Você está na página 1de 612
ERR woe emomgets (ESB - ERS DUBE ROY Urea ANIGS: OM NO SPIE O OPN OD, Oy be, BD Defesa do CONSUMIDOR COMENTADO PELOS AUTORES DO ANTEPROJETO Ada Pellegrini Grinover Antonio Herman de Vasconcelos e Benjamin Daniel Roberto Fink José Geraldo Brito Filomeno Kazuo Watanabe Nelson Nery Jtinior Zelmo Denari 9* EDIGAO ‘varaisis 0 nojopour anb opsendsur e -x9 epure eigeo sou enb wexepuatug st Jod wou ‘r9] ep opSesfmmasd 8 woo soz0InE sod soya urexap 28 osst 2p 28-opuapuaaidac, FOTTSEIQ IPePI!IOS & THN sto OUT 9p NOSS9D OFM ‘ggBT WO EPEUISOp “ORSSTMOD v “OG6T AP TL 119 ‘8/0°8 ot Tp oBSes autor e ae “eSnsny up OUST, ‘og epure ‘opSeynaa03 exraumud w apsap anb “1OAe] Was “lazIp 2$-9pod -rewuoueped opSequen & aiues -np urezeSojoud as 2 apepisuaiut yond woo uresinossoxd sayue “uxexeduiox so1u1 98 oBU roAOWID TaLBaTIAg EPY B1Ossayoud vad eprpisoud opssrAOD 2p Soufeqen so seu ‘eSnsng up onpuSTUyY o BABxIaP No ‘S{odap Oonlod -sagiseao svatsseons ta sequatiodtioo sop von, 19 wjad oproanbunua pf orofoudante o wandureiso 6361 2p oxtoaul ap p op 7212 -Yo ouprc © seyduiaxa wsroueur ap wesaz71 02 Sf OF ODIAIS 9889 10505d lwo wesmur sjuouretosd sopeptvucs seysumt sO ‘sopeindaq sop wrewe-) bu ojneg o8g 2p simequosaudas ore “youquanIOTE BYRD UP SSIOLY OMAPLL ‘ouasto3 op aiuaprsard ojad sopua8ins urm0y aur SouIOL SADE “Tol Wa OPA “HW op “sOprumsto> op Bs2}aC] ap OUastOD op LanEForET y apuasd as eseuaT as v onb 3 ‘owdvorpdxo wun wo} ozAy] 21s9p oomod ou vuasoud wo, olyaad vagina 808s cementsempnep tees Looe ~ ORB 6 08 termos e propésitos, com a pretensio de garantir a prevaléncia do seu pensamento original. Por isto, este livro nfo 6 apenas um livro de ciéncia. Também é um livro de amor. O amor, mais do que a cifncia, asseguraa fidelidade aos principios norteadores da lei, intensamente vividos por seus autores ~ autores do livro c autores da lei Essa relacdo doutrindria e afetiva assegura a esta obra uma situagdo singular em relago @ quantas forem escritas a respeito da impor- tante inovagto legislativa, que, apés a Resolugdo n® 39/248, de 9 dc abril de 1985, da Assembléia Geral da ONU e depois das leis editadas em Portugal, no México, em Quebec, na Alemanha, nos Estados: tomara evidente que entre nés no poderia tardar. A prpria Constituigao dela fez mengao, inserindo entre os direitos in- ‘na forma da lei a defesa do con- Determinou noutro passo que 4a promulgagio da Constitui- “o Congrosso Nacional, dentro de 1: 0, elaborard cdigo de defesa do consumidor”, art. 48, do ADCT. ‘Agora comega, em verdade, a verdadeira vida da lei. Bla se encatregard A doutrina cumprird 0 oficio de esclarecer e apurar conceitos e preceitos. ‘A mim compete agradecer duas vezes aos autores deste livro, quehi de ‘marcar época no tratamento do tema relevante: a impagivel colaboraga0 que me deram quando ministro da Justiga, bem como a honra de escrever para ele esta pagina inaugural. Brasilia, junho de 1991. PAULO BROSSARD (CODY - ENEINO-SUPEIY BUEBL AOD SUMARIO Introdugo (Ade Peters Grnovere Anns Homan de Vsconeion Berm) 1 Trabalhos de Blaboragio . UL- Visio Geral do Codigo... TI Apresentagio dos Comentérios ‘ TETULO I Dos Direitos do Consumidor (1s Gerato Bro Flonone) Capitulo I~ Disposigées Gerais do ct te one) (Jou Geraldo Brito Flomeno} Capitulo TV — Da Qualidade de Produtos ¢ Servigos, da Prevengio © da Reparago dos Danos (imo Denor Segio I~ Da Proteglo & Satide ¢ Seguranca Sogo I Da Responsabilidade pelo Fato do Produto ¢ do Se Segao IM —Da Responsabilidade por Vieio do Produto e do Seqio TV ~Da Decadéncia ¢ da Prescrigao. Segtio V - Da Desconsideraco da Personalidade Juridica Capitulo V — Das Préticas Comerciais (Antero Herman de Vascocstos¢Bananin) Segao I— Das Disposigdes Gerais Sego Ila Oferta. » ‘Secao I -Da Publicidade - ‘Seco IV ~Das Praticas Abusivas . ‘ego V — Da Cobranga de Dividas. : ‘Sego VI--Dos Bancos de Dados ¢ Cadastros de Consumidores 'eSepea0j00 reso} sou esmanss 2 sejsuapuiadap seo “oyned Og ap JOpIUI -nstoD op esajeq ap eummazoag vu sepeztas~ sagmmnar sesIonID ody ‘ooneuIeUI] opspuys 2 s01UNf ‘wIOAHO op ZUBPY TeMIOPTEM “oTereduIoD Jopuoy o1qyt 2p oBSeIOGrIOD ‘eto opzuoa BIAey anb “SEND op salouanue soqreqen opSesapIsu0g ‘9 mona BpUrE OBSSTIHOD ¥ "BISO SURIEYY OVEUOR 9 OUENC SeIC] OrUOyY sare ‘odsng] onaqox ‘oFRTIINYZ, OTUGHUY OarD}y “oped OBS ap vsnsNy ap salojowoxd so sorpisqns Sosoy[ea woo uTeAALNUOD WAqUIR, “OUIDIA suog sandupoy s1822f 2 Jonny AION UosTeN ‘oqnazes vleBUELEyY ‘xpos souiog ofsarepy ‘S9s0093 BURT “urUfua¢| 2 Sofj2quodseA ap WeALa}] orugyay ap eossasse 8 Wi09 nOItO OBSSTINOD v 2 “OURUOT OIE OPTEISD }S0f WOO pIpIAtp 103 OBS aapu00o v ‘orefoadanue op oBSeIOqETO 9p SONTEGER 50 oquemq] “ueueq OUNaZ @ aquuRIEAA ONZY ‘OUOMO|EY OIE OPTED 380 “FUL ouDgon TPrWNC_ "(eropEUapr0ND) FoAOUND THNBNTEA PPY sus sa1uyndas sojad wisodwoo yoy ogssyuioo V “auymfsuO.D [BUOZEN eI9IG “assy Ep souTeqen sofed ‘ogSeunMOUep Esso Woo ‘oystAaad “JOprumMsoD op esajaq 9p o31p99 ap orafosdaquy sewosaide ap oana{go 0 0D ‘ot aso) optuajas op oniquuy ou “opsstuiog muraNsuo9 “yoRquaLlarg eyUN ep ‘SaJ0[] OLABLY “IC] “IOpHuNsuoD op ¥seJ0q] op TEUOIDEN ON]EsUOD Op auap -tsod ogiua 0"gR61 9p oySImAsUOD ep OBSes|mUIOAd up oWsaN STAY ojafordaque op oxSesoqeyy “T OySvuoavTd dd SOHTVAVUL ~1 upuofuag 2 soyaouoasn, ap wouuay omuoRy sasouy tuSeqfed PPV OYSNGOULNI peawed sean’ ime aniera - e003 18s OALLVISIOTT AOIGNT “1 QAISSHNARY OOLLAVATTV OLANT eee vvaooriad L661 Ad ODAVW AC 07 AC “IST oN OLRAIAG 066 AC OAMNALAS AC TEAC ‘8108 oN LAT -SOaTaIO3 SOSS200I op onsen ofp90 9 omfouewey ~ Mt AOTANTAY ++ + -eoupury-o19qr bred soanayop sossooa%d 2P O}=POYY O81P9D ~ TADTONTAY onan Kan wore) ust seodisodsid - 1A OTNLIL + tyme cue eee) ‘oumsuo; ap eanajo oZSuaAuo> ea — A OIRLLL ons oreo 0c) oprumsved op w9}9q ap PUOIFEN WUIAISIS 0 ~ AL OTWALLL +++ covouo muse ory) epeBIng wstoD PA AT omaAdED ++ foun ony) soSus19g 2 Sompodd 2 opsosuiy op epepriqusuodsay op sagdy seq — ITT omy sos + + uasomup subarea oy) soaugSouIoH SrenpIAIpUT seapensrurmpy sououry seq - 1A orande > tt PY 2p SoVENUOD SOC] ~ UT OF5S ~sea¥sngy seinstgia Sec ~ Hf oBSOS : +" sree sagitsodsicl~1 0759S (downy cox wonex) yeraenuoD ovderord PATA ome, 2 ‘Aa Pelli Grnover@ Ankinio Herman de Vascenctlos Benjamin disposigio pelo secretério de Bstado, Dr. Paulo Salvador Frontini ~ a comissdo apresentou ao ministro Paulo Brossard o primeiro anteprojeto, que foi amplamente divulgado pelo encaminhamento a pessoas e entidades ligadas ao assunto e debatido em diversas capitais, recebendo, ass ctiticas © sugestées. Desse trabalho conjunto, longo e ponderado rest 1 reformulagdo do anteprojeto, que veio a ser publicado no DO de janeio de 1989, acompanhado do parecer da comissio, justificando acolhimento ou a rejei¢ho das propostas recebidas. 