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4 eet A Perspectiva Sociolégica — O Homem na Sociedade ‘Ao EDAREN A UMA CERTA ADE, AS CMANGAS FAM Profundamenteadniadat com a postbiade de SI Gaierem num mapa. Patee etanho que a vida Teme liar de una pessoa teste transcordotcamene ume ‘tea delneada por um sistema de coodenaday pessoa (€ ateendo dzsconhecids) na supercede ums a As ‘excamagtes da erlang “Exive al” “Agore éstow aq!" — evelam o sssombo pao ato de aoe 9 leah das tevas do ven pst un cal marcia na meméria por fats pesoae como’ a propiedad do. pt Ilo athor ay una so, ere amino, lena lates eIbagtes especies, detrminadas por sano ito nen acu, amis 2 propa eanga. Essa loaizapao do eu” em configs ates conceidas por eranhoe total um Jos speice importants dagulo qe, talver cuemisicanente¢ aha, mado de “erescer”. Uma pessoa participa do mund rea os ‘adultos por possir um enderego. A elangs_ gue taver recenementeporia 0 cortelo uma cata enerea. da'“A"yov0™ agora into um colege,cagador de Iinhoeas seu endereg exato — rus, cidade, estado ¢ Ofer mo ta et de gre fo na cosnovsto aula tegtinada espetcularmente pla Shegada da carta do amigas mua A medida que eran continua a acta 2 realdade dessa cosmovisto, continua coledonarendereas == " “Tenho seis anos", “Meu nome & Brown, como o de meu i & porque meus pais so divorciados", “Sou pres- ano", "Sou americano", c, quem sabe, “Estou na classe especial dos meninos inteligentes, porque mew QL € 130°, Os horizontes do mundo, da maneira como os ‘adultos o definem, slo determinados_pelas coordenadas de cartégrafos remotos. A crianga pode exibir identifica (Ges alternadas ao se apresentar como pai ao brincar de ‘casinha, como um catique indigena ou como Davy ‘Crockett, mas nfo deixaré de saber em nenhum momento aque estf apenas brincando ¢ que os fatos reais a seu fespeito sH0 aqueles registrados em sua ficha escolar. ‘Abandonamos 28 aspas e assim denunciamos que também née fomos induaidos A sanidade em nossa infanci € claro que deviamos escrever todas as palavras chaves, centre aspas: “saber”, “reais”, “fatos”. A crlanga sadia & aquela que acrediia no que esté registrado em sua ficha escolar. O adulto normal & aquele que vive dentro das coordenadas que the foram atribuidas. ‘a que te chama consenso geral & na_verdade ‘9 mundo dos adultos aeeito como abvio — a ficha es- colar trnasformou-se numa ontologia. Agora a persona Tidade passa a ser identificada, naturalmente, com a ma- neira como a pessoa esti localizada com preciso no mapa social, O que isto significa para a identidade e as idéias dde uma pessoa serd tratado mais extensamente 0. prO= ximo capitulo. O que nos interessa no momento & a manera como essa localizagio informa a um individuo Aaquilo que ele pode fazer'e 0 que pode esperar da vida, Estar localizado na sociedade significa estar no ponto de intersegio de forcas socials especiticas. Geral- ‘mente quem ignora estas forgas age com risco. A pessoa ‘age em sociedade dentro de sistemas culdadosamente de- finidos de poder e prestigio. E depois que aprende sua local ‘passa também a saber que io pode fazer muita coisa para muxdar a situagdo. ‘A maneira como os individuos de classe mais bai tusam 0 pronome “eles” exprime com bastante exatid4o essa conscitncia da heteronomia da vida de uma pessoa. n ita. 0 seco ado con ene enanren aspecto da perspectiva socilégica pode ser melhor es- larecido pelo exame de duas importantes. areas de in- vestigago — 0 controle social e a estratficagio social Controle social & um dos conceitos mais utilizados em sociologia. Refere-se aos virios meios usados por uma sociedade para “enguadrar” seus membros recaletranies. Nenhuma sociedade pode exist sem controle social. AtE ‘mesmo um pequeno grupo de pessoas que se encontrem apenas ocasionalmente terd de criar seus mecaniemos de controle para que o grupo nio se destaga em muito pouco tempo. E' escusado dizer que 0s instrumentais de con- trole social variam muitissimo de uma situagio social para outra. A oposigéo numa organizagio comercial pode Bearretar agullo que os gerentes de pessoal chamam de “entrevista final” e que as organizag6es criminais chamam, de tltimo passeio de automével. Os métodos de controle variam de acordo com a finalidade e o cardter do grupo fem questdo, Em qualquer um dos casos, o8 mecanismos socials funcionam de mancira a climinar membros inde- Ssejaveis e (como fol enunciado de mancira clissica pelo Rei Christophe, o Haiti, quando mandou execuiar um décimo de seus trabalhadores) “para estimular os outros”. 0 meio supremo e, sem divida, 0 mais antigo, de con- trole social € a violencia fisica, Na sociedade selvagem das criangas ainda € 0 mais importante. Entretanto, até ‘mesmo nas polidas.sociedades das modernas democra- cias, 0 argumento final & a violencia. Nenhum Estado pode exist sem uma forga policial ou seu equivalente fem poderio armado, Essa violncia final pode nfo ser uusada com freqitncia. Poderé haver inimeras. medidas antes de sua aplicagdo, a guisa de advertencia e repri- rmenda. Mas se todas as adverténcias forem ignoradas, rmesmo numa questio secundaria como pagar wma multa de transito, 0 ato final ser4 o aparecimento de dois poli- ciais A porta do cidadfo, com algemas e um tintur ‘AME mesmo 0 guarda moderadamente cortés que ent gou 0 talZo de multa provavelmente usava uma arma Shem caso de ser necessivia... E até mesmo na In a Blaterra, onde os guardas no portam armas, receberd uma se’ situagio exigie Nas democracias ocidentais, onde prevalece a énfase ‘deoligica na submissdo voluntiria Ar leis votadas por representantes populares, essa presenga constante da Vio- Hencia oficial € menos visivel. O importante & que todos saibam que ela existe. A violéncia € 0 alicerce’ supremo de qualquer ordem politica. O consenso geral da socle- dade percebe ist, o que tavez tenha alguma coisa a ver com a generalizada relutancla popular em climinar a pena capital do Direito Penal (embora provaveimente essa relutincia se baseie em doses iguais de estupider, ‘superstigéo ¢ do bestialismo congenito