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‘sspectos referentes a comodidade do operdrio, Estaria Fourier errado, pportanto, a0 chamar as fabrieas de presidios mitigedos(26)? STEPHEN A. MARGLIN _ Origem e funcdes do parcelamento das tarefas 7 Para que servem os patrées? pte ng - oul, ays Ciunae dur tamper) be iA enihica. da Wincoia do ae Sraloubhe {to de hesitagfo, excothem o que tem todos os dedos... Os senhores fabricantes ‘tém falsos preconceitos contra o que chamam de legisiogdo pseudflantrdpiea®, (Reports etc. for 318 Oct. 1855,) So senhoressagston: nfo i-ton que apolanam revo dos escravoratae. (26) Nas tibricas onde fotmplantads hi mais tempo a lel sot as {brea limite obrigatéria do tempo de trabalho, bem como as outras regulars: et, muitos abusos desaparecum. Atingido um czrto ponto, o propio spefelgan ‘mento da maquinaria exige melhores constzugdes na fabrics, que tedilndamn om tenelfio dos opentios. (Reports ef. for 318 Oct. 1863, p. 109.) Este eno conta apie parte de una obra se pubzds on Unidos, om o titulo Wher do Doues Do? e, como subtle, onthe sae he {ont of Hienrchy i Cpitalit Production Profesor de Essar a an ives, 0 auc stam, muna gids pares unos heerges ‘as de ena eds rts, n erode das eager see Spam an) sete ved, leramente rss panera tens ental do Sado, omits sian dseviments Mitriet (uncpaente saan ce suo don tbahadors independents por melo aiantnarsc seve oa sno sole fun alc), o teres (a eipelo des enoe e selene de eta consoene) Os dio te reprodupo so de popiedi do ao, Oscars fase questi de agradecer a Stephen Marg, porter pe ‘o sot Ietores deste lwo aprimana de um texto de excepeionalinereae, (A.C) w fuma socied plexa, pode o trabalho favorecer a \y! 540 dos individuos ou sexi que o prego da prosperidade material Ex illenacio no icabalho? Todas as siscussdes sobre as posibilidades de fo de uma revolugfo verdadera yoltam, mais cedo ou mais tarde, a ‘questfo, Se s autoridade hierérquica for indispensével para atingir produtividade elevada, a realizrfo no trabalho serd, no maximo, o ° iE «isso independente do regime socile y.) , do trabalho ¢ defenninada pela tecnologia ou pela ioridade hierarquica 6 realmente necessria para obter | dos niveis de produgio? Ou seré que a prosperidade material 6 |, (- pativel com uma organizapto do trabalho nfo-hierérquice? # Os defensores do capitaismo esto profundamente convencidos fue 2 hieraiquia ¢ imprescindivel. O argumento tltimo seria que a Plilsta dnica. Eles podem até apciarse num aliado inesperado: Fr Engels. Talvez sob efeito de um descuido pastageio, Engels sus- em determinada época, que a autoridade era tecnoligica e nfo ente determinada; Se o homem, pelo saber e pelo génioeriador, icou as forvas da natureza, estas ultimas vingam-se dele, subme- fi. proporgio em que ele as usa, a um verdadeiro despotismo ante de qualquer organizasio social. Querexabolica autridade 39 2a grande indistriaequivalea querer abolir a prépria indtsti a destrur © fear mecinico para retroceder & roca(2), Retroceder 4 roca 6 um absurdo cvldente; ese 0 produtor deve or natureza receber ordens, € dificil pereeber coiiid, Vit JE Tegra, 0 trabalho poderia nfo 3 alienate a ‘Se as cirisiés Socials fossem oxperimentais, seria fécil saber se a onganizagfo hierdrquica do trabalho é ou nfo & indispensével a uma pro- utividede elevada; seria 56 ajustar téenicas de produgto que permitssem ‘organizago igualitéria do trabalho ¢ testarthes o funcionamento real, A experiénca dil sea organiza igualiéria do trabalho 6 ov nfo ut6pi- ca, No entanto, as ciéncias socials nfo sfo experimentais. Nenhum de ‘nds conhece suficientemente a fabricago do ago ou de tecidos, para criar uma nova tecnologia, que seja, além disso, tio radicalmente dife- rente da atual, a ponto de exigir uma séria tentativa para modificar a ‘organizagfo do trabalho. Mais ainda: numa sociedade cujas instituigoes de base — da escola a fifbrica — fundamentam se na hierarquia, qualquer \tentativa de mudanga parcial esté provavelmente destinada ao fracasto. > Apesar de todos of seus defeitos, a teoria neocissica indubitavelmente tem razfo, quando sallenta 0 equilforio gera! em detrimento do equili- brio parcial, im proaurar criar outros modelos de organizacéo, & pre- so eno seguir uma via mais india. Pesguntano-ios por que, duran. te o desenvolvin pitalista, 0. produtor direto perdeu a Tela¢a0 ni -operiio-patrio, que.caracteriza a produggo capitalists? E que Tungfo_ social preenche a hierarquia capialisia? $e a onigem e a fungio da hierarqiia capitalista parecemi no ter grande coisa a ver com 4 eficincia, rea anda precisar sea organizacéo