado, dicionérios mono-lingiies, especiais para estudantes de lingua estrangeira, por exemplo, cem lingua francesa ¢ em lingua inglesa.’ Infelizmente, ainda é tarefa a ser cumprida por nossos lexicégrafos brasileiros a ‘SIGNUM: Ext. Ling., Londrina, 1. 1-40, set. 2000 Quanto aos dicionérios bilingties, a historia nos revela um caminho nio tio moderno. Segundo Bevilaqua (1993: 18), os dicionérios bilingiies ¢ multilingiies sio, efetivamente, os primeiros diciondrios a surgir, com 0 aparecimento da imprensa, ‘como resultado da crescente integragao entre os poves. Atualmente, sobretudo nos primeiros momentos do estudo de uma lingua cestrangeira e para tradugées de texto, o uso desses diciondrios se toma essencial. Além das diferengas explicitadas na introdugio desse trabalho, alguns principios regeriam tais diciondrios. De acordo com W. Martin, citado por Bogaards (1994: 224), cle “deveria dar conta, de uma mancira clara e explicita, dos conhecimentos lexcatdo lacutor nati médio. Deveria comportar ‘muitos exemplos, dos quais a maioria trataria de pontor contrastivs, mas que néo eriam todos traducides na LI.” Além dessas caracteristicas, Bogaards prope algumas condigdes As quais um dicionsio, seja ele monolingtie ou bilingite, deveria satisfazer: nomenclatura suficientemente extensa, uunidades lexicais tratadas como entidades tendo sua propria semintica ¢ gramitica, informagées gramaticais claas ¢ explicitas, relagdes de sentido exploradas a0 mAximo. Quanto aos monolingiies, estes deveriam ser claros, simples, completos, evitando a cireularidade; nos bilingiies, tradugées limitadas em niimero € providas de todas as indicagdes gramaticais ¢ discursivas E, cles deveriam satisfaer. E satisfazem? E sio realmente aliados poderosos no ensino do vocabulério? Ou nos trazem mais obstéculos e, assim, mais erros de comunicagio? Até que ponto “confiar”. como confiam nossos alunos, na verdade parccida absoluta do dicionério bilingiie? E como se esquivar de certas rmadilhas do léxico traduzido? ° Givemos alguns: o Longman Dictionary af Contemporary English 0 Dietionare dc franat langue eirengere (DFLE) ‘SIGNUM: Est. Ling., Lond 40, st. 2000 3B Para sabé-lo, vamos a eles - os dicionétios bilingies. s diciondtios bilingties 1. Relagio dos dicionérios Para esse estudo, foram selecionados 9 dicionsrios bilingties ou de tradugio. A escolha foi feita com base nos dicionérios mais utilizados pelos alunos no ano de 97/98, e os diciondrios usados pelos estudantes nas bibliotecas piiblicas ¢ da Universidade Estadual de Londrina. Contém datas diferentes de publicasio. E pertencem a editoras de paises como Franga, Brasil e Portugal. Eis a relagio: 1. Diciondrio Escolar Francts-Portugués Portugués-Francés, 1961 (Bre 2, Diciondrio Francts-Portugués Portuguts-Francts, 1968 (Brasil); 3. Dicionério Garnier da Difel Francés-Portugués, 1968 (Brasil); 4, Dictionnaire Francais-Portugais Portugais-Francais, 1980 (Franga); 5. Guia Pratico de Tradugdo Francesa, 1983 (Brasil); 6. Diciondrio de Ouro Francts-Portugués Portugués-Francts, 1989 (Brasil); 7. Diciondrio de Francés-Portugués Portugués-Francts, 1990 (Portugal); 8, Pequeno Diciondrio de Francés-Portugués Portugués-Francés Michaelis, 1992 (Brasil 9. Diciondrio de Falsos Cognatos Francés-Portugués Portugués- Francés, 1995 Brasil). Duas observagées merecem ser dadas: a primeira é a importincia as datas dos dicionérios, que permicem antever certas consideragées: quanto mais antigo, maior probabilidade de encontrar distincias entre termo da época ¢ significasio atual. Por esse motivo, trataremos 0s dicionérios pelo ano da publicagéo (0s diciondrios que apresentam a mesma data - 1968 - serio examinados sendo 1968-1 e 1968-2). A segunda