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INSTALACOES ELETRICAS INDUSTRIAIS 72 EDICAO Joio MAMEDE FILHO Engenheiro eletricista Diretor de Planejamento e Engenharia da Companhia Energética do Gear (1988-1990) Ex-Diretor de Operaciio da Companhia Energética do Ceard — Coelee (1991-1994) Ex-Diretor de Planejamentoe Engenharia da Companhia Energética do Ceara (1995-1998) Ex-Presidente da Comité Coordenador de Operagies do Norte-Nordeste — CCON Ex-Presidente da Nordeste Energia S.A. — Nergisa (1999-2000) sAtual Presidente da CP: — Consultoria e Projetos Elétricas Professor de Hletrotécnica Industrial da Universidade de Fortaleza — Unifor (desde 1979) LTC EDITORA cariito MOTORES ELETRICOS 6.1 INTRODUGAO (O motor elétrico é uma maquina que transforma energia elétrica em energia mecanica de util: zagdo. ‘Os motores elétricos so divididos em dois grandes grupos, tormando o valor da tensiio coma base: corrente continua ¢ alternada, Para melhor visualizar os diferentes tipos de motores eléti- cos, analisar a Figura 6.1. A seguir sera descrito resumidamente os principais tipos apresentados na figura mencionada. 6.2 CARACTERISTICAS GERAIS DOS MOTORES ELETRICOS As principais earacteristieas dos motores elétricos, em geral, sao: 6.2.1 Motores de Corrente Continua Jo aqueles acionados através de uma fonte de corrente continua, Sido muita utilizades nas inddistrias quando se faz necesstirio manter o controle fino da velocidade num proceso qualquer de fabricagdo. Como exemplo, pode-se citar a indkistria de papel. Sio fabricados em trés diferen tes caracteristicas. a} Motores série Sao aqueles em que a corrente de carga ¢ utilizada também como corrente de excitagio, isteé, as bobinas de campo so ligadas em série com as bobinas do induzido, Estes motores nao podem, ‘operar a vazio, pois a sua velocidade tenderia a aumentar indefinidamente, danificando a maqui- na. b) Motores em derivagiio Sao aqueles cm que 6 campo esté diretamente ligado a fonte de alimentagiio ¢ em paralelo com © induzido. Sob tensdo constante, estes motores desenvolvem uma velocidade constante e um conjugado varidvel de acordo com a carga. ©) Motores composios | Sao aqueles em que 0 campo ¢ constituide de duas bobinas, sendo uma ligada em série ea tra em paralelo com 0 induzido, Estes motores acumulam as vantagens do- motor série ¢ de derivacao, isto 6, possum um elevado conjugado de partida ¢ velocidade aproximadamente o tante no acionamento de cargas varidveis. 6.2.2 Motores de Corrente Alternada . Sio aqueles acionados através de uma fonte de corrente alternada. Sao utilizados na mi ; das aplicagbes industriais. Morores ELETRIC 265 Tote Etoincos Convenes Continua ind ][Exciopto][ Exctoate | [Exenapio Parmanonta| | ‘séria|fresopondort| Frompeanal] Universe | | Tisieo Linas ine teers] [romana pases] [oro] [amin — [ Saioia aa Gaicta | [Rom [Pepsi Histerase oe Se : nit | [ste | [Po] [rents ree [ I l | eee alae FIGLRA 6.1 Classifieagio dos motores elétricos Ha varios tipos de motores elétricos empregados em instalagdes industriais, No entanto, por sua maior aplicagao nesta Grea, devido a simplicidade de construgaa, vida ttil longa, custo redu- zido de compra e manutengao, este livro ira tratar mais especifi te dos motores elétricos incronos de indugao. 6.2.2.1 Motores trifasicos Jo aqueles alimentados por um sistema trifisico a trés fios, em que as tenses esto defasadas de 120° elétricos, Representam a grande maioriu dos motores empregados nas instalagdes indus- triais. A Figura 6.2 mostra 0s seus principais componentes, Podem ser do tipo indugao ou s Rotor Chapa Magnética ildsico 266 CapiTuLo Ses: a) Motores de indugao Siio constitufdos de duas partes basicas: + Estator Formado por trés elementos — Careaga: constituida de uma estrutura de construgao robusta, fabricada em ferro fundido, ago ou aluminio injetado, resistente & corrosdo € com superficie aletada e que tem c principal funcao suportar todas as partes fixas € méveis do motor. — Mticleo de chapas: constitufdo de chapas magnéticas adequadamente fixadas ao estator, = Enrolamentos: dimensionados em material condutor isolado, disposios sobre © nicleo¢ li gados i rede de energia elétrica de alimentagao. + Rotor elementos basicos. Tambeém constituido de tr 3x0; responsavel pela trunsmissio da poténcia mecdnica gerada pelo motor. — Niicleo de chapas: constituido de chapas magnéticas adequadamente fixadas sobre 0 eixa = Barras ¢ anéis de curto-circuito (motor de gaiola): constituido de aluminio injetado sobre pressio, — Enrotamentos (motor com rotor bobinada): constituidos de material condutor e disposto sobre © nticlea, d) Demais componentes + Ventilador: responsivel pelo remociio do calor acumulado na carcaga + Tampa defletora: componente mecinica provido de aberturas instaladas na parte traseirad motor sobre 0 ventilador, + Terminais: conectores metilicos que recebem os condutores de alimentagao do motor, + Rolamentos: componentes mecinicos sobre os quais esta Fixudo o eixo, = Tampa: componente metilico de fechamento lateral. + Caixa de ligagdo: local onde esto fixados os terminais de ligagdo do motor. As correntes rotéricas siio geradas eletromagneticamente pelo estator, tinico elemento da! tor ligado 8 linha de alimentacdo. O-comportamento de um motor elétrica de indugdo relative ao rotor é comparado ao secund rio de um transformador. O rotor pode ser constituido de duas maneiras: Rotor bobinado Constituida de bobinas, cujas terminais so ligados a anéis coletores fixados ao cixo-do ¢ isolados deste. Sio de emprego freqiiente nos projetos industriais, principalmente quando se necesita de trole adequado a movimentagao de curga, ou se desea acionar uma determina carga atravésd reostato de pau Estes motores so construidos com o rotor envalvid por um conjunto de bobinas normal tc interligadas, em configuracio estrela, com os terminals conectados a tres anéis, presos met camente ao eixo do motor, poréin isolados eletricamente, ¢ ligados através de escovas condutot auma resisténcia trifasica provida de cursor rotativo. Assim, as resisténcias sao colocadas em com o circuito do enrolamento do rotor, ¢ a quantidade utilizacla depende do niimero de estih de partida adotado, que, por sua vez, € dimensionado em fungao exclusivamente do valor dan xima corrente admissivel para acionamento da carga, ‘A Figura 6.3 mostra esquematicamente a ligagio dos anéis acoplados ao reostato de p com a barra de curto-circuito medianamente inserida, J4 a Figura 6.4 mostra também a lig: um motor com reostato-de partida ajustado para acionamento em trés tempos. ‘Através da Figura 6.4, pode-se observar que, quando € acionado o contator geral CL ligad terminais 1-2-3, 0 motor parte sob o efeito das duas resistencias inseridas.em cada bobina roti Apés um certo perfodo de tempo, previamente ajustado, 0 contator C3 curto-circuita o pr grupo de resistencia do reostato, o que equivale ao segundo estagio, Decorrido outro determi periodo de tempo, 0 contator C2 opera mantendo em curto-cireuito o tiltimo grupo de resistén Moores ELerRict 267 ‘Barra de Curto-Cleuto para _ 4 Varlaco a Fes stenci z i 2 g ;cuito Terminal de Alimantagiio foe do reostato, o que equivale ao terceiro estiigio. Nesta condigao, 0 motor entra em regime normal de funcionamento, Os motores de anéis sao particularmente empregados na frenagem elétrica, controlando ade- quadamente a movimentagiio de cargas verticais, em baixas velocidades, Para isso, usa um siste- ma combinado de frenagem sobressincrona ou subsincrona com inversdo das fases de alimenta- Ho. Na etapa de levantamento, © motor é acionado com 4 ligagdo normal, sendo que tanto a forca dria para vencer a carga resistente, quanto a velocidade de levantamento so ajustadas pela insergio ou retirada dos resistores do circuito do rotor. Para o abaixamento da carga, basta inver- ter duas fases de alimentagao ¢ o motor comporta-se como gerador, em regime sobressincrono, fornecendo energia a rede de alimentagdo, girando, portanto, no sentido contrari ao funciona mento anterior, ‘Sao empregudos no acionamento de guindastes correias transportadoras, compressores a pis- tao ete ~ Rotor em gaiota Constituido de um conjunio de barras nio isoladas ¢ interligadas através de angis condutores curto-circuitados. Por sua maior aplicagao industrial, ser © objeto maior deste capitulo. ‘Omotor de induce opera normalmente @ uma velocidade constante, variando ligeiramente com aaplicacao da carga mecanica no eixo, 0 funcionamento de um motor de indugao baxeia-se no principio da formagao de campo mag- nético rotative produzido no estator pela passagem da corrente alternada em suas. bobinas, cujo fluxo, por efeito de sua variagiio, se desloca em volta do fotor, gerando neste correntes induzidas que tendem a se apor ao campo rotativo, sendo, no entanto, arrastado por este. Orotor em nenhuma hipstese atinge a velocidade do campo rotativo, pois, do contrario, naa haveria geragio de correntes induzidas, eliminando-se o fendmeno magnético rotérico responsd~ vel pela trabalho mecanico do rotor. Quando © motor esté girando sem a presenga de carga mecnica no eixo, comumente chamado ‘motor a vazio, « rotor desenvolve uma velocidade angular de valor praticamente igual & velocida- de sincrona do campo girante do estator. Adicionando-se carga mecdnica a0 eixo, o rotor diminui Capiruco SEIS a sua velocidade. A diferenga existente entre as velocidades sinerona ¢ a do rotor é denominada ‘escorregamento, que representa a frago de rotagio que perde o rotor a cada rotacio do campo rotGrico. © escorepamento, em termos percentuais, é dado pela Equagio (6.1), WW x 199 Ce) (6.1) W,— velocidade sincrona; W— velocidade angular do rotor. 