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— We ‘TEMPO DAS PRIMEIRAS 1BAU ACOs) Fstamos no ano de 1880. Duisa tem nove anos € mora numa cidade industrial da Franca. ‘A vida de todos na familia de Luisa € matcada pelo sitmo do trabalho na mina, nos altos-fornos ¢ na oficina das Jocomotivas. A mens pais Giancasna Historia Colegio digi por Michel Pere com a colaboragio de Jean-Michel Coblence Ginette Hoffmann Sumit A epi do cro 1 ‘A escola ha mais de 100 anos... I Amina B Pequen histia do caro 0 O acidente 9 Ceiangas nas minas B Aor de fogo 5 0 akofoeno 31 ‘A ofciaa dos monsts de ag0 8 Da Rocket 0 TGV. a7 Agee 3 O19 de mao 3 A mine hoje 4 equa conlogia ‘A Europa das minas e das fabricas no fim do século XX 46 A regiiio do carviio Bsn tarde de abril. Faz muit © sol no consegue atravessar o céu cinzento que co dade. A primavera nao esté querendo se mosttat. Ps star se recusando a iluminar essa regio de cases bai ‘nas ¢ fibricas. Uma porira fina de carvdo gruda nas paredes, i 2 roupas ese deposita nas folhinhas novas da vores, se algumas mulheres acompanhadas de tiancinhas rmirradas. Os homens estio na min ou nas oficinas. tario para casa & noitinha. — Mie, tirei a melhor nota da clase em gramitica, — Ctimo, minha filha, fico muito saistit, ‘Joana mal sbe ler eu maior orgulho€o suceso da filha ina escola, Todas as notes, ela fica observando Luisa fazer os dverese estudar as lies Dando a mio & menina, Joana toma o caminho de casa. {As duas vio andando tranqiilamente pela rua cacada, onde se enfileiram dezenas de casas de tijlos, muito parcides. To- das tm na fachada duas janelas com venezianas de madeira ¢, nos fundos, um quintalzinho, onde os mineios cltvam Jegumes ¢ frutas, £ comum eles construirem uma casinhola pata guardar a ferramentas, e uma coeheira, Em alguns quin- tais, também se véem porcos no chiqueiro e um galinheiro, — A que horas papa vai volar? — perpunta Luts, enuen- dos olhos para a mie. — Acho que antes de escurecer. Mas hoje o tio Jélio vem. jantar em cas, Paulo, o pai de Luisa, ¢ Jélio, inmao del, sio mineites. Como centenas de outros, volram do tabalho com o rosto preto de carvio, abatidos e com as pernas pesadas de cansago Caminhando a0 lado da mie, Luisa vai pensando no pai, que est ld embaixo, a 300 metos de profundidade, Sabe que sua idéia€ricula, mas queria que a terra fose transparent para poder vélo numa galeria, com a picareta na mio € a Jantema na testa Finalmente Luisa ¢ a mic param na porta de casa — Luis, limpe bem os tamancos no capacho e dexe-os na porta, Acabei de encerar o cho da cozinha € do quant. Assim que entra em cas, Joana colo em cima da mesa as brates, os nabos, 0 toucinho es banka que comprou. En- quanto sua mie comesaa desea os legumes, Lu se aco- ‘moda para faze algo de ca, Amenina apreca paniculat- mente esse momento de calma. Ouve até o barulhinho das chamas no fogio defer fundido, onde logo vai estat fr- vendo uma gosto sopa Joana terminou de prepaaroantar. Agora, sentada ao l- dd de Luisa, faz alguns onsets as roupzs. Nem se d con- ta de que jes comegando a escurece. De repete, inco rmodada pela penumbra, acende o lampito de gis eextama: — Paulo no deve demorar, Preciso prepara a gua para o banho dee, Luise, voc pode pega a tina eo sbio preto para mim? ‘Numa metade de bart transformada em tna, Paulo ict tomar banho ese efegar,trando todo aquele p de catvio