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¥ ~ GEOTECNIA,S (12), Fev/Mar.1975.,pp 55-75 Lk yich + MELLO DEFORMAGOES COMO BASE FUNDAMENTAL DE ESCOLHA DA FUNDACAO Deformations as the fundamental basis for selection or fundations £5 por VICTOR F. B. DE MELLO* RESUMO ~ Explicam-se as razBes pelas quais modernamente em ¢struturas maiores ¢ de acabamentos mais exigentes prevalece sempre, no dimensionamento de fundages, 0 condicionamento a recalques admissveis, em compurasio com os eritérios de seguranga perante a rotura. Fomecemese indicasdes Gompletas para « estimativa de resalques dz fundapies, quer dieias, quer profundas, reportando sempre & expericia profisional brasilia, rebatida contra o pano de fundo da teorizaglo Interna. sonal mais actulizada ¢ cosrente. Em primeiro grau de aproximagio utilizase 0 Standard Penetration ‘Test, SPT, porém com énfase em corecqSes indispensivels. Indieamse ensaios © aprimorados part of e3s03 que merogam um segundo grau de aproximagio. Discutem-se os ni sccitasdo de recalques diferenciais ea deisio consciente respetiv SYNOPSIS ~ Refletion on the trend towards increased size and qualitynish of buildings logically justifies the fet thatthe controlling crteion in foundation design has ceased to be dicated by the accepted factor of safety against fuilur, having become, instead, determined with respect to tolerable ications. are given for the quantitative estimation of seltlements and deformations. Complet settlements of all ypes of foundations, in accordance with experience developed by the author in Brazil, duly adjusted to the most up-to-date and conerent international theorization. For frst degree spproximation the Standard Penetration Test SPT is employed, but special emphasis is given 10 falspensable corrections (for depth, ete), local cortelations being supplied. The geotechnical testing ‘and calculations corresponding to more refined estimation of settlements are indicated for the cases that may require it. Finally the acceptance levels of differential setlements are discussed, aiming at the exercise of conscious decisions inthis controlling problem + Engenheico Consultor, Professor Catedritico de Mecinica dos Solos, Fundagdes e Obras de Terra Sio Paul. (GEOTECNIA 12 55 1 = Cabo repetir insistentemente © com énfase o facto de que Engenharia compreende duas facetas absolutamente distintas: = 0 Gileulo propriameate dito, do comportamento a prever ~ a decisdo quanto a0 comportamento considerado aceitavel. A primeira tarefa & geralmente a tiniea a que se dedica, bem ou mal, predominantemente mal, o ensino formal. No enfinio, na experiéneia de qualquer engenheiro (ou profis: um modo geral) apés alguns anos de trabalho resulta claro que a seguada tarefa € to predominantemente mais importante, que frequentemente se parte para o abendono total, com desprezo, dos apoios do cilculo... politica errada ¢ al de E preponderante 0 facto de que Engenharia constitwe acto de decisio face a inceriezas, ¢ ndo acto de certeza, Anacronismo da nossa sociedade na sua denominagiq de “Ciencias Exactas”, Teoria representa 0 fruto do passado (racionalizagio do campo observa. ional anterior, “empirico”, isto é, experimental e observacional). “Factos” constituem presente, condicionado aos meios de observagéo. Teorizaao andlise-siniese fomece a projeccdo pata o futuro, E assim repete-se 0 ciclo, E prudente nio acreditar demasiado em si proprio, em “teoria”, evitando extrapolagdes demasiado grandes com relagao & experiéncia anterior. No campo das fundagdes (e de obras civis) porém o ritmo de erescimento © de exigéncia imposto pela sociedade tem contrariado totalmente a sugestio supra de prudéncia. Exemplo:’ cargas de edificios cresceram aproximadamente: Ano = [__194% 1953) 1956 1958 1962 [actual Carga t {500 1200 3300, 5270. 