Você está na página 1de 41
det fous $021 LUIZ GONZAGA DE MELLO famnopontin Suelbice ANTROPOLOGIA CULTURAL Iniiaglo, Teoria e Temas orate ee ee — Y anom en at ones Petopatis 2002 CCoptlo VI EVOLUCIONISMO CULTURAL 1. Las Gerais do Evolucontame 2, © Evoluconismo Cultural: Representantes 3. 0 Evoludonismo Cultural: Prnepals Caracerscas 4. 0 Neo Bvoluconiame 5. © Evoluconismo Visto por Outro Angulo 1, LINHAS GERAIS DO EVOLUCIONISNO ‘Quando se fala de evoluconizme pensa-se, automatic mente, em Derwin, na selegbo natural das expécies, na so: brevincia dos meis fortes © na origem do: homer, Teves se posse dizer que a idla de evelugao fot 8 Idsin dominante 0 século XIX. Ela fol a nota dominant do cima intelectual de todo mundo clentfee. Darwin, portato, nfo fl o nico ' pensar em termos de evalugio, Ha antigu Pensadores preocuparam-se com 0 problema Fhomem edo univers, do. movimento e da transformesse, Mio apenas se aventou a idela da evolugéo, mos também 8 da involugSo. Exemplo disso s80 as teoras milleetligio: S88 do Oriente — a concepgio do progresso negativo —~ ue se reportvam a uma époce de oure, No Genesis, caso mais ‘conhecido, podemos ver um exemplo dessas teoras: 0 ho: mem tera sido ctiedo com ume inteligéncle fulgurante © ‘com mutes outras prerogativas tela encontrado em 20 ‘aminho a decadéncie pelo pecado original, Seo. exemplos também os poemas épicos da India. Na Persia e nia Sumecé les também se Tlaeram presente, Eseds tories estho per Imeadas de saudosisma, Ente nds, sings hoje, ente pessoat e idede mals avancade, ¢ comim se ouvir falar de ume epoca esplendovosa e de abundéncia: «no tempo em qee 30 ‘amarraya cachorro corm Tingilgas, no der populst. AD qve tudo indica, ¢ ume hipétese endo ume efirmasio, tals tee fies saudosistastveram suas ongens em sociedades decade tes em relagdo a um momento histrico anterior, Esta hipe- tese poderla se prester muito bem uma pesquisa sobre & historia do pensomento soca. 20 ‘Ainda a_anighidade cléssica nfo fataram as teorias sobre a evolugdo « com mareas evidentes de otimisma. com felasto 0 futuro de humanidade. A teoia do. progresso cr ("urn exemplo disso, Este, ne expressio de Eve. M. ‘&.. sustenta que 2 histéia de humanidade passa por Giclos® as cultrbe stravessam uma sure de. estgios Sucessivos, yllando a0_ponto original e recomegande 0 ciclo (escitos Indanes;”doutrina. budita; doutrin dot festoeas glegos © fdsofos romanos, especialmente Marco ‘urelion? Bem mals otimista sio as concepgbes de um progresio linear © vertical. Nomes igedas esses concepsées! ‘tego Hesiodo e 0 do poets e fibeofe romano Lucrécia Na Idade Média note-se 9 mesmo dlapasto, De un lado © pessimisme de Santo Agostino e do outro 0 flgrofo scl 4o'século XIV, 0 érabe Ibm Khaldun com sue teotia da evo: Iugdo soci em expel. De modo gerl,contudo, pode-se dizer que o germe das tears. evoluconisias que elcengou 0 seu ‘auge no. século XIX std no proprio metodo dentiico © na flosola que ¢ Inspitou. © luminismo serviu de base ‘0 creseiments" pos. terior de todas as teorlas evoluconstes por uim processo de ‘ssociagdo. Se 0 homem ere cepar de acumular conhecimen- to atrevés do métode lentes, bem podera.tambem a ‘mentar o|grau de efiiéncia de’ suas aplicagies, No fundo, ‘chegara a dpoce em que todos os estudiosos pasearam a acre. ‘tar, sendo na Allitce de Bacon do passedo, ao menos nna Atitntida do futuro que 0 homem ‘estava constuindo lenta e penosamente, Entre esses crentes podem ser citados ‘Turgot, Condereet, Auguste Comte, Herbert Spencer, Hob. house ® tontor outron om se_vé, 0 evoTicionismo, embors nfo fosse esse Intenglo dos seus seguidores, tepresentow, ate certo pont, 12 manifesagio de fé dos estudiosos na capacidade do homem de fazer uma histéria cada ver mais grandioss, Gata fey 42 eres, restingle-se & capacdade do. homem fazer hstria 1, a Mate LACATOS. Scag an, 340, am nbouso ov do mas uso de sve capcidade. Neste cle & Ge bret e rou rates tambem o crohtosame no etude S*tentmeno curl © mesmo se dlga do, ewoiuconismo 1s Blogs em outas iipines cnn. Outro fator que no 26 deve eaueeer« que veo coro bora toda eas nh’ do, pensemente lence de toes fo 1 revougho instal Erquento a ‘Senca ane progrestor i ge mee cing oo nny Se Plo eis indus A produtdede «a copectede ae fetid lobe tnarranent o ens. A scents urbeniagie tambem nlo & de se cepre Zar como fotor que velo beneicer © avn © 0 progress Seer conics. quer venico. A perro skculo Xl Ee ‘Sp, acme vb ee es ‘ment’ de_prodogt, G0. popuast, dos conhecmenton, cercnn amogisica © don hoes, ns come i eipice de demesne ae capacdde eh TA Borst do desenshimans urbana, mores bh gue 4 ele t elerem como uma verdedierevolgao: Ele tee Suceiso & revolusto egal e anocedgo 8 prptia revo {osto India. Alnda a repeto de grande signcyso, do fendmene utbano @ valida s observagio de Gideon Sjber tet cio de Cideon Sjoberg, “A cldade de diversas maneives funcionave como um Incentivo 80 progress. Multas des primers cldedes sut- lram em entrades importantes; novas Ideas e invengbes, haturalmente, convelgiam pare cla. O. simples feto de lum grande niimero de eapecalstas encontrarse concen: {rado em uma pequena area incentvava s inovesSo, n8o fpenes Teo, mis tembam ar dls religions. Hos ficas e cientifices»,* nee oor Embore noto intresse espec‘icostjs 9 eoluconisme ‘cultural, nac i rs aed Sonismo na attopolgia, O nome, mals importante nese ‘impo fol com caters, de Chas Darvin, que em 1659 pableave seu mals foroso we, A" Ongem das Espes Resta aba ele txp6s 0 conjnto de suas tase teopeto du erolugto de fodes a especes Tato de selsso natal me ds sobrevvéncia dos mas fortes ¢ flnou os concetos de evo lugdo, do sobrevvéncia « de fungSo. Neste lio o utor ex ‘Gevew, sEsiou conveneigo, enfim, que a seieg60 naturel tem esempenhade ©. principal papel na modifengso des expe des, posto que outtos agentes tenharn dela parthado igual "Fambém nfo menos importante fol 0 nome de Monet de Lamarck, bidlogo eminent, Udo como 0 fundador da teo- ‘ia do evolugho e anterior a Darwin, Ume des ides. mais Conbiecdes de Lamarck € 0. que se refere & afirmagéo. de fue co funglo cra o Orgfo>, Esta Idea fol assim enunciade por ele +A necessidade cra 0 6rgto, necessrio 0 uso © forties te auments consideravelmente; @ Telia de uso, tbo contre, condus & atrofa, ao desaparecimento do rgd nats." verdade que estes idlas no foram aplicedas por Le. rarck wo homem, priniplmente devo aos preconcetos co mune de epoca, Contudo, mals tarde suns idéies foram am flamente lindas mesmo sem virem ligades 80 seu nome. Bata observagbo tem © mésto de chamar 8 stengio para 0 tapecto ealetvo do conhecimento humano. iso vem 8 pro- Platte da efirmagto de que o evoluclonismo cuturl, isto é Stveluclonisme de antropologia cultural, no deriva do eve Tuconlsme blologico de Derwin, de Lamarck « de tentes ov tron Naturlmente, & fact edraiirse esta independéncia. Con- fdo, € forgoso Teconhecer Vizihange e 0 porentesco das {las tanto” do evoluconisms biolbgico come do cultura. Nios Impertinente lembrer que © evolucionismo de etnolo- Sle utilzouse muito dae colaboracbes da anropologia, da ‘Srquecloga historia, Desnecessrio também 6 chemar ten {Bo pero 0 desenvolvimento. paralelo dos dois ramos da an- Rrpalogia: fica e a cultura. 