que os juristas par. tilham com a maior parte de seus concidadios). Con tudo, a afirmativa de que a ordem politica repousa em lltima andtise na violencia também & valida em relagao aos Estados que abolicam a pena capital. Sob certas circunstancias, os membros da. policia. estadual de Connecticut (onde uma cadeira elétrica adorna a peni- tencifria central) recebem permiss§0 para usar suas armas, ‘mas_a mesma possibilidade std aberta a seus colegas de Rhode Island, onde as. autoridades policais € penitencitras nfo desfrutam das vantagens da pena capital. Nao € preciso ressaltar que nos paises de ieo- Togia menos democrética © humanitiria os instrumentos de violEncia s80 exibidos — e empregados — com muito menos discrigao, Como o uso constante da violéncia seria impraticdel, e além disso ineficiente, os Grgios oticiais de controle social confiam sobretudo na influéncia inibidora da. dls: Ponibitidade dos meios de violencia. Por viries: motivos, ssa attude geralmente se justfica em qualquer socie. dade que no esteja a beira da dissolugdo. catastrtica (como, digamos, em situagées de revolugao, derrota mic tar ou desastre natural). Q motivo mais importante € © fato de que, mesmo nos Estados dlitaorais ou terro- ristas, um regime tende a ganhar aquiescéncia. ale aprovagdo com a simples passagem do tempo. Nao cabe qui entrar na dindmica sécio-psicol6gica deste fato. Nas ocedaies denoertins Mé vo ming 4 teadtac de SCNT Spenco ue emo ds funa"aadta"ge nec ho capes (ao. Seat getats oes na sat bn Been aa oftne tegen” ceutade do Sa seein oie Son ot cnet ued ‘20 uso da violencia, por parte dos servigos policials, a fin'ae mane sepegdto. nas spies que 2 a dv ms fc ape pe ee sect) Ea Gules steaoe nk fie {endl € ulizada com parcimoala e como Altino rectrs, etme Sou woloea ta bape ee cartoudate"ae"tnas ta Pat ote ease So cuenta topes cle € Sot Beal Baae x nonce ven on sacs sas Sas Se a eS uh a violencia pode ser oficial e legalmente usada contra a Sonprecre nm o pope dn wll no conte soi tonae lao que "por ass er, pnilinos lg tela oa ta elle deleted ett Para sande psc Embe hae taa oe Patan esas Sx eto Saas ign reed. toot pc or mess feo, Pat Searle nol ipa asic varsse Oe eee, Sigeatie epee qos aple oy Matt ine basta Gee sear pcets Senate more tote tae ele ee eee lage ete ‘Tanto os empregadores como os fabalhadores sam com Tieden sbtaes con ntact ee waa eins Ectoaa ot totic Secor Irian acon ds tlgten us com: Ce ee sealers ore Seg ans ein tena ec etal et abe ep a tea ta jut csordate que topes, urls fue ate or alist tbtae tance no circ Ie dele ell teeter aa om fone pare saps as xeric de sua profito cost um contol mato tmaikeficente sobre essa tentaglo que a poste! ameage 4 ter de ir para a cada, fora de vida fo tt gal um miso expr sa epndy stbresstntos que a urveaca eksiztcs preciin ver mpulates 90 oe Teaco, masa posibiigade de pasar‘ ret da ea cn partis rurls de Daca semnetagdo constitu resine, fe'um argunento mua poderoso. Eda que tat a fumentos ao empregidos mals aberiamente Sm asin Sex ecndmeaspropiamente dia, mass ullaapio de fansoes exons nas igejas © anivesdade ta fere mut, em seus restos ‘la que st verfea mo mundo os nego. Onde quer que sees hunanos vvam ov abate em grupos compacts, nos quis slo conecdos pessosinee te 408 gins sido ligndos por sentnentas de Telan- de pesca (aquo qu on soclogs chamam fe panos Prima), mcansmos de conte um 38 tempat me Potesese' muito sus sl0 constanimente apis se Fransgrestor real ou poten, Trtamese doy mesa mos e_persuasto, lel, ditamagdo eoprdbnan fi Se descobri que em dacsiies gupas qe esendcn durante um ceto period, ov indus modfica sae pines originals, ajslndo-as-4 norma grap, “ee respi um pce de mats tet 2 opines represetadas no grpo, Opoto.2 qe va fssa"norma depends obvanente do. gape, Por exons lo, ae tivermos um grapo devin anbeisdsstnde © ‘anbatismo. com um ado-anbal, as, probablsaer Iaioressfo de que o finest ing sla, comenela © que, com apenas algunas reservas_ para many ayateacias (cferentes, digamos, 30 Consumo de paenes Proximos), cede completanente ao, pote de it de lori, as se twemos uma daca ene det es bai que consideram came de pessoas de msde sessenla anos como dura demals para um pala apes tado eden outros cana que etabelceno esos Gingaenta anos, provdvel Gue por fin 0 grupo com, ‘corde em eiabcee 0 linite em Cngenta‘e Sing anc, femera Cade, Asim se prosn » nai gral O ea See & mrt ee Ge irole social EM BFUpOS primarios de todas as és- ‘manstenio da tama soi. Tanto 0 ilo como ad fein Oe ise Saat Ean Sie mtateen SO Pee oni 4 palavra. E’ dificil imaginar um castigo mais eruel. En- lretanto, essas so as maravilhas do pacifismo. ‘Um dos aspectos do controle social que deve ser sa- lientado & 0 fato de se basear freqientemente em a ‘magbes fraudulentas, Num capitulo posterior, retomare= ‘mos a importéncia ‘da fraude para uma compreensio socioldgica da vida humana; aqui frisaremos apenas que luma concepgio de controle socal & incompleta, € portanto fendenciosa, se esse elemento no for levado em consi- deragéo. Um garotinho pode exercer considerdvel controle sobre seu circulo de colegas se io. maior que, se necessirio, possa ser convocado para sovar algum adversario. Contudo, na falta de fal iemdo, & pose sivel iaventar um. Nesse caso s6 dependerd do talento de relagdes pablicas do garotinho conseguir traduzit esta wveng8o em controle real, As mesmas possiblidades de fraude existem em todas as formas de controle social dliscutias. ' por isso que a intligéncia contribui para 8 sobrevivéncia quando se trata de competir com a brit talidade, a maldade e recursos materais, Vollaremos ainda 2 este pono, Podemos, entio, considerar que estejamos no centro (isto € 90 ponto’ de maior press$o) de um conjunto de circulos concéntrios, cada um dos quais representa lum sistema de controle social. O circulo exterior bem Podera representar o sistema legal e politico sob 0 qual somos obrigados a viver. € 0 tistema que, contra a vonlade dda pessoa, ihe cobrard impostos, a convocara para a3 for. 428 armadas, a fard obedecer is suas