observacio se ‘SIGNUM: Bit. Ling., Londtina, 0.3, p.2 0, set. 2000 refere aos diciondrios 1968-2, 1983 e 1995: os de 1968-2 e 1983 so exclusivamente francés-portugués; ¢ os de 1983 ¢ 1995 sio considerados diciondrios para tradugio, mais utilizados por estudantes de proficiéncia em francés e tradutores em gerl 2. A macro-estrutura dos dicionérios Segundo Vilela (1995: 78), a macro-estrutura de um. dicionério € o conjunto das entradas e as partes complementares (como introdugao, apéndices, et). Examinaremos cada diciondrio a seguir, descrevendo esse conjunto estrutural. 2.1. A descrigio das macro-estruturas + 1961: contém 2* edigéo; preficio com objetivo de grau médio, mantendo aspecto pedagégico; quadro com abreviaturas com 25 marcas gramaticais € 45 marcas de uso; sinais convencionais de pronii + 1968-1: na eapa, diz-e conter “todas as palavras de uso modemo, além de sindnimos, promincia figurada ¢ provérbios das duas linguas’; no preficio, o livro procura “ser eminentemente pritico” € observa “desnecessério mencionar a etimologia dos vocibulos, pois do contririo se tratia o esplrito da obra"; abreviagbes de 34 ‘marcas gramaticais © 86 marcas de uso; figuragio da prontincia - valor em portugués. + 1968-2: preficio: “ineficéncia dos velhos dcionérios francés-portu- ud”, propde “que o consulente encontre com toda a certeza 0s termos técnicos e cientificos mais usuais”; contém plano de claboragao dos verbetes;crtério -“apresentar o vocébulo equivalente exato’, fala dos crtérios dos usos dos sinais convencionais e da pontuagio, registro das abreviaturas em duas colunas - as marcas gramaticais (31) ¢ as marcas de uso (46); + 1980: indice, preficio, abreviacuras nas duas Iinguas: precio um tanto presungoso - “todas as indicagSes necessrias para traduzit, ‘SIGNUM: Est. Ling., Londrina, 2.3, p21-40, set. 2000 7 pronunciar € construir corretamente”, “o nosso vocabulirio, acientemente escolhido, € muito mais rico que o de muitos Aicionérios mais volumosos”, contém resumo de gramética francesa « portuguesa, um guia de conversacio ¢ © modo de escrever uma carta; para prontincia - “conservamos o alfabeto ordindrio"; abrevituras com 43 marcas de uso ¢ 25 marcas gramaticais; + 1983: a 1° edigio & de 1967; prefici: contém histéra da vida do autor que revela“algumas das armadilhas em que eles (0s leitores) podem cair’, exemplificando com as “belles infidees” de Georges Mounin; adverténcia e explicagio sobre os faux-amis; s: todas as marcas si gramaticais (37); diz-se ser juncio de dois dicionérios Francés-Portugués Portugués-Franeés; nota do editor: “recente técnica lexicogréfica americana e européia: 0 maximo de concentragio sil no minimo de espago”; formato-bolso; diz evitar "a nomenclatura técnica € cientifica"; “omitimos expresses regionais, girias € arcaismos"; também traz como vantagem uma lista dos principais termos gentilicos geograficos; contém ainda indicagdes sobre a prontincia figurada; abreviaturas: 13 marcas gramaticais; +1990: s6 contém abreviaturas - 28 marcas gramaticais ¢ 8 marcas de uso; + 1992: no sumdrio, aparecem as divisées em francés e portugues; contém organizagio do feita a entrada; abreviaturas - 26 marcas gramaticais © 33 marcas de uso; apresenta conjugagio dos verbos em francés € ‘em portugués; € lista de verbos irregulares em francés ¢ em portugués; + 1995: preficio apresenta as professoras autoras e 0 estudo dos fuus-amis por Maria Tereza Camargo Bidermann; introducéo: mil verbetes para “vocdbulos que causam uma impressio de facilidade na tradugéo”; definem cognato exemplificam os seus casos; apresenta a estrutura do verbete; consta bibliografias abreviaruras € sinais: 14 marcas gramaticais e 53 marcas de uso. a SIGNUM: Eat. Ling, Londtina, 