6.2.2.2 Motores sincronos ‘Os motores sincronos, comparativamente aos motores de indugao ¢ de rotor bobinada, sio de pequena utilizagio em instalagées industriais. ‘(Og motores sincronos funcionam através da aplicagéio dé uma tensdo alternada nos terminais do estator, excitando o campo rotérico por meio de uma fonte de corrente continua que pode ser diretamente obtida de uma rede de CC, de um conjunto retificador, de uma excitatriz. diretamente acoplada no eixo do motor, comumente chamada de dinamo, ou de um. grupo motor-gerador. A excitagao do campo € feita geralmente através de anéis coletores acoplados ao cixo do motor. "A corrente absorvida pelo circuito estatorio é fungi da corrente de excitagao para uma deter- minada carga acionada pelo motor. Quando o motor esta girando a vazio, a corrente do estator praticamente igual a corrente de magnetizacao, Se for acoplada ae motor uma carga meedniea, a corrente absorvida pelo estator aumentard, estabelecendo um conjugado motor suficiente para vencer 6 conjugado resistente Quando a corrente de excitagio é de valor reduzido, isto é, 0 motor esta subexcitado, a forga eletromotriz induzida no circuito estatérico é pequena, fazendo com que o estator absorva da rede de alimentagao uma determinada poténcia reativa necessiriaa formagao de seu campo magnético. ce vuja corrente esté atrasada cm relagio a tensiio da rede. Se a corrente de excitagdo for aumentada gradativamente, mantendo-se a grandeza da carga e, conseqiientemente, elevando-se 0 valor da farga eletromotriz no estator, deve-se chegar num determinado instante em que a corrente estat6rica, ‘até entiio atrasada, fica em fase com a tensio da rede significande um fator de poténcia unitério, Se este procedimento continuar, isto é, se a corrente de excitagao for aumentada ainda mais, @ corrente estatérica se adiantard em relagdo a tensdo, caracterizando a sobreexcitagiio do motor sfncrono, fazendo com que este passe a fornecer poténcia reativa & rede, trabalhando com um fa tor de poténcia capacitivo. Esse ¢ 0 principio bisico da corregao do fator de poténcia de uma instalacao, utilizando-o motor sincrono em alternativa a banco de capacitores. A Figura 6.5 mostra a variagilo da corrente estatérica ¢ do fator de poténcia relativamente i corrente de excitagio, A Figura 6.6 relaciona percentualmente a poténcia capacitiva fornecida por um motor sincrono em relagio sua poténeia nominal, em fungao da variagio de carga, para wnt Fator de Potancia Unitario | | \ 1 | | Motor Me ee Motor lSubexcitade Soe Sobreexcitado Absorgio de Potéricla Fornecimento de Poténcia ~ eativa =f Reais Corrente de Excitagao FIGURA6.5 Fator de poténcia corrente de excitagio 6.6 idade da motor sinerono jecimeento de poténcia Morores ELETRICOS. 269 400 Poténcia Reativa em Funcao da Poténcia Nominal do Motor em cv (96) 20 o 25 50 78 100 120 Carga (% da Phy) Através das curvas da Figura 6.6 conclui-se que um motor sinerono com fator de poténcia 0,80 pode fomecer, quando a vazio, 66% de sua poténcia em cv em poténcia reativa capacitiva. Se for acoplada ao seu eixo uma carga mecinica de valor igual & nominal, ainda pode fornecer 62% de sua capacidade em poténcia capacitiva, Cabe alertar que, neste caso, relativamente A Figura 6.6.0 motor sincrono est operando sobreexcitad. A utilizacéio de motores sincronos acionando determinados tipos de carga mecdinica para cor- regdo do fator de poténcia de uma instalagao industrial requer cuidados adicionais com respeito As flutuagGes no torque, devido A natureza da propria carga. Também, motores sincronos, de potén- cia inferior a 50 cv, nio so adequados & corregao do fator de poténcia, em virtude da sensibilida- de de perda de sincronismo quando da ovorréncia de flutuagdes de tensio na rede de alimentagio, ‘Os motores s{ncronos apresentam dificuldades operacionais priticas, pois necessitam de fonte de excitagao, requerendo manutencio constante e muitas vezes dispendioss Uma das desvantagens de utilizagao do motorsincrono esti na partida, pois €necessério que se leve omesmoa uma velocidade suficientemente proxima da velocidade sincrona, a fim de que ele possa entrar em sincronismo com o campo girante, Sio empregados varios recursos para tal finalidude, dos quais so citados dois: + utilizagdo de um motor de corrente continua acoplade ao eixe do motor sincrono; + utilizagao de enrolamento de compensagio. Através daaplicagdo deste Gltimo método, 0 comportamento do motor sincrono durante a par+ tida € semethante ao do motor de indugao. Durante a partida do motor sincrono, dotado de enralamentos de compensagao também conhe- cides como enrolamentos amortecedores, 0 enrolamento de campo-de corrente continua deve ser curto-cireuitado, enquanto se aplica a tensio da rede nos terminais do estator até levar 6 motor a yazio a condigiade sincronismo, semethantemente a um motor de indugae, A seguir, destaz-se a ligagio de curto-cireuito do enrolamento de campo e aplica-se nele uma corrente continua, ajus- tando-se adequadamente a finalidade de utilizago a que se propée. Construtivamente, os enrolamentos amartecedores podem ser do tipo gaiola de esquilo ou do tipo rotor bobinado, Neste Ultimo caso, o motor sincreno utiliza cinco angis caletores, conforme esquema da Figura 6.7, sendo que em trés destes se acoplam as resisténcias externas do reostato de partida, enquanto os outros dois sie utilizados para a excitagao do campo rotérieo. A semelhanga do motor de indugao, & medida que se reduz a resisténcia do cireuito de amorte- cimento, 0 motor se aproxima da velocidade sincrona até que se aplica no enrolamento de campo uma tensio em corrente continua, fazendo © motor entrar em sincranismo com o campo girante. 6.2.2.3 Motores monofasicos de indugao ‘Os motores monofiisicos so relativamente aos motores triffésicos de pequeno uso em instala- 68¢s industriais, Sao construides normalmente para pequenas poténcias (até 15 cy, em geral), 270 CAPITULO Sets FIGURA 6.7 Motor sincrono Ghreulto Terminal p Ani Goletores Os motores monofiisicos so provides de um segundo enrolamento colocado no estator e defa- sido de 90° elétricos do enrolamento principal, € que tem a finalidade de tornar rotativo 6 ¢ampo estatérico manofisieo, Isto € 0 que permite a partida do motor monoféisico. G torque de partida é produzido pelo defasamento de 90° entre as correntes do cireuito princi pal e do cireuito de partida, Para se obter esta defasagem, liga-se ao circuite de partida um condensador, de aordo com esquema da Figura 6.8(a) © campo rotativo assim produzide orienta 0 sentido de rotagio do motor, A fim de que o cir- cuito de partida ndo fique ligado desnecessariamente apés @ acionamento de motor, um dispositi- vo automético desliga 0 enrolumento de partida, pasando 6 motor a funcianar normalmente em regime monofisico, Este dispositivo pode ser acionado por um sistema de forga centrifuga, com forme Figura 6.8(a), ‘A babina que liga 0 circuito de partida 6 desenergizada pelo decréscimo do valor da corrente no circuito principal ap6s o motor entrar em regime normal de funcionamento. A Figura 6.8(b) fornece o detalhe de ligagao desse dispositive automético, ‘Ocondensador de partida é do tipo eletrolitico que tem 4 caracteristica de funcionar somente quand solicitado por tensdes com polaricade estabelecida. E montado, normalmente, sobre a carcaga do: estator através de um suporte que também tem a finalidade de protegé-lo mecanicamente. A Tabela 6.1 fornece as caracteristicas basieas dos motores monofasicos. ‘Os motores monofsicos podem ser do tipo indugao ou sincrono, cujas caractert silo idénticas ds que foram estabelecidas para os motores trifasicas correspondentes. ‘as basieas 6.2.2.4 Motores tipo universal Sio aqueles capares de operar tanto em corrente continua como em corrente alternada, Si amplamente utilizados em aparelhos eletrodomésticos, tais como eneeradeiras, liqiidificadores, (hasan : a a " a bol | Ott SA en ae. Enrolamento Enroizmenio cde Partda ‘de Partioa, (a) Tips forga centrifuga (©) Tipo decréscime da corrente. FIGURA 6.8 Interruptor automatice Merores ELETRICOS 271 61 Caracteristicas dos motores elétricos monofisicos TI polos : tae 1s a 3.535 5 1B 29 O31 23 1S 0,0020 2 os 3.530 76 2 29 0.61 23 16 0,0024 3 130 3.460 n 16 30 O81 22 n 0,006 | 4 18.0 3.515 79 BT 28 0,61 26 1m 00093 3 230) 3.515 81 19 28 1,00 26 al 0,0104 15 34.0 3.495 8 62 21 1.50 2 m8 040210 10 420 3.495 82 7 21 2,00, 26 82 0,0295, 1W polos 1 | os] 58 1.760 u 82 30 | 041 25 1 0,0039 1s 10 75 1.760 ws R7 28 0.61 29. 75 00,0052, 2 us| 49s 1.750 7 87 30 | O81 28 1 6.0084 3 22 1400 | 1955 9 a5 3.0 1.20 2.8 ye 0.0163 4 | 30]; 190) | 1.245 80 Ta 29 1,60 26 80 00183 S| 37 | 250 750 sl 75 30 200 | 26 81 10,0336 iy | 340 745, 84 74 30 310 2.6 84 0.0378, 10 | 46.0 1745 85 16 3.0 4100 25 85 10,0034 batedeiras ete, Sao constituidos de uma bobina de campo-em série coma bobina da armadura,¢ de uma bobina de compensagtio que pode estar ligada em série ou em paralelo com a bobina de cam= po. cuyja compensagiio é denominada respectivamente de condutiva ou indutiva. MOTORES ASSINCRONOS TRIFASICOS COM ROTOR EM GAIOLA Os motores de induce tifésicos, rotor em gaiola, so usados na maioria das instalagdes indus- triais principalmente em maquinas nao suscetiveis a variagdes de velocidade Para obtengiio de velocidade constante, devem-se usar motores sincronos normalmente construidos para poténcias elevadas, devido a seu alto custo relativo, quando fabricados em po- téncias menores. ‘A seguir, serio estudadas as principais caracteristicas dos motores de indugdo trifasieos com rotor em gaiola. 