8700 [18000 Edificio, Copan_| Talia [ Pauliceia [Cemig BH’ As tarefas do projecto de fundagies (assim como todas as demais da Engenharia Civil) permanecem essencielmente as mesmas que em tempos passados, mas 0s niveis de exigéncia elevaram-se quase exponencialmente, fazendo com que tenha mudado 0 critério condicionante, 0 que vale dizer, fazendo com que estejam erradas, actualmente, muitas das mais consagradas recomendagdes de projecto de ha 25 anos. ‘Ao mesmo tempo cabe salientar que como os avangos tecnolégicos irradiam das sociedades mais evoluidas, ocorre uma pressio forte no sentido de se tomar mais ¢ mais exigentes os critérios de aceitagdo. Na importaggo de avangos 56 tecnolégicos & portanto importante distinguir entre os meios (de célculo, etc.) que ¢ do nosso interesse importar quanto mais modernos e aptos melhor, ¢ as ‘metas (decisio) que devemos ter a sabedoria de rechagar as demasiado exigentes ¢ caras que onerariam as nossas obras num estégio prematuro do nosso desenvol- vimento. Indiscutivelmente resulta dai um factor de retardamento do proprio desenvolvimento a que mos propomos. Por exemplo, se um critério de recalque maximo de 25 om e de recalque diferencial especifico méximo de 1:300 ¢ citado em publicagées inglesas, ete. para evitar fissuramento de acabamento, nio hd motivo nenhum para que nio se aceite, na maioria das nossas obras, critérios muito. menos exigentes considerando que os custos de consertos de-fissuras podem ser muitissimo menores do que 0s custos de projecio ¢ execugio de fundagio para as evitar: ¢, nem a Inglaterra nem os E.U. no seu desenvolvimento ésico, hé 30 ou mais anos (em estigio comparivel ao nosso actual) tiveram jade de onerar as suas obras da época com tais critérios de sequer @ possibili decisio demasiado rigidos. Para a discussdo geral dos problemas de fundagdes usaremos como referéncia bisica a fundagio directa. A seguir prosseguiremos com a particulari- zagao para fundagbes por tubuldes e por estacas.. 2~ Rotura em comparagao com recalques fenémeno carregamento-recalque até a “rotura” é realmente absolutamente ‘continuo: rotura corresponde ao recalque acentuado e incessante sem aumento de carregamento. Na pritica, a maioria dos problemas de fundagées so problemas de recalques, por causa do nivel de exigéncia relativamente apertado da superestrutura. Mas nfo devemos-esquecer que a andiise Jiminar, em separado, da seguranga perante rotura (rigido-plistica, etc.) & um pré-requisito. Os parémetros criticos condicio- nantes diferem para cada anilise: por exemplo, 0 carregamento rapido geralmente 37 € © mais critico para rotura, enquanto que 0 Jento € 0 que acentua recalques € portanto é necessério para orientar quanto a estimativas de recalques. 