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Capitulo 4: Solo e Adubacao Curso Municipal de Jardinagem jie Introdugao © solo tem muita infiuéncia no desenvolvimento dos vegettis. Nele as saizes encontcam apoio e substincias indispensiveis pain que ce complete cou ciclo de vida. O sole, porém, nic ¢ apenas depésito de mutiientes © base de apcio. Funciona como se fosse um organismo vivo, intesagindo com as plantas intensamente © sesgindo 4 aczo do homem As plantas cultivadas em solos adequados cio mais vigozosas, mais esistentes a peagas ¢ doeacas ¢ produzem 's flores ¢ frutos. E muito importante saber se 0 solo atende a(s) necessidade(s) da(s) planta(s), jf que as exigéncias podem vasiar, dependendo de cada espécie. (O homem deve conhecer € manejat o solo adequadamente para proporcionsr um bom desenvolvimento das plantas, Para tanto, em primeito Iugse, € preciso saber coma se forma e quis 05 seus componentes, Formagio O sole zeveste paste da superficie do planeta e é f} formado a pastic da desintegsacio msis oa menos completa das rochas Mas ele é mais do que particulas de zochas. E um corpo complexo, dinamico ¢ ico ‘em vida (muitos oxganismos ali vivem). Vesificamos, ‘também, que existem diferentes tipos de solos e essa diversidade € contrclada por fatores como lina, oxganismos, cacactesisticas da xocha, idece da superficie do teczeno ete Perfil do Solo Quando se observa um barranco de estrada de cima pasa baixo, notam-se camadas que se sobcepdem umas as ontras, com aspectos diferentes. Essas camadas sio denominadas rotizontes. O conjuato de horizontes, desde a superiicic até 0 material parecido a0 que fez suspic © solo, denominamos perfil do solo, Sua espessusa vacia muito, ‘De maneira geral (ii que existem diferentes tipos de solos) observa-se na camada superior uma maior concentracio de matéria orginica, deviclo A deposicio de restos vegetais on animais. Disso resulta uma coloragio mais eseusa (horizonte Oe A). ‘Numa camada intermediria, verificamos ponea matéria orgnica e menos concentracio, de sizes (horizonte B e ©). E na eamada mais profanda encontramos a roche-mie. ‘Paca amiitos estudiosos, o termo solo refere-se apenas i camada mais superficial, entre 0,20 030m de espessuira, regiio esta de maior concentragio de raizes ¢ maigzia orginica.Jé a camada seguinte (notizonte B e C), é chamada de subsolo. Constituintes do Solo solo é composto peincipalmente pos matéria mineral, matéria orginica, at e 4gua Tais constituintes estio mistumados e sic encontiados em propos;des vasiaveis, Matéria mineral (Os minerais do solo, conforme a dimensio de suas particulas, podem ser classificados em argila (menor que 0,004mm), silte on limo (entre 0,004 € 0,062mm) e areia (acima de 0,062, até 2,0mm) Na pritica, classificamos os solos quanto & texturs em: © Acgilosos Solos de testura argilosa possuem mais de 35% de argila. Sio gerslmente pegajosos, quando ‘imidos, ezacham na supecficie, quando secos, Tumbém nesses solos hé urna maior dificuldade de citculacio de agua e ar (ptincipalmente quando sujeitos 2 muito pisoteio ov locomocio de maqquinas e equipamentos). Grande parte dos mutrientes est adsorvida a superficie das partionlas de asgila, contribuindo para que esses solos tenham mais fertlidade © Acenosos Solos de testuca arenosa tém mais de 85% de ascia. Sio geralmente soltos, permedveis (frvorecendo a cisculacio de Agua c ar penctracio de saizes) ¢ menos fécteis. © Areno-argilosos Solos de testura média, apresentam proporcdes iguais de argila, site e areia. Matéria organica A matétia oginica € oriunda de restos de snimais e vegetais. Decompondo-ce, transforma-se em Inimus, que é © produto final dos processos de decomporicio. E a paste mais estivel da matétia organica A presenca de hrimus no solo extremamente importante, pois melhora suas propriedades fisicas, quimicas € biolégicas. A seguir, alguns beneticios proporcionados pela presenca da mutéria organica: © Methora da esteatuca do solo: © hrimus, juntamente com a parte mineral do solo, tende a formar pequenos torrdes estaveis e resistentes & ecosiio. © Ateja os solos argilosos © agrega os arenosos: os argilosos ficam mais soltos e mais fceis de serem trabalhados e os areniosos ficam com 4s particulas mais unidas e ni excessivamente soltos. © Anmenta a capacidade de retengio de agua: a matésia