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Fenmentagta etandion 407 Processos de Producdo (0 Aleoo! pode ser obtido por trés diferentes vias: destilagao de liquidos aleo6licos, sintética e fermentative Por destilagao de liquidos alcodlicos Os liquidos aleoslicos (cervejas, sidras, residuos de vinificagao, aguardente etc.) nfio se constituem em fontes normais de produgio econémica, de ctanol, Sio usados somente em condigdes excepcionais: a) quando ocorrem superprodugtes, funcionando como regulador do mercado; b) quando grandes quantidades de bebidas fermentadas t&m problemas de infecgdes; € ¢) quando se necessita obteretanol especial para determinado fim, por exemploa produgao de dicool de uva para a produgdo de vinho do porto. Somente se emprega 0 -vinho para a produgao de etanol em regifes onde € barato e em anos de grandes produgées (superproducio). Esta via de producao nao tem significagao ‘econdmica para o Brasil Por sintese A partir de hidrocarbonetos nto saturados, como o eteno e oetino, gases de petréleo e hulha. Na literatura, ha informagées de que, em paises onde hi ‘grandes reservas de petréleo e a petroguimica & avangada, a sintese é uma via ‘econdmica de obtengio de etanol. No entanto, hd inconsisténcia nessa afirmagao, haja vista que a produgio sintética de etanol no mundo situa-se préxima a 2.6 bilhaes de litros, para capacidade instalada de produgio de 3,3 bilhGes de litros (Tabeis 15.2). A produgdo por via fermentativa, somente dos EUA e do Brasil, aleangou valor superior a 40 bilhes de ltros em 2007 e vem aumentando répida € sistematicamente ano apés ano, nao somente pelos dois paises citados, mas, também, por outros que estio adotando programas semelhantes ao do Brasil fast greece ner = Se ee ae Thee (1.000 m*) . a as ag oe owe one oe we me ime aa mo on 2 ae 2 sf en m oss ows 1 we TS 07 3359, 2628 oo 2,628 _- 3m Fre DARGRO Fermentacao etandlica (Fermentacao de hidratos de carbono) Este €0processo mas ulizado no Brasil, nos BUA e, de modo gel nos demas pases. © Brasil € um pats com dimensdes continents, com diversidad de clina eSolos, potato acan-deagicaépoduzidaem 20 ender 4a federago e durante ooo ano, Asafa de cana do NINE s inca quando { ISU et psi do fm. Qatd do CSU esto Fil do NINE ésté no inicio, Est fato€ importante, pos tem-se produ de etal w ano inti no Brasil Matérias-Primas Introducao rose ni rims wis a odo de eae! visemes So de cigar (ess ene dependents dhe Nem ods as cultura, porém, so esonomicamentevidveis Pua st comida matéri-prina pra producto de ctnol a matra prima deve cone picnse, frutose, sacarose, amido, celulose ete. : : 409 Femmennagnn etandton A adogdo de determinada matéria-prima para a produgio de etanol Uepende de uma série de fatores: disponibilidade e facilidade de transporte; ceustos de produgio; rendimento industrial em ctanol; conter 0 substrato adequado (e em concentragées economicamente vidveis) a0 microrganismo agente da fermentacao etandtica; custo industrial da transformagio em etanol; ser de fc ‘obiengio, nto exigindo tratamentos prévios onerosos; nio contribuir para complicar os processos de separacio de produtos do meio fermentado; e ser ‘economicamente vantajosa e de fil estocagem. [No Brasil, as matérias-primas utilizadas para a produgio de etanol sio @ ‘cana-de-agiicar ¢ 0 melago, subproduto da fabricago do agacar, Por serem as Sinicas matérias-primas de utilizagio comercial atuais, serio feitas consideragbes ‘mais detalhadas apenas sobre elas. Classificagao [As matérias-primas disponiveis para a indistria do etanol so classificadas, para efeito didético, em: a) matérias-primas acucaradas; 6) ‘matérias-primas amiléceas e feculentas; €c) matérias-primas celul6sicas. Matérias-primas agucaradas ‘As matérias-primas agucaradas slo subdiviidas em 4a) Diretamente fermentescives: sao as que contém em sua composigio suibstancias que mio precisam de nenhuma tansformago para serem absorvidas ¢ transformadas em etanol pelo microrganismo agente, So incluidas nesta categoria as trioses, tettoses ¢ hexoses, citando-se como exemplos: aldefdo slicérico (C,H,O,).eritrose (C,H,0) glicose (C,H1,0,)¢ frutose (C,H,,0,)As ‘que contém somente esses agicares nao sto usadas no processo industrial de produgdo de etano, devido a0 custo de prougio, como frutas. -diretamente fermentescvet: b) Indivetamente fermentesciveis ou ndi contém agicares de frmulas brutas C,H.,O,, (saearose, maltose € lactose) & rafinose (C,,H,,O,,)- Acaracteristica destas matérias-primas € que seus agticares devem ser desdobrados (hidrolisados) antes de serem absorvidos pelo ‘microrganismo agente da transformago em etanol. Quando a matéria-prima ccontém sacarose, como € 0 caso da cana-de-agticar € do melago, a hidrolise Wascomvetas pode ser feita por via dcida (dcidos diluidos) ou enzimitica (invertase) A evedura produtora de etanol contém invertase, que realiza a hidrélise da sacarose, transformando-a em uma mistura equimolecular de glicose (dextrose) e frutose (evulose). Se a hidrétise for écida, os agicares resultantes serio 08 mesmos, Siio exemplos destas matérias-primas para uso potencial na fabricagio de etanol bbeterraba (sacarose e rafinose); malte (maltose) e soro de lete (lactose) ©) Mistas: so as mais usadas no Brasil para a produgio de etanol, possuindo os agticares classificados anteriormente como direta.e indiretamente fermentesciveis. As mais importantes soa cana-de-aciicar eo metaga das usinas ‘de agticar, que contém sacarose (maior quantidade),glicase frutose em menores percentuais). Matérias-primas amildceas e feculentas _____ Encertam em sua composts amido, plissacarideo de frm geral (C.H,0,)o, reserva das plantas verdes, encontrado em altos teotes em gros de ccereais, raizes e tubérculos. Exemplos de matérias-primas amiliceas: milho, sorgo granifero, arroz, gevada, rigo, aveia, centeio etc.;¢ feculentas: mandioca, card, batata-doce, batata-inglesa, araruta,raiz de girassol, coco de babacu ete. Paraque ocora a fermentacio etandlica destas matérias-primas, énecesséria ‘a hidr6tise prévia, denominada sacarificagdo, que transforma o amido ou a fécula em agticares fermentesciveis. A sacarificagio pose ser quimica ou enzimitica. No caso da fermentagio etandlica, as leveduras no possuem as amilases. que sio enzimas, ‘esponsdiveis pela hidi lise do amido, Poressa raz, necesséria a hidkdlise previa cdo amido, desdobrando-o em agicares menores ¢sokiveis, Matérias-primas celulésicas Encerram em sua composi¢do celulose e hemicelulose. Necessitam, a ‘exemplo das matérias-primas amiléceas ¢ feculentas, de hidréli (sacarificagdo), para serem transformadas em agi microrganismo agente da fermentacao etandlica prévia res fermentesciveis pelo A sacarificagio também pode ser realizada biogufmica ou uimicamente, Sao matérias-primas celulésicas: resfduos de serraria, madeiras, aul € seus derivados e resfduos agricolas, como patha, bambu, sabugo de milho © bagaco de cana-de-agicar. A Cana-de-Acucar A cana-de-agticar chegou ao Brasil em 1532, trazida da tha da Madeira, por Martim Afonso de Souza. Foi plantada inicialmente na Capitania de Sao Vicente, onde foi implantado o primeiro engenho de agticar do Brasil, cujo nome era Sio Jorge dos Erasmos. O segundo engenho, fundado dois ‘anos depois, na Capitania de Pernambuco, foi denominado Engenho Nossa Senhora da Ajuda, A cultura passou a expandir-se, a partir destas duas capitanias, para a Bahia, Sergipe, Alagoas, Espirito Santo e Rio de Janeiro. 