Você está na página 1de 6
Fiawter Mow, Cust 25, 3 p 285-286 abe fn 2010 Alteragdes ortopédicas em criangas e adolescentes obesos Orthopedic alterations in obese children and adolescents ‘Michelle Brandalizetl, Neiva Leite! 1 Mestee, professora do depustimento de Fisioterapia da Faculdade Guaicsed, Guasapuavs, PR - Brasil e-nuil: aichalleb_fisio@ ythooconbe IM Doutoca em Side da Crisnga e Adolescente pela Universidade Fedesal do Patani (UFPR) lider do Nvcleo de Pesquisa ean Quulidide de Vida, Cuxitba, PR- Beas, e-mail neivaeite @grnileom Resumo Introdugio: A obesidade infanto-juvenil ¢ um problema muito frequente e implica complicarées que podem estar presentes precocemente, como as alteragBes ostopédicas. Objetivo:desctever as alteragdes que atingem o apasello locomotor em criancas e adolescentes comsobsepeso e obesidade. Metodologia Foram consultadas as bases de dados MEDLINE, SciELO, LILACS, IST e base de dados da Univessidade de Standfosd, comacombinacio dos seguintes descutores:““obesidade”, “complicagées”, “csianca”, “doses smisculo-esqueléticas”, “postura’, “alteragdes ostopédicas”, “marcha” e seus tespectivos sinénimos em inglés, Resultados: Péde-se observarque as ctiancas e adolescentes obesos so mais predispostos a apse- sentar essas complicardes ortopédicas que os individuos eutroficos, e os principais problemas relatados foram as altera¢Bes postusais, como hipedordose lombare joelhos valgos, e dores miisculo-esqueléticas, ptincipalmente na colunalombaremembtos infesiores. Os principais fatotes que causam esses problemas fio sio bem definidos, mas incluem aumento da sobsecasga articular associado 4 fragiidade éssea em fase de crescimento ¢ a dimimuicio da estabilidade postural, o que conduz ao aumento das necessidades mecénicas regionais. Conclusio. A identificacio precoce dessas disfuncées ¢ fundamental pasa que ess2s csiancas recebam tratamento mntidisciplinar adequado Palavras-chave: Obesidade na adolescéncia. Obesidade infantil, AltesagSes ostopédicas. Dor smisculo-esquelética Abstract ty isa very recurrent problem that causes comzcomplications which can bs present in ihzorthopadicaltzrations. Objective: Todzseribe thelocomotor system altzrationsin obsszchildron carly stagzofl Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8 284 Brandalize M, Leite N and adolescents. Methods: Articles w: und in MEDLINE, SciELO, LILACS, IS and Standford databases. The follow key-words w children obssity”, “orthopedic disorders’, “postur=”, “gait” and “musculaskstotal pain”, in Portugusse and English. Results: Thi: ‘could observe that obsse children and adolzacents ars mor pradispose fo have these complications than the cutroficoncsand the main problemsars the postural altzrations,likz lumbar hiperlordosisand gonu valgum. Musculaskslctal pains arc also a common complaint, mainly back pain and nce pain. The main factors that can cause thea: problems are not well defind, but includs an inerase in body fat mass and in rosight-bearing forcss associatad toa wanker boncin growth phasz and the dseranse in postural stability, hich lands to a higher mschanical regional n22ds are som hypothesis. Couelusi rly identification of these problzms is ceszntial for these childran to racsioe the adaquats multi-professional car Keywords: Adolescent obesity. Childhood obzsity. Orthopedic disorders. Musculoskeletal pain Introdugio O excesso de peso na infincia ena adolescéncia aumentou em nosso pais em fungio das modifica- ges nos habitos de vida, como o sedentatismo ¢ o consumo de alimentos inadequaddos (I). A obesidade ¢ uma doenga crénica e inter-relacionada direta