0.3, p-21-40, et. 2000 2.1 Comparagio das macro-estruturas “Thés sao as comparagées a fazer quanto macro-estrutura desses dicionérios. A primeira faz mengio ao objetivo estabelecido pelos lexicégrafos. Com base nas descrigdes anteriores, podemos montar o seguinte quadro: Quadro I - Quanto 4 explicagéo dos objetivos 1961 [escolar para estudantes ] 1968-1 J abrangéncia de todas as palavras 1968-2 | vocabulo exato 1980___[o mais rico 1983 | resolve armadiihas 1989 concentra o maximo no minimo 1990 [sem objeivo 1992 |atencdo a organizagao do verbete 1005 [Mostra falsos cognatos Com excegio do dicionério de 1961, nenhum outro explicitou seu piiblico-alvo, mas a maioria explicou o tratamento dado a0 verbete, Somente 0 de 1990 nao mostrou objetivo. Pelo que se vé no quadro, a preocupacéo com o vocdbulo é uma constante, porém nao hé interesse em construir diciondrios para piiblicos direcionados ¢ sio colocados para o estudo de todos em geral. ‘A segunda comparacio é quanto & explicagio da prontincia, importante no aprendizado de uma segunda lingua. Ao todo, 5 dicionérios contém proniincia ¢ explicam, em suas introdugées, algumas figuragdes (como 0 alfabeto fonético). Os diciondrios 1968-2, 1983, 1990 e 1995 no mostram a proniincia: os de 1983 ¢ 1995 estabelecem, no preficio, que 0 objetivo de seus trabalhos é referente a tradugio (como foi visto em 2.1); quanto a0s de 1968-2 e 1990, nio ha qualquer comentétio & “promincia® nos livros. Esse item vai ser revisto com mais detalhes no estudo da micro-estrutura (sesi0 3.2). ‘SIGNUM: Est. Ling., Londrina, 0.3, p21-40, set. 2000 @ A iikima comparagio diz respeito as abreviaturas utlizadas, que englobam as marcas gramaticais (definem a clase da palavra) € as marcas de uso, empregadas para tratar a variagio lingist Foram detectadas, nos diciondrios estudados, cinco tipos de marcas de uso, seguindo a classificagio de Alain Rey, citado por Strehler (1998: 172): marcas de uso tecnoletal, esp temporal, social ¢ de freqiiéncia. No quadro segui classificagio das marcés gramaticais ¢ de uso: Quadro I~ As abreviaturas (marcas) Marcas ‘Marcas de Uso Gramatieia Teenol | Temp —[ Fapae Soe 19a = a 0 7 = 19681 30 75 z o 5 1968.2 31 oI o o 3 1980 25 2 3 = é 1983 37 7 0 @ a 1989 13 a a © a 1990 2s 5 7 o z 1992 26 2 o © 7 1995 is @ 3 o 7 ‘As marcas gramaticais sio obrigacérias nesses diciondrios, pelo que percebemos no quadro Il. Parece clara a explicagéo: séo dicionérios que devem explicitar a classe da palavra estrangeira, pois € desconhecida do usuério; por exemplo, descrever como todos fazem - 0 género dos nomes em geral - pois pode haver, € hi, distingSes entre duas Hnguas. ‘As marcas gramaticais mais usadas so: género, todas as classes de palavras, singular/plural e locug6es, existentes até no diciondrio de 1989, de menor ntimero de marcas. Os diciondrios de 1983 ¢ 1968-1 apresentam 0 maior miimero de marcas: 37 € 34, respectivamente. Neles, existem mareas para virios cipos de adjetivos, locugdes ¢ verbos - formas nominais, modo. E 0 dicionério de 1968-2, com 31 marcas, cchamou-nos a atengio por dividir, no item “abreviaturas”, em duas colunas, as marcas gramaticais ¢ as marcas de uso. 30 ‘SIGNUM: Ex. Ling., Londrina, 3, p- 21-40, set. 2000 ‘As marcas de uso aparecem com quantidade maior que as sgramaticais, principalmente as tecnoletais. Dos 9 dicionsrios, 7 apresentam essas marcas. Os dois dicionérios que nao completam a lista, 1983 e 1989, também néo apresentam nenhuma marca de uso, dando exclusividade as gramaticais. Ainda em relacio as tecnoletais, 0 dicionério com menor ntimero, 0 de 1990 - 5 marcas, descreve: Botanica, Comércio, Gramética, Miisica e ‘Zoologia: consideramos esses nomes termos técnicos banalizados, ra