hierdrquice da produgzo pensive) para assegurar um elevado nivel do vida material Eos trabalhadores ~ manvais, tSenicos, intelectuais — poderiam levar suf cientemente a sério a possibilidade de uma organizagSo igualitéria do trabalho, para perguntarse como modificar essa instituig6es soci, yi econémicas € politicas que condenam quase todo o mundo a $6 ver no sbalho um meio de vida e no uma parte integrante da propria vida, Varios demonstrar neste ensaio que ng fol por raz6ee de superio- ridade tenia que os patbes adotaram as duas medides deci que (0) F, Engl, “On Authority”, primeiro publicado em AImenseco Repu: teano, 1884; tradngso ingesa in Mack» Engels, Beste Wilgr In Potton ced ‘Phloropy, L. Fever (ed), Doubleday & Co, Garden Gy, Nova Torque, 1985, 7. 483.0 pifo 6nowo, 40 12) yo i caracteriza Gpiutingout system (*basendo na disteibuigho da materia [2 ima a afesios a quem se compra o produto acabado, in Roland arn, La Revolution industrielle en Grande-Bretagne, Colin, Pasi, izago eentralizada, que caracte- enter & pro” 1 do trabalho intend alive piers 6 si « Oe opiate pr gitar, er enn. tne ¢mehor ds eupanenon reo ma J gb is io pues conto de eld capil ie, ge satin oaszunt deste esto, podem sr agupadas tn det cent wl tees 1. A divisfo sagacterzad: slo i manta delice, anand por Adam io pels Sia Supertonade tecnolbgica, mas porque gar ESécdrio um papel essencial no proceséo de produefo: o de coordena- pinando GF eaforgos separados dos seus opertsos, orice igo se expt Smit raperiordadetecncgica, mas elo fato dla despojar 0 od quiguer controle ede dar a0 capitaistao pode de pesce- Fhatureza do trabalho o a quantidade a pr #3. A fungto social do controle hierérquico da produgio consiste “Via de Tega, 0 Hndividuo no tir & acuRnUlago Go capital. Via de regis, z Elis dled 6 conseniemente economizr.Inmesas presses robe le pra evo a ata, Quando hi uma ezonoma ses famila, boo renta de uma dtsogem dos hblos de a despesa em relaso a0 aumento da rend, ois a despesa, cone qualquer atlvidede, tem necessidades de ser aprendida ea aprendizagemm va ae Bo. Assim, a economia individual & a conseqléncia do eressimente ¢ Go constitu uma causa independente dale, As sociedades aquisitivas — Pré-capitalistas ou socialistas — criam ividedes determinam a taxa de acumu. 1oders, a taxa de acumnulagto 6 deter. minada principalmente pela gande empress o trust Sua hierargua ‘ela reside uma das suas funges socials estencais ~ decide qual yee as recita seri destinada a0 aumento dos meios de produgso. Neate de controle hierdrquico da produsfo, a sociedade deveria on eras new tuigoesigualitrias para asseguar a acumulagdo de eapitls ou comer tare com o nivel de capital jf acumulad, 4. A nfese dada a acumulagSo explica, em grande pate, ofracae so do sooallsmo sovdtico “em aleangare ultrapassar”o mundo copia lista, quanto ds formas iguaitrias de onganizagio do trabali, Conse dendo plordade a acumulagfo de capital. A Unido Sovistic epet hist6xia do captaismo, ao menot no que concerme i reagdo des herners 6 das mulheres com o trabalho. O facaso total nfo fol com aquele, descrito por Santayana, de Pessoas que, por desconhecerem a histéria, ‘epetemnsinvoluntaramente. Foi consiene e dliberadamente que og soviticos adotaram a mancira de produzir capitalist, E os defences ‘8 Unito Soviética estava pobre demais para accitar uma parada indefinide {i acumulagdo, Agora, infelizmente, os soviéticos vive is volias com Galcangar e ultrapasar os Estados Unidos”; para eles, tanto quanto pare (¢ mundo capitalist, seria preciso uma revolugfo a fim de transformar ¢ organizagfo do trabalho. Retomaremos aqui pormenorizadamente cada uma dessas propo- sigdes, esperando demonstrar que elas explicam os fatos, I. DIVIDIR PARA REINAR Os capitaisas nfo inventaram a hisrcgua, nem + orpaniapso higrirquica da produgdo, Nas Sociedades pré-capitalistas, 7 produgio onguetvaso numa Merarula esta ~ musescomperieier oe 42 gus hoe 9 sobrevve no nosso ensino superior. Hieacaua capitalist. ¢ ilerarquia pré-capitalistadiferem em tr pontos. Em primeiro lugar, 20 pice como na base da hierarquia pré-captalsts, encontrave-se umn pro F.nfo, piamidal: um da, 0 3 nte, mest. No capitalism, 6 raxo que um operirio chegue al 2 Ebniramestre; nem falemos de suas oportunidades de chegarachefe ou tor Geral. Eni, ¢talvez sja isso 0 mais importante, 0 artesto mbro de uma Borporapso nfo estavateparado do mercado por um Phlermedivio. Venda iualmente um produto e nfo 0 seu trabalho; e, “ te, contzlava, ao mesmo tempo, o produto e o proceso Now ivi do trabalho capt "Nem a hierarquia nem a divsfo do trabalho nascecam