indimeras leis seus regulamentos, se necessdrio a meterd na prisdo, e-em lltimo recurso a matard. Nio & necessdrio que uma pes soa soja um Republicano direitista, nos Estados Unidos, para se perturbar com a continua expansio do poder esse sistema, que atinge todos os aspectos conce dda vida de uma pessoa. Seria um exercicio salutar ano far, durante uma snica semana, todas as ocasides, in clusive as fiscais, em que se tofreu as exigencies do sisema politico-egal. O exerci pode ser. concluido com a soma das multas e/ou sentengas de prisio a que podria Ivar a desobeditaia ao sistema. O conslo que podria advir deta cxereclo consaina em pereeber 04 FEmbrar que ot ervgos police e juice 0. no mame covrplos ede lnlada fen tro sistema de controle social que exerce pressio conta'a gira sain 0" centro. ov ces © 0 Ga tmoaidade, contames ¢ convengbes, Sé os appecto mals gente (para as autordades) dase sitemaacaetam SEs leu no sin, ent, ges es Sen sscor ser imora, eactiio. ou anonvenconal cae pont todos 08 con nstrumentos de controle Social nttan cn ag, A orange € puna com = peda do empreg, a excentldade pela perda das pos She hw meg ot, 9 fncnnnaine la rejdo dow grupes que respeliam aqua, que con- Fideram ser boas mancirasO-desemprego e a soidfo iaver ej castigos menores que ser levado arrastado pelos polis, mas taver a pesioa pumila nfo pense Esin./O desatio extremo aoe costumer de nossa. sole dade, que dpe dum nsrumenal de conto bastante tscivvid, pode Tear sinda 2 otra comeqténcia 2 defn de'uma pena como “adoada”- ‘A burocraca esclarecida (a qual fazem pare, por cxemplo, ae autordades eclsisteas de slgumas deno- tninagdes protestants) & nfo ata seus empregados di- Cordantes no oto da ua, mas a0 inves deo os subme- fea tatameatopagustico, Dewsa form 0. indo Gu nfo satan ov critics de nonmaliade extabelec- AES pat ‘administagt ou por seu Dis, & amearado fom lesemprgo e com a ptda de gages scl, max Sm disso tab €estigmatizado como uma pessoa que om toda jusigapoderd ser afeiada,Ifemente a Categoria dos homens responsive menos que dé fmostas. de remorso” (entendiment") "e resignasfo (Creag tatament). Assim, os Inimeros programas de "essen “orietagho"e "erapia”levadon ee to em mulls selves da vida into! contmportnea, fortaecom enormemente © mecaniamo de console da so Giedade como um fod pricpalment dagules seus or arguments onde as sangSes do sistema poltico-tegal nfo podem ser invocadas. p i Contudo, alm desses amplos sistemas coercitvosexer= eldos sobre todos 0s inivguos, hd ainda outros creas de controle, menos gerais A ocupacio excolhida por um Inaviduo (ou, como geraimente acotece, a ocupagto a ‘ue cle fol levado) invtavelmente 0 subordina & Flot controle, iuitas vezes bastante rigdos. Hos contaen formais de juntas de lceecamento, oganieaées ral, als ¢ sindieaio,além, € claro, dos requisios formals execs "pores empregaors Ab la dees controls formas, ha outro intymats, impostos por co: legas de profiscioe companies. de" trabalho Ese onto tambien nfo exige maiores explicayees, 0. Ieior Boderéalihar seus proprio exemplos ~~" médico que Partcipa de um programa de asistencia medica psgo Por anecpagdo, 0 agente funerrio que anunca funerals baratos, 0 engenfio industrial que nfo leva. em consi, deragho obsolescnciaplanejada em seus cdlulo, © init que afiema nfo estar interesad no. tambo de sua congregagdo. (ou melhor, © qu age atin ‘ase todos diem isto), 0. burocrata do. oven” gus fegularmente gasia menos que a vera cauigiada’ © operério da lina de montagem que excede af novhae tas como aceltéves por seus clegas, ete As sangbes eeonbnias fo, natuaiment, a8 ma comune eens nesses C2505 — 0 médiod se ve impedldo de tsbas lar em todos. 0s hospitais, agente funerario, pode 2 er excluido de. sua associa. profsional por © engenheio poder ser obrigado a entrar para os Volinirios da Paz, como também minisity ¢ © burocrata (para tabalhar, digamos, na, Nova, Guiné, onde ainda no existe obsolescencia planejada, onde eristis sio raros e muito dspersos e onde # maquina dmiisatva nds & astnte pena para ser ae vamente racional) 0 operirio. da linha de montagem Poderd vir a descorie que tolas as pegs deteltuona da fabric sempre. acaba em sua banca, Entelato, at sangbes de exclsio socal, despezo e riiclo anim podem ser quate inflertvs, Todo papel ooupaconl a sociedade até exo em enpregor mull miles, trar congo’ um ciigo de conta que no pode st Violado inpunemente, Nomalnnt, a obediaca es {Bcigo eto esencal para a cara. de una, pesos Spano & competence nica ou a educagio. (© controle social do sistema ocspaconal € a maior importtnia porque C0 enprego que dea 0 que uma fern pole hn ane dean i is afeogagbes. cle podera iornarse-membro, quem Sedo ans amgos-e onde se poded nore Con, diem das preses a ocupagao de uma pessoa seus Gatos emvlvinentossocistambem acarefam sistemas Ae conotesmuos dor quis menos gids, otos sind mats nflexives. Os chdigos que rege 1 aimisto ¢ ermanénla em muitos eles Sip 40 gore quanos Sb qe, decide quem pode formas chee nt TBM (33 exes felumente para 0 storentado candi, t= Guinn so os menos). Em anocagber menos fecha dos as nomas podem ser mas ndgenter talver 38 Taramente um membro aja exehigo, as a vida pode S"iomar to esepradael para. persistent do- Conformisia que sua parteipaao se fore hunanamete Impose Ecco que of polos cobras por estes CBeigos ticios variam amplamente,Podem init ma- fire de vestie:tinguagu, goose cnvicgbes Pullias erelgbsas,ou snplesmente maneras 4 mess. Em todos ses ctvon,porem, conten crear de oniole que ctcucrcvem efetvamente 0 ambto dss porivts bytes Jo Indvdvo na swag dada Por fim, 0 grupo humano no qual transcorre a chase da vida privada da. peston, ow sj, 0 rel da fala ©" dos. amgos pessoa, faim costa “un. sem Ge conte Seer rave spor que est ja nese Saviamenteo mas Gil Ge todos, apenas por a0 possi os mets formats de cero. alguns os oo i temas de conole E' nese helo que. se encontam hormamente os lags sors ta importantes de um indo, A desaprovasio, x peda de presi, 0 rd clo ou 0 desprezo nesse grupo mis intimo tt mais intino ttm