2. © EVOLUCIONISMO CULTURAL: REPRESENTANTES (© petiodo de consirugto de entropologia foi dominedo, Interartente, pela orientagbo evoluconiste, Pode-se der que ¢ evolucionismo era ume forme otimiate de encerer real dade humana. Tem resto EvansPrichard quondo. observe ue os antropéiogos do século passado eram«liperals ¢ ro onalistas ¢ eam sobretudo no progresso, ist Gas tas ddangas materials, politica, soclais'e flosiices que se esta. vam processendo re Inglaera vitorianes, Este mesmo. autor screscenta que cindustalismo, democrecia, cnc etc, eam onecios acetéveis por sl mesmoss, Eval reals além o autor ‘quando dis @respelto da antropologia soca! modern Na fealidade, em que pese a opinifo de muitos dos ‘que se dedicom ela, hd que se reconhecer que ® ah ttopotegia sociel moderna, encareda em seu aspecto tes. Fico, € conservadora: intressa-se, mals por produza equlibrio Integra Interessava, pois, eo evouclonisme nascente no provar 4 evolugio ou! 0 progreso, mar apenas moster come ito ‘scontecer4 ou aconteca. Embora a preacupasto dessey eat, siosos fosse estabelecer es linhas gerals deste progres ma. terial, acreditovem que, vltando or olhos ao passadoy teem 5 do pro- gresso humano, Parece conto concuir que ies nso. pro- ‘uravam prover 2 estenca' da evolugdo, ‘Ao conta ‘epresentava-se como um terminar como isso ocortia. Querlam descobrit as = Ise gels ‘ula do homer. or see Pode et re 9 evolvtnisno call fol na verdad aden tose De certo modo se pode dir que 0 século XIX fei um soealo de cufora © otimismo e 0 século AX, uma epoca de certs edo e apreensio pelos caminhos qué tomate 03 m tecnoldgleos, principalmente nos palaes desenvolvdos. Edward B. Tylor & considerado 0 pal da enologie por ter sido ele 0 primelro a tentar sistematiat 0 estado ‘ultra. Contudo, ito nfo signin que esta laeie de evolucdo no tivese sido Ja eventada por outros estudiosos. Michell mse" Dilondrio de Sociologia" apresenta no verbete eevo- lusto social» viios nomes que podem ser tomados como Precursores do evolucionismo cultural da etnolegia, 2S BA RORSRM tor tt SB, 24 Saint-Simon (17601825), por exemple, afiemara em vb tias obras que ha uma seqitncla evelutve atraves. do deve, passor toda humanidade, dstinguindo tres feses daa widede mental: « conjetural,asemiconjetural © & pose ‘Auguste Comte (1798-1870) apreseniou esquema seme: ‘ante. Falava de um estado primitvo ou teolegice, de Um Intermeditrio, que denominou’ de metafiio, de‘ vm ter ito, batzedo como centifico ou posto, Segundo ele todas ‘2 socledades stravessam esses tts estadon Outro nome de reale, neste campo, fot © de Herbert ‘Spencer (1820-1903). «Spencer tinha elaberado a propti too. fia da evolusSo social antes do publicagso de Wellace e Der io, mais vu nas suas contibuigSes & Biologia © apoio pera Feo’ do. qual necesstavas. A clasicn expressto.csobrevven ‘a dos mais aptos» pertence Spencer © nto # Darwin.” Hi outros nomes como © de Henty Maine (16221888) que estudou a evolugio da organizagio socal, o de Bacho- fen que, 0 inves de defend ‘como queria Maine, achave «ve a familia petrirealtette sido a forma mais primitive Att entéo, os enunciados no. passevam de meras hi: poteses acerca do passado do homem, Néo havia, neste cart: Po, um estudo mais sstemético e acurado sobre © assunto, No dizer de Evans-Prtchard: «Os primeios © considerer as sociedades primitives como temas Interessantes_ por si mesmes foram MeLen ren e Tylor neste pais (Ingatere) Morgen ne Amd. Fea. Os referidos investgadores extairm informagées ‘rimitivas realzando me. ampla Selegio de escitos des mais dverss clsses, apresemta fammna,de forma ‘sstemitice © estabeleceramn assim as Doses da entropologia social, Em suas obras aparece 0 fstudo.direto das sociedades primiivas junto 8. teora ‘onjetural sobre 8 naturera das insitugées sociaise.” Em 187, Tylor (1821917) pubes se lio Primitive Caare, onde procurou princpament, manor © deserve ime da prea reign Pl response! pels concen ‘0 do fermo scr dainguindoe doe taps. Tere © BB waa Sa ae 25 mérto de proceder & sistematizagio das Ideas evolucons: {sa respelto da culture. Neo menos importante fo nome de Lewis Morgan, que em 1878 pubieave o seu Ivo malt Importante Anant Socely, em terras smereanes. © grande mero dele fol ter sido um dos primelios e realizar u pesquisa de campo. Ocupou-se do estudo de organizagdo Socal € langou ideias vigoroses a respelto da distingo do equipamento material, da organizagb0 socal © ‘Serv de Inspragde a pensedores de cor te contrdrias A seu respeto escreveu Maurice Friedman ‘ld Rizemos menglo 90 papel de Lewis H. Morgen ‘enquento antepassada do funconalsmo, Acerca dst, Jo Se assinalou que Fortes tne dedicado o sev recente lwo sobre o parenteseo a este precursor ameriane. En: ontrase uma homenagem andioga em Les. structures ‘lamentaires de In porenté, de Lévi-Strauss, e vericmos « Imediatamente que se tra de um homem que conse ‘gulu numerosos adept, impressio. que reforse também © fatonde se saber que, sem intermediéio mim caso © Staves da influtncia de Marx e Engels no outro, tanto © ence americana como a do_mundo ‘comunist. tram este fonte comum a Justifeagio de svat teorins eval Cionistas da cultura e de sociedade, Notdvel convergen fia na orgems.” Je James Frazer (18541941), também com seu nome ligade eo evolucionisme, homem' dotedo de grande talento Merde, consequtu'popularisar » antropologia soca: ‘Postulave t8s etapas de evolucio pelos quais pas: sam todas as sociededes: magis, Tigo ence, Alseu modo de ver estava o homer, em.3eus primérdis, do Iminado pela magia, que, unto com a ciénci, con 4 aturera ‘come um série de acontecimentos. que, se esenyolvem em-uma ordem Invervel sem a interven ‘Ho de Um agente pessoal” O'mago, come © cient, {Sopse a exstenca de ete de natureza. Cré entho: que conhecende-as,pedera modifies em seu benefici; po ‘em, em tal cas, estag les bo so resis © sim inag néras, > Wi: EER oats ote #18 6 Frezer_em 1690 publicave seu princpel lvro: Golden Bough a Study In Comparative Religion. 0 que se pode der que todoe estes autores exerceram grande fascinlo na ¢po- 2: Como iustraglo diss, velose 0 testemunho de Engels fue, mesmo nfo sendo evoluionista eno sendo discipulo de Morgan, escreveu's seu respito: ‘Morgan fol 0 primeiro » ptr, com conhecimento de ‘aus, certs ordem ne. peehistéra. da humanidede. Seu ‘grupemento de fotos Near, sem divide, em vigor, en ‘Quanto dacumentor muito. mais abundantes no. cbrige- fem a modifcslos(.