com o cap A divisfo social do trabalho, a das tarfas§ una ristlea de Todai ts sociedades compexas eno ni tage part ditilizadas ou economicamente evelu(das, pensar na divsfo do trabalho om casas © na hieraruia que na tociedade tradicfonal hindu, Advis réenea do tabe- ot ¢ exer do plo cu dna oer, & text, por exemple, meumo ecb o sista corporaio, era dam tas sparta, ada uma conelada por pecs, = futor, O Meste aresio trabalhava junto com o aprendiz, em vez de = Smplesmenteindcarthe o que fazer. Em epi, NETabia eTnear © aprendiz. seria companheiro, quis certa- iodo trabalho de tipo corporativo tipo capitalista, na qual a ta somente pela dimensfo do enlicaglo, deveriod piecear 6 sentido de “superloridade Ecdtmsgs mre cmeeted ‘inefcdci, ik due estto no centro deste extudo. Gis wsumento¢ até mals ago. Cnstonsions upon the Bernas ‘Marty fol publeado ex 1701, 43 Digamos, de acordo com 0 uso, que um método de produgdo & tecnotogicamente superior & outro, se cria mais produtos com 0s mesmos intores. Para ser teenologicamente superior, nfo basta que um novo mé todo tenha uma maior produg£o didria, pois — presumindo-se que 0 trabalho seja 0 Unico fator em jogo ~ é possivel que esse novo método exija mais horas de trabalho, ou um esforgo mais intenso, ou condigdes de trabalho mais desagradéveis; nesse caso, fornecerd mais produto con- ta mais fatores © nfo contra a mesma quantidade. Demonstraremos aqui a pouco que — contrariando a logica neocldssica — umn novo méto- do de produsfo nfo precis ser tecnologicamente superior para ser ado- tado; a inovapfo depende igualmente das instituigdes econdmicas ¢ , dos que controlam a produgZo e das pressdes de que esse con- ‘role s¢acompanha, As expressBes “efiedcia teenolégica” e “ineficécia tecnolégica”, como sf0 usadas pelos economistes, tém um sentido ligeiramente die: rente da idéia de melhoria e de deteriorago que evocam na linguagem ‘comum. Um método de produglo & chamado tecnologicamenteeficaz, se nfo existir nenhum outro método teenologicamente superior. Assim, pode haver, © hd, em geral, mais de um método de produgio tecnologi- camente eficaz, pera um mesmo produto: o trigo, por exemplo, pode ser effeazmente produzido com muita terra e relativamente pouco adu- bo, como no Kansas, ou com muito adubo e relativamente poucs terra, como na Holanda, Mas, se considerarmos a superioridade o @ aficdcia teenoldgica sob © ponto de vista da economia global, tais conceitos sf0 reduzidos, em ‘outros casos, 4 superioridade © & eficdcia econdmicas. Nas hipGteses contidas nos manuais que tratam da concorréncia perfeita e universal, 0 método de produgfo tecnologicamente eficaz 6 aquele que custa mencs, sendo a redugfo do custo um {indice de superioridade tecnol6gica@). Na realidade, as coisas nfo sf0 to simples, pois o desenvolvimento do. capitalismo, em vez de conformar-se como modelo de concorréncia, exige necestariamente a recusa ~ © no a efetivagso — das hipdteses de ‘concorréncia perfeita. Voltemos a Adam Smith: A Riqueza das Nagbes aptesenta trés argumentos a favor da superioridade tecnolégica de uma divisfo do tra- balho tdo avangada quanto o permite a dimensfo do mercado. () Vamos encontrar uma discus concia ¢ elegante da relagdo entre a flict tecnoligica e os métodos de producio a custo mfnimo em Tiling Koop- ‘mana, Three Etsays on the State of Bconorae Sclence, McGraw Til, Nova logue, 1987, ensato 1, espectalmente pp. 66-126. ae ‘ fande aumento na quantidade de obra que wm mesmo cee a a eee mee trabalho, devese a t€s circunstincias diferentes: primeiro, # um cresci- J mento da habilidade individual de cada ner gun, enon fo tempo que se perde habitualmente quando se passa de um tipo de dans prs outa; 0 treo, invengfo de um grande nero de inguin qe ita ¢abevan tbo © gue peritem queum em realize a tarefa de virios(®).” once argumentos, um — 0 ganho de ee eee \e, Mas, de onde vema idgia do que ganho de 0 B roe maka ge canto 5 ial ‘capitalista-do 5 tribal ‘camponés, por exemplo, lavrard geralmente todo 0 cam- antes de esterrodo, em vee de trabalhare esterroareada sulco, un Js 0 outto, para ganhar tempo na organizacdo do scu trabalho. Mas, & cultura camponesa € a antitese da especializagio capitalista: 0 cam- ings sozinho encartega-se normalmente de todas as tarefas necessrias Gira levar a cabo uma colheita — da semneadura 20 produto mercanti. {5 que se refere a implantagfo dos instrumentor, nada diferencia 2 ‘agi tome-s¢ tuma porgio insignificante do tempo de trabalho BiStal. A economia de tempo exigiria, quando muito, que cada operirio Dice un Unie atide durante vos das A economia det on rea tividade; e