2. Os trabalhos sucessivos da comissio ‘Mas os trabalhos da comissao nfio pararam af. A publicagéo do ante projeto ocasionou novas sugestées, inclusive dos membros do Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, todas devidamente levadas em consi- derago. Novos encontros seguiram-se, continuando o anteprojeto a ser amplamente discutido pelos segmentos interessados. A comissio fez-mais revises, levando em consideracio 0 substitutivo do Ministério Pélblico em So Paulo — Secretaria de Defesa do Consumidor, que acabaria sendo incorporado pelos substitutivos do deputado Geraldo Alkmin. ‘A Comissdo de Juristas do CNDC prestou especial atengio as proposi- ‘Ges e sugestées dos juristas brasileiros e estrangeiros reunidos n0 1 Con- ‘gresso Internacional de Direito do Consumidor, realizado em So Paulo, de 29 de maio a2 de junho de 1989. Foram extremamente importantes as observagées dos professores Thierry Bourgoignie, presidente da Comissio de Elaboragio do Cédigo do Consumidor da Bélgica e tinico membro estrangeiro da Comissio de Elaboracio do Cédigo do Consumo francés, Ewoud Hondius, da Universidade de Utrecht, Holanda, Eike von Hippel, do Max Planck Institut, de Hamburgo, Alemanha, Norbert Reich, do Zen- trun fur Europaische Rechtspolitik, da Universidade de Bremen, Alema- nha, e Mario Frota, da Universidade de Direito do Consumo. ‘Finalmente, quando da constituigao da Comisséo Mista do Congreso ‘Nacional, incumbida de apresentar Projeto do Cédigo de Defesa do Con- sumidor, a comissio ~ notadamente por intermédio de Ada Pellegrini Grinover, Antonio Herman de Vasconcelos ¢ Benjamin ¢ Nelson Nery ~ assessorou © relator, dep. Joaci Goes, na consolidagio dos projetos legislativos existentes, a partir prineipalmente dos apresentados, pelos deputados Geraldo Alkmin Filho ¢ Michel Temer. Desa consolida- io, amplamente discutida em debates piiblicos, dos quais participaram seg- mentos interessados e a sociedade civil em geral, inclusive pela OAB/CF, Intrdugo 3 sungiu 6 substitutivo da Comissio Mista, que acabaria finalmente se trans- formando no Cédigo de Defesa do Consumidor. ‘Assim foi que esse longo e democrético trabalho de gestacio, que envolveu pessoas fisicas e juridicas, entes e associagSes, representantes dos consumidores e dos fornecedores de produtos e servigos, tendo como fonte eraiz o trabalho da comissio, foi por esta acompanhado em todas as suas tapas, resultando finalmente num Cédigo que é de encontro, equilibrio e consenso e que representa a sfntese de um esforgo coletive No entanto, é forgoso reconhecer que a prépria técnica, aberta e trans- parente, utilizada para a elaboracdo do texto definitivo, que incorporou uitas novidades em relaco aos projetos primitivos, acabou resultando em, defeitos formais do Cédigo, com diversos erros de remissio e, em alguns casos, em falhas mais graves, com uma certa ruptura do sistema. 3. A tramitagio legislativa ‘Tao logo foi divulgado o primeiro anteprojeto da comisso do CNDC, antes mesmo da sua revisdo € publicagio no Diério Oficial de janeiro de 1989, alguns deputados, que a ele tiveram acesso, apresentaram-no como Projetos: primeiro, ode n® 1.149/88, do dep. Geraldo Alkmin Filho; depois, © de n® 1.330/88, da dep. Raquel Candido, seguido pelo de n° 1.449/88, do dep. José Yunes. Ainda em 1988, o dep. Alkmin apresentou um substitutivo a seu primeiro Projeto, que the foi apensado, e que trazia algumas novidades com relagdo ao trabalho da comissao, especialmente extraida do substitutivo MP-SP/Secretaria de Defesa do Consumidor. A publicagio do anteprojeto, revisto pela comissio, provocou @ apre- sentagao de novos Projetos legislativos, nele calcados: & 0 caso do Projeto en. Jutahy Magalhaes, ¢ do Projeto n® 01/89, do sen. Ronan 10 incorporando sugestdes de membros do CNDC que no haviam sido acolhidas pela comissio. Finalmente, a comissio entregou verstio mais adiantadae aperfeicoa- 1.95589, Pode-se, portanto, afirmar, como alids reconhevem os parlamentares autores dos projetos legislativos, que todos estes tém como matriz o trabalho desenvoivido pela comissio instituida pelo CNDC, espethando cada qual a5 diversas fases, mais ou menos adiantadas, pelas quais ele havia passado. “ue op sndo op o1noues op wax1009p an ‘(g9 9 1.9 “su sop soorun sozesByred) ‘soup spepronind ap sapeprjepour seco wed sreuad sogSues 9p oRSeuTILOD ‘¥ (oanssodsip op sido) exon vpsad v ueSafaquisa anb semsney> ap apepyau e aigos onpoaud op oprenx seur‘Es “Lop g| § ou opuiea ‘sogdesoud to OWOUE -sied ojmeqpour wpuar 9 exdimo> ap soenuoD sou ajuapdumpemt 10poAGp op soARp ro opSimansar & No OBSestadEIOD & OTFAAP 0 109 {95 "8 OP IX “UE OP ‘opstiand ep 9 .¢ we op mndio op senarscoap set ‘99 110 Op sogesBpabd 80u 0 LE ©-opeoy 21 20d “zeayauy aquouo1 9 euorwNn apuess Y‘aUOUTUL 901 He OP IX “Sur OP ‘ZO1 “YE OP ol § 0°28 HEOPAe SOP ss WEOPRe FOP'EC UE OPI HOP‘sf Uwe Op soyesysed sop osea 0 9 si0jeur BIougnbasuoo Zonbrenb waxeoe ou wrougsme vino ‘S09 -nppIp soagisodsrp alqos uromprout sod ‘sameAayaLn OBS So1eA SOI) GS § “FS "UP) oongna OUDSUIDY OF OESapE ap SoW.UOD 50 SOPOI ap ependosde pos ‘errpurpro to] wo ovsetto ered opeBojarsoz5imNsuCD ap pasa ura opeztuooaid ‘sareqnoraed ap sove enuoo wSuren 9p od onou urn op ogSrransure nypaduar onb o epuTe no‘ 2 {AI Ut ‘y9 “t®) opSrraRsuOD vIad sopesen eaHEdionLed vIOeIOOUIAp ep sodjoutid so too waugiasuoo Ovi ‘oumsuoo op seonsfod sup ORSe|MUNIOS WE ‘esajop ens & ered sopymnsu sop89 Sop @ sa1oprumnsuco sop oFSedionued & exo ngSinsur 9s anb ofanbe n0 “(ee § “ZS 9 Sr ‘9T ‘sHR) ousIOD-P S9QSEIAE sep odne> ou cSuimd 2p cougpr owaLMRSUT otNoD SepIraquOSAY KTESTANFEM -sraro3) v zezTTgistas opmBosu0o wetsvy FU anb 5274907 ap operTNsas o UREIOS suntv ‘so1a, zp anb souaur epeu nayyos feuorseNy ossaisiu0- op cralard O sjepauapysad s0y94 SQ "y 3 ‘orinpenta juupeurcu> seynpuoo se ezed ~ ogsnjsat ep oye 9 oxSnatep 9p seus op ogSeunuos eu ‘soyena00 sop sresod segsipa0o Sep “cat any OBDIEEE ofa ‘oveasqe OOM. “found onqrensranuipe ojorues op oxstcaid wu s09140>¢ 9559 op esuzanSosu 30d apepyTEND fon so ued eanotqo tals apepmiqestodsa ep oTeatayofaqeso OU OpTASHD 00 UY | “0661 OP oxquENes 2p 11 9p “30°81 009 “9661 2P OxquIBIES op ZI ¥ opEaY}gnd9“sfeozEd sH2A _e ose wysou “UTES 1ST "SOpeSsaISNUT SO SOPOT teApaE nb SeLFIPIUL zany soqSsod 2s-opueope ‘ostiastoo ot 2eBoq9 apod 2s anb ure ‘oRSeHIu0D 9p warp wn wERCLO EIsHAY OBSSTINED Up IOre|AI op opSuast v9 voUBdsTEN ‘eanjosqe Vy ‘Sogpepre “saropramsuo “Om2AOS ‘SOSEAIDS “ofaipmHOD “EUNSHPUL :epepaioos wp soruawiSas soperrea sTeur Sop sonmeuasardax op saansains sv ‘2 omiaunodap 0 opusyjoo ‘eorqnd erougrpne ejdume nozrear wistIA] OBSSTIEOD & “sogysans ap opderuasaucde 0 081p90 op soorurgjod sonod sop areqap exe “soquessazonl Sapepiaou seus] eIoarajO an “UUETY ongmapsqng 0 9— oassruios vp soureqe.n sop epeiuerpe stew asey e wawyodso nb —seuay,jaypIy oFoloxg 0 2s6q 10d aauouryerouass2 now} onb‘opeprtosuoa 01X21 oxow tan