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Unidade 17 Caldeiras A. caldeiras so empregadas na produgao de vapor d’agua ou aqueci- mento de fluidos térmicos. No caso das refinarias de petréleo, em termos praticos, a maior parte do vapor utilizado nos processos é gerada em cal- deiras, e uma pequena parte é gerada em refervedores, com 0 aproveita- mento de calor residual em alguns processos. Aenergia para a vaporizacao pode ser obtida através da queima de um combustivel sdlido, liquido ou gasoso, ou por conversao de energia elétrica ~ ¢ até a fissdo nuclear, que é 0 caso de usinas termonucleares. As caldeiras elétricas so equipamentos de concepgao bastante simples, sendo compostos basicamente por um vaso de pressao onde a agua é aque- cida por eletrodos ou resisténcias. Sao faceis de usar e de automatizar. A efi- ciéncia da transformagao da energia elétrica em vapor é sempre muito ele- vada, da ordem de 95% a 98%, podendo atingir 99,5% em casos especiais. Serao apresentadas aqui apenas as caldeiras que utilizam o aquecimen- to por queima de combustiveis, com énfase nos equipamentos mais em- pregados em refinarias Classificagao das caldeiras As caldeiras podem ser classificadas conforme qualquer das seguintes caracteristicas: finalidade, fonte de aquecimento, contetido nos tubos, principio de funcionamento, pressao de servico, tipo de fornalha ete. As caldeiras que produzem vapor pela queima de combustiveis podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acordo com o contetido nos tubos: em flamotubulares e aquatubulares. Monitoramento e controle de processos CALDEIRAS FLAMOTUBULARES Neste tipo, os gases quentes da combustao circulam no interior de tubos que atravessam o reservatério de agua a ser aquecida para produzir va- por. Os tubos séo montados como nos permutadores de calor, com um ou mais passes. Existem varios tipos de caldeiras flamotubulares, dentre os quais se destacam a vertical e a horizontal (Figura 29) Pac es Caldeira Escocesa Caldeira Multitubular SAIDA DE VAPOR CHAMINE NIVEL DE AGUA NIVEL DE AGUA Vantagens W Construgao facil, com relativamente poucos custos Di Sao bastante robustas @ Nao exigem tratamento de agua muito cuidadoso I Exigem pouca alvenaria Wi Utilizam qualquer tipo de combustivel, Iiquido, gasoso ou sélido Desvantagens Bi Pressdo limitada em torno de 15 atm, devido a espessura da chapa dos corpos cilindricos crescer com o diametro @ Partida lenta, em funcao de se aquecer todo o volume de agua ® Baixa capacidade e baixa taxa de producao de vapor por unidade de rea de troca de calor i Circulagao de agua deficiente W Dificuldades para instalacao de superaquecedores, economizadores e preaquecedores de ar Esse tipo de caldeira, geralmente de pequeno porte, ainda é muito uti- lizado em pequenas indistrias, hospitais, hotéis etc, em razao do seu bai- xo valor de investimento e da facilidade de manutengao, se comparada com as caldeiras aquatubulares. CALDEIRAS AQUATUBULARES: Nas caldeiras aquatubulares a Agua a ser aquecida passa no interior de tubos que, por sua vez, sdo envolvidos pelos gases de combustao. Vantagens Ii Maior taxa de producao de vapor por unidade de area de troca de calor i Possibilidade de utilizacao de temperaturas superiores a 450°C e pres- sdes acima de 60 atm BW Partida répida em razao do volume reduzido de 4gua nos tubos BA limpeza dos tubos ¢ mais simples que na flamotubular e pode ser feita automaticamente A vida util destas caldeiras pode chegar a 30 anos