orginiea armazena uma quantidade de ‘gua maior que o seu peso, liberando-a de maneira adequada, © Armazena nutrientes: o liGmus tem uma grande capacidade de ster © ceder nutsientes, aumentando 4 dindmica do solo. © Equilibra a vida no solo, atando como alimento ¢ energia para os organismos. Muitos desses osganismos tém papel importante na mutsicdo das plantas Curso Municipal de Jardinagem jie © Anmenta a resisténcia das plantas a pragas e doengas: a presenca da matéria orginica melhora as propriedades do solo, fazendo com que os vegetais se deservolvam de maneira mais adequads e fiqnem mais sesistentes 4s pragas e doencas, Ace agua Asraizese 0s organismos que vivern na terca precisam de aredgua para sedesenvolverem, Estes tiltimos esto presentes nos poros do solo em quantidades vaciiveis, dependendo do tipo do solo e do manejo adotado. Exemplo: aquele de textusa argilosa sujeito a um pisoteio intenso; nessas condicées sofre ima compactacao que dificulta 2 entrada de ar e agua Adubagao ‘As plantas sio constituidas por compostos de carhono, hicrogénio, axigénio, nitrogénio, £Ssfoc0, potassio e wisios outros elementos. O carbono provém principalmente do ar atmosférico, € 0 hidrogénio e 0 oxigénio da igua. Juntos, os trés constituem 95% da sua matéria seca, Os outros 5% constituem os minerais que as culturas reticam do sclo. Esses minerais sio divididos em dois grandes grupos © Macromutrientes: os elementos exigidos em maiores quantidades sio 0 nitrogéaio (N), 0 fésfoxo (P), 0 potissio (K), o calcio (Ca), 0 magnésio (Mg) ¢ 0 enxofre (S) © Micronutsientes: dentre aqueles necessirios em menores quantidades, destacam-se © boro B), 0 closo (Cl), 0 cobre (Cu), 0 ferro (Fe), 0 manganés (Mn), 0 molibdénio (fo), 0 zinco (Za), 0 cobalto (Co), o niguel (Ni) 0 selénio (Se). Quando 0 solo n3o possui quantidade suficiente de minerais ou quando as proporgdes esto inarlequacas para 0 ceserwvolvimento elas plantas, podemos corrigi essa sitiacio com a¢iibo. Os adubos sio classificades, quanto 4 origem, em adubos minerais e orginicos. Adubos minerais Possuem natureza inorginica Sto encontrados na formmilagao simples (tais como a uréia, sulfato de aménio, superfosfato simples, supesfosfato triple, cloreto de potsssio) ou mista Na jardinagem, € muito comum © uso do adubo misto da formula 10 — 10 — 10, que indica a porcentagem de nitrogénio, fSsforo ¢ potassio, xespectivamente. Encontram-se adubos minerais, na forma granulada, em pd, liquida etc. (Os adubos minesais podem ser distuibuidos uniformemente em uma érea ou de maneiza mais localizada (como por exemplo, ao cedlor das plantas ov na cova no momento do plantio). ‘Também existem aqueles que sio distribnicios na parte aérea da planta (adubacio foliar. Adubes organics Sio produtos de origem vegetal ou animal, tais como estescos animais, tostas vegetais, fuinha de ossose composto orginico. Os adubos orginicos sio muito importantes para qualquer plano de adubacio devido as suas caracteristicas, pois, além de fomnecerem nutrients para as plantas, também aiudam a melhorar as propriedades fisicas € biolégicas do solo, com seflexos positivos no desenvolvimento ca vegetacao A.sigor, para uma correta adubscio, € preciso considerar as espécies vegetsis, o solo, © dlima € © manejo 2 ser adotedo. Esces fntores, que tém grande influéncia na adubaci ~vatliveis ¢, portanto, sugese-se uma avaliacio especifica para cada caso. A anilise de solo, em algumas sitnacdes, € uma ferramenta impoutante para uma cometa adubacio. pH do Solo © valor pH exprime a intensidade de acidez ou alcalinidade do solo. Ele atua nas suas propriedades, como por exemplo na disponibilidade de nutrientes, nas atividades dos microorganismos etc. Portanto, o pH infiui também no desenvolvimento das plantas, Solos deidos so aqueles, cujo indice de pH é menor que 7. Os alcalinos so os que possuem indice de pH maior que 7 (a escala vai até 14). Solos com pH igual a 7 sio considerados nentros. De mancie geval, a maiosin das plantas cultivadas em jardins se desenwoive bem aum pH présimo do nentzo (ligeisamente dcido on alcaline). Algamas situacdes acascetam uma maior acidificacio do solo, como por exemplo o uso de determinados adubos nitsogenscos © pH pode ser obtido em anilise do solo ou através de algans produtos encontrados ‘no comértio - “peagimetros” ‘Tal anilise, além