-) Gs eapitlos que se seguem slo, de algum modo, 2 fexecugto. de uma, herange. Kat! Mars resere-se txpon ee proprio, os resukdes das pesquises de Mor {gen tm coneado ‘com os emuifados de seu (tenho, de eta forma, 0 clreito de dizer, nossa) estudo materials: {da histéria © de fazer assim melhor compreender 0 stu eleanees.” © tesiemunho de Engels tomnase mais vlldo se se con sera que ele 80. aceltava as expli ‘nfo 2 explicagso. dade pelos evo: Iuetonists. Ana tinfia em comium algo com © evolucinsme e 0 historicsmo. ‘Com aque, tinha em comum e preocupacso geral © amy ‘om 08 wniversais da cultura. ou com 0 Fenémeno cult ‘onium todos os poves « de todor os tempas: com este, fparentemente, pouco linha em comum; no entanto, & con Yerginca al ocoria no compo. metosolagica, 0 gosto pelo Tulluraliemo, © primado de cultura ou da historia sobre os homens, Veltremos a0 aseunto quando tatarmes dos espec. {or tebrcoe de cade coments +3. EVOLUCIONISMO CULTURAL: PRINCIPAIS ‘CARACTERISTICAS 2) Aint do bjt de eso: Notes gue 0 ers inltne curd vsve'a-esucar cular Et fo de * hid por Tylor coins ceste conjunte compleso que inelul €o- 1! PHS A een Fann Pine Py 6 Ey — mM ‘hecimento, censa, arte, moral, lei, costumes © vias outias aptises e hibtas edquirdos pelo homem come membro de uma sociedades." Como’ se pode ver, nesta definicho o obe to de estudo era muito vaso e abrangia o fendmen da co {ura como fenémeno humana proprio da espéclehimena Mio se tratava de manifestagho deste fendmeno nes, soe: dades particuleres © historcamente stuadas, mas, 20 cont tio, dita respeo wo Fenémeno geral, Pode'se afizmer que fntropologla nascente do seeulo XIX era bastante ambicosa Tem raxdo Merton em dizer que «€ caracteristco de uma c- fncia, em seus primeiros extgios ... ser 20 mesmo tempo fombiciosamente profunda em seus objetivo Tiviel noo. ‘elo dos detalhesy E fc entender esta tendéncla da antropologia nascen: te, Farias Inecessiio langar as bases de displing no sen tido de premover uma reducio tediea que permilisee ® ge peralizagbo e & consttulgho des denominadas lls clentiices Dirlomos que esta antropologia nascente era mais teerca do que price, aproximava'se meis do tipo da grande teres 4 que das’ teores de medio slcance» De certo modo, cremos ser coreto afirmar que © evolu: cionismo, mesmo considerande 98 diferenses e semelhenges cultura, viva a explicar os aspectos comuns a todos ot oves, Preocupourse ele também em mostrar as reglaride. es enistentes' no processo cultural ala fnagdo ho fend. ‘meno da evolugde, ou sea, aquelas rensformesbes requires © presentes em todas es. populages conhecdes. Contudo, € forgoso reconhecer que 0 evolucionismo det 430U no ar uma certe divide com relag8o as rasces e causes des trnsformagdes da cultura, Nota-se, no enlanto, que ex, tie certo consenso no que diz respeto és Tinhesgereis do Pnsemento terico, A “sucesso de estiglos de desenvoi. ‘mento ere uma das principal. © de presumir, portant, que les aceitovar que a cultura obegeds, vio de fegra, «vine dindmice «naturals, isto 6, derivade do propie consitugse humana. Ere aqueia-nogéo de unidade peigulce do: home qe permitia que todos os povos mals edo ou meis terde ‘evolulssem em sus culture. NBD seria o caso, pottanto, de ‘tur es mutagSes cultuais so amblente, como. penseve 12.45 Gouge de MELO 4 Ae SLES tte A tgs 28 Manteiqlew nem stibur & propia hire (0 patiménio. ‘altura 0 prinplo dessa dnkmin ou eo mene £'ceus de scetragho do proceso dinimico da cakar “Todevia,¢ de se corsderar uma parcledade obser veda na defn. de carn de Tyo: ble at pode went aus o flor aprendnagem esta presente © até mereeu reer. Reta Tylor lade um fendrieno wadqutndo pel horsem Cero membro ds ume socedaden, Com se ve 9 Ranier 4a enropologe cure nao despece fetor Wensmssie; ‘Situra, Gute autor que pée em tlevo a fore du etre omo fendmene quase que responsive pla propia dnd # Morgan quando atibul eo especo steal Ou tenco tues 'detanstrmagto de organzagto sol ¢ Se postr ‘rnsormesio do equipement mboica. Mas, mrt cay parece pono pales, por pri de todos os evluconitss @ ‘econhecimento do. pmedo, ta Ivenglo coma noponetea pant cultures, Dto its ce cura mene cuconime emesis amas te, § ‘eter 20 equlpamento iopiq de hemen topo, ‘iio 4 agiohisurn Be vest, Convem sbseNer ue os see ‘Senlts nfo_queram negar'« portance de Seve fae "5 sobre o fendmene da elturs, ti come scl has Préprios feos eulucls dos homens, ee Quer ‘nos Parser {ut o problema € de fundo metodslgis pls interes ‘Scola er estdar'¢ splcar como econo 9 fendene frolugo, que ra por ee aces como vin dado con for ‘= svoma Dal o cominho pemlhado pelo evoluconiane he ‘cathe de temas: origem ey cars se evelagso ou Capes Hage nos ents ta Tegit So ree, d'or ‘amir le do as beta embora ten concorde pare uma cata Tals de igor metodslogc,permiay no ent, "esenvonineno sedrado de aided Calis Sos te tam ampler 9 conbecmerto do pasado do homem Cxem Plo estas tidades 0 pogreso canseguido pla pach: {clog e ple erqueiogitnisorca, Davie Info, tn am, fet pitalgia mute sluar no que se eee a sbenura ds mentadege dos Inelectuts © os flosos no co ientiico do homem eda catura. Ume expec de desma fcagho da telidade humans. O etido do hore «de cel pastou a ser menor compromsado con 0 egies religious 2 1b) 0 fator tempos Ure das ctcas mais acentuadss fe: tas 4 corrente evolucionsta est, precsamente, ne. scusesto Ae que ela nfo levou em consideracso metecida o fator tem po. De certo modo, os evoluclonistas procuraram rar um fempo novo, isto ¢, © tempo cultural: a5 fases ou estégls de tvalugho, De sore que 0 que Impertva no era tanto lo nly determinade povo navescal cujo chtsio ere 0 estiglo {de cultoa vido. pelo povo em questi. Dal se justfieer & titlngSo. dos chamedos. povos primitivos pare a reconsiu {io do. peseado cultural do homer, Dei Se pode der que fare evoluconisias os nivels de cultura determinavar © fempoe nao este os nivele de cultura. De nosse parte, © hoodo de tempo cultural parece valde {ert no estudo de allure. atureimente, € recomendavel prudéncia no seu uso. de & metodeldgica e opereconel. Mao ‘igniea dl ‘deve olvidar a veréves tempo © espago no estudo ‘Ao contra, & indlpensavel a consideragto des. a5. duas vonivels na utllzgfo do conceto de tempo cul tra ‘2 O método comparative: © método comparative util. ado’ pelo evolucionismo decorrey, sem divide, da propria ‘dequegdo do métedo eo objeto. A crea que so far 40 evo luclonismo foi # de tentar a interpretagho das instuigses so isis través de ume reconstituglo do. passedo. A pretensto fra explicar © conhecido por