Desvantagens @ Uma caldeira aquatubular pode custar até 50% mais que uma caldei- ra flamotubular de capacidade equivalente 1@ Construcao mais complexa @ Exigem tratamento de agua muito cuidadoso As caldeiras aquatubulares so usadas nos modernos projets industri- ais, pois podem produzir grandes quantidades de vapor a elevadas tempe- raturas. A produgéo de vapor neste tipo de caldeira atinge até 750 ton/h. Classificagdo quanto a final i Caldeiras para usinas de forca termoelétrica — Sao projetadas para pro- duzir vapor com alta pressao e temperatura, visando ao melhor rendimento na geracao de energia. IW Caldeiras industriais - Sao projetadas para produzir vapor saturado ou levemente superaquecido, empregado em aquecimento, evaporagao e outros. @ Caldeiras combinadas — Utilizadas para as duas finalidades. GeaaeM 0) ed Caldeira com tambor longitudinal FORNALHA VAPOR AcuA ESPELHOS LYS SSAA SSS TYAN YANNIS CIRCULAGAO DE GASES CIRCULAGAO DE AGUA Elementos principais de uma caldeira aquatubular CAMARA DE COMBUSTAG Regido onde se dé a queima do combustivel, gerando 0 gas de queima aquecido TUBULAO DE VAPOR ‘Tambor horizontal localizado na parte superior da caldeira, onde agua e vapor estao em equilibrio na temperatura de saturacao correspondente & pressao do mesmo. TUBULAD DE AGUA ‘Tambor horizontal localizado na parte inferior da caldeira, normalmente com dimensées menores do que o anterior, ficando sempre cheio d’égua FEIXE DE TUBOS E formado pelos tubos que interligam os tambores de vapor e de agua. A disposigao do feixe de tubos em torno do forno constitui as chamadas “pa- redes de gua” Essas paredes (laterais, frontais, teto e fundo) geram um espaco vazio envolvendo a camara de combustao, ISOLAMENTO E REFRATARIOS Isolam a camara de combustao dos elementos estruturais, irradiando 0 calor nao absorvido pelos tubos de volta para dentro da camara, o que evita perdas de calor para o exterior e protege a carcaga metélica. ESTRUTURA E CARCAGA METALICA A estrutura e a carcaca de chapas metélicas, que envolvem a caldeira, sustentam 0 isolamento e os refratérios, além de todos os internos, ga- rantindo a estanqueidade. Formam também chicanas para direcionamen- to do fluxo de gases de combustao. As chicanas podem ser apenas pare- des de refratarios ‘SAIDAS DE GASES E CHAMINES Promovem a exaustao dos gases de combustao provenientes do interior da caldeira, regulando a tiragem necesséria. Classificagéo quanto a tiragem @ Natural - 0 fluxo de gases é conseguido unicamente pela acao da chaminé devido a diferenca de densidades ao longo da mesma, provo- cada pela diferenca de temperatura entre os gases de combustao e 0 ar que entra. Bi Mecanica forgada — 0 fluxo dos gases é obtido através da instalagao de um ventilador na linha de ar de combustao, forcando-o a entrar na cdmara de combustao. A pressdo na camara de combustao deste tipo de equipamento normalmente é positiva [Bl Mecanica induzida — 0 fluxo dos gases é obtido através da instalagao de um ventilador na saida de gases, induzindo, assim, os gases a percorre- rem o gerador de vapor. [Dl Mecanica balanceada — Instalam-se dois ventiladores: o de tiragem forcada vence as perdas de carga até a entrada da camara de combustao, © 0 de tiragem induzida vence o restante das perdas de carga. QUEIMADOR Em linhas gerais, as caldeiras aquatubulares possuem queimadores para 6leo, para gas, ou ambos. A admissdo de ar pode ser priméria e/ou secun- daria. O "macarico a gas” recebe 0 gas, promove a mistura