ou indisetamente com outras situacdes patologicas (2), ¢ entre as suas complicarées destacam-se aquelas telacionadas a sindome metabélica (3, 4). No entanto, outsas alte- sages, como problemas respitatorics, dermatolégicos ¢ oxtopédicos, também podem ocorser ¢ sf pouco pesquisados (5). A prevaléncia brasileira de adolescentes com excesso de peso é de 16,7%, sendo mais comum em meninos que em meninas, ¢ a segifo Sul apresenta o maior indice do pais (6). As alteragdes no sistema cardiovascular foram pesquisadas em jovens de Cusitiba e descobsiu-se que os obesos apresentam indices mais elevados de pressio asterial, dislipidemias ¢ resisténcia a insulina, quando comparados com os nio obeses (7). Diferente do que acontece com os estuclos na asea de complicagées metabélicas na csianca obesa, os estudos telacionados aos problemas ostopédicos sio mais escassos, porém sio encontrados relatos de altexa- ges postusais, doses mmisculo-esqueléticas e doengas como a epifisidlise da cabeca femoral, as osteocondaites ¢ attibia vara como os mais frequentes (8) Em adultos, a obesidade esta selacionada as doengas asticulases degenesativas (9). Acredita-se que um mumento na sobrecasga causado pela obesidade pode afetar as asticulagdes do membro inferior, causando desalinhamento ¢ dor em idades precoces (10) Dessa forma, 0 objetivo deste estudo é descrever as alteragdes que atingem o aparelho locomotor em ctiangas ¢ adolescentes com sobrepeso e obesidade, baseando-se em uma sevisio da literatusa cientifica ¢ atual sobre o assunto. Metodologia ‘Para essa sevisdo foram consultadas as bases de dados MEDLINE, SciELO, LILACS, IST e Standford Univesity, utilizando-se a combinacio dos seguintes descsitores: “obesidade”, “complicagées”, “csianga”, “dores mtisculo-esqueléticas”, “postusa”, “alteragées ortopédicas”, “mascha”, “children obesity”, “orthopedic dsordess”, “posture”, “gait” e “musculoskeletal pain”, Foram encontrados 18 astigos que abordavam diseta ou inditetamente no coxpo do texto os temas dor ou problemas miisculo-esqueléticos ¢ /ou alteragdes postusais em ctiancas e adolescentes com sobsepeso ¢ obesidade. Desses 18 astigos, 8 sio de revisio e 10 so astigos osiginais. Foram incluidos somente astigos nalingua inglesa e portuguesa, sendo que dois so em postugués ¢ o resto em inglés. O pesiodo de publicagio foi de 1994 a 2007, Todos os astigos foram publicados em sevistas indexadas. Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8 AltesagSes ostopédicas em csiangas ¢ adolescentes obesos 285 Outras dhas sefeséncias analiticas clissicas (livros) publicadas em 1995 e 2004 foram incluidas na sevisio e, além dessas, mais alguns astigos selacionados 4 definigio e prevaléncia de obesidade infanto-juvenil, pata dar substrato introdugio Resultados e discussiio A cbesidade in fantl ¢ considesada um problema de satide publica, porquase sempre estar selacionada aum grande mimero de situagdes patologicas, nas quais se incluem disfungdes do aparelho locomotor (8) Ersas disfungdes nfo estio presentes somente em obescs, mas sua prevaléncia é maiot gracas a0 aumento de massa corporal e pelo consequente aumento das necessidades mecnicas regionais (11). A selagio entre obe- sidade e sistema musculoesquelético em esiangas nfo é clasa, mas se acredita que a obesidade afeta o aparelho locomotos, tanto de forma estrutural como funcional (12). Otecido ésseo remodela-se de acordo com a carga exescida sobre ele; portanto, durante ainfancia os ossos possuem maiorquantidade de colageno e porisso so mais flexiveis, sendo mais tolerantes a deformasio plistica e menos resistentes a compressio. Dessa