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3178 formalidades exigidas, para o efeito, pela ordem juri- dica interna de cada uma das Partes, e sera valido pelo periodo de um ano, automaticamente prorrogavel, podendo ser denunciado por qualquer das Partes mediante comunicacdo escrita a enviar @ outra com uma antecedéncia minima de 90 dias em relaco ao termo do periodo entéo em curso. Feito em Lisboa, em 26 de Outubro de 1990, em dois exemplares em lingua portuguesa, fazendo ambos os textos igualmente f, Pela Republica Portuguesa: José Manuel Durfo Barroso, Secretario de Estado dos Negécios Estrangeiros © da Cooperagao. Pela Reptiblica de Cabo Verde: José Brito, Ministro do Plano e da Coope- ragao. MINISTERIO DA SAUDE Decreto-Lei n.° 227/91 de 19 de Junho © presente diploma tem como objectivo a adapta- sao da legislacdo portuguesa ao direito comunitario em Vigor em matéria de géneros alimenticios destinados uma alimentacao especial © Decreto-Lei n.° 315/70, de 8 de Julho, que tem vindo a regular esta matéria, mostrava-se jé insuficiente perante a Directiva n.° 77/94/CEE, do Conselho, que Portugal se obrigou a introduzir na’sua ordem juridica a data da adesio as Comunidades Europeias. Estando, contudo, iminente a revogacdo daquela directiva, julgou-se oportuno efectuar a adaptagdo legislativa necessaria a partir da que viesse a substitui-la. O Con- selho das Comunidades Europeias aprovou, em 3 de Maio de 1989, a Directiva n.° 89/398/CEE, que v. a ser publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, série L, n.° 186, de 30 de Junho de 1989 (NUMDOC 3891398), ¢ que agora se transpée para 0 direito nacional. © regime juridico tracado neste decreto-tei apoia-se, frequentemente, noutros diplomas jé em vigor. Para que no se ponham dividas quanto ao dircito aplicé Yel, refira-se que @ rotulagem de géneros alimenticios de uso corrente esta contemplada no Decreto-Lei n° 89/84, de 23 de Margo; quanto as contra- ‘ordenagdes, seu processamento ¢ aplicagdo, ¢ regime supletivo 0 tragado nos artigos $2.° e seguintes do Decreto-Lei n,° 28/84, de 20 de Janeiro, devendo ainda ter-se em conta os Decretos-Leis n.°* 433/82, de 27 de Outubro, ¢ 356/89, de 17 de Outubro, relativamente a0 ilicito de mera ordenagdo social e respectivo pro- cesso presente diploma prevé a emissao futura de outros actos normativos, que virdo completar o regime agora estabelecido; na falta destes, aplicar-se-fo, transitoria- mente, ou as normas contidas neste decreto-lei, ou a legislagao geral, nomeadamente a relativa a aditivos ali- mentares, contida no Decreto-Lei n.° 192/89, de 8 de Junho. DIARIO DA REPUBLICA 1 SERIE-A N.* 138 — 19. Foram ouvidos os drgios de governo proprio das Regides Auténomas dos Acores ¢ da Madeira ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigao, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1.° Objecto € dmbito 1—O presente diploma regula o regime juridico aplicdvel aos géneros alimenticios destinados a uma al mentacdo especial, tal como sao definidos nos n.* | € 2 do artigo 2.° 2 — Lei especial estabelecera as disposigdes especi- ficas aplicdveis a cada um dos seguintes grupos de gén« ros alimenticios destinados a uma alimentacao especial: @) Preparados para lactentes; b) Leites de transi¢ao e outros alimentos de com- plemento; 6) Alimentos para bebés; @) Géneros alimenticio, com valor energético baixo ou reduzido, destinados ao controlo do peso; @) Alimentos dietéticos destinados a fins medici- nais especificos; ‘f) Alimentos pobres em sédio, incluindo os sais dietéticos hipossédicos ou assédicos; 2) Alimentos sem ghiten; h) Alimentos adaptados a esforgos musculares intensos, sobretudo para os desportistas; {) Alimentos destinados a pessoas que sofrem de perturbagdes do metabolismo dos glicidos (dia: béticos). Artigo 2." Definigdes e designagdes 1 — Para efeitos do presente diploma, entendem-se por géneros alimenticios destinados a uma alimentagao ‘especial os produtos alimentares que, devido a sua com- posigdo ou a processos especiais de fabrico, se distin- ‘guem claramente dos géneros alimenticios de consumo corrente, so adequados ao objectivo nutricional pre- tendido e so comercializados com a indicagdo de que correspondem a esse objectivo. 2 — Considera-se alimentagdo especial a que corres- ponde as necessidades nutricionais das seguintes cate gorias de pessoas: a) Aquelas cujo processo de assimilagao ou cujo metabolismo se encontra perturbado; b) As que se encontram em condigdes fisiologicas especiais e que, por esse facto, podem retirar particulares beneficios da ingestao controlada de certas substancias contidas nos alimentos; 6) Lactentes ou criangas de tenra idade em bom estado de satide. 3 —Os produtos referidos nas alineas a) b) do niimero anterior podem ser qualificados como «dieté- ticos» ou ude regimen. 4— Por meio de despacho conjunto dos Ministros da Satide, da Agricultura, Pescas ¢ Alimentacao, do Comércio € Turismo e do Ambiente e Recursos Natu: N.