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Abertura de comporta de usina divide população

em Atibaia
OCIMARA BALMANT
FOLHA DE S.PAULO – 01/FEV/2010 - DA REVISTA DA FOLHA

A posição da comporta da barragem de uma pequena usina hidrelétrica divide


moradores de duas regiões de Atibaia (a 67 km de São Paulo). Eles acreditam
que ela poderá determinar qual de duas áreas vai ficar debaixo d"água caso as
chuvas continuem fortes em fevereiro.
A região que fica na parte de cima da barragem, onde estão o Parque das
Nações e o Jardim 3º Centenário, já convive com a água, por causa da
elevação do nível do rio Atibaia. Alguns moradores chegaram a ir à usina e
abrir a comporta da barragem para que a água escoasse.
O problema é que, um quilômetro rio abaixo, está o bairro da Usina, onde fica
o condomínio de luxo Shamballah 2. Após a comporta ser aberta na quarta, a
água do rio invadiu o campo de futebol do local e pode chegar às casas em
breve.
"Do jeito que estava [a barragem da usina fechada], atrapalhava o
escoamento. Melhorou muito. Foi só abrir que o nível da água abaixou", diz o
vendedor Marcelo Ferreira Martins, morador do condomínio Santa Mônica, do
Jardim 3º Centenário, na parte de cima da usina.
"Se continuar chovendo e as comportas permanecerem abertas, não sei o que
vai acontecer", afirma o empresário Wolfgang Wlassak, morador do
condomínio Shamballah 2, na parte de baixo da usina.
O rio Atibaia se transformou num problema para a população da cidade neste
ano por causa da liberação das águas das represas do Sistema Cantareira, da
Sabesp, que estão operando em seu nível máximo. Desde dezembro, as
enchentes se transformaram numa rotina.
"Inundação no rio Atibaia depende da chuva e da capacidade de regularização
das barragens [da Sabesp], mas não foi agravada pela usina", diz o engenheiro
Antonio Giansante.
"Abaixou [a água na parte de cima da usina] porque tivemos dois dias sem
chuvas", sustenta o prefeito José Denig (PV).

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