forma, quando ha um aumento da sobrecarga, os indivichios em fase de crescimento sio mais susceptiveis as deformagées. Sabe-se que em incivicuos com peso normal, a maionia das asticulagées da extremidade inferior ¢ exposta a uma forza de reagio de aproximadamente trés a seis vezes o peso do compo chirante alocomogio Em consequéncia disso, os indlividnos obescs expesimentam. maior sobrecatga em suas asticulagdes que os individuos com peso nosmal (13). Altesagdes posturais e dores mtisculo-esqueléticas sio as complicagées mais comuns da obesidade (14) Segundo Bmuschini e Néui (15), a presenga de abdémen protuso nos obesos desloca antesiormente o centro de geavidade, ocasionando adaptacées na coluna vertebral e membros infesiores. Na coluna, gesalmente haum aumento da losdose lombar com cifose dorsal compensatosia, a qual leva 4 hipedordose cervical ¢ antesionizagio da cabeca. Nos membros infesiores, podem estar presentes a antevessio pélvica associada 4 sotagio intema dos quadsis, joelhos valgos e pés plancs. Essa postura, que inicialmente é tempordsia ¢ flexivel, surge de forma compensatosia para melhosar a estabilidade e ¢ considesada patolégica a pastir do momento em que se tomna fixa, resultante de adaptagdes musculares ¢ setragdes capsulo-ligamentares, podendo causar dores no sistema osteomio- asticular (10) Campos et al. (16) sugere que o esforgo para manter a estabilidade coxporal causado pelo excesso de massa cosporal aumenta as necessidades mecinicas do corpo ¢, consequentemente, aumenta o gasto de enexgia, desfavorecendo os indivicuos obesos a realizar suas atividades fisicas habituais, inclusive a maxcha, propiciando a instalasio de quadros doloroscs. Outros estudos mostram que os jovens obesos apresentam. maior chance de terem doses ¢ problemas ostopédicos, principalmente em membros infesiores ¢ coluna vertebral (10, 17) Pinto et al. (10) examinaram eriancas obesas ¢ no obesas, ¢ 55% das csiangas com excesso de peso apresentavam joelhos valgos, comparado com apenas 2% da populagio eutséfica. Corroborando com o trabalho de Campos et al. (16), os joelhos hiperestendidos e a hipeslordose lombas também esta- vam presentes Pitta grande incidéncia de joslho valgo em chesce se explica pelo aumento da antevessio pélvica, que causa rotagio intesna dos quadsis. Isso, associado ao actimulo de gordura na regio das coxas, causa o afas- tamento da regio dos maléolos, promovendo a abestura do compastimento medial e uma hipespressio no compastimento lateral do joelho. Com o tempo ¢ o desenvolvimento, ocorre um crescimento desigual entre os dois compartimentes, conduzindo 4 instalagéo de uma deformidade fixa (15). Campos et al. (16) afitmam que uma angulagio em valgo do joelho pode levar a uma angulagio em valgo de retropé e, em decorsincia disso, 20 desabamento do arco plantar medial, causando o pé pronado ou o pé plano. Pfeiffer et al. (18) analisaram a prevaléncia de pés planos em pet-escolates e aqueles que estavam com sobrepeso apresentaram 27% a mais de asco de terem essa condicio, enquanto que as ctiangas obesas tiveram trés vezes mais chances de possuitem pés planos em comparasio com os eutréficos Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8 286 Brandalize M, Leite N ‘Tayloret al. (19) compararam o alinhamento de membros infesiores e aprevaléncia de doses mmisculo- esqueléticas em cslangas obesas e no obesas e constataram que os obesos tinham uma prevaléncia maior de mau alinhamento dos membros infesiotes, psincipalmente em valgo de joelho, ¢ sentiam mais doses asticula- ses, ptincipalmente nos joelhos, seguidos pela coluna lombar