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PROIETO EDICINA Exercicios de Portugués Interpretagao de Textos - Lista 2 TEXTO PARA AS PROKIMAS 4 QUESTOES. (Fuvest) "vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocups a energia desta ago. A frustracio cresce e a desesperanca ndo cede, Empresérios empurrados & condigio de lideranca oficial se rejinem em eventos como este, para lamentar 0 estado de colsas. O que dizer sem resvalar parao pessimismo, 2 critica pungente ou a auto-absolvigl0? E da hist6ria do mundo que as elites nunca Introduziram mudancas que favorecessem a sociedade como um todo. Fstariamos nos enganando se achsssemos que estas liderangas empresarais aqui reunidas teriam a motivaco para fazer a distribuigdo de poderes e rendas que uma nagio equilibrada precisa ter. Alias, € Ingenuidade imaginar que a vontade de distribuirrenda passe pelo empobrecimento da elite. E também ocioso pensar que nés, da tal elite, temosriqueza suficiente para distribuir. Fago sempre, para meu desBrimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, chego a um nimero menor do que o faturamento de apenas duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e ‘mais um pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais ‘somos irrelevantes como poténcia econdmica, mas a0 mesmo tempo extremamente representativas como populacio, ("Discurso de Semier aos Empresérios’, Folha de S. Paul, 11/09/91) 1. Segundo se depreende do texto, & possivel afirmar que: a) toda mudanga social provém do esforso conjunto das elites do pats; b) nenhum povo é capar de alterar suas estruturas sem 0 apoio das elites; Jas elites empresarials, produzindo riquezas,aceleram as rmudangas socials; 4) em qualquer tempo, as elites sempre se disper a participar do proceso de distribuiggo de rends; €} nfo é proprio das elites lancar projetos que estimulem mudangas na sociedade como um todo, 2, Segundo 0 esprito do texto, pade-se dizer também que, no Brasil s6 no hd melhor distribuigdo de renda: 2) por falta de uma politica econémica melhor eirigida: ) porque nao é do interesse das elites, nem tém elas possibilidades de favorecer essa distribuiglo; ) porque as elites esto sempre com um pé atrés, desconfiadas do poder publico; 4) porque os recursos acumulatos, embora suficientes, sfo manipulados pelas elites; €} porque, se assim fosse felt, a elites reagitiam a0 processo de seu empobrecimento. 3. O texto permite afirmar que: a) poténcia mundial de peso, o Brasil est leconomias do primeiro mundo; b) economicamente, o Brasil ndo tem relevo como poténcia de primeira ordem; ) as dificuldades do Brasil so conjunturais e se deve especialmente as presses internacional d) as indistrias de ponta no Brasil esto entre as que tém ‘mais alto faturamento universal; €) 36 0 idealismo do empresariado brasileiro pode reerguer nosso potencial econémico 4 entre as maiores 4.0 ciclo de crses vivido pelo Brasil, segundo o texto, constitu a) um componente instigante para vencer nassas difculdades; b) fator conhecido e repetitive, desimportante de nossa histéra; ) algo que no passa de invengdo de pessimistas desocupados; d) recurso eficaz para chamar a atengdo para a nossa realidade; €@) outra forma de desgaste e de consumo de nossas cenergias. TEXTO PARA AS PROXIMAS 3 QUESTOES. (ITA) As questées a seguir referem-se 20 texto adiante. Analise-ase assinale, para cada uma, a alternativa Hino Nacional Carlos Drummond de Andrade Precisamos descobrir 0 Brasil! Escondido atrés das lorestas, com 3 agua dos rios no melo, ‘0 Brasil esté dormindo, coitado. 05 Precisamos eolonizaro Brasil Precisamos educaro Brasil Compraremos professérese livros, assimiaremos finas cuturas, abriremos ‘dancings'e [subconvencionaremos as elites. 410 0 que faremos importando francesas muito louras, de pele macia lems gordas, russas nostalgicas para ‘gargonettes’ dos restaurantes noturnos. E virdo siriasfidelissimas. 415 Nao convém desprezar as japonésas. Cade brasileiro terd sua casa com fogio e aquecedor elétricos, piscina, saldo para conferéncias cientificas. 1|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA E cuidaremos do Estado Técnico. 20 Precisamos lowvar 0 Brasil Nao é s6 um pais sem igual Nossas revolugées so bem maiores do que quaisauer outras; noss0s erros também. E nossas virtudes? A terra das sublimes paindes. ‘0s Amazonas inenarréveis... os incrvels loto-Pessoas. Precisamos adorar 0 Brasil ‘Se bem que sefa dificil caber tanto oceano [etanta soliddo no pobre coragao jf cheto de [compromissos. se bem que seja dif compreender 0 que [querem ésses homens, 30 por que motivo éles se ajuntaram e qual a [razdo de seus sofrimentos. Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! ‘Tao majestoso, 130 sem limites, 180 [sespropositado, le quer repouser de nossos terrvels carinhos. (© Brasil ndo nos quer! Estéfarto de nés! Nosso Brasil éo outro mundo. Este néo é0 [Brasil Nenhum Brasil existe. € acaso existirdo os [brasileiros? FE 5. a] Geograficamente se denomina uma regio com a agua dos rios no meio (v.3) de 'mesopotamica! »)"E nossas virtudes?' (v.24) no tem sentido de indagacio apenas. ) Quando 0 Autor afirma Precisamos adorar’ v.26}, ele no quer dizer que ndo 0 fazemos, s6 que o fazemos erradamente; ito se comprova com 2 afirmacso 'terriveis carinhos 4) A proposta de educagio para o Brasil (segunda estrofe) ‘raz desnacionalizacéo. ) ANacdo rejelta seus componentes (ctima estrofe) 6.) Nio sio propriamente as japonesas (v.15) que so