de determinar o pH, estima a quantidade de alguns nutrientes e pode, sinda, focnecec outros dads relevantes. Para saber se é 0 caso ou niio de fazer esse procedimento, sagerimos consultar um engenheiso agcénomo. ‘De mancira geval, para anilise do solo, cetiram-se amostras de uma profundidade ~vatiivel entre 20 e 40cm, as guais devem ser colocadas em sacos plésticos limpos e enviadas a uum laboratétio especializado. O mimero de amostras varia de acordo com o tamanho da dea, as, caractetisticas do solo € a vegetagio existente. Curso Municipal de Jardinagem jie Na hipétese de se opiar pela anilise do solo, € aconselhével entrar em contato com © laboratério pasa solicitar mais informacdes sobre o procecimento. E muito importante que © resultado da snilise venha scompanhado de um laudo do engeaheiso agrGnomo com 2s secomendardes sobce a adubagio e a calagem. Dependendo do sesultado obtido, pode ser necessitio corrigir o solo, para que o pH figue no nivel adequado a0 desenvolvimento das plantas. Pua essa conecio, faz-se a calagem mediante aplicacio de caleétio no solo, Dentse os produtos utiizados pasa a calagem, bi o calcisio dolomitico. Apés a sealizagio da calagem, € necessécio esperar que ocorca alteracio co pH do solo, © tempo necessétio para que o calcizio altere © pH do solo varia em Faneio de smatesial empreged, solo, fatore: climiticos, vegetacio ere. De qualquer forma, zecomenda-se cottigis o pH antes da adubacio. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS LEPSCH, LE Formagio e conservacio dos solos. Sao Paulo: Oficina de Testos, 2005. “MALAVOLTA, B., PIMENTEL-GOMES.F;ALCARDE,JC. Adubos e adubagées. Sto Paulo: Livatia Nobel, 2002. 39 pitulo 5: Reprodu NRTA es) CNP CORSE es ee Cera ren OEY Curso Municipal de Jardinagem jefe A Reprodugio Vegetativa tamhém conhecica como assexvada, somtica on clonagem, consiste na reproduco a partir de um nico individuo. Importancia © Atsavés dela propagam-se plantas dependentes como limo Tahiti, laranja-baia, figo roxo de ‘Valinhos, abacaxi, banana etc (as que no prodazem semnentes) © Evitam-se caracteres indesejéveis como, por exemplo, os espinhos das plantas citticas, por suprimis a fase joven © Apressa-se a producio. © Forma-se uma populacio de individuos idéaticos (clones), padronizando © produto e favorecendo a comescializacio. A namareza dotou algumas plantas de estruturas especiais que Ihes permite se autopropagar, tais como: Bulbos e bulbilhos: Sio follas modificadas que acumulam substincias de reserva, como a cebola e © alho respectivamente Cebola lho Estolhos: Sio bsotacdes filamentosas do caule, que de espaco em espaco fazem surgic plantas ‘idénticas 4 planta mie, como no morangucio, Morangueiro a ‘Tubérculos: Sao caules curtos € grossos que acumulam amido, como por exemplo a batata, Rizomas: Sio caules semelhantes a raizes, acuamulam ceservas, possuem gemas e escamas, tais como © gengibre, a samambaia e 0 bambv. Principais Processos de Multiplicag’io Assexuada Divisio de touceira O cale emite brotacées laterais, surgindo filhotes idénticos & mae; isso ocoste no closofite, na bananeisa, na bromélia ete. Curso Municipal de Jardinagem jie Estaquia Hib pesca que lina ten Raia da plant, pana W'ieyenenar an partie Fdentse ‘Nas plantas herbiceas, as partes comumente utilizadas sio: ‘Ramos (gerinio, piléa etc), folhas (violeta afzicana, folha-da-foctuna, pepesémia etc) ou pedagos de folhas (espada-de-sio-jorge, begénia rex etc) em | Pedago de faha de Fspala-desio-jomge Estaquia de plantas hesbiceas BF Popesdmis -@ Fotha-da-foreuna Violetn-africana ‘Nas plantas leahosas, usanvse fragmentos de: ‘Ramos (estacas simples, de talio ou sapatinho e de cruzeta) Reigmentos de rarmoe Pell Eataca simples etaca de tlio ou sapatinho Eten de enueta Cone da Poll Nas estacas com folhas é bom ceduzica 1/3 a isea foliac no intuito de evitar a desidsatacio por transpiracio. a B © Caules Exemplo: manivas (fragmento do canle da mandioca). } en Corte da miniva semente de mandoce © Raizes As estacas de saizes sfo feitas no inverno e devem ter cerca de 2om de ciimetio (goiaba, péssego). Mergulhia Consiste em mergalhar um samo.no sole, sem sepasi-lo da planta mie, coma finalidade deo mesmo regenerar um novo sistema radicular para depois ser separado. Pode ser simples, continua ou chinesa, serpenteada, de cepa ou amontoa, quando feita no solo. Quando realizada no alto, recebe o nome de alporquia. ‘Meegulhia Simples Mergulhia Aérea (alporquia) enraizamertoa parr de cones Parcs no 1, Andlamenta da casea 2. Retinds co ancl 3, Cabscacio do to do tan desfolhad no sake. colagno em volts do aneL 4, Bnfaarmenta com pastico 0 do rma com grampos 4. 