aqullo que se lgnorava quase ‘ue completemente (© metodo comparativo que se afirmava préprio do. evo- luclonisme no ere coite nove, tendo. sido empregado por ‘Aristteles no. seu estudo dos sistemas polticos. © proprio método cientiico impicave necessaramente na utllzagze. de omparasio, A céncia jd no seu nascedouro.preocupavase om o problema das semelhangas e des diferengas. Ares peito do métede comparativo utilzado pelo evolvcionismo do culo XOX, escreve Perey S. Cohen: ‘Por todo 0 curso do século XIK exists umm esreito exo entre 0 emprege do metodo comparativo © & aber ager evolucorista, em particular devido & influence Creseente do darwinisma. Alguns estudioses, todavia, nfo Se limiavam a estabelecer as orgens comuns e 8 recone ‘historia naturals dos fenémenos socials, come & Feligio # famila, ou @ eveiicar elguma te 210 pelo dos estigios do desenvolvimento social e mental; Por exemplo, Tylor, como Comte, sustentava que um dos Principals objeto de comparecSo ere descobrr agullo ‘gue ele chamave de caderenclas cultural, ou coreagses Necessiries ent dois ou mals fendmenos cultures, tas ome ume regra de comportamento de parentesco © ume regra de terminologia de parenesco. Foi John Stewart Mil (1806-1873) que Introdusia um maior rigor na dscussfo, demonstrando que 0. método ‘comparativo era spenas ume aplicagso da logea de ch nce casos Jb dedos, ao contrvio dos casos consul dos experimentalmente, no momento em que — arma: Ya —'o metodo clentifien consiste necestariemente ne ‘Comparagdo entre casos que ao em algum aspecto se ‘melhentes e novtror aspects diferentes, com’ a final ede de moster que ceras cavacterstieas estéo ligedas ‘ausslmente, Todava, Mil estabeleceu, por fim, que 0 Imétodo comparativo no estava. de scordo verdadelra- mente com ss regres indutives da cléncia que ele aha Formadon 'Nlo importa a retratagio de Ml, posterormente. O fato € que o metodo comparttivo ver sendo ullzado largemente hes citncias humenas quer pelos primelios evoluconistas quer por Durkheim ou Weber Ar fees metodologias cometdas pelos evolucionistes nfo repousam no fato de comperecto, fm si, mas na falls de rigor do seu emprego, Exemplo disso fai falta de critics dae fontes de Informacto wtilzedes. Tanto ‘lava Informasses biblices da mitologa grega como as Fistériees, faciimente comprovades (© evolucionismo, contudo, teve © mésito de Iniciar, em- bora timidamente, a apicaglo do método. comparativo de rmoneia correta quando passou & estudar os povos canter: Dordneos primitives para, através das observagses concretas, umentar © conhecimento do fenémeno coltral universal, Ai [a no se apicave a critea’ de que 0 evoluconiste tenieva ‘expliear © conhecido pelo desconhecido, Também @ verdade que foram poucos os sequidores do. evoluconisma que se eram ao trabalho de realzer pesquisa de campo, Talver um ‘exemplo de inciaglo deste trabalho sea aquele reslzado por Morgan junto aos Foquesss 1 te TOME, DM ada,» aun De resto, procede # observagho de Evans Pritchard quan do excreveu! ‘Vemos pois que, apeser de toda sua initéncia o- bre necessidade do empliismo no estudo des insti ‘Bes soci, os antropdlogos do seclo XIX eram apenes ‘Sm. pouco menas dialétices, terieas e dogréicos que fs Albeofos moris do século anterior. Estes se preocup am apenas em sustentar suas construgoeshipotétieas ‘om um nimero suficente de fatos concretos; eo con ‘iio, 0s Investigadores dos quals nos ocupamos, apesar de nfo o aplicarem na prétics, estavam convencios do necessidade deste span ™ Come 20 pode depreende, as flhes do método comy rato utlzede pelos evoluconsts, repetimos, no esto Ino i ne ener ten domed, Tie apheagio. No entonioy © exforgo 8 teorsasdo metodo {Bgl esses ploncros de cinlogi val como sberture de ‘uma plea para aqueles que ob sucederam, 4) Panclpas temas e concetos: Os principals temas de preocupesto dos evoluconstas foram es nauiigSes Teg fas e ou insitugées femores, Prclelamente se ocoperem também de inthulger Jurdces e dos apectos da culture ‘mater, com fo © aso de Morgen. Em qualquer dos temas Tpeocupeqto ental eta demonsrer come cra be. ddece e ume evolugéo universal e uniinear. «A Fistorie do ‘gesero humeno, dia Morgan, € nies em sue oigem, nice rave experiencia © Glen no 30 progreston.” (© ato de encarar os denominados «power primitvoss ‘como populasio potencslidntis aos poves ,” bate numa tecla importanissima para a compreen- ito do evsvionismo como do difuslonismo (histori mo). O primero dé televo 90 fenémeno. da invenglo, 0 se: ‘gundo ae fendmeno da difusbo e dos contlos entre 08 poves. Kmbos, no enluita, acreditam ques compreensto do fend. freno cultures repousa sobre 0 seu certter dindmico, Os Gfusionises.pessaram a ver na explcasso evoluconste da Cult ume forte marce de apriormo, mula especulagho ‘ume mugen: ‘) Uma marca forte do difusionismo, em aera, fol « preo- cupagto de tomar or métodos de sntopologia cultural mals figoreses, mes clentiens, Isto Tevouro.® deserolver @ pes: (qise de campo com intensidade considertve, De certo modo, poder-sela dizer que este periodo ¢ 0 period, por excelenel, da etnografia, Com isso se quer por Ei tele © falo. de os antropslogos ferem partido. para a foleo de dados no campo com todo empenbo. Alguns. che foram a dizer que hava urgéneia em coletar dados e infor. ea sobre os jovos pimitvos antes que os mesmos de Saparecessern ou fossem'aingidos pela clzegso. Boo parte a w dos antropeioges entenderam que, ao menos por enquanto, ‘mais importante era coletar os dedos nio enplicat 0 fe: ‘némeno cultural. Este time poder esperar algum temps, [No momento, o importante eta coletar © méximo. de infor Iasies que pioncitsem, male tarde, elementos suficientes ‘que permilssem as elaborages tees, 3) Esta mudanga de tities levou a antropologla cult 4 desemvolver vies ténicas de pesquisa, princpalmente, ¢ ebserag80 participate, Indietamente, 0 estido ou pesquise 4e campo, junto a povos primitives, levou es antropsiogos & aprender varies idiomas entes desconhecidos, Este eto, por sua ver, velo favorecer'o ineemento de outro ame de eno. pologla cultral, a lingustien. Esta ‘marca tember vaca Facterar 0 funcionalisme de Malinowski ‘ede Redcife. Brown, ©), Em sua, a abordagem historiista na entropologla 38 acarretou ums nova interpretagto. do fendmero. ca ‘url, como fol visto, mas velo convencer seus defensores. de Necessidede de mudar 0 proprio sentide ov foco de etude, Isto teve lugar princpsimente, na escola americans, onde se passou a dar relevo 20 estado das culturas paticulres eno 4 cultura universal. Jando se procurave estudar 8 culture not suas crgens e em todas as pertes formende uma grande Gar dade comum a todos os homens; agora, ‘eleve era dads 4s cultures particlaes. Isto, sem dvds, permit, maior ae suranga nes informasées e um meior conhecimento, de fe Omens, ate agora, relegados. a um Segundo. plano, Este fato tales cxpique 0 surgimente de cuties tendencns tet Fieas ne antropologia cultural, tals como ‘0 psicoogismo: funcionaismo e 0 estrturalismo, 'A seguir, se procuraré consider principals orienta hes difustonstas, Separedamente, Uma edvertenia, comtode ‘qui se far necessira,Importa nBo esquecer que, apecer de 138 flor de um periods diusionista, no cas, inglés, sontiacs americano, no significa que durante trnia anos 16 tenhe ddominedo 0 fistoricismo. De’ modo slgum. Ne propria Ingle. terre no cessam ebruptemente os estudes evoliconstes festa escola, Herskovits resume em ucts palaas o significado dela pare a Pistia da ano: Pologla: Fol a cima « aparecer (Sto 4 uitime des scales de orentasbo historcta) no cendno.anropologic «pre mela a str, spesar de as controversies por elt engendrades terem sido ti colorosas como nema out he Maton de ntopelogis.