reticentes e sim o julgamento que sobre elas se faz, ') 0 poema ndo parece confirmar a lends das amazonas, (v25) €) Acaréncia brasileira nl é s6 de bem-estar fsico, 4) Nesse Hino os versos s8o brancos. e)} Através de 'Precisamos' (no inicio de quase todas as estrofes) slo introduzidos verbos que, na decorrer do oema, vao num crescendo cujo climax esté na estrofe final 7a) Esse hina no tem o tom épico do Hino Nacional brasileiro. ) Nesse hino predomina a fungo conativa (ou imperativa, ele & normativo. ) Ohino de Drummond é tao ufanista quanto 0 Hino Nacional brasileiro d) Diferentemente do Hino Nacional brasileiro, este no tem estribitho €) 0 ritmo também marca distancia entre o Hino Nacional do Brasil eo de Drummond, TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (Pucsp) (.) Da garrafa estihacada, no ladritho js sereno lescorre uma coisa espessa que éleite, sangue...ndo sel Por entre objetos canfusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suaverente se tocam, amorosamente se enlagam, formando um terceita tom ‘3 que chamamos aurora Carlos Drummond de Andrade 8, No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constedi, poeticamente, a aurora. O que permite visualizar teste momento da dia corresponde: 3) 3 objetos confusos mal redimido da noite. b) garrafa estitnacada e ao ladrilho serene. ) 3 aproximagzo suave de dois corpos. d) a0 enlace amoroso de duas cores. @) 20 Muir espesso do sangue sobre o ladilh. TEXTO PARA AS PROXIMAS 2 QUESTOES, (Fuvest) ‘Além de parecer no ter rotaglo, a Terra parece também estar imével no meio dos céus. Ptolomeu dd argumentos astronémicos para tentar mostrar isso. Para entender esses argumentos, é necessério lembrar que, na antigdidade, imaginava-se que todas as estrelas (mas ndo os planetas) estavam distribuidas sobre uma superficie estrica,cujoraio nao parecia ser muito superior a distancia da Terra aos planetas. Suponhamos agora que a Terra esteja no centro da esfera das estrelas. Neste caso, 0 céu visivel a noite deve abranger, de cada vez, exatamente ‘a metade da esfera das estrelas. € assim parece realmente focorrer: em qualquer noite, de horizonte a horizonte, & ppossivel contemplar, a cada instante, a metade do zodiac. Se, no entanto, a Terra estivesse longe do centro da esfera estrelar,ento 0 campo de visd0 8 noite nao seria, em geral, a metade da esfera: algumras vezes poderlamos ver mais da metade, outras vézes poderiamos ver menos da ‘metade do 20d/aco, de horizonte a horizonte. Portanto, a cevidéncia astrondmica parece indicar que a Terra estiino 2|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA centro da esfera de estrelas. € se ela esta sempre nesse centro, ela ndo se move em relacio as estrelas. (Roberto de A. Martins, Introduczo geral 20, Commentariolus de Nicolau Copernico) 9. 0 terceiro periodo ("Para entender esses... da Terra aos planetas.") representa, no texto, 3) 0 principal argumento de Ptolomeu. b)o pressuposto da teoria de Ptolomeu. ) a base para as teorias posteriores a de Ptolomeu. 4) a hipdtese suficiente para Ptolomeu retomar as teorias anteriores, } 0 fundamento para o desmentide da teoria de Prolomeu. 10, Expressdes que, no texto, denunciam subjetividade na apresentacao dos fatos si: 2) parece também estar imével - dé argumentos -& necessério lembrar. b) & necessério lembrar- Imaginava-se - suponhamos. )imaginava-se -esteja - deve abranger. 4) tentar mostrar - suponhamos - parece realmente ¢} parece realmente ocorrer -é possivel contemplar - no TEXTO PARA AS PROXIMAS 2 QUESTOES. (Fuvest) Havels de entender, comegou ele, que 2 virtude ¢ o saber tém duas existéncias paralelas, ums no sujelto que as possui, outra no espirite dos que o ouvem ‘ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes vitudes © ‘05 mais profundos conhecimentos em um sujeto solitéro, remoto de todo contato com outros homens, é como se eles ndo existissem. Os frutos de uma laranelra, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, nde valem nada; ou, por ‘outras palavras mais enérgicas, no hé espetdculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas coisas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco 0 entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliés, nada chegaria a valer sem a existéncia de outros homens que me vissem e honrassem; ento cogitei se no haveria um modo de obter 0 mesmo efeito, poupando tals trabalhos, esse dia posso agora dizer que foi o da regeneracéo dos homens, po's me deu a doutrina salvadora, (Wachado de Assis, O segredo do bonzo} 11. De acordo com o texto, 4) os homens que sabern ouvir e contemplar tornam-se sabiose virtuosos. b) a virtude e o saber adquirem existéncia quando compartihados pelos homens. ) a virtude e o saber existem no espirito do homem que consegue perceber a dualidade da existénca, d) avirtude e o saber, por terem realidades paraelas, ddever ser conquistados individualmente. @)ohomem sibio e virtuoso, para iluminar-se, deve buscar ‘uma vida isolada e contemplativa 12. No texto, ao afirmar “entio cogitel se no haveria um ‘modo de obter 0 mesmo efeito, poupando tals trabalhos", 2 personagem: a) expressa a intengio de divulgar seus conhecimentos, aproximando-se dos outros homens. b) procura convencer oleitor a poupar esforgos na busca do conhecimento. ) demonstra que a virtude e 0 saber exigem muito trabalho dos homens, d) resume no conceito de doutrina salvadora, desenvolvida no pardgraf. @) exprime 3 idéta de que a admiracio dos