Outros autores utilizaram escalas de dor para avaliar obesos ¢ nfo obesos ¢ identificaram as dores articulares como queixas frequentes dos adolescentes, sendo mais uma vez as dotes nos membros infesiores (44% dos obesos) e coluna lombar (30% dlos obescs) as mais relatadas (10, 20), A telagio enter dor misculo-esquelética e obesidade infantil nio é bem esclarecida, mas existem algumas hipéteses, como sobrecarga articular e mau alinhamento atticular O joelho valgo pode seruma causa de dornos joelhos, pois o aumento da angulacio tibio-femoral favorece o susgimento de sindromes doloro- sas da articulasio fémoro-patelar e também o deslocamento lateral da patela. O pé plano, por sua vez, nio é biomecanicamente eficiente ¢ pode aumentar a tenso da fiscia plantas, causando fadiga e doses no calcineo ¢ pantursilhas cusante as atividades motoras chasias (13). Além disso, existe ahipétese de que o aumentona adiposidade seja capaz de alterar fatores hormonais ¢ fatores de crescimente, interferindo no metabolismo da castilagem articular e osso subcondial (9). Além da cattilagem, a obesidade parece tet efeito sobre outros tecidos moles, como tendiio e fascia (13). Baseado nisso, Ding et al. (21) avaliaram a selagio entre o indice de massa comporal (IMC) e amor fologia da castilagem asticular do joelho em adultos, por meio de exames de imagem, ¢ concluiram que 0 aumento no IMC favorece o aparecimento de defeitos na castilagem asticular eo espessamento do osso sub- condal da tibia. Essas alteragSes estruturais da asticulagio so casactesisticas de patologias degenerativas do joelho, como as osteoartsites, comuns em jovens mulheres (9). No entanto, Jones et al. (22) no encontraram, ciferencas significativas no volume de castilagem asticular entre criangas obesas ¢ nio obesas. Campos et al. (16) acreditam que o mau alinhamento dos membros infesioses, associado ao aumento da massa de gorcuira, proporciona um maior gasto de enesgia pata realizar as atividades motoras disias. Chen et al. (7) analisaram a eficiéncia da caminhada e do stepping em acultos, através de calotimetsia, e asua telagio com amassa de gordusa cosporal, Observaram que os obescs foram menos eficientes que os no obesos durante uma caminhada em velocidade notmal ‘Nantel et a. (23) estudlaram as esteatégias de locomosio em csiancas obesas e nfo obesas ¢ descobsi- sam que as primeitas diminuem a fase de balango durante amarcha McGraw et al. (24) também examinaram amascha de csiancas obesas ¢ nfo obesas, em diferentes velocidades ¢ confismaram que o grupo de obesos sealizava um aumento do duplo apoio e uma diminuigio na fase de balango da marcha, provavelmente para ajudar a manter o equilibsio e a estabilidade postural. Eases mesmos autores investigaram a estabilidade pos- tural dessas ciangas por meio de estabilometsia e os resultados sugesem que o aumento de gordusa corporal ciminui tanto a estabiidade anteso-postesior quanto alitero-latesa, sendo esta tiltima mais evidente. Isso pode sugesic que indices de massa corporal maioses demandam maiores deslocamentos para manter o equilibsio, (25, 26), corsoborando com os achados de Deforche et al. (27), que vesificaram que os obesos apresentaram chminuigio na capacidade de realizar diversas ativicades de equilibsio estitico dinimico, quando comparados acs com peso normal. Elencsman (28) ¢ Zonfalle et al 29) atentam ainda ao fato de que as exiangas podem sex mais facilmente lesionadas durante atividades espostivas do que individuos com maturagio esquelética completa, pois seus osscs so mais poroses e frigeis, por causa das epifises de crescimento Dessa