ndoa 6 clr agunento de A, Sith ~ a ropenso par ane (06 muito convincente, De fato, o proprio Smith fez-lhe ume pest: tica num capitulo posterior de A Riqueze das NapBes: “No progresso que a divisfo do trabalho traz, 9 ocupapio da maior Bite daqueles quevivem dotrabalho, ou sea, a masse do povo,limitase Gun nimero minimo de operages simples, quase sempre a uma ou 0” Ora, a inteligéncia da maloria dos homens forma-se necessariamen- Ei através de suas ocupagoes cotidianas. Um homem que passa tods 2 (6) A Smithy The West of Maton Caaan eon), Random Hou, Jorge, 1957p. .Traduef ance, Rechercher su nature ele nse ichese des nations, pbicado com ‘introdusfo,notas, resumos per Edwin Cannan, Paris, Aled Costes, 1950, p. 13. Ht vida a cumprir um pequeno nimero de operagses simples, cujos efeitos também so, talvez, sempre os mesmos ou muito aproximadamente os rmesmos, n&o tem como desenvolver a inteligéncia, nem exercitar @ imaginaga0 na busca de expedientes que afastem dificuldades, que cle nunca encontra; assim, ele perde naturalmente o hfbito de exercer ou expandir essas faculdades e torne-se, em geral, tio bruto e ignorante, quanto possa tornar-se uma eriatura humana, “No 6 0 que acontece nas sociedacies, comumente chamadas bé- baras, de cagadores, pastores e mesmo de lavradores, quendo 2 agricul tura permanece no estigio midimentar que precede 0 aperfeigoamento das fabricagGes. Em tis sociedades, as ocupagies variadas de cada homem obrigam-no a desenvolver sua aptidio e a inventar expedientes para afas- tar as difculdades que se apresentam continuamente. A imaginagZo fica L’ MPaterta e 0 espisito nfo sueumbe & estupidez sonolenta que, numa socie- dade civilizada, parece embotar a inteligéncia de quase todas as camadas "Lanai balas da sociedadetS).” PE a” De fato, a questfo nfo estéem escolher entre sestupidez © bar- or” patie; mas entre um operirio que tem uma margem suficient de con- ‘tole para compreender 0 que faz — ou um operirio reduzido a executar uma tarefa monétona, isolada do conteido, desprovida, portanto, de sentido. Seria surpreendente se a propensfo para a invent Thador ue feuds ataqunelia ele ‘extrema especializagiio que caracte- riza a divisio capitalista do t “O aumento da habilidade individual em cada operdric pois, finalmente, como a dnica justificagio para a especializagto das tarefas, Poder‘amos admiti, de bom grado, se Adam Smith falasse de ‘misico, dangarinos ou cirurgibes, ou mesmo se falasse da divisio do trabalho entse fabricantes do alfinetes ¢ fabricentes de tecido. Ora, cle nfo fala de nada disso, mas simplesmente da divisfo parcelada de ati dades industriais banais em diferentes especialidades, Tomemos seu ‘exemplo favorito da manufatura de alfinetes: Da maneira pela qual essa indéstria € conduzida agora, nfo somente a obra inteira forma um oficio particular, mas até essa obra é dividida em um grande nmero de ramos, dos quais a maioria consttul outros tantos offcios pariculares. Um operdtio puxa o fio da bobins; uum outro o estica'um tereeizo corta ponts estcada; um quarto faz-a ‘ ponta; um quinto encarrega-se de afiar a extremidade que deve receber (9) Smith, op. cit, pp. 734-738. 1 cabepa. Essa cabega é, por sua vez, 0 objeto de duas ou trés operagses separada também 0s alfines fem mais geas, sf0 fie onde, de bath fe trabalho. . <6)” ‘outras {abricas 0 mesmo operdcio realize duas ou trés dessas operagtes. Pigs operagSes. Mas, embora a fibrica fosse muito pobre e, por isso, mal Garelhada, quando em atividade, eles conseguiam fazer cerca de doze as de alfinetes por dia: ora, cada libra contém mais de quatro mil tet de tamanho médio. Assim, esses dex. operdros podiam fazer 10 fez um décimo deste produto, podemos dizer que fez, num dia “trabalho, quatro mil © oitocentos alfinetes. Mas, se todos tivoseem sem sido moldados a essa tarefa particular, cada um deles nfo teria #2si0, com certeze, vintealfinetes;talvez, mesmo nenhum, durante o dia sj asentéda & um trabalho & paste; polit os alfinetes, um outro; ‘im trabalho diferente e separado é furar os papéis e af enfar es; enfim, o importante trabalho de fazer um alfinete¢ dividido ‘ou menos dezoito operagies distintas, a8 quais, em certasfabri- preenchidas por outras tantas mfos diferentes, embora, em pequena manufatura desse tipo que s6 empregava dez operdrios ‘em conseqdéneia, alguns deles eram encarregados de duas ou quarenia¢ oito mil alfinetes por dia de trabalho; logo se cada .do a parte e independentemente uns dos outros, ¢ se eles nfo =~ Na medida em que as qualificagbes pedidas #f0 diffeeis de apren- "pode-se admitir que hé vantager em dividic a