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A paz sem vencedor e sem vencidos

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos


A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeo de esperana e de justia.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser transparncia


Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a ns o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos


Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justia
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen


Dual (1972)

Apresentao Oral:
A paz sem vencedores nem vencidos.
Estrutura Interna:
O poema est estruturado sob a forma de uma prece.
Assim, na 1 estrofe, o Sujeito Potico pede uma paz
especfica, em que todos sejam iguais onde no haja nem
vencedores nem vencidos. Deseja ainda que o novo tempo
seja de esperana e de justia.
A 2 a 4 e a 6 so monsticos que se repetem
funcionando como um refro ou uma reza, o que d
musicalidade ao poema.
Na 3 estrofe, o Sujeito Potico apela ao imperativo
Erguei o nosso ser transparncia com o objectivo de
dizer que o segredo da vida e do sentido da palavra de
Deus reside na transparncia e s assim se encontra a paz.
Finalmente, na 5 estrofe, ele pede ainda a todos os
homens que sejam verdadeiros, justos e livres porque, para
ele, s assim se encontra a paz.

Estrutura Externa:
-Tema: Prece Paz ou Frmula para a paz;
-Intercala estrofes com 5 versos denominadas de
quintilhas, com estrofes com apenas 1 verso chamadas
monsticos que so sempre iguais e do uma certa
musicalidade ao poema.
-Neste poema so predominantes os versos
decassilbicos mas no geral tem uma estrutura
irregular.

-Existem algumas rimas emparelhadas nos versos 5 e 6;


11 e 12; 17 e 18, que so sempre as mesmas, ou seja,
estes pares de versos repetem-se ao todo 3 vezes o que,
mais uma vez, d musicalidade ao poema.

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