rezedard souapnd “eroug8zaatp 2 waug@zaAUO9 ap soruod so ‘use ‘sopeoyuia a “NASVaOUd tied opezrefs0 onrezedwoo oapenb op _red v ‘sojuarsrxo soaneysiSoy soureqea sop opSeprostoo wun zexedaxd ap So-niquMour OpssimI09 Bp Yore|aI O “TOFU AION WOS|ON 2 uHLETUAG 2 SOL -[pouoose A ap teULOY OTUQMIY “EAOUED TUEBaTI2d epY ap orpauasatuT od “QaIND op ovssmunco ep sosqurour so eSueLTUOD wns wos opuMIuTICL ‘$209 jaro “dop 0 zorepar 9 ofusoameg SOE ‘uas oaqmapysaxd-aota has opuas "ere OULUBY 9S0T "U9SO FIST OFSSTENOD) ¥ hpisoig “JOpruinsuo.) op oBtP9D op orefosg FeIOqETO e ePEURSEP EIST ‘ogssrmog nimansuoo ‘SeLoNsuBI] S9OSISOdSICT SUP OLY OP gp HE OU OTL -upuny wiod “TeuCTORN OssaIBUOD o “ezeURE ¥ asseBayO orafOsg O onb saIUE “sopy ‘orgy, weuoy orafoug 0 oprpuny oprs eiaeg Tenb or “sezuTeseyY AEE ‘oroforg 0 opmeaoide nogese ‘seoT{and serougipne sessoAtp sode ‘9 soralorg snos ap opderruren vu sopesndoc] Sop eIvtIY) @ 98-noILEIpE OPeuES O ‘Soruod sund]e t19 BAerouessIp 3s a[2p ‘TeUISHO O woo edueyrouis apuvas Jeprens op zesede ‘uUDTTY oanMASANS © auAHOS “Unurafuog @ soyeouo0s=, ap UEULOH STUDY © JeNOUND WnBSISd BEY > 67; a previsto de processo visando ao controle abstrato © preventiv« cléusulas contratuais gerais (art. 83, pardigrafo tinico), absorvida pel dicgdo do caput; a aplicabilidade do habeas data’ tutela dos direitos e inte- 5), que continua mantida pelo § 42do art. 43; rocessual & defesa de outros interesses difusos, 90 oe art. 110, LV ‘A doutrina ejurisprudéncia caberd o trabalho de construgéo em tomo do verdadciro alcance dos vetos. Mas, sejacomo for, o Cédigo de Defesado ‘Consumidor esta af, a significar um indiscutivel avango, gragas ao qual 0 Brasil passa a ocuparum lugar de destaque entre os pafses que legislaram ou estdo legislando sobre a matéria. I~ VISAO GERAL DO CODIGO 1. A necessidade de tutela legal do consumidor ‘A protegio do consumidor é um desafio da nossa era e representa, em todo o mundo, um dos temas mais atuais do Direito. ‘io é dificil explicar tio grande dimensfo para um fenémeno jurfdico totalmente desconhecido no século passado eem boa parte deste. O homem do século XX vive em fungdo de um modelo nove de associativismo: a sociedade de consumo (mass consumption society ou Konsumgesellschafi), caracte- ‘izada por um nimero crescente de produtose servos, pelo dominio do crédito e do marketing, assim como pelz ‘io esses aspeetos que marcaram ona: reito do Consumidor como disciplina jurfdica auténoma, ‘A sociedade de consumo, a0 contrério do que se imagina, nfo trouxe ape- nas beneficios para os seus atores. Muito aorevés, em certos casos, aposigao do. consumidor, dentro desse modelo, piorou em vez.de melhorar. Se antes forne- cedor e consumidor encontravam-se em uma situaco de relativo equilibrio de poder de barganha (até porque se conheciam), agora é 0fornecedor (fabricante, ‘produtor, construtor, importador ou comerciante) que, inegavelmente, assume a posico de forga na relago de consumo ¢ que, por isso mesmo, “dita as re- gras”. E o Direito néo pode ficar alheio a tal fendmeno. O mercado, por sua vez, nio apresenta, em si mesmo, mecanismos efi- cientes para superar tal vulnerabilidade do consumidor. Nem mesmo para mitigé-la. Logo, imprescindivel a intervencao do Estado nas suas trés esferas: OOS + RIGO OUpENE! PUtaU YUNA Introdupio 7 © Legislativo, formulando as normas juridicas de consumo; 0 Executivo, ‘implementando-as; e 0 Judiciério, dirimindo os conflitos decorrentes dos cesforgos de formulagao e de implementagao, Por ter a vulnerabilidade do consumidor diversas causas, no pode Direito proteger a parte mais fraca da relagdo de consumo somente em relagdo a alguma ou mesmo a algumas das facetas do mercado. Nao se ‘buscauma tutela manca do consumidor. Almeja-se uma protecdo integral, sistemética e dinamica. F tal requer o regramento de todes os aspectos da relacdo de consumo, sejam aqueles pertinentes aos préprios produtos € servigos, sejam outros que se manifestam como verdadeiros insirumentos fundamentais para a produgio e circulago destes mesmos bens: 0 crédito (© 0 marketing. £ com os olhos postos nessa vulnerabilidade do consumidor que se funda a nova disci ica. Que enorme tarefa, quando se sabe que essa fragilidade é: decortendo ora da atuacdo dos monopdli ‘oligopSlios, ora da: informagio sobre qualidade, prego, c1 e otras caracterfsticas dos produtos e servigos. Nao bastasse tal midor ainda € cercado por uma publicidade crescente, niio estando, ade- mais, to organizado quanto os fornecedores.? Toda © qualquer Iegislagao de proteso ao consumidor tem, portanto, a mesma ratio, vale dizer, reequilibrar a relagiio de consumo, seja reforgando, ‘quando possivel, a posico do consumidor, seja proibindo ou limitando cer- tas praticas de mercado. 2, O modelo intervencionista estatal ‘A “purificagao” do mercado pode ser feita por dois modos bésicos. primeiro é meramente “privado”, com os préprios consumidores € fomecedores autocompondo-se e encarregando-se de extirpar as priticas periciosas. Seria o modelo da auto-regulamentagao, das conveng6es cole- tivas de consumo ¢ do boicote. Como ja alertamos, tal regime no se tem mostrado capaz de suprir a vulnerabilidade do consumidor. ‘O segundo modo € aquele que, nfo descartando o primeiro, fanda-se em normas (ai se incluindo, no sistema da common: law, as decisées dos tribunais) ‘imperativas de controle do relacionamento consumidor-fomecedor. £10 mode- Jo do intervencionismo estatal, qe se manifesta particularmente em socieda- des de capitalismo avangado, como os Estados Unidos e paises europeus. 2 Bike von Hippel, Verbraucherschute, Tubingen, J, C.B. Mohr, 1986, p. 3 {6861 9p oyun! ap z-orem 9p 67 ‘ted ons soprEREED ‘op owanct op euosoeusmnuy oseexBuo.) [ow epunjond wioussajues ,uisooge oun fo par [eSuogestosa07) ef 9p HON NP UORESETPOD wy, Nai astOSueig ‘OpHUSS CUISEUA ON ¢ ‘opnyaoo ‘sozorepas snes SQ “sara pf sonta8uesso SoAre|sIBa] So}apOu! ‘ua ogSenidsuy ens svosn 10s ‘79s ap sexTap exrapod oF OW109 ‘OFP9D.O ovSexdsuy op soquoy sy “9 ‘oneril op eanojar 8 snmuuiad op wore ‘ormamyear ‘ovSeaUTpOO =p OMEGA ‘oonb reyessor oymerrodurr9 ‘opow! sonbpenb acy “mnbe siwaurepenTeiop sof-¥s -HJoue oN OssoU 9 OBI 9 “ORSEOTIPOD EP SOIDEFOHIG SO OES SOHAAY ogdeoyrpoo up Bpuyyedun y “s (399 1S “Ph ‘LE ‘BZ ‘ot ‘al HR) OBHND OMMGPOOA oe sogSuot ‘0 p89 odo op zedinxa 9p o4feqe OF nap os 19nbes TeUOITEN OssaiBu0D oan ‘0120 9 0ss1 on, cORWHOISTS JaypIe nas ofad vfas euoroNINSUOD OMMOKTEpTLE ‘ojed fos ‘o3%p9c) wn op awe ‘sjuDUIENSPEPIDA ‘SourEsD ‘oRSeUTIUOUDp wACKt ‘ anmeysqo ogd ‘25-7 dar ‘SEA 0661 AP OXMIRS P 1 BP “RLO'S ot TTT IS-OP -uwaaoysuen ‘apepzTenb no tos OpEIOA 105 OFIPID 0 “EIOS #3899 “I “e19 0 OMU LHTSSE O8'DOD ap BABAIEYD opSITIRSUOD nb oxmibe anb op oqaumn2im-enuoo o too antoueprdes ppesodns toy rE ‘¥ “opeazasqo opis eqn ops ‘oseo afanbre ‘ond o ‘Teuuos awreurewanxs