1 Poténcia Nominal fa poténcia que o motor pode fomecer no eixo, em regime continuo, sem que os limites de temperatura dos enrolamentos sejam excedidos aos valores méximos permitidos por norma den- tro de sua classe de isolumento, Sempre que so aplicadas aos motores cargas de valor muito su= perior ao da poténcia para a qual foram projetados, os seus enrolamentos sofrem um aquecimento anormal, diminuindo a vida util da maquina, podendo danificar o isolamento até se estabelecer um curto-circuito interno que earaeteriza a sua queima, A poténcia desenvolvida por um motor representa a rapide. com que «-energia ¢ aplicada para mover a carga, Por definigio, poténcia é a relagdo entre a energia gasta para realizar um determi- nado trabalho ¢ o tempo em que o mesmo foi executado, [sto pode ser facilmente emtendido quan- do se considera a poténcia necesséiria para levantar um objeto pesando 50 kgf do fundo de um poco de 40 m de profundidade, durante um perfodo de tempo de 27 s, A energia gasta folde 50 kgf X 40 m = 2,000 kgf » m, Como © tempo para realizar este trabalho foi de 27 s, a poténcia exigida pelo motor foi de P,,, = 2.00/27 kgf + m/s = 74 kgf - m/s. Se o mesmo trabalho tivesse 272 CapiTuLo SEIS. que ser realizado em 17s, a poténeia do motor teria que ser incrementada para P,., = 2.000)1 kgf: mls = L17 kgf - m/s. Considerando que I cv equivale «75 kgf m/s, eno as poténcias dos motores seriam: P= 4 =0,98~1ev 75 aa = 1,56 = 11/2 ev A poténcia nominal normalmente & fornecida em cv, sendo que | ev equivale a 0,736 kW. A poténcia nominal de um motor depende da elevagio de temperatura dos enrolamentos di- rante 0 ciclo de carga. Assim, um motor pade acionar uma carga com pot€ncia superior & sua pos téncia nominal até atingir um conjugado um pouce inferior a seu conjugada maximo, Essa sobre: carga, no entanto, no pode resultar em temperatura dos enrolamentos superiores & sua classe de temperatura, Do contrério, a vida titi! do motor seri sensivelmente afetacia. Quando o motor operacom cargas de regimes intermitentes, a poténcia nominal do motor de ser calculada levando em consideragao o tipo de regime, Esse assunto sera tratado no Capitulo 7 Como informagao adicional, a seguir séo dadas.as expresses que permitem determinar a po téncia de um motor para as atividades de maior uso industrial: a) Bombas 9,80 x yx Ht w (6.2) P, ~ poténcia requerida pela bomba, em kW; Q— quantidade do liquide, em m'/s; >y— peso especitico do liquido, em kg/dm'; y= | kevin’ — para a agua H — altura de elevagio mais altura de recalque, em m: ay- eficiéncia da bomba 0,87 = = 0,90 — para bombas a pistao: 0,40 = 9 = 0,70 — para bombas centrifugas, EXEMPLO DE APLicacio (6.1) Calcular a poténcia nominal de um motor que ser acoplado a uma bomba centrifuga, cuja vaio éde 0,50-miss, A altura de recalque mais a de elevagiio € de 15 m ¢ destina-se & captagio de égua potdvel, 8X05 X LX 1S 0,70 = 105.0 kW > P, = 150 c¥ (Tabela. 6.3). b) Blevadores de carga 63) P,— poténcia requerida pelo motor do guindaste, Ws n= 0.70 C— carga a ser Jevaniada, ern kes V— velocidade, em m/s: 0,50 <= V = 1,50 mys — para clevadores de pessoa; 0,40 = V = 0,60 m/s ~ para elewadores de carga EXEMPLO DE APLICACAO (6.2) Determinar a poténcia nominal de um motor de um elevador de carga destinado a Levantar uma maxima de 400 kg. Morores ELetRicos 273 400 X 0.6 = 3,36kW > Py = Sev 6.3), EXOT Pq = Sev (Tabela. 6.3), c) Wentiladores xP. pe EXP a) 1.0003 4 requerida pelo ventiladar, em kW; Q— vazio,em m'/s; P— presi, em Nf’ y= rendimento: 0,50 < 7) = 0,80 — para ventiladores com P > 400 mmHg; 0,35 = 1) = 0.50 — para ventiladores cam 100 = P = 400 mmiig; 0,20 = 1) = 00.35 — para ventiladores com P< 100 mmHg. Obs: Emmblg = 9,81 Nim’ [Nfin® = 1,02 10° kfm? di) Compressores 2K WKW. Cy a (65) 1.000% 7. P.— poténcia requerida pelo compressor, em kWs W. ~ velocidade nominal do compressor, em rps; Cx ~ conjugado nominal do compressor, em mN: a, ~ rendimento de acoplamento: Te = 095 Determinar a poténeia de um compressor, sabendo-se que a redugdo do acoplamento é 0,66, a velocidad do compressor é de [,150 1pm ¢ 6 conjugado nominal de 40 mN_ + ¥elocidade nominal do motor = 150 5 par Rk 0 °° + Velocidade nominal do compressor 1.150 = 112 < 19.16 ps 60 m + Poténcia nominal do motor Sov (Tabela. 6.3). 1.000 * 0,95 Existe uma condigio operacional de motores muite wtilizada em processos industrials, notadamente em estciras rolantes, quando dois ou mais motores funcionam mecanicamente em paralelo. Sedois ou mais motores idénticos sio acoplados por ui mecunismo qualquere trabalham mecanicamen- te om paralelo dividem a carga igualmente, Para isto, é necessério que os motores tenham 0 mesmo-escorre- gamento, o mesmo mimero de pélos € a mesma poténeia nominal no eixo, Sedois ou mais motores 1ém.o mesmo niimero de pélos, mas diferentes poténcias nominais no eixo, nor- malmente dividem a carga na mesma proporgdio de suas poténcias de safda. Tenséo Nominal As tens6es de maior utilizagao nas instalagoes elétricas industriais so de 220, 380 440 V. A ligagao do motor num determinado circuito depende das tensdes nominais miltiplas para as quais foi projetado, o que serd objeto de estudo posterior. 274 6.3.3 Corrente Nominal 6.3.4 Freqiiéneia Nomi 6.3.5 Fator de Poténcia 6.3.6 Fator de Servigo CaviruLo Ses. Os motores devem trabalhar dentro de limites de desempenho satisfatério para uma variagao de tensio de ++ 10% de sua tensdo nominal, desde que a freqiiéncia no varie. No Capitulo 10 se- To mostrados oy efeitos das variagdes de tensfo ¢ fregiiéncia sobre os motores, indicando-se os dispositivos de protegdo adequados. aquela solicitada da rede de alimentago pelo motor trabalhando a poténcia nominal, coma freqiiéncia ¢ tensdes nominais. O valor da corrente é dado pela Equagio (6.6). 136 X Py oe (A) 46.6) VE XV X aX cos Pq — poténcia nominal do motor, em ev; V~ tensio nominal trifésica, em vol a= rendimento do motor; cosip~ fator de poténcia sob carga nominal imensionade. E aquela fornecida pelo circuito de alimentagdo ¢ para a qual 0 motor foi © motor deve trabathar satisfatoriamente se a freqiiéncia variar dentro de limites de + 5% da. freqiiéncia nominal, desde que seja mantida a tensio nominal constante, Qs motores triffisicos com rotor bobinado quando ligados numa rede de ene elétrica euja diferente da freqiiéncia nominal apresentam as seguintes particularidades: freqiiéne: 4) Motor de 50 Hz ligado em 60 Hz + apoténcia mecancia nfo varia; + acorrente de carga nao varia; * acorrente de partida diminui em 17%; + avelocidade nominal aumenta em 20% isto é, na mesma proporgao da aumento da freqiién- cia; + a relagdo entre 6 conjugado maximo e 0 canjugado nominal diminui em 17%; + arelacdo entre 0 conjugado de partida ¢ 0 conjugado nominal diminui em 17% b) Motor de 60 Hz ligado em 50 Hz. + a poigncia aumenta em 20% para mot + acorrente de carga nao varia: + a velocidade nominal diminui na mesma proporcio da redugiio da freqiiéncia; + arelagdo entre 0 conjugado maximo e 0 conjugado nominal aumenta; + arelaglo entre 0 conjugado de partida eo conjugado nominal aumenta, de TV, Vie VITI pélos; Deve-se consultar o Capitulo 4, um ndmero que pode ser multiplicade pela poténcia nominal do motor, a fim de se obterd carga permissivel que 0 mesmo pode acionar, em regime continuo, dentro de condigé estabelecidas por norma O fator de servigo no esté ligado A capacidade de sobrecarga propria dos motores, valor geri mente, situado entre 140 e 160% da carga nominal durante perfodos curtos, Na realidade, o fat de servigo representa uma poténcia adicional continua. Perdas Ohmicas Moores ELeraicos 275 Omotor absorve do cireuito de alimentagao uma determinada poténcia que deverd ser transmi- tida ao cixo para o acionamento da carga, Porém, devido a perdas internas em forma de calor ge- rado pelo aquecimento das bobinas dos enrolamentos ¢ outras, a poténeia mecdnica de saida no exo é sempre menor do que a poténcia de alimentago, Deste fendmeno nasce o-conceito de ren- dimento, cujo valor & sempre menor que a unidade As perdas vert Jas uM motor elétrico sao: + perdas Joule nas bobinas estatéricas: perdas no cobre (P.,): + perdas Joule nas bobinas rotoricas: perdas no cobre (P,,.); + perday magnéticas estat6ricas: perdas no ferro (P,): + perdas magnéticas rotéricas: perdas no ferro (P,%; + perdas por ventilacdo: (P,); + perdas por atrito dos maneais: perdas mecénicas (P.) A Figura 6,9 ilustra 0 balango das poténcias e perdas elétricas envotvidas num motor elétrico. Todo 0 calor formado no interior do mator deve ser dissipado para o meio exterior através da superficie externa da carcaga, auxiliada, para determinados tipos de motores, por ventiladores acoplados a0-eixo. Nao se deve julgar o aquecimento intemo do motor simplesmente medindo-se a temperatura da carcaga, pois isto pode fornecer resultados falsos, Os motores triffsicos ligados a fontes trifaisicas desequilibradas softem o efeito do componen- te de seqiiéncia negativa em forma de aquecimento, provacando @ aumento das perdas, principal- mente as percas no cabre e, teduzindo, assinva poténcia de saida disponivel dos mesmos. Portanto, deve-se procurar manter 0 mais equilibrado possivel a tens entre fuses de alimen- lagiio dos motores elétricos, Fomecia Poléncia Mecaniea Utlizada | ane CS Expectativa de Vida Util A vida iil de umm motor est intimamente figada uo aquecimento das bobinas dos enrolamen- tox fora dos limites previstos na fabricagdo da maquina, o que acarreta temperaturas superiores a0s limites da isolagao, Assim, uma clevagio de temperatura de 10°C na temperatura de isolacio de um motor reduz & sua vida titil pela metade, E também afetada pelas condigdes desfavordveis de instalagao, tais como umidade, ambiente com vapores corrosivos, vibragdes etc, O aquecimento, fator principal da redugao da vida titil de um motor, provoca 0 envelhecimento gradual e generalizaclo do isolamento até o limite de tensao a que esta submetido, quando entio® motor ficard sujeite a um curto-circuito interno de conseqtiéneia desastrosa, Existem algumas.teorias que justificam a perda de vida util das isolagGes, De acordo com uma delas, conhecida como tcoria disruptiva, as ligagdes moleculares dos materiais isolantes sdlidos sio rompidas, provecando a ruptura dos mesmos. 