'A maior regio produtora, durante mais de quatro séculos, foi a Zona da ‘Mata do Nordeste, especialmente o Estado de Pernambuco, Posteriormente, expandiu-se para a Regido Sudeste, tendo como maior produtor 0 Estado de ‘So Paulo, que atualmente responde por $9,85% da produgao nacional (safra 2007/08). Na década de $0, a produgiio do Estado de Sio Paulo suplantou a dde Pernambuco ¢ o Estado de Alagoas comecou a aumentar sua produgdo, via tabuleiros, vindo posteriormente a ultrapassar Pernambuco. A cana-de- agiicar & atualmente cultivada em 20 estados brasileiros, com destaque para ‘io Paulo, Parana, Minas Gerais, Goids, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas ¢ Pernambuco. ‘A composigio da cana-de-agiicar depende da variedade, do estidio de maturacao, das condigées climéticas, da adubaglo, da altura do desponte, da ferti-irrigagdo com vinhaga, do estado de sanidade da cultura, do tempo entre 0 corte e © processamento (deterioragio), das propriedades fisicas, ‘quimicas e microbiol6gicas do solo, da idade, entre outros fatores. A Tabela 15.3 apresenta a composigio do caldo de cana-de-agticar madura e pronta, para a industrializaglo. A cana-de-agdear contém cerca de 75% de égua, 25% de matéria organica ¢ 0,5% de material mineral. Altos teores de agticares redutores indicam cana “verde”, enquanto baixos teores indicam cans “smadura”. Jé 0 caldo contém cerca de 82% de Agua 18% de sélidos soltveis, (Brix), glicose = 04%, frutose = 0,2% e sacarose = 14%. 412 = ee Tabela 15.3. Composigao média do caldo de cana-de-acticar Componente ‘Valor pereentual Brix 195 Agua 81.0 Sacarose 16,0 Glicose 0.30 Frutose 0.10 Acicares totais 7 18,00 Subst, redut.Inferment 0,02 Matéria nitrogenada 0.03 Acide sulirica 050 oR 550 Cinzas 040 P.O, 0.02 KO . ous a0 002 Mo 6.02 SiO, 002 Vitaminas Varivel Fonte: Araijo (198; Melaco © melago, subproduto da fabricago de agticar, é um Kquido denso, viscoso, decor parda escura, rico em ageares, contendo pequeno percentual de ‘gua, Recebe denominagdes regionais, como mel esgotado, mel pobre, mel final, ‘mel residual ou simplesmente melago. Sua densidade varia de 1,4.a 1,5 g/mL e € produzido a razdo de 40 kg/t de cana. O rendimento em etanol & de 280 a 320 litrosftonelada, ‘Sua composigdo depende da variedade, da idade, do estado de sanidade, «da maturaglo, do sistema de cultivo, da adubagao e dos tratos culturais da cana- Hermemagto etandlica 413 sa>er Processo de decantacéo Neste caso, apéso final da fermentacio, Kas zeit onc ,apbs certo tempo (quatro a seis horas), retires psi tas da doma (geralmente 80% do volume de trablo,stl » etre rto adequadamente e reutilizado como inéculo param ébidimetge E um processo menos eficiente que 0 Méckineuilac 5 rmicrodestilarias para. a produgéo de etanole noseye eq ee para produgdo de aguardente, Este procedimonéciton: es unidades industria, devido a0 elevado eustea ore: etixs continuas, 6 vives em unidades de grande poveitzB? r= Ferment Figura 15.2. Esquema representative da ferment gveorb:ocigph sistema de decantagio. 420 Mascon © fermento decantado softe tratamento com dcida sulfarico, reftrenciament com agitagio pH entre 2.230, permanecendo em repouns or uma ats horas antes do incio de umn novo cielo fermentatvo, Neste proceiso, bi seentuada porda de fermento pelo vinko © maior tempo de fermentagao. Sdio menores a eficiéncia fermentativa ¢ a produtividade, gerando maior volume de vinhaga, O consumo de nutientes edo sulficco é maior, além ds difculdade dese balhar com mens de fermentago ios em agar. ta forma de conducio propicia a produc de vinhos com baixos teres alcoélicos. O tratamento do fermento é feito de forma nao homogénca ¢ hd redugio da capacidade nominal do aparelho de destilagao. No easo dos alambiques, principalmente os de pequéno pot, normalmente no tatarento ov ido sufi, Processo Melle-Boinot Entre os processos que reutilizam o indculo esté o Melle-Boinot, utiizado «em praticamente todas as destilarias do Brasil que trabalham no sistema descontinuo que consiste em se utilizar separadoras centrifugas continuas para a separago das leveduras do vinho, antes do seu encaminhamento para as colunas de destilacio. Este proceso consiste, em linhas gerais, do seguinte procedimento operacional (Figura 15.3): apss o final da fermentagio, o meio fermentado & encaminhado para um tanque-pulmao, denominado dorna-pulmao, que alimenta a sego de separagio, onde sio produzidas duas fragoes. A primeira, denominada vinho delevedurado, segue para outro tanque-pulmao, denominado dorna volante, que alimenta a destilaria,e a segunda, de 10% a 15% do volume de trabalho da ddorna, € uma suspensio concentrada de leveduras, denominada creme ou lite de leveduras. Essa suspensdo é encaminhada para os pré-fermentadores ou cubas de tratamento, onde softe diluigo com gua e a adigo de acido sulfrico até ‘pH entre 2,2 € 3,0, em agitagio mecdnica, e permanece em repouso por uma a trés horas, sendo em seguida utlizada em novo ciclo de fermentacio, "Nesta forma de condugiio, pelo fato deo perfil de enchimento ser variével, pode-se afirmar que a fermentagdo etanslica industrial no Brasil, pelo proceso descontinuo, se aproxima bastante da batelada alimentada convencional, com vazio varidvel de alimentagao de mosto. O volume de inéculo nos pré- fermentadores, ap6s tratamento, varia de 20 a 30% do volume de trabalho das dornas de fermentagdo, que sio da ordem de centenas de milhares de metros ctbicos, dependendo da capacidade das destlarias. Hermentagao etansl #21 ‘A batelada alimentada é definida como o processo em que a introdugo de nutrientes pode ser continua ou intermitents, com vazio de alimentagio de substrato ao fermentador constante ou varivel, sem que hajaretirada de porgbes| cde meio em fermentagdo, a nfo ser no