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Celeste Duque

2004-2005
Gravidez & Maternidade
A Gravidez transcende o momento
da concepção tal como a
Maternidade transcende o momento
do parto.
Mais do que acontecimentos com
diferentes durações temporais, a
Gravidez e a Maternidade são
processos.
Do ponto de vista psicológico
são processos dinâmicos de
construção e desenvolvimento.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 2
Gravidez & Maternidade
[cont.]

O facto de uma mulher estar


grávida não assegura
automaticamente que ela se
consiga adaptar à fundamental
necessidade de realização das
tarefas maternas.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 3


Gravidez & Maternidade
[cont.]

Gravidez & Maternidade são


realidades distintas, tanto em
termos orgânicos como em termos
psicológicos. E, inclusive,
podem não ser coincidentes.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 4


Gravidez & Maternidade
[cont.]

A Maternidade implica que, mais


do que desejar ter um filho, se
deseje, acima de tudo, ser mãe.

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Gravidez & Maternidade
[cont.]

Quando se verifica a existência


de um projecto adaptativo de
maternidade, a Gravidez
transforma-se numa época que
permite a preparação psicológica
da mulher para ser mãe.

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Gravidez & Maternidade
[cont.]

Permite então:
Ensaiar os papéis e tarefas
maternas, em termos cognitivos
(crenças, informação);
Iniciar o processo de
reestruturação de relações
afectivas para incluir o novo
membro (no grupo familiar);

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Gravidez & Maternidade
[cont.]

Incorporar a nova presença


(filho) como uma identidade
própria, separada de si mesma;
Aprender a aceitá-lo e amá-lo
como pessoa única, com
necessidades, desejos e vida
própria.

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Gravidez & Maternidade
[cont.]

E isto, apesar de, num


primeiro momento, e dada a
enorme imaturidade física
deste novo ser, obrigar a uma
relação de grande dependência
do adulto, por questões de
sobrevivência.

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Índice

1. Maternidade como fase de


desenvolvimento psicológico
O conceito de situação de crise,
no desenvolvimento psicológico
Gravidez como situação de crise
no ciclo vital da mulher

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 10


Gravidez
Importância das equipes
multidisciplinares:
O Psicólogo deve captar as
nuances emocionais e as suas
manifestações ao nível intra e
interpessoal, e ajudar o
obstetra, e os enfermeiros a
aprofundar a sua compreensão
do funcionamento dinâmico da
grávida como
27-04-08 5º CLE -um todo
Psicologia V 11
Gravidez [cont.]

A revolução tecnológica da
obstetrícia permite a
realização de uma assistência
pré e perinatal cada vez mais
sofisticada, reduzindo, ao
mínimo os riscos maternos e
do feto.

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Gravidez [cont.]

A revolução tecnológica da
obstetrícia encerra, no
entanto, um grave erro:
resultou numa profunda
dissociação entre os aspectos
somáticos e emocionais no
atendimento clínico, cuja
rotina convencional, tanto na
gestação quanto no parto e no
puerpério imediato, raramente
satisfaz as
27-04-08 necessidades
5º CLE - Psicologia V 13
Gravidez [cont.]

Durante a gravidez iniciam-


se:
a formação do vínculo
materno-filial e
a reestruturação da rede de
comunicação da família:
Ponto de partida de um novo
equilíbrio dinâmico na
27-04-08
unidade 5ºfamiliar.
CLE - Psicologia V 14
Gravidez [cont.]

É sem dúvida um momento que


merece a confluência de
esforços de prevenção por
parte dos obstetras,
enfermeiros e psicólogos que
resulte num atendimento mais
global e satisfatório para a
saúde física e emocional da
mulher e do seu filho.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 15
Maternidade
A maternidade é um momento
existencial fundamental no ciclo
de vital feminino.

Pode proporcionar à mulher a


oportunidade de atingir novos
níveis de integração e de
crescimento (desenvolvimento) da
personalidade.