efeto gee mao mal sin em oa pr 0 fo © chete concur que’ uma pessoa € imprestvel pode te conegtacas econiiens densa mas. et Dsicoligico de ta opiido & incomparavelmente mais de~ ‘astador para um homem se ele descobrr que sua mulher chegou &’mesma concusio, Além disso, as presses desse Sima atin de contol perm sr execias nas cs- sides em que uma pessoa esti menos preparada, para tla. No trabalho, una pessoa geraiment ets metho~ fs cones de serdar, de se precave Ting 4que ext & vontade. O "Yanilismo” americano contenpo= +aneo, um conjunto. de Pit omo lugar de refgio das teas6es do mundo © da rea= laagio pessoal, conribui bastante para ese sistema de contol Um fomen relativamente,preparado.psieologt amet paraofeecer combate em te curio esa 14 disposto a fazer qualquer coisa para preservar a pre= Géria harmonta de sua vide familia Adenais, 0 cma soc dag qe oe sotogs alee chaman de 8 ‘sera do. intimo” ¢ particularmente poderoso devido 0s proprios fatores da’ bogratia do indviduo que em traram em sua formacio. Um homem escolhe uma mulher um bom amigo em atos de autodefinglo, “Aqulas pessoas que ele conhece mais inimamente sfo aque fom que ele fem de contar para sustentar of elementos Inais importantes de sua autOsimagem. Portant, aracar 2 desing dos rlacnamenios com eat pest fquivale a aviscar perderse asi mesmo. de. manera inapelével. Nao € de adnirar, potante, que muitos dé potas no esti obedegam prostate At ses ie eres e tremam diante de um olhar de reprovagio dos her provaga Se votarmos a imagem de um inividuo Toelizado no cxiro de um conjunto de eieuls eoncénreos, cada um dos quais represenia um sistema de controle socal, po- demos compreender um pouco melhor que sltuar-se na sociedade signitica situar-se em relagdo a multasforgas repressoras e coerciivas. O indviduo que, pensando con- secutivamente em todas as pessoas que talver fenha de ‘gradar, desde o Inspetor do Servigo de Rendas Internas, te sua Sogra, julgar que toda a sociedade esteja montada fm sua cabesa nao deve rejeltar essa idéia como uma perturbagdo neurética momentanea. E’ provivel que 0 so- Cidlogo.infensifique essa opinido, por mais que outros frientadores digam tratar-se de uma iusto. Outra area importante de andlise socologica que talver contribua para elucidar 0 pleno significado da localizasio hha sociedade € a da estratfieagZo social. O conceito de fstratificagdo relere-se a0 falo de que toda sociedade Compée-se de nivels inter-relacionados em termos de as- endéncia ¢ subordinagdo, seja em poder, privilgio ou prestigio. Em outras palavras, estratficagdo significa que foda sociedade possui um sistema de hierarquia. Alguns tesiratos, ou camadas socials, sfo superiores, outros so inferiores. A soma desses estratos consttui 0 sistema de estratificagio de uma determinada sociedade, ‘A teoria da estraificagio & um dos setores mais com- plexos do pensamento socioldgico, e estaria inteiramente fora dos objetivos deste livro apresentar qualquer espé- tie de infrodugdo a0 assunto. Bastard dizer que a8 50- Cledades diferem amplamente no tocante aos critrios se- fgundo os quais os individuos so levados aos diferentes fives, e que diversos sistemas de estratficagfo, ulizan- do criterios distributivos inteiramente diferentes, podem focxistir na mesma sociedade. E’ claro que os fatores ‘gue delerminam a posiggo de um individuo no sistema de Gsiratiticagdo. da tradicional sociedade de casias na India ‘sho muito diferenies dos fatores que determinam sua po- Siglo numa moderna sociedade ocidental. E as trés prin- Cipais recompensas da posigio social — poder, prvi gio e prestigio — com freqiencia nfo se sobrepdem, antes Existindo lado a lado em sistemas de estratificagao dis- fintos. Em nossa sociedade, a riqueza muitas veres leva ‘2 poder politico, mas nfo necessariamente. Além disso, ‘xistem indviduos poderosos e dotados de pouca riqueza. Eo prestigio pode estar ligado a atividades sem ne- fnhuma relagdo Com posigdo econbmica ou politica. Essas om maces Soak a ofa cts oa tm penn na sociedade & decrminaa beskamente por Sor mci Grune St IE opiates ‘apropriadas) uma pesoa esld seapre nfo tenha nenhuma possibilidade de obter essas coisas, fas simplesmente que se encontra em desvantagem esta- tistca. Isto néo é de modo algum surpreendente, por- ‘quanto, de saida, classe fol definida em termos econd- fhicos © uma vez que 0 processo econdmico normal ga~ ante que dinheito atrai dinheiro. Contudo, a classe de- fermina as postibilidades na vida em muitos outros sen- tides além do puramente econdmico. A posigio de classe ide uma pessoa determina o nivel de educagio que seus fihos provaveimente terSo, Determina os padrbes de assis- facia médica desfrutados por ela e por sua familia, e, por conseguinte, at expectatvas de vida no sentido Ik feral da palavra. As classes superiores de nossa socie~ dade alimentam-se melhor, moram melhor, so mais bem feducadas e_vivem mais do que seus concidadSos menos ‘fortunados. Poder-se-4 dizer que essas observagbes s80 ‘vias, mas elas adquirem maior impacto quando se cons- tala que hd uma correlagio estatstica entre a quantidade de dinheiro que uma pessoa ganha por ano ¢ 0 mimero dde anos. que pode esperar poder ganhi-lo. Mas as con- seqilncias da localizagao dentro do sistema de classes vio mais além ‘As diferentes classes de nossa sociedade nfo s6 vivem de mancira, diferente quantitativamente, como também vivem em estilos diferentes qualitatvamente. Um socidlo- igo competente, diante de dots indices basicos de classe, fomo renda ¢ ocupagio, & capaz de fazer uma longa Tista de progndsticos sobre 0 individuo em questi0, mesmo que menhuma outra informasio the seja dada. ‘Como todas as outras previsbes sociolégicas, esses pro- fgnisticos terdo cardter estaistico. Ou seja, serio ati mages de probabilidade e terdo uma margem de erro, [No entanto, poderio ser bastante precisas. Conhecendo fessas duas informagoes a respeito de determinado_ indi Yiduo, 0 sociblogo sera capaz de oferecer palpites intel igentes a respeito do baitro da cidade onde esse individuo ‘mora, bem como