final desta. E aplicada nos processos em que um dos nutrientes, se dado em sua totalidade no inicio, € inibitério do proceso. A inibigo pode ser de ordem fisica ou fisiolégica. So processos intermediérios entre os continnos e descontinuos, Este processo apresenta vantagens de ordem econdmica devido a reutilizagio dos microrganismos agentes da fermentagao etandlica. Comparado ‘com 05 casos anteriores, 0 consumo de substrato nesse processo é bastante reduzido para a multiplicagdo celular, uma vez que este consumo se destina & reposigio das perdas inerentes ao processo é/ow acidentes eventuai ste Conta va pra Dees Figura 15.3. Esquema do processo de fermentasao etandlica Melle-Boinot. Esta forma de condugo, comparada com as anteriores, apresenta menores perda de fermento, tempo de fermentagao, consumo de nutrientes, volume de vinhaga e gasto com écido sulfirico. Por outro lado, apresenta maiores eficiéncias de fermentagio ¢ de produtividade, permitindo trabathar com meios de 422, Wascrone fermentagio (mostos) mais concentrados. O vinho produzido tem maior teor alcodtico e nto hd renovagio periédica do fermento nas dornas, a no ser quando ‘ocorrem problemas sérios de contaminacao. Na atualidade, no Brasil, cerca de 70% da produgao de etanol ainda ‘corte por esta forma de condugdo, que apresenta como desvantagens: clevada capacidade volumétrica dos fermentadores; variacao nas condigdes do meio em fermentagao, como consequéncia do processo ser conduzido de forma descontinua (em batelada); proporciona elevados tempos improdutivos; & necessidade de uso, para reaproveitamento das leveduras alcodlicas, de centrifugas continuas, de altos custos de instalagdo e manutengio. Processos continuos Por esta forma de condugdo, a alimentago de mosto (adigao de substrato) © a retirada de meio fermentado se processam de modo continuo € na mesma vazio. Por causa da nio existéncia dos tempos improdutivos dos processos conduzidos em batelada (tempos de enchimento, de descarga, de limpeza etc.), estes processos apresentam elevadas produtividades, quando comparados 0s correspondentes em batelada. Os fermentadores convencionais, desde que com agitagio mecdinica adequada, podem ser denominados do tipo mistura completa (CSTF), cujo esquema esté representado na Figura 15.4. Sio normalmente conduzidos em reatores em série e com reciclo celular. Devido as condigées de homogeneidade no reator, as concentragdes dos diversos materiais dentro de cada dona sf0 iguais as que a deixam, Nesta configurago, quatro reatores so dispostos em série; € 0 primeiro opera com alimentagao de mosto. Os demais fermentadores da série so alimentados com meio parcialmente fermentado proveniente do reator anterior, & mesma vazio de entrada no primeiro. O fluxo de alimentago de substrato ao fermentador & constante e igual ao de retirada, sendo o volume do meio em fermentagdo constante. A fermentagiio continua, quando comparada com a descontinua, apresenta, ‘como vantagens: maior produtividade em etanol; menor capacidade volumétrica instalada para a mesma producZo; maior facilidade de automagao; maior uniformidade de operacio, tendo como consequéncia melhor qualidade do éleool; menor gasto com mio de obra, menores tempos improdutivos; maior uniformidade do produto; submissio dos microrganismos & mesma condigo 423 ambiental em cada biorreator; ¢ por sero processo fermentativo conduzido, em ‘geral, em regime permanente, consegue-se trabalhar nas condigdes ambientais ‘6timas para o microrganismo durante 0 processo. Figura 15.4, Bsquema representativo do processo de fermentagio etanélica com quatro reatores em série ¢ com reciclo de eétulas, ‘Como desvantagens podem ser citadas: dificuldade de se manterem 05, estados estacionsrios (stead) state), em fungio de constantes variagBes nas vazies de alimentago e nas concentrages de ART nos mostos, principalmente se as destilarias forem anexas ais usinas de agticar; possbilidade de os microrganismos sofrerem mutages genéticas; desconhecimento da cinética do processo (aspectos rodutividade, A adogio de um perfil de alimentagio adequado reduz 0 tempo de ‘ermentagiio e aumentaaeficiéncia fermentativa, no exigindo, necessariamente, 1ivestimentos c modificagdes na engenharia do processo. Também, dependendo 40 perfil de enchimento adotado, diminui-se o consumo de antiespumante. Nesta stapa, 0 mosto € adicionado a doma de forma programada, compatibilizando a velocidade de adigio de agdcares (mosto) com 0 seu consumo pelo nicrorganismo agente da fermentagio. A concentragio de agacares pode afetar tanto o crescimento das leveduras quanto a produgio de etanol, Se o objetivo for a produgdo de biomassa, & Hermennag etanoliea a1 cconveniente que o processo seja conduzido com baixas concentragaes de agiicares eacragiio, para se evitar que, mesmo em presenga de oxigénio, a respiragio seja eprimida em concentragbes elevadas de agicares (efeito CRABTREE), No caso da fermentagao etandlica, cujo objetivo é a producdo de etano!, cefeito repressivo da frutose e da glicose sobre a cadeia respiratéria € benético, ConcentragSes elevadas de acticares podem ocasionar elevadas concentragies de etanol no meio fermentado (vinho) ou fermentagdes incompletas, com formagio de subprodutos indesejéveis, podendo reduzit consideravelmente a cficigncia da fermentacdo. Concentragies adequadas de agdcares aumentam a velocidade de fermentagio e a produtividade (maior producao de etanol com a mesma capacidade volumétrica instalada ¢ na unidade de tempo), melhorando 0 * desempenho do processo fermentativo, pois possibilita menor erescimento celular menor formaclo de glicerol, para a mesma quantidade de glicosedfrutose ‘metabolisada, s valores do Brix no mosto so controlados em 18-20 "Brix, quando se trabalha com mosto de melago, ¢ varidvel, dependendo das proporgdes caldo:melago, entre 12 ¢ 18 *Brix, no caso de mosto misto. Se 0 mosto for de caldo, depende do nivel da embebicdo ocorrida nas moendas, durante o processo de moagem. Neste caso, os valores do Brix so menores, podendo cheyar a até 12°Brix, Excesso de agicares promove estresse osmético na levedura, podendo ‘ocasionar inibigdo do metabolismo, Mesmo que nio houvesse este efeito, haveria produgiio de maior quantidade de etanol, que exerceria inibigao do metabolistno, da levedura Concentragao de oxigénio A acragio tende a produzir menor quantidade de etanol, pois levedura presenta o efeito Pasteur, oxidando carboidratos por respiraglo, proporcionando ‘maior multiplicagio celular. O oxigenio é necessério para a multiplicagao celular, pokém, para que o processo de fermentagiio ocorra adequadamente, as condigoes devem ser anaerSbias. Excesso de oxigénio pode provocar outros efeitos, como oxidagao de lipidios nas membranas da mitocéndria, com reflexos sobre a produgio de leveduras. © oxigénio atua como aceptor final de elétrons na fosforilago oxidativa e como nutriente essencial na sintese de lipideos. 