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swos2018 Revita Eletrcidade Madecna - Abit 2015 Protecao de centrais fotovoltaicas contra descargas atmosfeéricas diretas Helio Ej Sueta, André Mocelin, Roberto Zilles © Paulo Futoshi Obase, do IEE - Instituto de Energia e Ambiente da USP; @ Eduardo Bomeisel, da Empresa Brasileira de Energia Solar cormalmente enterradas diteta- ‘mente no solo, eriando um e rminho elétrico entre as moldu- ras © 0 solo, as estruturs metilicas de fixagio e posicionamento de médulos fiotovoltaicos podem ser uma boa opeio ‘de componente natural do sistema de proteeao contra descargas atmosféri= ‘eas (SPDAS) em grandes centraisfoto- voltsieas. Dependendo da quantidade de barras, profundidade que serio en- terradas condigdes do solo, 0 conjunto de estruturas metilicas pode ser consi- 62, EM ABR, 2015 \derado como 0 SPDA do sistema foto valiaic. Aqui se apresenta um estudo de ‘uma central fotovoltaica de 1 MWp cu ja estrutura metilica foi considerada lum componente natural do SPDA. O estudo compreendeu mediges da re- sistividade e estatificagio do solo ¢ caleulo do subsistema de aterramento utlizando estruuras ligadas & terra co- rectadas entre si em um conjunto de- finido de conexdes 'No caso de minirredes, em fungio tpt arendanet.com brimidiaonlineelericidade_moderna201Siabrilindex pip As esiruturas metélicas utilizadas para fixagdo e osicionamento dos médulos fotovoltaicos podem ser constituintes do sistema de proteco contra raios? Este artigo analisa a aplicacao desta solueao ao sistema de protecao de uma central fotovoltaica de 1. MW, levando em conta medicdes da resistividade e estratificacao do solo, @ presenta um projeto de minirrede com SPDA externo @ dispositivos de proteeao contra surtos. dda distincia entre o local da instala- flo e 0 centro urbano (onde os médu- Tos adicionais e mao de obra qualifica- 44s Jo encontrados), a implementa 0 de um SPDA exteno pode ser a melhor opeo. Este trabalho também ‘mostra um exemplo desse tipo de in talagio, Protecdo para grandes centrais fotovoltaicas contra descargas atmostéricas diretas [As normas brasileiras ¢ internaci nals — respectivamente, NBR 5419) 2005 [1] e HEC 62 305 [2-5] — no tr tam diretamente da protegio contra os cet das descargas atmosféricas em sistemas fotovoliaicos. Ji na_Ale- ‘manha, a norma DIN EN 62305-3, ba- seada na TEC, possui 0 suplemento 5, que aborda a proteio contra raios ¢ surtos em sistemas de energia solar fo- fovoltaica. Além disso, a Diretiz VaS de 2010, que apresenta requisitos tée- nicos das seguradoras para protey contra sobretensdes e descargas atmos- fricas, estabelece que as instalagdes fotovoltaieas com mais de 10 kWp de- vem ter um sistema de protegio contra descargas atmosféricas classe TIT eum sistema de protegao contra sutos Muitas centrais fotovoltaicas. pos- sem deas de implantagio bastante ot izadas © por isso nio tém um siste- rma de capiagdo de descargas atimos- 8 swos2018 Revista Eetricidade Moderna - Abril 2015 frcas wilizando hastes tipo Franklin —as quais, neste caso, poderiam fazer somira nos médulos e, portanto, nuit a produgio de energia. Destafor- ‘ma, para. serem instladas em centrais Forovoltaieas, as hates captoras ndo po- dem fazer sombra. nos médulos em qualquer época do ano, ¢ devem ser di- ‘mensionadas e posicionadas por meio do método eletrozeométrico Normalmente, nas vizinhangas de centrais fotovotaicas hi poueo movi- ‘mento de pessoas, Deste mado, evitar os cleitos nocivos dos raios & importante para. protegdo dos equipamentos (prin- cipalmente inversoes e controladores e, eventualmente, mOdulos fotovotaicos) jfiqueorisco em relagioa ferimentos is, pessoas & bai. Basicamente, trés tipos