due se juntou em seu corpo durante o dia de trabalho. A scala ba mais de 100 anos... mas de 10a, acl em lus aes to-go fa pantodses menisci dba ade er, Lt Gls ex 0p gi su fal ae et cee Nisgands li dea deparda mat sae esse code cba edna as pueden dacs, scorns depen ‘han ean, Parcs, mon pn nam eae eh poeta bene th Se nf ante am alu par eon de Iingagen JOANNA serve a sopa de legumes e q dagos de toucinho em grandes tigelas de porcelana br Paulo tira do bolso 0 canivete, que esti sempre com corta grandes fatias de pio, que cada um vai mergulhy ‘no caldo grosso. Terminado 0 jantar, Paulo e Jilio acendem os cachi € comecam a conversar sobre 0 que mais Ihes interes mina... Jalio € carreteiro. No fundo do pogo, ele guia seu co ‘ro inseparavel, que puxa vagonetes cartegados cot quilos de carvao. Esse companheito é Felizardo. — Bendito caval diz Jalio. — Ha dois anos, 0 dor o fez descer 3 mina. Felizardo foi transportado co olhos tapados por visciras de couro ¢ com as patas Pendurado num cabo, paralisido de medo, chegou lenta a0 fundo do poso. Lembro que depois tive de acalmé-lo, fo, sussurrar no ouvido dele, até ele parar de tremer. U| entio, muitas vezes esse cavalo me salvou a vida, pois ‘0 petigo antes de mim ¢ se recusa a entrar nas galerias que coutem 0 tisco de desmoronst. Luisa gostaria de conhecerFelizardo, mas 6 impossivel. De- pois que os cavalos descem 3 mina, nunca mais sobem, nun- ‘ca mais véem 2 luz do dia. Mas suas estrebaras so limpas ¢ ha aveia ¢ feno a vontade para eles. O poco da mina por onde Felizardo desceu & uilizado to- dos 0 das por centenas de mincros. Eles descem em pé, den- tro de grandes paiols de fero, firmemente sustentadas por cabos de 20. Pelo mesmo camino, sobem as pesadas cagam- bas carregadas com o caro extraido da terra. Outro poco, mais estreito, serve para ventilagio ¢ também como saida de emergéncia, Em caso de necessdade, pode-se descer ou subi por ele, através de compridas escadas de fer to, presas is paredes de tijoos. Entre os dois pogo, abrem-se as galeria, acompanhando as camadas, 0s veios de carvio, Ness labiinto de ruas sub- tertineas, os homens trabalham A luz de uma lantesna, seu “terceiroolho”,presa no chapéu de aba larga. O calor sufo- cante obriga 0s mineiros a trabalhar sem camisa, correndo 0 tisco de se ferrem, esfolendo o corpo na tocha fspera, Para abrir uma galeria, os blocos de pedra sio destruidos com dinamite. O cabo-de-fogo é 0 tabalhador encarregado da explosio. Os carpinteirs entio escoram a galeria com vi- gas de madeira, pata ela ndo desmoronar. Com suas picare- {as, 0s mincios arrancam 0 carvo do veioe cartegam os vie gonetes. Sacolejando, os vagonctes caminham sobre wilhos, ppuxados por cavalo. Seu cartegamento € levado até o cantel- ro da mina. 14, sob um imenso galpio de madeiea, 0 careio 14 despejado num plano inclinado, por onde vai deslizando. 16 Durante o trjet, ele € slecionado por mulheres ¢ meninas, dlistibuidas 20 longo dos dois ados dessa calha, Usando an- cinhos, pas, € 3s vezes com as proprias mios, elas vio tirando as pedtas do meio do carvao, que vai entio para os altos fornos. Durante muito tempo, Joana fez esse trabalho, mesmo de- pois de terem nascido Emilio © Gustavo, os itmos mais ve- Ihos de Luisa. Hé alguns anos, ela foi obrigada a para, pois cra cansativo demas cuidar dos filhos, da casa e ainda traba- Tar fora. ‘A noite, Luisa observa