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Sistemas de medigao individualizada de agua: como determinar as vazOes de projeto para a especificagao dos hidrémetros? Water submetering system: how to determine the flow rates for water meters specification? Marina S. de Oliveira Ilha Engenteira Civil Mestre e Doutora em Engentara Civil ela Escola Politécnica da Universidade de So Pavio (USP). Live Docent da Faculdade de Engentaria Gil, Arquitetrae Urbanism da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde miistadiscipinas desenvolve pesquisas na rea de sistemas prediais| Lucia Helena de Oliveira Engenira Civil. Meste e Doutora em Engentara Civil ela Escola Politécnica da USP Professora Dovtora da USR onde atua na area de Engenharia de Sistemas Prediais nos niveis de radvaco de ps-graduago Orestes M. Gongalves Engeneio Civil Mest, Dutre Live Docent em Engenara Chl ela Escola Poiécnica da USP Profesor Tl da Escola Pltéeica da USP onde coorana 0 Grupo de Ensin e Pesquisa de Engenharia de Sistas Prediais Resumo Esto artigo tem come cstv ava 0 resuladss obits na estimate das vazbes do proj para o densionamerto de hisrdmetos de sistemas preiais e dg. a com mecicao indicalzada, emoregando um mito probebiso aber e o mélodo empircorecomendado na nomalzagio bras Corn os estas fais inccam grandes erenas nas vazbs de projetoesbmedes pelos dos modo, importante realzar pesquisa de campo afm <2 vricar s valoresabidos, © modelo protabsco aber permite que oprojtsa aise a varies elaconacas ao uso da dqua para rete moh a ‘eaidade das vazies ro sistema pred em hungo de eererescongbes de ilzago, Por so, su emprego antesanlase mals vataso,plncloamerte «em sstoras com medi indiualzada, er que a expeciicarsa do idm & eetuaca, rte outs pardmtis, em ungo da azo de roe Palawras-chave: sistemas pres, medio indvisuazada de Agua fénea de uso da agua, gosta do uso da agua Abstract “The abjectve of his paper isto compare the resus obtained in he estimate of the design fow rates to he systems in buings by means ot on om an open prababi Jon water meters of watr submetering ic madel but ls rom the empical mats recommended by the Brazilian Standard As the finalresuls show considerable olerences nthe desion How ates estimated by bth methods, ts extremely impart opectorm feel survey incr to check the obtained values. The open probabstc model enables he practitone o agus the variables related othe water use Yo beter ect the How ates inthe plumbing syste accorcng othe difernt condone of use. Duet his advent {ts use appears to be more beneficial than the empiical method. many oncoming subeterng ystems where the specication othe water meters takes into account he design Now ate, Keywords: plumbing systems, water submeterng, fen water use, water management Introdugao © sistema de medicdo individualizada permite o gerenciamento do consumo de agua contribuindo para a reducao de despericios desse a alguns anes usuarios de edificis h abitacionals vem solici-_ insumo e, consequentemente, da cobranga da agua efetivamente con tando sistemas de medicto individualizada de agua tal como ocorre _sumida nas atividades re ls na unidade habitacional com os sistemas predials de ene de gis. Um dos fatores que Denomina-se mesicio individualizada a setorizagdo do consumo Justificam essa reivindicagao é 0 aumento da conscientizagto de que de agua com a instalagao de pelo menos um hidrometro em cada Enderago para correspondneia: Marna S. de Oveira ha — Faculdade de Engenhsia Gna, Arteta Urbensmo cla Universidade Estadual de Cari ‘Aber Einlon, 951~ Cade Unverstara Zeno Vaz ~ Coa Post 221 ~ 1208-852 — Campinas (SP) rast Tel. 19} 35012387 -E-mal hades nica be Fcebdo: 22/809 Aceto:18'5/0 Reg. ABES: 08609, Eng Sant Ambient | v.15 