* ‘Seu fundador fol o Inglés Grafton Eliot Smith que, de Inicio, no passava de um enatomiste especieizedo no" eile 2 cebros, Tendo ido ao Egitoestudar © cerebro de mies, éntrou em contato com os fesqucios de antiga cultura ep: . Nuitos foram os seguidores de Franz Boss Ente outos sem ser cados Alfed Kroeber, Clark Waser, P Radi & epi Ruth Benedict, Margoeth Mead tantos cues ist no gnitica que estes tantos outros dpulos de Bees fem elgcsemeste seve esnaments, em cles se fenciarem. ‘Ao contra cada um enveredou port car eterna, sem contude. despresar © nicco, dos nai. ‘entes do teste. Asim, alguns enveredarar pels dom ‘os ds linge, outros penetaram nos esludos de calture © personaidade e male estos, no dominio a antopslegia Site dae formas. . Clk Wiser, por exemple, notabiizow-se por seus es todos sobre areas cultura. Reste Spo de estudo o enfoque Bincpal ee o estado ds relagses enre'0 melo e's cule Matos foram os pesqusedores que ream uso deste expe dlente metodologco pare, dgamos, mapeamento da cre onecidss so as brea culate do continents aicane de: lnitadas por Hershowts © Hombly. 0. chemado metcdo de lack Wiser teve também muita importance no Bras, Pot sina, se se finer uma visto retorpeciva dos ests, eto. poligicas no nosso Pas, se podersveiiear que: deminam 2 rotadamente os estos de acutragio, 0s de relages sm {ls Digno de nota a disbo do Brel em iess cltrais Indigenas reatzadss por Eduardo Galo. ‘reeber, por sud vem cou conPectdo por sus monogr fia The Super Organic (i817), onde afta” que co cla "tener gene aie compo segunda sat propria lel,formando asi uma espec de eronga super ganic pesivel de ser extudadaseparadermente oe ia dior que'sio seus ponsldores © inciadoresr = ‘st, de um lad, Kroeber pode parecer ter dado pouce mesmo ndo scontecey @ Front Boas, coma observa Hers owt sobretudo, para Boas e 0s que com ele con: cordavar, de miaima Importineia que’ os fetores psieo Telcos erm que se apoiava 0 empréstimo no deixessem e ester @ todo. momento presentes. Isto, diem, dever sea ferer mesmo quando estes propries ftores nko se Dudessem estudar, como ocorre nos povor agrafos, que ‘lo deixaram regstor hstoricosy.” Nua tentative de svalaso desta esa, muitos etiam o cater denetvo de que te Tevesin a pone de Wane formor'a einloga em‘einografi, © af con eve os sep doree desta esa se embers na pesmlson e cage farce ter sue espicagbo mim presepegie exagered Por Sccumenar tudo qos ors posse sabe be post pat vos ones que ests ves” desparecer. ao cota com wPeviagao. Tom so Cus Pie cm dena se {fet no sino de stopaaga no Biel's ha su apleglo Sor" problemas naconse, Exe mutor cea duramente ete SSaraismo que fx, nr Esndos Uniden Yong no Bree So sone binarem de etopSoger os Tox exter comunade 6 profesor Con Pio tou 2 cies ue itech de Rosier que vem cade «segs Grande numero de estudos de comunidede, que se situndtem em ceta €poea em grande es Tepresen- mia oportunidade, orgada por jovens dipomades, de ssa, ‘no campo’, por uma prova de foge, que thes pet i ERS. a ritisse, de alguma forma, yer experiéncias iguals Bque- Tis que teveslam de cera Tegende helen oF sus pro- fessor, antopblogos de. geragbes passedas, que faram Femosos estudando.povor exttces em lugares dstantes como do ere pessvel s todos estes pérgradoados fontr caravanes © expedigSes pare fem @ uma ihe do Pectico Sol ou 20 Interior de uma flores tropical, to: Imovom um ter de sure eam estas os hein tes de ume pequena cidade visi ‘como se fossem pri- Init, E oe mals velhor que dei rerassem, dos rela: {Gros desta “enopologa de verano, 0 que sca Fosse postive pera compreender © =. “eultum’s." Emibore concordemos com © professor Coste Pinto, ha: vemos de ser menos durot com a antopologia. O probleme Tals stro no. tanto 9 snacronismo da antropolgia © or ingen tet dos probemas moderns: mas 0 prble Ine afeto 20 caso presente diz respelto, principalmente, 8 an Tropslogia académica de nossas universidades. Neste sentido, i otice deve ating, praticamente, todas. as disciplines. mi- Tatas cio can eis no apne. Nowa bones no tem campo de estiglo e, por veres, 0 proprio Gunso nBo. os prepare para desempenho de uma profi Sho. O fato achrete um conjunto de problemas que provo- am um descompasto muito grende entre os problemes es {udados nas universdedes os problemas reais. As pesqusas nfo encontrar tim apoio fnanceiro «por iso se véem ne Contingéncia de transformaremse em simples simulacro de pevgulse destitida: do carter pritico e utltirio. No couse Espanta, portato, que & fala de fnancomento e de uma Utliagto. mais efeta dos conhecimentos académicos eos problemas nacional, = vnversiéede brasileira, notadamente fos depertamentos de _céncias humanas, tenha se toad Upenas repetdere dos trabsthos estudos scedémicos reall Zedos noe paises ricor «© de tredifo cents. Como dise- nos, © problema nfo & da antropologia nem de. nenhurm Glencia, em: particular, © sim, da. propria unversidade. Este precisa juntar & ue tarefa. de transmitir conhecimento. ume Cutre terete, fundamental: produsrcléncs, conhecimentos Pera tanto € imprescindivel promover pesqusas. SO. assim 2s ser possvel ume atualizagio, uma adaptasio € uma cons: ‘ruglo ientfica para as nosses necesidades ‘Com relagSo. #0 probleme de s escole americana terse tomade uma ‘antropologla descitve, haa, consderar © se- ‘guinte. Primeiro, parece vido 0 intento dos estudiosos da pace de coletar 0. miximo de documentagfo, mesmo. em forma predominanterente deserve; fina berm melhor @ ‘cleter moterie!