com 0 ar e 0 direciona para a camara de combustao. O “macarico a dleo" atomiza 0 éleo e direciona a mistura. O éleo deve ser atomizado para permitir uma quei- ma completa e controlada. O atomizador pode ser mecanico (como um aspersor), ou com vapor, formado por dois tubos concéntricos que condu- zem 0 6leo e o vapor para a camara atomizadora, onde 0 vapor promove a dispersao do dleo. Para ambos temos os bicos, que orientam as misturas combustiveis e distribuem o formato da chama. Principios basicos de funcionamento da caldeira aquatubular Os tubos que conectam o tubulao superior ao inferior séo expostos a radi- acao da queima e/ou ao calor dos gases de combustao. Devido ao seu encaminhamento no percurso entre os tubuldes, alguns trechos de tubo recebem mais calor que outros. Nos tubos mais aquecidos, uma parte da gua em contato com a parede dos tubos evapora e sobe. O efeito da di- ferenca entre a densidade da égua no tubo mais aquecido e a densidade da dgua no tubo menos aquecido (termosifao), mais o préprio movimento ascendente do vapor, fazem com que a agua circule, indo para o tubulao superior pelos tubos mais aquecidos (tubos geradores) e descendo pelos tubos menos aquecidos (tubos vertedores) A ccirculacéo da agua facilita a liberagao do vapor e aumenta a eficién- cia da troca térmica nos tubos. © vapor saturado coletado pelo tubulao vai para a tubulagao de saida € mais Agua é admitida para manter os tubos cheios ¢ o nivel de égua no tubuldo. Observe a Figura 31 SUT hee ese ee uiss FORNALHA, SAIDA DE VAPOR SAIDA DE VAPOR g 2 Classificagdo quanto a circulagdo de agua Di Circulagao natural - A circulagao de agua através dos elementos tu- bulares é conseguida pela diferenga de densidades, Di Circulagao forgada — A circulacao de agua é conseguida pela instala- 40 de uma bomba no circuito. Sao normalmente caldeiras de alta pres- sao, onde a circulagéo natural é reduzida devido a pequenas diferencas entre a densidade do vapor saturado e do liquido saturado. Monitoramento e controle de processos Outros componentes importantes das caldeiras aquatubulares SUPERAQUECEDOR Em refinarias se usa vapor tanto para aplicagao direta no proceso, aque- cimento, purga, entre outros, quanto para acionar maquinas. Os equipamentos de acionamento a vapor sao projetados para operar com vapor superaquecido. Para superaquecer o vapor das caldeiras, séo usados os superaquecedores, destinados a elevar a temperatura do vapor saturado sem aumentar, no entanto, sua pressao. © superaquecedor con- siste em dois tubos coletores ligados por um feixe tubular reto ou curvo O coletor de entrada recebe o vapor saturado do tubulao superior, que é superaquecido no feixe tubular e vai para o coletor de saida, Sao locali- zados perto ou logo acima dos espagos ocupados pelos tubos geradores de calor ¢ utilizam como fonte de calor os gases de combustao. icagaéo quanto a Di Integral - Quando é parte integrante da caldeira 0 com o g Bi Independente — Quando a fonte de calor é proveniente de outra formalha jassificagdo quanto a transferéncia de calor Wi De radiacao — A superficie de superaquecimento fica exposta direta- mente as chamas Bi De conveccao - E protegido da radiacao pelos feixes de tubos da cal- deira, e a transferéncia de calor se dé apenas com os gases de combustéo Algumas caldeiras posicionam o superaquecedor em um encaminha- mento dos gases de exaustdo, que pode ser desviado (by-pass). O des- vio é feito por superficies basculantes (damper), que