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27-04-08 5º CLE - Psicologia V 17
Perspectivas
Psicológicas
Contributos da Psicanálise
Esta corrente teórica é, ainda
hoje, considerada a mais
importante pois fornece uma
explicação clínica muito
completa de como se dá o
desenvolvimento da
personalidade, embora seja
motivo de acérrimas críticas,
dada a grande importância
atribuída por
27-04-08 Sigmund Freud à
5º CLE - Psicologia V 18
Perspectivas
Psicológicas [cont.]
Contributos da Psicologia do
Desenvolvimento
A tendência da Psicologia do
Desenvolvimento na qual se inserem
autores como Caplan (1967), Erikson
(1959), Bibring (1961) é a de
conceber o desenvolvimento
psicológico como um continuum que
se prolonga para lá da
adolescência, marcado por vários
períodos de crise, que representam
verdadeiros pontos decisivos no
crescimento emocional e que
determinam, 5ºde algum modo, o estado19
CLE - Psicologia V
27-04-08
Perspectivas
Psicológicas [cont.]
Contributos da Psicologia do
Desenvolvimento
O que equivale a afirmar que
psicologicamente o indivíduo
não cessa de crescer, logo,
há sempre a possibilidade de
fazer reestruturações,
modificações e reintegrações
da personalidade.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 20
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 21
Ciclo vital da mulher
Podem considerar-se três
grandes momentos ou períodos
críticos, no ciclo vital da
mulher, que se constituem em
verdadeiras fases do
desenvolvimento da personalidade
e que têm alguns pontos em comum:
Adolescência
Gravidez
Climatério5º CLE - Psicologia V
27-04-08 22
Ciclo vital da mulher
[cont.]

Estes três períodos têm em


comum o facto de serem:
Períodos de tensão
biologicamente determinada;
Caracterizados por mudanças
metabólicas complexas;
Serem um estado temporário de
equilíbrio instável.

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Ciclo vital da mulher
[cont.]

Um estado temporário de
equilíbrio instável:
que decorre da perspectiva das
grandes mudanças envolvidas
nos aspectos de:
papel social,
necessidade de novas
adaptações,
reajustamentos interpessoais
e intra psíquicos e
27-04-08 mudança5º CLE
de- Psicologia
identidade.
V 24
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 25
Conceito de Crise
Conceito de situação de crise,
no desenvolvimento psicológico:
G. Caplan (1963), considera
que crise pode ser definida
como um período temporário de
desorganização do
funcionamento de um sistema
aberto, precipitado por
circunstâncias que
transitoriamente ultrapassam
as capacidades
27-04-08
do sistema
5º CLE - Psicologia V para26
Conceito de Crise [cont.]

Conceito de situação de crise,


no desenvolvimento psicológico:
Rapoport (1965), considera que
crise pode ser definida de uma
forma muito simples, como uma
perturbação temporária de um
estado de equilíbrio.

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Conceito de Crise [cont.]

O termo crise, foi


inicialmente utilizado por
Caplan e Lindemann para designar
as reacções de uum indivíduo a
eventos traumáticos, tais como
morte súbita de uma pessoa
amada, o nascimento de um fulho
prematuro, desemprego
inesperado, etc. (crises
imprevisíveis).
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 28
Conceito de Crise [cont.]

O mesmo termo foi empregue por


Eric Erikson para designar as
várias etapas do desenvolvimento
psicológico normal, tais como:
puberdade, casamento, gravidez,
menopausa (crises previsíveis).

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Conceito de Crise [cont.]

Assim, o termo crise tanto


pode ser utilizado para
utilizado quando nos referimos
aos períodos de transição
inesperados como aos inerentes
ao próprio desenvolvimento.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 30


Conceito de Crise [cont.]

Uma crise pode ser impulsionada por


mudanças Internas:
crises normais do desenvolvimento,
doenças ou
traumas;
ou Externas:
perda ou ameaça de perda de uma
fonte de segurança e satisfação;
acumular de tensões que ameaçam
romper o equilíbrio funcional dos
mecanismos adaptativos do ego.

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Conceito de Crise [cont.]

Crise implica sempre um


enfraquecimento temporário da
estrutura básica do Ego, de tal
modo que o indivíduo não consegue
utilizar os seus métodos
habituais de resolução de
problemas e, como tal, requerem a
mobilização de mecanismos
adaptativos do Ego no sentido de
procurar novas respostas
5º CLE - Psicologia V 32
27-04-08
Conceito de Crise [cont.]