428 Wscrmentoy Agitacao Aagitago mecanica é uma das operagdes mais importantes na condugo da fermentagio etanélica industrial, trazendo uma série de beneficios, como: ‘menor gradiente de temperatura; impedimento da formagaio de “Tundos de dornas de fermentacio”; menor tempo de fermentago (menor tempo de residéncia); maior produtividade em etanol; maiores efi cias fermentativa e de processo; maior uniformidade do produto; melhor desempenho das centrifugas; amostragem representativa; € maior viabilidade celular. A agitagio mecinica, se adequada, & a melhor forma dle homogeneizagio do meio em fermentagao, {tanto no processo em batelada como no continuo, conduzidos com eélulas livres. Isso promove a uniformizagio do meio em fermentagiio, mantendo as leveduras. ‘em suspensiio, proporcionando contato eficiente do microrganismo agente da Fermentagio etanGlica com o substrato. ‘Um dos fatos mais importantes do uso da agitagio mecanica na Fermentagito etanslica (como em qualquer processo fermentativo) € que, se esta ‘operagiio for bem conduzida, o meio se torna homogéneo, a amostragem sera representativa e poder ser feita em qualquer local da dona Temperatura As leveduras so microrganismos meséfilos e as temperaturas mais, adequadas na pritica industrial variam de 30 a 35°C, podendo chegar a 38-40 °C, quando no hi controle eficiente da temperatura do meio em fermentagio. ‘Como o proceso € exotérmico, a temperatura & controlada utilizando-se, normalmente, trocadores de calor de placas, instalados fora dos fermentadores. A literatura indica que a elevagiio da temperatur ‘etanol, provavelmente pelo fato de a velocidade de produgio ser maior que ade difusdo através da membrana, jumenta o efeito inibidor pelo ‘Tempetaturas elevadas favorecem o crescimento de bactérias ¢ a evaporagio do etanol (no caso dos fermentadores que operam abertos). A temperatura exerce influéncia sobre o tempo de fermentagiio (¢ a produtividade ‘em etanol) ¢ 0 aparecimento de infecgdes indesejadas. A temperatura dtima para as leveduras € de 26 a 35°C. Fermentaga etanolien a9 pH e acidez As leveduras sio microrganismos acidéfilos e trabalham bem em ampla faixa de pH. Os methores resultados so obtidos, porém, para valores entre 4,0 €4,5. 0 pH tem influéncia marcante nas fermentagiies industriais, devido & sua importincia no controle de contaminagio bacteriana, ao seu efeito sobre © crescimento de leveduras, as taxas de fermentagao c A formagao de subprodutos. {A fermentacio da sacarose & mais afetada pelo pH que a da glicose, visto que a atividade invertisica das leveduras é mais afetada pelos valores baixos de pH (que a habilidade fermentativa [Nos processos onde as leveduras so reutilizadas, o inéculo é tratado nos pré-fermentadores (cubas de tratamento), com scido sulfrico até pH entre 2.2. 30, permanecendo em repouso por uma a tés horas, antes de serem utilizadas em novo ciclo de fermentago. Este procedimento proporciona redugd0 dda carga bacteriana. A combinagio de valores de pH do inéculo de cerca de 2.5 € 20a 30% do volume de trabalho dos fermentadores com mosto com pH de cerca de 5,5 € 80 a 70% do volume dos fermentadores e a influéncia de outros produtos produzidos durante a fermentagio resulta em meio fermentado com pI proximo de 40. Adiciona-se o cido sulfirico em quantidade suficiente para favorecer a aio das leveduras e impedir o desenvolvimento de bactérias. Por outro lado, a digo do dcido sulfurico favorece a inversio da sacarose, que no fermenta dirctamente. A levedura possul a invertase, porém o emprego do dcido, ativando esta inversdo, torna as fermentagdes mais féceis e mais ativas. Concentragéo de células ‘Altas concentragdes de células conduzem a tempos de fermentagio baixos, ‘enquanto baixas concentragdes levam tempos de fermentagio maiores. Blevadas cconcentragSes de células proporcionam aumentos de produtividade e reducio «do tempo de Fermentagao, independentemente do modo de condugio do processo fermentativo empregado. Nutrientes A concentragio de nutrientes no mosto é um dos fatores mais importantes para a boa condusio da fermentacio etandlica, Se presentes em quantidades 430 Vawvneetos inadequadas, maiores ou menores que as necessérias, 0s nutientes podem proporeionar rflexos negativos sobre o desempenho da fermentagio etanslica, afetando a multiplicaglo celular ¢ a velocidade da fermentagdo. AS leveduras necessitam de meio contendo fonte de carbono, como glicose e frutose além disso, 0 meio deve ser fonte de vitaminas,nitrogénio, f6storo, enxofre, potissio, magnésio,cdeio,zinco, ferro, cobre,cobato, iodo e outros em menor quantidade Células de Saccharomyces cerevisiae wilizam o fésforo na forma H,PO,, predominante em pil 4,5. enxofre pode ser assimilado de sulfato, sulfito ou tiossulfato, O enxofre é adicionado no tratamento do insculo (adigdo de deido sulfirico) ema sulfitagio do caldo(adigio de enxofre), na fabricasio de asticar branco. O nitrogénio é absorvido pelas leveduras nas formas amoniacal (NH), idica (uréia) ou aminica, Fontes adequadss de nitrogénio si0 importantes para a sfntese de aminogcidos e proteinas. 0 creseimento e a fisiologia das leveduras. Ressalte-se que, como o mosto contém em parte ou em sua totalidade, varios destes nutrientes em quantidades adequadas, € sempre conveniente determinar a composic20 média dos mostos para que a complementagdo seja a ‘mais adequada, Antibidticos/Antissépticos No Brasil, so utilizados mostos de ealdo, misto (caldo mais melago) © melago, Em nenhum dos casos, 0 mosto resultante é estéril. A adigio de antibidticos é pritica generalizada para criar ambiente favorsvel ao desenvolvimento das leveduras e desfavordvel aos microrganismas indesejéveis 40 provesso fermentativo. Cada produto age de forma diferente, atuando sobre determinado grupo de microrganismos. A avaliagio, tanto da carga microbiana quanto da eficdcia dos antibicticos comerciais, é que determinard.a melhor opio de agente antimicrobiano, Fases da Fermentacdo Etanolica Apés a mistura do inéculo (fermento) com 0 mosto, inicia-se a ermentagao etanslica, sendo dividida didaticamente em trés etapas principais, denominadas, respectivamente, fase preliminar, fase principal ou tumultuosa e Bermentaga etanoiea Fase inal ou complementar, Ressalte-se que € dificil a determinagdo