produgZo em especia- [iljdes seporadas. Mas, a julgar pelos saldrios dos diversos especialistas sgados na fabricagdo de alfinetes, nenhum tinha qualificago espe- que merecesse um salério superior. Numa fabrica de alGinetes, cujos jos bem completos, apesar de centendrios, foram conservados, T. Fshton assinalou salérios do homens adultos importando em vinte is por semana, qualquer que forse a tarefa(T). As mulheres ¢ as Eieis, conforme erm 0 vs0, ganhavam menos; mas, ainda equi, nfo Sea ter havido grandes distincias entre as diversas tarefas. Poderia cer ‘que os segredos desta fabricaggo tenham sido aprendidos rel ite depressa ¢ que a divisfo parcelada das tarefas tenha elevado e, a0 maximo, a destreza de cada um, Da industria de alfine- 4-5; uadugfo ances, op. et 181421", Beonomice, a7 tes, 6 ificil, de fato, chegar a uma qualquer justiicacSo sobre a especis: lizagdo restrita dos opertlox(®) Pelo contririo, teenicamente teria sido possivel compensar, sem especializagfo, o tempo da implantapfo, Um artesfo, com mulher _fihos, teria podido ir de uma tarefa para outra, puxar fio suficiente para uma centena ow um milhar de alfinetes; depois, esticé-lo, cortédo, fc, beneficiando-se com as vantagens de tuma divisio de todo 0 “pro, cess0” de produgio em tarefas sucessivas, ~ Como, entio, explicar que a divisio do trabalho no putting. out °| pater levou 2 especalizagfo e a separago des trefas? Porque, sem | divide, Ié se encontrava.o tinico meio do capitalista tornar o seu papel Indispensivel. Se 0 proprio produtor tivese podido harmonizar as dfe- ‘entes larelas componentes da fabricagdo dos alfinetes, logo teria desco- berto que podia colocarse no mercado do afinete sem a mediagio do patrio (purter-our: lteralmente, aquele que faz realizar um trabalho fora, N. do. francés) eembolser ele mesmo, o lucro. $6 pels separagdo > $m tarefas espocializadas destinadas a cada operdrio, € que o-capitalista podia cotfita-e do controle da produgdo, antes da introdugfo de mi- quinas de alto prego. A especializagto dos produtotes de subprodutos foi, igualmente, a mareacaracteistica do puttingout system. ( Outro exempio: a tecelagem manual do algodo, so bem que descita por J. Le Barbara Hammond num trabalho intitilado "The Skilled Laborer Longmans Green, Londres, 1919), era aparentemente um oficie fel de eprendet (©. 70). Um fabeicante inglés, diante de ums comisfo perlamentar, declarou que “um adolescente de quatorze anos pods adquiris um conhecimento suficiente em seis semanas”. The Handioom Weaver, de Duncaa Biythell (Cambridge University Press, Combridge, Inglaterra, 1965), que cita exe textemunho, & muito caro fecelagem manual do algodfo, desde u sua origem, era uma ocupagio que nfo ‘equeria nem habilidade, nem stengdo casencias, que fornecia um emprege domes ‘co de tempo parciat a mihates de mulheres ¢exansss .."(p. 270). Segundo J. L, o B, Hammond, s aparente facade com que as mutheret subatiufram os homens na teclagem de If, quando eles pattram para combater NNapolefo, lore a pensar que essa teceligem também no ere diffell de aprender (op. cit. pp. 60-162). De fato, x concorténea feminina, em cettos ramos de setor io algodio era tal, que, uma vez pelo menos, os homens sentiram-se obrigadon cmpenharse coletivaments “pera nfo permitir que mulher algums aprendesse 9 offeio" (iid, p. 162), agdo que nfo tera sido necessrn, se aforga of a habilida- ‘ae oxigidasestivessem além das posiilidades femininss,O papel que a cacssez da ‘mfo-decobra, ocasionsda pela guerra, teve a0 derrubar of obsticulos alicais para o emprego das mulheres © 25 diflculdades conseqUentes 20 restabelecimento. ‘esses obsticules, lombram a experiéncia americana da Segunda Guerra Mundial 48 ses puderam faze-seindispenséveis para aestabilidade do subcontinente. EE puderam, por yess, com mal disinulada atisfgSo invocar 0s mi ‘thoes de mortos que vieram depois da Divisio, para provar quanto eles -smos tinham sido necessdrios. Mas essa tragédia prova somente que os Ingleses se tinham tornado indispensiveis como mediadores. Do mesmo modo, 0 desenvolvimento de um sistema paseado sobre a mediacfo do capitalista nfo pro {55 tarelss separadas ten sido tecnologicamente superior A sia comb Ehacdo pelo prOprio produtor, Nfo € porque era o tinico capaz de combi- 8 Gabel oe Oper quae capialist@ pode enriquecer& custa Seles; mas, pelo contrério, porque ele dade de exercer a funeo que le queria paras. ae ne bie aapttta impeircada um Jos [pis empress de colar no meres on indo ib led Coe cocoate cee ocala pos new pao Gibiia retirado a sva parte de lucro sobre os alfinetes, ou 0 tecido ou a Gpreendedor