outros é mais importante do que o conhecimento em si TEXTO PARA AS PROKIMAS 2 QUESTOES. (Fuvest) Os principals problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais & dversidade dos impactos causados pelo carster truncado da modernizacao, do que 8 persisténcia de segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhdes de estabelecimentos agricolas ‘marginalizados, isso se deve muito mais a natureza do préprio processo de modernizacio, do que 3 sua suposta falta de abrangénca, (Folha de S. Paulo, 13/09/94, 2-2) 13, Segundo o texto, a) 0 processo de modernizagdo deve tornar-se mais abrangente para implementar a agricultura ') 0s problemas da agricutura resultam do impacto causado pela modernizacao progressiva do setor. ) 05 problemas da agricutura resultam da inadequaco do processo de modernizagdo do setor d) segmentos do setor agricola recusam-se a adotar processos de modernizasao. €) 0s problemas da agricultura decorrem da ndo- ‘modernizagao de estabelecimentos agricolas. marginalizados, 3|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA 14, No trecho "a persisténcia de segmentos que dela teriam ficado imunes.", a expressio teriam ficado exprime: a) 0 desejo de que esse fato ndo tenha ocorrido, b)a certeza de que a Imunidade a modernizacio & propria de estabelecimentos agricolas marginaizados. ) a hipotese de que esse fato tenha ocorrido 4)a certeza de que esse fato realmente no acorreu ) a possibilidade de a imunidade & modernizaglo ser decorrente da persisténcia de certos segmentos, TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (Fuvest) - An, ndo sabe? Nio o sabes? Sabes-lo no? Esquece. = Nao. Como “esquece"? Voce prefere falar errado? E.0 certo 6 "esquece" ou “esqueca"?llumine-me. Mo diga Ensines-lo-me, vamos, Depende. - Depende. Perfeito. Nao o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas no sabes-o. std bem. Esté bem. Desculpe. Fale como quiser. (LF, Verissimo, Jornal do Brasil, 30/12/94) 15. O texto tem por finalidade 2) satrizar a preocupacio com 0 uso e a colocagio das formas pronominais ») lustrar ludicamente virias possiblidades de combinagio de formas pronominal. lesclarecer pelo exemplo certos fatos da concordancia de pessoa gramatical 4) exemplificar a diversidade de tratamentos que é comum na falacorrente. €) valorizar a cratividade na aplicacdo das regras de uso das formas pronominals. TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (PUC-SP) Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? = que tinha ele feito de sua vida? Nada, Levara toda ela atrés da miragem de estudar a patria, por amésla e quer@-ia muito, no intuito de contribuir para a sua felcidade e prosperidade. Gastara a sua macidade nisso, a sua Virlidade também; e, agora que estava na velhice, como ela 0 recompensava, como ela 0 premiava, como ela 0 condecorava? Matando-o. £ 0 que nio deixara de ver, de ‘gozar, de fruit, na sua vida? Tudo. No brincara, no pandegara, no amara - todo esse lado da existéncia que. parece fugir um pouco & sua tristeza necessira, ele no Virz, ele 0 provara, ele nlo experimentara Desde dezoito anos que otal patriotismo Ine absorvia e por ele fzera a tolice de estudar inutlidades. Que Ihe importavam 0s ios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que the contribuiria para a felicidade saber o nome dos herdis do Brasil? Em nada... O importante é que ee tivesse sido feliz Fol? Nao, Lembrou-se das suas causas de tu, do folklore, das suas tentativas agricola... Restava disso tudo fem sua alma uma satisfac? Nenhumal Nenhurmal Luma Barreto 416. 0 trecho acima pertence ao romance O TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, de Lima Barreto. Da personagem que dé titulo 20 romance, podemas afirmar que: a) foi um nacionalsta extremado, mas nunca estudou com afinco as cosas brasieiras. ») perpetrou seu suicidio, porque se sentia decepcionado coma realidade brasileira, )defendeu os valores nacionais, brigou por eles 2 vida toda e foi condenao a morte justamente pelos valores que defendia, d) foi considerado traidor da pétria, porque participou da conspiragao contra Floriano Peixoto. @) era um louco e, por isso, no foi levade a sério pelas pessoas que o cercavam, TEXTO PARA AS PROXIMAS 2 QUESTOES. (Fuvest) ‘GOLS DE COcURUTO © melhor momento do futebol para um tético 0 ‘minuto de silnco. € quando os times fam perflados, cada jogador com as mos nas costas e mais ou menos no lugar que Ihes foi designado no esquema -e parados. Ent20 0 tatico pode olhar 0 campo como se fasse um uadro negro e pensar no futebol como alguma coisa logicae diagramavel. Mas ai comeca 0 jogo e tudo ddesanda, Os jogadores se movimentam e futebol passa a ser regido pelo imponderdvel, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. 0 futebol brasileiro ja teve grandes estrategistas cruelmente trafdos pele dinamica do jogo. O Tim, por exemplo. Tatico exemplar, planejava todo 0 jogo ‘numa mesa de botio. