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A Dana/ Soneto XVII

No te amo como se fosses rosa de sal, topzio


ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que no floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graas a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque no sei amar de outra maneira,
seno assim deste modo em que no sou nem s
to perto que tua mo sobre meu peito minha
to perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
NERUDA, P. Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2006.

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