3 ~ Todas as prescrigdes para fixagio de pressdo admissivel (por exemplo, as de Terzaghi-Peck, 1948, e as de todos os livros posteriores, que nio tiveram 0 conhe- cimento ou a coragem para divergir de Terzaghi-Peck) actualmente deixami de valer, quer porque nio estabeleceram claramente a qual dos critérios se’ prendem = orut /CS. ou ~ 0 de recalque admissivel quer porque no fornecem indicagdes de como ajustar para (1) diferentes solos (2) diferentes portes (carregamentos) de edificios, e (3) diferentes graus de exigéncia dos edificios quanto a recalques ¢ fissuramentos admissiveis. Quanto a solos: apenas em argilas de baixa plasticidade, 0 critério condi- cionante & 0 de rotura (principalmente perante carregamentos répidos, ex.: silos, tanques, descimbramento de pontes, etc): jd em argilas de alta plasticidade, os recalques acentuam-se, pasando em geral a ser condicionante o critério de recalques admissiveis. Em siltes ¢ areias (solos com valor de ® significativo) © critério de rotura s6 pode ser condicionante para sapatas muito pequenas, e em construgdes de maior porte automaticamente passa a ser condicionante o critério de recalques. Quanto ao porte dos edificios ~ Em todo e qualquer solo o valor de orut tende a aumentar com o tamanho da sapata (apenas em argilas “puras” de orut = 6c © valor no minimo permanece constante) ¢ portanto 0 valor de oad baseado em orut/CS. aumentaria, Enquanto isso, em todos os solos os recalques aumentam, para 0 mesmo valor dé ¢, com a dimensio’da sapata. Portanto, mesmo que para construgdes pequenas fosse condicionante o critério de rotura, inescapavelmente com 0 aumento do tamanho do edificio em algum ponto passara a ser condicionante o critério de recalques inadmissiveis. Quanto ao grau de exigéncia, como em geral 4 medida que os edificios aumentam de porte os niveis de exigéncia tém aumentado, o resultado ¢ fazer com que ocorra mais cedo 0 ponto em que transicionamos de critério de rotura para critério de recalques. 58 4 ~ Fundagées directas 4.1 — Formulério basico teérico 41.1~ Para cileulos de rotura temos as formulas bésicas ditas “didécticas” de Terzaghi orut ~ 6c para arglas saturadas, carregamento ripido tal ques = ¢, o-P orut = yR QN,?-1)_ sendo Ng (1+seng)/(1~seng) © para o caso de solo genérico, sapata corrida, temos a formula de Terzaghi i 3 orut = CN, + DN, + yBN, Para a qual todos os livros fornecem grificos dos eat parimetros N., Ny ¢ Ny variando com 9. Fig.2 ‘Cabe lembrar que ha uma dezena de anos Krizek (ASCE) publicou trabalho tornando desnecessirios 0s grificos, pois mostrou por mera correlagio: numérica, que dentro de’ precisio melhor do que 5% os valores podem ser escritos como 228 + 4, N, ~ Mesa rape SDT < Ny may e ON ate © valor de @ em graus entrando como numero puro. Assim a formula genérica de Terzaghi pode ser escrita como (228 +43.) C + (40 +509) WD + 3oyB orut ~ valendo-se, evidentemente, para & 35° Ja demonstramos (State-of-the-art Report “Foundations in clay”, Mello, 72 Congreso ISSMPE, México 1969) que por enquanto ¢ absurdo dispender muito esforgo em discutir formulas diversas, mais “aprimoradas” da matemética rigido- -plistica, ete., porquanto no fendmeno de orut estéo realmente em jogo simul- taneamente, trés tipos de @ do solo, 4 (@) a forma da superficie de rotura 6 condicionada pelo @ verdadeiro, Portanto @ lento; 59 (b) a variagdo de resistencia com a profundidade, ds/dyz 0 longo da super- ficie de rotura, portanto um @ adensado-ripido; (©) a variagio de resisténcia com o proprio incremento de pressio, ds/do, Portanto.um @ Fépido. Na pritica, geralmente € possivel trabalhar bem do lado da seguranca ‘adoptando parimetros de ensaios rapidos, sem comprometer a economia do projecto Pois conforme dissemos, 0 critério de rotura no costuma ser condicionante. 