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de siléncio, Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputacdo no campo a altura de sua reputagio no vestirio, Falava um jogo e © time jogava outro. O problema do Tim, ciziam todos, era ue seus botdes eram mais inteligentes do que seus Jogadores. (LF Verissimo, 0 Estado de Sao Paulo, 23/08/93) 17. Atese que o autor defende & ade que, em futebol, 3) 0 planejamento tatico est sujeito& iterferéncia do b) a ligica rege as jogadas. )a inteligéncia dos jogadores & que decide o jogo, dd) 0s momentos iniciais decider como ser4 o jogo. €@)2 dinamica do jogo depende do planejamento que o t€enico fan, 4|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA 18, No texto, a comparagio do campo com um quadro negro aponta a) © pessimismo do tético em relagdo ao futuro do jogo. b) um recurso utilzade no vestério, )avisdo de jogo como movimento continuo 4) o recurso didatico preferido pelo técnico Tim. @} um meio de pensar o jogo como algo previsivel TEXTO PARA AS PROXIMAS 5 QUESTOES. (Fuvest) Conheci que Madalena era boa em demasia, mas rio conheci tudo de uma ver. Ela se revelou pouco a ouco, e nunca se revelou intelramente. A culpa fol minha, ‘ou antes, @ culpa foi desta vide agreste, que me deu uma alma agreste E, falando assim, compreendo que perco 0 tempo. Cam efit, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forgado ‘Quando os grilos cantam, sento-me aqui a mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. As vezes as idéias no vém, ou vim muito numerosas - ea folha permanece meio escrita, como estava na véspera, Releloalgumas linhas, que me desagradam. Ndo vale a pena tentar corr las, Afasto 0 pape! [Emoges indefiniveis me agitam -inquietacdo terrive, desejo doido de votar,tagarelar novamente com Madalena, como faziamos todos os dias, e esta hora Saudade? Nao, ndo 6 isto: 6 desespero,raiva, um peso enorme no coracéo. Procura recordar o que diziamos, Impossivel. As minhas palavras eram apenas palavras, reproduc imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que no cconsigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vulkos indistintos na escuridao. Li fora 0s sapos arengavam, o vento gemia, as drvores do pomar tornavam-se massas negras. = Casimiro! asimiro Lopes estava no jardim, acocorado a0 pé da janela,vigiando. = Casimiro! ‘A figura de Casimiro Lopes aparece & janela, os sapos aritam, 0 vento sacode as drvores, apenas visveis na treva, Maria das Dores entra vai abrir 0 comutador. Detenho-a no quero luz (0 tique-taque do relégio diminui, os grilos comecam a cantar. £ Madalena surge no lado de Ié da mesa. Digo baixinho: Madalenal ‘Avor dela me chega aos ouvides. No, néo é 20s ‘owvidos. Também ja nao a vejo com os olhos. Estou encostado na mesa, as mos cruzadas. Os objetos fundiram-se, e ndo enxergo sequer a toalha branca. ~Madalena, ‘Avor de Madalena continua a acariciar-me. Que diz la? Pede-me naturalmente que mande algum dinheiro a rmestre Caetano. Isto me irita, mas a iritacdo & diferente das outras, é uma iritagdo antiga, que me deixa intelramente calmo. Loucura estar uma pessoa a0 mesmo ‘tempo zangada e tranqiila. Mas estou assim. Irritado contra quem? Contra mestre Caetano. No obstante ele ter morrido, acho bom que vi trabalhar. Mandrigo! Atoalha reaparece, mas nio seise éesta toalha que tenho sobre as mos cruzadas ou a que estava aqui hé Rumor do vento, dos sapos, dos gros. A porta do escritéri abre-se de manso, 0s passos de seu Ribeiro afastam-se, Uma coruja pia na torre da rela. Terd realmente piado a coruja? Serd a mesma que piava hi dois ‘anos? Talver seja até 0 mesmo pio daquele tempo. ‘Agora seu Ribeiro esta conversando com D. Gléria no saldo, Esquego que eles me delxaram e que esta casa esté quase deserta = Casimito! Penso que chamel Casimiro Lopes. A cabeca dele, com fo chapéu de couro de sertanejo, assoma de quando em quando a janela, mas ignoro se a visdo que me dé é atual Agitam-se em mim sentimentos inconciléveis: cencolerizo-me e enternego-me; bato na mesa e tenho vontade de chorar ‘Aparentemente estou sossegado: as mios continuam cruzadas sobre 3 toalha e 0s dedos parecem de pedra, Entretanto ameaso Madalena com o punho. Escuisito. Distingo no ramerrdo da fazenda as mais insignificantes ‘minudéncias. Maria das Dores, na cozinha, dé licko 30 ;papagalo. Tubardo rosna acolé no jardim. © gado muge no estébulo, (O sala fica longe: para irmos a temos de atravessar um corredor compride. Apesar disso a palestra de seu Ribeiro e D, Gloria é bastante clara. A dificuldade seria reproduzir o que eles dizem. € preciso admitir que est3o conversando sem palaveas. Padilha assobia no alpendre. Onde andara Padilha? Se eu convencesse Madalena de que ela no tem ratio... Se Ihe explicasse que & necessrio vivermos em par... N3o me entende. No nos entendemos. O que vai acontecer seré muito diferente do que esperamos, Absurdo, Hé um grande siléncio. Estamos em julho. © nordeste no sopra e 0s sapos dormer. Quanto is coruas, Marciano subiu a0 forro da igreja e acabou com elas a pau. E foram tapados os buracos de grils. Repito que tudo sso continua a azucrinar-me. ( que nfo percebo é o tique-taque do relég’o. Que horas s40? Nio poss0 ver © mostrador assim as escuras. ‘Quando me sentei aqui, owviam-se as pancadas do ;péndulo, ouviam-se muito bem. Seria conveniente dar corda a0 reldgio, mas no consigo mexer-me. 5|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA (Ramos, Gracilano, SAO BERNARDO, Ro de Janeiro, Record, 1989) 39, Escalha a alternativa que exalica melhor © que se est ppassando com a personagem-narrador, Paulo Honério. 2) Abandonado hé pouco pela amada, encontra-se numa fase transitéria de solidio, ) Preocupado em compreender 0 que se passou, busca recompor a imagem difusa da amada 6) Trata-se simplesmente de um sadomasoquista a esearafunchar sentimentos dos e vivides. 