e capaz nfo organizou os produtores a fim de eiminar © fuster outer capitalists? A resposta € que 0 seu trabalho teria sido mal EEsompensado: se o organizador fosie ele mesmo um produtor, deveria femtar-ae com um salério de produtor. Scus companheiros cotizar-se- Hin para oferecer um jantar em sua homenagem ou darthe um relégio ‘Ouro; mas duvido que sua gratidio os levasse a algo mais, Para ucrar rio trabalho de organizagio, era preciso tomarse putterouter capi- a! Acrescente-s, ainda, que aqueles que tinham os melos de esta- verse nesse oficio, nfo tinham necessidade, na época, de poremse -ordo; era do interesse de cada um e de todos confiar tarefas separa- ‘operirios separados. Nao era necessério ser grande entendedor ‘suber que a prosperidade de cada putterouter, ¢ até 0 fato de cle sti, dependia de tal sistera(®), * (9) Isso nfo quer dizer que o fubricante ou “mestre-manufator” no tenha peo eae ee eee sree ipfPducTo. Mas, quando o capitalista contribui verdadeiramente para uma til Bggagde teenol6eea ele pode wpropriarse eflcaxmente das vantagens daquilo que Se ee epee i 49 AA Yantagem que havia de interporse entre o produtor ¢ 0 metea: CaF tints susido na época das corporagdes. Os estudos de George Unwin sobre a indistria dos séculos XVI e XVII levaramno a ponces Swe 0s diversos oficios estavam empenhados efetivamente nue lnta Constante, eada um a procurar interpor-se entre os outros ¢ 9 meres go"0). Unwin nota ainda — mas infelizmente no se prolongs no jusunto ~ que “esse cruzamento de interesses do negociante e de are So abriu caminho progressivamente a uma nova forma de orpanicagzo abrangendo as duas classes, procurando estender sua autoridade sobse ¢ ‘manufatura, da maneira mais ampla"(11), E evidente que ‘utoridade, que proclame publcamente que a produgfo & orpenisads pars explora 0 opertio. Quanto 20 operirio bastante perspiesz para Pereeber isso, parecizJhe postivel ~ por viver em sociedades relative mente méveis, nas qusis 2 revolugZo industrial comesava & crir safsay atingir a mesma posigio dos exploradores. ‘A verdade, no entanto, acaba stindo da boca dos préprios pate, j Om deles, numa época pouco posterior ao puttingout system, defende 8 especializagzo como 0 método de dominagZo:trata-e de Henry Ash, worth Jr. gerente de uma das empresas de algodfo Ashworth. No cog | ditto, lowva um concorrente por néo permitr a ompregado alpen’ he imesmo 20 diretor, que misture o algodgo; arescenta que o seu dizctor Henry Hargreaves nada sabe das misturase do custo do algodfo, para que nunca possa expolido nos negécos; ada supervisor tem uma tavef Sparada da dos outros c, assim, ninguém, fora ele, sabe o que se faz _exatamente no conjunto(! 2), antennae | niente eee tennessee se att ne pr tn ‘ae a ee Pet eee eran as sini aa tse 50 Essa hist6ria tern um paralelo recente. Conhego alguém que, por = um tempo, fabricou sandilias, Para aprender o oficio, foi trabalhar com eee ea : “mestre” fabricante de sandélias, O “digno” homem ensinc Bsstemateanente todos os sepedes doco ~menoea are de comprar ouo, Mev ang is ot aprender ase sect ing Jo ficio, se dispusesse dos mil d6lares comes Incapaz de obter oma, jamais péde etabelecerse por conta propia. Gm our comets do eae KDE debe pecber qe, 0 eo 0 do capitalismo industrial, ab pessoas discemiam melhor do que hoje, o papel que a divisfo da trstalho desempenha na manutengo E:hierarqula soclal. The Spectator aprovava a cooperagdo entre os mei ‘€ © Seu pessoal, enquanto cla ndo ameacava o capitalismo. ass to 4 cooperasZ0limitavase a0 inteesse nos Iucos, ela po © capitalismo © consolidar-he a hicrarquia. As cooperativas de bathe ae * clara ameapa, lores, em compensagfo, representavam uma ve Ihe Spear achavg oesloafna, ants de xa les do interesse nos lucros: as oh "ALE aquest pip de nope tin so pst ca, na Inglaterra, pelosassoclagdes de operdros; mas as experi fochdale, ainda que importantes ¢ bem-sucedidas, apreventaram se peta em um ou dois pontos. Mostaram que as assocapbes de podiam dirigir oficinas, moinhos e qualquer espécie de indis- dls fizeram progredir muito acondiggo dos operé- fava, nfo debxavam aos mesirsuma pots claremente definida. dia um defeito,e por trés azes"13), “B interessante examiner esas raze: individuos; segundo, existe entre nés, ¢ amplamente stadt, & admini ‘como se diz, para os neg6cios, 0 tifo para a administagao ov, como ° de grande vaia para drigir com inteligéncia o trabalho das associa le-operirios, que aumenta muito o valor do seu trabalho, mas que eters em p dees pula. Qualgue outs fu no de pt, nfo ¢ ben runes, isonet fim, a cooperagio entre operdrios