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APL ie pole te ae 4 WSVHE O OVYOTIOD EU TT Ay | Sot eam CWT Ii eae belere naa 091009 Peete] roomie Wetec Bee ete eee eave) rs felt tee eaten kool) Robes treme also ete) INy emote keer ntn iter) Giron ener acto) A liteleL A el tol TP A FL-Te Ree Lg eect omtecet te sso ics eteet ice tol a ied ode) ey Titel e) colt T-Meter Ta Bose ee eat oma oeen teaser) bolts Lobel ec mel ole a des TU oye 0p Breeton tie eo Fone Nees eect Pl fant peelsy oe Noh Otc) Panic Worieat essa its Coit meet Cee oer mest Rte Maco nnitom sey Pete ieee ete teeth Peers skeet ceo ech FUNDACAOUNIVERSIDADEDE BRASILIA ‘Timothy Martin Mulholland Enrrona Untversiaps bs Bras! Diretor Alexandre Lima -vlo Chaves de Rezende fo Fuck, Sérgio Paulo Ant6nio Jorge Ramatho da Rocha, Luiz Fernando Ligiéro Amado Luiz Cervo Clodoaldo Bueno Historia da politica exterior do Brasil 2 edicdo Colecdo O Brasil e o Mundo STIRUYO BRASILELO DE LAOES INTBRNACIONAIS Copyright © 2002 by Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno Impresso no Brasil Direites exclusivos para esta edigtio: Editora Universidade de SCS Q.02, BlocoC, N78. Ed, OK, 2"andar 701300-S00 Brasitis-DF Tet (0x61) 226-6874 Fax: (Oxx61)225-5611 editora@unb.br Tosios os direitos reservados. Nenhuma parte desta publ 526p.—(Colesao 0 ISBN85-230-0661-3 CDU-327(81) (09) Sumario ICA EXTERNA A EPOCA DA INDEPENDENCIA, 17 Um novo ator em um mundo dindmico, 17 0 enquadra A ampliagao do sistem 0 espago das relagées periféricas, 40 A201 0 latina, 40 » 42 gico: as interpretagdes dispo- A politica externa na estrutura do Estado, 51 O jogo 5, 54 A Teagho no discurso, 61 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno © fornecimento externo de mao-de-obra, 79 O trafico de escravos € 0 conflito com a Inglaterra, 80 A politica migratéria, 83 ‘A defesa da Amazénia ¢ 0 conflito com os Estados Unidos, 102 O controte po Prara, 109 Da hesitac’ A presenga brasileira e seus fins, 116 retomo as solugdes de forga (186 Um balango dos resultados, 125 DIsTEXSAO E UNIVERSALISMO: A POLITICA EXTERNA AO FINAL DO IMPé- R10, 129 Negociando as pendéncias externas, 130 Dom Pedro II e sua diplomacia de prestigio, 135 As relagdes entre 0 Brasil ¢ os Estados Unidos e 0 pan- americanismo, 137 Conclusao: a politica exterior do Império, 145 Pant IL Da AGROEXPORTACAO AO DESENVOLMIMENTISMO (1889-1964) Clodoaldo Bueno cA EXTERIOR pa Reptipttca (1889-1902), 151 Reagies no exterior ao novo regime, 151 A imagem externa, 155 ‘A “tepublicanizagao" da diplomacia e o Legislativo, 159 Reorientagio da politica externa, 163 ‘americanizago”, 165 As relacoes com a Argentina, 167 Estados Unidos, 170 A intervengto estrangeira na Revolta da Armada (1893- 1894), 173 Sum: Rio BRANCO: PRESTIGIO, SOBERANIA E DEFINICAO DO TeERRITORIO (1902- 1912), 177 Rio Branco ¢ 0 corolirio Roosevelt, 178 © Brasil e 0 subsistema norte-americano de poder, 184 A questifo do Acre, 188 O contexto sulamericano, 193 Os tratados de limites, 196 Do Aroceu 40 DECLINIO DA Priniciea REPUBLICA: A ILUSAO DE PODER (1912-1930), 199 Caracterizagao do periodo, 199 Deelinio da influéneia inglesa c presenga norte-americana, 202 (© Brasil e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 207 A partieipagao brasileira, 209 Reflexos no comércio exterior, 211 As questoes do café de Sao Paulo ¢ da apreensao dos navios alemaes, 213 mudanga na lei alfandegéria, 217 la Liga das Nagdes, 221 TRANSICAO DO PERIODO VARGAS (1930-1945); NOVA PERCEPCAO DO tAL, 233 ‘A Revolugao de 1930 e a politica externa, 233 A questo de Letc Mediagao brasileira na Guerra do Chaco, 243 Estado Novo: reflexos diplomaticos, 245 0 Brasil e a Segunda Guerra Mundi Jewtralidade @ pragma erciais, 253 O projeto sidertirgico, 258 A participagéa no conflita, 261 . ‘Amado Luiz Cervo « Clodoalde Bueno ~ ALINHAMENTO E DESENVOLVIMENTO associano (1946-1961), 269 Dutra e 0 alinhamento na Guerra Fri O segundo governo Vargas e a pressio nacionalista, 273 IV Reunido de Consulta dos Chanceleres Americanos (marsofabril de 1951), 273 A Comissdo Mista Brasil-Estados Unidos, 278 © acordo militar e 08 minerals atémicos, 280 Fim do governo Vargas e a pressdo norte-americana, 283 O hiato Café Filho, 284 Iuscelino Kubitschek: rumo a diplomacia brasileira contem- pordnea, 287 A Operacao Pan-Americana, 290 Relagdes bilaterais com os Estados Unidos, 295 Defesa da agroexportagao, 297 Africa e Asia, 300 Os acordos de Roboré, 301 Conclusdes, 306 RNA INDEFENDENTE pO APOGEU pO POrULISMO (1961-1964), 309 Canteterizagio, 309 Wasdes afrorasidticas, 319 Q conitexio\jdmisférico, 321 Aliangaparnp Progresso, 323 Reagio interns ontinuidade, 326 Jotio Gotlart-Parkimentarismno (7 de setembro de 1961/31 de margo de N64), 3 ‘San Ne Dantas 328 Brasil-Argentina, ro Alianga pak g A questo cybana, 33: A questo de Angola, 342 © restabelecimento de relagses diplomiticas com a URSS, 343 Conferénoia do Desarmamento em Genebra, 347 A ilima etapa, 348 89 & Estados Unidos, 332 As RELAGOrS BILaTeRAIS BrastL-Estapos Untpos (1945-1964), 351 Sintese do periodo, 351 As relagdes durante a Politica Externa Independente (1961- (Os Estados Unidos ¢ 0 golpe de 1964, 361 Panre Il Do PROIETO DESENVOLVIMENTISTA A GLOBALIZACKO nado Luiz Cervo A FRUSTRADA “CORREGAO DE RUMOS” # © PROJETO DESENVOLYI= Menrists, 367 A “correydo” de 1964: um passo fora da cadéncia, 368 As relacdes com 0 Ocidente, 374 O universalismo inevitével, 377 1967: a recuperagao das tendéncias, 380 Nova correcdo de rumos, 381 Os objetivos nactonais, 383 O pragmatismo de meios, 386 As condigdes de movimento do sistema internacil 1989, 387 MEI0s F RESULTADOS 00 PRAGMATISMO EM POLITICA ExTERNA (1967 1979), 397 oder nacional, 398 Uma avemiura frustrante pelo cendrio internacional, 400 A nacionalizagio da seguranca, 404 As relagdes regionais: 0 Norte, 406 As relacdes com os Estados Unidos, 407 Europa Ocidental, 411 0 Brasil e 0 Japao, 413 O Brasil e a Europa Oriental, 414 As relagdes regionais: 0 Sul, 415 A aproximacto com a América Latina, 416 O encontro com a Africa, 420 A caminho do Oriente Préximo, 423 jente as Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno A VULNERABILIDADE E A FORCA DO MODELO NOS ANOS 1980, 427, ‘As questdes da politica mundial, 428 ‘As relagdes com 0 Norte, 439 Estados Unidos e Canadé, 439 Europa e Japdo, 443 As relagdes com o Sul, 446 ente Préximo ¢ Asia, 446 Negra, 448 ica Latina e Caribe, 450 ADAPTACAO A ORDEM GLOBAL: A POLITICA EXTERIOR DesbE 1990, 455 ‘A danga dos paradigmas, 455 © Brasil diante das regras e das estruturas da globalizaga0, 463 ‘Multlateratismo e temas globais, 463 O sacrificio da seguranca nacional, 468 O comércio exterior: a reversdo da tendéncia histé- rica, ATL Fluxos de capital: a nova via da dependéncia, 475 mo ea formagio dos bl O Mercosul nas relagaes int A integragiio da América do Sul ¢ a ALCA, 486 As relagdes do Brasil com outros Blocos, 489 yenarta, 491 Introdugao A politica exterior corespondeu, nos dois iltimos sécutos, 2 um dos instrumentos com que 0s govemnos afetaram 0 destino de seus povos, mantendo a paz ou fazendo a guerra, administrando 05 confli- tos ou a cooperacao, estabelecendo resultados de crescimento € de- senvolvimento ou de atraso ¢ dependéncia. Na histéria do Brasil, ap6s 0 rompimento com Portugal em 1822, a politica exterior serviu internacionalmente & paz entre os povos, com excego de um periodo nos meados do século XIX, entre 1850.¢ 1870. A capacidade do setor externo de subsidiar o crescimento ¢ a autonomia socioeconémica do pais nfo foi acionada, entretanto, de forma estivel. Sucederam-se perfodas ei que a ta pelos homens de Bstado, ditou pol veis a segmentos sociais e prejudiciais & nacao, e periodos em que aquele interesse foi atendido de forma mais global ¢ abrangente ~e, nessas circunstincias, a politica perdeu seu cariter co ferir as estruturas e tornat-se prospectiva. A politica exterior nfo se situa, necessariamente, no doi da racionalidade intrinseca da histéria ou no das fatalidades. Nio cesgota sua explicagaio na cléssica dicotomia de c se as determinagdes histéricas agissem exolusivamente pi idades. Desafia a argucia do estudioso aque vai & busca da inteligibilidade da agto humana no tempo. Os autores tiveram dois objetivos nesta obri nhecimento elaborado sobre as relagbes interna: revestir a sintese resultante desse esforgo com uma nova dois sistemas, que agem no ponto de p lidade ~e no ponto de destino —um sistema, portanto, de finalidades ‘As duas categorias convergem em sua fungao explicativa,freqiiente- ‘mente, quando as necessidades ~ de natureza econdmica sobretudo, etas ou obje- tivos que o Estado estabelece externamente, Nao se vinculam, por sando pela andlise das decisdes de Estado, o terceiro elemer damental do método. Com efeito, € no processo decisério q digere a causalidade histética, direcionam-se as energias para metas concretas, de acordo mado de estratégia, que pondera meios, fins e riscos. A complexida- de do movimento das relagdes internacionais, que eruza variiveis tio diversas, cresce ainda mais quando se parte do principio segundo 0 qual no ha evidéncias cientificas, a nao ser aquelas que vierem & pela vie da demonstragio, quem taco das hipéteses de trabalho com os dados de informagio docu- acumulados ¢ conservados Itamaraty — parte no Rio de e parte em Brasilia -, um dos acervos mais complexos e bem organizados do mundo no género. Apesar de distribuida a tarefa entre dois pesquisadores, a apreenstio ise da rica experiéncia histérica brasileira em termos de poli |, com o intuito de redigir uma obra, ndo poderia ser produzem estudos especificos sobre temas ou ps que servem de base para constr sente caso, 08 autores também Histéria da exterior do Brasil cos publicados, tanto para checar o conheci- nas da historiografia, como, por exemplo, as décadas finais do Império, a Reptblica Velha de 1912 1930 ¢ 0 periodo posterior a 19642 ‘conhecimento ¢ a complementagto de suas idas pelo método préprio deste ramo das ciéncias his im a descoberta, a de ompreensfio -a externa bra Por que, & época da Independéneia, estabeleveu-se o modelo mais, ‘experimentado? Como, nos anos qua- do século XIX, foi pos: fa altemativas de mel dade para brasileira? Quais as razdes que le brio entre interesses internos e externos para produzir uma nova fase, comoda~ mente administrada na segunda metade do século pasado? Em que medida a Republica sacrificou uma heranga de conquistas ou avan- sou para adequar 0 Estado 20s novos tempos? Como foram reunias, as condigdes para se implementar pela pri tum pafs como o Brasil, em fangao dos condicionamentos objetivos ¢ tardar 0 processo de desen- nto econdmico e social, que se deu por insergdo na exp as mudangas do sistema capitalista. Essa hip6tese orientou a pro- através do tempo, dos fatores repressivos ¢ estimulativos da mica social, sem tespeito a postulados mecani tradicional, que se fazia em todo 0 ferpretacbes conduzidas de dentro das nagBes ou 08 argumentos da respectiva ch rativa superficial de fatos. Fazia-se uma historia apologética ¢ limitada quanto 20 objeto ¢ Desde 0s anos 1920, foi do ‘em 1945, representou um avango desse género estimular os estudos di relagdes intemacit diplomatica foi superada pelos métodos modernos de andlise de- senvolvidos no seio das universidades. A obra de Caio de Frei nos anos 1950, é 0 ponto de partida da nova fase. Ela se co! dou com a criagdo do mestrado em Histéria das Relagdes Inter- nacionais na Universidade de Bras 1976, e, posteriormente, com o doutorado. Parte I A conquista e 0 exercicio da soberania (1822-1889) ado Luiz Cervo A politica externa a época da Independéncia Um novo ator em um mundo dinimico ndependente no jcialmente, orien: nte: nacional vigente;0s con Gpoca da Independéncia ¢'definir o perfil do jovem Estado, como novo componente. ‘A soberania brasileira nto pode ser conecbi to da Proclamagao da Independéncia, em 7 de jo estava condicionado inter ra nesse periodd i das orga que compur scion no inicio dos XIX ¢'88 objetivos dos Estados dominantes; nente americano nesse sister a colonial br imente;"0 precoce