o pai, ao mesmo tempo amedronta- dae orgulhosa por ele ter uma profissio tio dificil e perigo- sa. E um trabalho que exige forca, coragem ¢ inteligéncia. “Todos os mineiros sabem que esto sempre ameacados por acidentes, ferimentos e doengas. Nao é raro que, 20s 40 anos, © mincito j4 tenha a aparéncia de um velho. Sua pele fica cheia de ccatizes de artanhdes e seus pulmides sio corrofdos pela siicose, uma doenca provocada pelo po do carvio. Doranre o jana, jana nada, Fea 6 vigiando, discret, para nao deisar faltar para ninguém. Batidasafltas na porta interrompem a refeigo, Joan abrir... E Tiago, um minciro do turno da noite. O suo corte pelo seu rosto desenhando tracos brancos em sua cara de carvio, Sem lego, ele anuncia o que Paulo e, if leram nos seus olhos apavorados: — Nagaletia nova... um desabamento... Blocos de pq fundos de caldeirio, catam por cima dos homens... di que sio uns dez... — Pai, quero it com vocés — pede Luisa — Nio, fique aqui, &capaz de demorar muito. Vol assim que for possivel [Na ua esata slhuetas dos ts homens caminham apres- sadas para o canteiro da mina, Ao chegarem, j encontram ‘uma grande aglomeraco. Lé esto os ecebedares de vagone- tes, 0s basculadores que despejam o cary, os lanternitos cencategados de distibuio “tert oho” aos miners, lém. cde parentes¢ amigos des vtimas do acidente, O “pessoal da supedficie” ex calado, As mulheres motdem seus lengos ps- 1a no exploditem em soluos, Paulo informa-serapidamente sobre a stuagdo: — Uma parte do pes ficou Iéembro, inicando os ta- balhos de resgate — explica o engenheiro. — Trés bombei- 10s desceram com os apatelhos de respira. sco solitando vlunttis. Paulo Jaliojuntam-se a una pequena cquipe de carpinteicos que se dispdem a descr. Depois de um percurso que parece nfo tet fim, eles che- gam ao fundo da mina © acidente parece tet sido menos gave ddo que setia de se esperar. Aparentemente, 6 a entrada da ‘galeria desmoronou ¢ nfo hf petigo de inundacio ou de in- filrago de grisu, um gis que peg fogo com qualquer fs «ca, Mas € preciso tabalhar depress, pois pode falta at aos mineios press pelo desabamento Com muito cuidado, os mineites removem com as mios «os enormes blocs de pedra que estio obstruindo 2 galeria De repente, a rocha que est diamte dele se move de modo impetcepivl...A porta miniscula de um focinho pret, clos bilhanes, dentespontudos braces. um rato que escapole, um dos milhares de ratos que povoam as galeria, alimentando-se ds estos das refeiges das mines... Aquele bichinho € a esperana! — Se 0 rato conseguiu resistr, os homens também devem estar vivos — diz Jalio, Paulo pede silencio. Tita o chapéu de couto e cola 0 ouvi- do & parede: ~ Extou ouvindo batidas li dentro, Eles esto vivos! Os homens se empenham ainda mais. Gritam, esperando ser ouvidos: — Agiientem firme, estamos chegando! Logo vocés vio sar dai! Depois de duas horas de esforgos, finalmente eles akan- am as vitimas. Enure os dez acidentados, um morteu, com as costas esmagadas por um bloco de pedra. Outros quebra- ram bracos ou pemnas, és Zo softeram nada. Ja é quase manha quando os homens, carregando o corpo csfacelado ¢ sustentando os feridos, voltam 4 superficie... Granyas nas minas Durance muito tempo, a por vol e188, aa bahar ms tus ar seem pequens, poli se delocat pls alias mas estas, uraram agers cis deca, cero xa de em eagals qu em fora, nloconeguiam