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Aula 6 - Os Acidentes Esta aula apresenta o concelto de acidentes do trabalho, como parte de um conjunto maior de acidentes. Todos igualmente im- portantes, com leso ou sem leso, devem ser analisados na busca de suas causas. O modelo de espinha de peixe ¢ estudada coma ferramenta de anélise. Fungo de seguranca, teoria de fa- lhas e comportamento seguro s4o, também, aspectos relevantes para a presente aula. 6.1 Acidente de Trabalho ‘A conceituagSe legal do acidente de trabalho, restringe o acidente aquele que provoce lesao corporal ou perturbag’o funcional, ¢ ao mesmo tem- po estabelece equiparagSes de casas acidentarios e de doencas, para fins ‘trabalhistas e previdencidrios. Do ponto de vista legal, a ConstituigSo Federal estabelece: Art.131: Acidente do trabalho - ocorre pelo exercicio do trabalho a servigo da empresa, ou ainda, pela exercicio da trabalho dos seguradas especiais, provocando lesao corporal ou perturbagao funcional, podendo causar tanto a morte como a perda ou redugao da capacidade para o trabalho (temporéria ou permanente) Art. 132: Consideram-se acdentes do trabalho as sequintes entidades mérbidas: |- doenga profissional; | - doengas do trabalho: Nao serdo consideradas como doenca do trabalho: ‘A daenca degenerativa; A inerente @ grupo etério; ‘A que nao produz incapacidade laborativa; A doenga endémica adquirida por segurados habitantes de regiao em que ela se desenvolva, salvo comprovagao de que ¢ resultante de exposicéo ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Art. 133: Equiparam-se também ao acidente do trabalho: Lo acidente ligado ao trabalho - nao é causa Unica, mas contribuiu para a morte do trabalhador, redugSo ou perda da sua capacidade para trabalho, ou produzido leséo que exija atencao médica para a sua recuperagao; I. oacidente sofrido pelo trabalhader no local e no horario do trabalho; Ill. a doenca proveniente de contaminacao acidental do trabalhador no exercicio de sua atividade; IV. o acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora de local e horério de trabalho. Decorrente desta conceituacéo, trabalhador acidentado ou doente poderd pleitear do empregador indenizacées por danos fisicos e morais, e também junto ao INSS os beneficios acidentarios. interesse da anélise de acidentes, contudo, nao deve se restrin- gir somente 20 conceito legal de acidentes de trabalho. A ausén- cia de vitimas com lesdes ou Obitos, nao retira a importancia de um acidente com danos patrimoniais. Nao se trata de viséo de empresas sequradoras, que buscam reparar financeiramente os Figura 6.1: Acidente de trabalho Feo: mg. her dre tesarerepressam danos materiais, principalmente, mas a necessidade de compreender e apre- ender com o evento acidentério e seus riscos. Um acidente que nao tenha gerad vitimas, que ndo tenha sido estudado e que nao tenha controle sobre (5 riscos que 0 motivaram, poder no futuro repetirse, produzindo mortes e ferimentos. Dai a importancia de considerarmos qualquer acidente para fins de andlise, com vitimas ou sem vitimas. 6.2 Analises de acidente ‘Aanlise de um acidente exige observar os fatores humanos, de infraes- trutura, desde aspectos fisiolégicos, psicalégicos, sociais, tecnolégi- ‘cos e de organizagao do trabalho que possam explicar 4 natureza, as cau- sas € consequéncias des acidentes, © modelo abaixo, em forma de espinha de peixe, auxilia 0 analista a perceber todos as fatores intervenientes, que de algum mode colaberou na acarréncia do acidente Uistando-os, ficard mais fécil a visualizago. 0 proximo passo é estabelecer relagdes de dependéncia entre os fatores (deterministicas ou probabilisticas) ‘ou de simples correlago, como vimes anteriormente. MODELO CAUSAL PARA ACIDENTES RELACIONADOS AO TRABALHO: Figura 6.2: Modelo espinha de peixe Fonte: velo, 6 ualagse © Gestdo de isco no Loca! de Taba. Aandlise de acidentes utiliza-se de diversos modelos que tentam explicar de- ‘terminadas as faces do fenomeno acidentario. Levantando hipdteses sobre as relagdes dos fatores, o analista tenta explicar tecnicamente o desenvalvi- mento do acidente. E como um jogo de “quebra cabegas”, montade, peca por peca, onde as interacdes dos fatores séo comprovadas pelas hipdteses levantadas pelo analista A analise de acidentes requer uma visdo holistica e sist8mica do conjunto de fatores, baseando-se na teoria da organizagao e de falhas, ou teoria de controle de falhas, em conceitos basicos e em mecanismo de controle do comportamento. 0 olhar simultaneo para o detalhe (vido reducionista) e para 0 conjunto das interagbes de fatores (visdo sistémica) permitira ao analista perical obter uma resposta cientifica e consistente. Quadro 6.1: Conceitos de andlise de um acidente automobilistico | Canes bisioos emp: Acdentede abatha Mecanisma de produgsode danas Arogslemana ecoisaoce vee Agente agressive: Veieuis an alta welocidade. Alves Pediesires e demals veicuios. ae Se ‘Campo de ago agressive ‘Ao de atrope‘at capatat engavetat abaiaar € colisit. Exposiggo sem protegio. Fala de quarda-copo, mares ndormagio, mapas, mba ee. Evento daneso Perdas materiais, humanas, sociais e ecndmnicas. Danos Lasdes, moe incapectaces. ante: Cardella, 8 Seguranga na Trababa # Prevenyso ce Aidentas: bordagem holistic Fatores Fungi do tisco Figura 6.3: Fungao Seguranga fet: Cerda & Seguranya no Rababia &Previngao ce Acdentes, abordagee, As falhas podem surgir pelos seguintes motives: + Falhas por descuidos internos Pessoal: cansaco, preecupacao e estresse, Externos: falta de infraestrutura, falta de sinalizago e mau funciona- mento das maquinas. * Falha técnica por limitacao de algum recurso, capacidade ou ha- bilidade Exempla: fadiga de material, arranjo fisico inadequado, falta de manutengéo, limitacSo cognitive, falta de habilltacao e falta de conhecimento em emergéncias. * Falhas conscientes: Exempla: devido a conflito de escolha entre duas alternativas. 6.4 Comportamento Seguro ‘A modulagso de um Comportamento Seguro na empresa, vir a longo prazo, por meio de treinamentos, capacitagies, didlogos, dindmicas préticas que conscientizem os trabalhadores, gestores e diretores de todas os niveis hierarquicos. © papel da Cipa e do Sesmt tornam-se muito importantes para © envolvimento de tedos em uma cultura para a seguranca, £ muito comum our na sociedade que © “asegurona salad. quan Raines eu comporlamentoe iver de forma inconsequente frente aos riscos". Ter a verdadeira consciéncia de nossas “atitudes e suas consequéncias” torna-se fundamental para evitarmos acidentes. O ditada popular: “a pessoa colhe 9 que planta” ¢ facilmente estendido para “a organizagao tem o padrao de seguranga que implanta” © Comportarmento Seguro permite as pessoas identificar com antecipaggo 08 riscos € de modo consciente adotar as medidas preventivas que evitem os acidentes. Além do mais, 0 comportamento seguro representa o conhe- cimento, a obediéncia e observacao das normas e prescrigées para 0 trabalho, as formas corretas de realizar as operacOes, de acordo com ma- nuais técnicos. Assim, evitando-se a improvisacSo nas solugdes de traba- lho, popularmente conhecida como "gambiarra", estaremos dentro da faixa

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