OAnef 380} coz um soyodsox wo OUYSS200U ‘O8TPID ap eR a8 Jod ‘onb ap omtouu -380 qos “exypisi20] vporbou epure onan op opSeI0a v spaduur ‘pewuoUTpaoOnE igoueu wuin ap oFaut 10d ‘nogsna ‘sese3 senp sep soupMard sou moMap ens ‘opuasard ‘sopearoutiadns sop @ Soraipsu09 SOP “Alo OBSRUTSHOD Up O SHLD “Prot 'sonpsaxdins sop ‘susmedso sro exo no oped ofepour tan ms seuade oseq wo anaurepenD -ape souour ojed ~ opraroad 19s opod opi opramnstios o anb nasaqw0sas ‘cquzuressasdxo Teuoronynsuos 01x01 0 @nb ap UptAnp JOUSUTE Wis91 OB -woBepsoge epidgs wuin souaur ov 20araur onSeupur YZ [098 Yor rout umn no sopmnsues op esajaq| ap o81p9D un afoy wor TSE O EPO OF1p9D "F “.soprumnstog op wsayacr op 08 -1p90 pResoqy]e ‘opSrmaNsuo; wp oRSelnUTONd ep seIp aIUTA a O19 ap On Uap “TeUOLDRN OssaxBuOD,, O anb waraAZaIEp ‘se KL sreuoTonINsHOD sagdrsodsiq[ sep any op gp “We on ‘opierpe sreur ‘earseq opu Te nb _naptra ‘omrerant 0Teur SOPETSTSO1 Q *AOpHEANS S9FOPC TH] UP eUILOL ‘wu prasouosd opers o,, onb ‘eG “He Op FIXXX “SUT ou ‘aoayaquisa ‘srerudUt -epang senuETeD 9 SoNaNICL Sop ePID OF ‘oRSHUNSTOD v ‘OTEE a “propog owSteunsuc vp od 109 ou aquouresantp ezopentdsur aquoy was wsIUOSUS “TEHOISTUTET OBSIOSp Sard “urs vum op ajuati020p “vseouey BroUguIadxs ep onysIUOD OF ‘oWTELI0d ‘O3tp “99 op ogSzzogeys V “atuMURsUOD TeuODEN erpIqUMaSsy vTod i195 105 ‘oxTef -yseg osto ou ‘oumnst09 op seuIOU sep ,opSeaHTPOD, wun sod aBSdo Y 03]p9D Op [euCPNyySTOD aseq Y "E “OpUnU © OPO! WE JOprEMsUE. op oVaTIC] Op oBdEOT poo vp oxzouord o ouoo aims anb ‘pserg Ou OpEOPE O 105 ePUIOH 9 PATIL ‘pbuex wu apopryeas TeMLO) 98 op seta to 9 ugIeNT vp seistmMf saxon Sopa copedaid ‘ojapom ais “sesresa stoy 2p cusurtnap ure ‘syes08 seutz0U op own -uoo owoo *,o8ipoo,, tn x0d opuredo ‘convutaisis opout 9p Joprumsu00 O Jef aia wrarayaid an sosuoureuopio soranbe waysixo ‘arsed enn oc] “(oe sone -e3 ‘oumstoo ap soquaproe sojod [Alo apepriqestiodsax ‘ouppgio ‘apepronjqnd) soprumsuos 0 woo sepRtO(se|ax aINAUNMAN SeoRUQLOIE SOpEpLANE sep vu ‘peo ezed seaqjondsa ‘sesmdsa stot aumeypadt oumsu0o ep opeoreUt o wresS6x ‘nb sasqed sejeubep “oumtofeur epure ‘ojduroxo o yy ‘ope] wun ac{“siediound ‘seuuu0} Senp op zmsaRuEUH as opod yereis9 OtMSTECTOUEAIAHIE OP OfPPOU joa sonafas Sop OgstsEp ap wAfSA[DXa LOTS “srezeqi] Seisruomoce sojad opezruooesd au0;t00 ‘oquauresSox tun ro 9s-tuoznpen ‘Mex 0reU No bu sooaueunied ean ‘anb oninbep opeisa souour uo ‘onb staj mons: ap no euLioy BUN 9p ‘sopoy,“opeatid of2p -our 9 woo seade saropiunstioo snas aaiosd opunur op syed umauan ‘GRURIUSG @ SoIOGUCOSEA ep URMaH GUY @ JndUHD WBREA SPY 8 10 ‘Ads Pellegrini Grover e Antinlo Herman de Vasconcelos ¢ Benjamin, tomaram a precaugio de evitar, a todo custo, a transcrigo purae simples de textos alienigenas. ‘Aiidéia de que o Br dese problemas prépr resultado dessa preocupacéo, intimeros so 0s dispositivos do Codigo que, de to adaptadas & nossa realidade, mostram-se arredios a qualquer tentati- va de comparago com esta ou aquela lei estrangeira. Mas aqui e ali é possi- vel identificar-se a influéncia de outros ordenamentos. Na origem dos direitos bisicos do consumidor esté a Resolucdo n@ 39/248, de 9 de abril de 1985, da Assembléia Geral da Organizacao das Na- es Unidas. ‘A maior influéncia sofrida pelo Cédigo veio, sem divida, do Projet de Code de la Consommation, redigido sob a presidéncia do professor Jean Calais-Auloy. Também importantes no processo de elaboragao fo- Espanha (Ley General para la Defensa de los Consu- Lei n® 26/1984), de Portugal (Lei n® 2981, de 22 de (Lei Federal de Proteccién al Consumidor, de 5 de fe- vereiro de 1976) e de Quebec (Loi sur la Protection du Consommateur, promulgada em 1979). ‘Visto agora pelo prisma mais especifico de algumas de suas matérias, 0 Cédigo buscou inspirago, fundamentalmente, no Direito comunitétio eu- ropen: as Diretivas n®® 84/450 (publicidade) e 85/374 (responsabilidade ci- vil pelos acidentes de consumo). Foram utilizadas, igualmente, na formuls- fo do tragado legal para o controle das clusulas gerais de contratagdo, as legislagdes de Portugal (Decreio-Lei n® 446/85, de 25 de outubro) e Alema- nha (Gesetz zur Regelung des Rechts der Allgemeinen Geschaftsbedingun- gen ~ AGB Gesetz, de 9 de dezembro de 1976). ‘Uma palavraa parte merece a influicdo do Direito norte-americano. Foi cla dupla. Indiretamente, 20 se usarem as regras européias mais modernas de tutela do consumidor, todas inspiradas nos cases e statutes americanos. Diretamente, mediante anslise atenta do sistema legal de protego 20 consu- ‘midor nos Estados Unidos. Aqui foram tteis, em particular, o Federal Tra- de Commission Act, 0 Consumer Product Safety Act, 0 Truth in Lending Act, 0 Fair Credit Reporting Act e 0 Fair Debt Collection Practices Act. .¢0 seu mercado de consumo ~tem peculiarida- ympanhou todo o trabalho de elaboracao. Como 7. Estrutura bésica do Cédigo (© Cédigo apresenta estrutura e contetido modemos, em sintonia com a realidade brasileira Introdusio 1" Entre suas principais inovagSes cabe ressaltaras seguintes: formulacio de um conceito amplo de fornecedor, incluindo, a um 86 tempo, todos os agentes econdmicos que atuam, direta ou indiretamente, no mercado de consumo, abrangendo inclusive as operagdes de erédito e securitérias; um elenco de direitos basicos dos consumidores e instrumentos de implemen- Pliagao das hipoteses de desconsideraso da personalidade jurdica das sociedades; regramento do marketing (oferta publicidade); controle das éusulas abusivas, bancos de dados e cobranga de divides de 9; introdugto de um sistema sancionatétio administrativo e penal; facilitagao do acesso & justiga para o consumidor, incentive A composic30 privada entre consumidores ¢ fornecedores, notadamente coma previsio de ‘eonvengées coletivas de consumo, Ill— APRESENTACAO DOS COMENTARIOS 1. Os autores dos comentérios ‘Os autores dos comentérios ora apresentados ao leitor so 0s membros da comisstio do Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, nomeados por seu entio presidente, Dr. Flavio Flores da Cunha Bierrenbach. Aos cin- ‘co membros — Ada Pellegrini Grinover, Daniel Roberto Fink, José Geraldo Brito Filomeno, Kazuo Watanabe ¢ Zelmo Denari—uniramn-se, neste traba- Iho, 08 dois assessores que mais colaboraram para a elaboracdo do antepro- Jjeto e que acompanharam sua evoluco até a promulgacao da lei: Antonio ‘Herman de Vasconcellos ¢ Benjamin e Nelson Nery Kinior. Dafaafirmaczo de que esses comentarios so escritose apresentados pelos autores do Ante- projeto do Cédigo de Defesa do Consumidor, compreendendo-se na ex- pressio toda a sta evolugio. 2. A reparticio dos comentarios entre seus autores ‘A matéria foi repartida de acordo com a participagao de cada um na redagio do Cédigo. Embora 0 resultado final seja 0 produto de um trabalho conjunto, que contou com a colaborapao de todos, foi possivel destacar as partes em que foi maior o envolvimento de um ou outro, Assim sendo, a SHILA SO “sep so sopor ap vonpad eu zeay9 9 aquesado of-yuso1 2 ropramsuo> op -Bs9]9C] ap O84p9.) 