de acopla- mento poslem danificar as eentrais: 0 acoplamento galvanico, onde as corren- tes parciais das descargas podem ser ‘conduzidas através dos components da instalagio fotovoliaica e gerar tensbes com centenas de milhares de volts; 6 acoplamenta com o campo magnético, fem que as correntes de descarga geram surtos por indugio magnética; © 0 aco- plamento eom campos eltricas, em que sobretensbes sio produzidas pelo cam- po elétrico da descarga, que slo geral- ‘mente menores em relagdo aos efeitos do campo magntico. Esses acoplamentos podem ser mit agados através de medidas de protegio contra surtos (MPS), como: conexto correta ao aterramento; gages equipa- tencais entre as varias partes metlicas das estruturas; blindagem:; coreto enca- ‘minhamento dos cabos el do a redugio de lagos:¢ adequadaespe- citieago dos dispostives de protec Centra surtos para os sistemas em ques- ‘e000 ti ee Medi ‘to, Além disso, devem ser observadas as distincias de separagio de acordo ‘com a IEC 62305-3 [4]. Geralmente, para fixagdo e posicio- nameato dos médulos fotevoliicos, io utlizadas vigas metiieas: montadas € ‘enterradas ditetamente no solo (figura 1), Este artigo mostra o uso dessas es- teuturs, junto com a interconexio entre partes no conectadasdelas, como com pponente natural do SPDA, O estudo ii cia-se com a medigio de resstvidade do solo, a fim de terradas no solo ¢intrligadas peas es- truturas, ‘io apresentados a seguir os resulta- dos das medidas de resistvidade do so- lo (arranjo Wenner) realizadas na esta- io de energia (figura 3) e 0 estudo da estratifieago do solo. Com base na rea do local (15200 my), verificou-se a ne- cessidade de, no minim, seis linhas de smediglo (ver figura 2: A,B, C, DE, F). (Os dados coletados de resistividade 4o solo foram ullizados como entrada ro software CDEGS, médulo RESAP, {que realizou a estratifcagio do solo em dduas eamadas: p, = 1147 O.m, com es- pessura da primeira eamada igual a3.2 metros; © py = 379 O.m, com segunda ccamada até 0 infinite, 0 cileulo da resisténcia de terra da ‘malha fo realizado por meio do soft re CDEGS, madulo HIFREQ. Para fins de simulagies, considerou-se a malha 4e 80 m por 80 m, com as hastes das 30 em acima do solo por um e3- bo de cobre de $0 mm? (figura 4). As realizar sua esta tifieagio no local de instalagao da sina, Em segui la, & caleulada a resistinia deater- ramento do siste= ma, composto por barras de ago en- -ntpnwusarandanet.com trimisiaonineeletricidade_ moderna201S/abrilindex php Revita Eetrcidade Madecna - Abit 2015 ells eer ele UI er ey eRe eM CHIC CWA RON ROR els de energia solar Expo Center Norte, Sao Paulo, Brasil © Aproveite a feira lider mundial para explorar o incrivel potencial de um dos principais mercados de energia-solar; * Invista no mercado solar no Brasil! STO ren Cm UOC eeu aN © Conquiste 0 mercado de energia solar na América do Sul Fique em dia com as tendéncias do mercado mundial ela -wos2018 Revita Eletrcidade Madecna - Abit 2015 A Intersolar 2015 esta chegando. NUT M lol m Clic R Reel aliic-lara te] internacional na América do Sul para o setor de energia solar. esc Pore cia lac Sao Paulo, Brasil tpt arendanet.com brimidiaonlineelericidade_moderna201Siabrilindex pip swos2018 Ls Solugdes completa de cubiculos para ‘cablnesprimérias e SUBESTAGOES MICROCOMPACT Cubiculos classe 24kV e 36kV com seccionadora em SF6 Y, Larguras de 375. 