276 Capiruto Sas FIGURA 6.10 AOR 008. Vida ticit das isolagdes 0,000 10.000 5.000 500 109 Vida tt em ¢Howas) i a § 2 Temperatura (°C) 440 A vida itil de uma isolagdo pode ser avaliada pelo tempo decorride apés 10% das amostras do material em andlise apresentarem fulha. A Figura 6.10 permite determinar a vida til das isolagdes para as classes Ae B. 6.3.9 Classes de Isolamento A.norma agrupa os materiais isolantes e as sistemas de isolamento no que se denomina classe de isolamento, ¢ estes so limitados pela temperatura que cada material isolante pode suportar em regime continuo sem afetar a sua vida ttl, Silo as seguintes as classes de isolamento empregadas em maquinas elétricas: + classe A — limite: 105°C: seda, algodao, papel e simitares impregnados em Ifquidos isolan- tes, Por exemplo, esmalte de fios; + classe E — limite: 120°C; fibras orgdinicas sintéticas; + classe B ~ limite: 130°C: asbesto, mica e materiais A base de po! * classe F—limite: 155°C: fibra de vido, amianto associadaa materia + classe H- limite: 180°C: fibra de vidro, mica, asbesto associaido a dade térmica tery sintéticos (silicones), icomes de alta estabili- As classes de isolamento mais comumente empregadas so A, E e B, sendo a H de pequena utilizagao. Como jé foi visto na Secao 6.3.8, a temperatura do enrolamento é fundamental paraa vida-titil do motor. 6.3.10 Elevagao de Temperatura A temperatura de servigo dos motores elétricos nao € uniforme em todas as suas partes campor nentes, Para fazer a sua medica, sao usados detetores térmicos inseridos nos enrolamentas, o que permite a determinagao da temperatura do chamado ponto mais quente, No entanto, quando nao se dispde desses detetores pode-se determinar temperatura dos enro- lamentos através da Equagia (6.7). Rg, Pre GAT) 2880) (6.71 fi T= temperatura média do enrolamento, em 7,— temperatura do enrolamento com © motor frio A mesma temperatura ambiente, em °C; cia 6hmica da bobina com o motor frie A mesma temperatura ambiente, em O; R,~ resisténcia dhmica do enrolamento do motor, medida quando este atingir 0 aquecimento: de regime, em 0, ‘Para se determinar a elevagdo de temperatura do enrolamento deve-se aplicar a expressdo: Moores ELeTRICOS 277 ar = 2 ® x 3547.) +0, -7,) CC) (68) i T,— temperatura do meio refrigerante no fim do ensaia, em °C, O valor de T obtido da Equagiio (6.7) representa a temperatura média do enralamento, dado que a resisténcia Shmica média é referente a todo o enrolamento ¢ nio somente a ponto mais quente, 0 que seria © correto. Porém, na pratica, observa-se que esta diferenga de temperatura nio varia significativamente, O proceso de medida, como se pode notar, é baseado na variacio da resistencia hmica do condutor do enralamento em fungao da variagao de temperatura. O tempo de resfriamento de um motor, desde a sua temperatura de regime até a temperatura ambiente, é yariavel com as dimensdes deste, Em média, para motores pequenos, pode-se toma- Jo como sendo de trés horas, e para motores de poténcia elevada (acima de 60 cv) de cinco horas. Por dificuldades de ventilagdo em determinadas altitudes, motivadas por rarefagéio do ar ambi- ente, 08 motores siio dimensionados normalmente para trabalhar, no maximo, a 1.000 m acima do nivel do mar. A Figura 6.11 mostra o decréscimo percentual da poténcia do motor em fungao da altitude de sua instalacio, bem como a influéncia da temperatura de meia refrigerante. Como o valor da temperatura é tomado pela média, a elevacao de temperatura do motor é ad- mitida inferior em 5°C pata motores das classes A e E, em 10°C para a classe B, e em 15°C para as classes Fe H. O grifico da Figura 6.12 ilustra esse procedimento. Psa fb Ea: 601 Altituce da instalagdo ——— ‘waenseucont 4 Aovtscimo 18] pao Ponte : aie Cuenta = 8 aan ° io 5 28) Elevagto de £ g inp ‘ 9 B frog 5 2 ye 6.12 & leo Fis devs motores - = Temperatura « a w 2 TH] antiente | Neste ponto & conveniente fazer uma andlise das circunstncias em que um motor de indugao € conduzidoa temperaturas elevadas em fungdo das condigdes a que sao submetidos. Para isso, pode- se representar um motor de inducio como uma fonte de calor resultante dos efeitos térmicos das bobinas ¢ do ferro do estator, bem como das barras de curto-eireuito ¢ do ferro do rotor. Por outro Jado, 0 mesmo motor pode ser representaclo como um dissipador de calor, através da agéio da meio refrigerante, de forma natural ou forgada, Se fluxe de calor gerado esta sendo retirado na formado projeto da maquina pelo sistema de dissipagaa térmica, a temperatura nas diferentes partes do motor aatinge um valor que permite classificar o seu funcionamento como de regime permanente, =. 278 CAPITULO Ses Serdo analisadas as seguintes condigdes operativas. a) Sobrecarga de curta e longa duragao Ao se analisar um motor sob o aspecto de sobrecarga ha duas considerages a serem feitas. A primeira diz respeito as sobrecargas de curta duragio, caracterizadas pelas partidas diretas do motor, onde a corrente se eleva a valores entte seis ¢ oito vezes a corrente nominal num curto espago de tempo, da ordem de 0,5 4 5 s, impossibilitando a troca do calor gerado pelo estator e rotor paraa meio ambiente, Devido a corrente elevada ¢ ao calor produzido, medido pela energia dissipada igual a E = RP t, a temperatura nas barras do rotor do motor se ¢leva a valores de 300 a 350°C, podendo ser danifieaclas por deformacao permanente. Como nio hé troca de calor com o exterior, os condutores dos enrolamentos se aquecem & conseqiientemente, a sti isolagdo, cujo proceso € chamado de aquecimento autiabatico, ‘A segunda andlise diz respeito as sobrecargas de longa duracao caracterizadas pot sobressolicitagiio mecdnica no eixo do motor, onde a corrente de sobrecarga atinge valores ma- destos comparados com a situagao anterior, porém com tempo excessivamente longo, de forma que 0s enrolamentos acummulam uma quantidade de calor exagerada elevando a sua temperatura acima da classe de isolagio. © funcionamento dos motores de indugdo pode ser classificado em trés periodos distintos, + Em repouso Caracteriza-se pelo instante da pastida, onde a velocidade rot6rica € nula (veja a Figura 6.25). ‘Também pode ocorrer o travamento do rotor quando, por exemplo, o conjugado de carga supers © conjugado moter, Nestas circunstincias, come 0 campo girante corta o rotor na velocidade sincrona, clevando valor da reatiincia rotGrica (X = 2mFL) e, consegiientemente, as perdas Joule correspondentes, 0 rotor € 0 responsdvel pela limitagao da operagdo do motor, jé que alcanga o seu limite térmica primeiro que o estator. + Durante © periodo de aceleragiio Caracteriza-se pelo perfado durante o qual o rotor adquire a sua velocidade inicial até atingire regime de funcionamento normal, proximo A velocidade sinerona. O aquecimento do motor neste periodo depende da curva de conjugado resistente que define o tempo de aceleracao Nesta circunstneia, como a@ tensao induzida no motor € clevada, porém decrescente, 0 rotor alcanga o seu limite térmico antes do estator e, portanto, é 4 parte limitante da operagao do motar, ‘Cabe observar que durante o perfodo de acelerag4oo rotor pode travar se a curva de conjugado resistente se igualar ou superar a curva de conjugado motor, senda, neste caso, © motor limitada. termicamente pelo rotor. + Durante o periodo de regime de funcionamento normal Se durante este periodo o motor for submetido A sobrecarga, o estator desenvolve uma quanti- dade de calor tal que alcanga 0 limite térmico num tempo inferior ao do retor € 0 motor é, portane to, limitado pelo estator, b) Auséncia de fase Quando, da auséneia de uma fase, a poténcia desenvolvida pelo motor basicamente nao se ab tera, apesar de 0 seu funcionamento passar da condigiio de suprimento trifisico para biffsico, ay soja: + V3KY xd KE VEX AL Nestas condigdes, a corrente que circula pelo relé na operagio bifisica é de 57.7% superior corrente nominal do motor que, em operacao trifisica, eircula pelo mesmo relé, Assim, um mo de 100.cy tem uma corrente nominal de 135.4 A e, quando em operagao bifasica, a corrente circular pelo relé é de 234,5 A, isto &, a corrente que sensibilizars o relé 6 de 57,?