sobre o tamanho e 0 estilo de sua casa, Poderd também fazer uma descricio geral da decoragso interior € conjecturar sobre os tipos de quadros na pa~ rede © sobre os livros e revistas nas estantes. Poderd ainda caleular 0 tipo de misica que o individuo gosta de Duvir, © até mesmo se ele costuma ouvi-la em concerts, ‘a vitrola ou no radi. Mas o socidlogo poderd ir adiante Pode predizer os clubes ¢ associagdes de que 0 indivi duo em questio € sécioe qual a igreja que ele fre~ genta. Pode estimar seu vocabuldri, sua maneira de falar, ete. Pode avaliar a filiagSo politica do individuo € sua opinito sobre varias questbes publicas. Pode prever seu nimeso de filhos e ainda se ele tem relagtes sexuals com a mulher com as luzes acessas ow apagadas. Po- deré fazer algumas afirmativas sobre a probabilidade do cidadio ser acometido por varias doengas, fisicas € mentais. Como ja vimos, ele sera capar de situar 0 ho- ‘mem num quadro atuarial de expectativas de vida, Final- mente, se 0 socidlogo decidisse verificar todos esses pal- pites © solicitasse uma entrevista a0 individuo em questio, fle sera capaz de estimar as possbilidades de que a entrevista soja. negada, Muito dos element a que acabamos de nos reterir so crados por contoesexterno, en gulque ine daa. Assim, gerente de wa empresa que vet ee derego "erro" a mulher “errada™ tee submtia & conserve presso para maar ambos. O ini’ d Glase trabahadora, gue desjar frequen ama ig ae clase mia super sed levado entender, em eos ineutocns, que se seatia mas sass em outo gars Ou rings dase mia inferior com tn Sinaics para'amisen de cinera se derontard cm fortes pretaies para corgi eve aberagi¢adgue intreses ‘mncis mai contonanes om onde aa fama e de seus amigos. Contudo, em muos estes casos 8 apcago de cons externas erd etna Aesnccessi, uma ver que a probabdae de ocorénla de desvios€realnente mining Amaoria dos ndvduos fos quai esta aborts una carcra de erat crag com 0 tipo cro" de mulher ase gue por isin, e's cranas de lase mia inferior fem ets, gstos IusiclsTormagos bem ced, de mancia tal 2 6 tor aren elativamenteimunes as seduce da_misica de ‘Gneta "Cada anblnte de classe forma a peronaldade ees membros aves de une uss ie omeyan ao nacimento equ se extendem a6 4 ora fara do caso sendario ow ao reformat conorme fase, So quando ests ines formats de algo tnd tovma nko comseguem alangar 0 objetivo € que fae nccesila a agSo. dos mecanismos de. controle Gt "Portanto, ao fenlar compreender a inportdacla de lass, estamos no sexaminando oto apeto de Con frote sci como estamos tame comeyando &¥S- limrar a manera como a soledade penta nos recOn- Atos de nossa concn, una clea sabre A gual nos STongaremos no proxi capa Resale-se neste ponto que estas observages sobre clase nfo pretndem de ‘nodosum consul una Scusapio eon conta nossa socedade. Eistem deeer- to agum aspectos de ieengas de casi. que poeian ser modicados por cerias capes de engearia. so- Sia, como a discrininagio de clase a educagto ©. as sesigafades de ane na sxtenia mie. Ent to Sentum volume de engenaria social modiiar © fo bite de que or dieretes amines soils exe fem diferentes presses sobre seus membros, ou que al- fms deans presser comibvem mais do que outs orto suceeo) segundo. manela como © sucesso for tii mama dada sociedad, 16 boos mtn para se trer que slgumas das caraceiscas fundamentals de un Sistema de dass, as quai acabamon de a08 rete So nonrada e fodas as sociedad indstriis ou tm inustalizago, inclusive nas governadas_ por real tes slat, que nega em sot Seog ofl a Sistema de clases. Entrelalo, se a Tocalizagio num determinado esrato social tom esas amples conse Glas numa sociedae rltvarmente"aberta” como a ns tic imaginar qual serdo as conseltacas em se fas mais fechas", Nese pont. reportamos mais ima ver Avinsrtva anise feta" por Dane Lemer bre ss socledaes tational do Oriente Mio, as (quais a localizagio social fixava a identidade e as expec- tativas de uma pessoa (até mesmo na imaginagio) num frau que a maioria dos ocidentais acha dificil at6 de compreender, Eniretanto, antes da revolugSo industrial as sociedades europtias nfo eram radicalmente diferentes, nna maioria de suas camadas, do modelo tradicional de Lerner. Em tals sociedades, pode-se saber o que & um hhomem apenas conhecendo-se sua posigio social, da mesma forma que se pode olhar para a testa de um hindu e ver nelaa marca de sua casta. Contudo até em nossa propria sociedade existem outros sistemas de esteatficaglo, por assim dizer sobrepostos a0 sistema de classe, muito mais rigidos que este, € ‘que, por conseguints, determinam de mancira muito mais severa toda a vida’do individu. Um exemplo notével isto na sociedade americana & o sistema racial, que a maioria dos socidlogos considera uma variedade de casta, Em tal sistema, a posigdo social bésica de um individuo (isto & a fixagio de sua casta) ¢ determinada ao nas cimento. Pelo menos em teoria ele nfo tem absoluta- ‘mente nenfuma possibilidade de modificar essa posicko no decorrer de sua vida, Por mais rico que um homem se tomne, sempre serd negro, Ou por mais baixo que um hhomem caia, em termes dos costumes da sociedade, sem- pre serd branco. Um individuo nasce em sua casla, tem de viver toda a vida dentro dela e dentro dos limites de conduta.prescritos. E’ claro que deve casar-se e procriar dentro dessa ‘casta. Na realidade, pelo menos fem nosso sistema racial, eristem algumas possibilidades de trapaga — isto €, negros de pele clara “passarem” por brancos. Entretanto, essas possibllidades em pouco Alteram a eficicla total do sistema, Os fatos deprimentes do sistema racial americano so ‘por demais conhecidos para exigirem maior elaboragko aqui. E’ claro que a localizagéo social de um individuo ‘como negro (mais no Sul do que no Norte, naturalmente, ‘mas com menos diferengas entre as duas regibes do que brancos farisaicos do Norte habitualmente.proclamam) implica numa dréstica redugo de possibilidades existen- ais determinadas pela classe. Na verdade, as possbi Tidades de mobilidade social de um individuo so nitida- mente determinadas