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] COLEGIO MARISTA ae O LUIS Nome: Nr Série/Ano: Turm: Prof. Claudia Freire Frena DE KELP SIR BORAGE? INTERPRETACAO DE TEXTO POR QUELER? Linguagem e realidade estao intima e dinamicamente relacionadas. A leitura nos permite captar as intimeras mensagens que tecem a vida cotidiana. Ler os textos. Ler 0 mundo. E importante nao apenas desenvolver a andlise ¢ 0 entendimento, mas também o gosto de ler. A alegria de desvendar os textos. De conviver com seus mistérios. De descobrir as suas relagdes. De construir sentidos/significados dentro do conjunto de possibilidades apresentadas pelos textos. Precisamos descobrir a importincia da leitura em nossas vidas, em nossa busca de sentido nos textos que Jemos e com os quais podemos dialogar de forma criativa e criadora. Para um bom leitor, o lido se mistura com o vivido. A leitura € a0 mesmo tempo pulsagao, gosto, prazer, organizacdo das ideias e reconhecimento do texto. COMO LER? A pergunta por que ler vamos associar, a partir de agora, um novo elemento: trata-se do como ler, Se ler é uma forma de viver, se leitura do mundo ¢ da palavra estéo umbilicalmente ligadas, uma complementando a outra, 0 como fazé-lo é uma forma de dar sentido a vida, ou melhor, de procurar os sentidos, ao invés de aceité-los prontos. Para conseguirmos desenvolver a nossa potencialidade como leitores, precisamos perceber uma distinggo essencial entre duas "imagens" de leitura: a leitura como atividade mecénica, passiva, consumista ¢ a leitura como atividade ativa, reflexiva, critica. Enquanto a primeira esté ligada & ideia de quantidade, a segunda caracteriza-se pela qualidade. Na primeira, temos a impressio de que lemos quando na verdade o que fazemos é apenas acumular dados, informagGes que logo desaparecem de nossa mente. Na segunda, hé nao s6 uma apreensao do lido como também uma integracao entre 0 lido € 0 vivido. Apreender, isto é, assimilar 0 contetdo de um texto implica, portanto, a sua incorporacao a0 nosso mundo. Incorporar o texto significa digeri-lo, significa conviver com ele, aceitando-o ou negando-o, aceitando-o € negando-o 20 mesmo tempo, ou seja, estabelecendo um didlogo através do qual 0 leitor se constitui como sujeito do ato da leitura: um ato que pode assim ser criador meramente reprodutor. Quando lemos desta maneira estamos realmente construindo significados, ao passo que quando Jemos da primeira forma mencionada estamos realizando uma antileitura, estamos nos alienando do ato de ler. Isto porque este ato pressupde um exercicio de selecio, de percepcao do que é essencial e do que € secundario no texto lido, de reconhecimento de suas ideias centrais, dos modos pelos quais tais ideias, se relacionam e so demonstradas pelo autor. Por estas raz6es, néo podemos ser bons leitores sem nos termos transformado em leitores dinamicos, apaixonados em nossa relacao com 0 texto, ao invés de dispersos, indiferentes. Tudo isso indica que ler € um processo € que ter acesso & leitura é se dispor a vivenciar esse proceso, cuja condicao primordial é a propria pratica de ler. Lendo, relendo, voltando a ler, escolhendo 0s textos fundamentais de nossas vidas e, principalmente, gostando de ler vamos nos construindo como leitores. (Emilia Amaral, Severino AntOnio € Mauro Ferreira ~ adaptado) ERROS CLASSICOS DE ENTENDIMENTO DO TEXTO Para um bom trabalho de entendimento do texto é preciso muita atencio. Deve-se identificar as ideias centrais e secundérias, tendo a preocupagao de nao incorrer nos erros clissicos de entendimento do texto, que sio basicamente trés: extrapolacio, redugio e contradicio. Reconhecer estes erros, conhecer 0 processo égico que ocorre em cada um deles é de importancia vital para superé-los. EXTRAPOLACAO O ero de extrapolacao acontece quando saimos do contexto, quando acrescentamos ideias que nio estdo presentes no texto. Ao extrapolar, vamos além dos