lingua em geral, se compararmos & sub-classificagio minuciosa de 1968-1, com 75 marcas, entre elas, Histéria, Histéria eclesidstica, Hist6ria natural, patologia, pintura, pescaria, veterindria, zoologia, ¢ Antiga Grécia, Antiga quimica e Antiga Roma. Entendemos esses detalhes como uma classificagio mais refinada por parte do lexicégrafo, porém nio exaustiva se pensarmos em dicionérios monolingiies: 0 Aurélio apresenta, para a Iingua portuguesa, 249 marcas, e o Petit Robert, para a lingua francesa, 160 tecnoletos (dados de Strehler 1998: 172). Atengio merece, por fim, o diciondrio de 1995 que, por ser o mais atual dos pesquisados, contém, entre outras, marcas que revelam as especificidades da nossa época: informitica, futebol, zodfaco € zootecnia. Sete diciondrios também apresentam marcas sociais (os de 1983 € 1989 ficando de fora); destacamos, entre eles, os de 1968-1 € 1995, com 9 e 7 marcas, respectivamente, figurando, por exemplo: familias, giria, pejorative, vulgar, chulo, popular, “burlesco”.? Uma observacio pode ser feita em relagio 20 dicionério de 1968-2: ele engloba, na marca social pop. - popular, as marcas gitia, plebeismo, caléo, chulo, vulgar; portanto, no quadro onde se Ié 3 marcas, poderfamos ler 6. ‘Quanto as marcas temporais, ocorre uma diminuigéo. Com somente 3 diciondrios: 1968-1 (2 marcas), 1980 (3 marcas) € 20 diciondrio de 1968-1, mesmo apresentando o maior mimero de marcas de uso, esas fo esparsas no livro. Por isso, nfo determinamos nenhum exemplo com a marca social “butlesco”. SIGNUM: Est. Ling., Londrina, n.3, p.21-40, set. 2000 3a 1995 (3 marcas), relevamos o de 1980 que mostra “antiquado”, “neologismo” e “velho” apresentando, também, marcas de freqiiéncia - e € 0 tinico da lista - que parecem mesclar com as, temporais; sio elas: “desusado", “inusitado”, “pouco usado” € “usado”. Procuramos exemplos para essas marcas © 0 que encontramos foi o verbete “vossemecé” sem nenhuma referéncia a0 tempo ow a freqiiéncia Enfim, as marcas espaciais, também em ntimero bastante diminuido, destaca mais uma vez 0 dicionério de 1980, com 5 marcas: brasileirismo, francés, galicismo, portugués ¢ provincianismo. Poderiamos finalizar essa parte do estudo com duas dobservagoes: a primeira é 0 destaque ao dicionério de 1980 quanto as marcas de uso: 0 tinico a conter todos os tipos é dicionério de nacionalidade francesa, © que parece demonstrar 0 trabalho singular dos lexicégrafos daquele pais nesse aspecto. A outra observagio € interrogativa: como em nenhum dicionario estudado € concebida uma explicagio a respeito da escolha das marcas de uso, uma causa provivel pode estar nos diciondrios monolingies que sio auxiliares na estruturagio desses bilingiies ©, como naqueles os verbetes jé aparecem com marcas de uso, clas podem ser “reaproveitadas” nesses. 3. A micro-estrutura 3.1. A descrigio das entradas ‘Apresentamos, nesse item, uma descrigéo da entrada de cada dicionério: + 1961: entrada em letras capitais ¢ em negrito; transcrigio fonética entre parénteses; marea gramatical; marca de uso (quando necessirio); definigao por traducio, por enumerasao; expresses. + 1968-1: entrada em letras capitais e em negrito; transcrigio fonética entre parénteses; marca gramatical em negrito, at ‘SIGNUM: Ext Ling., Londrina, 1.3, p. 21-40, set. 2000 marca de uso entre parénteses; definigéo; expressées cem letras capitais. +1968-2: entrada em letras capitais e em negrito; marca gramatical em itdlico; marca de uso entre partnteses; definigéo; expressoes em itélico. +1980: entrada em letras mintisculas ¢ em negrito; marca gramatical; eranserigio fonética entre parénteses; marca de uso; definigio; expressses. +1983: entrada em letras maitisculas; marca gramatical