% superior corrente nominal do motor, ou sej at _ x 100 = 57,7% 3X 135,4 % 100 = 57,76% XJ,, our Tn Moraes Exerricos 279 Se um relé térmico for ajustado para valor da corrente nominal, como 6 aconselhavel, a atu- agio do relé se dard aproximadamente em trés minutos para o relé a frio, isto é, no seu inicio de funcionamento, ou em 45 5 como relé a quente, isto &, apés decorrido tempo suficiente para se alcangarr a estabilidade térmica, Se o motor estiver funcionande com uma carga de até 57,7% do seu valor nominal, o relé térmico nao seria sensibilizado. Aparentemente ndo haveria danos no motor jé que a corrente absorvida pelo mesmo seria igual A corrente: nominal. Porém, nestas cir- cunstineias ha um grande desequilibrio de corrente circulando no estator da maquina ¢, conse- qllentemente, aparecerd um forte componente de seqiiéncia negativa, afetando termicamente o rotor. ©) Desequilibrio de corrente Quando as correntes absorvidas pelas motores de indugao estio desequilibradas surge um con- jugado de frenagem que se opée a0 conjugado motor. Porém, o motor continua girando no sentido normal, sofrendo uma ligeira queda de velocidade angular, A poténcia no cixo do motor pratica- mente permanece inalterada. ‘Ocampo de seqiléncia negativa que gira ao contrario do campo normal ou de seqiiéncia positiva induz nas barras do rotor uma corrente na freqiléncia duas vezes superior & freqiiéncia industrial. Motivado pelo efeito skin, em queas correntes indesejadas de alta freqéncia tendem a circular atra- vvés da superficie dos condutores dos enrolamentos, o rotor fica submetido ce imediato aos efeitos térmicos resultantes do proceso, enquanto oestator praticamente nao €alterado termicamente enem absorve nenhuma corrente adicional, ja que a poléncia no ¢ixo permaneee constante. Se © motor estiver operando na sua poténeia nominal, 6 rotor ird sofrer um aquecimento acima do seu limite térmico e as protecdes instaladas nos condutores de alimentaco nao serao sensibi lizadas Para que motor seja protegido contra elevagées de temperatura sao utilizados protetores tér- micos instalados no interior dos seus enrolamentos..dimensionados em fungao da isolucao empre- zada e das caracterfsticas de projeto do motor. Assim, comumente sin utilizados os seguinies cle- ‘mentos protetore: a} Termostatos Sdo componentes bimetilicos construidos de duas laminas com coeficientes de dilatagiio dife- rentes dotadas de contatos de prata em suas extremidades que se fecham quando ocorre uma ele- ago de temperatura definida para aquele tipo de projeto. Para conferir maior grau de seguranga ao motor, podem serutilizados dois termostatos por fase. O primeiro termostato ao ser sensibilizado para o valor da elevagio de temperatura do motor faz atuar um alarme sonoro e/ou visual, enquanto o segundo termostato ao ser sensibilizado para 0 valor da temperatura maxima do material isolante faz operar o sistema de protegio, desligande o motor. b) Termorresistores Sdo componentes cujo funcionamento é baseado na variagdo da resisténeia elétrica em fungaio da temperatura a que estda submetidos, Apenas alguns materiais seguem essas caracteristicas, tais como 0 cabre, a platina € 0 nfquel. Sao fabricados de forma a se abter uma resisténeia definida para cada aplicagao © que varia linearmente de acordo com a temperatura, Essa caracteristica per- mite que se acompanhe a evolugzo do aquecimento do enrolamento do motor durante a sua ope- raga. Sao aplicados em motores que operam miquinas com fungées vitais para @ processo e que tra- balham em regime intermitente de forma muito irregular, Podem ser utilizados para alarme e des- ligamento, conforme o uso dos termostatos. Esses componentes podem ser conectados em monitores de controle de um sistema industrial automatizado, permitinde 0 acompanhamento térmico do motor. ¢) Termistores io Componentes térmicos constituides de materiais semicondutores que variam sua resistén- cia elétrica de forma brusca quando a temperatura do meio em que esté inserido atinge o valor da temperatura de atuagiio do termistor. Esses componentes podem ser construfdos de duas differen tes formas quanto ao cocficiente de temperatura; + Tipo PTC 280 CaPiruto Seis Sao elementos cujo coeficiente de temperatura € positivo, isto é, a sua resisténcia aumenta de forma brusca quando a temperatura do meio atinge © valor da temperatura de calibragaodo termistor. ‘Aclevacio brusca da resisténcia elétrica do termistor faz interromper a circulagdo de corrente que mantém abertos os contatos de um contator auxiliar, responsive] pelo acionamento do disjuntor ou de um contator de comando do motor. Para dar maior grau de seguranga ao motor, podem ser utilizados dois termistores por fase. 0 primeiro termistor, ao ser sensibilizado para o valor da temperatura do motor, faz atuar um alarme sonoro e/ou visual, enquantoo segundo termistor, ao ser sensibilizado para o valor da temperatura maxima do material isolante, faz operar 0 sistema de protegio, desligando © motor. + Tipo NTC Sao elementos cujo coeficiente de temperatura € negativo, isto €, a sua resisténeia diminui de forma brusca quando a temperatura do meio atinge © valor da temperatura de calibragio do termistor. Aredusdio brusea da resisténcia elétrica do termistor faz-circular a corrente na bobina de um contator auxiliar responsavel pelo acionamento do disjuntor ou de um contator de comando de motor. Para dar maior grau de seguranga ao moter, podem ser utilizados dois termistores por fase, da mesma forma que os termistores do tipo PTC. Para a protegiio dos motores elétricos, sao utilizados os termistores do tipo PTC, visto que os circuitos eletrénicos disponiveis operam com caracteristica PTC, EXEMPLO DE APLICACAO (6.4) | 6.3.11 Ventilagao Determinar a temperatura média do enrolamento-e a elevagdo de temperatura correspondente de um motor, ‘cuja resisténcia do enrolamento medida a frio (temperatura ambiente de 40°C) foi de 0,240.0, O motor foi ligado em carga nominal e apés trés horas mediu-se a resistencia de seus cnrolamentos, obtendo-se 0.301 0 A temperatura do meio refrigerante no momento «a tomada das medidas era igual « 40°C. R, =L(235 +7) — 235 THX ) — 2201 (295 4 40) — 235 = 109,8°C 0,240 0,301 — 0,240 “== (235 + 40) + (40 — 40) = 69, 80% mae 0) + (40 — 40) = 69,80°C O proceso pelo qual € realizada a troca de calor entre o interior do motor ¢ © meio ambiente define o seu sistema de ventilaciio. Os sistemas de ventilagaa mais usados so: 6.3.11.1 Motor aberto FE aquele em que o ar ambiente circula livremente no interior da maquina retirando calor das partes aquecidas, © grau de proiecio caracteristice desses motores é o IP 23, A Figura 613 ilusta esse tipo de motor, 6.3.11.2 Motor totalmente fechado ‘Eaquele em que niio hd troca entre o meio refrigerante interno ao motor e o exterior. O motor, no entanto, ndo pode ser considerado estanque, pois as folgas existentes nas gaxetas permitema saida do meio refrigerante interno quando este entra em aperagaa, aquecendo-se, conseqtieni mente, ¢ também permitem a penetragao do meio refrigerante externo quando é desligado ¢ ini 6 seu processo de resfriamento. A troca de calor desses motores € feita através da transferéncia calor por meio da carcaga, Os motores totalmente fechadas podem ser fabricadas nos sezui tipos: MOoTORES ELeTricos 281 Jnterruptor Automatica pee de Partida Canals de Ventiagao: 4) Motor totalmente fechado com ventilagdio externa Sio motores providos de um ventilador externo momtado em seu eixo que avelera a dissipagao do calor através da carcaga. A Figura 6.14 mostra este tipo de motor. b) Motor totalmente fechado com trocador de calor ar-ar Sd motores provides de um ventilador interno e um trocador de calor montado na sua parte superior, conforme se observa na Figura 6.15. ¢) Motor totalmente fechado com trocador ar-dgua Sao motores providos de um ventilador externo ¢ um trocador de calor ar-dgua, O calor gerado no interior do motor ¢ transferido para a gua que circula no interior dos dutos que formam o tro- cador de calor, conforme demonstrado na Figura 6.16. Canals de Girculagao de Ar .Gancho de Levantamento Wbes de ircilagdo Xe Ar Natural 282 CAPITULO SEIS y Ditfeios de Entraca FIGURA 6.16 Coteloa de nem Trocador de calor ar-apua | Eo: Caixa de Conextio 6.3.11.3 Motor com ventilagao forgada aquele cuja refrigeracio ¢ efetuada por um sistema adequado, onde pequenos motores acio~ nados independentemente forgam a entrada do meio refrigerante na interior do motor em questio, Os motores com ventilacio forgada podem ser fabricados com diferentes tipos, destacanda-se: a) Motores com ventilagiio forgada sem filtro Neste caso, um motor acoplado na extremidade de um duto de ar forga a entrada do meio refri- gerante de um ambiente de ar nao poluido para o interior do motor, que o devolve, em seguida, a0 meio ambiente, conforme demonstra a Figura 6.17(a), b) Motor com ventilagaio forgada com filtro Neste caso, 0 mator é provide de um ventilador que aspira o ar refrigerante do meio ambiente €0 forga,.apés sua passagem pelo filtro, a penetrar no interiar do motor, sendo em seguida jogada Alo meio ambiente, conforme demonstra a Figura 6.17(b}. Ventlador Fiitro-d tndependente JF Nro ce Ar Ventitagao independiente —Saida de Ar Quente Saida de Ar Quente a) Sem filtro 4b) Cam titro FIGURA 6. Motor com ver jlaglo independente 6.3.11.4 Motor a prova de intempéries E conhecide comumente como motor de uso naval. Possui um elevado grau de protege IP(W)SS que Ihe credencia para operar em ambientes com poeira, 4gua em todas as diregdes © elewald salinidade. 