0 soUfaut Yapuarte ewuEIad anb eaqo Bun ‘SomtepmAse SOE 2 oH.aiic op sazopazado sov aquaurreroadsa @ ‘p08 wa oonignd ov 19001tI0} 9p 09 at “Tore carn nos wo soprpusczdutos opoy anb 9p S019 “9A3T, a1 Banb sow} op viouajosauag ¥ urapad ‘nosy opSrapradan eumsye 2g ‘onxa1 op extfuoo ogs -lasr ejad sepeosng ‘opepraniosiun b1299 BUN 9 BOOATIN OBSTA BUI SOLIEIUIUE 09 sov sruruduur oprngesuoo 103 pure ‘wesodsq“seonyad sapepreUy sens ‘se assaypusaid uipqures anb vigo JeAatosa ureapuaiaid SOLZHAUI0D SOP saxon 0 ‘Tera}so0o vorprmn wroupTo wp otTHUDTD 308 OF TN MIs sojeiu} wez2coueulied onb 2 vip}eur PWUSOU Bp uurepino anb soanisodsip sonno ap prougispxa vjad no OF1p93 op wORRUINSIS ogSeroidiow ejad operadns ayourauanbay ‘oven op souvoye [ear 0 re1oup lao ered ‘sopeyoa so8nze so wgqure} reyUoUIOS OUNpIOdO 9s-nopuaIUg ‘OTE jpadsa1 nos wos OBE op opy=IHOD Op owaUTBUOIDeaN OFeIPOUTT jeaed ‘oR rue epeo Ura altiaisyxa epeUTED WO OPO" ap LIA? sop ogSasourna Vy “ojnyde9 9 oj} wpBO ¥ SeLISMPONL s9g5EA -zasqo prentoots Jorfo{ 0“OB!p9D op soBArE soe SOLTyIUSIHOD Sop SaITY ‘SOpAFHTaMIOD Sop soATiafqo a KONI, “€ “soupiuoutoe sop saxon -tw sop sou1ou so ojmano 9 ojtaN YpeD op OF FUT OU FENTON HFT O Tommy, O “Gremendo9 ogter0rg eaI,) omxes 0 onmind ojmndeo o ururefuagl 2 901129 oumgs 2 oxen sojsdes 50 “une unes0} ‘OTM ouTsouT aAs9q_ (JOPTUMSUOD Op SOOTSYE SOWA SOC, ,olmMsUOD 9p S9OSEIOY SUP [EUCTIEN wonsTOd eC, S132 sogsrsodstC,) Sofmpdeo soroumd san so ouawory omg OpTsIeH PsoL B OGNOD “(307 -HtunsuoD Op soMtartaL So.) TOTAL 0 Strmefuag 9 soTeouoase A =p We “1oH omupIUY 9 9A0uRID TUFoTTag epy 10d eprStpox Toy eLIgIMpoNUT Ted ‘Gassing » soqeouco=en op UeUoH OURY 8 JeKOUNO THBBIRG BPY a LEI N* 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Dispie sobre a protesfio do consumidor ¢ dé outras providéncias ‘sagdnSuuqo 2 sonaup snos Sov owtenb sexopmunsuod 2 sexopasauiof 3p opsmuiofia — op Snonpa 2 “TexIp2,{ OBSTMASUOL EP OL | “UE OeTEN anb ap nonuguosa wap10 vp soydsouud S0 as-opueZTIAeIA ‘ooISojourer 2 ooKUgU -o99 oruauyonuasap op apeprssacau tio vjaim ypeuoraueur e ezrqHEd -auns auund v soya os eprapp tras enb vf “eptA ap apeprrenb ens ep BuOUToK ‘soommmguoa sassaxaiti snas op oySojoxd ‘eSuren30s.9 pnes “opeplIBYp Uns onedsarop 2 sszoprmmstioa sop sapepissaau sep a[ej 28 BOqIHA UISSY _,0UnSUOD 2p S2050)24,, SENPRIGOS SED DHOULEY ‘upefowie ep opuas ‘soprumnstos op aquowos-o wien as oft onbsod ayuoUr -nsuos ap s9950]24 2p [PuoIDvU DoH ‘sqroureunpiodo yan 25 01909 5051 ‘oumsuoo ap sagSoja4 reurouap aide eurrxpur epure 28-opuep ‘oormuguooa aruouPAISNIoxo D2siA ap ofwod yeu 95-opunrayaid ‘sponmpip segzv4 sod 918 sog3nfop seysuoo aApTFISUOESSP O1dsouHd Wo 19s EaRES a8 BION ‘opty ap sajue ose ap eyosopys eumn :soprunsoos op oFTP9. “T ouawony ong opro129 7so¢ €YOCINASNOD Od SOLIZNIG SOa Tomy 18 sJoob Geraldo Brito Faemene esse sentido & que tem fundamental importéncia, como seré também tratado noutro passo destes comentarios, 0 incentivo &-criagdo pelos forne- cedores de meios eficientes do controle de qualidade ¢ seguranga de produ- 108 e servigas, assim como de mecanismos alternativos de solugdo de con- {flitos; ¢ aqui esto inseridos, porque de relevancia manifesta, os chamados “‘departamentos ou servigos de atendimento aos consumidores como wna via de duas méios”. ‘Ou mais precisamente: no atendimento de reclamagdes, mas também no recebimento de sem diivida valiosas sugestées dos préprios constimido- res, beneficiando-se com isso ambas as partes das relagbes de consumo. Mas nio 6 86. Mencionada harmonia que se visa a alcangar mediante a inplementagio e efetiva execugao do Cédigo de Defesa do Consumidor também é buscada, ainda sob a inspirago do art. 170 da Cons ibiedo de abusos como a concorréncia de ela racionalizagdo dos servigos pilblicos e pelo estudo cons- tante das modificagtes do mercado de consumo. 2. Desfazimento de mitos e direitos basicos fi mister que se diga, entretanto, que o Codigo Brasileiro de Defesa do ‘Consumidor nao é uma panacéia para todos os males que 0 afligem, € ndo€ por ele ter sido criado que deixaram de existir: lagdes de consumo, ¢ existentes nos Cédigos Ci ‘bem como na legislacio esparsa, a menos que com dentro do principio geral da revogagao de uma I ‘como é 0.caso, por exemplo, dos “vicios redibitérios”, que receberam disci- plina totalmente nova, a comecar pela dicotomia operada entre aqueles pro- riamente ditos (rebatizados de “vicios do produto e do servico”),¢ 08 cha- mados “defeitos do produto edo servico”, estes decorrentes do simples fato de sua colocagio no mercado de consumo, e cada qual com tratamento dife- renciado. ‘A matéria “protegao e defesa do consumidor” é por si s6 vasta € com- plexa, donde set na prética impossfvel a previsto de tudo que diga respeito ‘205 direitos e deveres dos consumidores e fornecedores. Porisso mesmo que onovo Cédigo vale muito mais pela perspectivae direrrizes que fixa para a efetiva defesa ou protecao do consumidor, bem como pelo devido equacionamento da harmonia buscad, do que pela exaus- to das normas que tendem a esses objetivos, como ja visto, apontando ain- da para a utilizagdo de certos insiumentos. “Thule | Das Direitoe de Coneumidor 19 E por instrumentos de defesa ha que se entender nao apenas 0s institu- cionais, como, por exemplo, a assisténcia juridica integral e gratuita para co consumidor carente, a criacao de promotorias de justica de protegio ao consumidor, de delegacias especializadas, mormente na investigagio de crimes contra as relagdes de consumo, de juizados especiais de pequenas causas beta como para o julgamento de demandas onde também so so- breditas relagies discutidas, concessdo de estimulos &criacdo de associa- goes de consumidores etc., como também normas ¢ leis das mais variadas Fontes e tipos, e nfo apenas as do Cédigo, ganhando aquelas, porém, ainda que de forma esquemitica, uma sistematizacdo em face da mesma diretriz imposta. Outro mito que precisa ser desfeito desde logo € 0 de que os direitos basicos do consumidor previstos no art. 6° do novo Cédigo so a grande novidade, Em verdade, constam jé de resolugdo da ONU, de 1985, que fala em. direito de protegio a vida, smide ¢ seguranca contra riscos provocados por préticas no fornecimento de produtos e servigos, educacdo e divulgacdo sobre o consumo adequado dos produtos e ser e adequada sobre os mesmos, protecdo contra a pi lade enganosa e abusiva, meios coercitivos ou desleais, cldusulas abusivas em contratos, principalmente de adesio, modificagao de suas eldusulas, prevencao ¢ vos ¢ difusos. Talvez.a grande novidade, isto sim, seja o direito previsto no ine. VIL + domencionado art. 6° do Cédigo de Defesa do