funcionam como uma valvula. Com isso pode-se variar o fluxo de gases e, conseqiientemen- te, fluxo de calor e 0 grau de superaquecimento do vapor. ECONOMIZADOR O economizador é também um equipamento tubular em forma de serpen- tina (como radiadores), que tem a finalidade de absorver o calor dos ga- SEES ese Remo SAIDA DE VAPOR PAREDE DE AGUA VENTILADOR DE ALIMENTACAO DAFORNALHA ses de combustao, para aquecer a agua de alimentagao da caldeira. Des- te modo, outra parcela do calor remanescente nos gases de combustao é aproveitada, resultando em maior economia para o sistema. PREAQUECEDOR DE AR Equipamento tubular que aproveita o calor dos gases de combustao para aquecer o ar necessario para a queima. A instalacao ou nao de um prea- quecedor e o seu dimensionamento dependem de fatores econémicos e técnicos. O preaquecedor de ar acelera a combustao em todas as cargas, melhora a combustao em baixas cargas ¢ aumenta a eficiéncia. O prea- quecedor que aquece o ar para temperaturas acima de 150°C proporcio- ha uma economia de 5% a 10% de combustivel a SC Gy ‘TAMBOR DE VAPOR ‘TUBOS GERADORES DE VAPOR PAREDE REFRATARIA ‘TAMBOR DE LAMA FORNALHA BOCA DE INSPEGAO Monitoramento e controle de processos SOPRADOR DE FULIGEM ieee 02) oa ees) Durante a operagao da cal- deira, verificam-se depési- tos nos tubos de fuligem re- sultante da queima do com- bustivel. Esta fuligem tem de ser retirada, pois atua como um isolante. O soprador de fuligem consiste basicamente em um tubo perfurado ligado a um fornecimento de vapor, que pode ser estacionario ou movimentar-se en- tre os tubos. Na caldeira sao instalados varios sopradores estrategicamente distribuidos entre as fileiras de tubos, para a remocao dos depésitos de fu- ligem. Esta limpeza deve ser efetuada com periodicidade didria com a caldeira em operagao. Observe a Figura 34 INTERNOS DO TUBULAO DE VAPOR ‘Tém a finalidade de “secar" 0 vapor, retendo as particulas liquidas ou sélidas arrastadas. Podem ser usados dois tipos (ou ambos): Di Separadores de vapor - Sao constituidos de chapas corrugadas, dis- postas ao longo do tubulao, formando chicanas, por onde o vapor satura- do deve passar antes de atingir os tubos de safda. 1 Ciclones - Como cones invertidos, forcam o fluxo de vapor a um mo- vimento giratério ascendente e por centrifugagao separam as particulas pesadas, que descem. Veja a Figura 35 na pagina ao lado. Causas de deterioragao de caldeiras As principais causas de deterioracao das caldeiras sao: SUPERAQUECIMENTO Ea elevacao da temperatura, normalmente localizada, dos materiais acima dos limites de projeto. Pode se dar por deposicao nas paredes dos tubos, incidéncia de chama provocada por mal funcionamento dos queimadores, circulagao deficiente de égua e deterioracao do refratério, entre outras. sco eo TUBULACAO DE VAPOR SAIDA DE GASES FEIXE TUBULAR CoRROSAO Dé-se internamente nos tubos devido a deficiéncias no tratamento da 4gua € presenga de gases dissolvidos. Pode ser reduzida a limites seguros pelo tratamento eficiente e desaeragao da égua. Da-se externamente aos tubos devido a formagao de écidos sulfuroso e sulftirico pela condensagao de vapor d’4gua na presenca de produtos de combustao de enxofre. A taxa de corrosao aumenta, a medida que a tem- peratura for reduzida. Com 0 aumento do teor de enxofre, 0 ponto de or- valho do gés também aumenta, agravando assim as condicées de corro- sao. Os economizadores estao mais sujeitos a esta corrosao devido a bai- xa temperatura da agua