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Poeta

Sou movido pelo mesmo sentimento que moveram os poetas transcendentais... O amor transpassava
suas barreiras mais ngremes, num esforo sobrenatural, embora salutar a alma. Miragens urbanas
maculam a grade que tranca minhas alegrias tornando minhas inquietaes, favores solido. Oh
amor com que mistrio tu me transpassa a alma com tua espada venenosa! Gente morta, poetas que
choram, alparcas que nunca amarram, ventos que no sopram nada. assim minha poesia e meus
livros. Leituras para mim. Lgrimas para mim mesmo. Lgrimas que murcham a pele. Lgrimas que
castigam o corao. Sou um poeta arrogante cado s margens do rio de Estige... As feras desejam
me levar, pois minhas palavras soam com a mais exatido do amor. Com o amor fui aos cus e desci
ao inferno. Sucumbirei com o amor perto de mim. Sucumbirei com as dores por ter nascido poeta, e
a desgraa de ter morrido sozinho. Minha maior herana ficar apenas na lembrana dos que
ficaram. As poucas palavras que sempre me externei comigo mesmo, as poucas e singelas palavras
com que maculei as diversas folhas alvas, saram de mim. Saram do meu extremo senso de menino.
Jovial eu era quando enamorei o amor. To cedo as lgrimas se fizeram presente como a aurora que
logo se formata nos meus olhos. Eu sou o mesmo menino de 10 anos que fazia cartinhas de amor...o
tempo passou e eu fiquei. Fiquei beira do precipcio para ver as ondas se chocarem com a rocha
eternal.

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