8. Estaqueamento © escurty aairanndo-se as extrac, 5, Ramo ji entazadc, amartn de poneio 6, Aspect final do proces 6 Sepanaci dh plata ie 44 © Bosbulhia © Bacostia © Gaciagem © Bee Porto de june dda planne Curso Municipal de Jardinagem jie Enxertia E 0 processo pelo qual se faz a unio intima entre duas pplantss ce maneiea que se cria uma intercepencéncia na qual suma ao pode sobreviver sem a outea, Uma fica embaizo e ¢ denominada cavalo ou porta ensesto; sna funcio é fornecer Agus sais minesais, modificar 0 poste, confetic resisténcia, tolesancia ou imunidade contra fatores adversos, a outa fica em cime, € denominada cavaleiro ou eaxerto ¢ tem a finalidade de producio. Fatores determinantes para o sucesso da enxertia ‘@ Parentesco botinico entre cavalo e cevaleizo. @ Unio dos cimbios, © Assepsia Tipos de enxertia onbutiia cas Torta cy \ [a2 3 a : » i, aI 1 Rete da gema da esac. 2. Coneom T normal ns supecfnis do em. 5 Calocagie ca gera no nine dacasea 4 Figo da gems comamartacia Gitiagenw ern Fonda 46 Passos pata a realizagio da enserta: Borhulhia em janela 3 g l ' 4 \ 1.62 Realizagio do corte no exval. Sled Prepacn ch perma. seiner no ena, 5. Insercio ea gerna no esvao. 6. Protegio i gems eaxertada, Epoca de Propagacio Plantas herbiceas: Durante 0 ano todo. Plantas lenhosas: Dusantea fase de repouso vegetativo, quando existe uma maior concentacio de sabstincias de resecva. No caso das de folhas cadueas, aps a queda delas (peciodo de dormencia). Principio da Multiplicagao Somatiea ou Principio da Totipoténcia Celular “Toda célula tem todas as informagSes genéticas e a capacidade de regenesat as pastes faltantes do individuo que a originou, desde que as_condi¢ées do meio sejam favoraveis”. Fatores que Influem na Regeneragio Estado fitossanitario ¢ nutricional da matriz Devem-se escolher como matrizes plantas saudaveis, vigorosas e livres de pragas on doencas Curso Municipal de Jardinagem jee Javenilidade dos tecicos Facilita 0 enraizamento. Posigao dos ramos © Os basais geralmente sio velhos, muito lignificados ¢ no possuem bea capacidlade de egeneracio, © Oslaterais, da parte média da planta e mais externos, dispdem de mais substincias de reserva ¢, portanto, enraizam melhor, © Os apicais tém menos resermas e maior teor de nitrogénio, 0 que dificulta o encsizamento, Note: Plantas sicas em nitrogénio tm maior dificuldade de enraizac. Anclamento dos ramos Propiciz 0 acimulo de nuttientes, facilitando o enraizamento. Primérdios radiculares no talao Talao é um tipo de estaca obtida quando se tira 0 ramo sem uso da tesoura e sim atrancando; com isso, teaz parte do tecido mais velo que, em cectas espécies, como na couve mmanteiga, possui primérdios eadiculaces. Umidade do substrato e da atmosfera Deve ser alta para evitar a desidsatacio, porém o substrato no pode estar encharcado, ‘petmitindo a respiracio e as trocas gasosas dos tecidos em regeneracio. ‘Temperatura ideal Entre 23 © 25°C. Luminosidade E importante para as pastes que fazem fotossintese, mas as plantas nfo devem estar iretamente expostas 20 sol, para evitar a desidratacio. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CESAR, HP. Manual Pritico do Enxertador. Sio Paulo: Livratia Nobel S.A, 1984. 158 p SIMAO, S. Manual de Fruticultura. So Paulo: Edit. Agronémica Ceres Ltda, 1971. 530 p, Ageadecimentos: Fotos: Fellige Alves Pereira Juscelino Nobuo Shical Tiustengdes de imagens com detalhamento: Juscelino Nobuo Shisaki Capitulo 6: Curso Municipal de Jardinagem jie Introdugao As drvoses tém um importante papel par um ambiente ecologicamente equilibindo. Denise as mnitas FangSes que possuem, mececem destague a produgio de alimentos, Forecimento de madeira e substincias para vvitias finalidades, sombreamento, reducio de oeira e midds, baseeimms contra ventos e controle da erosio. Também cabe lembear a sensagio ageadével que temos apenas em obserré-las Considerando todos esses beneficios, devemos fazer © possivel para preservi-las €, também, incentivar novos plantios, porém