4) Percebe-se a existéncia de um homem de extrema sensibilidade, esmagado por um golpe da fatalidade. ) Entre ele e a amada havia tal quantidade de problemas que a convivéncia se tornou impossivel 20, Aletura do texto mostra uma interpenetracio de 1es5035,fatos objetos e atos que se misturam, enquanto revelam uma escrta dificultosa na apreensso de uma realidade difusa, Dentre as respostas a seguir, qual seria a mais adequada para dar conta dessa aparéncia de ca0s? a) Visando ao refinamento da escrita, romancista, tembaralha intencionalmente os acontecimentos. b) Trata-se de técnica modernista, empregada para traduzir confusio e embaralhamento. ) Adificuldade decorre da natureza do assunto e do estado psicol6gico do narrador. 4) A interpretragao 6 provocada pela complexidade do assunto e dstanciamento dos fatos ¢} Homem rude e agreste, afeito ao trabalho bruto, 0 narredor no é capar de ordenar acontecimentos. 21. Escolha a alternativa que retrata melhor, 8 luz do texto do préprio romance, 0 sentido da expresso "sou forcado”, presente no 22 pardgrafo. 2) € uma obrigago moral de reparar erro cometida no. passado. ) Hé uma imposicdo externa que obriga onarrador a revelar seu drama €) Bxiste uma vontade de autopunir-se para lvrar se do remorso pelo mal cometido. 4) O narrador tem necessidade de escrever para provar sua capacidade. )Trata-se de um impulso interior, que leva 9 narrador a escrever para autoconhecer-se. 22. "Agitam-se em mim sentimentos inconciivels: tencolerizo-me e enterneco-me: bato na mesa e tenho vontade de chorar." Momento central do texto em questo, ajuda a compreender a personalidade e Paulo Honério, personagem-narrador do romance. Pademos dizer que se trata de: a) personagem fraca, abatida pelas circunstancias. 1) personalidade rica de humanidade, que se perturba diante da adversidade. ) personalidade complexa, perturbada diante dos acontecimentos. dd) homem forte, evoltado contra tudo e contra todos, {e)homem sentimental e lirica, incapaz de coneilar os préprios sentimentos. 23."Avor dela me chega 20s ouvides. Nao, ndo é aos ‘ouvidos. Também jé no a vejo com os olhos.” Aleitura atenta do texto permite dizer que: a} em virtude de sua perturbacao psicoldgica, onarrador ‘do consegue recordar com nitidez os acontecimentos 'b) puro jogo de palavras sem outra intengo que a de confundir aos acontecimentas, ]2 confusio provocada pelo estado de choque do narrador possibilta a recuperagao da consciéncia, 4) fraglizada, a personagem ndo consegue operar a dlstingio entre real e imaginério. @) tudo é passivel no estado de convulso em que se cencontra @ mundo do narrador. TEXTO PARA AS PROXIMAS 2 QUESTOES. (Fuvest) "0 possuidor turbado, ou esbulhado, poderd ‘manter-se, ou restituir-se, por sua prépria forsa, contanto ue 0 faca logo.” Ao trazer a discussdo para o campo juridico, o antigo magistrado tentou amenizar o que dlissera;a rigor, no entanto, suscitou duvidas cruéis; que quer dizer “por sua prépria forga?" Sera a forca fisica do posseiro, ou essa mais aquela que a ela se soma pelo lemprego das armas? O pardgrafo unico do Cédligo Civil admite dividas: "Os atos de defesa, ou de desforgo, nfo podem ir além do indispensavel 3 manutencao ou testituigdo da posse”. Se o invasor ver armado, 0 posselco pode usar armas? Se 0 invasaré plural, vem em bandos, © pposseiro pode contar com a ajuda de amigos ou contratar segurangas (oU até jagungos) para defender o que ¢ seu? (0 Estado de 5. Paulo, 04/06/94, A3) 6|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA 24. A formulagdo de uma série de perguntas a) intenta destacar as cantradigaes do texto legal ») visa a péro leitor em diivida sobre a exatido da citacdo €)pretende representar as inquietagBes infundadas do editorialsta, 4) procura chamar a atengo para a injustica do texto legal ) busca desacreditar o argumento representado pela citagdo da let 25, A frase "O possuidor turbado, ou esbulhado, poderd manter-se, ou restitui-se, por sua propria forea, contanto que o faga logo”. poderd ser corretamente substituida, ‘SEM que haja alteracdo das relacbes lgicas, por: 2) Assim que o fez, © possuidor turbado, ou esbulhado, pode manter-se, ou restituir-se, por sua prOpra forca ») Podendo manter-se, ou restituir-se, por sua prépria forga, 0 possuidor turbado, ou esbulhado, f-lo-4 logo. ) Fazendo-o logo, 0 possuidor turbado, ou esbulhado, poderd manter-se, ou restitulr-se, por sua propria forca, 4) 0 possuidor turbado, ou esbulhado, poderd manter-se, ‘ou restituir-se, por sua prépria forga, mesmo que o fara loge. } 0 possuidor turbado, ou esbulhado, poderd, manter-se, ‘ou restituir-se, por sua prépria forga, antes que o facam. TEXTO PARA AS PROXIMAS & QUESTOES. (Fuvest)- Primo Argemiro! £, com imenso trabalho, ele gira no assento, cconseguindo por-se de-banda, meio assim. Primo Argemiro pode mais: transporta uma perna ese escancha no cocho. Que 6, Primo Ribeiro? - Lhe pedir uma coisa... oc® fax? - Vai dizendo, Prima. Pols entio, olha: quando for a minha hora voce no deixe me levarem p'ra 0 arraial... Quero ir mais é p'rao ccemitério do povoado...Esté desdeixado, mas ainda é cho de Deus... Vocé chama o padre, bem em-antes... E aquelas colsinhas que esto numa capanga bordada, enroladas em papel-de-venda e tudo passado com cadargo, no fundo da ccanastra.. s@ rato no roeu... vac enterra junto comigo. [Agora eu no quero mexer I... Depois tem tempo... Voce promete? Deus me livre e guarde, Primo Ribeiro... senhor ainda vai durar mais do que ev. - Eus6 quero saber € se vocé promete. Pols enti, se tiver de ser desse jeito de que Deus nao ha-de querer, eu prometo, Deus