A estratégia utilizada pelos


indivíduos para ultrapassarem as
suas crises “existenciais” podem
ser saudável ou doentia:
levando o sujeito a
experimentar uma “melhoria”
(novo nível de integração e
maturidade da personalidade)
ou a “piorar” (maior grau de
desintegração, de
desorganização,
27-04-08
e V
5º CLE - Psicologia 33
Conceito de Crise [cont.]

Os momentos ou períodos de
crise são, precisamente por
isso, ao mesmo tempo, momentos
de oportunidade e de perigo, são
verdadeiras encruzilhadas em
termos de saúde mental.

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Conceito de Crise [cont.]

O sujeito em crise tem


tendência a, mais facilmente,
aceitar a ajuda que lhe é
oferecida.
Por estar num período
temporário de equilíbrio
instável, em busca de novas
soluções, isso significa que a
pessoa fica mais sensível, e
vulnerável,
27-04-08 mas também mais
5º CLE - Psicologia V 35
Conceito de Crise [cont.]

Regra geral é mais fácil ajudar


alguém em crise do que alguém que se
encontra em períodos de equilíbrio
estável, quando os mecanismo de defesa
e de adaptação se encontram mais
fortemente estruturados, o que origina
uma maior hesitação para enfrentar a
mudança.
Já uma pessoa em crise, não tem
escolha, não lhe resta outra
alternativa que não seja a de aceitar a
ajuda
27-04-08 e efectuar
5º CLEas mudanças
- Psicologia V 36
Conceito de Crise [cont.]

Caplan e a sua equipa (1964)


chegou à conclusão, a partir
das suas experiências
clínicas em “intervenção na
crise” que:
É possível ajudar qualquer
pessoa a superar uma crise
satisfatoriamente,
independentemente das
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27-04-08 5º CLE - Psicologia V 38
Gravidez como Situação de
Crise
A Gravidez possui diversas
características de uma situação de
crise, que se insere num processo
normal de desenvolvimento.
Envolve:
Necessidade de reestruturação e
reajustamento ao nível de várias
dimensões:
À semelhança do que sucede na
puberdade, verifica-se uma
mudança de identidade
E um nova definição de papéis (a
mulher passa a ver-se e a ser
vista de5º uma forma totalmente
CLE - Psicologia V 39
27-04-08
Gravidez como Situação de Crise
[cont.]

Caso de primípara
A grávida passa do papel de esposa
(ou companheira) ao papel de mãe.
Caso multípara
Também neste caso se verifica uma
certa mudança de papel:
Ser mãe de um filho não é o mesmo
que ser mãe de dois ou mais
filhos...
O que se verifica é que a vinda de
mais um filho obriga à alteração da
composição da rede de
intercomunicação familiar.
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Paternidade como Situação de Crise
[cont.]

Obviamente que o processo de


mudança de identidade e de papel
se verifica igualmente ao nível
do marido.
Também a paternidade deve ser
considerada como uma situação
crítica ao nível do
desenvolvimento emocional do
homem.
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27-04-08 5º CLE - Psicologia V 42
Redefinição de Papéis

A mulher pode ter


desempenhado para além do papel
de esposa, até então, o papel
de “mãe” ou “filha” do marido.
Quando espera o seu próprio
filho tem que se adaptar a este
novo papel – ser mãe do daquela
criança.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 43
Redefinição de Papéis
[cont.]

Esta nova definição de papéis


faz, não raras vezes, reavivar
antigos conflitos de
relacionamento.

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Redefinição de Papéis
[cont.]

A mulher ou o marido podem:


Querer ser melhores pais que os
seus progenitores
Ser incapazes de competirem com
eles
Encarar o bebé como um irmão mais
novo e, como tal, rivalizam pelo
afecto do pai ou da mãe;
Competir entre si pelo afecto do
bebé, etc...
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 45
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 46
Factores socioeconómicos

A complexidade das alterações


provocadas pela chegada de um
bebé não se resumem às
variáveis psicológicas e
bioquímicas.
Há ainda a considerar as
mudanças ao nível dos factores
socioeconómicos.
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Factores socioeconómicos
[cont.]