Consumidor, quando fala da in- versio do dnus da prova, a seu favor, mas apenas no processo civil quando, a critério do juiz, for verossimil a alegagao do consumidor, ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordindrias de experiéncia. Digno de nota igualmente é 0 disposto no art. 72 do mencionado Cédi- g0, ora comentado, que trata das fontes dos direitos do consumidor, igual- mente da maneira mais ampla possivel, 3. Microssistema juridico de carter inter e multidisciplinar Pelo que se pode observar, por conseguint, trata-se de uma lei de cu- iho inter e multdisciplinar, além de ter 0 caréter de um verdadeiro micros- sistema jt (On seja: a0 lado de prinefpios que the so préprios, no ambito da cha- mada ciéncia consumerista, o Cédigo Brasileiro do Consumidor relacio- [allo] “ersrareqe.n za1g-129 ap sogseye4 Sep SoyTAII09 -ap se oayes ‘eprprEmoes 9 onpRID op “exypouENY “ely IE ez -amyet ap se aaisnpouy ‘owe sauna. aytrerpaut ‘oumnsuoo 7p ‘opesx9ur ou eppatiey apEprpe sonbpenb 3 O5tA.198 oz § Is] Terzayecsy no pert -2}6Ur ‘FAOUTT NO Pagui ‘woq JaNbjENb 9 oynpord of § [p] “s03,A198 ap ouSe;sozd no sompoad ap ovsuz -Hopzoured no ogSmqenstp ‘ogse}20dx9 ‘opseprodury ‘ops -eaLsojsttex} ‘ogSnuysu0d ‘ogSers9 ‘araseyuoUr ‘ogSnposd 2p sopepyane wasjoauasap anb ‘sopezqeuossodsap soqu9 50 owed wag “e-eSuES9 No TevODEU “epearid no eORGPA ‘eorpsinf no eoxsy eossad epoy 7 YopareuIO| of UV {¢] ‘oumnsuos op sooSejax sou opuys09e5 vfey onb ‘syoarurmayopar anb epure ‘svossod 9p apEpIs -9j09 v 1oprumsuos e as-esedmby oom ofeuspsog Iz) ag ony -eupsop omoo 0314.18 no ompoad ezqIBN no saMbpe anb eoyppunf no eoysyj eossad Epo} 2 AopHEMSUOD of HV sens ap gp 118 9 [ex9pay oF XXX osput ‘gs “s1zE sop 2 eamiand mepio ap ‘soprumsues op wsajop 9 ovsaord ‘2p suurxou 999;2q0}59 OB4P99 auassd O of HV “A osfouy ‘OLE Iw0s assa.0 yu ouswoney ong OpIMaD aor SIVUAD SAOSISOdSID Tomude> “soupiuatios seysep ounnsodo ossed ura pio os onb og ‘arsou oupumny £98 Op erontgaraarqos wusdoud e 725 -voure v pimse “eroU copaigos ‘sozuaf ops stemyen sosanaar so ‘sezuafu OBS ‘BuniozDU ap SOS -sacod sojad 9 wsseur tua ogSearunutos ap sofour sofad opeyuoue opuenb opnraigos ‘onreumy 128 op sapopisseveu se ormenbua ‘aqes 9s OW09 ‘AL “spoin -mu sosinsa4 Sop muugropasd apoplaqty o1os opesap|stoo 198 axap'9 apod ‘at -sed apuei8 wa ‘soStaras 2 somnposd ap oumsuos ondosd o ‘orfaya WO ‘estzoumsuoo eIoUgTD up opSednooard vAoT OMIOD ans aArze! ~sns oumsuo9 opeUMe 0 “S66T/EST att NO OvSHJosoN PFod opeseII9 PApIMaNSns ormsUO; “p ‘ston3isap sop pon8tsop otuaumze.s osuadsip anb ‘soprumsuoy op ‘2p epino onb ste ‘sour[drosrpn qn sayesmo op o6-oysanal ‘opel ONO 30d orpuunf somansur soBnue v troSednor eaot yp 9 wzyrene anb ura dura ousaur oF “OUAIIC Op soured SoxTO WoD as-eu ‘aoa ane OPIS HEF a Raia sepnrt omer mee 2 José Gerido Brito Flemeno COMENTARIOS [1] FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL --Como se observa do pr6- prio enunciado do art. 19 do Cédigo Brasileiro de Defesa do Consumidor, sua promulgagao se deve a mandamento constitucional expresso. Assim, a ‘comegar pelo inc. XXXII do art. 5° da mesma Constituiglo, impde-se ao Estado promover, na forma de lei, a defesa do consumidor, Referida preocupagao, como jé mencionado em passo anterior, 6 tam- bémencontradano texto do art. 170 quecuida econ6mica, funda- dana valorizagio do trabalho humano e na Ii nado art. 170 da Constituigao Fi ‘O art. 150, que trata das metcadorias ¢ servigos”. ___Ainda em nivel constitucional, a preocupacéo com a preservacéo dos interesses e direitos do consumidor aparece none. I{do art. 175 da Cartafe- 8 puiblicos por intermédio de -ndo que “incumbe ao Poder regime de concessZo ou per- caso, € & evidencia, “usudrios-consumidores piiblicos concedidos ou permitidos. TSN Bneino Superior Buragy Juridice Por fim, 0 art. 48 do Ato das Disposigdes Constitucionais Transit6rias dispunha ~ ja que dispositive de eficécia ja exaurida-, de forma categérica, que: “O Congreso Nacional, dentro de 120 dias da promulgagao da Consti- tuigdo, elaborard Cédigo de Defesa do Consumidor”, prazo esse jé de ha ‘muito ultrapassado quando foi finalmente promulgado o texto da Lei n® tembro de 1990, sabendo-se que a Constituicao 0 fora em 5 988. Referida conquista, é mister salientar-se, deveu-se.a0 “movimento con- sumerista brasileiro”, apesar de sua inicial fragilida spre em franca ascengio, sobretudo apos a vigéncia do Cédigo de De Consumidor,e 4a implementagio do chamado Sistema Nacional de Defesa do Consami- dor, além do fortalecimento e criago de novas entidades publicas néo go- ‘vernamentais de relevo nessa érea. Com efeito, esse movimento, desde a dé- cada de 1980, mediante a realizagio de encontros nacionais de entidades de defesae protegto do consumidor, tem contribufdo decisivamente para aim- plementacdo das diretrizes dessa defesa e protegio, no plano constitucional, ssim 6 que, em 1985, no Rio de Janeiro, ao ensejo da realizagio do sexto encontro das referidas entidades, foram aprovadas mogées concretas no sentido de que se inclufssem, no texto constitucional entiio em vigor (Emenda Constitucional n? 1, de 1969), dispositivos que contemplassem a preocupacio estatal com a defesa e proteco do consumidor, e mediante emendas constitucionais. "Em 1987, quando os constituintes estavam no infcio das diseussées s0- ‘re tal assunto, novas propostas foram extraidas de outro encontro nacional dagquetas entidades de defesa do consumidor, desta feita o den®7, realizado estrategicamente em Brasilia, em abril do referido ano. As mencionadas propostas foram consubstanciadas em anteprojeto formalmente protocola- do junto aquela Assembléia Nacional Constituinte, recebendo 0 n° 2.875, ‘em 8.5.87. No caso, foram feitas sugestdes de modificagGes da redagao dos entio arts. 36 e 74 do anteprojeto elaborado pela chamada Comissio Afon- so Arino, merecendo destaque a menco expressa jé aos direitos fundamen- tais ou basicos dos consumidores, como 0 relativo ao consumo de produtos Consultem-se, nda, Lein® 9,074, de7.7.95, que estabelece norms para et {Gao das concesstes ¢ permissOes de servigos pablicos, co Dectetow 7.17 ae ‘Seelce procaine para poopugo Ge coors do servigot pos de enn Sooo anna, Sox option et eae teen sate pansy ity -eotgng outa o 2 sopqunsuo2 oF opSovudy, unui 9 Sp uncon oxipury» ououoq eg open 201 aan OUNIUI Op ObsBUOD TA t ‘¢ ede e590 TUS 2p nb Ts “Leg ‘om soumpareajo0g "euROgog “ores zme yrouuod 2 axosouoncuro op memKL BAY OPIN pt opuenb soprumsuos opexapisuos 9 “elas no ‘opsnjaxa.od opLaye 9 (b8/9% pe ejoquedse 12") .souensy & sexoprunsuoz 2p osuafocy KT, wa oxstaaad soprumstos 9p oysouos o voruRdsI ovSe(si8ay wu anb SoUT>yLDA,, ‘amos 0 soureaeisop oy‘SUReH eps090] Oran, 40d opezogeya opmise we ‘operediuop ogtasicl 08 28ue) anb ou epary ,\138 tm 9p opSeysaud w no su9q ap ‘aanysap no osn ‘ogSismmbr & ‘oxseziinn