supra o peo da caps. Asctianga,isezescom is aos de dade, enfenttam o mesos pig A tome de fogo Ao é do alto-forno, como servid de um deus do fogo, muitos homens tabalham atvame Enchem cagambas,algumas com minério de ferro, outa hulha queimada, chamada de coque. Ente os opetitios, Gustavo, mio ras velho de Luisa serva uma cagamba cheia, que est sendo levada por um g caste para cima de um alto-fomno, onde seu contedido despejado Regularmente, dia noite, 0 minério ¢ o coque al tam esse bicho-papao insacvel. Cada camada de ming seguida por uma camada de coque. Com o calor, que at ‘mais de 1 300 graus, o minério de fero coma a se fu ¢ vai ecorrendo, como um riacho, para bao do alte-a Eo ferro fundido, também chamado de fero-gusa ou nas gusa, uma mistura de ferro com um pouco de carb 0 ferro fundido, depois de esfiado, pode ser uilizado na fabricasio de caldetdes,canos, fogdes. Emboraseja duro ¢ pesado, tem um grave defeito: quebra com muita faciidade, porque contém carbono, E preciso ento eliminaro carbono para obtero a0, um metal muito resistene efi dese ra- balhado. Com ele se fazem chapas,rilhos,vigas para acons- trugio de pontes, barcos, locomotivas, e também agulhas ¢ cavilhas ara eliminar a maior parte do carbono contido no ferro fundido, sio uilzadas cubas imensas, os converses, onde, 2 uma temperatura de 1 600 graus, 0 carbono se evapora. De repente, uma campainha estridente dé sinal de que 0 trabalho acabou, Gustavo se apessa para encontrar Luisa, que todas as quintas-eiras, no fim da tarde, vai esperé-lo no portio. — Oi, Gustavo — diz ela, dando-the um beijo. — Tudo bem? — Estou com dor nas costas, mas 0 jeito é ir em frente. Esta noite eu ouvi a sirene, O que houve, foi acidente? — Foi, Cafram uns blocos de peda em cima de alguns mi- neios, Um dees morteu. Papai pasou a noite intira ki em- baixo, Depois ele conta como foi. (Os dois saem dis instalagées dos alts-fornose chegam perto da grande forja, com suas altas chaminés de tjols, que pa- recem attanhar as nuvens. De tempos em tempos, ouve-se ‘uma espécie de assobio, ¢ logo depois um estrondo forte. E ‘obarulho do martelo mecinico, uma maquina gigantesa, de 20 metros de altura e mais de 100 toneladas de peso. 30 — Um dla deses — Gustavo diz 3 irma —, 05 homens do martelo mecinicoforjaram um eixo de hélice para um na- Vo a vapor. Acho que foi a maior peca de aco que jéfize- Tam, Sustentada por poias, massa de ago foi aquecida na fora. Depois, fi colocadadebaizo do marcel, regulado poe ra cairem cima dela com uma precisio incrivel, Os opetitios repetiram a opercto vitias vezes, até consepuirem a forma desejada pelos engenhitos. “Tenho um amigo que tabalha na fora. O calor € to ter tivel que ee precisa colocar permet, luase até mascara de metal para nfo queimar 0 rosto ¢ os olhos “Mas, sabe de uma coist, Luis, 0 mais impresionante € vero martelo mecinico funcionando, Ele éacionado por uma sméguina a vapor, e pode ser regulado com uma precsio quase tniliméttca. Mesmo com todo aquele peso de 100 toneladas, ‘leconsegue se colocat bem em cima da folha de uma gerta- fac enfiéla no gargalo sem quebraro vidro. Aré me lembro dleum engenheiro que clocou seu rclégio de pulso, com a tampa aberta, debaio do marelo mecinic. Pos 0 marelo cai, fechou 2 tampa, € mal tocou no regio!” conse ch camugamarity comets de Jumoga muro de foo. on guar at prsdr__ 0 atto-forno - Oalo-fome