_e documento bem, sem teotze, do. que feoriat em profusto sem nenhum dado ou fato 2 milo. Se undo, © fato mesmo de muitos estudiosos se langarem. & cleta ‘de dados culturaislevou-os » apresentilos de mene ‘Selematca: Ito permit, 0 tempo encaregos se de prover, ique a escola de Boas foase antes de tudo uma antropologla Heuristic, estimolante sugestve. Novos estudes dentro da ‘ntropologla surgiram em decorrénc deste aff em coetar Informagaes sobre cultures diferentes, Forem novos temas, ovas abordagens, novas fronelas que surgiram. Mesmo nfo sendo nosso ropésto tratar das vias ori centagter teorieas menores dentro. da antropologia, Nea regis lrado, a. seguir, o que esctevemos sobie © configuracions- ‘mo, em 1973." 5. CONFIGURACIONISMO ‘Tratamos do configuraconisme, aqul, porque ele repre- senta, sob certo aspecio, um prolongamento do proprio is- toretsme ou difusionisme americana, Prolongamento porque representa uma abordagem também de cultures particulars, fade uma delas vista, na expressho de Franz Boss, «como ‘oma unidade singular e coma um probleme indiidusl.™ ‘Mesmo © enfoque tpico de configuracionismo jé exist no histriisme de Boas, embore no com tanto resi. Na Introdugie ao live de Ruth Benedict, Boas diz textuslmente: «Hos devemos entender 0 indviduo como vivendo ‘em sua cultra; cultura como vvide pelos indviuos ( interesse por estes problemas sbcorpsleologicos nfo € ‘de modo algum oposto & abordagem histories.” BE RE RE ee 26 © que tk diferenciar 9 abordagem historeta da cultura Adaquele sdotada pelo funconalismo e pelo estruturalismo 80 , cxatamente, a preocupegio de estudar cultures particular ‘es como um todo, mes, prneipelmente, 6 medo ou 8 metodo ‘dese estado, © storclemo defende ¥ necesidede de. ume econstugho histérea da cultura para bem compreendtin. Ao ‘contri, © funcionelism eo esttulualismo acham dlspen- Sve! esta teconstruglo e afirma ser possvel 0 conhecimento fe dade cultura traves de me enive de sua stuaglo pre- fente, © conliguracionlemo tentow encontrar explleagbo pare 2 indvidualdade ‘ov especifiidede das cultures paricuares Tanto Ruth Benedict como a Sepit um fato despertouthes a atengio: um mesmo trago cuturl tomedo por emprestimo por duss cultures distntas pode sofrertransformasées neste Fenameno de adosto. Sepir, inslmente, ocupou'se do estudo da lingusgem. este le descobria que cade lingua possul ume mane Ser uma Yormeinisgrade ou ume. heblidede carecteistca ig the permite expressarcertas casas melor do que outres. Segundo’ ele, » culture tambem forme um todo com uma configureséo.inconsciente que, gefalmente, no. & comuni ‘cede § mente. Esta configuragdo cortesponde & um erranjo fue the proprio Ihe fomece ume maneiatpiea de ser, ‘explctamente — uma. per ‘Sapir achave bom o principio metodogico de que a cul: ture é um stodo superorgénico» impessoal Porem, como ob- semou Keesings sc... este ponte de vista tome-se um obstdcuo sério 1 longo prazo a0. estudo mais dindmico. de ‘génese © esenvoWwimento. das configuresces culturais. motivo fque as configuragées cutreis “nso podem ser reli ticamente sepsradss das organizagces de Idlas e seni> mentor que consttuem ¢ Individvo. A chemeda cultura {de um ropa, como € geramente tratads pelo antro- pologo, € ezeencalmente wma ste sistemBlica” de. pe Grges de comportemento que ‘podem ser lustrades na ‘conduta mesma de todes ou de maloria dos Indviduos fem cause. Mas 0. Tocus real” desses ‘processos que, {quando abstrldos. em uma totalidade, constituem ume Culture’ néo esth ne “continudade tedrce de seres hu oI manos conhecida por sociedade’, pois o termo ‘toclede: ‘cle proprio me construgio ‘cultural ‘A representante do configurcionisme mais conhecida talverseje Ruth Benedict que fol também dlsipula de Boa ‘como Sapir. De certo modo of configurscionlsia no despre: am a cufura, Apengs reconhecem os Individuos como su- Jellos'e objets de cultora, Desta forma, a5 caracterstias dos Individuos deveriam ser Idéntcas Se carecteisticas da cult aque pertencem. Assim como, ne indvidue, no exstem se: paradamente principles religiosos, econdmicos, palitices, jv Fidleos ete, mas ume resullante, uma configuragso de todos © principio, também, na cultura, existe um todo harmonio: 50, uma configuragéo, um eqénias, um estilo de ser que diige conforma 0. comportamenta de todos os membros desta cultura, Benedict tomou de empréstimo os conceltos psleo- Teaicos de Nietsche e Spengler para clssfcar as culturas fem dos tpos principals: upo apolineo e tipo dionsiaco. O Primelvo coresponderia Squeles cultures extroverdas: «acen: fuando formas externes de comportamento, rituslistes, con- Formists, destonfiadas do indiviualismo, evitando excessos, rmastendo comedimento...s; jé os cultures don intensamente individual Individue do que pelo grupos. ‘Como observa Jacobs, «la (Benedict) fala de uma con: figuraplo come um padrdo cultutl, um termo infli: poraue le ndo express Iteralmente 9 que la tem em mentes.” Noe Seus estudos, Ruth Benedict utizou conceltos como padroes ultras, orentagces da cltura, objelives e moles estas femocionais ¢ inteectuals da culture, ete. Quer estuda Ruth Benedict pode perceber, perfelamente, que ela nso se res. tinge a um extremisia incompatvel com 0 proprio método ‘entice. Ela aceita a orlentagso bossians, mas acrescents Ihe elementos novos. Ate certo ponto, ela aceta também ee. Imentos do fanconsismo (a Interrelagio de elementos cul tural), embora clique Malinowski por néo ter dedo © me: Feeido enfoque ae todo cultural, HF SSeS Tada 6 238 capitulo Vi FUNCIONALISMO. 1. Consderagbes Gerais 2. 0 Funclonalismo de Mallnowski 2.1 Pressupostos ¢ Fundamentos Teotla Malinowekiona 2.2.0 Estudo das Instuigtes 3. 0 Fundonalismo de Radeife Brown 1. CONSIDERAGOES GERAIS © funcionlismo encontrou seu apoges » partir de 1930, “nas ele velo num crescendo desde os anos Ge 1914, ane em ue Bronsiaw Malinowski seus entados nas has Tro band, Tao festejedo fol este autor ne Inglaterra, que seus scipulos © consideraram como o iniciador ou 0 ccrador de lume disciplina eeadémica intevamente noves, a anttopao is soci, Um ponto marcante do funcionalismo fol haver imprimi- do ao estudo da antropoiogi una nova ovientagso. Ate ent, tanto o evelucionismo como oe difusionismos preocuparsns¢ om as ongens, com os jvoblemas das trnaformagges socio Cuiturais: Malinowski e ccpots, RadclffeBrown, prescoparem. se em cstudar e expicar © funcionamento. da culture num ‘momento dade. Ae funcionalismo no intetessava explcar © presente pelo passado. Talver Ihe interessasse. mais expat © passado pelo presente. Convém observa que tel olentago Inovedora do funcicnaismo no visha signfcar uma abjura so radial as ditames do veho evolucionismo. inglés. tho tigoroso © rentente. O proprio Malinowski, so mesme tempo fm que ecredtava que Sus escola tnhe im cariter comple mentar com relagfo 20 trabalho do evolucionlemo, sentiase, nno fundo, um evolucionsta, Eo que se infee do que ele ‘Minha Indiferenga pelo passedo e sus reconstul ‘glo nfo ¢, portanto, uma questio de pretrt, por ess ‘ize 0 passado