ens exed ‘exenuos tan 9 sprains -uoo,, nb v opunBas oBSIuYEp taf “UE OU ZEN '9L.61 ap ‘OONKAIN OP EYE “Gel “ue) ,s0trerozatz09 op TeuorSsyod apeptante ep ouqury ou epipuaa 9 nb 9 opeatid osn nas oF epeunsop aiuauredrout -opwozow warn ore forsu9 um op exduz09 anb epentrd vossed -fumsuoo,, eryfaat09 “¢ 61 ap ‘soprumstod o8 oBSaI0%d 2p w: “oun op corpunt-oonmouoss oroadse 0 aruswos-om enjaoe anb sta ‘oByp9; ofad up “nope op ovzed ap sreur warreude as onb v 9 opSumttsouo9 [a onb 33-2, “aiBixo v owouressaudo ~tsinbe v“opSezin ved “eyenu09 aa “e 3 ropruinsuos,, and og149 opamjau00 “Tonq_o‘seINqvo0s opstouos e penadsas, -tuoa wonb zoprumsuo> omoo sootxgy So sPdry oping 2p oupisiew o a1uz0su09 ‘opeprongnd vp asrgue ep somayo ered san oumns nb sewsonur sogSeanow se 2 opSnposd e e1ed so1s93150 $0 8 ap tage sogSeas se uEpnAse as fenb o 210s O 0, 0 opurerEate 96 tbe — v7rSopootsd optus No: ee ween aN ‘2099[9 no wuoSerwo epeunaZa}ap wun v aouariod 9 soSialDs 9 suaq ap WL “in as no may anb onpyasput ranbyenb3 ,soprurmsuos,,~ parSororos wz=zta -2u op seiuauoduos ogSeny}20u00 [es ap srensqe as-nomoord ‘ussy qpjooau opepespe wayno umn op -tajoattosop 0 wzed opt o vidoxd opeprssaoa un 9p ojtountpuste Oe too ade umsse enb as-opuodnssaid ‘Teuy oupIeUHsap oMOD ‘sOStAIGS opSewsaide eyento9 ogius no stag armnbpe oumstuos ap opeazanz ou enb wrod ~#uostod 0 a1ueutos-o8) oBSesep!suoD to 9s-opmAd| ‘Uf9S No ‘ooRUgHOD? “oqpaeo ap stiouteaysnyoxo fo} O81p90 ojed operope Yopramsuo9 ap 0149000 © ‘opeiuaries #f aimostod - YOCINASNOD FI OLONOD [Zl ‘suo8080q 9 SCOP -worour op oxsennxo no soauge saquaploe ap saqraxiosep sagezquopur se wed LOPEPLR, 2ITtHT| YY OBL fen o ered ‘ropmunsuoD Op O84p9D op arusueIqE ‘tear omoadso 0 a0yeaard ‘(o8mp90 nas ap TerI08 essaxeTUr 0 worTand wepIO ‘9p To 9p 3eIpIv9 0 “TOprustOD op apEprTIGeIoUTTA wp oxdjound o 27) spe ‘sey o1s0dxe op auip ‘anb ‘alumiBasuoa 30d ‘rezaquoves o80510} 3 «(68/S0S"L6 ott 01030 -eclTeuorseu upeoU wo vpext] sos oAap OBSeZIuOpUT Y “OUR! Haz! OUD -jde 0s ou “feuoroeuronu! onamIp Ou wIOUABLA WES '¢ pl PUORIPY OOOOIOT ° ‘eAtuauae ‘sagSupoutooe ‘onbiequrasep 0 anbrequie op [oOo] ‘OuB “04 ‘eip) sopeduaae sowie sou eSey 0 anb orspssa0ou g opereaitoo ounsop 8 opsuodsues 0 anaf sopeuodstren 0 anb eiseq OEN “oppainsas ap ose -1iqo munstos ayodsuen ap o18s1809 O~“(bT 2LA ‘9 'SHE=DAD) BASIE A ap ogSuaawoe ep epestze opSeyrumy eeiseye TeuoroeuIaiUr O94 Wo oseste 10d apeptriqesuodsas 8 “aD op wiougstA wu no1I020 O185 © 9§ = “JAD op OFS -voyjdy ‘oseny “Teuo}seuan og, eanafgo [tar apepriqesuodsey,, 1 “p007'9'L1 ap “f'Sonmeg ap seutop ouquin} ~sdsq ossnooyf 2p op 9s M9 “fLLS OP OFPI9IE ON rn _optaasd osinoay “DC Op BDURSIA TU RIAOSIEA OP OBSUAATOD ‘jad wpezruooaid opSeztuspur ep ovSerturn & 2o9[eaod oBN ~ ‘sopeyota tod sopn stea| soantsodsip sop o1uauteaonsenbard o owasne opuenb peroad -s9 ogmnoaro faApIAU — sured vjad opeUBisuoo op oszaarp Teo] aNbosts dos ogisonb & esrjeue onb ogpipor 0 oRssfiuo wo ex100u1 OBN ~“apeprTqvontdy SIeA 2p oxSuOAUo,) vad oItaUITOTEssar op oRSMELUT] ‘TeUOIIEU ‘ouiodsuea ts evlopearour ap O|ARIXE “oMtourauTEUORSIMbAsE ‘opssruig “opSese[s9p ap soRmeqursy Ter2adse osmosy “JOPHUNSUOD,, ‘cuawons owa oprei30 980r @ ey Joeé Geraldo Bo Flameno oferta de produto ou servigo a um nao profissional (conceito de consumidor definido nos arts. 2%¢ 39). Analogicamente, a Lai n® 24/96, que introduziua legislagao de defesa do consumidor em Portugal, estabelece no art. 2% iter ne se considera consumidor qualquer pessoa que adquirir bens ou ser- vvigos prestados como destinatério final, ou seja, na relagio produgéo/con- ‘sumo este sendo o tilimo desta cadeia, passa a adquirir direitos e protegio de consumidor previsto no referido Cédigo. De igual forma prescreve a lei portuguesa que consumidor é também todo aquele a quem sto transmitidos quaisauer direitos, destinados a0 uso nio profissional, ou seja, uso pessoal ou proprio. Na Franga, 0 Code de la Consommation regula 2s relagbes de elecendo normas para o equilibrio entre ur ps ..). Na Idlia, 0 ordenamento jurfdico que Consumatorie Degli tabelecendo oart.22que so lores e usuétios as pessoas fisicas que adquirem ov utilizam bens ou servigos néoreferindo a atividade empresarial ou mesmo do profissional eventual, Fato releve pela pesquisa é que 0 Cédigo de Defesa 40 Consumi soa fisica ou juridica. 34 ale- sislagdo consumerista italiana faz referéncia somente a consumidores as pessoas fisicas. Na Suica no hé um Cédigo préprio, sendo regulado pela Lei Federal complementar de Cédigo Civil suigo, que niio possui um con- ceito espectfice deixando explicito os direitos das obrigagées, on seja, con- sumidor (comprador) ¢ fornecedor so obrigados a cumprir simultanea- ‘mente suas obrigagées. Na Argentina a ‘Ley de Defensa del Consuomidor* (Lein®24.240, de 22 ap sapod oF ayourqns ‘28 onb ajonbe ‘e323 opout 2p ‘stod ‘9 zoprurnsuoo o,, nb epure opuezsiejua + $etsop saxejnan sop zapod oe sayautqns 2s uroxsp ‘oqumastoo 1042 opSnp -oxd op su2q a1qos ajonuoo ap woodstp ogu anb,, sajanbe ops sazoppumsuoa 80 ,,‘erBredai09 ropuoy o1qpar youd ojed operepuod tiaq owo‘wIssy “Pouowrepuny oveoued assa BxINOTO *,eUOTSSTYOIA cont osn, no [eIooBau wn wos ‘efas no ‘soSuasas 2 sompoud ap , year oRse -s9p,, anb sourezp ‘ourstrauinstioo,, op anbot ap wipad vsse opurmaurojd woo ‘oper omno sod “q ‘2peprrsesj epeuo!auaMt yp o;sadse op JaAvTOOsSIPUL 9 onSenajzouod e ‘os-ersrsut ‘anbiod owisou ‘soarrerony surg urequa} opt anb se "vfas no ‘sloapioujn sasopmunsuco son sepoxedinbs svompysal seossod ‘se mbe seperapisuoo urefos anb [ouoroer steur ‘opniuoo ‘sowapuayuA, “eamexony opeptane ‘2s ap oyuodurasep oF souyssaosu soumnsuT owioa ogt 9 “wisumnbpe an so8, ~inias 9 Sompoid sop steuty seuyieunsep outoo sejonbe seprpustuo OFS WIS se anb ep wayessor 8 wioo wioqura ‘soStAas 9 somnpoud 9p ,sou0prutns ouroo ayuowspend! seorpumt seossad sep ogsnjour v “essou eu sepexidsu -oifmrotye sagseyst8oq svumge wo o1sar ap ouroo ‘omens ‘neDoTeA. ‘umnaoo eSnsnf ep eomugrs apeprsozour 2 sojsn9 SO sofed sopezttiqous 9 sopiSojoxdsep eiaurestarar ureoyy saz0pruunsuos ap apeprr -H9[09¥ “UpuTE ‘no “ropramsu99 0 orteNbu “esoJop ens eed aynarows e5105 2p seorpyant suossad se wagdstp anb ap opSereisuos saqdants wjad ost t ‘vorpymat .