1000mm Y Temperatura de servio: densa +50°C Y, Tens nominal 17,5KV-24kV 0 36KV Y, Corrente nominal $00-6304; Y Resistente eo Arco lterne, eer) Revista Eetcidade Moderna - Abi 2015 RAIOS - 2 lar tamano real da Yor mame: 148 ‘malha. « op Considerou-se que Hobe ‘uma corrente de 1000, mie ee 60 Ha fi apiada Hebe ness malha. Depos Ie Baie |] came ain 0 ! = om tal THFREQ cal i = ome ala a queda de t i= © slo na superticie da sas tera (igre). Final oe ss = a mente, ealeulowse a sitesi da. al a) . ret eararnar ree) tivndo a tens pe Ia corrente de 1000 A: RI = 1425/1000 W40. ‘Além diss, outra aT xo X (mts) Port ca magne patel) hastes de ago com 12 mm de raio fo- ram enterradas a uma profundidade de 1.5 m, com distineia ene elas de 10 m, Devido a limitaga0 do programa de computador, foi possivel simu hitpshwuarandanetcom brimisiaanlinetletrcidade_modorna/201Slabrifndex php simulagdo por com- putador foi feitacom risticas da simulagao derando uma malha de 20,8m por 20,8m com hastes enter = ds a cada 26 m : aque € distdncia al seguida, caleulou-se possivel observar que, {quanto maior fora dimensio da malha, ‘menor € o valor da resisténcia da tera Porém, no easo da simulagie com va- Jor de RI, que tem o tamanh de malha real (80 m por 80 m), as hastes (10 m) & distncia entre Condigso 1: Solo. Condit 2: solo de duas: sw Tomaginee ‘rates com valor de RQ, ¢ ar Testa | ncin ene irae vidate "'maho(ay | hastes és mesma Se ee aka bia haa] lads maint Recah Mobeni ada ; (am) ame Sygx camacatam) Maha Boe | Gao (246 m), NO me 208 | tant, o tamanho da a7 195 2751714426 | malta CON m por m000-«353 71.9 ~=—(9000 342 48,1 | 20,8 m) € menor do soo 587 1199 sooo ans 75a) We sito real 1175 219 10000 1098 1429| s-vinseam ery 58 swos2018 Revita Eletrcidade Madecna - Abit 2015 Ff yey aa FABRICANTE-DE ‘a uma malha maior ¢ com menor dis Lancia entre as hastes,o valor da resis téncia da tera seri bem menor ‘No caso da usina em estudo, existem cerca de 1400 ates enteradas, que cortespondem a mais de 17 vezes a ‘quamtidade de hastes usadas em ambas as simulagdes. Essa relagio assegura ‘que a resisténcia de aterramento do sis tema, com 1400 hastes enterradas no solo, todas interigadas (através das es truturas metilieas de suporte dos mé- dulos fotovaltsicas ou cabos de equi poteneializagdo), tei um valor menor ddo que 10 ©, como recomendado pela norma brasileira em vigor [1] Dessa forma, as hastes, estruturas ‘metilicas ¢ conexbes de equipotencia Tizagio compiem sistema de ater mento para fins eléricos e de protesio Para verficar se as conelusdes eta das podem ser usadas para outros tipos de solo cam maior resistvidade, a $ mulagies foram repetidas com outros valores de resstividade (3000, 5000 e 10000 £2.m) e utilizadas duas cond sein iene sie | UO ea Cle EC TSe Sinise 2 con st cineca co | Cee Cee eS ae See uss camaas (valores de resistvida de da primeira camada de 3.2 metros cam de profundidade. de 3000, 5000 © So A ees | oceans consitrao 0 valor fo de 379 Sm A tabela I apresnia 0s reuhados 2agdo apenas de hastes enterradas pode Protecdo de uma minirrede fotovoltaica Apresenta-se seguir um exemplo de proto de uma minimede composi por Tel.: 11 2482-1515 aos © Tel.: 11 2085-2451 hitpshwuarandanetcom brimisiaanlinetletrcidade_modorna/201Slabrifndex php 68 swos2018 Revista Eetricidade Moderna - Abril 2015 RAIOS ~ 2 120 médulos fotovoliaicos, sendo seis rranjos com 20 painéis cada (figura 7). (Os médulos sioligados aos sistemas dos inversores, controladores e baterias, localizados em um edificio protegida por um SPDA externo. Os pangs foro- volisicos sia protegidos por um subsis- tema de caplagio que utiliza hastes Franklin (cinco, no total, cada uma com 3 metros de altura acima do solo, posi- cionadas como mostrado nas figuras 7 8), segundo o método da esfera ro- Tante [1], Nivel de Protego I. Ni hi sombreamenta sobre os médulos foto- voltaicos em qualquer época do ano (igura 8), Além disso, existem seis terminais agreos com 60 centimetros cada, instaladas no telhado da sla (on- de