2 | arjun 2010 Artigo Técnico ae ad MhaM.S.0, Olvera LH, Gongatves OM, tunidade habitacional, de forma que seja possivel medir 0 volume de ‘gua consumid, ‘Vitis tabalhos foram desenvolvides com o objetivo de aval Impacto de reducao de consumo de agua resultante do gerenciamen- to possbiltado pelo sistema de medicio individualisada, com valo- res variando de 15 a 30% (MALAN; CABTREE, 1997; ZEB, 1998, YAMADA, 2001). No entanto, observa-se que para os apartamentos {em que o consumo for inferior ao volume relativo taxa minima de tarifacao, o sistema ce medigao individualizada tera somente funca0 de propiciar 0 gerenciamento do consumo, Ressalta-se ainda que 0 volume referene taxa minima varia entre as concessionaias,€ que as egras de tarifacao poderao ser lteradas em funcao da obrigatorie- dade da medigio individualizada, (Os sistemas de medicio individualizada de agua sto compostos. por (Figura 1): coluna de distribuigao (CD) ~trecho que alimenta os hidrometros quando este tem origem no reservatério superior ra- mal de alimentagdo (RA) ~ trecho entre a coluna de distribuiclo ea montante do(s) hidrometro(3); ramal de dstribulgao prineipal (RDP) = trecho a jusante do hidrometto Sem ramificagao; ramal de distri- ‘buigdo secundario (RDS) ~ techo que alimenta dois ou mais pontos de lizagt e sub-ramal (SR) ~ trecho que limenta um nico ponto de utilizagto, dimensionamento de hidrometros em sistemas com medicto coletiva tem sido tarefa das concessionérias de agua no Brasil. Disso decorre, em geral, um desconhecimento dos projetstas de sistemas, hidraulicos prediais sobre os diferentes aspectos envolvides nessa tarela, Medidores inadequadamente dimensionados podem resultar na submedicio do consumo, o que ocorte quando as vazdes no ramal de alimentagto sto, em sua maioria,inferiores a vaza0 minima dos hidrOmetrose, portanto, nao detectadas (PEREIRA, 2007). situagdo ¢ bastante frequente em sistemas indiretos de abas- tecimento de edifiagbes, em que © controle do abastecimento de Agua pata o reservatorio ¢ efetuado por uma tomeira de boia, As vazoes ocortidas com o deslocamento do flutuador da torneira de bola sto, em alguns momentos, extremamente babs, nao deteetadas pelos medidores empregados. No caso de um sistema de medic individualizada,o dimensiona: ‘mento do hidrometro depende da estimatva das vazoes de proto que into ocorrer no ramal de alimentago das unidads autoniomas, em que sto abastecis de forma direta os pontos de utilizagto de égua. Vale estacar que, nesse caso, os ambiente saitatios com diferentes perio dos de utlizacao, como hanheiros, cazinha e area de servigo S80 abas- tecidos por uma mesma tubulacio, sendo essa a principal diferenca ro estabeleclmento das vaz0es, comparando-se com os sistemas com med coletiva,em que é usual oemprego de colunas de distibuigio albastecendo ambientes com padroes de uso states, ‘Trabalhos anteriores desenvolvidos pelos autores deste artigo evi lenciaram a necessidade de modelos mals adequados nao 80 para 0 dlimensionamento dos hideometros individuais, mas também para 0 dimensionamento do sistema de distribuicao de agua (OLIVEIRA, 2007; OLIVEIRA; ILHA; GONGALVES, 2007a; OLIVEIRA; ILHA, GONCALVES, 20076) SPA. ae TH Haromato Paro 10) | le 4K [ros Lonel 20 - | | | RS - Reservaterio superior ‘SPA Sistema publico de agua Figura 1 ~Elementos do sistema de medi¢aoindvduazada (Peres, 2006) | Eng Sant Abi v5 n2 | abun 201 77-106 Para que o sistema apresente a efictncia necessiria,¢ imprescin- dlivel a selegto adequada dos medidores a serem utiizados, de modo «4 minimizar os etros na eontabilizaczo dos consumos efetivamente ‘corridos. Assim, o correto estabelecimento das vazdes de projeto & uma das premissas para o atendimento ao requisto de