gente, por Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno curopeu quanto o sistema de equilibrio que o seguiu, garantindo 0 longo século de paz européia, enire 1815 ¢ 1914, s do que a qual- iado, 0 retorno do.absolutismo e sua inge- Ie exercido nas centro dinamico d: economia, facultou-Ihe nao s6 0 acesso como também a abertura para o mundo, t colocar um quantitative sempre crescente de bens produzidos. O. com ido Adam Smith, o principal cuidado da itagdo ou necessidade, & medida que avanga A sociedade internacional européia, feita de valores, prin S © padres de con: maturidade em um sistema expansio também e¢ los entre poténcias si postos aos mais fracos; 0 porque das reagdes protetor idades e dos con nas Américas, assim como 10, 0 “grande enfermo’ m aos interesses que restava da intermediagao metropol tes nativas — ¢ obstou-se I4 ao engrande ia e Gra-Bretanha representavam, e ico € o moderno das n 1 de forgas considertiy jo.em armas e o absolutismo, a sdes sem consultar ou ter de sofrer as pressdes dos grupos soci A Gri-Bretanha, por sua vez, contava com os recursos do ava Historia da politica exterior do Brasil quesen representativas Entre os dois grandes moviames sistema europeu. O génio da po! va.e consegnia controlar as “forgas” ‘manteria pela forga. A’Franga da restauragao desenvolv tica externa baseada na psicologia do vencido, p pelo prestigio a reconquistar. A Prissia dos Hoher dedicar a uma pequena pol grandes, m ( pacto da Santa Alianga) firmado apenas p fem 26 de setembro de 1815, foi uma proposta russa a todas cado eristian jonal dos povos. A este pacto s-s¢ imediatamente a Gra-Bretanha, mou com as ias al Quid ano, A Quédrupla saiu como seus interesses:-¢ombateu 0 principio da intervene? das nae: cas, induzindo as poténcias européias a se Vi rigiu-se teoricarpente contra a Franga, mas seu efeito e quadrar a Riissia? respeitouo principio dos governos represen constituidos drupla Alianga (Aix- 21, Verona en tervengdes repressoras em Napoles ¢ na as poténcias interventoras, Aus- jos, mais do que pelos prin- ‘Alianga, Seu mervengiio na Espanha em 1823 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde suena junfaram cm 1830. Nesse mesmo polonesa, Depois a Inglaterra ofere- co contra o Egito ¢ a Riissia, recolhendo principio da composigio entre as nagOes para evit mado nas relagdes intcreuropéias e pelo prinefpio do entend para expandir interesses europeus nas relagdes téncia & colocada a servigo da po tas de ag terra triunfava, pois, no Mediterraneo e na Amética La- 1, onde as pretensées da Santa / cconcretizar A dissimetria das relagBeaintéreurops vislumbrada nas concepgées otiginai nado pelo estigio de iGo material c ideoldgica e convertido na yontade politica dos stas:Tal conjuzagiio i do continente a 19 operigo do retomo a0 colonialismo clissico, soba égide da fia santa-al fo fizeram os Estados Unidos, 03 lati americanos nao estavam sob coagio den: para cederem aos ingleses 0 que cederam no rito, hoje de -méria, do reconhecimento de suas independe: or it neagas da Santa Al Interessavam, entretanto, & Inglaterra, que wacia da recompensa por servico Histérie da politica exterior do Brasil ra atingir seus objetivos, integrando-a em seu sistema, como je agregada complementar. As vit hispano-americana (1824), na guerra da definitivamente as possibilidades de reconay nacional que os latinos também nfo so nas. A Austria e a Priissia nao tinham condigdes de usar ‘A Riissia se opunhaa seu emprego, propondo uma “mediago colet va" (1817), que nao vingou ¢ ela desist a Franga, & wlaterra e os Estados Unidos moviam-se por interesses econém: os, ante a perspectiva do grande mercado que se ria, A men- sagem de Monroe em 1823, além de porque feita ao abrigo da cesquadra inglesa no momento em que a veleidade francesa se diss para, era obsoleta: 0 imico fato substantivo de ent&o era a competi- gio para obtengao de maiores beneficios desse mercado. O fracasso do Congresso do Panama (1826) faz sentido: 0 pan-americanismo niio despertava tanto i que favorecia os ingleses, que temiam tuma liga americana sob 0 comando dos Estados Unidos; assim, a ieramericanas, & penetra- 40 européia e & compe ‘Na transigdo do colonialismo clissico pata a independéneia do rente Americano, a politica externa dos novos Estados cor teoricamente, um instrumento apto a modificar, formagées estruturais, as condigées de vida 1 dos povos. As jativas dos governos diferiam, entretanto: somente 0 governo dos Estados Unidos soube preservar nas negociagies ¢ lutas externas os esses socioecondmicos ¢ ‘eriando, por tratados firmados com a Inglaterra, as cor ago que se perpetuaram, A po- sigdo da Argentina foi permitindo desde Rosas uma a margem de enfientamento externo2 al e da dependéncia insistem los grupos do jas intemas, que te- 1963 ¢ 1964b); Weight 0972}; (1924), Rivas (196 Convém ponder: Unidos, umm setor sso norte-americ ajo Vergueiro em 182 govemno, de medidas de politica extema, erradi igBes de dependén- protegendo as manufaturas e estinn investimento interno e pela criagao de de pol dos Unidos e despreza s decisbes de Estado no destino dos ieremento pelo, des com a América O Estado brasileiro se ay 1822, reivindi tempo da re- ricano, para far as perdas sofridas na Europa, durante as guerras cas. Assistimos a ocuparao de Caiena e A incorporagio a de dom Joao VI, a construgao de um império nteresses tampouco como “bra Ao contrario, como reagao as humilha as a Portugal de ambas as partes, A esse projeto, bem-sucedido por um certo periodo, obstaram o fracasso in- terno de dona Carlota Joaquin em con npério espanl de Buenos Aires, ¢ a oposigao crescente de europeus € 108. Mais importante s por Buenos Aires, fronto que se periodo independente. Em contrapartida, os nexos de fa 1m Pedro e a princesa Leopoldina, em 1816, se nao aux’ sm a0 menos para susten contrapeso ao republicanismo pregado a Washington ¢ assimilado pela as hispanicas, nao sem he: goes, é bem verdade.* Presses externas e metas nacionais ra, no inicio do periodo independente, f-se em fungao da heranga colonial com suas estru ciais, do Estado bragantino com seus val jexdes e desi da emergéncia de nlernaciona do peso das nga, dos estreitos vinculos ingleses transferidos pela metr6 transformago do continente americano em area de competigao i temacional Esses elementos so decisério quanto is relagies exteriores. Outros dois dever- mento da re ci nero, desde 1808, quiridos trangeltas no Brasil e as representagdesluso-brasileras no exterior por outro lado, a import questdes externas, ‘ com Portugal Amado Luiz Cervo e Clodaalde Sueno A (primeira gesto_dos Negécios Estrangeitos) coube a José flicio de Andrada e Silva, que desmembrou, em maio de 1822; @ Secreiaria de Estado dos Negécios Estrangeiros da Secretaria dos cessor, 0 marqués de Paranagua, confer novembro de 1823, separando-a da Secretar Império. ténomo, com AC reservando ao Legis restrita de responsabilidade nesse terreno, como a aprovagao de tados somente quando envolvessem cessio ou Sera, pois, de pouco eleito sobre. processo deciséri nda do lado das efimaras que se instalaram em jira 8 épo- cca da Independencia situa-se entre 1822.¢ 1828, Confrontam-se en- 180 os objetivos estabelecidos pelos governos estrangeiros em suas relagdes com 0 Brasil e os que este pais pretende or. O jogo das relagdes evidencia, contudo, um moviment segundo 0 qual prevaleceram de forma decrescente as meta e de forma crescente os objetivos externos, no que diz respeito 498 resuiltados esperados. A cadéncia do mo \Fizado é mareada por quatro fases: a) rom econémico com Portugal; b) guerra de independéncias.€) iniciativa pata obtengo do reconhecimento da naci ded) concessdes feitas aos interesses externos, As articulagdes intemacionais, tendo em vista defender ou ata- jamais ultrapassaram a fase das nego- iagbes, Isto ocorreu: com a proposta levada pelo cénsul brasileiro Correa da Camara a Buenos Aires, em 1822, para a a ; com as conferéncias da Q nga; com a tentativa de cooperagiio entre Estados Unidos e slaterra em pro! da independéncia, em 1823; com a proposta bra ra de alianga ofensiva e defensiva a0 governo norte-americat a arger lum episédio a parte — de jogar todo o continente contra o Bi ;ob todos os aspectos, vos Estados hispano- americanos. De nenhum lado, entretanto, houve disposigao de uma decisto de pol criando-se uma situagdo de na-retorno. Ind bata- nté-los € desenvolvé-los, o% ido sua hegemonia nte, No caso do Brasil, a Gré-Bretanha arvorou-se ainda defensora de interesses portugueses, para salvaguardar a fide idade til daquele Estado, J4 os Estados Unidos visaram objetivos icos, econdmicos ¢ estratégicos: desistindo de se opor a forma monérquica de governo, buscavam a expansio do “sistema am srancia econdmica € pol s designios pela agZo diplomatica e pela presenga de ss capitalistas foram-se alinhando que suas economias e seus seg tos operacionais seriam criados no Congresso do Panamd (1826), pelos representantes dos governos de toda a América, Austria e Russia, compreendiam que deveriam deixar essa tegiao seguir seu destino, \do. Em contrapartida, a maior parte das se politicamente ao Bras j nacional apontam paral ira nfo esteve em per obter seu reconheci ‘mor em perdé-la do que pela necessidade pi sos interesses tentaciio, pro nal. Influiu de tal sorte sobre-as 5 devisdes até a década de 1840. o que de- sempenhou, de ponte entre as pressdies externas e as decisbes inter- has: estas se moldaram qu 1m extraordinario poder de ba utilizado para realizaglo dade exclusiva de obter 0 reconhecimento, Qutras incumbén param-na naqueles anos. constitucional teve de ser s smbuico e pelatentativa de “revolucionar 0 ana Banda Oriental 2 pelas autoridades locais. O exps heranga portuguesa mais do que uma meta 22, Correa da Cémara levava a Buenos Aires a negociar a sorte do Urug inga defensiva e ofensiva a co avam-se com as pretenses ar- gentinas de constituir sua nacionalidade sobre as dimensdes do Viee- da as poténcias es Estados Unidos, prolongando-se o c é 1828) Cedo percebe- Tam 0s estrategistas brasileiros a vantagem em obstar a constituigdo Historia de (, por um 0 inglesa de por fim a importagao de escravos € tom: 0s produtos brasi proteger a navegaciio nac minio que sobre eles exer imos para fazer misses ionante, accitando cada uma das partes sua fungaio propria na mal do trabalho) Tal fato, sobre o qual ‘muito se insistiu, produz as situagdes de dot . de tal empresa icos da dependé: no caso, € ou nidade de produgao indus -gam por Sbvios interesses mu ‘um compromisso nao escrito, mantém a dominagaio em Ambito inter nacional ¢ interno. jgnora o pa 0 demonstra que o compr to, negociado ard 7 Flavio M, de. Cas (1983); J. A. Pimenia Bueno (1978); Cervo (1981); Re de Campos (1913). Amade Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno Latina e de outras unidades agregadas dependentes estiveram s pte, como esto, sob a responsal storicamente toda teoria que se reduz psicat so, sem detectar as condigdes de super evolugdo capitalista, em que for pperiféricas. As experiéncias hist6ricas mostram as diversas perspec- tivas que se abrem, ¢ as ani je en papel do Estado na proteeiio ao trabalho nacional. Ignorar sua fungao nas relagdes de dominagdo e dependéncia € ignorar a hist Com base na premissa Fundada do eq re determinagdes causaise fi 0 sistemna capital Houve trés fases, para chegar-se a r a ocidental! Nap ram-se as precondigdes, com o rompimento da Independénei gucsas em promovero da Gri-Bretanha como poténcia mediadora. A $e pela natureza das relaptes de deperité g0es enire 0 Br SraBretanha, ter se sistema de relagdes fis outras nagdes capi univers. pela extensio des- tas emergentes © 20 As precondigdes As causas do rompimento com Portugal sio remotas comple- A historiografia recorre a indmeros fatores?