no convém tanto a indo} sangue is indole i — um sistema que se harmonize com a ne 13g ‘aceito, enquanto um sistema que nfo corresponda a 51 ssa indole, mesmose for intrinseeamente superior, progride, na verdade, ‘muito lentamente”(4) O primeiro argumento ~“grandes quantias na mo de individuos” — $6 pode justficar « organizagio hierérquica, se se considera intocdvel ‘a distribuigdo das riquezas. Pode-se, de fato, inverter 0 argumento: a produgdo hierdrquica exige grandes desigualdades de riqueza! O segundo argumento ~ “a aptidgo administrativa aumenta muito o valor do tra- batho”, mas “recusa dedicar-se a ele em pé de estrita igualdade” — ¢ contestado pelo sucesso atribuido as experigncias de Rochdale. O tercei- ro ~ “a indole nacional” pela “monarquia” — ¢ diffi! de engolir: se fosse tomado a sério, ostanu quo jamais seria questionado. Como j€ dissemos, fica diffe provar que a divisfo capitalista do trabalho procurava, antes de tudo, “dividir para reinar”. Mas, se nfo hd provas decisivas diretas, nfo havetia provas indiretas? Se 0s operdrios. tinham sido especializados para permitir a0 capitalista controlélos, jé se sabe que nfo se vai encontrar especializagto parcelada onde o capits- lista pode reinar sem dividir. E acontece exatamente isto, pelo menes no tinico caso de que eu tenha conhecimento: o da indistria carbonifera britinica,onde a divisso capitalists do trabalho jamais conseguiu impor-s.O método de extracgo ‘manval, to primitive no plano técnico quanto a manufatura no putting- “out system, ainda estava em uso no século XX, nas minas britani “A tesponsabilidade de todo o trabalho de extragdo recai nitida- mente nos ombros de um tnico pequeno grupo auténomo, que realiza © ciclo completo das operagées”(1), Esse grupo fazia contrato direta mente com a diregSo das minas ¢ “mesmo que o controle pudesse estar ‘em nome de wm operdrio, era considerado como uma empreitada co- ‘mum, O préprio grupo assegurava aorganizagio e o controle do trabetho ‘comum; constituia uma unidade aut6noma e responsivel"(16). Além disso, “cada mineiro (era) um operdrio polivalente geralmente capaz de substituir seu companhiro de turma, .. Ele tinha orgulho do oficio e a independéncia do artesfo(17), Parece que o proprietério da mina nfo sentia necessidade de especializar os homens; as jazidas eram poucas, (14) Ibid, ». $69. (19) E. L: Triste K. W. Bamforth, "Some Social and Peychologieal Conse- ‘quences of the Longwall Method of Coal Getting”, Human Relations, vol 01, 1951,p.6 (16) Toi, 96. (17) Trist © Bamtorth, op. ct, p. 6. todss tinham seu proprietério, de modo que os operdrios nfo tinham coportunidade alguma de estabelecerse por conta propria, Mas so € apenas oinicio da histria,O capitulo mais interessante ‘eomega quando @ mecanizagfo da extragdo exige uma nova organizagzo fo trrbalho. Segundo Trist e Bamforth, 2 mecanizagso “fez surgit @ ‘hecessidade de uma equipe comparivel, pela dimensfo e pela comple dade, a um pequeno departamento de fabrica"(1®), De acordo com pal modelo? “Na época em que te desenvolyéu 0 método de explore: "> por galerie longa (longwall method) nfo havia experiéncis algums ‘llizapro de mtoos mecdnicos naming. Des modo, sm a exper. pn dequds,inpievamse nos todos usados ma indsti ss fam cada homem numa tarefa nica, ie go automa te pea ons em dvi 0 tabaho 4s equipes; eada uma delas devia ser responsivel por um subeon- ito das operagOes necessdrias para levaro carvdo & superficie. %O trabalho é dividido numa série de operaySes, cujo ciclo 6 sdo por trés equipes que se sucedem trabalhando, cada uma, sete Bias e meia por dia; ¢ preciso vnte e quatro horas itis para completar ae capecilizagio das trmas6feita nat seguitescondgnes (gar frente de tamanho médio):as duas primeiras equipes, cada uma de tyme, enaregamse d sarge dx extrait tummy ey ‘encarrega-se do aterro(20),” Fe entano, as mttodoe nfo obtiveam 0 resladoexperdo, va mio de cota coordena cada um 2: poe especial fem uma Gnica das trés operagSes(21), | A sol final fo recnsitir gupes iio emote ae i ‘responsivel por toda a seqiéncia das tarefas, 30 im ee oe eteominada’ A respoeabldad da cordenaeio® tuole cabia 20 proprio grupo"(22), Esse novo sistema chamado i AA8) Dbl, 9, #5(19) Ibid, pp. 23-24. : Mit £20 lO op anecesidade de xcs or um roms inert De oo magout sytem. O ster de bres tai ma 020 ye oie rficis os incresaes do palit, at do Que Une Te - et = W. Dalton sob a diregdo de - Lawzence, ¢ baseado em rete ts Pesca tala aiuto, Londres, Inglatema, 3 “sistema de galoria longa em equipe polivalente (composite Jongwall system)” apreseatava quatro caracteristicas “O método