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A Proposio
Este p primeiro elemento da estrutura interna da Epopeia. Aqui, Cames faz a sua
proposta, apresentando aquilo de que vai falar ao longo de toda a sua obra pica. No
entanto pode-se dividir a Proposio em duas partes. A primeira, aquela em que
efectivamente Cames apresenta o assunto que vai abordar ao longo do seu poema e os
heris que vai louvar. A segunda, trata-se de uma espcie de valorizao da sua obra e
um ultimato aos antigos heris que devem, segundo ele, ser esquecidos, j que,
comparados com o povo portugus, so bastante menos sublimes.
Assim, na primeira parte da Proposio, o poeta diz que vai cantar, espalhando por
toda a parte (Cantando espalharei por toda a parte) trs aspectos distintos:
praia Lusitana), por mares nunca antes navegados, que passaram territrios onde
no havia chegado ningum, ultrapassando limites at ali inultrapassveis
(passaram ainda alm da Taprobana), em perigos e guerras difceis. Fizeram
tudo isto quebrando os prprios limites da fora humana e conseguiram construir
um novo reino entre gentes distantes;
cheias de vcios;
memria.
Para que tal acontea, Cames coloca uma condio, ou seja, para poder cantar todos
estes heris que simbolizam, no fundo, o povo portugus, Cames precisa que o seu
talento, inteligncia e arte o ajudem (Se a tanto me ajudar o engenho e a arte).
Na segunda parte, inicia-se a valorizao do seu trabalho e do povo portugus. Para
tal, Cames ordena que parem de falar de Ulisses (grego) e de Eneias (troiano) que
fizeram grandes navegaes e que foram heris aclamadssimos; pede que deixem de
falar de Alexandre Magno e de Trajano, bem como das vitrias que eles tiveram e que
lhes deram grandes imprios, visto que ele canta o peito ilustre lusitano a quem
Neptuno e Marte obedeceram (Neptuno, deus dos Mares, Marte, deus da guerra). Volta
a exigir que parem de evocar tudo aquilo de que a Antiguidade (Homero e Verglio) fala
Lcia Martins