forma, Calvete (Ll) complementa que, no exercicio fisico desenvolvido pasa jovens obesos, é importante considerar o peso com poral desses incividuos como uma sobsecatga durante 0 esforso fisico Ainda, essas criancas ¢ adolescentes so mais suscetiveis a apresentar pessisténcia de sintomas apés uma lesio asticulag, quando comparadas com seus pares nfo obesos (30). Considerando que o corpo sesponde aos estimulos a ele causados pela obesidade, ele também itt sesponder aos estimulos que tentem minimizarseus efeitos no sistema mtisculo-esquelético, Porisso, é impor tante que a interven¢io nos indivicucs obesos com problemas ortopédicos seja realizada na fase de matura- (fo, pois nessa fase melhores resultados poderio ser obtides em comparagio com 0 petiodo o processo de cxescimento ja esta completo ¢ as deformidades, possivelmente instaladas (16) Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8 AltesagSes ostopédicas em csiangas ¢ adolescentes obesos 287 Consideragées finais Analisando os trabalhos estudados, pode-se observar que os indivichios obesos sio mais predispos- tos a apsesentar problemas ortopédicos do que indivicnos eutséficos. Dentre os psincipais problemas estio as alteragdes postusais, nas quais se incluem predominantemente a hipeslosdose lombas, os joelhos valgcs, os joelhos hiperestendidos ¢ os pés plancs. No ambito asticulas, destacam-se as dores na coluna lombar ¢ membros infesioses, psincipalmente nos joelhos ‘Nio ha consenso sobre as causas dessas desordens; no entanto, acredita-se que elas acontecem pela associasio de vasios fatores, como aumento da sobsecarga asticular em conjunto com uma estrutura esque- ltica ainda em formagio, diminuigio da estabilidade postural e aumento do gasto enesgético para realizar as atividades habituais Como esses problemas podem acontecerem idade precoce, ¢ imprescindivel que essas criangas sejam tratadas com acompanhamento nutsicional, fisictesapia e atividade fisica controlada, pata prevenis futusas complicagdes e melhorar as doencas existentes. Poucos artigos osiginais foram encontrados sobre o assunto, o que mostra a necessiclade da elabo- sacio de mais astigos osiginais nessa faixa etatia No entanto, essa revisio tomna-se importante para fomentar © conmhecimento dos profissionais de satide e estimular mais pesquisas nessa area Referéncias 1, Rudolf MC]. "The obese child. Archives of Disease in Childhood. 2004;89:57-62 2. Cabseita MAS, Filho W} Obesidade emidosos: prevaléncia distuibuigio eassociagio combbitos eco-mosbidades ‘Aug Bias Endoc Metabel. 2001;45(5)494-501 3. He Q Ding ZY, Fong ¥, Kalbesg J Blood pressure is associated with body mass index in both normal and obese children, Hipestension, 2000;36 165.70 4. Reilly JJ Obesity in childhood and adolescence: evidence based clinical and public health perspectives, Postgrad Med J. 2006;82(969) 429-37. 5. Kiess W GallerA, Reich A, Muller G Kapellen T, Deutscher R, et al Clinical aspects of obesity in childhood and adolescence. Obes Rev 2001;2(1):29-36. 6. Instituto Bsasileixo de Geogtafia e Estatistica, Pesquisa de osgamentos familiates 2002-2003. Antsopometsia ¢ andlise do estado nutricional de esiangas adolescentes no Brasil. Rio de janeio: IBGE; 2006 7. Leite N, Milano GE, Cieslak F Lopes WA, Rodacki A, Radominski, RB. Efsito do exesciio Bisico e da osientagio ‘nutsicional na sindcome metab dlica em adolescentes obesos. Rev Bras Fisioter 2009;13(1): 73-81 8. Diet WH Health consequences of obesityinyouth:childhoodpredictom of adult disease Pedistiis. 1998,101@Pt2)'518-25. 