uma on de pede de 30 tu dee rt Por den, Ered de Swan ‘semper 20 us, Qn os fa one cha sj qu chambre do spunea fe © feo fandito, on gua, gue 0 gi file, oa gs, 0 ao-ao podc ate d Emilio, o segundo irmao de Luisa, é montador. Com seus companbeitos, ele coloca as rodas da locomotiva: quatro pe- uenas,ligadas por eis, e quatro bem maiores, chamadas todas mottizes. Essas rodas motrzes serio movimentadas pe- Ja energia da maquina a vapor, que € montada depois, com sua caldeira, seus cilindros ¢ pistes. Ao terminar o dia de tabalho, Emilio sai da oficina ¢ vai 40 encontro de Gustavo e Lutsa. Rindo, ele agarra a irma ¢ a gira no a. — Aqui esti nossa future professral — Que exagero! Espete pelo menos eu tirar 0 diploma! = i, Gustavo. Voce parece cansado, O altoorno esd act bando com sua satide — Acho que esta mesmo, é muito cansativo, Em compen sagio, vocé parece muito bem. — Evverdade. Agora o trabalho esti interessante, Estamos ‘montando uma locomotiva sensacional, Deve chegar a uma velocidade de 130 km/h. Jé imaginou? Nao vejo a hora de véla em funcionamento, = Qual é a poréncia dela em cavalos-vapor? — pergunta Luisa, interessada — Puna, que irmazinha sabida! Voot sabe o que &cavalo-va- por? — Claro, na semana passada a profesora deu uma aula so- bre iso, Se vocé quiser, posso até explicar como funciona uma ‘méquina a vapor! Por exemplo, a caldera da locomotiva € alimentada pela Agua, aquecida pelo carvio que fica queiman- do ouma grelha, dentro da fomnalha. Ao esquentar, a agua se transforma em vapor, que entra nos cilindros, emputra os 34 pistes e, através de bielas, movimenta as rodas mottzes 11 opicina aos monstros de aco Gustavo ¢ Latsa percortem algu- sms cntenas de metros a€avisarem a8 oficinas de const. $0, onde 0 ago € utlizado para fabricar canhes, mquinas de todos os pos, vgs, xomotis, Os elhads des f- «ina so sustentados por grandes acos de metal e possuem grands vidas, por onde entra a luz do di Chegando pro das ofcnas de montage, os dois vem, debi dos aos, agua formas macias, que logo se tans formato em locomotis. Una via fea raves toda a exensiodaoficing Porela ciculam vages qu lvam zs pega aul paras vtiosl- cas onde tabalham os montadres. Cida um deses mons- tos de ago que eles contoem pesa mas de 80 toneladas € € montad pea por per, como um imenso quebre-cabea. Cada equipetabala sob as ordens de um contameste. Ai de quem perder ow estagar ua feramenta de trabalho, seu 36. — E por que a poténcia das locomotivas & expressa em ca- valos-vapor, voré sabe? — pergunta Emil — Iso € fil. Podemos medir a forca de um cavalo p xando um determinado peso por uma determinada distincia € num determinado tempo. Esté entendendo? — pergunta Luisa, orgulhosa do que sabe — Nio muito bem, mas pode continuar — respond Emi- lio, sortind. ~ Entio vou dar um exemplo, Caleulou-se que um cavalo pode puxar uma carga de 75 kg por um metro em um segun- dbo. Isso foi considerado uma poténcia de um cavalo-vapor. Se a sua locomotiva tem uma poténcia de 100 cavalos-vapor, claro que isso ndo quer dizer que ha 100 cavalos na calde- ra. Isso quer dizer que sua méquina & capaz de puxat 75 kg rmuliplicados por 100, ou sea, 7 500 kg por um metro em uum segundo, — Muito bem, Luisa! E para a semana que vem quero que voeé caleuleexatamente a poténcia da minka locomotiva, que € de 300 cavalos-vapor! ‘Da Rocket ao T.G.V. pins cca fimenta angler, em 