pela localizagdo racal, uma vez que algunas das desvantagens mais prementes desta altima Ho de cardter econdmico. Assim, a conduta, as idéias € 4 Identidade psicoldgica de um homem so moldadas pela raga de maneira muito mais decisiva do que pela classe. ‘A forga repressora dessa localizagio pode ser vista ‘em sua forma mais pura (se € que tal adjetivo pode ser aplicado, mesmo num sentido quase quimico, a fe- rndmeno tio'revoltante) na etiqueta racial da sociedade tradicional do Sul dot Estados Unidos, na qual todo € qualquer caso de interagdo entre membros das duas castas era regulado mum ritual estizado projetado com todo euidado para honrar uma das partes e humihar a branco a extremo oprébrio, pela mais leve violagdo do ritual, A raga era muito mais importante do que o lugar fonde uma pesioa podia morar e a quem podia ligar-se. Determinava a inflexio vocal, os gestos, as piadas de luma pessoa, € até se infltrava em seus sonhos de sal~ vaglo, Em’ tal sistema, os critrios de estratificagio tornavant-te obsessdes metafisicas — como no caso da senhora sulista que expressava a convieydo de que sua cozinhelra iria sem a menor divida para o ctu das pessoas de cor Um conceito muito usado em sociologia € 0 de deti- nigko da situagio. Assim chamado pelo socidlogo ame ricano W. I. Thomas, significa que uma situagdo social 2 0 que seus participantes créem que cla seja, Em outras plavras, para as finalidades do sociélogo, a realidade € uma questio de definigho. E’ por isso que 0 soci6- logo deve analisar atentamente muitas facetas da conduta fhumana que em si mesmas so absurdas ou ilusivas. No texemplo do sistema racial acima mencionado, um bidlogo ‘ou antropélogo poderd olhar as convicptes racials dos brancos sulistas € declarar que tais convicgbes sfo intel- ramente falsas. Poderd entS0 negé-las como apenas mais, lima mitologia produzida pela ignordacia e m4 vontade ” hhumanas, arumar suas coisas ¢ ir embora. A tarefa do socidlogo, porém, sb entio comega. De nada Ihe adianta rejeltar 2 ideologia racial suista como uma imbecilidade cientifica, Muitas situagBes sociais sio na verdade con- froladas pelas definigbes de imbecis. Na verdade, a im- becilidade que define 2 sitwacio faz parte do. material de analise socioldgica. Assim, a compreensio operacional ‘que 0 socidiogo tem de “realidade” & um tanto peculiar, ‘questdo & qual retornaremos. No momento, 0 importan- te € observar que os controles inexoravels pelos quais a localizagio social determina nossa vida nfo so elimi- nados com 0 desmascaramento das idéias que sustentam cesses controles. E a historia nfo acaba ai, Nossas vidas s¥o dominadas no sb pelas inanidades de nossos contemporaneos, como também pelas de homens que jé morreram ha virias ge- agbes. Além disso, cada inanidade ganha credbilidade e reveréncia com cada década passada desde sua pro- ‘mulgacéo. Como Alfred Schuetz observou, isto significa ‘que cada situagdo social em que nos encontramos nfo 86 & definida por nossos contemporaneos, como ainda pré-definida por nossos predecessores. Como nao se pode redarglir a nossos ancestrais, comumente & mais diicl nos livrarmos de suas fatidicas herangas do que das to- ices criadas em nossa propria geragto. Este fato & cx presso no aforisma segundo o qual os mortos so mi oderosos que as vivos. E? importante acentuar este ponto porque ele nos de- ‘monsira que até mesmo nas éreas em que a sociedade Aaparentemente nos permite alguma oppo a mo podero- sa do passado estreita ainda mais essa opgio. Como exemplo, voltemos a um incidente jé evocado, a cena dde um casal de namorados ao luar. Imaginemos ainda aque essa ocasido seja a decsiva, na qual uma proposta de casamento & fella e aceita, Ora, sabemos que a so- ciedade contemporanea impoe considerdveis limitagdes. a essa escolha, facilitando-a bastante no caso dos ‘casais (que se ajustam nas mesmas categorias s6cio-econémicas eriando graves obstéculos nos casos em que nko existe essa concordtncia, No entano, também & claro que até fnesmo nos pontos em que “les” (que ainda esto vivos) nao fizeram ‘nenhuma tentatva consciente para imitar 2 escolha ds participants nesse drama espeific, “eles” {que j& morefam) escreveram 0 seript de quase toda a cena. A iia de que alrafdo sexual pode ser tradurida m emogdo romantica fot maquinada por menestéis. de vozes aveludadas que exctavam a imaginagao de damas Sristocratcas mais’ ow menos por volta do século_XIL 4K ideia de que um homem deveria.fxar_seu_impulso, Sexual de modo permanente excusivo numa unica mulher, com quem ele deve dividir 0 leit, 0 banhet 0 tédio de milhares de cafs-da-manhi remelosos Produzida por leSlogos misantrpleas um pouco antes. Eva premissa de que a iniclatva desse acordo maravi- Ihoso! deva_ partir do. macho, com a fémea sucumbindo iraciosamente 2 avremelida impetuosa de suas carcias, Femonta as eras pré-histéricas em que pela primeira vez fuerreros selvagens investi conta alguma_pacitica ldela matrarcal, arastando suas tihas Da mesma forma como todos esses velusos_perso- nagens prepararam a estrutura bisa deatro da qual se deseazolardo as paixdes de nosso casal, também cada tum dos estgis de suas relagbes reciprocas foi pré= etinido, pré-labricado — ou, se letor assim preter, “tixado". No se tata apenas do fato de se esperar que ‘os dois se apaixonem € contatem um casamento mond amo no qual a moga enunciaré 20 sobrenome de slteira 0 rapaz a solvenca finances, que esse amor deva fer fabricado a todo custo para que 0 casamento ndo parega isincero a todos os envolvids, ou que a Igreja fo Estado vigiem a ménage com toda. atengio una ver estabelecida — embora tudo isto consttua normas fundamentals estipladas_séculos antes. de_ 05 protago- nistas nascerem. Além disso, cada um dos estagios do tamoro e do nolvado € também cstabelecido por ritual social, e embora sempre haja margem para improvisa- 68, uma varia excessiva nos padrbescertamente pord fm perigo toda’ a operagio. Assim, nosso casal comega com idas ao cinema e passa a encontros na igreja ¢ 2 reunides de familia; comeca de passeios de