Ihe ajude, Primo Argemiro, E Primo Ribeiro Gesvira 0 corpo e curva ainda mals 2 ‘Quem sabe se ele no vai morrer mesmo? Primo ‘Argemiro tem medo do siléncio. ™ Primo Ribeiro, o senhor gosta d'aqui? Que perguntal Tanto faz... bom p'ra se acabar mais ligeio...0 doutor deu prazo de ur ano... océ lembra? Lembro! Doutor apessoado, engrasado... Vivia atras dos mosquitos, conhecla as ragas Id deles, de olhos fechados, 6 pela toada da cantiga...Disse que no era das frutas e nem da dgua... Que era 0 mosquito que punha urn bichinho amaldicoado no sangue da gente... Ninguém no acrecitou... Nemo arraial, Eu estive 14 com ele Primo Argemiro o que adianta -.. E entio ele ficou bravo, pois no fol? Comeu goiaba, comeu melancia da beira do rio, bebeu dgua do Pard e ndo teve nada, Primo Argemiro + 1» Depois dormiy sem cortinado, com janela aberta, ‘Apanhou a intermitente; mas 0 povo ficou acreditando. ~ Fscutal Primo Argemiro..Vocé esté falando de- Carreira, s6 para no me deixar falar! - Mas, entdo, no fala em morte Primo Ribeiro... ppor nada que no queria ver o senhor se ir primeiro do que “Pra ver ta carcaga bem que std agientando, Mas, agora, estou vendo o meu descanso, que esté chega-ndo-chega, na horinha de chegar. “Nao fala iss0 Primol...Olha aqui: no fol pens ele ter Ido s'embora? Eu tinha fé em que acabava com a doenca. = Melhor ter ido mesmo... Tudo tem de chegar e de ir slembora outra ver. Agora é a minha cova que esté me chamando... A'é que eu quero ver! Nenhumas ruindades deste mundo no t8m poder de segurar a gente pira sempre, Primo Argemiro Eseuta Primo Ribeiro: se alemBra de quando 0 doutor dew a despedida p'r 0 povo do povoado? Foi de manhé cedo, assim como agora... 0 pessoal estava todo sentado nas portas das casas, batendo quelxo. Ele ajuntou a kent... Fstava muito triste... Falou: -'NSo adianta tomar remédio, porque o mosquito torna a picar.. Todos tém de se, mudar daqui... Mas andem depressa pelo amor de Deus! -.. Foi no tempo da eleicso de seu Major Vilhena. Tirotelo com trés mortes Foi seis meses em-antes-de ela ir s'embora De branco a mais branco, olhando espantado gara 0 outro, Primo Argemiro se perturbou. Agora esté vermelho, muito. Desde que ela se foi, no falaram mais no seu nome. Nem uma vez. Era como se ni tivesse existido. €, agora 080 Guimardes Rosa, “Sarapalha", do livro SAGARANA, 7|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA 26. "Disse que ndo era das frutas e nem da Sgua Que era © mosquito que punha um bichinho amaldicoado no sangue da gente..." pessoal estava todo sentado nas portas das casas, batendo o quetso” Estas duas passages apresentam a causa © 0s sintomas da doenca nomeada: "Apanhou a intermitent {ual das alternativas identifica a doenca? 2) febre amarela b) male atife 4) esquistossomose } doenca de Chagas 27." “Desde que ela se fo, ndo falaram mais no seu nome. Nem uma vet. Era camo se nlo tivesse exstido. oj seis meses em-antes-de ela ir-s'embora, Estas duas passagens fazem referéncia expicta 20 motivo central da narrativa 2) Primo Ribeiro é casado com Luisa por quem Argemiro se apalxona, a ponto de matar primo. ») Primo Argemiro é casado com Luisa por quem Ribeiro se apaixona, a ponto de provocar a morte do primo. } Luisa € casada com Ribeiro, mas apaixona-se por um boiadeiro que Argemiro mata, em consideracio 30 primo, 4) Lutsa 6 casada com Ribeiro; 0 Primo Argemiro & apaixonado por ela, mas ela foge com um doiadeiro, €} Um boiadeiro, que passa duas vezes pela casa dos primos Ribeiro e Argemiro, casa-se com Luisa, que morava com eles. 28, "Canta, canta, eanarinho, a, a, a. Nao cantes fora de hora ai, ai, a ‘Abarra do dia ai vem, a, a, a Coitado de quer namoral Esta quadrinha ¢ epigrafe do conto Sarapalha. Ela aponta para o climax da estdria que se dé por ocasiso: 2) da elei¢do de seu Major Vilhena: tiroteio com trés, mortes. ) da confissdo de Argemiro e sua expulsio da cass de Ribeiro } do casamento de Luisa com 0 boladeira e despedide dos primos. 4) da morte do boiadeiro, que Argemiro mata em respeito 20 primo, €} da declaragio de Ribeiro e ruptura deste com 0 boladeir. 29. Jodo Guimaraes Rosa, er Sagarana, permite ao leitor lobservat que: a) explora ofollérico do sertao, 'b) em episédios muitas vezes palpitantes surpreende a realidade nos mais leves pormenores etrabalha a linguagem com esmero, )limita-se a0 quadro do regionalismo brasileiro, d) é muito sutil na apresentago do cotidiano banal do jagunco. €)é intimista hermético, TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (Fuvest) Em nossa titima conversa, dzia-me o grande amigo que nao esperava viver muito tempo, por ser um ‘cardisplicente” ~O que? Cardisplicente. Aquele que desdenha do préprio Entre um copo e outro de cerveja ful ao dicionsrio. + "Cardisplicente” ndo existe, vocé inventou -trunfel = Mas se eu inventei, como & que néo existe? - espantou-se o meu amigo, ‘Semanas depo's deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom coragio no deveriam ser cardisplicentes. 