de maneica ctiteriosa, para que haja um desenvolvimento harmonioso como meio que as cesca e para que se alcancem os objetivos propostes. Assim, tanto o plantio como a mannteacio das atvores jé existentes envolvem uma avaliagio técnica detalhada, inciuindo o conhecimento da legislacio vigente relacionada como tema Produgio de Mudas (O meio mais comm dle preetacio de mndas de drvaces é através das sementes, pocém, pasa algamas expécies, a propagacio vegetativa também é posse Aépocada colheita das sementes, bem como o método utilizado (iretamente do chio ou da Aevore), depeade das cusactessticas de cada inclivichao arbéxeo. ‘Alguas sementes gecminam com mais flidede do que cutuas, sendo que pata algunas espécies pode ser necessixio tn tratamento especial visando a uma germinacio mais répida. Um dos métodos mais utilizados € « escarificagao, que consiste em esitegar 2 semente contis uma superficie abrasiva. Ho caso das sementes de flamboyant (Dulari regia). Outros métacdes como imersio da semente em Aga quente e utlizcio de prodtos quimicos também sfo possivels. A escalha damelhos smaneita depende psincipalmente da expécie adbdcea. Pasa a maiocia das espécies extsai-se a semente do finto para a sealizacio do plaatio, amas hi situacSes cm que o fruto pode ser colocado diretamente no substrate. E 0 caso do acatibé-rosa (Coniroiobiun romentasun. ‘A semeadiuca pode ser efetunda em recipientes indlividuais (sacos plisticos, por exemplo) on em canteiras, Neste tiltimo csso, depois de algaas tempo, cetiram-se as mndinhas ¢ plantam-se em cecipientes pcopsios (0 tamanho das sementes é vin dos fatores determinantes ‘paca 0 tipo de semeadusa). ” Substeato é o matesial utilizado pasa 0 enchimento dos recipientes ou para o preparo dos canteitos. Deve ser pouoso para ter uma boa aciacio € no acumular dgua em excesso, estar livre de pragas e doencas € possuir nutiientes suficientes para o adequado desenvolvimento das mudas. Unna receita geral para substcato é mistarac areia, terea vegetal e composto orginico na proporcio 2-1-1 Em geral, 2s sementes pequenas sio espalhadas cuidadosamente e de maneica uniforme na superficie de canteitos. Depois devem ser cobertas com ums fina camada de terea peneisada. As sementes grandes so semeadas em secipientes (ama ouduas em cadaum) auma profundidade gue dependeri do tamanho delas. Em condicdes ideais.a germinacio ocore entice 10 ¢ 40 dias para a maioria das espécies. Hi de se ter um cuidado especial quanto a tolerancia das mudas 4 exposicio direta ao sol ‘Varia em fungio da espécie Materiais como o “sombrite” sio muito utlizados para promover 0 sombceamento artificial ‘As mudas aptas a secem plantadas em local definitivo devem possuic um tronco reto livre de beotagSes baizas, sistema sadicular bem desenvolvido (sem enovelamentos) ¢ estarisentas de pragas e doeacas. Escolha da Espécie Para escolher a espécie arbérea, devern set levados em consideracio alguns fitores importantes que sfo avalindos em conjunto, tais como: clima, solo, catactecisticas da espécie, condicées do entosno e objetivos especificos desejados com o plantio. Com relacio ao clima, € necessitio verificar se a espécie escolhida se desenvolve bem ‘nas condigdes climaticas da regio. No que se sefere a0 solo, é preciso svesiguar se ele atende as exiggncias do exemplar arbéreo a ser plantado. A utilizacio de adubos ¢ couetivos de acidez, pode ajustar o solo 20 que a planta requer Com relacio A espécie, € bom conhecer as suas caractesisticas, principalmente quanto ao sea sistema radicular, tronco, copa, follas, frutos e porte que o exemplar atinge. (Os objetivos a serem aleancades com o plantio de dcvores também infinenciam na escolhia da espécie, pois se pode estar diante, por exemplo, de um projets de reflorestamento, plantio em passeios publicos, formacHo de vm pomar etc. Curso Municipal de Jardinagem jie Para sealear a impostincia do planejamento com vistas ao plantio de uma frvore, & bom apontar uma situacio muito comum, encontrada em passeios piblicos, que € a presenca da ‘figueita-benjamina (Ficus Denjaming). Esta espécie possui um sistema radicular vigoroso e superficial que, com o passat do tempo, comumente acarreta danos em calcadas, encanamentos e muros Plantio no Local Definitivo O tamaaho das anlas ¢ 0 espagameato de plaatio variam em fungio dos objetivos