de alimentacao na entrada A corrosao externa pode ser reduzida a limites seguros com a limpeza freqiiente dos tubos e com a manutengao da temperatura de saida dos gases acima dos limites de condensagao do vapor d'dgua e mantendo a temperatura da 4gua de alimentacdo acima de certos valores minimos DETERIORACAO MECANICA £ 0 aparecimento de trincas que podem levar a ruptura, devido a fadiga térmica, fluéncia, choques térmicos, explosées na cémara de combustao etc. Monitoramento e controle de processos Agua de alimentagao para caldeiras A alimentagao de caldeiras impée a escolha de uma agua cujas caracte- risticas sejam compativeis com as especificacées do equipamento, sendo sempre uma agua de maior pureza, quanto maior for a pressao de traba- Iho da caldeira. A gua considerada ideal para alimentagao de caldeiras é aquela que nao deposita nenhuma substancia incrustante, nao corréi os metais da caldeira e seus acessorios e nao ocasiona arraste ou espuma. Evidentemen- te Aguas com tais caracieristicas sao de dificil obtencéo, sem que antes haja um pré-tratamento que permita reduzir as impurezas a um nivel compa- tivel, de modo a nao prejudicar o funcionamento da caldeira. Tratamentos usuais [Bi Desmineralizagao da agua por meio de resinas catiénicas e anidnicas Dl Desaeracao mecanica da agua por intermédio de desaeradores traba~ Ihando com vapor em contracorrente Bi Desaeracao quimica da agua usando sulfito de sédio catalisado ou hidrazina Bi Correcao do pH da agua para a faixa alcalina, a fim de evitar corrosdo Acida e acelerar a formacao do filme de éxido de ferro protetor Bi Tratamento do vapor condensado para neutralizar dcido carbénico e climinar ataque ao ferro pelo cobre e niquel @ Em caldeiras de baixa pressao, com temperaturas inferiores a 200°C, pode-se eliminar a desmineralizagao e desaeragao em muitos casos, ndo dispensando, todavia, 0 uso de égua clarificada ICLASSIFICAGAD JQUANTO A FINALIDADE slides, iquios ov jasosos, enorga lética (e até a esa Buss CACAO DAS CALDEIRAS CALDEIRAS FLAMOTUBULARES 5 JAQUATUBULARES aNTAGENS Wi aior taxa de produsao de vapor, temperatras presses alas, partida DDESVANTAGENS DESVANTAGENS Baw, Bi Pressao limitada, partida lenta, baixa construgio mais complexa, atamento de para éleo, para ‘36, ov ambos Gitemenros PRINCIPAIS DE UMA CALDEIRA AQUATUBULAR, ‘CAMARA DE COMBUSTAO ISOLAMENTO E REFRATARIOS. Donde se dé a queima do combustvel Dtsolam a cimara de combust, evtando perdas de calor para o ext rusviso DE VAPOR a careaga metéliea ESTRUTURA E CARCAGA METILICA rusviko DE Aca Di Reservatsri ‘arantindo a estanqueldade FEIKE DE TuBos SsAIDAS DE GASES © cuaminés _] Tiragem mecdnica Deca do combusto (tragem) Monitoramento e controle de processos Geant 0s BAsICOS Fe russsiricacto QUANTO A IDE FUNCIONAMENTO DA CIRCULAGAG DE AGUA CALDEIRA AQUATUBULAR, ae 0s tubos sao oxpo fou a calor dos gases [Alguns trechos de tubo recebem mais (que outros, Nos mais aqueeidos, uma feb traranenros USUAIS Di vesmineratizagso Hl Desaerags Di vesseragio mecdnica El corresae DW totamante do de saldae mals Squa 6 admitiéa i JUTROS COMPONENTES PRINCIPAIS caUSAS DE IMPORTANTES DAS DETERIORACAO DE CALDEIRAS CALDEIRAS AQUATUBULARES Bi swweraqeerinerto surenaauecenon Beorsete DW oeteieragio mecénica Tome Nota Retira Jatos de vapor Bice: DE ALIMENTAGAO PARA CALDEIRAS alimentagio de calderas nfo depesitasubstincia Inerustante, nio corel os metals 4 DAOoOHHog9999999900990009

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