6.18 faprova de explosiio Moraaes ELersicos 283 6.3.11.5 Motor 4 prova de explosao Em certas indistrias que trabalham com materiais inflamaveis de grande risco, tais como petroquimicas, téxteis ¢ semethantes, hd necessidade de serem empregados motores que supor- term 0s esforgos mecdnicos intemos quando, por danos da isolagiio dos enrolamentos, em contato com o meio refrigerante contendo material combustivel padem provocar acidentes de proporgies desastrasas, Esses motores stio dimensionados com uma carcaga e estrutura robustas, além de pa- rafusos, juntas, tampas etc, de cimensOes compativeis com a solicitagda dos esforcas. Podem ser vistos na Figura 16.18. Cake de Liga lietne de Levantamento ie Canais de Circulagio de Ar 2 Graus de Protegao Refletem a proteciio do motor quanto entrada de corpos estranhos ¢ penetrago de dgua pelos orificios destinados & entrada e saida doar refrigerante. Os graus de protegao foram definidos no Capitulo L. No casa dos motores elétricos, a indtistria estabelece alguns graus de prategiio que satisfagam a uma faixa de condigdes previstas pela norma padronizanda a sua produgao, Assim, tem se; a} Motores abertos: As classes de protegaio mais comumente fabricadas so: IP21 —1P22 — 1P23. b) Motores fechados As classes de protegfio mais comumente fubricadas sfo: [P44 — [P54 — IP55— IP(W)55 (moto- res de uso naval). Regime de Funcionamento Oregime de funcionamento de um motor elétrico indica o grau de regularidade na absorgae de poténcia elétrica da rede de alimentagiio devido is variagdes do conjugade de carga, Os motores, em geral, sio projetados para trabalharem regularmente com carga constante, por tempo indeterminado, desenvolyendo a sua poténcia nominal, o que é denominado regime continuo. Cabe ao comprador do motor a responsahilidade de indicar para fabricante do motor 9 regi- me de funcionamento do mesmo, Isso normalmente € feito através de grificos elabarados pelo comprador ou por meio da indicagdo do cédigo dos regimes normalizados, ou sepa! ) Regime (81) E aquele em que o motor trabalha continuamente por um tempo significativamente maior do que a sua constante térmica de tempo. Neste tipo de regime, quando o motor é desligado, 86 reto- ‘ma 2 operagiio quando todas as suas partes comporentes est’ic em equilfbrio com omeio exterion ‘A Figura 6.19 ilustra essa earacteristica. i 284 CAPITULO Ses FIGURA6.19 Regime de funcionamento SL | Te (Tempa de Funcicnamento-em Carga, Nominal) U7 ann Polas Dioldtricas || “Temperatura Mabie Tin) Pd J = eee Tempo b) Regime de tempo limitado (82) F aquele er que o motoré acionado a carga constante por um dado intervalo de tempo, infer ao necessirio para alcangar 0 equilibrie térmico, seguindo-se um perfodo de tempo em repouso: suficiemte para permitir ao motor atingir a temperatura do meio refrigerante. A Figura 6.20 ilu essa caracteristica, 1o (Tempo de Funcloniamento em Carga Nominal) cage Pentas bilericas Tt \ FIGURA 6.20° L Regime de funcionamento $2 ‘Tempo ¢) Regime intermitente periddico ($3) B aquele em que 0 motor funciona & carga constante por um perfodo de tempo definido & pousa durante um outro intervalo de tempo também definido, senda tais intervalos de tempo to curtos para permitir ao motor atingir equilfbrio térmico durante 0 ciclo, ndo sendo ale modo significante pela corrente de partida, Cada um destes regimes de funcionamento € c rizado pelo chamado fator de duragiio do ciclo, que é a relagaio entre o tempo de funcioname| maquina ¢ o tempo total do ciclo. caracteristica de funcionamento € apresentada na Figura © fator de duragio do ciclo € dado pela Equagio (6.9). Fyn T4+T T, = tempo de operagio da maquina em regime constante; T, = tempo de repouso. d) Regime intermitente periédico com partidas (S4) E caracterizado por uma seqiiéncia de ciclos semelhantes, em que cada ciclo consiste et intervalo de partida bastante longo, capaz de elevar significativamente a temperatura do “um periodo de ciclo A carga constante e um perfodo de repouso o suficiente para que o motor 621 de funcionamento $3 285 MoToRES ELeTRECOS ate _20Cide_ Carga FEB race Ditticas / - a \ Teooratura | Ll as Tempo jao seu equilibrio térmico. A Figura 6.22 representa esta caracteristica de funcionamento, senco que 0 fator de ciclo € dado pela Equagao (6.10). aged, i= (6.10) hh +h T,,— tempo de partida do motor. ¢) Regime imtermitente com frenagem elétrica (85) E caracterizado por uma seqiiéncia de ciclos semethantes, em que cada ciclo consiste em um intervalo de partida bastante longo, capaz de elevar significativamente a temperatura do motor, um periodo de ciclo a carga constante seguido de um perfodo de frenagem elétrica e, finalmente, um periodo de repouso a suficiente para que © motor atinja 0 seu equilibrio térmico. A Figura 6.23 representa esta caracteristica de funcionamento, sendo que o fator de ciclo é dado pela Equagie (6.11). 140.47, Tt +h + y~ tempo de frenagem ou contracorrente. (6.11) 1) Regime continuo periédico com carga intermiteme (SO) Ecaracterizado por uma seqiiéncia de ciclos semelhantes, em que cada ciclo compreende duas partes, sendo uma 4 carga constante e outra em funcionamento a vazio. A Figura 6.24 representa esta caracteristica de funcionamenta, sendo que o fator de duragio do ciclo € dada pela Equagio (6.12). Duragae 49 Ciclo Duragae | py | | tere Caroa (oy yh any yy Perdas Dielitreas ap Tine a eae “Tempo FIGURA 6.22 Regime de funcionamento $4 FIGURA 6.23 Regime de funcionamento $5 286 LO Sets, Ee (6.13) T.+T, T, ~ tempo de funcionamento a vazio, Este é um dos tipos de regime mais freqiientes na pritica, também denominado regime inter: mitente com carga continua. De acordo cam a normalizagao, existem ainda os regimes $7 $8 -S9— $10, dos quais o leitor poderd obter informagées em leitura especifica. Durapao poten, iB. Bee Prrcas Dieléticas == Ta Temperatura FIGURA 6.24 [oo rr Regime de funcionamento $6 Tempo EXEMPLO DE APLicacAo (6.5) Considerar um motor que trabalha durante trés horas seguidas ¢ depois para durante uma hora (regi 83), Calcular o fator de duragiio do ciclo, a 741 im =0,75 > Fy = 75% 6.3.14 Conjugado Mecanico Mede 0 esforgo necessério que deve ter 0 motor para girar 0 seu eixo. E também conheci como torque Existe uma estreita relagao entre 0 conjugado mecénice e a poténcia desenvolvida peta mot Assim, se uma determinada quantidade de energia mecinica for utilizada para movimentar carga em torno do seu eixo, a poténcia desenvolvida depende do conjugado oferecido e da vel dade com que se movimenta essa carga, ‘O-conjugado mecinico pode ser definido em diferentes fases do acionamento do motor, ou 6.3.14.1 Conjugado nominal E aquele que o motor desenvolve a poténcia nominal quando submetido a tensaa e freqi nominais Em tenses trifiisicas desequilibradas, 0 componente de seqléncia negativa da corrente pi ca um torque negative, situado geralmente em tomo de 0.5% do torque nominal, quando od quilibrio de tensfio no ponto de alimentagio ¢ da ordem de 10%. Isto é, na pritica, pode ser prezado, porém a influéncia significativa de tal fenémeno dé-se nas perdkas éhmicas do motor, 6.3.14.2 Conjugado de partida ‘Também conhecida como conjugado cam rotor blaqueado ou conjugade de arranque, é ag desenyolvido pelo motor sob eondigdes de tensio e freqliéncia nominais durante a partida,¢ € malmente expresso em kgf + m ou em percentagem do conjugado nominal. O eonjugado de partida deve ser de valor elevado, a fim de 0 motor ter condigdes de aci carga, desde a posigao de inércia até a velocidade de regime em tempo reduzido. No Capftulo ?, sera abordado com maior detalhe este assunto, X velocidade Categoria Morores ELETRICOs 287 6.3.14.3 Conjugado base Eaquele determinado de acordo com a poténcia nomi © 6, normalmente, obtido através da Equagao (6,13), 116 P,, il e velocidade sincrona (W,) do motor (kgf +m) (6.13) P.,~ poténcia nominal de motor, em cv; /— velocidade angular, em rpm. 6.3.14.4 Conjugado maximo 0 maior conjugado produzido pelo motor quando submetido as condigiies de tens qiéncia nominais, sem, no entanto, ficar sujeito a variugdes bruscas de velocidade © conjugado maximo deve ter valor elevado capaz de superar satisfatoriamente as picos de carga eventuais, além de poder manter razoavelmente a yelocidade angular quando da ocorréneka de quedas de tensfio momientineas no cireuito de suprimento, 6.3.14.5 Conjugado minimo E-0 menor conjugado na faixa de velocidade compreendida entre 0 conjugade nominal € conjugado maximo, perante tensao e frequéncia nominais. 6.3.14.6 Conjugado de aceleragao 0 conjugado desenvolvido na partida do motor, desde 0 estado de repouso até a velocidade de regime. Observando as curvas da Figura 6.25, pode-se concluir que, durante a fase de avclera- 40, a curva do conjugado motor (C,) é sempre superior & curva representativa do-conjugado de carga (C,). A diferenga entre as curvas C,, € C, fornece © conjugado de aceleragio. Conjugado Motor & Conlugado ce Cacao mA L Canjugada de Nominal (%) Velocidade Angular 100% Os pontos que caracterizam os diferentes tipos de conjugado anteriormente definides podem ser determinados na curva de conjugade velocidade, normalmente fornecida pelos fabricantes de motores. Indica as limitagGes des conjugados maximo ¢ de partida e € designada por letras devidamente normalizadas. Este assunto serd tratado com maiores detalhes no Capitulo 7. 288 ‘CaPlTULO SES 6.3.16 Tipos de agao Dependendo da maneira como sio conectadas os terminais das bobinas dos enrolamentos estatéricos, o motor pode ser ligado as redes de alimentagio com diferentes valores de tensio, A maioria des motores ¢ fabricada para operar em circuitos trifasicos supridos por tensbes de 220 @ 380 V, ou ainda 220 Ve 440 V. A identificagao dos terminais de inicio e fim de uma bobina é feita somando-se 3 ao miment que marca o inicio desta, obtendo-se o outro terminal correspondente, Isso pode ser observada nas Figuras 6,26 e 6,27, ou seja, a0 terminal | soma-se 3 e abtém-se o terminal 4. Sempre os ter minais 1-2-3 sao utilizados para ligacdo rede de suprimento. ‘Quando o motor € especificado para operar em tensies miltiplas, por exemplo, 220/380/440. V, & menor tensdo, no caso 220 V, earacteriza a tensao nominal da bobina do motor e que nia pode ser ultrapassada em qualquer tipo de ligagao, sob pena de danificdta As ligagSes normalmente efetuadas sao: 6.3.16.1 Ligagao em uma tnica tensao a) Ligagio em estrela ‘Cada enrolamento tem uma extremidade acessivel (Inés terminais) ¢ 9 motor é ligado na confi guragdo estrela, conforme Figura 6.26, na qual os terminais 4 — 5 — 6 nao siio acessiveis. b) Ligagiio em triaingulo ‘Cada enrolamento tem uma extremidade acessfvel (Inés terminais) e o motor é ligado na confi. guracao tridngulo, conforme Figura 6.27, na qual os terminais 4 ~ 5— 6 nfo sao acessiveis. 