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soa oF cag assocana 4 ARIAS PROPREDADES. Portaria n.° 189/91 de 6 de Marco Com a publicacdo do Decreto-Lei n.° 159/90, de 18 de Maio, foi posto fim a um vazio legislativo em ma- téria de fabrico e comercializagao de sumos e néctares de frutos, impondo-se agora uma regulamentagdo ¢s- pecifica, de modo a satisfazer ndo s6 as exigencias da Directiva do Conselho n.° 75/726/CEE, de 17 de No- vembro, com as rectificagdes introduzidas pelas Direc- tivas n.° 79/168/CEE, de 5 de Fevereiro, 81/487/CEE, de 30 de Junho, ¢ 89/394/CEE, dé 14 de Junho, mas também as necessidades de um sector que tem no mer- cado portugués uma significativa expresso econémica, Assim, nos termos € para os efeitos do disposto nos artigos 2.°, 3.° ¢ 5.° do Decreto-Lei n.° 159/90, de 18 de Maio: Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura, Pescas ¢ Alimentagao, que seja aprovado o regulamento que estabelece o regime a que deve obedecer a produ- go € comercializagdo dos sumos e néctares de frutos. Rogulaments dos sumos 6 néctares de frutos CAPITULO I Disposigdes gerais Artigo 1.° A to do diplome O presente regulamento define e caracteriza 0s su- mos, sumos concentrados, sumos desidratados e néc- __DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-B N.2 54 — 6-3-1991 tares de frutos e estabelece as regras a que devem obe- decer a obtengao, composigo, acondicionamento e ro- tulagem daqueles produtos, para os efeitos estabeleci- dos no Decreto-Lei n.° 159/90, de 18 de Maio. Artigo 2.° Definigdes Para efeitos do disposto no presente diploma, entende-se por: @) Fruto — 0 fruto fresco ou conservado pelo frio, com exclusdo do tomate, so, isento de ‘qualquer alteragdo, dotado de todos os compo- nentes essenciais para 0 fabrico de sumos ou néctares de frutos e que tenha atingido o grau de maturagao adequado; b) Polme de frutos — 0 produto fermentescivel, mas ndo fermentado, obtido directamente da parte comestivel de frutos inteiros ou descas- cados por peneiracdo, sem eliminagdo do sumo; ©) Polme de frutos concentrado — 0 produto ob- tido de polme de frutos por eliminacao fisica de uma parte determinada da Agua de consti- tuigdos d) Sumo de frutos: @) © produto liquido fermentescivel, mas ndo fermentado, extraido de frutos por processos meciinicos, apresentando a cor, © aroma € 0 sabor caracteristico dos fru- tos donde provém; ou 5) © produto obtido através de sumo de frutos concentrado, por restituigao da proporgio da dgua extraida do sumo aquando da concentragao e do seu aroma através das substéncias aromatizantes recuperadas durante a concentracdo do préprio sumo de fruto ou de sumo de frutos da mesma espécie; €) Sumo de frutos concentrados — 0 produto ob- tido a partir do sumo de frutos por eliminagao fisica de uma determinada parte da dgua de constituicdo, devendo a concentragao ser, pelo menos, de $0% quando o produto se destinar a0 consumo directo; A) Sumo de frutos desidratado — 0 produto ob- tido a partir de sumo de frutos por eliminacdo fisica da quase totalidade da 4gua de consti- tuigdo; 8) Néctar de frutos — 0 produto fermentescivel, ‘mas néo fermentado, obtido por adigdo de Agua e agiicares ao sumo de frutos, ao sumo de frutos concentrados, ao polme de frutos con- centrado ou a uma mistura destes produtos que se apresente conforme o estabelecido no mapa anexo; ) Sumo e polpa de frutos ~ 0 néctar de frutos ‘obtido exclusivamente a partir de polme de fru- tos eventualmente concentrado. N.8 54 — 6-3-1991 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-B 1161 CAPITULO II Obtengio, compos igo € caracteristicas Artigo 3.° 1 —Na obtencao dos sumos, sumos concentrados, sumos desidratados e néctares de frutos apenas podem ser utilizados frutos que correspondam a definigao constante da alinea a) do artigo 2.° 2— A Agua a utilizar deve apresentar as caracteris- ticas adequadas ao fim a que se destina, nomeadamente os aspectos quimico, microbiolégico ¢ organoléptico, de forma a garantir as qualidades essenciais dos sumos € néctares de frutos. 