/a crise do ai tas separatistas, os ideais libs que varriam 0 Ocidente desde o século XVII e a corte em 1808, que p6s fim ao regime colonial, seguindo-se um de prosperidade em termos politicos, econémicos, cultu miitices, a0 qual correspondeu u io de PortugalAs c nbito do Estado.'p retor tituigao da reg eral portuguesa de ibelecimento do regi- leita, confiada a seu filho Pedro,atevi 1820 € suas incompreensiveis Histéria de politics exterior do Brasil lbverteram-se as liderangas brasilei opinitio publica, as precérias foreas, que foram rapidamente ifestagio vigorasa do s; mente pelo principe reat aperador por aclamagae popular Orompimento da indepe aapresentoultrés dimensd externa brasileiratima pol ma terceira diplomética, Operou-se em duas fases: a Pcineiea; nacion eee feu a causa 0 prop ionéti, of partir da queda de issolugao da Assembléia Nac autoritarismo do imperador. _ O esbogo do\Estado nacional 1822 Jpor centenas de med ) Bonifficio no sentido de firmar sta prépria soberani | ridade das cortes portuguesas, cujos decretos reacionérios co a chegar a0 Rio de Janeiro em dezembto de 1821. En ;portantes de rompimento politico-juridico estio acria- Procuradores-Gerais das Provincias do Brasil,” a convocaga da Constituinte, a anistia para as pass. autoridade jé constitu ‘Dens dos portugueses que ndo aderi trocada entre dom Jofo VI e Iho. © sentimento do principe transitou, em nove meses, por estigios antagénicos e contraditérios. Re guesa, passou do amor ¢ dedicagao, pel Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno vel; inversamente, prendiam-no a0 Brasil lintefesse, a paixdo. De ieve educagao es: movimento de independéncia, indo até a exoreizar o antigo sistema ‘colonial, que responsal ges de lideranga, que exercen de forma impe- n evitar 0 conflito e sem ama caract ‘© comportamento pi se podia esperar; uma revah ‘Seu temperamento d a guerra de vitivel em virtude da presenga de tropas po 4s juntas de governo mol sob 6 comando do Ri que aderiram a Minas Gerais, tico, como a busca ingas externas; como a criagaa do exército e inha nacionais; se costa atlantica; operacior ‘camento, abasteciin Histéria da politica exterior doe Wm. presentes em toda parte: © portug aliado & tropa e & causa da recolonizagio3 o bra sia a forga nacional ea luta pela liberdade p tugueses 4 causa brasi e545 OcOrTeL Sob 0 cor ‘mil homens. AS forgas bra compreendendo a part de esctavos ¢ homens ses, a contratagio de off oficiais'e matinheiros), franceses ¢ americanos — ea organizagao dé is. As maiores concentragBes ocorreram no Rio de Janeiro ros que forga , onde chegaram a.m: rade independénc fo de tropas. Abstraindo-se as regides que aderiram col fem quea causa ,evolugiio do conti oi ripida: a agosto de 1823. Nessa guerra, a demonstragio, de bre o combate, mas a rad nanciada com fimpostos, donativos, ecairia sobre 0 Amado Luiz Cervo e Clodoalde aueno aco da soberania, a io de governos co! ssemn- /g confisco de propriedades portuguesas, 0 excesso de forgas ociosas a seu termo. OExército ea Mariaha brasileiros io comparsveis, possivelmente superiores, as forgas dos nidos, 0 que representava uma tentagao pata avei ava 0 conflito com Buenos Aires en a. No plano da psicologia coletiva e da opi guerra contribuiu para a Adesto nacional pessoa dédom Pedro, que assim pOde investi ta separatista de\Pemambucover esterlinos e negociada em condigoe O terceiro aspecto da pol |dliplomatiea, A posigao do gov leiro, em termos de politica externa, iiédificou-se desde waetio da Independéncia até a obiengio de seu reconhecimento. Os textos que definem as prim ras direttizes de politica externa 840 0 Manifesto as Nacdes A iado- res brasileiros e, © bloco de tratados firmados entre 1825 ¢ 1828. Inicialmente, pretendia-se, conforme o pensamento de José Bonifitcio, umd soberania limitada; mantendo-se a unio das coroas. ia portuguesa e os fates internos impuseram a separa- ‘¢8o completa, defendida desde 1822 por Joaquim Gongalves Ledo, Clemente Pereira ¢ outros, amigos de José Bonificio, que acabax sendo por ele perseguidos e deportados apressar 0 reconeci De volta ao Ministério de Estrangeiros, em setembro de 1822, George C: cunsténeias para ma seu objetivo m: ica com relagi’d Amét cesso dereconhecimento brasileira foi difer: previamente pelo consentimento por Histéria da politica exterior do Brasil Houve trés momentos nas negociagdes: em 1822 e 1824, em apds 0 Sete de bro). A ess festo, Ae 6 de agosto, ¢ jé en- ra negociar seu reconhecimento de entio, definiu-se a posico inglesa-h) 0 "9 novo governo 5. seja, 0 retorno brat 1. O governo de dom Joao tomou inici ¢ da Santa Aliangave até ro corto fim de negociar. O impasse er fato fundamental: dom Jodo ara uma missi Lisboa para rect esa sobre aq) Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno to proprio e aceitar o enviado bs \ldtio;0 Bras sconhet de 181 ir essa mediagao, sen tado de cor sentido da mediaga0 penetrou no Estado bra: as relagdes reci Em julho de 1825 estabel neiro. Ni yverno inglés que norteariam excelente recompensa a Portugal esse servico prestado, O tratado de 29 de agosto de 1825, pelo qual 0 Brasil obteve o teconhecim: ‘que torn ‘A Revolugdo Industri olitica exterior do Brasil O movimento pelo qual esse processo de subordinagao se ef posigdes do governo inglés ¢ sua capacidade de controlar 0 quadro internacional para atingir as de ambas as partes. A politica externa zou o grande projeto da supremacia comerci do. Sua morte prematura em 1806 interrompeu os plano: termo por seu disefpulo ¢ herdeiro, George Canning, A contrapunha-se 0 napolednico, com a nente, Para esse terza foi li terra econdmica em ssia Q Tratado de Til 0s ingleses, fortalecendo sua posigao ante 0 con Latina, cuja independéncia Can | co-espanhol de 1807, 1 declarasse guerr a.e fechasse os portos a seu comércio, Canning reagi déenciando a transferéncia da corte para o Rio de Janeiro, A eonvengio ) seoreta que sobre att aj previa a abertura do | mercado brasileiro aos produtos ndo plenamenie a0 | projeto inglés, com a criagio de um império aliado na A\ os portos do Brasil is nagSes amis ignio inglés, e o decreto de 1esmo ano, que visava ao desenvolvimento industrial. O inspirador de tais atos, José da Silva Lisboa, ¢ no Brasil 0 ista, porque acreditava ser escuidou, entretanto, de 36 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno. i$ __Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno 4 adequada, pela 1a dos privilégios cor ional, consagrada no tr Strangford ido seu projeto, rmente aos Estados Unidos, ¢ se 0 desenvolvimento al. O projeto inalés post os. As negociagbes, feitas ro de 1810, pelos quai iretamente 0 Bi {sa. Os produtos quia reek ravam-se aos s, onde seus dic im regu mente; © excluiat-se do mercado inglés o acticar, 0 café e outros em outubro oportun necessirio eng independente, ‘0 soberano, a seu projeto tradicior es a)yvencer re: ) neutral Ihe a Quad }0-americana pelas armas europ. )s(@) provocar idos Unidos contra Histéria da polftica exterior do Brasil coldgicas que Ihe facultassem atingir seus objetivos no Bra fazer este pais aceitar sua politica de recompensa por se tados. Os designios do governo inglés no Brasil & época da ym os mesmos de 1808, porque idéntico era se dade fcticia & ingao do Irifico de escrt icamente, sem recurso fa forga, a cujo emprego até entio se opusera, {As disposigdes do govemno brasileiro oscilavam em fungao dag nstancias. Fez ele duas tentativas para formacao de poderosas .s defensivas ¢ ofensivas oomitra os planos curopeus de recon~ \cira, proposta em 1824 aos Est jos ¢ extensi- vel a outros Estados americanos, na fracasso de tais empreendimentos € 0 temor sempre vivo da ameaga européia levaram o governo a enfrentar a questo direta- acionando sua diplomacia na pripria Europa: Londres, Paris, Viena, Roma ¢ Estados alemées. As duas frentes comportavam, en- ‘retanto, uma. ica: a aproximagéo com a Ami curada desesp: nal, chamadi a integragao ideolégica ¢ a as; & aproximagao com al sgrados da formago na- ‘exercida com elevado Produgao escravista As instrugdes diplomat se conhecerem as dispo: ‘enviados para a Buropa for ntes, porque ent bow prevalecendo o vinculo no. Embora muito strucdes revelava glo do governo iro em oferecer, apressar 0 reconheci or capacidade de persuasto, De tudo isso se depreende a) vulneravel estava o interesse nacional, particularmente ante 0 pro} inglés de supremacia comercial. O poder de barganha de que nto poténcias européias foi is oferecido, no a se obter 0 reconhecimento. Como recuar 38 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno. ‘edo mais objetiva do interesse nacional, na hora de firmar 0s compro- ‘missos, se aquela fora uma orientagao brasileira de politica externa Tudo concorria para o sucesso de rio no Rio de Janeiro, Stuart e depois Gordon, jo a mesma planta, Os ior, um edificio de acabamento luxuoso. Negocia- dores brasileiros que sem 0 interesse e a dignidade nacio~ nais eram demitidos ¢ substituidos por negociadores servis, enquanto Canning submetia os minimos detathes dos tratados aos grupos so- Cialis ingleses, cujos in sa. Outro, porém, tivesse recusado 0 convite para substi tivesse assumido a coordenagio contra a cause bra 4 ia de presses das fundidrias sobre o processo decisério, de tal sorte que a depe! brasileira foi antes de tudo uma decisao de Estado, vinculada conseien- temente aos interesses da sociedad inglesa e desvineulada autor rinmente dos interesses da sociedade bra A convengilo sobre o tréfico de eser: 1826, prescrevia a extingao para trés at es; revalidava no Brasil ost de janeiro de 1815 ¢ 28 de jul fim as co) ‘mistas na forma desse titimo. O Tratado de Amizade, Navegagto ¢ de 17 de agosto de 1827 G08 do ca- ssim foram atingidios 0s objetivos de Cai vendo a economia brasileira prox d s feg0 exigido pelos servigos ingleses em prol do reconhecimento da Independencia A dom Pedro2os tatados ional, a revolta do Parlamiento « queda A ampliaco do sistema {goes pudessem delas se beneficiar, no pelo Ocidente, O governo inglés tomou duas “ado si indo, estipulando, pelo tados de 1810, até a conclusio dos novos; segundo, estipuland de 1827, que os produtos de nenhuma nag pagariam menos direitos dlo que aqueles proveni srueses, Convencida da irreversibilidade da Independéncia, a Franga despachou apressa: ;9 o conde de Gestas, coma assim firmedo o tratado de 8 de perpéluos, que tr futuro. Em 1827 ser ‘Hanseaticas, Estados Unidos € dos Paises Baixos. Co sistema dos tratados, ig bbenefieios externos com base no p vigente na politica internacional de entto. Uma das pri das contra esse sistema de privilégios foi a lei de 24 de setembro de 1828, pela qual o Parlamento estabelecew “de todos os prod Cia. Teve por intuito essa mei concorréncia externa, destruir Jiustiga contra agao do sistema) de tratados de a do capitalis- mo indust 1968); W 1998 9) Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno © espaco das relagdes periférieas periferia. A pri- igBes com a Europa e a Segunda situava-se na regi do Prata, Outros espagos periféricos se abria A zona de presséo platina minis ito regional entre Portugal ‘vo ao dominio do estuério do rio da Prata. Historicamente, a opedo Portuguesa fora o dominio das vias navegiveis, a procura das mis €0 controle do contrabando ¢ do com corporou tais desi mpério america videu. As forcas que se posicionaram entdo, com o correr dos eram complexas: as poténcias européias ¢ os Estados Unidos se opuseram, tanto quanto Buenos Aires e a revolugdo de Artigas no Uruguai. Reagindo diante delas, dom Jodo restringiu sua agdo a ane-| xagdo da Provincia Cisplatina, em 1821, depois incorporada ao Impé gto regional Buenos Aires decretou a incorporagao da Cisplatina, em resposta 4 uma declaragao de independén ia (Congreso de Flérida); dom Pedro reagiu, por sua vez, & decisio argentina com a guerra a Buenos Aires e com o bloqueio naval. Desde entdo, como a tirestre e naval nada decidia, a dipl internacional com maior peso. O govemo de Buenos Aires organizou c dade seu exército ¢ se engajou na luta, sobre a miitica mu so consegt ‘guerra, aos Estados idade e nfo estava disposto : na Monroe para fazer a guerra contra o Brasil. Em t restava & Argentina negociar com o Rio de Janeito, para onde en- vviou duas importantes missdes em (1827,e 1828, Tanto mais que a hheranga