precisa dos limites destas fases. ‘A fase preliminar, que se inicia com 0 contato das leveduras com o mosto, 6 caracterizada pela predominancia da multiplieagio celular, com pequena liberacdo de gs carbinico, pouea formacao de espuma, pequena elevacio da temperatura do meio em fermentagao e pequena formagdo de etanol. Esta fase € de curta duragao e dependente da forma de condugao da fermentagao etanélica. Ea fase de adaptacio das leveduras ao meio. A fase principal caracteriza-se por intensa producio de etanol, gas ccarbonicoe calor, sendo a de maior duragiio. Nesta fase, hd formagio de espuma, ‘aumento da acidez e diminuigo da densidade do meio em fermentacao, como ‘consequéncia da conversio de aciicares emi etanol. Para controlar 0 ripido aumento da temperatura do meio em fermentagdo, na fermentagao etandlica industrial, uilizam-se normalmente trocadores de calor de placas. ‘Na fase complementr, 0 desprendimento de CO. reduzido,agitando- semenoso meioem femenagioediminundoatempeatira, como consequéncia daexausto ds agcaresfermentescveis. No final dess fase, a superficie do imei apresenta-se sem aptagaoe livre de esp [Na pritica industrial, quando a fermentagio ocorre por batelada, écomum a adiglo de fermento tratado na dorna e, em seguida, a adigao programada de mosto, Neste caso, a fermentagao praticamente jé se inicia na fase principal, que, dependendo do perfil de enchimento, pode ser mais uniforme, com elevagbes, rmoderadas de temperatura ¢ espuma, Controle da Fermentagéo Etandlica Durante a fermentagao etandlica, so realizados diversos acompanhamentos analiticos e operacionais, para oque 0 processo ocorra com bom desempenho, dentro da normalidade. Sao citados a seguir os prineipais. Tempo de fermentagao (O tempo de fermentaglo, na indistria aleooleira, & de seis a nove horas, quando a fermentagio 6 conduzida em batelada. Se for continua, 0 tempo de residéncia pode ser estimado entre oito e dez horas. Valores superiores a estes 432 Vasconcelos podem indicar anormalidades, que precisam ser corrigidas com a maxima urgéncia, pois se trabalha com fermentadores de centenas de metros cébicos Ue ccapacidade volumétrica. Tempos elevados podem indicar contaminagdes, buixas Viabilidades das leveduras, baixas concentragdes de Teveduras no meio em fermentagio, excesso de agticares no mosto, entre outros fatores, Aspecto da espuma ‘Quando a fermentagao etanslica ocorre dentro da normalidade, com bom desempenho, as bothas formadas sto regulares ¢ com certo britho, mantendo 0 ‘mesmo padrdo em toda a superficie do meio em fermentagao e sAo facilmente rompidas pela pressto exercida pelo g4s carbonico liberado durante a fermentagio. Quando hé contaminagées, as bolhas tornam-se maiores pela ccoalescéncia de bothas menores e, quando se rompem, com dificuldade, ja si0 grandes ¢ irregulares em tamanho forma, com certa opacidade, niio mantendo ‘0 mesmo padrio, como no caso de uma fermentagao normal, Adigao de antiespumantes é pritica generalizada na fermentagio ctandlica industrial, como forma de controlar a quantidade de espuma durante a fermentagio. Cheiro Quando a fermentagio alcodlica se apresenta normal, o cheiro & penetrante, agradavel e caracteristico, em funedo da matéria- prima utilizada na preparagio do mosto, Se fora deste padrio, indica possiveis contaminagies. Acucares residuais As concentragdes de agiicares residuais no final da fermentagio devem ser as menores possiveis. Os métodos usuais de determinagaio de agiicares no, silo seletivos ¢ quantificam, expressando os resultados como glicose, os compostos que reduzem o Cu"? a Cut, Em razdo disso, vinhos provenientes de mostos de melago apresentam agticares residuais bastante superiores aos de mosto de caldo. Os de mosto misto apresentam valores intermediérios Temperatura da fermentacdo (ou do meio em fermentacao) A literatura cita valores ideais proximos de 30 principalmente na regio Nordeste, a temperatura normal € préxima de 34 °C (33-35°C) e nd raro aleanga 38-40°C, por problemas no sistema de resfriamento. Como a fermentagao etanélica & um processo exotérmico, a temperatura da fermentagio € controlada por trocadores de calor, normalmente de placas, instalados fora dos fermentadores. Se a temperatura se elevar, numa conducio normal, provavelmente serd devido a sujeira nas placas do trocador. Neste caso, apés a limpeza, realizada com gua de boa qualidade sob pressio, atemperatura volta a0 normal. Se a temperatura for baixa, principalmente no inicio da safra e . Na indéstria, Acidez e pH © procedimento de rotina é avaliar os valores iniciale final da acidez. A acidez final nio deve exceder o dobro da inicial, Hd recomendagies de que este valor nio exceda 50% da inicial, Se isso ocorrer, é possivel haver contaminagses. Na literatura, citam-se valores entre 2,5 e 3.0 g de dcido sulfrico/L, nao devendo ultrapassar 5.0 g/L. Quando se trabatha com mostos de melago ou misto, 0 forte efeito tampio do mosto pode dificultar a avaliagao deste parimetro. Eficiéncia de fermentacao E 0 pardmetro que indica a eficiéncia de conversio dos agiicares em etanol e pode ser calculado considerando-se os agticares adicionados (eficiéneia de processo) ou os efetivamente consumidos (eficiéncia da fermentagio). Este parimetro € 0 reflexo de todas as etapas anteriores, se bem conduzidas, certamente este niimero ser satisfat6rio. Nestes cdleulos, toma-se como base a equacao de Gay-Lussae. 434 Masconelon Produtividade Representa a quantidade de etanol produzida, na unidade de tempo ena unidade de volume. Este pardmetro,juntamente com a eficiéncia de fermentagio, € um bom indicativo de desempenho da fermentagio ctanolica, principalmente quando se faz 0 isolamento e a seleedo de leveduras produtoras de etanol, Rendimento Ba medida da quantidade de etanol formada por dea de cana colhida, por tonelada de cana ou de melago étc. E um bom indicativo do desempenho do provesso fermentativo, Concentragao de agucares Este € um dos controles mais importantes da fermentagio etandlica. Quando © processo € por batelada, o controle € feito a intervalos de uma hora, do inicio ao final da fermentagio, pela medida do Brix. Os valores devem indicar uma curva caracteristica para as condigdes operacionais do processo fermentativo. Ha aumento do Brix durante a fase de enchimento do fermentador, de forma mais ou menos acentuada, dependendo do perfil de enchimento. AO fim desta fase, o decréscimo assume perfil hiperbslica decrescente. ‘Se o perfil de consumo de agicares, realizado pela curva de Brix, fugir do padrio (muito répido ou muito lento), pode haver desequilfbrio entre aadiga0 © © consumo de agticares pelas leveduras. Isso pode indicar matéria-prima inadequada (deteriorada), percentagem de fermento ou de agiicares inacequada, refrigeracdo excessiva ou incompleta, perfil de enchimento inadequado, fermento com viabilidade celuiar baixa, entre outros fatores. Ressalta-se que uma fetmentagao bem conduzida € o reflexo de todos os partimetros citados. Estes ccontroles s20 feitos em cada ciclo de fermentagio, quando esta € conduzida em batelada, ‘Sea fermentagio é continua, estes pardmetros sdo igualmente importantes econtrolados em todas as dornas, interligadas em série, Neste processo, mudam algumas formas de avaliagdo e terminologias. Por exemplo, no processo em batelada, tem-se tempo de fermentago. No continuo, é tempo de residéncia, ov seja, © tempo necessério para que 0 mosto entre na primeira dorna e saia da ‘lkima como mosto fermentado (vinho). Neste caso, nio se fala em perfil de Bermentago ctamdlien 435 cenchimento, masem taxa de diluigio, que € a relagio entre a vazto de alimentagio 0 volume da dora. Acidez, pH, temperatura, Brix do meio em fermentagio e do vinho so controladas de modo semethante ao do processo em batelada. Referéncias Bibliogrdficas Aiba, S; Humphrey, A.E.; Mills, N. 1973, Biochemical engincering. New York: ‘Academic Press. 434p. Amorim, H.V. 1977. Introdugao & bioguimica da fermentagio alcoblica, Araras IAA-PLANALSUCAR (COSUL). 90p. Amorim, H. V.; Basso, L. C. Alves, D. M. G. 1996. Processos de produgio de ‘lcool. Controle © Monitoramento. FERMENTEC/FEALQ/ESALQ-USP. 103p. Angelis, D. F. 1987. Leveduras. In: Microbiologia da fermentagio etanslica. Universidade Estadual “Hilio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociéncias, Rio Claro. p.41-62. Arai, J.A. de. 1982, Obtencio do etanol por fermentagio alcoslica. Rio Largo: IAA-PLANALSUCAR (COONE). 83 p. . Bajpai, P.; Margaritis, A. 1987. The effect of temperature and ph on ethanol production by free and immobilized cells of Kluyveromyces marxianus. Grown on Jerusalem artichokes extract. Biotechnology and Bioengineering 30(2):306-313. Brown, S, W.; Oliver, S. G. 1982, The effect of temperature on the ethanol tolerance of the yeast, Saccharomyces uvarum. Biotechnology Letters 4(4):269-274. Buss, Z. S.; Dallman, K.; Szajsni,B. 1989. 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Introdugao TA. desig 6 uma opera fia unit que visa sepaagto de componenies de wi miss, de scordo com a voluiidde ava dos componenzs (0 mais vil deslocese para fase vapor, enquant 9 menes Voli ermaneepefeencnlnente na fase) Eta Oper realada pormele da uli e condensag aris da mista eS que separ ou, pi, ‘Aterperara de bli 6 tempertrsem que ma substciapssa de eso go ao exo gasono. 0 valor dese tempera depend da presto ambiente 6 usido pon carctrizar substi puss quando Submedasdestlact presso amos, Dei dade Miia, h elas de proceso de dsilgtousandose alambiques (Figura 16.1), principalmente, para a obtengao de bebidas alcodlicas: 2 put dem mocofrmenado ste rocedimento peri tambon ane Avinicos do past, chamado de limi, seperate 6, conerera ira subsist, ido acc, dio chico, renin ee. Com 0 pasar do emo, a destlagko fi subdividis, de acordo com sa apices. Hoje em ia, sto conheidas a etlapo amos vue, xooepica butvacafiaconada T Bngenteire Quinico, Consultor, Dietor da Velho Barreto Consulteria © Projelos Lida. © Diretor da ECO - Tecnologia © Equipamentos Industrisis Ltds. E-mail thales@ velhobatrto.com.br 2 Engenkizo Quimico, PhD. Profesor e Pesquisador da Universidade Federal de Permamibuc. Email: acduartecoethoG@hotmatl.com CAPITULO 16 Importantes segmentos, como as industrias petrolifera e petroquimica, utlizam 0 processo de destilagao, de forma isolada ou combinada com outras ‘operagSes fisicasunitirias, para produzirinimeras misturas e compostos com vrios graus de pureza: wis natural, nafta, GLP, diesel, querosene, lbrificantes, [BPF, asfalto, eteno, butadieno etc. (Figura 16.2). Figura 16.1. Alambique. Figura 16.2, Imagem de uma refinaria moderna de petrdleo com diversas colunas de destilagao. Desslagao 4a Principios da Destilagao: Equilibrio Liquido-Vapor Na destilagao, 08 vapores produzidos so normalmente mais ricos nos ‘componentes mais voléteis do que 0 liquido, o que possibilita a separagio de {rages enriquecidas nos componentes desejados. O liquido e 0 vapor contém, ‘em geral, os mesmos componentes, mas em quantidades relativas diferentes. ‘A volatilidade relativa é a medida das diferencas em volatilidade entre dois componentes, ou seja, entre seus pontos de ebulicao A pressio atmosférica. Acurva de equilibrio liquido-vapor (ELV) do componente mais volatil ‘mostra-nos os pontos de bolha e os pontos de orvalho de uma mistura a determinada pressao fixa. Nos sistemas ideais, 0 ponto de ebuliglo permanece constante. Quanto maior a volatilidade relativa de dois componentes, maior a facilidade de separagio. A curva também indica uma mistura binéria que, por possuir caracterfsticas uniformes de equilibrio Ifquido-vapor, € relativamente ‘cil de separar (Figura 16.3) 120 ‘Vapor superaquecido no. Curva do Ponto de orvalho 100+ § 5 8 oo. 2 80: A Liquido sub-restriado aot oo 02 04 08 08 10 CConcentragio (Fragéo molar de A) Figura 16.3, Pontos de bolha pontos de orvalho de uma mistura press fixa. 4a Mareotoe Cotto Em um sistema binéro sob presso total constante,aanilise do diagrama y Graco molar da fase gasosa) ~x frasio molar da fase liguida} permite avaliar 0 grau de dificuldade para separar os componentes por destilagao. ‘Quanto mas afastada da diagonal estivera curva de equilfvi, mats fii serd a separagio por destilagio, Na Figura 16.4a, a separagao por destilagto & mais ffeil do que no caso da Figura 16.4. a bob. iat iF ronnie rafsad coke a ol Meorerasecososoraaveta — “VUDTOZUsUaasUeUT ITNT Page tro component FFragio molar do componente: nao ro gas ‘rau vou roa @ ) Figura 16.4. Curvas de Equilbrio iquido-Vapor (ELV) de misturas inérias auma pressfo constant. ‘Em misturas nio ideais, como dgua-etanol, pode haver grandes diferengas ‘entre as Volatilidades em fungo da concentracdo dos componentes na mistura. Para composigies entre 5 e 50% em massa de etanol, a volatilidade relativa é muito maior do que J, enquanto que, ao se avizinhar dos 95% em massa de ‘etanol, a volatilidade relativa se aproxima de 1, até atingir este valor no ponto da curva chamado de ponto de azeotr6pico. Quando uma mistura Iiquida gera um vapor com a mesma composicio, tem-se um azeétropo. As curvas de equilforio cruzam as linhas diagonais (Figura 165). Destlagds 443 10 os goa £7 bos! [To sees Soa! Fo | Beall os | reso fonptante oor 020304050607 080910 op ota tana oii @ ‘Figura 16.5, Curva de Equilibrio Liquido- Vapor (ELV) de misturas bindrias, ctanol- {gua auma pressto constant de sistemas nfo ideaicom azeStopo homogéneo Colunas de Destilacéo Industrialmente, a destilagdo € feita em equipamentos chamados de ccolunas, que podem ser de estos (pratos ou bandejas) ou de contato (recheio), {que propiciam o enriquecimento do vapor produzido eo esgotamento do liquido destilado (em relac0 a0 componente mais volt). Em 1925, McCabe e Thiele desenvolveram um método grafico para dterminagio do mimero ideal de pratos de uma coluna de destilagio. Hoje em dia, usam-se métodos computacionais de simulacao. 