limites do texto, fazemos outras associacées, evocamos outros elementos. Geralmente, 0 processo de extrapolacio se realiza por relagdes andlogas: uma ideia lembra outra semelhante © saimos do texto. Outras vezes, a extrapolagao acontece pela preocupacdo de descobrir pressupostos das ideias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupagao de se tirar conclusées das ideias do texto, mas j4 pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussio. REDUCAO O erro de redugao, também chamado de particularizacao indevida, ocorre quando abordamos apenas uma parte, um detalhe, um aspecto menor, menos importante do texto, aspecto esse que ¢ insuficiente para explicar 0 conjunto. Ao cometermos 0 erro de reducio, perdemos de vista os elementos ¢ as relagdes principais que compéem 0 texto. CONTRADICAO, Cometer 0 erro da contradigdo € chegar a uma conclusio contrat a0 texto, interpretar 0 texto de maneira contréria ao seu contetido. Explica-se o erro da contradi¢ao por alguma razao, tal como uma leitura desatenta, a nao percepgio de algumas relagies, a incompreensio de um raciocinio, a perda de uma passagem no desenvolvimento do texto. Apresentaremos, a seguir, um exemplo de erro de entendimento do texto. ‘A tradicao é importante. E democrética quando desempenha a sua funcdo natural de prover a nova geraco com um conhecimento das boas e més experiéncias do passado, isto é, a sua fungio de capacité-la a aprender as custas dos ertos passados a fim de os nao repetir. A tradi¢ao torna-se a ruina da democracia quando nega & geracéo mais nova a possibilidade de escolha; quando tenta ditar 0 que deve ser encarado como "bom" e como "mau" sob novas condigdes de vida. Os tradicionalistas facil e prontamente se esquecem de que perderam a capacidade de decidir 0 que nio é tradigio. Por exemplo, o aperfeicoamento do microse6pio nao foi conseguido pela destruig4o do primeiro modelo: 0 aperfeicoamento foi realizado ‘com a preservacdo e 0 desenvolvimento do modelo primitivo a par com um estgio mais avancado do conhecimento humano. Um microsc6pio do tempo de Pasteur néo capacita 0 pesquisador moderno a estudar uma virose. Suponha agora que o microscépio de Pasteur tivesse 0 poder ¢ 0 descaramento de vetar 0 microso6pio eletrénico. Os jovens nao sentiriam nenhuma hostilidade para com a tradigéo, nao teriam na verdade senio respeito por ela se, sem se arriscar, pudessem dizer. Isto nés 0 tomaremos de vocés porque € convincente, é justo, diz respeito também 2 nossa época e passivel de desenvolvimento. Aquilo, entretanto, no podemos aceitar. Era stil e verdadeiro para 0 seu tempo - seria indtil para nés. E esses jovens deveriam preparar-se para ouvir dos seus filhos as mesmas palavras.. (Wilhelm Reich - A revolugdo sexval) EXTRAPOLAGCAO: 0 texto fala sobre o papel dos cientistas na sociedade e sobre a importincia da ciéncia para a democracia, que € 0 melhor sistema de governo. REDUCAO: 0 texto fala sobre a importancia do microscépio, instrumento primordial de investigacio cientifica. CONTRADICAO: 0 texto afirma que a tradicdo sempre € um empecilho para o desenvolvimento de conhecimento humano. Como voce vé, no primeiro caso, a afirmativa sai dos limites do texto, volta-se para outro assunto (papel dos cientistas na sociedade, ciéncia e democracia), No segundo caso, reduz-se 0 texto a questio do microscépio, que € apenas um exemplo usado. No terceiro caso, conclui-se 0 oposto do que o texto afirma: a tradicao seria sempre um obstéculo. A compreensao correta do texto apresentaria os seguintes elementos ¢ relacdo: + a importancia da tradicao; «+ a tradigio, quando é democratica e fornece elementos sobre as experiéncias do passado; + a tradigio, quando é antidemocratica ¢ tenta ditar 0 que € bom ou mau, em diferentes condigées de vida; + o exemplo do microsc6pio, nos dois casos. Agora, vamos interpretar um texto, procurando nao incorrer nos erros cléssicos de