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no incio eram apenas socos.

Acabei de sair de casa. Estou indo pela primeira vez a uma boate gay. Mal posso
acreditar que finalmente consegui coragem de fazer isso. A propsito, me chamo Fred,
tenho dezenove anos. Gosto de homens. Muitos deles. Pra no dizer todos. No, foi
exagero meu, deve ser a vontade de agarrar um macho que me deixa assim, pouco
seletivo. Desculpa.
Ir numa balada sozinho deve ser estranho, mas preciso aproveitar a oportunidade
meus pais esto fora, viajando com a igreja e eu fiquei sozinho em casa porque as
aulas na faculdade no me permitem mais ter os sbados livres pra esses eventos.
glria! Est tudo planejado: vou chegar, pedir algo pra beber, dar uma volta pelo
ambiente e ao ver um cara olhando pra mim... Foi! Beijei o meu primeiro homem! r,
parece simples, mas eu sei que as coisas no sero to fceis assim.
- Ol, isso aqui a fila pra entrar na Poc Club? perguntei totalmente
deslocado a um viadinho qualquer da fila.
- sim. respondeu olhando pra mim da cabea aos ps; acho que j tinha
achado algum pra pegar.
- E demora muito? J so quase onze horas... Ningum entrou ainda?
- No. Voc novo aqui? rs Sabe, com essa histria de at a meia noite no
pagar a entrada de R$ 25,00 a fila j fica enorme cedo. Pelo jeito s vamos
conseguir entrar l pra meia noite mesmo. - parecia gentil esse carinha, era
bem menor que eu e parecia ser uma boa pessoa. Eu poderia beij-lo aqui
mesmo e depois ir embora, eu s queria perder o BV mesmo...
- Ah, ta bom. Obrigado. depois que agradeci, ele provavelmente avistou
algum conhecido e saiu andando, estava em bando, seus amigos que
estavam na fila guardariam seu lugar.
Pra encurtar a histria, demorou. Demorou muito. S consegui entrar na porra da
boate mais de meia noite. O menino da fila saiu e voltou umas quinhentas vezes, se
havia alguma chance de beij-lo ali e ir embora, perdi todas. Finalmente consegui
entrar naquele inferninho. Era meio escuro, umas luzes de neon que cobriam uma
parede toda e no meio havia o nome da casa POC Club. O som era ensurdecedor e
as pareces todas pretas. Uma caixinha demonaca de pecar: o mais prximo do
inferno que se pode ir. Mas eu no estava ligando pra isso, tinha uma misso: beijar.
Quem quer que fosse, no sairia de la sem cumprir isso que prometi a mim mesmo.

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