9. Powel A, Teichtahl AJ, Whika AE, Cicuttini FM. Obesity: a preventable ssk factor for lange joint osteoasthaitis ‘wich may act through biomechanical factos. Br J Sposts Med. 2005;39(1)'4-5 10. Pinto ALS, Holanda PMB, Radu AS, Villares ME Lima FR. Musculoskeletal findings in obese children. J Paediate Child Health. 2006,42:341-4 LL, Calvete SA. A selagio entse alteragio postusal ¢ leedes espostivas em ctiangas e adolescentes obetos. Motsz. 2004;10(2):67-72 12. Chan G Chen CT Musculoskeletal effects of obesity. Cure Opin Pediatr 2009;21(1):65-70. 13, Wearing SC, Henning EM, Byme NM, Steele JR, Hills AP. Musculoskeletal disostess associated with obesity a biomechanical pesspective. Obes Rev 2006,7(3):239-50, Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8 288 Brandalize M, Leite N 4 15 16, 1, 18 19 20. au 2, 24, 25 26 27. 28, 29. Damaso AR, Teixeisa LR, Cusi CMON. Atividades motosas na obesidade In: Fisberg M editor Atualizacio em obesidade na infincia e adolescéncia. Sio Paulo: Atheneu; 2004. p. 91-9 Bruschini $ Nery CAS. Aspectos ostopédicos da obesidade na infincia e adolescéncia In: Fisbesg M Obesidade nainfincia e adolescéncia. Sto Paulo: Fundagio BYK; 1995. p. 105.25 Campos FS, Silva AS, Anhesim GA. Altesagées postusais e abosdagem fisiotesapéutica em criangas e adolescentes obesos. In: Fisbesg M Atualizacio em obesidade naiinfincia e adolescéncia Sio Paulo: Athenew, 2004 p. 131-41 Chen KY, AcraSA, Donahue CL, Sun M, Buchouski MS. Efficiency of walking and stepping. relationship to body fatness. Obes Res. 2004;12(6) 982-9, Peiffer M, Kotz R, Ledl T, Hauer G Shiga M Prevalence of flat foot in pre-school childsen, Pediatrics, 2006;118(2):634-9, ‘Taylor ED, Theim KR, Misch MC, Ghoshani S, Tano fiky-Krafiy M, Adles-Whiles T, et al. Orthopedics compli- cations of overweight in children and adolescents, Pediatsics. 2006,117(6)2167-74 Stovits SD, Paudee PE, Vazquez G Duval S, Schwimmer JB. Musculoskeletal pain in obese children and adoles- cents, Acta Pediatsica, 2008,97(4) 489-95, Ding C, Cicutini F Scott F Cooley H, Jones, G Knee stauctusal alteration and BMI: a exoss-sectional study Obes Res. 2005;13(2)'350-61 Jones G Ding CH, Hynes KL, Ma D, Glisson M, Cicuttini FM Knee articular castilage development in children: longitudinal study of the effect of gendes, growth, Tannerstage and physical activity Pediatr Res, 2003,54:230-6 Nantel] Broclu M, Paince F Locomotorstrategies in obese andnon-obese childsen. Obesity 2006,14(10)1789.94 Megaaw B, Meclenaghan BA, Williams HG, Dickeson J, Ward DS. Gait and postusal stability in obese and non- obese ptepubestal boys. Asch Phys Med Rehabil. 2000,81(4)-484-9. Greeve J, Alonso A, Bordini ACPG Camanho GL. Cotselations between body mass index and postural balance (Clinics. 2007;62(6):717-20. Hills AP Paskes, AW Gait chasactesistics of obese childsen. Asch Phys Med Rehabil. 1991,72(6) 403-7, Defosche BI, Hills AP, Wossingham CJ, Davies, PSW, Murphy AJ, Bouckaest JJ et al. Balance and postural skills in nosmal-weight and overweight prepubertal boys. Int J Pediatr Obes. 2009.4()175-82 Klenemman L. ABC of sposts medicine: amssculoskeletal injusies in child athletes. BMJ. 1994;308(6943):1556-9. Zontillo MR, Seiden JA, House EM, Shapiso ED, Dubsow R, Baker MD, et al. The association of overweight and ankle injusies in childsen, Ambul Pediatr 2008,8(1):66-9, ‘Timm NL, Gmupp-Phelan J, Ho ML. Chronic ankle mosbidity in obese childsen following an acute ankle injusy Auch Pediats Adolese Med. 2005;159(1)'33-6 Recebido: 30/07/2008 Received: 07/30/2008 Aprovado: 06/10/2009 Approved 10/06/2009 Revisado: 12/05/2010 Reviewed 05/12/2010 Foioter Mov 2010 abe/ju:23() 283-8

Você também pode gostar