entendimento. (PUCCAMP-SP) Instrugdes: As quest6es de nlimero 1 a 5 referem-se ao texto abaixo. Sera que podemos procurar jé na infancia os primeiros tracos de atividade imaginativa? A ocupacio favorita e mais intensa da crianca € 0 brinquedo ou os jogos. Acaso nao poderiamos dizer que, ao brincar, toda crianga se comporta como um escritor criativo, pois cria um mundo préprio, ou melhor, reajusta os elementos de seu mundo de uma nova forma que Ihe agrade? Seria errado supor que a crianga nao leva esse mundo a sério; 20 contrario, leva muito a sério a sua brincadeira e nela despende muita emocio. A antitese do jogo nao é 0 que € sério, mais o que é real. Apesar de toda a emocio com que a crianga vivencia seu mundo de brinquedo, ela o distingue perfeitamente da realidade. Ao crescer, as pessoas param de brincar e parecem renunciar ao prazer que obtinham do brincar. Contudo, quem compreende a mente humana sabe que nada € to dificil para 0 homem quanto abdicar de ‘um prazer que jé experimentou. Na realidade, nunca renunciamos a nada, apenas trocamos uma coisa por outra, O que parece ser uma renincia é, na verdade, a formagao de um substituto. Da mesma forma, crianga em crescimento, quando para de brincar, s6 abdica do elo com os objetos reais; em vez de “brincar", ela agora "fantasia". Constréi castelos no ar e cria 0 que chamamos de "devaneios". adulto pode refletir sobre a intensa seriedade com que realizava seus jogos na infanci e equiparando suas ocupagdes do presente, aparentemente tdo sérias, aos seus jogos de crianca, pode livrar-se da pesada carga imposta pela vida e conquistar 0 intenso prazer proporcionado pelo humor. O1. Assinale a alternativa correspondente ao tema em torno do qual se organiza 0 discurso acima. a) Brinquedos e jogos infantis. 4) A seriedade e o humor. b) Acrianga e 0 adulto. ¢) A atividade imaginativa. c) O escritor criativo. 02. De acordo com 0 texto: 1) as pessoas s6 aparentemente renunciam ao prazer das brincadeiras infantis, pois 0 que ocorre, na realidade, é a substituigao do brincar pelo fantasiar. ») hé situagdes em que o ser humano se vé diante de um dilema: brincar ou assumir com seriedade a vida real. ©) acrianca leva muito a sério suas brincadeiras porque ela confunde os castelos que constréi no ar com a verdadeira realidade 4) 0 tinico modo que 0 homem tem para livrar-se do peso imposto pelas responsabilidades da vida é assumir o espirito humoristico. ©) € dificil abdicar de um prazer que ja se experimentou, mas 0 homem, para assumir- deixa de lado as fantasias e devaneios. como adulto, 03. O texto afirma que: a) brincadeira implica seriedade, assim como toda forma de prazer passa pelo humor. b) a formacéo de substitutivos € 0 mecanismo que 0 homem tem para abdicar de sua capacidade de devanear. ©) criar significa dar uma nova ordem aos elementos que estio a disposicio de cada um em seu mundo. 4d) a falta de seriedade da crianca, ao lidar com o real, mostra que ela vé como antitese a seriedade € a brincadeira. e) escritor criativo é aquele que se comporta como crianca, emocionando-se com sua criagio estabelecendo elos com os objetos reais. 04, Observando o tipo de composigao do texto, conclui-se que ele é: 4) narrativo com elementos dissertativos. ») dissertativo com elementos narrativos. 6) narrativo. d) descritivo. ¢) dissertativo 05. "Seria errado supor que a crianga nfo leva esse mundo a sério; a0 contrario, leva muito a sério a sua brincadeira e nela despende muita emocio.” ‘Assinale a alternativa correspondente as palavras que poderiam substituir, sem alteragdo de sentido, as que estdo grifadas no excerto acima. a) presumir - goza b) imaginar - gasta ©) conjeturar - desfruta 4) afirmar - consome ©) deduzir ~ poe ‘Avenida Ful Babosa, 1104 ~ Gragas ~ Reofe/PE~ CEP: 52050600 Telefon: (81) 4000 955 Fax: (8) 9427-5011 hohlemarisincomby ONPL-10847 82700003

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