6.3.16.2 Ligagao em dupla tensao a) Ligagao em estrela As extremidades de cada enrolamento sio acessiveis (seis terminals), permitindo que se fagam ligagées em estrela a fim de se adequar a tensio das bobinas & tensdo da rede, conforme Figt 6.26, b) Ligagaio em tridingulo As extremidades de cada enrolamento silo acessiveis (seis terminais), permitinds que se fag ligagdes em triangulo a fim de se adequar a tensio das bobinas & tensiio da rede, conforme Fig 627. Os motores que podem ser ligados em estrela ou tridingulo (Figuras 6.26 e 6,27) dispoem d seis terminais acessiveis. Quando a ligacdo € feita em estrela, cada bobina fica submetida a.um tensio V3 vezes menor que a tensao da alimentagao, tendo a corrente circulante valor igual 4 oor rente de linha. Quando a ligagao € feita em tridingulo, cada bobina fica submetida & tensiio da rede, tendo a corrente cireulante nela valor de v3 vezes menor do que a corrente de linha, ou seja: 380 V- 980 V--4 4 tae ky i = 4 E 6 2 FIGURA 6.26 FIGURA 6.27 FIGURA 6.28 Ligagio em estrela Ligagdo em tridngulo Ligagao estrela-série Morores ELETRICOS 289 + Ligagdo estrela vin h + Ligagao tridingulo Wa V, 1 =4N3 E importante observar que nem todo 0 motor de dupla ligagao estrela-triingulo pode ser acio- nado através de chave estrela-tridingulo: isto depende da tensdo nominal do sistema. Para citar um exemplo, um motor em cuja placa esta indicada a ligagdo 220/380 V sé pode ser conectado a rede de suprimento, partindo através de uma chave estrela-tridngulo, se a tensfo nominal de cireuito for de 220 V. Para uma rede, cuja tensio nominal seja 380 V, 0 mesmo motor s6 pode ser conec- tado na ligagdo estrela, Para melhor identificar, basta caracterizar a menor tensiio (no caso 220 V) como tensao-de suprimento do motor, quando este esté ligado em tridingulo; a tensde superior (no caso, 380 V) deve sera tensao da rede para o motor ligado em estrela. ©) Ligagao estrela-série O enrolamento de cada fase € dividido em duas partes (9 terminais), Ao se ligar duas dessas partes em série e depois conecté-las em estrela, cada bobina ficard submetida 2 tensio nominal de fase do motor, conforme Figura 6.28. Neste caso, nove terminais do motor so acest d)} Ligagao dupla estrela paralelo Da mesma forma anterior o enrolamento de cada fase € dividido em duas partes (nave termi- ais), Ae se conectar dois conjuntos de trés bobinas em estrela ¢ os dois conjuntas ligados em formagio de dupla estrela, cada bobina ficard submetida & tensao nominal de fase do motor, con- forme Figura 6.29. Neste cuso, nove terminais do motor sdo acessiveis, e) Ligagdo tridngulo-série Ligagao conforme Figura 6,30. pode ser em 127 ou 220 V. Nove terminais sie a ‘eis, A tensdo nominal das bobinas f) Ligagao trianguto paralelo Ligacdo conforme Figura 6.31. Nove terminais so acessiveis. A tensio nominal das bobinas pode ser em 127 ou 220 V. FIGURA 6.30 FIGURA 6.31 Dupla estrela paratelo Tridngulo série Tridngulo paralelo 6.3.16.3 Ligagao em tripla tensao nominal Oenrolamento de cada fase é dividido em duas partes, podendo ser ligadas em série-paralelo. Todos os tetminais das bobinas, num total de doze, sito acessfycis, permitindo ligar 0 motor em varias tenses de rede, como, por exemplo, 220/380/440/760 V. 290 CAPITULO SEIS 4) Ligagdo em tridingulo-paralelo Conforme Figura 6.32. b) Ligagdo estreta-paralelo Conforme Figura 6.33. ) Ligagio tringulo-série Conforme Figura 6.34 4) Ligagiio estrela-série Contorme Figura 6.35. Relativamente a rede de suprimento, as tensées de placa do motor devem ser assim defir + a primeira tensiio corresponde & ligagao em tridingulo-paralelo: Figura 6.32 (220 V}; + a segunda tensdo corresponde a ligagae estrela-paralelo: Figura 6.33 (380 V); + aterceira tensito corresponde a ligacdo em trifngulo-série: Figura 6.34 (440 V); + a quarta tensa corresponde a ligacdo em estrela-série: Figura 6.35 (760 V). As tenses colocadas em parénteses referem-se a tensio da rede a que serd ligado um motor cujas tenses nominais de placa so: 220/380/440/760 V. Observe que a tensiio de 760 V, por nor ma, estd fora do limite da classe 600 V; portanto, apenas indica a possibilidade de ligagdo em es trela-tridingulo, Esses motores normalmente tém custos mais clevados. ‘A Tabela 6.2 orientaa ligagdo de motores trifasicos, relacionando as tenses nominais de placa com a correspondente tens&o nominal da rede de alimentagao, indicando a possibilidade de acionamento dos mesmos através de chave estrela-trifingulo. Cabe observar que esses motores pi dem partir diretamente da rede ou através de chaves compensadoras: 320 v 6 ofel af a) als 23 A mv Z) 2 ofaf wha] ope FIGURA 6.32 FIGURA 6.33 Trifingulo-paralelo Estrela-paralelo 760 reov | % > 1 FIGURA 6.34 FIGURA 6.35 ‘Trilingulo-série Estrela-série Motores ELerRiC 291 ‘TABELA 6.2 Possibilidade de ligagao de motores de indugao através de chave estrela-tridngulo 220/380 I m 220/380 Nao é possivel 220/380/440 Possivel em 220 V_ 220/380/440 Niio € passive! 2207380/440 Nao é possivel 380/660 Possivel em 380 V 220/380)440/760 220 Possfvel em 220 V 220/380/440/760 380 Nao € possivel 2207380/440/760 40 Possivel em 440 V A Tabela 6.3 fornece as principais caracteristicas dos motores de indugdo de rotor em curto- circuito, Vale ressaltar que estes sio valores médios ¢ podem variar, em faixas estreitas, para cada fabricante, dependendo de sua tecnologia e projeto consteutivo. 17 Formas Construtivas 6.3.17.1 Aspectos dimensionais As dimensdes dos motores no Brasil seguem a norma NBR 5432 que esti de acordo com a normalizagiio da /nternational Electrotechnical Commission —TEC-72, Esta norma toma coma base as dimensées de montagem de méquinas elév tras designando determinadas distincias mostradas na Figura 6.36, conforme especi ‘as e atribuem le- ado. + H—€aaltura do plano da base ao centro da ponta do eixo: + C—6adistincia do centro do furo dos pés do lado da ponta do eixo ao plano do encosto da ponta do eixo. Esta dimensao esta associada ao valor H: + B—€adimensdo axial da distncia entre centros dos furos dos pés. A cada dimiensiio de H podem ser associadas arias dimensdes B, 0 que permite reconhecer motores mais Jongos € mais curtos; + A—éadimensio entre os centros dos furos dos pés, no sentido frontal; + D-—diametro do eixo do motor; + E~ dimensio externa do eixo do motor. As normas padrenizam as dimensdes dos motores usando a simbologia dada pelas letras vistas anteriormente, Assim, utilizando-se uma tabela dimensional de motores, pode-se identificar que © motor designade por 160M (ABNT) tem H = 160 mm; A = 254 mm; B = 210 mm; C = 108 mm; K = 15mm; dD = 42 mme EB = 110 mm. 6.3.17.2 Formas construtivas normalizadas A norma NBR 5031 padroniza as diversas formas construtivas dos motores, tomando como base o arranjo de suas partes em relagdo A fixagaio, & ponta do eixoe A disposigio dos mancais. De acordo com a NBR 5432, a caixa de ligagiio de um motor deve ser instalada de forma que asus linha de centro passe por um setor compreendide entre 2 parte superior do motor e 10 graus abaixo da linha de centro horizontal do lado direito, quando 0 motor for visto pelo lado do acionamento. A Figura 6.37 mostra algumas das diversas formas construtivas normalizadas tanto para montagem horizontal como para montagem vertical. 292 Capiruco Seis ‘TABELA 6.3 Motores assincronas trifasicos com rotor em curto-circuito 1 33] 19 0.76 62 180.0 | 0.208 Tel ost 3 92] 53 0.76 8a 1sq0 | 0.619 oo ox 5 ir | 79 088 90 180.0 | 1,020 60 O83 | 735 wz | ans 4.83 14 180.0 | 1.540 60 asa 10 2x6 | 16.2 0.85 oF 1a.0 | 2.050 60 03 1s 4o7 | 2a3 82 70 1800 60 83 2% 640 | 38.3 O78 68 2500 | 3970 6.0 ass Py is | 69.0 | 38,2 082 68 30n0 | 4.960 60 aso 0 22 | 730 | 40 0.88 63 rn9 | 5,960 60 ago w. 30 | ano | saa 0,89 68 zago | 7970 0 90 0.3200 50 a7 | 1200 | 66. 089 68 i900 | 9,920 Loo a1 0.3330 oo 45 | 1aa0 | 81,0 oxo 65 1600 | 11880 180 091 0.440 15 ss | inko | Os oxo 69 vi00 | 14.840 too 092 4800 100 Js | 2a | 133.2 0.90 Ox 1400 | 19,720 10 093 a.6100 125 90 | 2840 | 1987 0.90 65 1so0 | 24,500 4o 093 1.2200 150 tia | 3440 | 1909 0.90 68 1600 | 20,460 270 a9 12700 “i TV pts i 1 aa | 22 1s 0,65 57 2000 60 oxi e.0016 3 as | 55 1.720 073 66 2000 6.0 x2 10,0080 5 na | 79 Lo 083 70 2000 60 03 | 0.0001 18 roo | 119 Ls ost 10 2000 1 60 ost oor 10 ts | ase | is L780 oss 66 10 | 4.410 a3 0x6 0,0328 Is nu | aso | 26.0 1760 os 18 isa | 6120 al 036 00433 | 0 is | 520 | 288 1.760 os 68 2200 | 7980 10 O38 19,0900) Bs iss | 640 | 355 | 1.760 os 67 2200 | 9970 60, 030 90,1010 0 2 | mo | 433 1760 ons 68 2350 | 11,970 9.0 090 0.2630 40 30 1020 | 56.6 1.764 0.85 67 2150 15,960 10,0 Os! OA, so. 37) 1240 | oa 1.760. aso os 30,0 | 19,950 120 092 04440 oo 4s | 1300 | 433 76s aso 63 iso | 33.870 12.0 092 0.7900 | 1 ss | 1820 | 101 L770 0x6 os 2000 | 29.750 15.0 092 4.9000 100, 5 244g | 1354 1970 087 67 200.0 39,670 43 092 1,060, | 125 90 | 2900} 1609 | 1.780 08? 65 2300 | 49310 | 140 aa 2.1000, 150) tio | as00 | ty42 | 1.780 087 68 2700 | 59.170 130 as 2.5100 180 132 | 420.0.) 