estio os inversores, controladores e baterias), 08 quais sto interlizados, formando um anel de cabo de cobre nu de segio de 35 mm. Esse anel de eap- tagdo foi conectado a0 subsistema de aterramento através de cabo de cobre ‘nu de 35 mm" Essa minirede foi instalada em um tereno plano, numa rea de 625 m’,de- Timitado por uma cerea de metal, que também foi ligada a0 subsistema de aterramento formado por anéis (ligura 7) com cabo de cobre nude 50 mm en- {crrado a 50 centimetros de profundi de, Todas as estruturas dos médulos fo- ram conectadas a esse sistema de ater Para a proteglo dos médulos foto- voltsicos ¢ dos equipamentos elétricos (controladores ¢ inversores), foram es- pecificados trés diferentes tipos de DPS (ispostivos de protego contra surtos): yaa inurge, —_—— 68 EM ABR 2015 Vaan Geen -ntpnwusarandanet.com trimisiaonineeletricidade_ moderna201S/abrilindex php 78 swos2018 Revita Eletrcidade Madecna - Abit 2015 \V50-B + € 2-PH600 (5093 62 8), insta- Comentarios dos em subestagdes de ener tradicio- lados nos terminais da associagio série Tan as grandes centras quanto as nis, No entanto, inversores bidirecio- dos médulos foiovoltaicos para prote- minirredes fotovoltaicas geralmente es- nais usados em miniredes requerem «contra surtos induzidos nos cabos; to instaladas em lugares cecados, com — atengdo especial, porque esto ligados a SPD VS0.B + 3-PH6OO (5095 633), acess restrito& pessoas e com pouca bateras que possuem allos valores de implantado. na entrads dos control dds operadores. Portanto, 0 eortente de euro dores instalados nos supories; ¢ SPD rsco de as descargas atmosfrias, e450 VS0-B + C 1 + NPE (5093 65 3), na saida CA. tos nas pessoa hes Pe Arts ens Rey de Cana esta forma, 0 SPDA protege contea Os estudosrealizados em grandes e rshem SoLatamrsde Sees otic as descargas dietase 0s DPS contra 0s pequenos sistemas de geragio fotovol- etanbimaorgenher Seve fers Sats ab cfeitosinduzidos das descargas, dentro taica mostraram que eventuais gastos O82Se¥o7aTn palnespectearie ds OFS das probabildadese da efciéncia nor com a implementagio de um SPDA ex smalizada. temo podem ser compensados pela re- Para minirredes, as quais geralmente duo de custos oriundos da substitu se localizam distantes ds grandes cida- 20 de médulos fotovolaicos dante des ¢redeseletricas, a proteso deseri- dos. No enfato,€ relevante mencionar ‘pode ser uma boa solugio, pois a que as medidas de protego contra sur- substtuig de um médulofotovoltaico tos sio muito importantes nesses sist danificado pode envolver uma opera- mas, pois os inversorese controladores «0 lopstia compicada e economica- de carga sio caros e, denendendo das mente onerosa. No entanto, 0 custo do condigies, a logstca requerida para médulo fotovoltaico é muito inferior a0 —substitu-los pode ser complica = dos inversores e controladores de carga sistema de aterramento para mé- fur «, dessa forma, a protegdo contra surtos dus fotovoltaicos e inversores conee- nesses equipamentos &essencial, nde- tados rede ndo envolvem atas eoren- fn pendentemente do tipo de sistema de tes de curo-cteuito, 0 que toma mais sgeracio fotovotaca simples em comparagdo com os wiliza- Sr Referencias Coe ee ein ree ‘Onde: io destnados etl erase trot oa om bands rates ‘usuparte ardogs) peas espe de conse, bem como em temas stereos ‘ten brco de Suton, eetoment eres cet, CUTS 7PC247 NM G2. OWES -CaseeS 6 70ne ‘FebricaTaleom Fae Ema scr e Vnds Sto Pa SP ‘nc Amaro Stes, 1400- per SP et Vina Vracopos, Km 80,5 ipa SP Fone. 11 3587-9500 Fee. 1 2175-9250 Fove. 11 2178-9200 ‘a vandasQeabena.com tpt arendanet.com brimidiaonlineelericidade_moderna201Siabrilindex pip

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