entre parénteses; explicagao da posstvel ou nao possivel tradugio do verbete; exemplos; expressées com exemplos. +1989: entrada em letras minisculas e em negrito; transcrigio fonética entre parénteses; marca gramatical; definicéo. +1990: entrada em letras mimisculas € em negrito; algumas palavras com transcrigio fonética entre colchetes; marca sgramatical em itdlico; marca de uso; definigio; expressées| (poucas) +1992: entrada em letras mindisculas em negrito, dividida por sflabas; transcrisio fonética universal entre colchetes ‘marca gramatical em itdlico; marca de uso em i definigéo; expresses em negrito com explicagio. +1995: entrada em letras minusculas e em negrito; marca gramatical; marca de uso; definigio com exemplos; falso cognato e sua traducio. 3.1, Comparagéo das entradas Para melhor visualizagio, preferimos comparar as entradas, dos dicionérios pelo quadro a seguir: SIGNUM: Est. Ling, Londtina, 0.3, p-21-40, set. 2000 B Quadro IIT - Comparacio das entradas Dicionarios 8 3 = ‘Algumas consideragées so relevantes a partir desse quadro. Primeiramente, a auséncia da erimologia, 0 que parece caracterizar um dicionétio bilingtie. Em seguida, 6 diciondrios apresentam ‘0 requisito fundamental: proniincia. Quanto a isso, daremos alguns deralhes de cada dicionéri #1961: apresenta quadto “Sinais convencionais de prontincia’; percebe 0 alfabeto fonético nesses sinais. Exemplo: fasciner (fasine). +1968-1: estranhamos o fato do “u” francés ser representado por “u’, ‘cujo som se parece com 0 “i”; € 0 dicongo “eu” francés representado por “eu” em portugués, acarretando problemas para 0 usuirio que nfo saberd se sans-culorie (ankculote) tem som de [u) ou [y]. +1980: nao segue o alfabeto fonético universal. E, em poucas palavras com transcrigio, hé cortes nas sflabas que se pronunciam de igual modo em ambas as linguas, como, por exemplo, épinard (@ - at). +1989: nio segue o alfabeto fonético universal +1990: poucos verbetes contém transcrigdo ndo seguida pelo alfabeto fonético universal. +1992: segue transcrigéo do alfabeto fonético universal com valores dos simbolos fonéticos citados no item “Organizagio do diciondtio”. Os exemplos, as expresses com exemplos € os falsos ccognatos sio caracteristicas de 2 diciondrios somente: o de 1983 5 SIGNUD Ese Ling. Londra, 0 © de 1995 considerados dicionétios de tradugio, o que confirma a diferenga que pode existic entre esse tipo de dicionério ¢ um padtao. Enfim, 6 0 dicionério de 1992 apresenta a divisio silébica da entrada, caracterfstica de todos 0 outros diciondrios da marca Michaelis. 4, Andlise de verbetes Depois de analisarmos a macro-estrutura e a micro- estrutura dos diciondrios, passemos a investigar alguns verbetes franceses e portugueses. A escolha desses verbetes veio da cexperitncia em sala de aula de lingua estrangeira, na dificuldade encontrada por alguns alunos em escolher a palavra apropriada, tanto no oral como no escrito, nos virios “ertos de comunicasio” causados, muitas vezes, pela informagio contida nos dicionétios. Uma observacio: 7 dicionérios sfo francés-portugués portugués- francés, sendo 2 dicionatios francés-portugués (1968-2 ¢ 1983). 4.1. VoiturelCarro De acordo com o Petit Robert (1995: 2409), voiture € considerada meio de transporte, dispositivo servindo de transporte: vefculo, vefculo automével, com a observagio: voiture tend a supplanter automobile et auto. Se traduzirmos para 0 portugués, encontraremos carro: velculo de radas para transportar pessoas ou coisas, viatura, vetculo automével (Fernandes, Luft ¢ Guimaraes 1991). Encontcamos a tradugio “carro” em 8 dicionétios; 0 que nao apresentou foi justamente © mais antigo - 1961, que também coloca “prego de transporte”, que segundo 