Vive-se numa sociedade


materialista em que a mulher
contribui com o seu salário
para o rendimento do agregado
familiar;
Habitualmente trabalha fora;
E cultiva interesse diversos:
profissionais, estudo,
carreira, sociais, culturais, 48
5º CLE - Psicologia V
27-04-08
Factores socioeconómicos
[cont.]

O facto de esperar um filho


acarreta consequências a curto,
médio e longo prazo.
Privações reais sejam afectivas
ou económicas:
Aumentam a tensão;
Intensificam a regressão e a
ambivalência.
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Factores socioeconómicos
[cont.]

A preocupação com o futuro:


Aumenta as necessidades da
grávida e intensificam a
frustração o que origina,
como consequência,
sentimentos de raiva e
ressentimento que a impedem
de encontrar gratificação na
gravidez.
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Novos Níveis de
Integração
Outra característica:
Representa uma possibilidade de
atingir novos níveis de:
Integração,
Maturidade, e
Expansão
da personalidade – tanto na mulher
como no homem.
Ou de adoptar uma solução patológica
que predominará ao nível da relação
mãe-bebé. 5º CLE - Psicologia V 52
27-04-08
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 53
Relação Mãe-Bebé

Relação mãe-bebé saudável:


Implica, em termos gerais,
perceber e satisfazer,
adequadamente, as
necessidades do bebé;
O bebé é encarado como um
ser separado e não
simbioticamente confundido
com a mãe.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 54
Relação Mãe-Bebé [cont.]

Relação materno-filial patológica


ou doentia:
A mãe é incapaz de perceber e,
consequentemente, de satisfazer,
adequadamente, as necessidades
do bebé;
O bebé simbioticamente
confundido com a mãe (mãe e bebé
são uma só e mesma pessoa).
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Relação Mãe-Bebé [cont.]

Relação mãe-bebé patológica ou


doentia caracteriza-se, ainda, pela
expectativa que:
o bebé preencha certas
necessidades neuróticas da mãe
como, por exemplo:
evitar a solidão;
satisfazer-lhe a carência de
afecto;
Fazê-la sentir-se útil.
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Relação Mãe-Bebé [cont.]

Ou então:
o bebé representa,
simbolicamente, uma parte doente
da mãe;
esta é, frequentemente, a
dinâmica subjacente às:
incessantes idas aos médicos com
o pedido de descobrir “o que há
de errado com o bebé”, quando
este é perfeitamente saudável.
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Casamento & Gravidez

A gravidez pode:
levar a maiores níveis de
integração e aprofundamento
no relacionamento do casal;
Mas, por outro lado, pode:
romper uma estrutura frágil e
neuroticamente equilibrada.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 59


Casamento & Gravidez
[cont.]

A mulher que:
Quer excluir o marido da sua vida;
Não conseguiu ultrapassar a fase da
dependência infantil em relação à
sua própria mãe;
Se sente inferior pelo facto de ser
mulher;
a gravidez pode constituir uma
ameaça:
ao casamento; ou
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 60
Casamento & Gravidez
[cont.]

Para o homem que:


Sente intensos ciúmes do filho
que vai nascer, assim como
sentiu em relação aos irmãos
mais novos;
Inveja o sucesso profissional
ou pessoal (em termos
familiares ou sociais) da
mulher, etc...
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Gravidez como Regressão

Onde predominam
As características orais
Hipersonia;
Voracidade;
Protecção.
que indicam uma identificação
básica da grávida em relação
ao feto.

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Gravidez como Regressão
[cont.]

Esta identificação regressiva


atingiria o seu clímax, segundo
Otto Rank (1929), no próprio
processo de parto,
altura em que a parturiente
revive o trauma do seu próprio
nascimento.

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Gravidez como Regressão
[cont.]

Aqui a regressão não é


forçosamente um processo
patológico.
Pelo contrário, pode fazer
parte do próprio movimento do
processo de desenvolvimento.

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Gravidez como Regressão
[cont.]

Anna Freud (1965) concebe o


desenvolvimento como um jogo
de regressões temporárias
A patologia caracteriza-se por
regressões permanentes.
e progressões, utilizando o
modelo da espiral

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 66


Gravidez como Regressão
[cont.]

Este modelo está igualmente


implícito na teoria de crise:
Para atingir um novo nível de
organização da personalidade –
progressão;
É preciso passar por um
período de relativa
desorganização – regressão.