desempenho de ‘confiabilidade’ do sistema de medigio individualizada Apesar de exstirem, na décadla de 1980, métodos probabilsicos jt desenvolvidos no Brasil, tais como o modelo proposto por Goncalves (1986), a NBR 5.626 (ABNT. ‘um método deterministico para o estabelecimento das vazdes de pro- {eto no sistema predial de agua fia, Esse metodo, cantud, nao ¢ ade- «quad, pois no considera que as vaz0es de projet dependem das ati- Vidades dos usuarios que, por sua vez, sto fungao do tipo do edificio © das carateristicas do usuario; das caractertsticas do eiicio,defnidas pela quantidade e pela distrbuicdo da populag e, ainda, das caracte- tias,vazdesefrequéncia de utilizaco dos aparelhos sanitaris, No sentido de evidencia essas diferencas, este trabalho apresenta 1998) ainda recomenda © emprego de uma avaliagio comparativa das vazoes de projeto em tréstrechos, uma coluna e dois rama de alimentacao, abtidas pelo método pro: babilstico proposto por Goncalves (1986) e pelo metodo empirico alemao da raiz quadmada, constante pela NBR 5.626 (ABNT, 1998). Métodos para a determinagao de vazoes de projeto em sistemas prediais hidraulicos (Os modelos usualmente empregados para a determinagao das vazdes de projeto no sistema predial de agua fria podem ser cassif- ceados em empiricos e probabilisticos (Os modelos empiricos compreendem aquelescuja técnica de de- terminacio das vaz0es de projeto buseiase na utlizacto de tabelas, arificos e expressoes mateméticasestabelecdas a partir da experién cia € do julgamento de seus proposicres, [Nos modelos de origem probabiistica, incluem-se aqueles cuja tecnica de determinagao das vazoes de projto basela-e no emprego de tabelas com valores de ‘pesos’ graficos e expresses matemdticas «stabelecida a parte de conceitos probabilsticos, uilizando como fer= ‘amental bésico a functe de distribuicao de probabilidades binomial Métodos empiricos Basicamente existem dois tipos de expressto para os métodos empleo. O primeira dees ¢spresentado peta Equacio 1: Q=Q, Equagiol onde , € a vazto de projeto; Q, € a vazto total ~ somatério das ‘andes de todos os pontos de utilizagao; e f€ 0 fator de simultane dade de uso. eto om sistemas com medio indvauaaada de agua Esse lator de simultancidade‘ ¢ obtido, dependendo do modelo, por meio de tabelas ou graficos, ou de funcaes dependentes do ni- ‘mero total de pontos de utiliza. (© segundo tipo, denominado modelo da raiz quadrada, € apre- sentado pela Equacio 2. =q.yEnP Equacio 2 onde: 4g, €8 vanio de referencia: P, €0 peso! at sido ao aparelho sani- tario do tipo i, fungo da sua vazao unitria(q) com relagdo a vazto; .en, €0 numero de aparethos sanitatis do tipo i ssa equaglo € do modelo da raiz quadmada, de origem alema, sendo ainda hoje uilizado com algumas partculariades, No Brasil, ‘© método de pesos relativos, ecomendado pela NBR 5.626 (ABNT, 1998) também tem origem no modelo da riz quadtada, cua expres ‘lo constante ¢ apresentada pela Equagio 3 Q=03V5P Equagao 3 conde: (Qe avazio de projeto no trecho considerado, em Ls"; 3P¢ 050 'matorio dos pesos relativas de todas as pegas de utlzacto, instaladas a jusante do trecho eonsiderado Métodos probabilisticos (© modelo probabilsico clissico foi desenvolvida por Roy B. Hunter na decada de 1930 e ainda ¢ amplamente empregado em pa- {ses como Estados Unidos Inglaterra. modelo binomial proposto ‘considera que a probabilidade de que r ou mais aparelhos sanitatios «stejam em uso simultaneo em um grupo de n aparelhos instalados ‘de um mesmo tipo (n 2 )€ dada pela Equacao 4 Pore ry= EC )p'd-py Equacio 4 onde: €4 probabilidade de funcionamento de um aparelho sanitario, Considerando um fator de fatha e igual a 0,01, ou seja, Pix = 1)

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