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= — 441 2.2. As cinco funcSes: visibilidade seletiva; revelacio da forma; ilusdo da natureza; composicdo e clima- As cinco fungées da iluminagdo sao: 1. Visibilidade Seletiva; 2. Revelag&o da forma; 3. Tlusdo da Natureza; 4. ComposicZo e¢ 5. Clima. Visibilidade seletiva: a coisa mais importante que a ilumina - go no palco pode fazer é propiciar ao espectador uma visao clara e confortavel. A visibilidade depende da soma de diver - sos fatores: o tamanho des objetos iluminados, a luz refletida pelos objetos, o contraste das coisas iluminadas como fun- do e a distancia entre o assunto iluminado e o observadors- SB - Whamente, a iluminacio deve ter o tempo todo claridade “SHEE: ente para permitiz-a visdo sem fadiga, mas sabemos que um gran de.nfmero de pessoas trabalha, estuda ou apenas 14 em locais onde os niveis de iluminacdo esto muito abaixe do requezite. No teatro @ diferente, pois uma acSo enérgica em cena, presentacéo, pode compensar uma quantidade minima de luz: = seletividade pode ser feita por focos ou pela diferenca de=gra . duagdo da luz de um ponto para outro. No cinema, faz-se a seletividade através de planos ¢ enquadramentos. No teatro, isso é feito por setores de iluminac&o mais fortes, em contraste com outros mais escu- | | ew 442 ros. As cores também podem ser utilizadas para as. diferencas da visibilidade seletiva./a visibildiade chega 20 maximo com 0 amarelo e vai diminuindo nesta orden: laranja,ver nelho, verde © azul. Em virtude disso, necessitanos mais quan tidade de fontes em azul,quando tentamos iluminar uma grea do que seria usado com o amarelo,para a mesma acuidade visual} © contraste tem muito a ver coma visibilidade seletiva. Appia j4 dizia: "Se ndo houver contraste, no have- r& luz..."4 Pelo contraste revela-se a forma e a revelacio da forma & proveniente do contraste entre fundo e destaque (ou de varias fundos e destaques). Revelacéo da forma: a revelacio da forma, facilmente ignorada © esquecida, 0 que Appia chama de “luz viva", a luz que deve Ser expressive. Quando se usa a luz geral frontal unicamente , tanto atores como objetos de cena parecem achatades e confu - sos. Geralmente a cenografia tem grandes superficies que refle tem miito mais luz que o resto. A luz geral de frente nfo &, Portanto, uma luz que revel2 as formas. 0 contraste é, para @ revelaco da forma, tio importante como a sombra para que haja uma luz "esculpindo" o desejado. " “Mas a sombra pode ser iniesejivel em alguns ca- $08 © o desenho da luz deve prever ngulos que evitem a inci - déncia da sombra onde no a quisermos. —______ pr $goiMhe Appia, Yusic and the Are of the Theatre, slant, University of Mant Press, 1962, Po 5. LGM aia GeRa os ee 443 Aigumas sugestées devem ser consideradas parla a revelacéo da forma: a primeira é que a luminosidade da cenogra fia deve ser menos forte do que a usada para o ator, _talvez ums quarenta ou cingtienta por cente menos; a segunda 6 que se deve usar luz lateral para esculpir a forma achatada pela luz frontal; a terceira, & a utilizacio da contra-luz, atingindo a cabeca e ombros do ator,para melhor definicdo e beleza. Angulaco, valores de luminosidade e contraste de cores so os responsaveis pela revelacdo da forma e se apli cam tanto para o ator como para os objetos de cena. Dimens3o Ha uma tendéncia,no palco a italiana,de se ver @ cena achatada, com duas dimensdes. 