4.1.2 ~ Para céleulos de recalques distinguimos entre: ~ recalques directos (os do préprio bulbo de pressio da sapata); ~recalques profundos (os de camada profunda de argila, segundo teori¢ edométrica de Terzaghi). Existe uma variante proposta por Skempton-Bjerrum (Geotechnique 1957) mas no encontrou penetragio na pratice profissional. Nao precisamos de repetir 0 formulrio basico dos recalques edométicos he ABs ©, 90 caso de solo normalmente adensado, recalques na recta de compressio virgem p+ Ap WR, Tem sido difundida uma nocio, valida antigamente em primeiro grau de aproximago para carregamentos pequenos, de que ndo hd recalques abaixo da pressio de pré-adensamento. Tal nogio € hoje obviamente nociva, por nio atender 4 problemas de maiores carregamentos e de niveis de exigéncia mais apertados. Cabe' Iembrar que 0s Indices de Expansio ¢ de Recompressio em geral correspondem a cerca de 10 a 30% do respectivo Indice de Compresséo Virgem, € portanto o recalque no trecho de recompressdo (abaixo da pressio de pré-aden- samento) pode ser significativo. Ac = ©, Em ensaios de taboratério feitos entre nés tem merecido muito pouca atencao o valor de Ce e Cre comparado como Ce, 42. = Prescrigdo de bolso, primetro grau de aproximacao 42.1 - Comegou com Terzaghi-Peck (1948) a indicaglo de valores de oad para argila plistica saturada na base de 0,4 ~ R, ~ SPT/, ke/om?. Seguiram-se sugestdes nossas (Sio Paulo) que nJo encontram paralelo em qualquer outro lugar, € que tiveram inicio com a tentativa de Rui Leme (1953) de correlacionar estatisticamente valores de Indice de Resist&ncia a Penetragio com resultados de prova de carga sobre placa. Em resumo podemos dizer que emprega-se na pritica profissional inconfessada, essencialmente sem distingio. de solo, algo, como ond ~ SPT/S ou oad ~ 4/SPT - 1 kp/em? fas duas prescrigdes praticamente coincidindo na gama de vatiagdo dos dados disponiveis, 4 5 mm (todo 0 atrito desenvolvido), © constante do topo & base do tubuldo (compressio elistica do tubulio désprezivel). Para fins de célculo de recal- lateral e a reacgdo da base comegam a (rabalhar (a) Consideremos P = 500 t e comprimento do tubuldo aumentando de 1=8m para 1=12m e 1= 20m, Para o conc = 50Ke/em? Af=1m? d~1,10m Para onom = SOt/m? — Ab= 10 m’D~3,6m Atrito desenvolvido A= 5(I,10)n1 = 17351 Ag = 139t Ay = 2081 Ay = 346 (PB = 361t (Po)12 = 292 (Pb)20 = 154 O real = 36,1 Um? 29.2 vm? 154vme sci Sil saps 292 36 IsAlel vas p base » Toy x 20 x-35 «20x 33 Tp, * 20 x a = 325 mm = 26,3 mm = 39 mm 71 ‘Admitindo a mesma pressiio nominal de projecto (da base), para a mesma ‘carga 0s recalques tornam-se muito menores com 0 aumento de comprimento do fuste, Na realidade 0 efeito é mais acentuado porque mesmo em “argila homogénea” oatrito {(t/m2) sempre aumenta um tanto coma profundidade. Também a curva tensio-deformagao da base € um pouco inclinada: _ Aomiri00: Fig.8 Peat por outro lado a relago_p aD € um pouco pessimista porquanto o solo melhora com 0 aumento da profundidade do bulbo de pressio. (b) Veiamos agora para 12 m, a vatiagio do comportamento com mudanga da carga Pt (edificios maiores). Consideremos duas outras cargas Pt = 15001 ¢ Pt = 3000t Ro = sot * P= 1500t P= 3000t Ar 1m? 3m 6m? d 110m 1,96 m 27m A = 208t 370t 20 Para o nom = 50 t/m? A, = l0m?D=36m | 4, = 30m?D=6)8m ]A, = 75m? D=9,78m 2920 1130 2480 t a um? 37,6 im? 33,0 vm? a -Pdxmx36 Se io Se Se x 20x38 = 263 mm = 58mm = 93 mm 6 ~ Estacas. Em estacas individuais, ultrapassando de alguns a dezena de milimetros de recalque ja se entra praticamente em condigdo de rotura (especialmente em estaca curta, que se aproxima mais de estaca incompressivel). Portanto, por um lado 0 assunto de“recalgue nao tem sido condicionante, ¢ por outro lado conforme demonstrado por Davis ¢ Poulos, 0 célculo de recalque de estacaria presta-se muito bem a cilculos de macigo elastico. 