artiguista, despontando comio nfovo com, veut o germe da nacionalidade u A solugio con ¢ quando as partes, jé s ca. Canning no podia es- Altes ¢ Gordon no Rio, ¢ 0 desenrolar das negociagdes revelam que aintengdo de Canning era o restabelecimento da paz e dos negécios, sem precondigdes. Nao hi, do Uruguai como um Estado-tampio um pl ‘emergiu como nagdo autdnoma pela determinago de seu povo, ha- vendo cedido tanto o governo brasileiro quanto o argentino, em nego- ciagdes habilmente conduzidas tantes, sob coordenacio dos mediadores. A convengiio preliminar de paz, de27 de agosto de 1828, obrigava Brasil e Argentina a parantira independéncia do Urugu: lero, que tam terra e ds outras poténcias. Delas, alia nivel requisi 919): (1946); Amado Luiz Cervo e Cladoaldo Bueno AS aberturas periféricas Olaitiericanismo ¢ concebido como vertente de movimentos di- ica ¢ em menor escala as relagdes s 4 época da Indep forga histérica, agindo sobre o si tes principais foram ofpair-americanismo bolivatiano|e { tonroismo norte-americano, Houve, entretanto, uma versio brailei- ra.do americ: 3, até agora quase desconheci Ofamericanismo bra cemergiu em dois momentos, por motivagh corresponde a0 pensamento, as intengdes e iniciativas de José Bonificio, em 1822-1823, ese explica pela necessidade dé defender atidependéncia; 4 segundo-corresponde A reagio que se delineia no Pariamento, a partir de 1828, contra o sistema de vi péias estabelecico pelos tratados desi | Bonificio carac i explica © desejo de aproximago com a fanto para garantr a defesa comm do eontinente Y com os Ei izadora de 1828,/P. mo bra: -congéneres, | Obolivarismo e o monroismo apr io das duas esferas:'2 et Hana, jover meérica indepen- ii (1826) dente, livre, unida, diferente. Reuniuio Congresso com 0 intuito de er ‘ordenamento jutidico 8 fa externa e teve os mesmos apelos ha declaragao de intengdes, para os fernos, res- ttingindo-se a norte Histéria da politica exterior do Brasil ‘americans, de que ndo iriam intervir em questées européias e que nao devia a Europa restabelecer o sistema col rorquanto ¢onrafsmd comespondia a politica . Dois efeitos eram preparados prepoténcia das com clas.* A imagem da Europa, especialmente da Gra-Bret porém sem se deteriorar na o do-se com 0 atributo do progresso. Al rais eram avaliadas de fo pelo Parlamento, em v nao eram afetadas pr nos, as boas relagdies reci procas eram tteis, porq am na tesisténcia contra a preemin’ eadaui de representar no continente americano dues dades, A imagem de Portugal apresentava-se contrad s extemnas, icava com io do que com a de As relagies entre ered ‘de Roma eram conflit ary pretensbes pontificias de 's bulas que clevavam 4 dpattono, dos ost pn edey na Re ntera esse conflito aber ea 108 a sagragfio do bispo indicado pare o Rio de J . Da Amética eal, constaa-Se 905 po \gem negativa, associada ao fracasso ‘caudilhismo. Mas Ro: Gpinives do meio pol © goverador de sendo sem é : ‘As inierpretagdes externas nao deixavam de influir sobre a auto imagem: vai-s m interesse nacional a de- fender interna ¢ externamente pelos designios de uma politica exter- nia adequada, em 1828, ea fracassad jou-se pela suntos intemos dos ie 0s Relaté: Fos dos Negocios Estrangeiros e 0s Anais do Pat os politicos: @ a fora om pesados custos que se prol Fnquanto se mantivesse @indep Baglio, nao convinha intervir novamen! ancl fechara o Para el \ G mantinha-se contrério a qualquer alianga; a intervengao nos confli 196% 1976), Gervo (1981); More Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno teria de definir-se pela fronto com Rosas, lidade brasileira foi imposig&o de fora. A questiio se c separatista no Rio Grande do nndo no poder, em vera se voltava contra o Império. © mesmo acorria com scu adversério, Oribe, que com ele se revezava no governo do Unuguai: derrotado, buscava o Império; no poder, se lhe of certa forma, Rosas também assim procedia: aproximava-se do Impé- rio ameagado pelas poténcias curopéias ou pelos icos de formagto de uma grande confederagit, rival a sua Confederagtio A 9 0 Uruguai, a Re incias interioranas de Corrientes ¢ Enire-Rios; idade brasileira, pois, a0 isolamen- inas, quando em posigio seconomias aged s pré-capitalistas ao liberalism capitalista. Quando Rosas estabe- leceu, a partir de 1835, um protecionismo tigoroso, o mono comeércio de Buenos Aires sobre 0 cortando o acesso a Mato Grosso, sua politica supunha a dominagao sobre o Uruguai o Paragu brasileiros com os das pota cerpretada como projeto de reconstrugao do vice-reino. As metas brasileiras estabel ceram-se com urgéncia: concluir o tratado definitive de paz, previsto pela convengao de 1828; assegurar a livre navegagio e 0 comércio pacificar 0 na presidéncia do Uru \dispds-se contra o Impét '¢40 dos limites de 1777, que significariam a devolu Fuguai das missbes riograndenses. Indispds-se contra Ro- pela reivi 0 Histéria de pi iia da conte ses ressuscland a Sine anevavan ier «nea oie ens & Ross nie te, Tomas Guido, para concluir to pre © vyiou 20 Rio de Janciro seu represen ima alianga. Hondrio Hermeto pretendia negociar por icionando-o & consecuga jo ds exigéncias do t idade exclusiva de argent fein: Rivera e pacificar 0 Rio Grande do Sul. Mesmo assim, aps firmada e ratificadn pelo Brasil, Rosas rejeitou-a, sob pretexto de uma abandono da neutralidade, c ras, mas acabou cedet asmetas argentino, Foi um triunfo completo de Rosas, goeahaou'o per 0 de intervene&o curopéia, recolocou Oribe no governo de Montevidi resultar do fracasso brasi-~ dade de io com Rosas para atingit metas: ude do governo como inimigos, mas a confianea dos meios poli liyre do isolamento imposto por Franc’ A reacdo no discurso O periodo corresponded transi rompeem 1827 Céimara dos Deputados, al jete em 1831, e Senado anos depois, am os deputados da primeira ia 0 Conselho de Estadaem 842. Sua marca é a mas seus efeitos historicos fo- retos: a) estabeleceu o consenso refletido dos éragos do externa;/e)/despertou a vontade de ca externa; d) criou, pela coesao época da Independér As conquistas foram lentas ¢ sua infhu recondi¢des para anova fase: destruir o sistema dos tratados e obs. a Sula renovagdo; r 05 privilégios espe diversos 6rgios do Estado; eliminar a influéncia ex a sobre o processo deci hou-se-nessas perspec- oRel- nado, que se observou ara dos Deputado 1828. A partirde 1831, tomounov. a.ele agregou chancelaria vos (1831) é um libelo’ decisio de reduzir as leg na Amér ‘ges amigas queio, apresentada com rada ou antes viol as presas do Bl 5, efatida por “exag pos: © governo contasse com a confianga da nagdo eo apoio de das Camaras. Apelava, Historia da po! ‘Campos, 4 responsabilidade con) se portava ao interromper as negociaedes para novos tratados sol contra semelhantes tratados, se recusou @ entr Assim como em\1828 Parlamento ant ide T denovembio, 32 mostra a que ponto se ‘opinido do Gabinete com a que vinha sendo exposta nas ‘eamaras acerca dos tratados. Cam a 0 de 2 opbe a chegada de s0xa) ds bons Economistas os “desaconsethams,b)a Assemb s opde{e) Va funesta experién 0s interesses los debaixo do p LPG foram dos quando ns foram fvortvein( =) sr ‘yem para acons: das nacdes poderosas quando fazer interpreiago i deve-se esperar para nunca mais rep Antes mesmo que os europeus tratados desiguais, sob a ameaga ou 0 uso 0 apo e 0 mundo mulyumane, @ asileiro, apds @ sua-hi- ia e contradigao: oFdenar seu conflito, A douitina exposta por Carneiro de Ci Pensamento parlamentar e ser posta decisbes futu- Fas da Assembléia, excegto 1 Belgica de 1834, aprovado por ser parte do tratado sposigao inglesa, a pre- 64 Amado Luiz Cervo e Clodoalda Bueno texto de no haver sido demunciado em tempo habil. As pressées para obier sua renov: ‘mazenara energias eabotagem, os di patticipagao de est: 1 eseravidio, ac inicio dos anos\1840) ocupou-se 0 Também nao se empenhou 0 meio pol questio das fronteiras, apesar dos incidentes no Si iro a0 notte, por ingleses ¢ franceses. A lade nas quest guns como prov profi as mudangas. T Economia, populacao e politica externa A ruptura dos anos 1840 e a nova politica externa Quando se ex! nal, O nov ‘metas extern: resultando mu dente em Essa nova pol es pardmerros e (Deecom [pp pprocesso decissrio: eo Iho nacion: déncia 26 ) ses entre Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalda Bueno §__Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno historia da exterior do Brasil Ja do \expansionismo nor Pe completava-se n im, por ma Presenca decisiva nos destinos do stibsi nsitavam os hi afia do poder, o€ cargos da is: presidente de provincia, depu sas flangdes perpe sileiro de ento avangam teses ousa prod seu senor mente, por vezes ulgavarse no direito d sem pressao de como na a constatagtio de sua coesio, 1a 0 Estado condigoes de e' completa na elaboracao processo subia do Conselho de Estado — iF — A pessoa do monarca e desci ‘onde era acompanhado de chegar a0 Gabinete, que 0 executav: lado, porque con elites boragdo e execu extema, envolvendo licios, eram os Amado Luiz Cervo ¢ Clodeside Bueno Bios © 0M mens, as idéias, temperamentos, pereepedes do le métodos de a Dois grupos se cor tica externa. O pri de forga, contra a intervengto e a resist e Sinimbu (visconde de sta, a0 es homens ou sa (visconde do Hermeto Carneiro Leto (margaés do Parané), Wanderley (bardo de Cotegipye Snio Saraiva, Os dois gru- os dialogavam, pouco divergianre tuito se articul . 34 Embora (visconde do Ri das jente Bra Gireulo 3 fe igdes alternativas de oA culo para a politica externa, como resultado. Para execucio da px inde. Especial destaq) (hardio da P. papel das instituigdes e dos homens nfo permi ILeonduzir com autonomia pessoal a politica extema, Esta, como ele proprio, era parte do Estado e produto do tempo, Embora manifestas- ke privilegiedo interesse pela pol uum monarca, dom Pedro era moderado, pacifista¢ ilustrado, ¢ nfo tegrado dos ratios que se envol- A politica exte . a servirexchi- sivamente aos int orqueatendia a Fereepqes mais complexas do interesse nacional. Houve uma pro“ 8 rudaciosa de etio que perdeu forga com tempo. cia sustentou o processo de modemnizagfio desen ‘cadeado nos anos 1850°€ estimulou a prod da.ao mercado intemo, Eram os conservadores mais propensos & protege do trabi iffo e da atividade intema do que os inevitdvel do progtesso pelo jogo dos mec enquanto aqueles m as politicas pilblicas # fungao indutora CO dilema levou a hesitagdese ditvidas, prevaleeendo enfim o libera~ irrupea to x per da politica extea como instrumento do desenvol segunda vez. Manteve-se, desse modo, 0 enquadramento de- pendente no sistema capi Se as condigdes a fase favoraveis a implementagio de uma politica extema independente, o contexto in- temacional requeria certa habilidade, porque algumas das met estahelecidas se chocavam com designios poderososs das nagdes do~ ‘nantes, A época era de expanso da Revolugao Industrial p continente europeu e Estados Unidos, de. construed de estradas ferro ¢ aparecim gagio moderna. A concorréneia inter- ‘a conflitos comerciais ¢ alfandegérios, a busca de mo. Nessas condigdes, no ia e recorrer 20 lado, resistir As provocagSes imperialists e ecisbes interas, quando as conquistas se ob demonstragbes de forga Quatro fatos eram relevantes.gomo v \pionalb liberatismo econdmico, 4 pene ‘expansionismo norte-am 4 1849} liberalismo como nitafa-se a impé-lo un que se deixassem comandar, Isso ocorreu épocade Independéncia brasileira, ¢ com 0 Pata manter os privilégios econémicos foi preciso associar-se 4 Franca e derrotar a Riissia 1a guerra da Criméi 7 ‘A China, a Indochina eo Japao representavam, nos meados do século, a nova miragem de eldorado comercial, na visao capitalist r, dessa forma, o papel desempenhado pela io do século, relaxando-se aqui as modalida sae inglesa do Prata’em a © Oriente. A penetragio ocidental rmo com mét asticos de com a agdo coordenada das potGnei se associaram decisivamente os Estados Unidos, A domi lta sobre a China estabeleceu-se enire 1842 e 1860; sobre o Japao, 854€ 1864°e sobre a nas décadas de 1850 1860. |A sociedade intemacional