mdos dadas passa a exploragdes hesitantes © Aquilo que iniialmente desejavaguardar para depois; comesa com planos pa luma saida 4 noite e passa a planos para a nova te- sidéncia — sendo que a cena 20 luar ocupa seu lugar dequado na seqilncia cerimonial. Nenhum dos dois in- ventou o jogo ou qualquer uma de suas partes. Apenas decidiram jog-lo um com o outro, e nio com terceiros. Tampouco 8m muita margem de escolha quanto 20 que aconteceré depois da troca ritual de proposta e resposta. Familiares, amigos, clérigos, vendedozes' de j6ias, corre- fores de seguros,floistas e’decoradores garantem que 0 restante do. jogo continue a ser praticado dentro. das regras estabelecidas. Tampouco esses guardifes da tra- ddigdo tm de exercer mulla pressio sobre 08 protago- nistas, uma ver que as expecativas de seu mundo social Ind muitos anos foram integradas em suas projegdes do futuro — eles desejam exatamente aqullo que a socie- dade espera dees. Se as coisas se passam assim nas esferas mais i de nossa existéncia, € fécil constatar que nfo. mudam muito em quase todas a5 situapSes socials encontradas tno decorter de uma vids. Quase sempre, 0 jogo j& {oi “arrumado” muito antes’ de entrarmos em cena, ‘Tudo ‘quanto nos rest, geralmente,& jogé-to com mais ou com ‘menos entusiasmo. O professor que entra na sala para dar aula, o juiz que pronuncia a sentenga, 0 pregadot (que enfastia sua congregaglo, o general que di ordem de ataque & sua tropa — iodas estas pessoas estio ‘empenhadas em asGes jf pré-definidas dentro de limites nun eatreltone' protege por Imponentes.sisemes de controles © sanges ‘Tendo em mente essa8 consideragtes, podemos agora chegar a uma compreensio mais exata do funclonamen- to das estruturas sociais. Um itil conceito.socioligico fem que basear essa compreensio & 0 de “intiuigso”. Geraimente se define insttuigdo como uum complexo e&- pecifico de ag6es socials, Podemos dizer assim que lei 100 classe, casamento ou religifo organizada sejam institu fa nfo nos informa a mancira fomo a instituigso se relaciona com as agdes dos i ‘vidios envolvdos. Arnold Gehlen, socilogo alemio con- femportneo, ofereceu wma resposta sugestiva a essa ‘questfo. Geblen concebe a insttugo como um 6rgao fegulador, que canaliza as agées humanas quase da mes- ima forma como ot instintos eanalizam o comportamen- to animal. Em outras palavras, as insttugGes propor- cionam métodos pelos quais a’ conduta humana & pa- dronizada, obrigada a seguir por caminhos considera- dos desejiveis pela sociedade. E 0 truque € executado ao se fazer com que esses caminhos pareyam ao indi- ‘viduo como os tnicos possives Citemas um exemplo. Como nfo € preciso ensinar os ‘gator & cagar ratos, exisle aparentemeate alguma coisa no equipamento congenito de um gato (um instinto, se 6 Ieitor gostar do termo) que o faz agir assim, Presu- mmivelmente, quando um gato avista um rato, hi alguma toisa que the diz: “Coma! Comal Coma!" No se pode dizer que o gato resolve atender este apelo interior. Ele simplesmente segue a lei de seu ser mais fatimo e arre- mete contra o pobre camundongo (0 qual, suponho, es- ‘cuta uma voz’ interior que tie diz: ‘Corral Corral Corral”). © gato nfo fem outra alterativa, Mas agora voltemos ao casal cujo namoro analisamos.anteriormen- fe. Quando nosso rapaz vin pela primeira vez a moga com quem representaria a cena ao luar (ou, se ndo f ‘na primeira vez, algum tempo depois), também ouviu luna’ voz interior que The dava wma ordem bem clara E seu comportamento subseqiente demonstra que cle também nio pide resist voz de comando. Nao, essa ‘ordem imperativa ndo € essa em que o leitor provavel mente esta pensando — esse imperative nosso rapaz com- partiha congenitamente com os gatos, chimpanzts e cro- odilos © no nos interessa no momento. O imperative ‘que nos inieressa € aquele que Ihe diz: “Case-se! Case~ se! Case-sel” Ao contririo do gato, nosso rapaz no rasceu com esse imperatvo, Ele the fol insilado pela so- ciedade, reforgado pelas incontéveis presstes de histrias, de familia, educagio moral, religido, dos meios de. co- ‘municagio’ eda publicidade. Em outras palavras, 0 ‘casamento no & um instinto, © sim uma insttuigio. No entanto, a mancira como conduz comporlamento para canais prédeterminados & muito semelhante & atus- ‘0 dos instintos em seus setores. A veracidade isto se toma dbvia quando tentamos Iimaginar o que nosso jovem faria na austncia do it perativo institucional, Poderia, naturalments, fazer um rimero quase infinito de coisas. Poderia manter rolagdes sexuais com a moga, deixd-lae nunca mais voltar a ve-la, Ow poderia esperar que seu primeiro filho nascesse fe depois pedir ao tio materno da moga que o criasse, ‘Ou poderia reunie trés amigos © propor tomar a moga fem comum como esposs. Ou poderia incorporila a seu hharém, juntamente com as outras vinte e tes mulheres ‘que jd vive Id. Em outras palavras, dados seu impulso sexual € seu interesse naguela moga especifica, 0 rapaz estaria num impasse bastante sério, Mesmo supondo que tle tivesse estudado antropologia © soubesse que todas as opgdes acima mencionadas constituem as_atitudes ‘normais em certas culturas humanas, ainda assim ele es- taria em apuros para decidir qual seria 0 caminho mais Conveniente nesse cao. Jé percebemos entio 0 que o Imperativo institucional faz para cle — protege-o desse impasse. Exclui todas as outras opgbes em favor daquela (que a sociedade pré-definia para cle. Até mesmo afasta fessas outras opgies de sua conscitncia. Apresentache uma frmula — desejar & amar, é casar. Tudo quanto The resta fazer agora € retrlhar caminho preparado para ele nesse programa. Isto poderd.apresentar um rimero bastante grande de dificuldades, mas so diti- culdades de matureza muito diversa das enftentadas por algum proto-macho que encontrasse uma proto-fémea numa clareira da floresta primal e tvesse de claborar tum mudus vivendi vidvel com ela. Em outras palavras, a instituigio do casamento serve para canalizar a conduta ‘de nosso rapa, fazt-lo seguir determinado tipo de com 102 portamento. A estrutura