O corpo atua no meio, a mente como mediadora entre o corpo e o meio criado
como uma terceira realidade. A primeira realidade da cultura, a segunda a do corpo,
e o mediador seria a mente humana. A terceira realidade pode enganar a qualquer um, e o que se pode fazer de superior est nas respostas frente a frente aos afetos que chegam do corpo e do ambiente externo. Tradicionalmente o processo de formao da psicologia cientfica considerado como diretamente relacionado com os impasses que a filosofia de Descartes deixou para os sculos seguintes, sobretudo por seu dualismo substancial. o que Herrnstein e Boring procuram destacar: Pode-se dizer, corretamente, que a psicologia moderna comeou com a concepo de Descartes da dualidade de mente e matria. Encontramos tambm consideraes semelhantes em autores como Edna Heidbreder: Existem vrias afirmaes de Descartes que so de especial interesse para a psicologia. A de maior alcance entre elas o seu dualismo que, embora diferente do de Plato em sua origem, idntico em seus efeitos. Paul Foulqui ainda mais enftico, j que explicita como a herana de Descartes um obstculo que a nova cincia teve e tem que enfrentar: A Filosofia moderna remonta a Descartes; e, como a Psicologia era, e continua ainda em larga medida, o apangio dos filsofos, recebeu do cartesianismo princpios de que, at agora, no se desembaraou completamente. Para ele, o ponto essencial da revoluo cartesiana a tentativa de rejeitar a concepo da unidade substancial do composto humano, afirmada pelos escolsticos: enquanto, para estes, corpo e alma constituem um nico ser e agem como um todo, Descartes os concebe como substncias completas, autosuficientes e sem relaes imediatas. O dualismo cartesiano vai marcar o pensamento que ir desenvolver mais tarde a psicologia cientfica, seja de forma positiva ou negativa. A fundamentao racional desse dualismo contribuir para avanos cientficos, onde a noo de corpo como uma mquina a servio da alma racional, ir proporcionar a permisso para autpsias, por exemplo. .