europ mento JOs europeus e norte-amer idicas, operacior tas que Ihes cedera a América La ida no Japto, foi ins para de: com ev rentes de psicologia coletiva consubstanciadas no “dest to”, uma poderosa formula expansion! xados.o-Texas, Nov ~axespensas do M fe ¢ para a América Central © Ci , ~E ito com a Inglaterra, que nfo accitava a constrigao do canal sob exas na América Central. responsabilidade ex iva e um novo Tex: A al. Cras ental am. Em_Cuba, a Espaniia freou o impeto Sembos entio recuaram. Ejn_Cu eo. ino) + lexpansionista, que se des! et paraa AE cul Nea exclusivamente do governo bra: a Be rare sno, 0 bs igo dos esta- } distas brasileiros, cas locais, para estabelecerem-se condigdes propicias & realizagio das metas no continente. Os Estados Unidos marchavan} tom of europeis no Oriente € evitavam confitos no Continente, “Ameticano, para ndo prejudicar seu proprio movimento expans n vislumbrar para pol Ostiscos que se poderiam vislum c i ra consistiam na coaliztio possivel de todas as nagOes avangadas para atingir seus objetivos na area? Jor: as diividas da opsio [As relagdes econdmicas com o exterior: as diividas da ops: ante um novo modelo de p ndes. Até entélo, como ‘presos por tratados, nao nos podiamos mov O projeto de 1844, amadurecido sobs propostas fundamentais! de se poder controlar # pol as pressbes externas que nte acordos bilaterais; ss telagdes €co- forir a auton (0) estabelecer os p nGmicas com o exter ineio do protecio * Repouvin (1968, Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno fens do projeto de 1844 devem ser procuradas e1 desde 1827 com 08 produtos bra eextemo. Cresceu cot de protegto a manufaturados brit \dustrial. © pensamento industrialista Tui nos debates parlamentares e no Consel Estado, quando se examina a lei do orgamento, as propostas de tratados, as pautes da nentes. Seus pr do mercado ISO € nO petigo em que ficou a de eabotagem. A dete: nal pravocou 0 fracasso das negociagdes com @ Inglaterra para renovagao de seu tratando, em trés fases de negociagdo, entre 1842 ¢ 1845: Henry Ellis no Rio de Janciro, José de Araiijo Ribciro em Londres e Hamilton novamente io propunha a cléusula de “nagao Caras) 10 Co recida” para os manufaturados ingleses, em troca trada do agticar e do café no mercado briténico, nas sondigdes em que etam admitidos os mesmos produtos 1 dos das colénias, ¢ depois e co, Cameo Les, Montezuma, Abrantes eas maiorias : de Estado e no Senado, entre 1843 ¢ s eram conduzidos por Paula Soust ¢ Holanda Cavaleant, que defendiam a economia } cola e seus interesses exclusivos. O debate era do m {mico, porque nio havia o Aistria, Foi uma proposta do Estado, que assim se colocava a frente da nagio, atrelada ainda a estruturas arcaicas. Sua elaboraga ddo Estado, tanto em relag2o aos interesses inter ios do projeto de :nto aos interesses externos do capitalismo rem 1845, os ter mos do tratado com 0 ociado por industrial Abrantes na Prussia, Tambéayexplica a resisténcia do 2o- Para se medir a abrangéncia do projeto, verno as reiteradas e fortes pressdes dos Estados Unidos para propostas abter novo tratado. Politicas pe O ensaio da autonomia. Os homens publicos de er avan-5e V ‘Nao a haviam praticado até enitio no eampo das Telagdes econdmicas externas. Sem experiéncia, mas com forga de dos setores de producto, snsvel para promover o desenvol jumentar a riqueza in Amado Luiz Cerva e Clodoaldo Bueno cs iuese, pois, o pri -agio © a expansiio dos empree! Estabelecia-se paternalism estata na sociedade. Desencadeou, de forma irreversivel, o debate em favor di produziu o conceito de a0 abandono do sis mento ind ada pelos com 0 tempo, evoluindo para ‘um projeto de ambi¢des bem mais limitadas. O dec lisado a luz de duas categorias de fatores, que agiam sobre as deci- ses de Estado, no que diz bretudo a partir da conci verso que prevalecera no Prata durante a fase com éxito as pressdes briténicas tanto do lado do cx tra 0 trafico de escravos, lade parecia modemizador. A modernizagao brasileifa tev lexternos e internos, e foi es Historia da politica exterior do Brasil cesponderam aos damodemizagao pinstcrda producto ¢ do comé nia agucareira nacional. O setof cate fe responsavel pelo inves mento nas estradas de feffo (223 km em 1860, 745-em-1870,3:398 em 1880, 9.937 em 1890), pelastimulo: ‘ao de novos centros urbanos ¢ conseqdente div “pelo aparecimento de empresas. bancos, vinculados 0 Zeconomia de exportagtio. AS manufaturas irfo desenvol ~espontanieamente nos centros urbanos, \t0 e cont 1889, Para seu contribuiam como pro- ppulsores da modemiza idores por inteito o complexo exportagao-transporte-importagao-crédito-seguro, que thes permitia embolsar o io. Os produtores auricolas, que teria teor tiva de investimen mente investi sucesso no pr @Ro, feita sob a Fie inglés um setor nacional n todas. as areas, exceto no complexo aci © oi externos de os-franceses e 0s alemaes, .zeiro em quase tudo, tendo excedentes do cométcio e pelo cré comercial -auintes saldos negativos por década (em 1841-1 apresentar 76 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno apan riot iri desmantelar 0 projeto in m conta corrente. As | exportagdes para os Estados Unidos, onde. oealé oni ibutos, foram desde a década de-1830 responsiv (eral: DoTado do Prata, o comércio do-charque € a importago do gado em pé para abate no Rio Grande do Sul foram garantidos por tratados impostos ao Uruguai na década de 1850. O valor das exportagd: me, década seguintes médias anuais, 1831-1840: 4 1870: 14,9; 1871-1880: 19, n quadro favorével, no comércio exterier, pa igdes dle uma socicdade conservadora e escravocrata. “O.co- to das relagdes int ara ‘quase a base e -0 Relatério de. ($59, corpo consular com 220 agentes.em-servigo. O mesmo sucedia com 0 erédito externo, A situaedo econdmica e p res ingleses ~ e 0 Bra pela modern Penedo, Francisco dos doze e! ver que as relagées bilaterais estavam 7 Historia da pi 1852 € 1889, tais empr 440 milhdes de esterlinos, sem contar o de conversio de emp: mos anteriores, ido em 1889, no montante de 19.837 mi inheiro se destiy fva a egbertura de déficits, a0 servigo da) esta tiltima, o governd albei jos, em forma de tiresimos ao Uragci e& Confederagso Argentina. Além dos empréstimos piblicos, o capital estrangciro entrava no Brasil pela via do crédito privado, como € 0 caso do Banco Maué, que sacava sobre a praca res, € pela dos investimentos diretos em es- tradas de ferro, moinhos, engenhos e outros empreendimentos. Int- meros bancos estrangeiros ycorrendo com ‘osestabelecim quer forma, ac projeto revol {que Ihe pareceu confortivel sob todo§ os aspectos. A do Estado, €, usério e n: Amado Luiz Cervo e Clodoalde Bueno e surtos de industrializacao nento da riqueza demo! téricas e com raiva, como fazia Torres Homem nos reduzamos a vida modesta de tadores de café, de cana, de algodao, perpetu- estado das nagées nos seus destinos, a teses acabaram py no form mercado. Os liberais mai hesitariam em confiar2o est al ponto que ais, conforme se poderia supor. de 1844 produziu efeitos| spor seus idk ft ntos hegeménicos internos com segmentos Hegenbnicos exer neces eft se Moe ose to freqtentomente ret {que desviaram o processo dec agdes mecénicas de governos. Preferiam 0s ho gue havi dade e p: © fornecimento externo de mio-de-obra lade exportacdo, a interiorizagio século XIX, condi yento extemno de trabi dade © do proprio governo. Por es Itafico de escrav' los. A met exterior do Bra! al 30 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno Historia dap: nissdes mistas seis meses, das ¢ e de visita e busca ¢ a extingio Ge Serra Leoa e do Rio de Janeiro, “Arruptura foi uma decisio br neias, Tanto mais que em 1839 Palmerston apres 850, provocando um desastraso conf O méfico de escravos ¢ 0 conflito cam a i fizera passar jualgamento, pelo menga. Aberdeen, ndo sobre o Brasi pee tinados a0 tralico, pa Benes Urs ‘que substitu erston no rio de Estrangeiros em 1841, s: A prim jzo era tao propenso ao uso da forgace de leis internas contea e peragio de presses decisdes entre 1826 ¢ 183] e de fracas- teiros; porsm, ante a inviabilidade de noye tratado de comércio e de So posterior; a-segunda, a partir de 1845, representou timia fase de ni sobre 0 tréfico, secorreli aos mesmos métodos, fa- uptura e conflito,n ene, as se Em 1845 represso ao) foram tornando | pretada pelos patti de escravos. O protesto br mento £-0-Cons ‘08, obter @revoractio outros governos, ntemnas a cidadtos e¥ sobcrania ¢ a propriedade, ago imper anterior), manter a deper (confronto entre ecorrespondia trifico de escravos pat entendimentos e atritos com a Gra-Bret acesso a0 mercado, O trifica prosseg 32. Amado Luiz c ervo ¢ Clodoaldo Bueno: 0s e velozes navios, que se » € com conivencia tdcita do gover- arbrasileira contra a hegemonia br entre 1831 ¢ 1835, sob a vigeneia da lei 1826, a uma média anval est ada em importados; elevou-se a uma média em tomo de 36 0 despencou ainda naquel e 1851 € 1855 as portados, até o tltimo desembarque e lesembarque conhecido, A decisto brasileira de ¢; ir 0 tréfico em 1850 ra penetrar em Aguas territoriais e por seu. paroxismo,,Paulino José Soares de Sousa, minis otrifgopor straejes de se haver firmado uma co Historia da politica exterior do Brasil 83 ao para tal ‘mada por in ncia de lado preeonceituos: fo representante W porte, Em 1863, eagindo a seus métodos,o govemo bras peu as relagdes diplométicas € 1 site-em_Lon- dees. Quando di pela diplomacia, pela ostentagio e plow ia brasileira também Gireta — protestando, negociando e protelancla ~e de forma indireta, atinginido-ignportantes objetiys pol rei 4 revella dos \governes de Pal excelontes-vinculagdes que soube estabel por um lado, e com os meios financeir E preciso, pois, di as relagdes de governo a gaverno, em qt prevaleceu o conflito sobre o entendimento, ¢as relagdes de nagdo a agdo, que marchavam para um ent ante, apenas desafiado no século XIX pela concorté s € franceses.’ de promover a imigragao do entraram no Bras atodaa 80, fazia-se necessfrio tbe 1s em diregaio 4 uma odie: Al pes mons {ali yerdade de culto, os casamentos protéstantes | JL ascoularizacio dos cemitétios, o regisirp > aid ‘escravidao nas relagoes soci No se podem menosprezat-J8 esforgos do governo &: das provincias no sentido de superar-tantas dificuldades e tor mos,de capacidade de atragio. Os frutos do perfotio e sea Alguns métodos dispei | 1) Contratar tropas européi ‘eohverté-las posteriormente em nticleos cal n que o tra eos esparsos e significativos(¢) Intro- nas fazendas de Eat, em 0 ao trabalho escravo, com o qual coexistiam, Foi o suces: so da experiéne i, apbs o malogro inicial, ‘dos anos 1840 d) Contra- do a substi 1850 previ Wer a resisténcia dos ©) proibigdes esporadicas da emigragio para o Brasi mos europeus. por parte de 125 (19338 1983); Grier (1968); Cervo As posses territoriais ou a intransigéncia negociada Para colocar a quest histérica, 6 mister pastir de certas constatagSes prévias: a) a exper cia brasileira cortespondeu a uma das experiéneias historicas mais significativas em termos comparativos, em 195 — cerca de 16 mil km de fronteira com dez Estados ['b) em 1822, 0 Br le facto conforté Give delicadny6) a expanséo das fronteiras deu-se no petioda colonia 4/cedendo os teXt0s juridicos diante dos fatos: a gos Tra- \tados de Tordesilhas, de Madri (1750) 0% so (1777; d) nfo houverem rofes; / resis cose do fronteira, sociedade} i desenvo ¢ politica no € politica dos \de nfo se cons- je determinagto, ta.as vigas mestras da formagao Tampouco o sentimento nna Europa para recompor o mapa politico estabelecido. ga. © caso do Brasil tira icias de fron desconformidade entre a nacil ras, a nagdo ¢ 0 Estado. Os mi \gao das frontei- imentos do século XIX irromperam fendo-se com a for mentos, Na histéria dos Estados Unido \Smicas e psicologicas embutida: umm cone suficiente até realizar a adequagao dos ele- americanas da primeira metade do século XIX, assim como a tese de J, Fiske (Manifest destiny, 1885) para 0 expansionismo da ida metade. A historiografi cologia do oprimido, ident r