0 Petit Robert constitui termo do século passado. Em 4 diciondrios - 1968-1, 1980, 1989 ¢ 1990 - também aparece a tradugio “carruagem”, termo muito pouco usado atualmente em francés. (O que chama a atengao éa tradugao literal para voiture: 5 dicionérios trazem “viatura”; 1968-2,1980,1989,1992 ¢ 1995, sendo contrétios 3 ‘SIGNUM: Ei. Ling, Londrina, 0.3, p.2 a eaplicagio do dicionério de 1983 (0 de tradugio) que assim coloca: mi se tradi por viarur em fi: vdhcule) ma por carro ou autonndve. Se pensarmos em ensino, percebemos que, em lingua portuguesa, “viatura” estaria mais ligada a carros de policia e outros tipos especificos e que “carro” seria, realmente, 0 termo genérico. Jd para a parte portuguesa, a tradusao de “carro” parece tumultuar mais a cabega do usudrio: dos 7 diciondrios, 6 (1961,1968-1,1980,1990,1992 e 1995) apresentam voiture ¢ 3 somente colocam a palavra em primeira acepgéo (1968-1,1992 € 1995). Mas 2 termos concorrem com voiture que no concortiam no lado francés: char e chariot: 5 diciondrios (1961,1968- 1,1980,1989 ¢ 1990) trazem char que, conforme 0 Petit Robert, recebe a marca de uso VIEILLI, envelhecido, velho, ligada & antiguidade, representando a biga dos romanos ¢ hoje é considerado carro alegérico. Quanto a charior, 4 diciondrios (1961,1968-1,1990 «¢ 1992) apresentam esse termo que representa, na verdade, crrinho de feira,carrinho de supermercado, carrinho de estagSes rodovirias ‘eaeroportos. O de 1992 ainda taza palavra com ortografia incorreta: ‘com dois rr - charriot; porém, é 0 nico que da girias para carro: bagnole € tacot, Muitas veres, nosso aluno cai nessas armadilhas ¢ recebe notas baixas pela inadequacio do vocabulério por, justamente, confiar nos termos traduzidos pelos dicionérios. Na frase, por exemplo, “meu carro é vermelho”, poderfamos ter: “meu carro alegérico é vermelho” ou “meu carrinho de supermercado € vermelho”. Infelizmente, vermelha serd a nota. 4.2. EnvielVontade ‘Uma expresso muito usada em francés ¢ avoir envie de - ter vontade de. No plural - envie, de acordo com 0 Petit Robert (p. 786) pode ser inveja, citime, desejo, necessidade e envies - passa a ser cuticula. Com excegéo do diciondrio de 1995, que rio apresenta 0 verbete, todos trazem, como primeira acepgio, 0 termo “inveja"s € exceto 0 de 1983, todos (6) dao a acepgao % SIGNUM: Ea. Ling. Londtina, 0.3 et, 2000, “cuticula” mas para o termo no singular ¢ no no plural, como é © correto. Entretanto, 0 maior problema envolvendo envie é a acepgio “vontade” ea expressio “ter vontade de", tio usada nas duas Iinguas. “Vontade” aparece em 6 dicionérios (excesio agora de 1989 € 1968-1); € a expressio avvir envie de s6 aparece nos de 1980 € 1990. Parece que 0 usuério terd que recorrer 2 outro vocibulo, mais transparente: volonté. Porém, 0 Petit Robert no coloca a expressio “ter vontade de” que s6 pode ser feita com 0 termo envie. Se verificarmos o lado portugués, dos 6 diciondtios (0 de 1995 néo contém o verbete portugués também), sé 0 de 1968- 1 traz a expressio € todos traduzem “vontade” por volontés 5 trazem envie. O usuétio, certamente, fard a seguinte incorregio: na frase “tenho vontade de tomar sorvete” teré "J'ai volonté de prendre une glace”, 0 que néo existe na lingua ffancesa 4.3. Falloir!Precisar Unico verbo a ser analisado, a escolha desse é singular: {falloir nao existe na lingua portuguesa: di a idéia de "ser preciso”, “set necessério” ¢ € considerado verbo impessoal, por exemplo, na frase “é preciso comprar roupas” temos “Il faut acheter des vétements”, Portanto, para o verbete “é preciso” que haja explicagbes com exemplos, para que o usuitio nio perca o sentido, uma vez que é diferente em portugués. Dos 9 dicionatios, o de 1995 no traz tal