'Na indistria alcooleira do Brasil, usam-se colunas de pratos ou bandejas, instalados paralelamente a certa distincia (espagamento). Existem colunas que possuem, em relagio ao prato de alimentagao, uma zona de concentragao (acima) uma zona de esgotamento (abaixo). O vapor, rico no componente mais voltil, a0 sair do topo da coluna, é resfriado e condensado em condensadores. No fundo da coluna, entra 0 vapor de aquecimento sai o lquido (efluente) quase jsento do componente mais volétil, conforme visto na Figura 16.6, Na Figura 16.7, estdo representados os principais internos de uma coluna: borbuthadores, vertedouros ¢ barragens. Os pratos sio classificados pelos tipos de borbulhadores:calotas (Figura 16.8), otficios ou perfurados (Figura 16.9) ¢ valvulas Figura 16.10). Condensador ‘concenvagio ‘Nimentarte. —I Figura 16.7. Principais internos. 445; 446 IarretoeCastho {As colunas de destilago so complementadas por: trocadores de calor (condensadores, refervedores, regeneradores,resfriadores) ¢ instrumentos de controle de vazao, temperatura e presso. A seguir, & descrito cada um deles: = Condensadores: so responsiveis pela condensagio dos vapores enriquecidos no topo, promovendo o refluxo do liquido & cotuna.e permitindo aretirada do destilado. Utilizam a agua como liquido refrigerant ~ Refervedores: so aquecedores do tipo indireto. O vapor de processo aquece © liquide do fundo da coluna, que & vaporizado e retomna para realizar 0 aquecimento do sistema, O vapor condensa e a Agua condensada € uilizada para a alimentagdo dos geradores de vapor (caldeiras). ~ Regeneradores: recuperam energia do proceso. Conforme as fungSes, adquirem denominagdes especiais. Sio exemplos os dois tipos de trocadores de calor que aquecem o vinhoaté 0 ponto de ebuligao usando energia térmica de fluidos do processo — o pré-aquecedor de vinho (E), que aproveita 0 calor da flegma do topo da coluna de retificagio (B) eos trocadores K, conjunto de quatro ou mais corpos, que recupera parcialmente o calor da vinhaga efluente da destitagdo do vinho). ~ Resftiadores: servem para resfriar 0 produto final antes de ser estocado. ~ Instrumentos de controle de vazio, temperatura e pressdo: atualmente, hé um nivel elevado de instrumentagio e automagio nas plantas de etanol. Sto fitas| as medigoes das vazdes de vinho e produto final. As medgges das temperaturas ‘presses em determinados pratos orientam a operagao e permitem a automagio do processo. As Figuras 16.11 ¢ 16.12 mostram destilarias de cool. Figura 16.11. Aparetho de 500 m/dia—Destlaria Cooper-Rubi, GO. Destlagio 447 Figura 16.12, Aparetho de 250 m’/dia~Alcana, MG Matérias-primas © etanol, por via fermentatva, € produzido a partir de matérias-primas agucaradas, amilficeas ¢ celuldsicas. No Brasil, a producéo € feita de matéria aucarada da cana-de-agicar, processada em destilarias autOnomas € anexas. ‘Uma destilaria auténoma produz exclusivamente alcool e processa a cana-de- agiiar, enquanto uma destilaria anexa (a uma fibrica de agticar),além do caldo direto da cana (caldo misto)e melago, pode utilizar produtos intermedirios da produgdo de agear para compor o mosto de alimentago. Hidalguns anos, estuda-sea segunda gerago de dleool a partir de matéria- prima celul6sica, notadamente palha, colmo e bagago da cana, subprodutos da féstria sucroaleooleia, mas ainda nfo existe produgio em escala industrial. © ftuxograma da produgdo de cool, com as principals etapas do processo, esti na Figura 16.13. 448 Figura 16.13. Pluxograma para produgio de alcool. Etanol: usos e classificagao Octano! (C,H,OH), também chamado de dlcoo!etilico, uma substancia ‘obtida por fermentacio do mosto e posterior destilacdo. O produto final, de acordo com a graduagio e teores de impurezas, tem diversas aplicagdes: biocombustivel para vefculos (alcool hidratado e anidro), producdo de bebidas, ‘matéria-prima para indGstrias farmacéuticas, de cosméticos e alcoolquimica, Alcool carburante - Alcoo hidratado: concentrago de etanol de 92,6 a 93,8%% em massa (INPM). Eusado nos carros movidos a élcoo! (tipo flex). + Alooolanidro: concentraso de etanol minima de 99,39 em massa (NPM). misturado a gasolina na proporgdo maxima de 26%. Na proporgio de 23%, substtuin ochumbo-tetacila, antidetonantealtamente poluete,processo {em que o Brasil foi pioneiro ne mundo, Destlagao 449 As especificagdes completas dos tipos de dlcool carburante encontram- se na piigina da Agéncia Nacional de Petr6leo: ‘wwwanp.govbr/doc/audiencia_publicw/Minuta_de_Resolucao_AP_9_2005 pa Produgdo industrial do etanol no Brasil Alcool hidratado carburante B obtido através de dois conjuntos, de destilagko e retficaglo, © equipamentos peritéricos Figura 16.14), O primeiro conjnto& constitu por tréscolunas superposias (Tabela 16.1) Areificagdo ¢feitatradcionalmente por meio de uma coluna com duas se5Ges:esgotamento(B,)¢ concetragio (B). Suas caractersticasprincipasestio na Tabela 162 ‘Tabela 16.1. Dimensdes prineipais das colunas do setor de destilagio Coluna Niimero de bandejas ___Espagamento (mm) Destilagio (A) 2» 0 Epuragdo do vinho (A,) on 500 Concentragao de cabegas (D) 06 390 ‘Tabela 16.2. Dimensées principais das colunas do setor de retificagao Coluna ‘Niimero de bandejas Espagamento (mm) B, B 350 B 8 350 s valores apresentados sto referenciais, variando de acordo com os fabricantes. Os produgio. fAmetros das colunas so dimensionados em fungio da 450 Marvetae Coelho Descrigdo do proceso (© vinhocentrifugado, com teorem etanol na faixade 60-10,0%em volume, passa no pré-aquecedor de vinho (E) no qual é aquecido até 70 °C, em ‘contracorrente com os vapores do topo da coluna de retificagi (B)e, em seguida, vai aos wrocadores K, para complementar 0 aquecimento até 92-93 °C, com 0 calor parcial da vinhaca. Apés 0 aquecimento, 0 vinho alimenta o prato 04 da coluna A,, para que os produtos voliteis (leves ou cabecas), principalmente aldeidos ésteres, passem a coluna D, para concentracio. Os