30. "- Mas se eu inventei, como é que nao existe?" Segundo se dedur da fala espantads do amigo do narrador, a lingua, para ele, era um cédigo aberto, a) 20 qual se incorporariam palavras fxadas no uso popular. b) aser enriquecido pela criagdo de girias. pronto para incorporarestrangeirismos. di) que se amplia gracas a tradugao de termos cientiticos, €)2 ser enriquecido com contribuigdes pessoas. TEXTO PARA AS PROXIMAS 5 QUESTOES. (Unitau) "Vivemos numa época de tamanha inseguranca externa e interna, e de tamanka caréncia de objetivos frmes, que a simples confissdo de nossas convieses pode ser importante, mesmo que essas convicsSes, come todo julgamento de valor, no possam ser provadas por deducées logicas. Surge imediatamente a pergunta: podemos considerar 2 busca Ga verdade - ou, para dizer mais madestamente, nossos esforcos para compreender 0 universo cognoscivel através do pensamento I6gico construtivo -como um ‘objeto auténomo de nosso trabalho? Ou nossa busca da verdade deve ser subordinada a algum outro objetivo, de cariter prético, por exemplo? Essa questdo nio pode ser resolvida em bases logicas. A decisio, contudo, tera considerdvelinfluéncia sobre nosso pensamento e nosso Julgomento moral, desde que se origine nurma conviegao profunda e inabalével Permitam-me fazer uma confissdo: 8|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA para mim, o esforgo no sentido de obter mator percepcio @ compreensio & um dos abjetivas independentes sem os quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude consciente e positiva ante a vida Na prépra esséncia de nosso esforco para ‘compreendero fato de, por um lado, tentar englobar a lrande e complexa variedade das experiéncias humanas, ¢ de, por outro lado, procurar a simplicidade e @ economia nas hipéteses bésicas. A crenca de que esses dois objetivos podem existr paralelamente 6, devide 20 estSglo primitivo de nosso conhecimento cientifico, uma questéo de fé, Sem essa fé eu no poderia ter uma convicedo firme e inabalével acerca do valor independente do conhecimento, Essa atitude de certo modo religiosa de um homem engajado no trabalho cientifico tem influéncia sobre toda 5a personalidade, Além do conhecimento proveniente da experiéncia acumulada, ¢ além das regras do pensamento l6gico, ndo existe, em principio, nenhuma autoridade culas confissdes e declaragdes possam ser consideradas, jerdade * pelo cientista Isso leva a uma situagdo paradoxal: uma pessoa que devota todo seu esforgo a ‘objetivos materiais se tornard, do ponto de vista social, alguém extremamente individualist, que, a principio, $6 tem fé em seu préprio julgamento, e em nada mais. € possivel afirmar que o incividualismo intelectual ea sede de conhecimento cientifico apareceram simultaneamente na histériae permaneceram insepardveis desde entio. (Einstein, in: “0 Pensamento Vivo de Einstein", p. 13 € 14, 5a, edigo, Martin Claret Ecitores) 31. Lela as frases a seguir: |. A logiea tem base no pensamento e no julgamento moral Il, As pessoas que pensam podem adotar uma atitude consciente e positiva ante a vida II Os seres humanas tentam ou englobar as experiéncias ‘ou buscar a simplicidade para entender a vida IV. 0 cientista no acredita que a "verdade' exista VV. Apesar de ser um contra-senso, 0 cientista é a0 mesmo ‘tempo individualistaintelectualmente e sedento por conhecimente Para 0 autor so falsas as afirmacBes: 3) 1, 1V DLL aillev. d)ilev eh iit Vev. 32. No atime pardgrafo, 0 autor quer transmit lessencialmente a idé’a de que a) 2 personalidade e o trabalho cientifico sao cotsas distintas b) a verdade provém da autoridade. 6) 0 conhecimento cientitico & exclusivamente individualista d) 0 conhecimento é extremamente materialist @) 0 conhecimento cientifco eo individualismo materia so inseparéveis. 3. Em "A crenca de que ESSES dois objetivos podem texistir paralelamente &, devico ao estégio primitivo de nosso conhecimento cientifico, uma questao de fé", 0 autor empregou a palavra em destaque porque 8) € uma indicagio da distancia espacial entre o escrtor e oleitor, 'b) é uma indicag3o da proximidade temporal entre o escritor eo leitor ) € uma indicagdo da distancia temporal entre o eseritor € oleitor, dd) é uma referéncia coesiva a elementos da frase posterior. €) é uma referéncia coesiva a elementos da frase anterior. 34. Na primeira frase do segundo parégrafo, hé dois ‘ravessdes que indicam a) mudanca de interlocutor. ») explicagao complementar de dados. €) dialogo. d) explicaglo da opinido de outra pessoa que no a do autor. €) explicagdo absolutamente desnecessiria 35. No primeira pardgrato, o autor repete as palavras tamanha'"e “conviegSes" para dar ao leitor a idéia de 3) divida b) énfase, )condigio, 4) proporsao. elefeito TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (Fuvest) Ora, ai est justamente e epigrate do liv, se eu lhe quisesse par alguma, e no me ocorresse outra. NEO & somente um meio de completar as pessoas da narracio com as déias que deixarem, mas ainda um par de lunetas para que o leltor dolivro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro Por autro lado, hé proveito em irem as pessoas da ‘minha histériacolaborando nela, judando o autor, por uma lel de solidariedade, espécie de troca de servicos, entre o enxadrista e os seus trebelhos(*) Se aceitas a comparacio, dstinguirés 0 rel e a dama, 0 bispo e 0 cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre, 9|Projeto Medicina ~ www.projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA nem a torre de peSo. Ha ainda a diferenga da cor, branca e preta, mas esta ndo tira 0 poder da marcha de cada pega, ¢ afinal umas e outras podem ganhar a partida, e assim vaio mundo. (Machado de Assis, Esai e Jacé) (¢) Trebethos: pesas do jogo de xadrez 36. Aintervencdo dlreta do narrador no texto cumpre a fungdo de a) distanciar 0 leitor da articulagdo da histéria, evitando identiicago emocional com as personagens. ) despertara atengio doleitor para a