3 — No fabrico de sumos de frutos apenas é permi- tida a utilizagdo dos seguintes tipos de aguicar: Agiicar semibranco; Agiicar (agiicar branco); Agticar branco extra; Dextrose mono-hidratada; Dextrose anidra; Xarope de glucose di Frutose. idratado; 4 — Na obtencao de sumos de frutos reconstituidos € néctares de frutos podem ainda ser utilizados: Agticar liquidos Agticar liquido invertid Xarope de agticar invertido; Xarope de glucose; A solugao aquosa de sacarose que satisfaga as se- guintes caracteristicas: a) Residuo seco — minimo 62% em massa; +) Teor de agicar invertido — maximo 0,3%, fem massa do residuo seco (razdo entre fru- tose ¢ dextrose 1,0+0,2); ©) Cinza condutivimétrica — maximo 0,3%, em massa do residuo seco; @) Cor da solugao — maximo 75 unidades ICUMSA: €) Teor residual de didxido de enxofre — ma- ximo 15 mg/kg de residuo seco. Artigo 4.° Frutos 1 — O sumo de citrinos sé pode provir do endocarpo do fruto. 2 —O sumo de lima pode ser obtido a partir do fruto inteiro, de acordo com as boas praticas de fa- rico, devendo ser reduzida ao minimo a presenga no sumo de constituintes das partes exteriores do fruto. Artigo 5.° Agicares 1 — Nos sumos de frutos 0 teot maximo de agtica- res permitido, expresso em residuo seco total, ¢ de 15 g/l de sumo, para efeitos de correccdo tecnoldgica. 2 — Para obtengio de um gosto adocado os teores maximos de agiicar permitidos nos sumos de frutos so 0s seguintes: @) 40 g/\ de sumo — no sumo de maga adogado; 5) 200 g/l de sumo — no sumo de limao, de lima, de bergamota, de grosethas vermelhas, brancas ‘ow negras adocados; ©) 100 g/1 de sumo — nos restantes sumos de fru- tos adogados. 3 — Aos sumos de frutos concentrados pré-emba- lados apenas ¢ permitida a adicao de acicares quando sejam destinados ao consumidor final, devendo a quan- tidade total de agiicares adicionados respeitar os limi- tes fixados nos 1. 1 e 2, 4 — Ao sumo concentrado de laranja nao destinado a0 consumidor final podem ser adicionados agiicares numa quantidade maxima, referida ao residuo seco, de 15 g/l de sumo para correccao tecnolégica, devendo, neste caso, o transformador ser informado desse facto, em_conformidade com 0s usos comerciais, $ — Nao ¢ permitida a adigao de agiicares aos su- mos de péra ¢ de wva 6 — Nos néctares de frutos 0 teor maximo de ai cares nao deve exceder 20% do peso total dos produ- tos acabados. Artigo 6.° Me Nos néctares de frutos & permitida a substituiedo to- tal dos agicares por mel, observado 0 limite fixado no n.° 6 do artigo anterior. Artigo 7.° Processos ¢ iratamentos admitides 1 — No fabrico de sumos e néctares so admitidos: 4) Os processos fisicos usuais, tais como a centri- fugacao, a filtragdo e tratamentos térmicos ade- quados; b) A extracgdo de sumos por difusdo para obten- 40 de sumos de frutos concentrados que nao sejam de uva, ananés, citrinos, damascos, peras ¢ péssegos, desde que o produto final apresente as caracteristicas organolépticas e analiticas equivalents as dos sumos de frutos concentra dos da mesma espécie obtidos por processos mecénicos; ©) A desidratagdo parcial ou quase total dos su- mos de frutos por um tratamento ou processo fisico, com excepgaio da chama directa, no que diz respeito aos sumos de frutos concentrados © desidratados, respectivamente. 2 — Na preparacdo de sumos, sumos concentrados, sumos desidratados e néctares de frutos ¢ ainda admi- tido 0 tratamento através das seguintes substancias, usa- das como auxiliares tecnoldgicos: Azoto; Enzimas pectol Enzimas amiloliticas; Gelatina alimentar; Tanino; Bentonite; Silica-gel; Caulino; Carvao; Adjuvantes inertes de filtragdo (perlites, diatomite lavada, celulose, poliamida insohivel). 