da auborizasio, do porte ¢ formato da copa (quando a dcvore estivec adults), das cacacteristicas do centomno, do efeito visual desejado ete” Unia vez que a muda esteja em condigdes de ser plantada no local definitivo, providencia-se a abertun da cova, 0 seu plantio e 0s tatos culzurais subsequentes, Embora asdimensées da cova ea adubacio depenclam principalmente das cacactecisticas 6o solo, podemos dizes que vasa cova de 60 x 60 = 60cm preenchica com wma mistuca de tetza de boa qualidade com composto orgiaico (proporgio 2:1) é uma opgio. A cova deve receber © tozsio com folea. Salieatamos que a escolha do adubo ¢ a quantidace a ser utlizada ¢ mais piccisa quando baseada numa anilise de sole ‘Apés a prepatacio da cova, devemos tetizar com caidado a embalagem da muda pasa que a terra agregacia is raizes mio se desmance (o destorroamento difictlta o desenvolvimento), Colocar 2 muda e completar com o substrato até o preenchimento completo da cova. impoctante manter © colo da muda (colo é a segiio de teansigio entze saizes eo cate) ao mesmo nivel do solo, Podemos utiliza: o mtor paca daz uma maior estabilidade & nmada cecém-plaatada Ela deve sec amaszada a0 tutor de modo que aio haja ferimento e nem estiaagulamento do caule com o passar do tempo. Pasa una maior protecio, podemes, ainda, vilizax protetores "Nota: A Prefitura de Monicfpio de So Paulo adota wm padito para as tmudas a serene witizadas na arborizacio en passins priblios 5 ‘Depois do plantio, é necessixio repar, sem excessos Inspecionar as mudas recém-plantades [petiodicamente para veriticar o set: desenvolvimenta Ackibacces, iengacao, controle de pragas € doencas e de plantas daninhas sio tratos a secem redlizados sempre que necessina. E importante antec uma area peemeivel a0 zedor das mmvdas, com cimensdec compativeis com 0 porte da devore. Tipos de Poda A poda é a remogio critetiosa de partes das Arvoses, visando a atender determinado interesse. Dentue os vatios tipos existentes, destacamos: Pocta de formagao: é aquela realizada para conduzir 2 arvore a uma forma e tamanho desejados. Esse tipo ocorre chrante 2 formagao da muda e pode continuar quando a arvore estiver no local definitive, No caso de arvores utilizadas em passeios piblices, ¢ importante que as podas feitas, ainda na face de muds teaham como objetivos: obtencio de um tronco tinico e seto, distribuicio altesnada dos primeiros ramos da arvore, altura minima de 1,80m paca a primeisa bifurcagio, dentre outros, Durante © desenvolvimento das muclas no passeio, os ramos que brotarem abaixo da primeira bifurcagio precisam ser eliminados para facilitar a passagem dos pedesties. Pocia de limpeza: serve para eliminas principalmente ramos secos e doentes. Poda de adequagao: é feits pasa adequar a arvore is condi¢ées do entosno. Como exemplo, podemos citar a poda cealizada em passeios publicos visando a minimizar os conflitos com a rede clettica Pocta de frutificagao: é efetuaca para melhorar a frutiticaglo, seja no aspecto qualitativo, seja no quantitative, Essa pods é mito utilizada em determinaclas drvores feutifecas Poda de emergéncia: é aquela realizada em sitaagdes emergenciais, como acontece no caso de tisco iminente de queda Observacoes: © A poda é uma intervencio nim organismo vivo; é, pois, um trabalho que s6 deve ser esecntado em algumas situagdes deviclamente justificadas. Dependendo do caso, exige-se do executor um conhecimento profundo do tema. © Para proceder 4 poda, que dependeri da davoree de sua localizacio, atentar para a seguranca, tanto das pessoas enwolvidas ditetamente com o trabalho, como de terceiros. Poctanto, a utilizacio de _mqninas ¢ equipamentos adequados e 0 isolamento da érea S20 algans cuidacios incispenséveis © A dcea do coste deve ter secgio lisa, sem lascas e estar em bisel Curso Municipal de Jardinagem jie © Eimportante dizer que existem normas que regulamentam as podas em drvores e podem suieitar 0: infiateres 4 sangées Portanto, é fiancamental conhecer a legiclacio vigente sobre 0 assuto Esemplo: Lei 10.365/87, que disciplina o corte ea poda de vegetacio de poste abéreo existente no Municipio de Sio Pavlo. ‘Transplante Ea semogio de uma drvore adulta para outro local. Deve ser levada a eftito apenas em casos excepcionais, plenamente justificados ¢ dentro de limites técnicos e legais. Trata-se de