72 7 No podemos reproduzir aqui a série de Abacos desenvolvidos por Davis € Poulos e colaboradores (1968-1973), permitindo estimar recalques de estacas individuais e de grupos de estacas em condigdes diversas. (© assunto de recalques de estacaria passa a merecer atengo quando se trata de estacas compridas, estacas flutuantes, ¢ grandes grupos de estacas. ‘Medidas de recalques de edificios em Sao Paulo tém indicado que grupos de até 6 estacas chegaram a dar recalques da ordem de 3 a 5 vezes o recalque da estaca unitaria. Vesic sugere para o grupo de estacas em areia a formula aproximada polp: = 05020) VB/B sendo B a disténcia centro-a-centro das estacas extremas do grupo, e B a largura dda estaca unitéria. — Recalques admissiveis. 7.1 — Consideram-se recalques totais, recalques diferenciais de tombamento ou inclinagao, recalques diferenciais especificos (de distorgao angular). 72 ~ Critérios distintos = iminéncia de “rotura” da fundagio = danos tolerados pela estrutura e arquitectura. Compreensivel que critério para estaca ¢ frequentemente mais severo do {que para placa: ex.: em muitas estacas (de atrito, pequeno diimetro, etc.) 5 mm * de recalque pode estar préximo de “rotura”, enquanto placa pode tolerar recalques muito maiores (depende de B) sem qualquer implicagéo quanto 4 rotura. Impor- tante notar, porém que pelo mesmo raciocinio codigos para provas de cargas sobre estacas devem ser criteriosamente revistos, de estaca para estaca. 73. — Melhor indicagao actual, para distorgdo angular, é Bjerrum 1963. Citada por todos. Recalque dif. especifico entre 1:150 1:750 sio os limites citados inicio de dano estrutural. fundagdes de miquinas sensiveis. 73 74. ~Realmente essas indiengées, em emprezo por falta de melhores, incluem erro conccitual de nao distinguir entre recalgues calculados (em funcdo dos quais'se toma a decisio de projecto) e reealques observados que terio provocado fissuras e danos. O problema de decisfo é: que magnitude de distorpdes calculadas serio aceitiveis? i Primeiro introduzimos Factor de correcgio n entre valores calculados e medidos para condi¢des absolutamente anilogas escritério : campo; ex. calculo de base flexivel circular (lanque) Ap, correspondeu (por diversos parimetros deerro ete) a ndp, observado.O factor n esta associado a técnicas de amostragem, de ensaio, de céilculo, etc, Independentemente, por observagées em estruturas diversas (semi-rigidas) estabelecemos a distorgio Ap, correspondente ao inicio de fissuramento con: derado indesefavel. Que rélagdo hé entre nAp, © Ap»? Depende da rigidez! Obviamente, se a estrutura rachou, ipso-facto ocorreram redistribuigdes de tensdes, de forma que nfo se pode equacionar ndp, € Ap). Se mediante céleulos iterativos pudéssemos redistribuir as cargas aplicadas até que distorgdes calculadas sejam Ap, poderiamos estabelecer (em prin- cipio, muito simplificado) um factor \ de “redistribui¢ao por distor¢io” para a estrutura, tal que nMp, = Ap. Consequentemente, a decisio de projecio tomada na base do valor estimado nMMp,, “€:0 conhecimento de que 0 ser limite admissivel foi observado como Ap). Observe-se que concomitantemente 0 recalque maximo calculado , que seria transformado para _np,, pela correceio éscritério-campo, nao seria reduzido a nip,, pela rigidez: em mudar de um caso totalmente