forma, pode-se perceber facilmente a natur ii ionalidade ¢ po! Outro exemplo partir da idéia de nacio eram as independéncias dos Estados vizinhos, 0 conflito entre Buenos Aires € 0 interior, a confusto -s do antigo Vice- cotheu da grande para a pequena Argentina. Rosas pensou depois em restabelecer a primeira. A indefinigado d nava obviamente uma eventual politica de " Frederick Jackson Association em 18 Histéria da politica exterior do Brasil 89 Federacio bol ‘A pattir desse enfoque, 0 estudo do ca uum dado as sepa (0 se esclarece, unfou sobr eranga portugues da pelo Estado monirquico. Criowarset jonalidade bra itrovertida, de sul pparada na vastido do espago e na abundén nites, pela logica dos elementos, ha jente do legedo,.do_uti | possidetis, Substituiu-se dessa forma reduziu-se o problema da lismo dependente, que ia agregando novos espagos &s necessi do sistema produtivo, vas de solugio. No trato da questio, a Srocesstialistita no século XIX estabeleceu- em quatro fasesa).o ato de vontade bilateral, mediante 0 qual dois Esta- i nto nomeiam seus ple- instrugdes-esp: gociacdes, geralmente arduas e prolongadis; c) 0 colonizagao européia na América; pos sta dos Estadios Unidos. Tais print Monroe um carater mais egoista, tomara mnénsagens presidenciais de James K. Polke (1853) e James Buchanan (1857) © choque amazénico confrontaria, pacionais fortes, porque dominavam a p bes de resistir a pressoes externas de exercer uma hegemonia sobre o Prata e de '845), Franklin Pierce entretanto, duas vontades fica externa brasileira de o tern © entio as determi © fecondmico € politico, defender intransigentemente as posses t ‘A campanha norte-americana de ocupacio da Amaz6nia era lerada, desde 1850, pelo tenente da Marinha, Matthew Maury: Seus attigos na imprensa e sua obra de 1853 (The Amazon andthe Atlantic ‘yeram enorme repercussdo sobre & opi- 0 sobre 0 governo. FUs “japonese” do BE ja-sea abectura do Amazo- les expedigoes de flibusteiros que olonos e-eseravos. Paralels- junto aos ribeirinhos su- a a-se ap ps cid se preveravar grands |precedcriam a vinda de empresirios, mente, § representantes notte-americanos ig Brasil ~ Peru, Col6mbia, Equador, Venezuela, B + aqueles governos a sua cause, indispondo-os contr {que mantinba 0 Amazonas fechado, apos obter 2 Rio de Janeiro, 0 repre- canuin, ent 1855, com pleino éxito novo tratado a monargui dade de navegagao dos rios ple igentante ameagava, desde 1853, ¢ lancay como fez.0 comodoro Perry no Jdpao em 1853, “Trousdale tinfa dois objetivos no Rio: arrancar u de comércio e conseguir a abertura do Amazonas para tmpreendimento de Maury, Recebeu por duas venes A ‘a0 tratado ¢ acabou fracassando em seu .gundo objetiva, Mas a apie norte-ameticana parecia poder triunfar por vols de 1853, 4 5 \\gooB solado, tendo conta si os ribeirinhos “panicds, 03 Estados Unidos, as nagdes £urok ‘ Hnglaterfa, que apoiava a poténcia do Norte ¢ exist a live _gao do Amazonas, A estrat medidas positivas de agdo intern nas e criat uma companhia brasile pois, defensiva, mas comportaria externa a) fortalecer 0 Amazo~ _correspondia mais aluma t&cita protelatéi 108. Amado Luiz Cerve ¢ Clodoalde Bueno exclusividade do comércio da colonizagao, pa fo estrangeira;'b) estudar a fundo o direito intern 0; €} conceder a nai ica; €) protelar a abertura até desaparecer o risco de dominacia estrangeira, Em 1852, 0 governo brasileiro concedeu a Maué)p privilégio ex- clusivo e wm subsidio para sua Companhia de Navegagao e Comér- cio do Amazonas. A.navegagio brasileira tornou-se, enfim, realida- de, em resposte-as presses externas. Maud perdeu o privilégio da exelusividade em 1854, em razio de uma onda de protestos internos ec externos, ¢ desfez-se da obrigagao de promover a colonizagio em ‘1857; ante a inviabilidade dos projetos. De qualquer forma, havia-se lganhado tempo e dissuadido-as poténcias de invadir a regifio, c das ou nfo. A doutri pio do direito imperfeito dos ribeirinhos superiores, que podiam ace- der & navegagZo dos tios interiores apenas me ada de forma equivalente no Prata, onde o Brasil, como ribeiri- rnho superior, obtivera a navegaeto por convengGes, e no Amazonas, onde a oferecia aos Estados vizinhos pela mesma via, embora fazen- do-a depender da solugdo concomitante dos limites, concedeu-se a navegagio & nag contralante © excluiram-se os tetceiros. Em¢1854) em extenso ¢ aprot isconde do Unugu: ho de Estado nfo endossou, por julgar inoportuno abandonar na- quele momento o principio da exchisio dos nio- téncia fazia-se ainda necesstria e dever possivel, com o que concordava, ids, Uruguai, cuja proposta ‘doutrinal: conceder a navegagao a0s na0= vengao, inhos, mediante con- Para contra-atacar a ago norte-americana, despachou o gover- no brasileiro trés eminentes posigdes-chave do confronto. Duarte da 28 do Pacifico, € Histévia da politica exterior do Brasil 105 Miguel Maria Lisboa, junto a Venezucla, Nova Granada e Equador, indo convencer hes ‘0s governos e a opinitio de q ppara facilitar a penetracdo imperialista, que acabaria por engoli-los. Francisco ho Moreira, em Washington, rebatia na imprensa, com coragem e persisténcia, os argumentos de Maury € adotava com relagio ao governo dos Estados Unidos snte a qual importunava o Departamento de Estado e a Presi 3s que tornassem Pi damente sal ‘contra a soberania brasileira. No Rio de Janeiro, Paul ‘Abreu, Paranhos e dom Pedro amaciavam a arrogincia de Trousdale com respostas categéricas ¢ técitas protelatorias. ite de ousadia para a contra-agfo brasileira, no Rio de Ja- te, era posta pelo receio de provocar a expedigao interventora, com apoie do governo dos Estados Unidos, como suce-| diana China, no Japa0, no Egito, na Areélia, quando os objetivos das | Faglies fortes eram contrariados pela resisténcia local. Impuntia-se; ragem — mas sem prudéncia, habilidade, titicas ade- quadas, esperteza ¢ inteligéncia tudo viria a se perder. A soma des- ses atributos, que qualificavam a politica brasileira, garantiu-the 0 su- n outros fatores conjuntitais. neiro ¢ no conti portanto, ‘As relagdes entre 0 Brasil eos Estados Unidos, embora marcadas por atritos ocasionais, pelos quais tinham maior responsabilidade cer- “fos agentes insolentes, deveriam pautar-se pelo entendimento de alto nivel, porque se vincu 1. O comércio bilateral para ambos os poder” Europa-América, uma das metas extern idade das duas grandes nagGes do continent nte boas relagdes reciprocas. Era, em suma, de bom 0s conflitos ocasionais. Dois outros fatores nericana a partir dé 1855: por fam para o conlito inter= agiam para relaxar a um lado, os Estados Unidos ja se enc: no, que explodiria na 1os. Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno pela corrente anti convertido perigo foi ampliado pele resisténcia do governo br sob pressao, A questo extrapolou os limites das relagdes bilaterais ¢ passou & fase da diplomacia c inada a causa norte-americana. Reflu conjunturais. Negoeiar, para o governo brasileiro, si nao ceder, enquanto houvesse risco. ‘A partir de 1860, prevalecia nos rente liberal sobre a protecionista, exigindo-se a abertura do Amazo- nas em nome da ciéncia, do progresso ¢ da ci 403, sempre disposto a escancarat as portas do Bra: penetragdo estrangeita, ja ao extremo de apoisr @ ocupago consenti da Amazénia, para no ter de cedé-la & forga. Dialogando com a correnif\iberal, Pimenta Bueno propunha, em 1864, um verdadeiro acto“de Integragdio rezional, entre os pafses da Bacia Amazéniea, envolvendo a livre navegagao, 0 ineremento do comércio regional, a solo r paras limites, a cessio por parte do Brasil de terri- sérios, postos e vias das propostas teria encan bro de 1866, ouvido 0 Co vos & navegagao do Amazonas, baixou o goven ro 0 decreto de abertura i jodas as nagdes, | apenas o transito de navios de guerra. Intersony folongado debate naci ino quadro externo. ‘A percepgdo do interesse nacional tra as protecionistas, n tos contra os nacionalista: exterior do Brasil Histéria da pol autoformulada, como foi a aberture guerra que se sustenta de entio, calculad: _semtiseo de 1866, 6 Brasil) ior O controle do Prata do Prata passou pelas seguintes fases: de cooperagio e defesa das independéncias (1822-1824); b) gue 28) @)politica de neuraidade (1828-1843) 08 quais subor ta foi a firen em que As condigdes objetivas par em parte deserit Estado nacional b 20, que também contrib Prata. Com efeito, no Amado Luiz Cerve ¢ Clodoalde Bueno os Estados Unidos enggjavam a expansio territorial acelerada ¢, finalmente, os europeus se md Asia, Entre 1851 @ 18% pa enter sas, Estados Unidos ¢ China ocupa- nese Com Stas svolugao moder izadora, As rep na guerra contra a Espa francesa. Dessa forma, ‘abriu no Prata um espago de manobra ido o momento de estabelecer ¢ ordenat metas de jr agdes concretas para atingi-las, ou scja, eréncia adequada & construgfio de uma. es- Quais as necessidades internas que detertminaram a estraté- curto ¢ longo prazo, como se articularam eresses de competicto vengao no vessou umn periodo de transigio, marc cstratégicas, pela consideragdo das al falta de clareza no estabelecimento de a neutralidade efetiva, nfio como opgio pol contrario, em fung2o de sua auséneia. Houve uma pree forma sobre a substaneia, Embora se envolvessen externa og Orgios de Estado em seu con} danga fréqitente do titular dos NeaScios Estrangeiros ~ onze ‘ros ocuparam a pasta entre .compativeis e pela \oretas. Manteve-se dda mudanga, Quatro alternativas entravam em li de varias se com Rosas; Historia da politica exterior do Bra contca ele, por meio da alianga para Gontra ele, juntamente com Franga ¢ Inglaterr tamente, com ou sem aliangas de terceiros. As al ‘que até a intervengao nao existia uma p 6 Uruguai nem para 0 Paraguai. No Prata, tudo se definia em fungfo de Rosas, de suas iniciativas ou reagdes presumiveis 2 1am Semiear sobre as condigdes objeti- vyas outros elementos de confustiof a) havia nos meios politicos 1 rio-platense e quem 0 detes- “governo central por uma pol Fe firme, as duas grandes istas, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, faziam sua ‘pequena pol com relativa desea imagem ind ‘© governo para pol Hesitava, pois, desdenhavam Lépez se decep. matogrossenses. Uma situagao ins dado momento, demandaria entre o Rio de to. prazo, ql ‘0 e Buenos Aires 0 entendimento ou o conti Era entio condigio, da parte brasi 0, €) reco" uti possideri 12 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno daindopendénciad tstabelecimento do coméreio regular regional; Aproveitamento-das pastagens uruguaias para o abastecimento a importagio de do charque, cuja den es ‘A viabilidade de relagbes estabelecidas nessas bases dependia do abandono das prevengdes m 2 ago conjunta bilateral e, sem duivida, do saerificio de pretenses hegeménicas argentinas favor das brasileiras. Uma viabilidade assim posta era, literalmente, vel, como os fatos vieram demonstrat. A politica platina brasileira comporto periodoy(a))o desejo de mudana e as inici FE desde a itervengfo franco-briténica em 1845 até a derroia ada daqueles europeus, em 1849-1850; 6)ja decisdo de solucionar os problemas pela forga e as operagbes Tevadas a termo em 1851-1852. Honério Hermeto Cameiro Ledo, condutor da politica de com- a, desde seu malogro, aba te com aquele govern as. Tanto 6 que a reintegracio do Rio Grande do desde 1835, seria feita por agdo exclusiva- 0, Seu sucessor no nas relagdes com 0 Paraguai, J Bm Assungio, env‘ 844, seu enviado, Pimenta Bueno, reconhe Icia solenemente tratado de amiza entre Lépez e Pimenta Bueno era perfeito, concluindo os ¢ eferendum, ¢ por sobre as instrugbes do representante bras 1a alianga bilateral, diretamente anti-osista, to de Paulino, e nfo se enganava. Essa nova p: 0 com os Estados do Pra ia e cone! e com a Améric ia. O Gabinete que substituia 1844, mudou novamente de politica, enviando At Ze | ¢do da influén Historia da politica exterior do Brasil 3 consultando|Guizot € Aberdéen sobre as possibilidades de interven go conjunta, em fingdo tambem de interesses comuns no Prata Mas, assim como ainépeid bra: _ | veriio