vapores concentrados saem pelo topo da coluna para condensar nos rocadores de calor Re Ry parte desses vapores retorna para o prato superior (refluxo) e parte & retirada como élcool de segunda. O produto de fundo da coluna D segue para 0 conjunto de retificacao. (0 vinho desce os pratos através dos vertedores até a caldeira (base da coluna), saindo como vinhaga, produto de fundo quase isento de etanol, com menos de 0,03% em volume, poluente ¢ usado na fertirrigacio dos canaviais. O ‘vapor de escape (vapor de descarga das turbinas de contrapressio, com pressio de 1,0 - 1.5 ket/em?) ou vegetal (vapor gerado na concentragao do caldo no primeiro estigio dos evaporadores de miltiplo efeito, com pressio de 0,7 kgf! Cem?) aimenta a caldeira da coluna de destilagio (A) através de borbotagem diteta ou refervedor (inditeta) e sobe os pratos através dos borbulhadores, ‘empobrecendo em etanol 0 vinho que desce e enriquecendo os vapores que sobem, Acima do prato 20 da coluna de destilacao, sai uma flegma,com graduacio ‘correspondente ao vapor do vinho destilado, para alimentar o setor de retificaca0 “enlreas sogdes de concentragio~coluna B(acima da alimentagao) eespotamento ~colunaB, (abaixo da alimentago). A coluna B, € aquecida por vapor de escape ‘ou vegetal sbficiente para esgotaro liquide que desce pelos vertedores e chega Acaldeira com menos de 0,03% em volume de etanol flegmaca). [Na segdo de concentragao (colina B), 0s vapores vio sendo entiquecios «em etanol, atingem o topo, passam aos condensadores E, E, ¢E,retornando ao prato superior (refluxa). alcool hidratado, produto final, €retirado quatro pratos abaixo do topo, para diminur a contaminacio de impurezas volétis. Um trocador de calor (resfriadeira J), usando égua como refrigerant, baixa a temperatura do Aleool para o valor maximo de 33 °C, antes da estocagem. O sistema de retificagio pode ter apenas a secio de coneentragio (coluna BB). Como neste caso nao hi esgotamento, 0 Iiquido de fundo retomna A coluna A, Dest 43) [Em virios pratos do conjunto de retificagdo, concentra-se uma mistura de aleosis superiores conhecida como Sleo fusel. De acordo com os pontos de ebuligdo e solubilidade desses alcodis superiores, essas misturas s40 classificadas como leos baixos e 6leos altos, conforme a regio das colunas B, e Bem que se localizam. Os principais alcosis superiores sio: iso-amilico, iso- Dutilico, n-butlico,iso-propflico e -propilic, Na produgao do flcoo! carburante, 0 dleo fusel deve ser retirado, para vitar perdas no processo através da flegmaca (se houver coluna B,) ou da vinhaga (se nao hi esgotamento da flegma, que retorna para a coluna A,). 0 subproduto retirado deve ser resfriado e estocado, posto que ha um mercado para cle na indlstria quimica, principalmente se a concentragao do élcool iso- amiflico for acima de 60%. © controle da operagio & feito por meio de acompanhamento das emperaturas de determinados pratos e da presstio de operacio das colunas (pressiio manométrica), © consumo de vapor & fung20 do teor aleodtico do vinho e da tecnologia de destilagio empregada, Nas plantas que tém como objetivos principais a produsio de etanol e geragiio de energia elétrica para venda,a tendéncia é a implantaciio da destilagio a vacuo, que permite consumos de vapor até 50% menores do que na destilagao a pressdo atmosféric © consumo da agua de refrigeragio depende da eficiéncia dos ccondensadores (projeto) e da qualidade da Agua. Na Tabela 16.3, S40 mostrados alguns valores de referéncia. Tabela 16.3. Dados operacionais da produgio de éleoo! hidratado carburante Parimeo——~S~*~*~*~*~*~*« dade SSSS*~« dS ‘Temperatura — bandeja A, Ca 106-110 ‘Temperatura ~bandeja A, c 98-102 ‘Temperatura — bandeja B,,, ca 104- 108, ‘Temperatura —bandejaB, Cs 88-92 Pressio ~ coluna A mea 49-55 Pressio - coluna B, mea 35-45 Consumo de gua mi/m? delcool Consumo de vapor kg/lde alcool 2« 452 etna Figura 16.14. Fluxograma do 4 Alcool anidro 0 dlcoo! hidratado é uma mistura azeotrSpica (mesma composigdo nas fases liquida e de vapor). Para se obter élcool anidro, é necesséria uma operagdo chamada desidratacdo, cujos processos utilizados so: destilasao azeotrépica, destilacio extrativa e peneira molecular, que responderam, respectivamente, por (60%, 25% e 15% da produgao de 4lcoo! anidro em 2008. Desttago 453 Destilagao azeotrépica Em 1902, Young observou que era possfvel obter éleool andro destilando- se dleool hidratado em presenga de benzeno (Figura 16.15). 0 processo industrial de destilagio azeotrpica € consequéncia do fato de que benzeno, etanol © gua, substincias com temperaturas de ebuligdo respectivas de 80,0; 78,3; ¢ 100,0°C, em determinadas proporgies, formam uma mistura azeotrépica de ponto de ebutigio de 64,9 °C, inferior ao de qualquer um dos componentes isolados. Na rmistura ternéria, as componentes esto nas proporgdes, em massa: benzeno, 74,14; etanol, 18,5%; e égua, 7,4%. Essas caracteristicas permitem oarraste da gua para a fase de vapor por meio da mistura ternéria, de alta volatilidade. Diversas outras substincias também apresentam essa propriedade: hexano, n- hexano, trcloroetileno, ciclohexano ete, mas, durante décadas, o benzol, nome comercial do benzeno, foi o desidratante usado na quase totalidade da produgao de anidro. Em 2000, uma portaria do Ministério do Trabalho proibiu o seu uso pelo cardter carcinogénico. Atualmente, a desidratagio azeotrdpica se serve do ciclohexano e de produtos formados por misturas de hidrocarbonetos, em instalagGes projetadas para benzeno ¢ adaptadas as novas condigdes, As principais dimensGes das colunas de desidratagio (C) e recuperagiio do desidratante (P) estio na Tabela 16.4. Tabela 16.4, Dimensdes principais das colunas do setor de desidratayao Coluna 'N? de bandejas “Espagamento- min c 2 3S P » 305 Descrigao do processo ‘Odieoo! hidratado, com a praduagdo em torno de 93 °INPM, sai diretamente dacoluna de etficago (B) para o prato 28 da desidratadora (C), na qual aadigao do desidratante promovers a seguinte distribuigao: na regio superior, oternéio, ctanol, agua e desidratante, de ponto de ebuligao mais baixo; na regido intermedisria, o bindrio etanol e desidratante, de ponto de ebuli¢ao menor do que o do etanol; e na regido inferior, o produto final, slcool anidro, de ponto de 454 Muarvewse Catto ebuligao mais alto, como produto de fundo. Este fato torna obrigatrio 0 uso de refervedor (aquevedorindireto). Os vapores do terndrio, saindo do topo da coluna C, so condensados nos trocadores de calor He H,. A mistura liquida, assim condensada, vai a um

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