um trabalho que exige acompanhamento de profissional especializado, A seguir, descreveremos alguns procedimentos gerais para um transplante, salientando que, mesmo quando observadas as orientagées técnicas com © miiximo rigor, corse-se 0 sisco de perda da arvoce, Isto, pomyne existem diversos fatoves que infiuenciam no “pegmento”, tais, como as caracteristices da espécie, idade, porte, estado fitossanitirio ete. Para cealizar o transplante de uma irvore, é necessitio cortar paste de suas raizes devido A impossibilidade de manté-las integralmente ducante a remoio. Providenciar a escavacio em forma de trincheira ao cedor do tronco da dvore. A distincia da tiincheira em telacio ao tronco, bem como a profiandidade, varia em fiancio das catactecisticas do individiuo arbéreo. De maneira geral, 0 torraa (didmetro e profundicade) deve ter, no minimo, dimensdes equivalentes a quatro vezeso DAP. Em selacio 4 copa, é importante observar a legislacio vigente. Observacies: © DAP significa didmetro do tronco @ altura do peito, on seja, é 0 didmetro do tronco da igwore a aproximaciamente 1,30m do solo. Apés a escavacio, providenciar a embalagem do torrio, tendo em vista a impostincia de conservar a terra agregada as raizes, Mantes vimido o torrio, sem excessos. © Acova que itd recebera érvore deve ser preparaca com antecedéncia e ter dimensdes maiores que 0 tortio. Pode-se utilizar como substrato para o preenchimento uma mistuca de terra de boa qualidade com composto orginico (2:1) © B importante tec especial atengio ao cclocar © torso na cova, pois o colo deve fiear no mesmo nivel da superficie do solo. Preencher os espacos vazios com substrato. A Acvore secém-transplantada necessita ter escora paca ausiliar na estabilidade. © Apés o transplante, providenciaristigay dia arvore. ¢ adubacdes peri6dicas até o perfeito “pegamento” 53 Manutengio A manntengio de exemplaces arbéreos normalmente inclui isigagdes, adubagdes, podas ¢ controle de pragas, doensas ¢ plantas daninhas Irtigacao: De maneia geral, as cegas devem ser realizadas principalmente em periodos de estiagem, dando-se atencao especial 4s mudas recém-plantadas. Adubagdes: Com o passar do tempo, as drvores potlem necessitar de adubagfo. A escolha do adubo a ser utilizedo (tipo € quantidade), sua forma de distribuigio e freqiiéncia devem ser analisadas caso a caso. Um modo de adubar é abris uma pequena trincheisa em torno da devore (aa ftea correspondente a projecio da copa), numa largura e profundidade média de 20cm. Preencher com composto orginico, Restringir a trincheira a 1/3 do perimetro da Arvore por ano. Completa-se a actubacio em todo 0 perimetro no 5*ano, Podas: Ver as consideracdes desctitas no item “Tipos de Poda”” Controle de pragas ¢ doengas: No caso de controle de pragas ¢ doeacas, principalmente se © método de controle escothido for o quimico, devemos entrar em contato com um técnico especializido e seguir com rigor a legislacio que trata da matéria. Sugetimos consultar um Engenheiro Agrénomo. Controle de plantas daninhas: Retiré-Ias sempse que necessisio. Identificagio das Arvores A identificacio da devore pela espécie (nome cientifico) € muito importante por visias, razées, dentre as quais para elaborar piojetos de seflorestamento, arborizagio em passcios piiblicos, como também para planejar a formacio de um pomar e até reconhecer exemplares faros ou que atraem a fauna Existem locais (chamados herbitios) onde € guardado um acervo de plantas secas, devidamente acondicionadas e ja identificadas, que constituem nma notivel fonte de informagdes sobre as especies. Espécies Arboreas Alecsiny-de-campinas (Holaca)ox balansa.): Acvore nativa de 15 2 25m de altura. Possui tronco sulcado e duro, tendo sido muito usado pelos inclios paca produc de fechas tacapes. Apresenta copa densa e petene, dando excelente sombra. A floracio surge por volta de outubro-novemibro, apesar de haver a possibilidade de ocorrer mais de uma floracio 20 ano, Curso Municipal de Jardinagem jie Alfeneito (Ligusirem lucidum): Acvore exética (originéria da China) com altura de 7 a 10m e tronco pravido de fissuras. Di flores brancas que surgem por volta de outubro a fevereico, Os Erutos possuem cor verde que vio ficando sexos com o passar do tempo (parecem pequenos caches de uva) Cedro (Cedrels fist); Axvore nativa com altura de 