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27-04-08 5º CLE - Psicologia V 68
Gravidez como Crise [cont.]

Situar o período gravídico


como situação de crise,
obviamente não quer dizer que
O período crítico termine com
o parto;
Grande parte das mudanças
maturacionais ocorrem pós-
parto.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 69


Gravidez como Crise [cont.]

O puerpério deve ser


considerado como:
A continuação da situação
crítica.
Implica novas mudanças:
Fisiológicas
Consolidação da relação mãe-
bebé
E grandes modificações:
Das rotinas
5º CLE - Psicologia V 70
27-04-08
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 71
Sistema Familiar
De enfatizar que o nascimento
de um filho é uma experiência
familiar.
Para se prestar uma
assistência pré-natal efectiva
é necessário não só apoiar a
“mulher grávida” mas sim a
“família grávida”.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 72


Sistema Familiar [cont.]

Pode-se considerar que o


sistema familiar, como um todo,
se compõe de diversos
subsistemas que interagem
continuamente entre si.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 73


Sistema Familiar [cont.]

Howells (1972) considera a


família como um “organismo
completo que possui uma unidade
própria.
Tal como o indivíduo, também a
família é:
um sistema organizado,
com uma estrutura peculiar,
canais de comunicação e
27-04-08 elementos característicos.
5º CLE - Psicologia V 74
Sistema Familiar [cont.]

Qualquer evento que ocorre com


uma das partes deste sistema
atinge todo o sistema.
Logo, a gravidez é uma
experiência que pertence à
família como um todo.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 75


Sistema Familiar [cont.]

Mesmo numa família composta de pai,


mãe e um filho
os subsistemas nunca representam uma
díade verdadeira, uma vez que,
desde o momento em que se toma
conhecimento da gravidez e até às
primeiras semanas após o parto,
quando a interacção entre mãe-bebé é
extremamente próxima,
o marido-pai participa activamente,
formando verdadeiramente uma tríade
familiar.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 76
Sistema Familiar [cont.]

Por exemplo:
O homem vai reagir às necessidades
de maior protecção e cuidado que a
mulher precisa
Vai assumir um papel protector e
Vivencia com ela os temores e as
ansiedades referentes ao parto e ao
puerpério
Reparte com ela a tarefa de cuidar
do bebé,
Experiencia com ela as expectativas
e fantasias em relação ao bebé e,
Ao mesmo tempo que elabora dentro de
si a sua relação
27-04-08 com a criança.
5º CLE - Psicologia V 77
Sistema Familiar [cont.]

Esta primeira tríade familiar


continua a manter-se
estavelmente, na medida em que
existe só um filho.
Com a vinda de cada novo filho
toda a composição da rede de
intercomunicação da família se
transforma, à medida que se
acrescentam novos subsistemas
que actuam dinamicamente entre
si.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 78
Sistema Familiar [cont.]

É de lamentar que a maioria dos


trabalhos de investigação sobre os
aspectos psicológicos do ciclo
gravídico-puerperal se foquem
basicamente:
nas modificações da mulher e
dedicam pouca atenção à paternidade,
como situação crítica e
à inter-influência do casal
nas respectivas formas de vivenciar
a gravidez.
27-04-08 5º CLE - Psicologia V 79
Sistema Familiar [cont.]

As reacções (atitudes e
comportamentos) do homem em
relação à mulher grávida
influencia largamente a sua
aceitação ou rejeição da
gravidez
tal como a forma como vai
vivenciar todo um conjunto de
outras modificações (e.g.,
alterações5º do
27-04-08 CLE - esquema
Psicologia V 80
Sistema Familiar [cont.]

As atitudes da mulher, em
relação ao marido, também vão
influenciar a o homem,
nomeadamente:
Encorajando-o a participar ao
máximo durante e após a
gravidez.
Contribui fortemente para
atenuar ou intensificar os
sentimentos
27-04-08 de
5º CLE abandono,
- Psicologia V ciúmes81
Sistema Familiar [cont.]

Nunca será demais enfatizar as


interacções de toda a unidade
familiar na medida em que cada
membro desta unidade sofre
transformações significativas
sob o impacto da gravidez.

27-04-08 5º CLE - Psicologia V 82

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