15, Er uma msg sa spar que chet pura, Todas deere A greve Neste fim de tarde, a neblina aos poucos vai cobrindo a cidade e seinfirando peas ras. Mal 4 para se distinguit a slhueta dos altos-forns eds cham nés das fabrcas. Até os ruidos paecem sbafados Com piso pertado, Luis seus dis inmiosavangam no ar Gimido da note, Agora esao em siléncio, Emilio e Luisa deixarai as zombatias de ado. A caminho de casa percebem alguma coisa estanha no a. Nas portas das casas, as pessoas se reiinem em pequenos ‘grupos. Todos estdo sérios e parecem preocupados. Nas con- 40 ‘Na esquina da praca principal, encontram Joana. — Mic, 0 que esté acotecendo? — pergunta Luts. a greve! Hoje de manha, os mineios se recusatam a descer por causa do acidente da noite pasada, Seu pai e ou- ttos delegados tiveram urna conversa com o ditetor da mina. resultado nao foi bom, Agora estio todos reunidos para dliscuir sobre 0 que fazer. Eu estava indo até lf. — Papai também é delegado? — pergunta Luisa, —E, ele foi um dos escolhides pelos mineitos para representilos, para defender a causa dees. — Nés vamos com vocé — resolve Emilio. — Luts, se vo- ct quis, pode ir para cas = De jeito nenhum, Eu também vou. Da sala de reunido vém o barulho ¢ os gritos de uma dis- cussio acalrada. Luisa e os dos iomdos entram, ¢ 0 pai, quan- do 08 vé, vai 20 enconto dele. — No final da manha, foros converst com o ditetor da ‘mina, Disemos que no dava mais para agientar, que nos recusivamos a trabalhar tanto sem nenhuma segurancae por tum saliro de misérja, Dissemos que um dia desss, no fun do da mina, os carpinteiros tiveram de recupera vgas velhas pata escorar as galerias, Ness condigées, um pequeno des- ‘moronamento acabou causando o acidente, Anténio morteu! Ele 6 tinha 17 anos! O ditetor nem quis ouvir, $6 aceitadis- cutit depois de voltarmos 20 trabalho, mas iso € impossel! Paulo esté aos gritos, Ele fala das despraas, das dores, dos softimentos dos mincios, — Ninguém vai descer esta noite, nem amanha, nem de- pois. Vamos agientar o quanto for preciso! A greve € nosso finico meio de obter justia! 42 A greve! Lufsa ainda lembra, Ela tinba seis anos; durante dois meses a cidade parecia morta, Vieram soldados que dis. ‘persavam qualquet aglomeracio, por menor que fosse. — Pui, se voés fizerem greve, nlo vai ser muito dificil? — Nés vamos conseguir. H4 um ano ctiamos um fundo de greve. A cada 15 dias, os minetos depositam nele uma parte de seu salto, prevenindo-se para o caso de havet uma steve. Nio imagingvamos que ifamos ut Paulo pega a filha pela mio, como se quisese Ihe dar se- uranca,¢ sai da sala de reuniao, Fora est escuro, A cidade ‘esté em silencio, £ o silencio que anuncia as tempestades. ja 1 pinis ibis Eup, a ai deri Quando si do sas doa. ts Sie ene i eee Ue el TE Amn omesce danni reds sa A mina boje ie oto msn meine meospnan doen sem. peda t,o rae aoe cam cr, Oana, xin pr exarameir Isl he pe li a ss ns pe let i tren so ping at aber itd ma ad Sc End) aka as 4 BE Muravos mo taklhe, mare una grea do ose Pequena cronologis Salo XVI: Primi pales subteriness para extra, 1765; 0 engenct exacts James Wat vena a mquina a vapt. 1856; 0 cornerae Bese posi a fabian do aoa reo b 1906: Cato aa mina de Counts, com mais de 1200 mares. 1936 Le sabe a ins popes, na Fran. [A patic de 1975; Inicio ds “obozasio" na indi.

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