2331 Les 07 65 220.0 | 70310 no avs | 27300 208 150 | 4700 | 2712 | 1785 087 69 2300 | $4,000 i a5 29300 20 iso | S100 | 2830 | 178s 087 65 250.0 | 86.550 150 095 3.1200 250 iss | s000 | 3274 | 1785 ont 6x 240.0 | 95,350 10 095 53,6900 300 229 | aoao | 3852 | 178s ORs 68 210.0 | 118,020 240 096 6,660 380 20 | a0 | 4795 | 1.785 0x9 69 210.0 | 14.900 25.0 096 7.4000, 415 35514000] 6105 | 1788 089 26 220.0 | 186550 26.0 0.96 9.1000, on 43a /1.384.0] 708.1 1790) ox 8 270.0 | 268,320 29.0 0,96 12,1000 FIGURA 6.36 Aspectos dimensionais dos motores IRA 6.37 as formas construtivas lizadas 6.38 dentificagdio de um 293 Fiagao ou Montagem Bs Com Pes Montada sobre Estutura sam Pes Fhadano Flange Montada sobre Subestrutwra com Pés | patos Pés, com Faaca0 Suplementar pal Flange Sem Fe Fivade pele Flange 8 Placa de Identificagao A placa de identificagao dos motores é o elemento mais rapido que se utiliza para se obter as informagdes principais necessérias.A sua operagdo adequada. A Figura 6.38 mastraa placa de iden- tificagde de um motor WEG, Com excegao de MOD (modelo), os demais dados sdo caracteristicas técnicas de facil identi- ficagio. Para decifrar o contetido do campo MOD deve-se conhecer o seu significado. Tomando como exemplo a placa de identificagao mastrada ma Figura 6.38, tem-se: D R M™ MOTORES S.A RUA MONSELHOR SALAZAR, 13:44 FORTALEZA CEARA GCM 65879141 /0001-00 INDUSTRIA BRASILEIRA, MOTOR DE INDUGAO TRIFASICO cos og MOD KBFISSO amg _ 40°C RPM 1778 | T 80°C SABI NOR PG eee 294 6.4 MOTOFREIO TRIFASICO Capiruto Sets +L letra: linha de fabricugao do motor, variando de K a F + 2." letra: tipo do motor — Ai motor em ands, — B: motor de gaiola. + 3.!letra: sistema de refrigeragao — As aberto; — F: trocador de calor ar-ar; = W: trocavior de calor ar-dgua; |: ventilagio forgada independente com trocador de calor ar: — D: autoventilado por dutos; — T: ventilagio forgada independente por dutos; ~ L: ventilagio forcada independente com trocador de calor argues — Vs ventilagdio forgada independente aberta; — Nuimero: representa a carcaga (355, 400 etc.): + 4." letra: furagao dos pés (L., A,B,C, D. EB E constituido por um motor triffisico de indugdo acoplado a um freio monedisco, O motor, em geral, ¢ fabricado totalmente fechado, provido de ventilagao externa, enquanto 6 freio, constitu. do por duas pastilhas e com o minimo de partes méveis, desenvolve baixo aquecimento devido ao atrito, sendo resfriado pelo sistema de ventilagio do motor. O conjunto motor ¢ freio forma uma unidade compacta, O freio é ucionado. por um eletroima, cuja bobina opera normalmente dentro de uma faixa de tensiio de = 10%, sendo alimentada por uma fonte externa de corrente continua constituida por uma ponte retificadora suprida pela rede elétrica local, ‘A alimentagao do eletrofma é controlada pela chave de comando do motor. Toda vez que 0 motor é desligadoa alimentagao docletrofma ¢ imerrompida, provocando o destocamento das molas de pressio contra a armadura do ¢letroima que pressiona as pastilhas de metal sinterizado aloja- das no disco de frenagem, solidamente preso ao eixo do motor. Dessa forma, as pastilhas so come primidas pelas duas superficies de atrito, sendo uma formada pela tampa ¢ a outra pela prépria armadura do eletroima, conforme pode ser observado pela Figura 6.39, Para que a armadura se desloque pela ago da mola € necessirio que a forga cletromagnética seja superior forga exercida pela mola, o que ocore quando © motor € energizado. Quando 0 motor é acionado, o eletroima é também energizado alraindo a sua armadura na diregio oposta i forga da mola, permitindo ao disco de frenagem girar livre sem atrito, O motofreio é comumente utilizado nas mais diferentes atividades industriais, onde haja ne- cessidade de paradas ripidas para requisites de seguranga, além de preciso no posicionamenta das maquinas. Poden-se citar alguns tipos de aplicagiio de motofreio em diferentes atividades de produgio: guindastes, elevador, pontes-rolantes, transportadores, bobinadeiras, teares etc, Deve-se evitar a aplicagiio de motofreio em atividades em que possam provocar a penetragia de particulas abrasivas, tais como Agua, 6leo ¢ outros derivados congéneres, de forma a reduzira eficiéneia do sistema de frenagem ou mesmo danificé-lo, Podem ser utilizados em qualquer post: cao. ‘A fim de manter a unidade de frenagem dentro de suas earacteristieas nominais, & necessaria determinar a poténcia desenvolvida pela mesma durante um determinado ciclo de operagiio ecom: parar com os valores de placa. Todo o calor gerado pelo atrito durante a operagio de frenageat_ deve ser retirado pelo sistema de vemtilagio do motor. ‘A poténcia dissipada resultante do atrito do sistema de frenagem pode ser dado pela Equagia, (6.14) Bp 2 Nim Nn "657 X 105 X Fy Jac — momento de inéreia do motor com a carga referida ao eixo do motor, em kg + m* Min — Polagdo do motor, em rpm; Ni — ntimero de operacdes por hora; T,~ fragio de tempo do motor, em fuincionamento, em horas, cw) (6.18) Moores ELETRICOS 295 A Tabelu 6.4 fornece as caracteristicas dos freios de fabricagiio WEG. G4 teristicas teenicas dos freios WEG ce 70 a5 0,16 80,000 45 350.000 40 650.000 30. 1,000,000 100, 40 0.20 60.000 % 250.000, 55 550.000 43 1.000.000 150 50 0.25 60,000 100 250,000 a5 550,000 oo 1.000.000 250 60 0.30 50,000 150, 150.000 120 300.000 100 600.000 " 1.000 600 300 a0. 400 100 0.50 30,000 Iv 800 250 110.000 VI 600 170 250,008) vill 400 150 450.000 ul 1,200 800 370 160 550 120 0.55 20,000 Vv 4.000 300 80.000 VE 850 230 150.000 VIEL 600 200 320,000 0 DE APLICACAO (6.6) Determinar a poténcia dissipada por atrito desenvelvida por um motofreio constituide por um motor 25 cy/IV polos/380 Y, escorregamenta de 1,19, sabendosse que 0 freia é acionade 30 vezes por hora, perfazen- do neste periodo um total de uso de 10 minutos de duragao, = 0,166 = 0,834 B12 1780" 3€10" 0,83 = 0.1010 + 0,9802 = 1,0812 kg mi! (valores conhecidos pelo usurio) 11x 1.800, 1.800 — ——_—. = 1.780 mpm. 100 r Conelui-se que ¢ necessério usar uma carcaga 132S/MIV polos em conformidade com a Tabela 64. r 7 296 CaPiTULO SEIS FIGURA 6.39 / Ventilador Motofreia teifiisico Poss do Eletroima i y-Bobinas f Paratuso de Alustagem e Travamento do Entreferro if | [= Pastilha de Metal Sinterizado | biseo de Frenagem Lprmacura do Eletoina -Mola de Preestio ‘Os motofreios podem ser ligados, em geral, de trés diferentes modos. a) Ligagdio para condigdo de frenagem lenta A ponte retiticadora ¢ alimentada diretamente dos terminais do motor, em conformidade com a Figura 6.40, sendo esta a forma de ligagao padronizada de fabrica. b) Ligagdo para a condigao de frenagem média A ponte retificadora ¢ alimentada a partir da rede local, de corrente alternada, sendo que este circuito é conectado a um contata auxiliar do contator de comando do motor, garantindo-se que @ freto seja ligado ou destigado conjuntamente com 0 motor, de acordo com a Figura 6.41. Beoins do Eletroims Ponta Retificaciora IGURA 6.40 Condigio de frenagem lenta Varistar Bobina do Eletroima—) Ponte Retiieadora iH FIGURA 6.41 Condigdo de frenagem média Morores ELETRICOS 297 ©) Ligagao para a condigao de frenagem répida A ponte retificadora & alimentada a partir da rede local de corrente alternada, porém, o circuito de alimentagao de corrente continua da referida ponte ¢ conectado a um contato auxiliar N.A. do contator de comand do motor, de acordo com a Figura 6.42, AB 4 sap 642 M 4 6 ide frenagem rd 2 Para se obter uma parada do motofreio mais suave, pode-se diminuir o conjugado de frenagem, retirando-se parte da quantidade das molas do freio, Dessa forma. o conjugado de frenagem nomi- nal pode ser induzido na proporgao da quantidade de molas retiradas ¢ do minimo de molas origi- nais do freio, sendo que as referidas molas devem ser retiradas de forma simétrica a partir de suas posigdes em torno do eixe do freio, MOTORES DE ALTO RENDIMENTO 5 fabricantes de motores elétricos tem buseado nos Gltimos anos aumentar 0 rendimento dos motores elétricos, Esses motores utilizam materiais de melhor qualidade e, para a mesma potén- cia no eixo, consomem menos energia durante um mesmo ciclo de operagdo. Qs motores de alto rendimento sia dotados das seguintes caracteristicas: + uso de chapas magnéticas de ago siticio de qualidade superior, que proporcionam a redugio da corrente de magnetizacao e, conseqiientemente, aumentam © rendimento do motor, + uso de maior quantidade de cobre nos enrolamentos, permitindo reduzir as perdas Joules + alto fator de enchimento das ranhuras, proporcionando uma melhor dissipagiodo calor gerado pelas perdas internas; + tratamento térmico do rotor, reduzindo as perdas suplementares; + dimensionamento adequado das ranhuras do rotor e anéis de curto-tircuito, permitindo re- duzir as perdas Joule. Com base nas consideracdes anteriores, os motores de alto rendimento operam com tempera turas inferiores as dos motores convencionais, permitindo maior eapacidade de sobrecarga © re- sultando um fator de servigo normalmente superior a 1,10. Quando se processa uma auditoria energética numa inddstria, normalmente se estuda a conve- niéneia econdmica de substituigdo de alguns motores de construcao convencional por motores de alto rendimento, Estes estudos recaem principalmente sobre os motores que operam continuamente, Teoricamente, 0 rendimento dos motores pode crescer e atingir um ntimero muito préximo & unidade, porém a um custo comercialmente insuportivel para 0 comprador.

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