estrutura da obra, convidando-o a participar da organizagdo da narratva €)levaro leitor a refletr sobre as narrativas tradicionais, ‘cua sequéncia ldgico-temporal é complexa 4) sintetizar a sequéncia dos episédios, para explicar a trama da narragio, «} confundiroleitor, provocando incompreensio da sequéncia narativa TEXTO PARA AS PROXIMAS 3 QUESTOES. (Fuvest-gv) "Busque Amor novas artes, novo engenho para matar-me, e novas esquivancas; que nio pode trar-me as esperancas que mal me tard o que eu néo tenho. thai de que esperancas me mantenhio! vede que perigosas segurancas: que nio temo contrastes nem mudancas andando em bravo mar nerdido o lenho. Mas, conquanto ndo pode haver desgosto ‘onde esperanga falta, i me esconde ‘Amor um mal, que mata e no se vé; que dias ha que na alma me tem posto tum ndo set qué, que nasce no sei onde vvern no sei como e di ndo se! porqué. 37. Neste poema é possivel reconhecer que uma dialética amorosa trabalha a onosiclo entre: a) obeme o mal; b)a proximidade e a distancia c)o desejo ea idealizacio; 4) 2 raxd0 e 0 sentimento; @) omistérioe a realidade. 10|Projeto Medicina ~ www 38. Uma imagem de forte expressividade deixa implicita uma comparagio com o arriscad jogo de amor. Assinalar 8 alterativa que contém essa imagem: a) o engenho do amor, b) 0 perigo da seguranca; «) naufragio em bravo mar; ) mar tempestuoso;, fe) um no sei que. 39. Assinalar a alternativa que melhor expressa 0 tentendimento do poema’ a) Novas artes e novo engenho do amor fazem o poeta perder as esperangas. 1b) O poeta esta, em relac3o ao amor, como um néufrago ue morreu em alto mar. ) Novas artes e novo engenhe do amor alimentam as cesperangas outrora perdidas. ) O poeta est, em relacdo a0 amor, desesperado como ‘um naufrago em bravo mar. )© amor destruiu as esperancas do poeta porque inoculou nele um mal desconhecido TEXTO PARA AS PROXIMAS 2 QUESTOES, (Fuvest) Pouco a pouco 0 ferro do proprietério queimava (0s bichos de Fabiano. E quando no tinha mais nada para vender, 0 sertanejo endividava-se. Ao chegar a partiha, estava encalacrado, ena hora das contas davam-lhe uma riinharia, (ra, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou © ado, arrependeu-se, enfim deixou a transagio meio apalayrada e fol consultar a mulher. Sinhé Vitéria mandou. (0s meninos para o banheiro, sentou-se na cozinhe, concentrou-se,distribuiu no chdo sementes de varias lespécles, realizou somas e diminuigBes. No dia seguinte Fabiano vottou @ cidade, mas a0 fechar 0 negocio notou que as operagdes de Sinha Vitéra, como de costume, diferiam das do patrdo. Reclamou e obteve a explicacso habitual a diferenca era proveniente de juros. No se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senor, via-se perfeitamente que era bruto, mas 3 ‘mulher tinka miolo, Com certeza havia um erro no papel do branco, No se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passara vida intea assim no toco, entregando 0 que era dele de mao beljadal Estava dreito aqullo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforia (0 patrdo zangou-se, repel a insoléncia, achou bom que o vaqueiro fosse procurar servigo noulra Fazenda, ‘Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, ber Nao era preciso barulho nao. Se havia dito palavra 3-toa pedia desculpa. Era bruto, no fora ensinado. Atrevimento no tinha, conhecia 0 seu lugar. Um cabra lal puxar {questo com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabla respeitar os homens. Devia ser ignordncia da mulher, provavelmente devia serignorancia da mulher. estranhara as contas dela. Enfim, camo ni sabia ler (umm projetomedicina.com.br PROIETO EDICINA bruto, sim senhor), aceitara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava no calr noutra ‘© amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tiolo. Na porta, virande-se, enganchou as rosetas das esporas, afastou-se tropecando, os sapaties de couro cru batendo no chio como cascos. Foi até a esquina, parou, tomou félego. Nao deviam traté-o assim. Dirgiv-se a0 quadro lentamente, Diante da bodega de seu Indcia virou 0 rosto e fez uma curva larga, Depois que acontecera aquela miséria, temia passar al Sentou-se numa calgada,tirou do bolso o dinheiro, examinou-6, procurando adivinhar quanto the tinham furtado, Nao podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era. Tomavam-Ihe o gado quase de graca e ainda inventavam juro. Que jurol O que havia era safadera, (Graciliano Ramos, Vidas Secas) 40, 0 texto, no seu conjunto, revela que Fabiano: a) ousou enfrentar o branco provando-the que as contas dele estavar erradas, b) a0 perceber que era lesado, defendeu com éxito seus direitos. )conscientizou-se de que era vitima de safadeza, ¢ conseguiu justica, 4) conciuiu que era explorado na venda do gado e nas conta. e) indignou-se com sua situagio mas voltou as boas com 0 patréo. 41. A respeito de Sinha Vitéria, a mulher de Fabiano, & possivelafirmar que’ a) tinha miolo, ndo errava nas operagSes ¢ tentava atenuar ‘0 conflitos do maride com o patric. ») era mesmo ignorante; quando Fabiano percebeu seu e110, fo! pedir desculpas a0 patrdo. c)além de errarnas contas,irritava-se com a diferenca dos juros. 4) suas contas sempre diferiam das do patrSo, mas ela pedia a Fabiano que se conformasse. €}era.0 Unico apoio do vaqueiro, mas infeliemente sua aco no tinha efeit. TEXTO PARA A PROXIMA QUESTAO (Fuvest) "A triste verdade é que passel as férias no

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