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PARFRASE E

POLISSEMIA
DONIZETE BATISTA

PARFRASE
Ao domingo de Pascoa pela manh, determinou o Capito ir ouvir missa e sermo naquele
ilhu. E mandou a todos os capites que se arranjassem nos batis e fossem com ele. E
assim foi feito. Mandou armar um pavilho naquele ilhu, e dentro levantar um altar mui
bem arranjado. E ali com todos ns outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei
Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e
sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos
com muito prazer e devoo.
(...)
Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e ns todos lanados por
essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregao, da histria evanglica; e no fim
tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se Cruz, sob cuja obedincia
viemos, que veio muito a propsito, e fez muita devoo.
Enquanto assistimos missa e ao sermo, estaria na praia outra tanta gente, pouco mais
ou menos, como a de ontem, com seus arcos e setas, e andava folgando. E olhando-nos,
sentaram.
Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha

PARFRASE

POLISSEMIA

Quando o portugus chegou


Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o ndio
Que pena!
Fosse uma manh de sol
O ndio tinha despido
O portugus.
Oswald de Andrade

PARFRASE

POLISSEMIA

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