paraguaio, a arrogin go pretender Aberdeen subordinar a cooperag&o i obtengao de ides concessbes, quando lhe convinha fazé-la de graca. Entre os obje- tivos de Aberdee se nova convengaio sobre 0 tréfico, novo fratado de comércio, abandono do protecionismo, ou seja, restaura- assadas, em apenas umn se em 1845 — nao em deter ano. A razio de minagdo para tervengao franco-bri iguma influéncia brasileira —e alias sem mei ingir os fins que ditavam os interesses curopeus. In- Ipleses e franceses foram finalmente derrotados por Rosas, que Ihes pfereceu resistence! ndo-se em 1849-1850, deixando o Praia Lal qual o haviam encontrado. AA ligdo de 1843 repetia-se em 1844: nfo tivera éxito © governo eiro tanto em sta tentativa de composigtio com Rosas, come s, a proveitosa alianga 1, ao ponto que nifo The conv’ bra raha por certo. ‘Nao podendo servir a tantos senhores, nem ao mesmo tempo nem altemadamente, e nao podendo agir por conta erisco em provei- to proprio, o governo brasileiro refugiou-se novamente em sua neu tralidade, a partirde 1845. Desde entio, a situa platina ia-se agra- a. Lopez hesitava entre Rosas, Corrientes, os europeus ¢ 0 Império, & semelhanga do procedi brasileiro anterior. Al mente, poderia unir-se a forgas antagoni- cas para atingir seus cuja alianga buscava sem alcangar. Os gatichos en- jue dominava a campanha wrugu verda- deira guerr és, que ameacava esgotar-se. Rosas derrotava os cobrindo-se da gloria americana, Seu representante no Rio de J To estava em condig 1 ia brasileira com notas Em 1849, de vol ios, o visconde do , Paulino José Soares de Souza, avalia 0 quadro platino e se Ury ne Amado Luiz Cerve ¢ Clodoaldo Sueno prepara para recuperar a politica que esbogara em 1843-1844. Des- sa feita nao ser4 substitufdo nem enfrentard resisténcias que nfo p desse superar, até leva-la a termo. A politica conservadora, americanista e de alianga paraguaia, ressurge do pasado, n&o porém de forma a se confrontar com a politica liberal, europeanista © caudatéria. Li 0 mais conceituado diplomata entre os berais, era tio americanista, monrofsta & brasileira, quanto Pau ‘ou Honério Hermeto, os lidere Abrantes fora mesmo & Burop: cado comum) aos produtos bra: vengao foi um acidente de perourso. Quando Lépez decidi extemamente, durante a intervencdo fran julgando ter as. A pol , a al ponto que, em 185: Pa negociar os tratados solicita- dos por Lamas, 0 repres io no Rio de A intervengo contra Oribe ¢ Rosas, decidida por Pa a retirada européia do Prata, conespondeu a noma, cuidadosamente preparada: lentas & busca do gado. Paragi as presas e, quigd, parte do Rio Gi Restabelecer-se-ia assim o antigo Vice-Reino do Prata, forma de grande Estado rival. Correta ou nfo, essa decalculo acto diret Historia da politica exterior do Brasil ns ‘Uma condigao prévia para o éxito da operagao cra a elimina gto do estado de quase-guerra entre o Brasil ¢ a Inglaterra por causa do trifico de escravos. O ministro de Est S 10 de 1850, decidiu a aprovacao da lei de e meio de brithante exposigh motivos proprios, a extingdo e platina, a sizia P Outro obs Rosas. $ por meio de pressbes do entio a diplomaci I desta sobre o chefe do rei dos belgas sobre a governo, que Pal hostilidade contra o Bi 10 do direito brasi egando ino rompeu com o governo de Buenos Aires, ssaportes, como solicitara Obteve do Senado autorizacdo para nomear 0 senador Cor de de Caxias como presi rovincia do Rio Grande do Sul. Com essa titica, de ico & al gout 0 apoio dos meios politicos mem de confianga seria colocado no comando das tropas, enquanto a Marinha era confiada ao experiente Grenfell. Paulino accitou a oferta do bario de Maui, que se disp6s a sustentar financeiramente a praga de Montevi Oribe, apds retirada dos fran 1850. ce da Ponte Ribeiro) restar Rosas, ¢ a0 Prata para coneluir al contra Rosas, obtendo-as de Carlos peze, depois, dos governos de Montevidéu, Corrientes ¢ Entre-Rios, com a idade de eliminar Oribe de 29 de maio de 1851) € trazer Rosas & anga contra ele, num segundo tempo (convénio de 21 ovembro de 1851). us Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Sueno Acestratégia de guerra foi armada da melhor forma, en Duarte da Ponte Ribeiro, legarde, em Assungtio; Honério Hermeto, em Montevidéu; Caixas, no Rio Grande do Sul Rosas também colaborou para sua derrocada, ao abandonar o fede- ralismo, perseguir brutalmente seus adversétios, provocar a revolta do jolava desde Buenos Aires, e fechar os rios & navegacio internacional. O exército que o derrotou era co- mandado pelo seu compatriota Urquiza. Dois outros erros cometeu Rosas em seus derradeiros momentos: cair na cilada que The prepa- rou Paulino, declarando guerra & primeira alianga, apés a derrota de Oribe, e permanecer quase inativo depois, na expectativa do auxilio de Palmerston. As operagdes contra ele seriam executadas com a ‘méxima rapidez, como se planejara, precisamente para impedira che- em tempo de 8s, veio. ‘A batalla de Monte Caseros (3 de fevereiro de 1852) foi grandio- sa pelo niimero de homens engajados (cerca de 50 mil) e pelo seu significado histérico: a derrota de Rosas, que j4 nem lutou, sua retira- da para a Inglaterra, a derrota de uma p esa para 0 Prata © a.ascensio do Brasil como nova poténeia regional, temporariamente hegemanica. A presenga br e seus fins A agdo do Império sobre o Prata definiu-se em fungdo de neces- \sidades internas do Brasil, ds quais foram acoplados objetivos concre- tos de seu intetesse, Podiam estes iltimos coincidit ou conflitar com interesses das poténcias capitalista, que também se faziam presentes, nagaio de Oribe e Rosas niio lev contradigdes locais, que repercutiam ainda sobre a vida p 1 formagao dos Estado: com as finangas ¢ 0 io, exercia 0 Estado brasileiro sua hegemonia, obtendo ganhos sm ter de fazer a guerra, & sombra de sua forga, cujo emprego estava reservado somente a solugdes de instancia, Movia-se 0 1 Histéria da politica exterior do Brasil nz Finalidades econémicas. Convinha manter um comércio re- rem que preponderava, sem divvida, a necessidade bras ‘a produc rio- grandense era decadente ¢ insu malimentar amassa fscrava que movia o sistema produtivo. Menos dependente era o Prata de produtos brasileiros (erva-mate, tabaco, café, madeira), embora nfo fosse um mereado desprez vel. Nesse sentido se entende a vontade de manter um cor trol mais direto sobre o Uruguai, principal fonte de abastecimento. Quanto ao Pataguai, o comércio bilateral era minguado, mas no correr da década de 1850 os dois paises tentraram em concorréncia para dominar o mercado regional dda erva-mate e posteriormente se encontrariam no mercado 1acional do algodo. Os interesses bras ‘mente no dominio das fina s do Uruguai, da Confederagtio a Argentina, com finalidades emi- io os empreendi- int Teceram ign préstimos feitos aos gov' mentos bancérios, os empréstimos particulares ¢ as ‘yas modernizadoras de Maud no Uruguai ena Confederacio. Era condigto para o desempenho dessas atividades econdmi- gac&o dos rios interioranos, e nesse ponto 0 interesse brasil o tas, Fstados Unidos, Franga e Inglaterra. Nao foi, entretanto, 0 Brasil a reboque dessas potén finalidade d pela forga.a economia paraguaia ao liberalismo internacional pez) ante 0 Tal abertura ja havia sido empreendida pelos fracasso do sistema autirquico, € estava em plerioandamen- {o, interessando muito mais ao capitalismo intemacional a pez do que a guerra Finalidades estratéai ‘guiavam a agto bras transigente das independéncias locais, condica ‘exercicio de sua hegemonia, 0 acesso a Mato Grosso pelo estuario, tanto para os navios de comércio quanto de guerr, 1 das fronteiras, a seguranga das fronteiras jros residentes no Uru- a definigao, a liberdade de trabalho dos br us Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno _guai (aproximadamente'20% da populagao total), Nos objet vos de seguranga ni figurava a exp: pativel com a preservacao di dos Estados, 3. Finalidad ima variavel e dade dos vi sobre tais elementos um sistema de relagdes pac' antes e benéficas, Niio foi nieresses bras tagénieas, Admit stores, tinha Argentina maior i Paraguai na tradicional fungao de trunfo estraté co. Entende-se, dessa forma, por que os cinco tratados de 12 de 1854 e 1864 a exploragao bras que se envolviam n teresses materiais. 0 protestav dade to entre Buenos Aires ea Confederagio, desde o rom Historia do politica exterior do Brasil ng mento de 1853. Mas, na realidade, os empréstimos de Maué ¢ do proprio governo a Urquiza faeilitaram de 1859, que re- Compés & unidade, Apesar de solicitado por ambos os lados @ tomar partido, o Brasil soube mover-se com desenvoltura su mpatizava com Buenos Aires pelas suas instituigdes liberal ho abandonava Urquiza, seu homem de confianga. Se, po dade custou-lhe a rejeigio dos eum relaci to do comércio regular, como dese} fio c, particu- ‘erferéncia em seu controle sobre o Uruguai, Obteve a meta estratégica, ido nao s6 0 reco. nhecimento argentino da independéncia do Paraguai, como também oio contra os Lépez, quando se fez neces Era desse lado, com efeito, que as relagdes pioravam, apesar do nga de 1850. Desejava 0 governo paraguaio a fixacio tes com 0 Bras ia previamente a liberdade de nave- gagdo. Convénios e acordos se sucediam, demonstragdes de forga ocorriam de lado a lado. Ambos se miravam com desconfianga e cogitavam na guerra, de tempos em tempos, para cortar com as dificuldades. A substituiglo de Carlos Antonio Lopez por seu filho, em 1862, acentuow o ‘smo. Aconselhado por scu pai, no leito de morte, a no recor rer & guerra contra o Brasil para superar as pendéncias, hard sua politica precisamente no rumo conttirio, Armou seu pais-acima ‘das conveniéncias, adotou a teoria do “equilibrio dos Estados? do Prata e accitou o convite dos blancos uruguaios para compor um cixo, que na sua expectativa ainda a © retorno as solugdes de forca (1864) No inicio da década de 1860, importantes modificagdes ocorrem no Prata, quanto & composigao das forgas sociais ¢ ins com repercussées no Ambito das relagdes entre 0s Estados 'A vitria de Mitre sobre Urquiza, em 1861, ¢ sua ascensio & presidéncia da nova Repiiblica Argentina, no ano seguinte, significa- 120 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoalde Bueno ‘yam enfim o triunfo dos u buenairense sobre a eco! ginais opostes, tradi como os “primiti ppatrimonial paraguaio, A propensto da nova Argentina encami vya-se logicamente no sent sdo natural cra precisamente 0 Brasil, com cuja ideolo- de governo afinava-se por inteito. vos, mantinha-se na presidén- cia, desde 1861. Seu govemo, embora moderado, tanto quanto permitia a exaltagfo part Wolver-se-& em dois contenciosos extemos ao mesmo tempo: do lado brasileiro, criard dificuldades 20 passage do gado em pé vam partido em defesa de seus interesses ame: na guerra civil e pressionavam fortemente o Rio de posigdo. Suas reclamacdes faziam eco no Pa ‘onde também se exaltava a opinido. Pressionado de todos os lados, contando apenas com 0 apoio isolado de Mau buscot o Paraguai, de onde supds poder chegar o i possivel, gional, desde que Carlos Anténio e tomara parte dos ev ediaeao exercida cm 1859 entre Buenos Aires e a Confederacio, ceasido em que se conjugaram Brasil e Paraguai para fortalecer 0 Estado argentino. A esse minguado papel correspondia, parad Historia da politica exterior do Brasil a2 mparada numa economia 0 Paras mente, uma vontade nacional de poténeia 108 militares extraordis tes, senfio-mesmo trés, por duas pendéncii nada se definira ainda com relagdo as fronteiras brasi eb dificuldades ainda se acrescia a da navegs pata Mato Grosso, de interesse vital para 0 Bras aito Lapezzmais que seu pai, estava determi marcar presenga efetiva no rumo dos acont doa entos regionais, cons- \do, em conformidade como pensamento blanco uruguaio, a te0~ tio dos Estados”. Significava, na pritica, a intengao de preservar 08 pequenos, Uruguai ¢ Paraguai, das intervengoes im- 1s dos grandes, Argentina e Brasil. Significava, em teoria, a 10 terceito Estado, de dimensio e pote Entre-Rios ¢, Os designios {deologias, instituigées e