25 a 35m, decidua e muito utilizada em _ptojetos de reflorestamento, Chorio (Saiix bakylomica): Acvore exdtica (originasia da China) de 7 2 10m de altura e ramos ‘penlentes, Cultivada com feegiiéncia em parques e nse masgens de lagos e céxxegos. Cipreste-italiano (Cupressus sempervirens vac. stricta: Acvose exética (osigindsia da costa do Mediterraneo), com altura de 25 a 30m © copa colunar. Multiplica-se por meios vegetativos, piefevencialmente. Erittina-candelabro (Exytbriea spciasa): Aevore nativa com altaca de 3 2 5m, dotada de espinhos, Gecidiaa e com floses vermelhas que surgem por volta de junho a setembso. Espatédea (Soathodea cxmpanulata): Acvose exdtica (originasia da Aftica Central) com aptoximadamente 20m de altura. Dé flores grandes © vermelhas (existem também as que ‘produzem flores vermelluo-alaranjadas) Figueira-benjamina (Fieur benjamina): Arvoce exdtica (ociganisiz da India, China e Australia) com alraca de 10 2 15m. Possui sistema sadieule vigocoto e superficial, no seado cecomendavel seu ‘plantio em pesseioe publicos Multiplica-se por meios vegetativos, Flamboyant (Dedbnic regia): Acvore exdtica (originsicia de Madagascar) com altura de 102 12m, saizes ‘grandes, tabulares e copa em formato de guarda-chuva. As flores sfio vermelhas e surgem por volta de outubro a janeiro. Existem também exemplares que prochazem flores alaraniacas e amareladas Tpé-amaselo (Talebuia chyssomicha): Sevore nativa, decidua, de 4a 10m de altura. Tem Fores amacelas que sucgem por volta de agosto, Jacarandé-mimoso (Jaxareds mimosa): Axvoreexética (origindtia da Argentina, Bolivia ePaagual), deciciva, de 12.2 15m de alnira. Suas flores sio azul-violeta e surgem por volta de ounubro, Murta (Mura paniculata): Avvore exotica (originisia da india) de 5 2 Im de ales. Possui tronco com seentrincias ¢ doses beancas awito pesfismadas Manacé-da-serra (Tiboucbina matabili}: Acvore nativa de 7 a 12m de altusa. O florescimento conte durante os meses de novembio-fevereiro. As flores sio rosa e brancas (com © passar do tempo, madam de cos) Paineica (Ceba spevssa): Arvore nativa, decidua, de 15 a 30m de altura. O florescimento corte a partir de dezembro (as flores sio rosa), A paina foi muito utilizada no enchimento de teavesseiros. Pata-de-vaca (Bavbinia forfuata): Acvose nativa de 5 a 9m de altura. As folhas sio divididas parcialmente € as flores (brancas) surgem a partir de outubro. Pauebrasil (Caesalpinia echinata): Arvore nativa com 8 a 12m de altara (ha citacdes sobre exemplaces com altura superior). Q florescimento ocatte por volta de setembro-outabra. AS flotes so amuuelas, No passsdo, foi muito utilizado pasa extracio de substincias pasa tingic tecidos. O tronco potsni espinhos. Paurferro (Caesalpinia ferrea): Arvore nativa com altura de 20 a 30m, tronco duro © muito ornamental. As flores so amarelas e surgem a partir de novemnbro. Pinheico-do-parand (Amuceria axgustfaliy: Acvore nativa de 20 4 50m de altuea. Possui copa pimmidel quando joven e, postericemente, adquize 0 formato de taga. Produz o pinlio (a éevore é diica) Quaresmeita (Tilouhina granuiosay: Acvore nativa de 8 a 12m de altura. Suas floies coxas suze por volta de fevereiro-absil (podem ocoster flozacdes em outras épocas), Reseda (Lagersirvemia indica): Arvore exotica (origitvisia da India), decidua, de 3 2 5m de altura © tronco apzerenta canelvsas, senco muito ornamental. Floces de colorido beaneo on sosa (claro a escuro) stegem entre novemsoco e fevecciso. Sibipiruna (Cacsabpinia pluiasa vac. peltepboroides': Avvoce nativa de 8 a 16m de altura. Possui flores amatelas que surgem por volta de setembro. E encontrada com freqiiéncia em parques, ppracas e passeios piiblicos ‘Tipuana (Tibwana tpi): Aevore exética (originicia da Bolivia e Aggentina) de 12.0 15m de aleura. Possui ramos recurvados € flores amacelas que surgem por volta de setembro a dezembso. E cacontrada com freqiiéncia em pascues, peacas e passeics ptblicos REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS LORENZI,H Arvores brasileiras manual de identificagio e cultivo de plantas acbdreas nativas do Brasil. :1. Nova Odessa: Plantarum, 2002 LORENZI, H. Acvores brasileiras — manual de identificagio e cultivo de plantas arbéreas nativas do Brasil. 2. Nova Odessa: Plantarum, 2002.

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