institucional da_sociedade pro- porciona a tipologia para nossas agSes. $6 muito, muito Faramente € que temos necessidade de imaginar novos tipos segundo os quais nos conduzir. No mais das vezes, podemos 20 méxino escolher entre 0 tipo Ae 0 tipo B, tendo ambos sido. pré-definidos «priori. Poderiamos decidir entre ser arlista ou homem ‘de negécios. Em ambos 0s casos, porém, encontrarlamos pré-definigdes, bastante precisas do que’ devemos fazer. E nenfum dos dois estlos de vida terd sido inventado por nos. Outro aspecto do conceito de Gehlen da institicso a salentar, porque ele sera importante mais adiante, € 0 dda aparente inevitabilidade de seus imperativos. O rapaz imédio de nossa sociedade nfo s6 rejelta as opgbes de poliandria ou potiginia, como, pelo menos para si, julga- as lteralmente inimagindvels. Acredita que 0 rumo de aio pré-definido institucionalmente seja 0 Unico que ele poderia jamais tomar, o nico de que € ontologicamente fapaz. E’ de se presumir que, caso refletisse sobre a perseguiggo que move ao camundongo, o gato chegasse A mesma conclusio. A diferenga esti em que o gato chegaria 4 conclusio correta, a0 passo que 0 rapaz esti enganado. Tanto quanto saibamos, um gato que fe recusasse @ perseguir camundongos constiuiria uma monstruosidade biolgica, talvez o resultado de uma mus tagdo maligna certamente um trakdor da da felinidade. Entretanto, sabemos perfeitamente que ter ruitas mulheres ou ser'um entre muitos maridos. nfo representa uma traigéo da condigéo humana, em qualquer sentido bioldgico, ou mesmo da vitlidade. E como tais, ‘pees so possivels aos drabes e tibetanos, respectiva- mente, devem também ser_biologicamente ‘possiveis. a ‘nosso rapaz. Na verdade, sabemos que se ele tivesse sido irado do bergo e levado para essas plagas exiticas, no teria crescido como 0 tipico rapaz americano de sangue ‘quente e algo mais que ligeiramente sentimental de nossa cena de luar, se teria transformado num librico poliga- smo na Ardbia ou num trangtilo marido entre maridos no ‘Tibet. Ou seja, ele esta enganando a si mesmo (ou, mais, cexatamente, esd sendo enganado pela sociedade) quando fencara seu rumo de agio nessa questo como inevitavel. Isto significa que toda estrutura institucional tem de de- ppender'da fraude © que toda existencia em sociedade faz consigo um elemento de ma f. Este vislumbre da realidade pode parecer profundamente deprimente a prin- cipio, mas, como veremos, ele na verdade nos oferece a primeira nesga de uma visio da sociedade um pouco menos determinista que aguela que até agora obtivemos, No momento, contudo, nossas consideragies sobre a perspectiva socioldgica nos conduziram a um ponto em ‘que a sociedade mais parece uma gigantesca prisio que qualquer outra coisa. Passamos do contentamento infantil de se possuir um enderego 4 perceppo adulta de que a maior ‘parte da correspondéncia € desagradavel. Ea compreensio sociolégica s6 nos ajudou a identificar mais de perto todos os personagens, vivos ou mortos, que gozam do privlégio de nos oprimir. © pensamento sociologieo que mais se aproxima dessa concepeio da sociedade & o associado a Emile Durkheim 2 sua escola. Durkheim ressaltava que a sociedade & lum fendmeno sui generis, isto &, ela representa uma realidade compacta que no pode ser reduzida a outros fermos ou para eles traduzida. Durkheim afirmou ainda que os fatos sociais so “coisas", possuidoras de uma existincia objetiva externa a nds, tanto quanto os fe rdmenos. da natureza. Durkheim ‘agin assim sobretudo tragada pelos psico- sua concepgdo & im- portante, ainda que excluamos esta preocupagio melo- ‘olgica, Uma “coisa” & algo como uma pedra, por exem- plo, com que se topa, algo que nio dcixa de. exi ‘mediante um simples desejo. Uma “coisa” & aquilo contra qual se investe emt vio, aquilo que existe apesar dos desejos e das esperangas de uma pessoa, agullo que por fim pode cair sobre a cabega de uma pessoa e mati- la. E” nesse sentido que a sociedade coastiui uma colegio de “coisas”. E” possivel que a instituigdo social que ielhor iustee essa qualidade da sociedade seja a Ie 106 ‘A seguirmos a concepgio durkheimiana, portanto, a 30- ciedade se manifesta como um fato objetivo, Ela existe, @ algo que ndo pode ser negado e que se tem de levar fem conta. A sociedade & externa a nds. Ela nos cerca, ‘drcunda nossa vida por todos os lados. Estamos na sociedade, localizados em setores especificos do sistema social. Essa localizagio pré-determina e pré-define quase tudo quanto fazemos, desde a linguagem até a etiquets, desde nossas conviegbes religisas até a_probabilidade dde que venhamos a cometer suicidio. Nossos desejos ro sio levados em consideraso nessa questio de loca- Tizagio social, e nossa resisténcia intelectual Aquilo que a sociedade aprova ou proibe adianta muito pouco, na melhor das hipéteses. A sotiedade, como {ato objetivo @ externo, manifestase sobretudo na forma de coergio. ‘Sua insituigBes moldam nossas agSes © até mesmo nossas expectativas. Recompensam-nos na medida em que ros ativermos a nossos paptis. Se saimos fora desses Dpapéis, a sociedade dispde de um nimero quase infini- to de meios de controle e coerglo. AS sangBes da socie- dade slo capazes, a todo momento da existncia, de nos isolar entre os outros homens, expor-nos 20 ridiculo, privar-nos de nosso sustento e de nossa liberdade e, em Ultimo recurso, privar-nos da propria vida. A lei e a'mo- ralidade da sociedade podem apresentar complexas jus- tificativas para cada uma dessas sangies, e a maioria de nossos concidadios aprovaré que sejam usadas contra ‘nés como castigo por nosso desvio, Finalmente, estamos localizados na socledade nfo s6 no espago, como tam- bbém no tempo, Nossa sociedade constitui uma entidade histrca que se estende temporariamente além de qual- quer biogratia individual. A sociedade nos precedeu ¢ sobreviverd a nds, Nossa vidas nfo s2o mais que epi sédios em sua marcha majestosa pelo tempo. Em suma, 2 sociedade constitui as paredes de nosso encarceramen- to na hhistria 105

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