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A hora escura

a hora nebulosa:
no espera nada dela.
Os sorrisos,
calados em cicatrizes mornas.
Os pensamentos,
demolidos pela chuva torrencial
da indeciso
da incerteza
da ingratido cida,
solapadora de templos serenos.
No espere estar para alm
de tudo isto!
s a fbrica ininterrupta do sofrimento.
A luz afastou-se de ti:
no por medo do que tu s,
fluxo sfrego de paixes,
mas por medo do que virias a ser!
Corre, corre atento
de que j no h mais espao:
os sonhadores se apertam
entre nuvens de sonhos.
Desejos e ressentimentos
aglutinam-se em formas indecisas;
erguem-se os monumentos

do tdio
da vileza
do fracasso!
No teu trajeto sujo,
encharcado de chuva,
tropears sobre si quantas vezes for necessrio
e cairs, vencido, confortvel
afastado das sirenes e do xtase
do palco efusivo de mscaras
de carne e osso e lgrimas.
Apodrecers em silncio
no silncio e na pequenez
dos astros que brilham no espao
e apagam.
Todos eles, assim como tu,
esquecidos
na imensido do cu escuro.

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