sempre ser slraente pare 0’ entiquéro, €¢ todo antropélogo ¢ um antquirio... eu, pelo menos, certamene A minha indferenge por cstos pos de fevolucionsmo ¢ ume questde de metodo.” Um outto posto matcante deite escola ¢ a vis sstemice uttizada ‘ne “ansize de cults, Guer dizer, esta orientayao procurou explicar a manera de ser de cade cultura buscando §s razbes.ndo. mais nas origens” (na natureza) nem ne his {ovia (na diusdo eulturl), mes na logics do sistema ssumido pela cultura ery ‘exame. Ou seja, 08 funeionslites, mesmo Ibo desprezando os subsidios da histéie © do conecimento 4s potencialidades humanas, acredtavam set possivel co ‘ahecer uma culture sem estodarihe a histira, No dizer de Robertson Os antecedentes das orlentages em sociologia so lustrados com um ditedo de Vollaite. segundo 0 qual se ‘Deus no exstise, 05 homens devesam Invent&lo 0 aue quer dizer, completa Robertson, que Voltere concebia ‘renga em Deus como funcionsimente indispenstvel pt ‘© homem. Com este exemple, pode-se sent, melt ov ‘menos, o significado de Tungio'. Os antecedents do funy lonalisme esto ligados &s tendéncias organist. da 0: les (Come, Spencer, Dutkhelm, ete) a socedade e a culture 380 Wests como um todo cujas partes esto latimamente In. ferigadas, w exemple do orgenismo bilégico e seus rer 5. Ndo existem Segios dspensivels no or- Sgenismo. Todos eles tém ume fungio s desempenhat Sento do orgeniemos." Um outro ponto a merecer rece ne fs escola fol 0 foto fo esta mara nfo the & particular € ex: ‘dusiva, porquanto escola americans, como fo vita, tart: bem’ as notabilzou por esta pratce, Contudo tatendo'se de escolas europdias, pode-se dizer que fol o funcionlismo que Inals sobressalu neste particular. Tembém € verdade que fo: Malinowski quem meis desenvolveu est tipo de atuagio den tro da anttopolgie europtia. Alls, fol ele que fez escola ac 4 tiie dobar RUSTE ina 4 apg tn a car um procedimento académico cldssico ne formasio dos lntropdlogos. Depois de Malinowski, fleou Sendo comumy, ¢ {antes desejessem enveredor na carrera scademice da an- fopologi, inka junto eos poves primitives, numa espécie de estaglo. So ops este batsman €. que © profissionsl se Senlia animado penetier no magiteie, A propia comun. ede cents Inglesa engin este us. "AS lina gerals do funeionalismo, 8 bem da verdade, no provim dos seus dois representantes méximos, Malinowski ¢ adele Brown. Ao contri, sta. corente de pensomento antropolégico teve ume WadigSo.quase secular Soot raies sito ligedas aos nomes de Spencer, Durkhelm e, de modo (eral, @ tradigbo Francesa. Alguns ‘chegam 8 falsr de ume xplcasso sociologea vo se refer a0 funclonalisma naan ltopoiogia. No entant, como ressalts muito bem Lucy Mal, ‘Malinowski Introduzu em seu sreebouso fesrico elementos Pscolégieos. Assim expressase el <0 trabalho dos socislogos franceses influenciow os dois ‘principals antropélogos Ingleses do. século Xk, Ma lnowski e RedciffeBrown, cujas teoras eso Integradas no corpo de pensamento de entropalogi contemperanea ‘que s8o milhor tTatadas no. contexto. dos problemas tunis. As teoriae de Malinowsk! apoiavamse’ mals ne Pleologla do que a5 de Radelffe Bros, para quetn @ Eonceto de esrutura social era mais fundamental acom ppenhavam muito de pero as pegedas de Durkheim Note-te que o funcionaismo na antropologiainglse a sumiu'a aura de ume revolugfo. scadémen, NSo #6. pode Subestimar o vigor desta escola, contudo, seu sucetso deveu =, em porte, 8 personaidades de seus dois princpsis men tores, Malinowski" RedelffeBrown, Tanto. um camo cult festevam longe de serem madestos ¢ humides. Ambos fom ‘aidosos e tiham conseléneia da importancia de nove orien taglo que propunhem velha etnografiainglese, Para se {ef ums idea’ desses' dois personagens, vejese © ue. dit Kuper corprais tal como espirar, dormir, repousar, nutivse, excrelar e reprodu Este & ponto de paride wtiizado pelo autor. O prépro. conceito de cultura val apolarse no conceit de natureve hu mana. Ou soja, existe ume stuaglo concrete. dada, equela fem que os homens pettencem a ma espace animal, como tal, portadores de necessidades bislagices a setem satsatas, 0 ‘determinismo de que fala ele € 0 que se prende 00 fl Inetorquiels de que 85 cultures poderdo.essumir formes ‘nals variadas, mas deverso, neceSseriamente, ser aptar esa tsfareressas necessdades basica, biologcas: Este fate ¢ sg nificativo pare a compreenséo do fendmeno culture, Veje-se ‘0 que entende Malinowsk! pelo fendmeno da cultura, O avtor comese por mostrar que © fenémeno da culture & to todo Integral consttuido. por implementos e bens de consumo, por tes constituclonals pera 0 varios agrupamentos soci, por ldias © oficios humenos, por crengase costumes Ate ai, ado como se disse desde a delinigSo descritva de Tylor. Delemos Malinowski mesmo explear © que ele entende pelo terme. 0s seres humanos s8o uma espécie animal: Estio sujelios a" condigees ‘elementares:que.tém de. ser stem fides. de modo. que of Indivduos possam_sabrevivers & Tage onan e's tpanimos ecole mats fos em condigses' de funclonamento, Ademnels com sus bogagem de aitefetos © sua capscidede pare product ios f apreciésbs, © hamnem cium ambiente secundaria Nada de novo fol alto ake egora, defisctes semelhen tes de cultura tm sido prferdae e aperelgoodas: Tre Femos, todavia, uma ou duas conchisies ediciones, ae a Em primero lugar, € claro que 2 satisfagio des ne- cessidades orgdnicas ou basicas do homem da rasa & lum eonjunto minim de condigses impostas a cade cut ture, Os problemas apresentados pelas necersidedes nut ts, repiodtivas higitnicas do homem devem ser 1e- solvides, Eles s8o soluclonsdor pela constrayso. de. um ‘novo ambiente, secundéro. ou orifical Este ambiente, {que nd é mais nem menos do_que a cultura: propre ‘mente dita, tem de” ser_permanentemente.teprodeside, ‘mantiéo e administado. Iso ctia o que pods set des: tito, no sentido mals amplo de expresso, como um row padsdo de vide, que depende do nivel cultural da comunidade, do ambiente e de efciencia do grupo, Um pedro cultural, contudo, significa que noves neceside des se impGem e novos imperatives ou determinantes 80 Inculeados 20, comportemento humane. A tradi cule tural, € caro, tem de ser tanamiida de cada, geragto para’ e gerasio seguinte. Os métodos © mecanismos de ‘ardter eductcional dever exist em toda cultura. A oF. dem @ & lel tem. de ser mantias, uma vex que 8 coope: ragdo ¢ a esséncla de toda realiagho cultural. Er toda coinunidade devem enstiedlsposigbes pare a sangto de * costumes, dts e leis. © substrata da cultura tem de ser Fenovedo e manido em condigbes de funcionaimento, Por Jato algumas formas de organizagSo econémice #80 Ine ‘ispensiveis, mesmo nes culturas mais primitives," Tods a teorla malinowsklana repousa