verbete. E todos apresentam as acepcdes “ser preciso”, “ser necessério”; mas somente os diciondrios de 1961 ¢ de 1980 procuram ex conjugagéo verbal e dio exemplos. O de 1968-1 traz uma incorrecao fonética transcreve 0 verbo com “o” (Faloar), muito diferente da transerigéo dada pelo Petit Robert (p. 888): [falar]. Se tentarmos buscar no termo portugués “precisae” alguma indicagao de falloir, a busca serd em vio: s6 0 dicionério de 1992 ‘raza explicagio, Os outros, nenhuma chance de o ususrio entender ©, assim, aplicar 0 vocébulo referido. SIGNUM: Ea. Ling, ondina, 03, 21-40, 2000 a 4.1. SanglotlSolugo Ukimo par de termos recai num problema definicional, jf citada nos pressupostos teéricos, em que dois termos de uma lingua resultam em um s6 termo na outra. E 0 caso de sanglot! solugo. “Solugo” contém duas acepgées: ¢ inspiragao breve, problema no diafragma e choro entrecortado de suspiros. Essas duas acepg6es véo resultar dois termos diferentes em francés: hhoquet e sanglot. Para hoquet, o Petit Robert declara ser contraction spasmodique du diaphragme produisant wn appel d'air assez fort ‘pour faire vibrer les cordes vocales (p. 1100), © para sanglot, inspiration, respiration brusque et bruyante, presque toujours répée, due & des contractions succesves et saccadées du diaphragme, qui se produit généralement dans les eres de larmes (p. 2032). Podemos pensar que, para a traducio, é necessétio que os dois termos aparecam, com suas especficagées. Mas o verbete hoquet aparece em 5 diciondtios (1961, 1968-2, 1989, 1990, 1992) e o verbete sanglot, em 6 (inclui 1980), porém os dois com a mesma tradugio: solugo, sem nenhuma especificagio. (© de 1992 ainda coloca a acep¢io “choro” para sanglot. Uma observasio a ser feita € quanto & transcrigio fonética desse vocdbulo, © Petit Robert transcreve [siglo], porém 0 dicionério de 1968-1 traz incoerentemente (canglou). Para o termo portugués “soluco”, esperivamos encontrar 08 dois vocébulos: sanglot ¢ hoguet; no entanto, dos 6 dicionérios {que continham o verbete, 3 trazem somente sanglor; um, somente oguet; ¢ 2, 05 dois termos, mas sem especificagées. Ha usuarios, provavelmente, dizendo ¢ escrevendo, que esto com sanglots. Puxa, como eles choram! 38 ‘SIGNUM: Est. Ling. Londtina, 0.3, p. 21-40, set 2000 Consideragées Finais Afinal, 0 que podem e o que querem estes diciondrios, ¢ 0 que sio capazes de fazer com as Linguas? © usudrio questiona, agora, o saber e o poder dicionaristicos que, pressupondo aliados, concorrem também aos erros de comunicagao explicitados por Figueiredo (1997). Os dicionsrios continuam sendo essenciais no progresso do ensino/aprendizagem de Iinguas e no reexame de palavras para tradugio. Todavia, tornam-se urgente duas aticudes: a atitude dos lexicégrafos, em tentar reverter algumas falhas na macro © na josos em relagSo aos verbetes; para tanto, 0 professor de linguas, conhecedor dos entraves da lingua, pode ser um grande colaborador nessa drdua tarefa. A segunda atitude parte do usuério, em no cconomizar tempo quando for comprar e/ou analisar dicionérios, tentando néo ser leitor de um 56 livro € consultando, quando possivel, especialistas da Area. ‘Assim, sendo mais cuidadosas, as pessoas sé tém a ganhar, dominando melhor 0 mais poderoso instrumento posto a serviga do omem: a lingua (Bidermann 1988). REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BEVILAQUA, C. L. “Tipologia de diciondtios”. Cadermes do Instituto de Leoras (UFRS, jull93). BIDERMANN, M.T.C. “O dicionétio como fonte de conhecimento € cultura, Fotocépia da conferénciarealizada no Encontro Nacional de Pesquisadores/Profesores de Lexicologiae Lexicografia. Bras, now!88). 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