° 138 — 19-6-1991 rais pode ser autorizada a mengao, na rotulagem, apre- sentagao ¢ publicidade de géneros alimenticios de con- sumo corrente, da sua adequaco a uma alimentagao especial, desde que como tal tenham sido declarados pelas instncias comunitarias competentes. Artigo 3.° Entidades competentes 1 —No Ambito do presente diploma, compete & Direcgao-Geral dos Cuidados de Satide Primérios (DGCsP): a) Recolher as informagdes previstas no artigo 7.°, relativas aos produtos destinados a uma alimen- taco especial, ¢ exigir, se necessario, esclare- cimentos suplementares aos fabricantes ou importadores; ‘b) Suspender ou limitar a comercializagéo de pro- dutos, nos termos do artigo 8.° do presente diploma; ©) Propor ao Governo a suspensio ou limitagao da aplicago dos diplomas previstos no n.° 2 do artigo 1.°; d) Comunicar as instncias comunitarias ¢ aos res- tantes Estados membros das Comunidades Europeias as decisdes tomadas ao abrigo do n.° 1 do artigo 8.°, nos termos do n.° 2 do mesmo artigo; e) Fiscalizar e controlar 0 cumprimento das dis- posigdes do presente diploma; A) Aplicar as medidas de ordem sanitaria que as actividades de fiscalizacao revelem necessérias. 2 — No cumprimento das fungdes de fiscalizagao e controlo definidas na alinea ¢) do mimero anterior, a DGCSP & coadjuvada: a) Pelo Instituto Nacional de Satide Dr. Ricardo Jorge (INSA), para efeitos de apoio laborato- rial; b) Pelo Instituto da Qualidade Alimentar (IQA) ¢ pela Direc¢do-Geral da Inspecgaio Econémica (DGIE), para efeitos do disposto no artigo 10.° 3 —No Ambito do presente diploma, compete ao Conselho Nacional de Alimentagao ¢ Nutrigao (CNAN) exercer funcdes consultivas junto da DGCSP através de uma comisséo de alimentagao especial, a criar nos termos da Portaria n.° 46/85, de 23 de Janeiro, 4— No exercicio da sua competéncia consultiva, incumbe & comissao de alimentagao especial do CNAN: 4) Apteciar os modelos de rotulagem enviados & DGCSP; b) Emitir parecer sobre a necessidade de serem solicitados ao fabricante ou importador dos produtos os elementos sumplementares referi- dos no n.° 4 do artigo 7.° do presente diploma; ©) Emitir parecer sobre os projectos de diploma que versem matérias no Ambito da alimentagao especial ¢ que Ihe sejam submetidos pelas enti- dades competentes. DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A 3179 Artigo 4.° [Natureza © composivio 1 — Os produtos abrangidos pelo presente diploma devem: a) Obedecer & legislacdo aplicavel aos géneros ali- menticios de consumo corrente, salvo quanto as alteragdes introduzidas nesses produtos para 05 tornar conformes com as definig&es previs- tas nos n.* 1 € 2 do artigo 2.°: b) Ter natureza ¢ composicao adequadas ao objec tivo nutricional especifico a que se destinam. 2.— Por portaria conjunta dos Ministros da Sade, da Agricultura, Pescas e Alimentagao, do Comércio ¢ Turismo ¢ do Ambiente e Recursos Naturais, ¢ de acordo com os actos de direito comunitdrio que venham a set adoptados nesta matéria, sera estabele- cida a lista de substdncias que podem ser adicionadas aos géneros alimenticios destinados a uma alimentacao especial, bem como 0s respectivos critérios de pureza @ as condigdes da sua utilizacdo. Artigo 5.° Rotwagem, apresentasio ¢ publicidade 1 — A rotulagem, a apresentagdo € a publicidade dos produtos abrangidos pelo presente diploma regem-s a) Pela legislagdo geral em vigor nessas matérias; b) Pelas normas especiais estabelecidas nos nime- ros seguintes; ©) Pelas normas que venham a ser fixadas nos diplomas referidos no n.° 2 do artigo 1.° quanto aos produtos incluidos em grupos espe- ciais. 2. — A denominagdo de venda dos produtos alimen- tares destinados a uma alimentacdo especial deve ser acompanhada pela indicagéo das suas caracterfsticas nutricionais especiais, salvo no caso dos produtos des- tinados a lactentes ou criangas de tenra idade em bom estado de saiide, em que é suficiente a indicacao do fim a que se destinam. 3 — A rotulagem de produtos nao inclufdos nos gru- pos especiais definidos no n.° 2 do artigo 1.° deve tam- bém mencionar: a) Os elementos especiais da composigao qualita- tiva e quantitativa ou 0 processo especial de fabrico que conferem ao produto caracteristi- cas nutricionais especiais; b) O valor energético expresso em kilojoule ¢ q Jocalorias por 100g ou 100 mi de produto comercializado, salvo se for inferior a 50 kJ (12 kcal) por 100 g ou 100 mi, caso em que pode ser substituido pela mengo «valor energético inferior a 50 kJ (12 keal) por 100 g/100 mln; ©) O teor em glicidos, protidos ¢ lipidos por 100 g ou 100 mi de produto comercializado; d) Se 0 produto for apresentado sob a forma de certa quantidade proposta para consumo, a rotulagem deve também referir o valor energé- tico expresso em kilojoules e quilocalorias, bem como 0 teor em ghicidos, prétides e lipidos dessa quantidade.

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