flexivel para um total mente rigido o recalque maximo (do centro) reduz para 8% enquanto a distoreio, reduz para zero. O factor de correcgio_n depende de erros diversos, cumulativos e/ou com- pensantes, ete. Em relagéo ao factor A, assumindo n = 1, obviamente se uma estrutura fissura com distorpdes Ap, significa que cla poderia ser projectada para valores Mp, (de carga Mexivel) maiores em célculo: obviamemte A <1. Nao existe informacdo directa (estrutural-arquitectonica) sobre a ordem de srandeza do factor ' de redistribuigo correspondente a estruturas diversas semictigidas, na condigio maxima de inicio de fissuramento considerado admissivel. Porém, como engenheiros temos que procurar algum indicio para atender a0 problema enquanto le néo puder ser resolvido melhor. Recorrendo 14 20 proprio trabalho de Bjerrum notamos terem sido fornecidas duas curvas limite, de comparagio de recalques diferenciais Ap em fungio dos valores maximos de p observados, sendo que uma das curvas 6 designada como relativa a estruturas (flexiveis, © @ outra relativa a estruturas rigidas (isto €, essencialmente rigidas ‘em termos préticos). Comparando as duas curvas concluimos que ‘haja um valor limite essencialmente constante de A ao redor de 0,6 a 0,66 em toda a gama de recalques observados até 45 cm, 0 que implicaria na concluso de que para estruturas “rigidas” as distorgdes calculadas admissiveis poderiam ser da ordem 1,0/0,66, isto ¢, da ordem de 15 vezes as dos critérios fixados para Ap). Lamentavelmente 0s autores no esclarecem se a curva limite do caso “rigido” corresponde ao limiar de provocagdo de fissuras. Temporariamente presumimos set admissivel aceitar recalques diferenciais especificos calculados da ordem de 50% maiores do que os que se registrou terem provocado os dangs que se considerara admissiveis. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1 = TERZAGHLPECK, WILEY, 1948, 1967 ~ Soil Mechanies in Engineering. Practice 2 ~ KRIZEK, R. J., 1965 ~ “Approximation for Tereagh's bearing Capacity fators”. ASCE Vol. 91, 5M_2,p 1 3 ~ MELLO, VICTOR F. B., 1969 ~ “Foundations of buildings in clay Report, Th ISSMFE Conference, Mexico, Special Volume, p. 4. 4 ~ SKEMPTON, A. W. ¢ BJERRUM, L, 1957 ~ “A contribution to the setlement analysis of foundations in clay” Geotechnique, Vol. 7, p. 168. 5 = LEME, RUY A. . 1953 ~ “Previsto estatstica da tens¥o admissivel das argils baseada ‘na resisténcia& penetrapio™ Anais, Assoc: Bras. Mec. Solos 6 ~ MELLO, VICTOR F. B., 1971 ~ “The Standard Penetration Test” State-ofthe-Art Report, ‘4h Panam SMFE Conference, Puerto Rico, Vol. 1, . | 4 7 GIBBS, H. J. e HOLTZ, W. H.,1957, U.S. Bureau of Reclamation ~ “Research on determining the density of sands by spoon penetration testing”, 4h ISSMFE Cont. London, Vol. 1,9. 33, 8 = BJERRUM, L. © EGGESTAD, A., 196) ~ “Interpretation of loading test on sand", European Conf. SMFE, Wiesbaden Vol. 1, p. 199 9 = SCHMERTMANN, J. H., 1970 ~ “Static cone to compute static setlement over sand [ASCE Vol. 96, $M 3, p. 1011 10~ Large Bored Piles, Symposium, 1966, London, Insti M1 = VESIC, A. S., 1967 = *A study of bearing capacity of deep foundations™ Final Report, Goria Institute of Technotony. —* 12~ DAVIS, . It, ¢ POULOS, B. E. - University of Sydney, Many publications in Geotechnigue, appropriately Joined in a “Postgraduate course on Analysis and Design of Pile Foundations", August 1972. 75 , State-oftheart jon of Civil Engineers.

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