nesses dois concel- tos: naturera hurvana e cultura, espécie de dois mundos cone jugados, onde fice dic, por vezes,distingule 0 que € neureza humana eo que € cultura, ‘de-um mundo basco ¢ primério que sucedido por um outfo munda secundério ou ‘derivado. Ambos cram condigSes de sobrevivncie « epresen tam também ameagis 8 sobrevvéncia humane. De cero modo, 2 cultura, que 4 um mundo afifical criado pelo ho- meme pare'o homer, € também uma extensto, do mundo natural, Com tudo Isso do quer dizer que Malinowski en. tends, que 2 antropologia devesse ocupar-se do estudo da he tureza bumens @; por extensdo, também da cultura, Isto no. Ele fot um daqueles que achava ser Indispensivel delimiter 1 tee MALMO Ot — on rmahor 9 ebjete da antopelogi. Dina ser pretesiosa 8 an tropotoga to se propor etudar © homern comme um todo. Por auto ido, meso vendo «eure como abet do topo. log, em termes concretos de estudo, sévogou & iperes i dene eat oh ales com wnidees natura de Investgesto. Acstava como valida a preseypagie. croc sista dfusionte de. adotar'o meta comparativo, mos fembrava que 0. ivestgador etnogratice nde, pode’ fet chseragtes, @ menos que sala © que ¢velevnte'€ een! ‘tsteje, desse mode, capaciago 't deprezar es, aconec! ‘entosestrenhos e fetter. Econcui, Uendo: .” (© professor Roberto Motta também tece sus cfites em rmagistal artigo sobre o lio de Lév-Strauss, As Estruturas Elementares do Parentesco, dandosthe wm tisio muito suger tivo: As Estuturas Initels: © Ponto de Partido de Obra de LviStrauss. Neste artigo, Roberto Mota comese. por diver que «es confusbes respelto do estrturalismo prendemse, mm rande parte, & recepgio inerdisipliner da obra de Lév- ‘Strauss, Referese, em seguide, no estilo thguate do meste francés, bem como 2 sua linguagem hermetica evade de flosola que the confere uma aura de sacradede, so mencs, ara os antropslogos. Depols de analisar a explcagto sobre © incesto epresentado por Lévi-Strauss, 0 professor Robeto ‘mostra como este autor tata da troca e de reciprocdede na sun ebordager Entre outras coisas, dit 0 profetor Roberto! + Anteelpand alguns elementos ciicos, poderiemos dizer que, se 0 estruturalsmo representa a aplcagSo” 20 ‘210 do. principio. do bem escasto, « 25 exea eplicagho, sun originalidede esteria foremente.comprometda. Te: Hiemos, na melhor des hipéteses, um Lewis Morgen de Sincronie, em ver do auténtico da diacroni, mas embes votados pare explcagées econémicas, ‘matetilistes, des tegras do comportamento sexual.» [As conelusées do famoso Essal sur le don so bem ‘conhecidas. Nesse estudo, hoje encaredo como clésco, ‘Mauss buscou eapliear que a toca nas soclededes pr iitives consste menos em transagbes econdmieas do que fm presentes feciprocos, que esses presentes recprotos tam mais importncia nessas sociededes do que na nossa, que essa forma primitive de troca nfo & um {ato de hafureremeremente econdrmies, mes consiuh ©. que Mauss, com muita propredade, chama um fato social total Nosso autor e que © principio de relprecdade — 4 sirutura fundamental da’ orgeizagio socal dos ho- ‘mens — manifestse ny e cru entre os primitives. Mes, fem forma revestda e elaborada, pode ser pego em Ma: Gatante agindo também nes socledades ocientsise,” © professor Roberto & de opiniso, e cancordamas com ele, que econsiul salto moral pssar disso para & postlagee trplicia de estrutras mentals ehistieas de recprocidede, Inaias no cerebro humenoy, Uma colza em que todos, como acreditamos, extéo de acordo em relagio as eolocagées de Lévi-Strauss que ees sho ectcas, meteféricas contestivei, Por que no sere ™m lu estrutureelementarbisica do espeto humano, por exem- io, © conflto? Por que este sera apenas aperente® No, mo: mento em que se cries &tendencosdade des esrututes con ietas © conscientes dos poves extudados, por que os modsios constridos pelo pesquisedor no Bo também? 4. CULTURAS FRIAS E CULTURAS QUENTES Sabe-se que tratar de socledades simples ou de pequena icala tem sido uma constante ne entopolegia, Larbem LevStrouss nfo fugiu a essa norma, Mesmo fotos ee Proprio ache que & tals Tel delectar os estuturashentale Inconstientes bésicas a partir de socedades simples do see no seo des sociedades complenas. Movdo. pels necessuee 4 expat esta preferéncia, nosso autor tratou em varies, ‘tos sobre o problema de cult e naturera, rege alt tologia'« historia ete. A impressfo que se tem, numa visto de conjunto, € que Lévi-Strauss, a0 se preocupar mute en descobrir 3! constantes do. pensamento humerto, fndow por Ssupervalorib, Sentese Iso, na medida em que cle Kee forma assumide tm cada so. ciedede paricuar, como uma espécie de corupglo Ou obe- urecimento das ‘estruturas elementaes da mente. humane, Em outias paavies, parece que nosso adtor vive cultura nto ‘como uma epifenia da. naturere, mas como. ume. tentative (também inconsciente) de escamotedia ou de recionalzée Brincipalmente por parte dos povos ou sociededes complexes ‘Assim, até certo ponto, pode-se dizer que nosto autor ve histria como um produto da natuters. Ho momento em que le enatece a harmonia e sabedoria des cultures dos polos amples — chamedes por ele de sociedades fits cul cultures {as — ele aproxima-se muito’ do bom selveger de: Ross, seau. Ate perece que Lévi-Strauss ¢ pertidérie do Worle do Involuglo ou decadéncia da humanidate —sfinal, so soci, ddades ‘equentes» dotadas de histaries ou inseides na rode viva, da histéria— ‘afastam-se cada ver mals de order sos tural, enaturalmente boss, Ets alguma colsa sobre este ponto do priprio autor: ‘inserdas a histvia, essas sociedades (frias) pare ‘cem ‘er elaborado ou retido uma. sebedors panic m —_—— es que as incita desesperadamente a reir a qualquer mo- Aitcagso em sua estrutura, que permitiia & Nitra omper em seu seo. AS que tinham preservade, melhor stus caracteres distintves, sinda recentomente,aparecen, ‘os como sociedades insplredas pela preocupasiopredo. ‘minante de perseverar em seu se. Em resumo, estas sociedades que se poderiam cha- ‘mar de fis, porque'o seu meio intemo este proxims do Zero de temperatura histérica,ditinguem-e, por seu ee {tho restito © por seu modo mecanieo de funeionamenta, des sociedades “quentes, aparecidas em dversospontos do mundo apés & revalugdo neolites, © onde difercnce $85 ente castes e classes so solicitadas sem tregoay, como fonte de porve enetgi. omo se pode perceber, 0 estuturalismo de Lévi.Stauss ¢ bem diveso do de Karl Marx. Este timo spoiese ne Hs, {ria @ chege 9 volorzéa, enquanto Lev: Strauss permanece, ‘ousiesunianamente, impregnedo de soudosismo € superle: ‘izando @ nature, Lévi-Strauss cultua a altice do desta so ou de desceracterizaco do homem. Mers, por seu tno, ultun a historia como. forma’ de ‘construir ¢ aperfelgoar

Você também pode gostar