visbes dos homens de Estado que se faziam rs na década de 1860 05 mesmos da Eaestrat bémn: manter como instrumento de ‘arma da diplomacia, Dai por que as Forgas Armadas, no igenciadas e relativamente limitadas, se compara- das as do Paraguai. A crenga na superioridade era t c lo dos estadistas brasileiros 0 perigo da guerra pl: Ideologicamente, ata podia-se ju beralismo, cuja implantagao sobre a regio sob a f izadora nfio estava consumada, Pelo lado econdmico, nada sencadeamento, embora posteriormente, a regio, perman: Jaterra, Argentina e Bra- i) para destrairo sistema fechado e autbnomo do Paraguai deve-se tributara distorgdes da andlise histérica, A essas economias, 4d se integrava o Paraguai na época, remenio das relagdes, como desejado e encaminhado pelo governo dos Lopez. ‘A guerra intemacional, no Uruguai e no Paraguai, foi precedida de intensa movimentagdo diplomatica. Dois eixos se eruzavar em Montevidéu, ligando, 0 primeito, Buenos Aires a0 Rio d segundo, Montevidéu a Assungao. As iniciativas do gover 122 Amado Luiz Cervo e Clodealdo Bueno se dispersavam, entretanto, em quatro diregdes: Buenos Aires, Bra- de correspondida em apenas O eixo Brasil-Montevidéu-Buenos Aires empe aio e era coordenado ps s contra os brasileiros residentes no iro ¢ salvaguardar af os onais, que respondiam as neck conhec sua missdo, entretanto, e, com a participagao do governo Mitre & epresentante inglés em Buenos Aires (embora estivessem rotas as relagdes entre Brasil ¢ incumbiu-se da mediagao entre Flores e Aguirre, 0 novo chefe dos blancos no poder, 5 liberais brasileiros, entdo no poder, exigiam de Sa obtengiio de reparagies forgaram-no @ execu uruguai m Montevidéu porgt do brasileiro, 20 de fevereiro de 186: a paz e compondo a primeira alianga contra o Paraguai. Na guerra © governo Mitre tomou parte ativa, embora tenha astuciosamente usado a presenga bra sileiro com o desfecho da guerra w reparagdes que exigia, e fora ain io, em razio da intervengaio no Uruguai Paranhos foi sumariamente demitido. Oeeixo Montevidéw-Assut Historia da politica exterior do Brasil no eameagou revidar fosse executado no Urugt ndo-se respostas € desconsiderando- an dispumha de forgas supe ¢ por isso era desqual rente sem receios. Ora, Lépez agia por si, tanto é atacar os dois n socorro dos blancos, © essas \des, que di fase politicos de enti, sto hoje mais ompreensiveis. Trés erros bisicos 10 desencadear ague ilo sua espada Hebandaram ante as tropas brasileras;dispersat o ex be tomar Montevidéu e Buenos Aires ¢ negociar em posicio de com que se con 18 de maio de‘1865, embora nfo Ihe faltass .cGes para pereeber que vinha essa alianga sendo gestada, pelo menos, desde 1857. AA guerra foi financiada com recursos do Tesouro brasileiro, que ides empréstimos & Argentina, ¢ com recursos de ban- teressados apenas em transagdes rentiveis, mes- ‘governo de Palmerston. Este nfo teve responsal dade alguma sobre a origem oil sobre 0 andamento das operagdes, fava aqui com “vassalos”, dispostos a executar seus desejos. A guerra, desencadeou-a Lopez, ¢stia condugdo foi sim resultado da Vontade de Estado, brasileira em primeiro lugar e sgundo. Foi uma determinagao do govern brasi nites, atravessadores e 0 préprio Mitre, que brava suas combalidas fi Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Sueno Para fazer eumprir sua vontade ext istrou 0 governo brasileiro sua ago diplomaticarao estilo de uma poténcia perifé Obteve dos Rothschild os empréstimos necessirios, apesar de {bes diplomiticas com a Inglaterra. Restabelece' idade perfeita de iu o Amazonas & tava um risco de dominagfo extern dirimir um contencioso com as replicas ribeirinhas © com as g1 des poténcias. Concertou-se com a Bolivia — apés arvorar-se ~ cm 1867, firmando um tratado meércio e extradigao, que dissu ‘com 0 Paraguai, e renegou todas as propostas de bons oficios e me- idvindas da Gra-Bretanha, dos Estados Unidos e da m: ios paises da América do Sul. lmpés, fi apés a guer- ade sobre o proprio governo argentino, impedindo, ao pre 0 de nova guerra, se necessério, a absorgao do territério paraguaio a ‘margem direita do rio, até a baia Negra, conforme ele pret indo aos liberais em 1868, em razfio da crise no comando do Exército, opondo Caxias ao Gabinete, 0s conservadores iro recu- perar a tradicional po 0 célculo do perigo argentino. As negociagdes de paz iriam destarte anhos tomaria por duas vezes 0 ca- , Cotegipe firmaria em Assu ‘paz em separado, em 1872, pasando por sobre os termos da al ejedor o seguiria com o mo fim — ¢ nada se decidiu em termos definitivos. Enquan enquanto nfo fosse cumprida a vontade bra ia 0 gover- no @ ocupagio do Paraguai. Somente em 1876 as negociagdes em Buenos Aires chegaram a termo, concertando-se a contento, pelo menos formalmente, as trés partes envolvidas e concluindo-se a “ques- que tantos arroubos produzira, golpes ¢ contragolpes icos, mas que se arrasta perdendo forga. As tropas fas evacuaram de pronto o tetritério paraguaio, ap6s seis anos Ge coupagti “prote’ Historia da politica exterior de Brasil Um balango dos resultados Que significaram os(25 anos de presenga br tre 185] ¢ 1876? Na ética do sistema internacional, estabeleceu-se uma hegemon perifrica, porquants a presenga brasileira se caracterizou pela subs- {ituigdo das poténcias anteriormente dominantes, ¢ sua aco pree | cheu os requisitos do conceito: a} comandou, pela via diplomatica, um | sistema de acordos ¢ aliancas favoriveis aos des{gnios da vontade nacional; b) usou da forga para dobrar a vontade dos Estados platinos, ‘quando o requeriam as eireunstncias; €)submeteu os mesmos Esta- dos a depend smpréstimos e dividas Prata io de matérias-primas indispenséveis & manuteny | sistema produtivoy‘¢)jobstou ao aparecimento de uma hegemonia concorrente no periddo, | Oexercicio da hegemonia bras leira revestiu-se em grau mode- ido do carter imperialista, na medida em que: a) a ostentagio ou 0 promovendo a liberalizagio das instituigdes e das relagdes de produ Gio. A dominagio foi mais acentuada sobre os dois Estados meno- res, Uruguai e Paragu plados, respectivamente, com as diksats de 1851 ¢ 1872, obtendo a Arg satisfago nos acordos de 1876. Marchava 0 Brasil com vontade e objetivos proprios, confron- tando-se com as poténeis capitalistas que competiam na area, quan- do opunham obstaculos a sua ago, cotejando-as em objetivos co- muns, como a liberalizago do comércio, da navegagto, dos Muxos financeiros, econdmicos ¢ demorréficos. Do ponto de vista econdmico, as repercussées internas da aven- foram m com precisio, desviaram da moder ‘me de capital. A alternativa racional apontaria para seu aproveita- mento no projeto de 1844, 0 que sem diivida teria salvaguardado a strugiio da poténcia eco- fo foram ressarci- na parcii nto pablicas quanto priva- das, jamais . Enfim, os empreendimentos de Mau i a bancartota no Prata, provocando sua faléncia mao declinio quia, nelas se compreendendo a prépria questao militar de jnago de conduzir a guerra no Paraguai a0 extremo, Formulagdes dialéticas do pensamento ico brasileiro ivre curso no Parlamento, opondo-se entre si, independentemente da composigto partidaria, iberais econ servadores. De modo geral, os partidos se compunham em termos de ndo em principio o governo, em nome do supe~ (0 critica, permanente- n veeméncia & politigeplatina em vigor ncia (intervengiio-hostilidade-reat tros elementos. Era seu mais expressivo mentor Fra visconde de Jequitinhonha, No out extremo, raciocinavam ¢ s¢ firmavam os interver com base na doutrina européia da “seguranga essenciais”. Era seu mais expressivo defensor Manoel de Assis Mascarenhas. © centro do pensamento poli cos em favor uma formulaedo pi moderada c enérgica ao mesmo tempo, sensivel ao conceito de sobe- No Prata, a ago bra: principio, segundo o eatecismo conse talecimento dos pequenos Estados, Histéria da politica exterior do Brasil digdes intemas no Uruguai, perturbando seu sistema produtivo e ar rasando a poténeia paraguai \do natural. Por outro lado, se de brasil grave questo dos limites. Embora tenha mantido o mapa pol , 0 Brasil teria no se relacionar com uma nova 1s forgas produtivas internas e de competir externamente ‘A historiografia relativa a esse periodo ¢ ao tema das r intemnacionais no quadro do subsistema platino se dispersa em correntes de interpretagio. ‘A que se nde presenga brasil sultados, portadora de hispano e dosubimperi Esta corrente canta com apoio de socidlogos qu ia A base da teoria da dependéncia de inspiragio marxista. No ‘meio termo, encontra-se a antiga historia di a, voltada paraa deserigzio das evidéneias do tempo curto, a partir de uma solida pes- quisa de arquivo. A corrente perso definem-se em functo de simpatias ¢ a ‘mens ¢ partidos em luta pelo poder, interpretando sem isengo ceu- sas, atitudes e agbes. Duas vertentes originam-se das andlises recentes que privile- giam o papel dos Estados. A radical, hobbesiana, parte do press segundo o qual cada Estado tinha por objetivo em sua ago exten enfraquecimento, senfio mesmo a destruigo dos outros Estados, © concebe as relacées ituagao de guerra pet nda veriente no carater espeeifico do per 1s diante do Estado bras} 1s Amado Luiz Cervo e Cladoalde Sueno emétodos modernos de anilise, q | critica da historiografia disponivel } oconhecimento." Distensdo e universalismo: a politica externa ao final do Império de resto, des que vontade naci fram recursos e provocaram grave mranifestagtio do militarismo eo prote Ziguaram-se velhos fronteiras em geraly( ente; b)apa- Jaterta/ do Amazonas; das 10 extema — e nesse sentido eram pro mis do Imperador pelo mundo, Brasil congressos, feiras e foros de arbi om o Oriente e ac envolver-se como pan-amer circunstancias, Como mente para a solugao de problemas tura, a propaganda rep reordenamento do aparelho de Estado em confo com 05 no- vos grupos hezem@nicos, oriundo Por outro ado, o retraimento nfo era aconsel obra ¢ 0 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno deava gue tratados de se analisar, por exemple, a diplomacia de novo pan-americanismo, ‘iando as pendéncias externas 108, 0 go~ jevolvendo os io de Janeiro; a ‘ambos os casos, 0 dest meagas S Sob protesto, a quer foi perturbado pelo Histéria da politica exterior do Brasil goes em toro das reparagdes que deveriam ser Tiquidadas entre © Brasil ea ra nos termos da convengao de 1858. Int econdmic {instrument i de manufaturados e dispunham a enfrentar 0 dominio b “Apaziguara-se também o conflito amazbnico, nao se rep aps a abertura da navegagio en de forma a col ‘errtdrio. A retirada do Prata deixou seqtlelas de tensio apenas do lado argent atadas ~ € 0 fato nto 1 agdes conseglientes, o que demonstra a debilida- Embora o tenha usado para os fins sm socorrorde Matti, nos momentos de dificuldade, e t mente favoreceu sua fa Os ingleses vo nga na boa forma vigen m seus bens com as i (© Relatério da Repartigao dos ) stancia em q 0 Estado parag' 408 sequer para con- tratar funcioni c c 9:9878439 overno medidas & lo Egito. A terpretava a m: de que governo brasileiro, na cobranga das Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno: Historia da politica exterior do Brasil absoluta falta de recursos, ante a necessid 982s com aquele Estado e ante adi er tipo de ago coer Jela, a faléncia do imper 0, em favor da paz externa, a0 que ocorra ent pelo mundo. i No que tange aos limites, apds 2 neg tratados com o Uruguai eo Peru (185 via (1867) eo Paraguai (1872), o empenho do gover moreceu, relativamente as d er termo nos casos pendentes, periodo republicano. A rejei negociado por Miguel Maria tes firduos esforgos que centes de Azambuja, entre 1867 e 1870, fracasso di em 1882, do igo. Grupos autdnomos, sobretudo de parlamentares gaticos, exa- eerbavam 0 debate com suas posigdes s. Manifestaya-se no freqiicntemente a posigao oficial do governo, por meio dos discursos de seu ministro de Estrangeiros, que tanto interv jmidade nunca se fazia, e tal comportament Por outro lado, a alter is, que pas- ava a politiea exierna, porque

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