®52J0p,, No ,opSoioud,, [wsOHI[ ns y Bure onb ou souoUs oF ‘sopezruosaid ee ween ay pave sopjour sou eanayo opSaiord op suyy exed 1 owt09 snoypyinf spossad se eropisuoo wipqute opuenb “opis uouIO 40d ¥pIqaoto> , JoprEmnst0.,, 9p opSrusjep ep soureproosip onb 9 soQSexapisuoo sim op oBzex WE + SOSTAI9S 9 S19q S210T] -o01 2 ster op oxdtsmnbeoanrsynbe s9pod,, oruromg o moo euowrs euatd ‘opts op opeprrenb vp wxroufour 9 oufeqan op sogdrpUOD saI0U our treseorpuraran 98 onb ura “XTX O[99S op apeiats epungas ep med ¥ at -womedpound “nstteorputs o anb odura owsou ov naoarede ,xastroumsuos conaounaou,, opeuotousur 0 onb ‘oseae sod ‘spre ‘opuos ogtyaaruetgna 01109 _1e79p|st09 028 ap opniuas OU “elas no sEOpe anap asanbnanvads.ad wu yIsa “repuaruo ossou ou, zoprumnsuoo,, ap ouSenyIzouoo Ep atueareu OSe “soStaios 9 stdq soursour safanbep sazomposd sop s20Stpuos 2 s9pod og as-raraurqns © as-Lostuse ‘sopetmsap oys aut anb soStazas ap owsersard no oumsto9 op stag 9p ozSnpoud v a1qos ajonKOD ap ‘9s 18 od ‘opuodstp ‘ou ‘roprumsuos o (9 ‘soprumsuoo op wpeatid opypissaoou van op oFsessN, es yas-vunsap oBSeyas [2 (4 {(,copavewolomnpoad,) O3tAz28 vo oImposd {un 9p Jopapti9s no sopsoaui0} 0 ‘oxo ap “2 “(coprumnsu0d,,) oStas28 no + oanpord win op siaarmnbpe o‘ope| un op sepIyap wag sayred senp ayusures seq anfoaua ( :ournsuoo ap ozSejax epor an serapUr aUwssap 28-ap0d ‘S051A308 9 $09q 9p sopasoutoy 0 aie opephiowostr visayrueur ap opSemis tra Fis9 Zoprumns yoo wo 25-opmasy ‘srenSisap seossed anuaustenSisap sere op fos no * ,oumsuoo ap sagSe[as, sep sadiopured sop tum owH09 3p p opSemizouoo ep redvose Ouro Yt OBt “eraEpor ‘oBO] apsaCL seSuniias 9 9pqes @ SOAIDOUTNO sosoB HOM soSta10s 9 somnpoxd 2p oumnsuO9 ‘or ogo no ‘searsnge 9 sesoueua seurtonqnd sexquedueo v opStafns wns EISEN ‘op opereous ogu *,Jopruinsuoo,, o Jusy[eure souaZ ‘oyu ‘oSyazos tn 9p ogbansaud & outoo wraq ‘stag ap oFSeo0] & no opSrsmbe v ‘uranno op no ond -oid oroyjousg mo ‘{eury ousted wred axenuOD “aIOUTEARS|OD NO EPETOS! ‘anb eorpuint no woisiy possad zonbyenb , zoprunsuo2,, 10d sourapustte ‘sea, HOSOI WapIO op saoSwIOUOD SE sEPOI sEPFENSGY sSeuLoysuen ‘opSnpord 2p oss200zd -nsuoo owzoo opirejduroyt09 sunpydico ‘uoo2npoud 50] £243} ond vzaqpuniow 0] vas vupinby Susans aug opteD wor a 34 José Geraldo to Faomeno “fi certo”, continua, “que uma pessoa juridica pode ser consumidoraem, relagSo a otra; mas tal condic&o depende de dois elementos que nfo foram adequadamente explicitados neste particular artigo do Codigo”, TE eua ponderagio merece destaque, porque revela precisamente o pon to fulcral de toda a discusséo, como de resto ja se assinalou linhas atrés: “Em primeiro lugar, ofato de que as bens adquiridos devem ser bens de consumo e nao bens de copi segundo lugar, que haja entre fornece- dor e consumidor um desequilibrio que favoreca o primero. Em outras pa~ avras, 0 Cédigo de Defesa do Consumidor nao veio para revogar 0 Cédigo Comercial ou 0 Codigo Civil no que diz respeito a relagdes juridicas entre partes iguais, do ponto de vista econémico. Uma grande empresa oligopo- lista nfo pode valer-se do Cédigo de Defesa do Consumidor da mesma for- ‘ma que um microempresétio. Este critério, cuja explicitagio na lei €insufi- ciente, 6,n0 otinico que da sentido atodo o texto. Sem ele, terfamos sum sem sent ico.” Cita ainda interessante entendimento jurispradencial norte-americano, demonstrando a tendéncia de se levar em conta a posigo econémica do consumidor, como sugerido em suas ponderagées, a saber: 13 “Alguns tribunais tém feito distingio entre perdas econdmicas experi- mentadas pelo consumidor comum e perdas sofridas em transagSes econd- ‘micas primérias (..). Para ojuiz Peters (no caso Seely), ohomem que dispoe de um caminhio apenas para conduzir seu negécio € um consumidor com relagio ao grande fabricante do caminho com relagao a0 qual dificilmen- te se poderia dizer que tivesse igual poder de barganba (..). Cada vez com maior intonsidade a énfase nos casos de perda econémica parece desviar-se do critério da natureza dos danos, -onsiderago da relagfo entre as partes” (Noel & Phillips, Products li t» P- 326). 6 a observagiio de Cliudia Lima Marques! ao sintetizar as duas grandes tendéncias do consumerismo 20 interpretarem 0 art 28do Cédigo Brasileiro do Consumidor: ados finalistase ados maximalistas. “Para 0s finalistas, pioneiros do consumerism”, assinala, “a definigao e consumidor é o pilar que sustenta a tutela especial, agora concedida aos consumidores. Esta tutela s6 existe porque o consumidor € a parte vulneré- mn Coniratos no Codigo de Defesa do Consumider =o novo regime das relagoes contra- suai, So Paulo, Rovisia dos Tebunais, 1992, ps. 67-69. ooy - Enseno Superior Bureau Juridiog Ans. ta 8 ae velnas relagdes contratuais no mereado, como afirmao préptio CDC no art, 49, ine. L Logo, convém delimitar claramente quem merece esta tutela equem no a nccessita, quem € 0 consumidor ¢ quem no é, Propiem, eno, que se interprete a expressio ‘destinatétio final’ do art. 2° de maneira restrita, como requerem 0s principios basicos do CDC, expostos nos arts. 4° ¢ 6°”. E, nessa hipstese, ndo bastaris a interpretaco meramente teleolgica ‘ou que se prenda & destinacao final do servigo ou do produto. Consumidor seria apenas aquele que adquire o bem para utilizé-lo em proveito préprio, satisfazendo uma necessidade pessoal e nfo para revenda ou entdo para acrescenti-lo & cadeia produtiva, “Esta interpretacdo” ,conciui, “resttinge a figura do consumidor Aquele que adguire (utiliza) um produto para uso proprio e de sua familia; consumi- dor seria ondo profissional, pois o fim do CDC é tutelar de maneira especial um grupo da sociedade que é mais vulnerdvel”. Quanto aos maximalistas, pondera a autora citada, “véem nas normas do CDC o novo regulamento do mercado de consumo brasileiro, ¢ nfo nor- ‘mas orientadas para proteger somente 0 consumidor néo profissional”. E merece destaque 0 ponto a seguir tratado: O.CDC seria um Codigo geral sobre o consumo, um Cédigo para a so- ciedade de consumo, o qual institui normas ¢ princfpios para todos os agen- tes do mercado, os quais potlem assumir os papéis ora de fornecedores, or de consumidores. A definico do art. 2° deve ser interpretada omais extensi- ‘vamente possivel, segundo esta corrente, para que as normas do CDC possam ser aplicadas a um mimero cada vez maior de relagées de mercado. Consi- deram que a definigao do art. 2° € puramente objetiva, nfo importando se a pessoa fisica ou jurfdica tem ou no fim de lucro quando adquire um produ- to 0U utiliza um servigo. Destinatirio final seria 0 destinatario fético do pro- duto, aquele que o retira do mercado e o utiliza, o consome; por exemplo, a fé- btica de celulose que compra carros para o transporte dos visitantes, 0 advoge- o que compra uma maquina de escrever para 0 seu escritirio, ou mesmo 0 Estado quando adquire canetas para uso nas repartigdese,€ claro, dona-de-casa ‘que adguire produtos alimenticios para a familia.” Consoante j tivemos a oportunidade de salientar linhas atrés, na verds- de, 0 critério conceitual do Cédigo brasileiro discrepa da prdpria filosofia consumerista ao colocar a pessoa juridica como também consumidora de pro- Gutos e servigos. E isto exatamente pela simples razdio de que o consumidor, sgeralmente vulnervel como pessoa fisica, defronta-se com o poder econdmi- co dos fomnecedores em geral, 0 que no ocorre com estes que, bem ou mal,

Você também pode gostar