9 visual do palco tenta modificar isso através de exagerada perspectiva do cendrio.Uma iluminacdo pode destruir todo esse esfor¢o, como pode fazer de Separecer um nariz, fazer dois buracos no lugar dos olhos ¢ no dar énfase a uma bailarina. A angula¢do correta da ilumina eo propicia uma visio cozreta. A luz frontal, 34 vimos, tende a achatar tudo om cena. Uma contra-luz ajuda a destacar o ator contra o fun- Go de cena. A contra-luz & dificil de ser colocada em Pequenos Palcos, com pequena altura e, provavelmente, os construtores Geesses Pequenas caixas nic tinham conhecimento das necessids’ — des da iluminacio. Husio da Natureza (luz atmosférica): para sugerir a luz natu Hlusio da Natureza a ral ow a luz da natureza, usa-se no teatro a luz artificial, qe pode sugerir hora do dia, local e estacdo. Incluimos af também a simulaco da luz artificial de interiores, que parece ' = = ca, oe ee sect vela, de un castical, de um abajur on qualquer ou- "ea fonte de luz comumente encontrada em interiores. Quase nun ca se utiliza 2 luminosidade dessa prépria fonte de luz (aba jur, candelabro, etc.) para iluminar teatralmente a cena, em wirtude de nfo fornecer luz agradavel 4 visio. Com a utilizacdo das cores, poderemos distin- gair entre o intenso sol tropical dos Mares do Sule um frio sol ou luar da Noruega. Com as variagSes de cor, poderemos u- saz um azul romantico para uma cena de luar de Romeu e Julieta " de Shakespeare, como uma fria e tétrica noite enluarada para as bruxas de Macbeth, de Shakespeare. A angulacdo de uma luz representativa dos raios de sol varia juntamente com a colora- co para o periodo da manh3 e para o perfiodo da tarde. Gomposicio: 8 0 uso da luz como elemento do desenho. 0 desenho em Inz ni 6 estético como mm quatro pintado; a luz varia com o movimento GEnico e necesita corecies variadas. 0 operador de luz tem, por vezes,en suas mos, essa variacdo de composicSo cam uma grande responsabilidade a ser preenchida. Fazem parte da composi¢io a revelagdo do cone de luz que se desenha no espago com a ajuda de neblinas artificiais (miquinas de fuma. $a) oa os focos projetados no piso.do palco, quando a platéia _inelinada pemnite ‘que o piblico cs veja. Clima (psicolégico): o clima aqui é entendido como as impres- sées psicolégicas ¢ emocionais.que a iluminacSo pode ‘cate na platéia. Se observamos alguns pintorés famosos (como Leonar do da Vinei, Rembrandt, Minch e Van Gogh), poderemos entender como esses artistas se utilizam da luz para dar um sentido emo cional as suas obras. A primeira funcdo, j4 citada, de visibi- lidade seletiva, poderé criar essa intencio de clima pelo con- traste e sombras e, por iluminacdo sombria, induz-se um ar= de 445 mistdrio ou uma tristeza 4 pletéia. uma cor ambar, num reio de sol, pode transmitir a felicidade e o prazer de um dia ensola~ rado de verdo. Os expressionistas sabiam como utilizar as dom- bras distorcidas para criar climas intensos de apreensié ou opresséo. A sombra de uma cruz ou uma luz azulada vinda a pino podera Sugerir religiosidade. Atmosfera (clima) : Amais fascinante experiéncia com a luz 6 a-ine fluéncia mental que ela provoca na platéia. A palavra atmosfera pode significar que a pesca esta transcorrendo no inverno ou no verdo, como pode tanbém in fluenciar o espectador a sentir-se feliz ou triste, agressivo ou submisso e outros sentimentos.5 : 8 2 i Hi Fi Soe ct sty neste ttea, aio posso detzar de citar un trechodo-tive a Carvaineira, For un Povo ¢ de Terra, falando dea provcure $588 gue um amigo de Herulio Borba. fxIao-caves Season ED ED ubs possivel sontagen teatral Soe caleeincs On, SEzi# solustonade pelas funpSea da iit. Assia git’s setae: ee Oe Cle. A ceguinte cree yge, ts Permanencia no’ Recife, onde Heratio’o coabeeiy Meese jopuinte passagen do “caderno de teatro" iisaera eof renee do esc eeeencourt (de Holanda) ~ escreve Herstio =tee tines fo Fede ‘fgrtunado, de Strindberg © ficou pasado com as iiverdsdesy do iecot Taposat Frmezermarao aos olios do piblico, de usa pelsagen ce Laverna cane cca ‘de. prizave pergunecn tne, Teer econo: 28 flores desabrochando, o regate correndo,! Coaster eeghiee Eeetoe de fac, smoce®, {422 continues perguntando a win seme. Turtor’ $2 ¢¢ espondeu: com eis Getees Gz; f80F8, 14 posse responder ao anigo: Con efeitos de lus, testi’ ton ee sto Britto Carvaiheiza. por us Hatro do fovsne'sa Serres iect sce 1s Cast 1988, p- 93). 25 um Teatro do Povo s da Terra, 4 >

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