3 — Nos sumos de frutos & admitida a utilizagdo de didxido de enxofre ou de qualquer das substdncias a seguir enumeradas, desde que 0 teor total destas subs- ancias, expresso em didxido de enxofre, ndo exceda 10 mg/i de sum Sulfito de sédio; Sulfito acido de’ sédio (bissulfito de sédio); ssulfito de s6dio (pirossulfito de s6dio ou me- tabissulfito de sédio); Dissulfito de potdssio (pirossulfito de potdssio ou metabissulfito de potdssio); Sulfito de calcio; Sulfito dcido de célcio (bissulfito e célcio). 4 — No sumo de uva e sumo de uva concentrado sto também admitidas: a) A dessulfitagdo por processos fisicos; ) A clarificacdo através da caseina, da clara de ovo e outras albuminas animais; ©) A desacidificagdo parcial através do tartarato neutro de potdssio ou de carbonato de calcio, contendo este eventualmente pequenas quan- lidades de sal duplo de cilcio dos dcidos Daartarico € L-malico. Artigo 8.° Sumos de frutos, sumos de frutos concentrados © sumo de frutos desidratados, 1 — Na obteng&o dos sumos ¢ sumos de frutos con- centrados ¢ permitida, respectivamente, a mistura en- tre si de uma ou varias espécies de sumos e ou de pol- mes de frutos, bem como a mistura entre si de sumos € ou polmes de frutos concentrados. 2—A restituigao do aroma aos sumos de frutos concentrados ¢ desidratados apenas pode ser feita atra- vvés das substéncias aromatizantes recuperadas aquando da concentragao ou do decurso da desidrataclo do sumo do préprio fruto ou de outro fruto da mesma espécie. 3 — A adigéo das substancias aromatizantes referi- das no mimero anterior é obrigatéria quando se trate de sumos de frutos concentrados destinados ao con- sumo directo ou de sumos de frutos desidratados. Artigo 9.° Néctares de frutos 1 —Na obtengao de néctares de frutos é permitida ‘a mistura entre si de néctares de frutos de uma ou vé- rias espécies, podendo a mesma ser adicionada de sumo ou de polme de frutos. 2 — No caso referido no mimero anterior, 0 teor em sumo ¢ ou em polme, assim como a acidez total, de- ven corresponder proporcionalmente aos niveis fix: dos no mapa anexo, DIARIO DA REPUBLICA ~ I SERI 3 — Para a obtengdo de néctares de frutos a agua deve ser adicionada numa quantidade tal que nao faca baixar o teor de sumo ou de polme nem a acidez total do produto final para valores inferiores aos fixados no mapa anexo. Artigo 10.° Aditivos 1 — Os aditivos adimissiveis nos sumos, sumos con- centrados, sumos desidratados ¢ néctares de frutos, bem ‘como as condigdes da sua utilizagdo, sao os estabele- cidos na Portaria n.° 833/89, de 22 de Setembro. 2—E proibida a adigao de agicares ¢ Acidos ao mesmo sumo de frutos ou sumo de frutos concentrado. 3 — Quando for adicionado mais de um acido a um sumo de frutos, sumo de frutos concentrado ou néc- tar de frutos, a soma das percentagens relativas & quan- tidade maxima autorizada de cada um dos dcidos nao deve ultrapassar 100. Artigo 11." Substincias resid Os tratamentos e processos previstos no presente di- ploma nao devem deixar subsistir nos produtos trata dos quaisquer substancias em quantidades que possam apresentar perigo para a satide humana. Artigo 12.° Métodos de andlise Para verificacdo das caracteristicas dos produtos re- feridos no artigo 2.° sero utilizados os métodos de Iheita, de preparacZo da amostra e de andlise defi dos nas respectivas normas portuguesas ou, na sua falta, os estabelecidos pelo Instituto de Qualidade Ali- mentar. CAPITULO III Acondicionamento e rotulagem Artigo 13.° Pré-embalados 1 — Os sumos, sumos concentrados, sumos desidra- tados ¢ néctares de frutos destinados ao consumidor 86 podem ser comercializados pré-embalados, salvo 0 disposto no artigo 15.° 2 — Os recipientes utilizados devem ser hermetica- ‘mente vedados ¢ assegurar protecso contra a conta- minagao microbiana. 3 — Quando recuperdveis, os recipientes devem per- mitir a lavagem e ou esterilizagao faceis ¢ ser fabrica- dos em vidro ou outro material inerte, impermedvel ¢ inécuo em relagao ao conteuido, Artigo 14.° Quantidades biquidas Para quantidades liquidas compreendidas entre 0,125 1 e 21 os produtos a que se refere este diploma

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