de trabalho “De acordo com 8 tradigfo de polivaléncia, os homens da equipe que subia deviam retomar o trabalho no ponto em que a equipe que descia o deixara. Quando uma equipe tinha cumprido sua principal tare. fa, os homens deviam empreender as tarefas seguintes, quer fizessem parte do mesmo ciclo ou do ciclo seguinte. “Os operdrios “Para assegurar a continuagio do trabalho, era preciso que os operdrios de cada grupo — qualquer que fosse a sua qualificagfo oficial tivessem a competéncia necessiria para realizar todas as tarefas que se ppudessem apresentar. NZo era indispensével que cada membro do grupo Polivalente soubesse fazer de tudo, mas era preciso que o grupo tives: lum niimero suficiente de homens competentes em cada equipe, para enfrentar as tarefas que pudessem surgr. “Os grupos de trabalho “Cada equipe polivalente devia ter 0 seu proprio chefe. O grupo devia dividir ent seus membros as diferentes tarefas determinadas pela diregao. Para uma regularidade maior, © grupo acabou por introduzir um sistema de rotagdo das tarefas ¢ das equipes. “Método de pagamento “Como nos sistemas de extra¢o manual, 0 grupo recabie uma Jemuneragfo coletiva e 2 cada um dos membros cabia uma parte igual, visto que se admitia que cada um fornecia igual contribuigao(23),” A indistria carbonifera inglesa é um dos raros setores onde a comparagio direta de diferentes métodas de organizaczo do trabalho fenha sido tentada. A expetiéncia ndo é absolutamente concludente, pois os diferentes métodos nso podem ser aplicadas sucessivamente ‘numa tiniea ¢ mesma frente de corte. Apesar disso, os resultados sf0 surpreendentes: constatouse que o método de exploragio por equipes polivalentes produzia vinte por cento a mais do que o métoda conven. cional(24), 0 efito da reorganizagfo sobre a diregfo interess aeste exposigso: “A auto-organizagfo do grupo teve, por fim, como resultado, sim- piifiar a estrutura de dizesio da mina. Retirowse um cortramestre; ‘deram-se conta de que no havia trabalho para ele"(25), (23) Harvard Business School Case Study, “British Coal Industries By”, wi, 24) “Baits Coal Industries (©)", op. et 25) sbi O rife € nosso. [No 6 diffe imapinar as dificuldades que reorganzapto teria encontado, se 0 contramestre estivesse encarregado da sua aplicacto. © Se os patrées aceitaram a reintrodugdo ma mina de grupos de tre- ® balho auto-organizados, nio-especializados ¢ ndo-hierarquizados, foi © porque os riscos eram poucos: as jazidas de carvfo eram raras. perten- de estabelecer-se por conta propria, talvez a dirego julgasse necessério especializago, como umn melo de manter 0 operdtio no seu —€, portanto, o patrdo, no dele. Ga csoa Se carve ben canter da tape do eeovolie- Industrial que suczdeu a0 puttingout system; na minha opinifo, ‘Temarem_dispendiosss. Foi uma conseqiéacia dreta da Srliicio doe Wamhecs ais tre parceladas caractersticas Go Eling out system. O capital derempenbava um papel ness sistem, € G0. No fim das contas, o putter-cuter jé era um “capitalista”. Mas 2s i no putting-out system, eram primitives; 0 capital fixo era ;portincia, O capital fornecido pelo fabricante consistia sobretu- fei capital ciculante — estoques de bens em curso de fabricagéo —e iamentos de salrio. anne the fol dispensads pis, pelo menos em eras profes, ain jeiitos parecem ter sido um importante meio de avassalamentot ‘um elo de dependéncia complementar daquele que resultava da s¢f0(...). erode cite 6) A udontno nfo fame 0 cots de pra ait sferis o titulo de propriedade da mina para o Estado. saver iy Ts Aon Cn ptr Caney ana, Noches hn 8pter 2), ena orn ow a teint fos etal, Ox santana om orate fl fiefante Sam Oly any sa iranate rite, rim a une mana” feono aividzemprego foro, fro o rlaao de Heasque VIL cnbtion tn he Ssteenh ond Seventeenth Cnt, 52) “sistema de galoria longa em equipe polivalente (composite Jongwall system)” apreseatava quatro caracteristicas “O método de trabalho “De acordo com 8 tradigfo de polivaléncia, os homens da equipe que subia deviam retomar o trabalho no ponto em que a equipe que descia o deixara. Quando uma equipe tinha cumprido sua principal tare. fa, os homens deviam empreender as tarefas seguintes, quer fizessem parte do mesmo ciclo ou do ciclo seguinte. “Os operdrios “Para assegurar a continuagio do trabalho, era preciso que os operdrios de cada grupo — qualquer que fosse a sua qualificagfo oficial tivessem a competéncia necessiria para realizar todas as tarefas que se ppudessem apresentar. NZo era indispensével que cada membro do grupo Polivalente soubesse fazer de tudo, mas era preciso que o grupo tives: lum niimero suficiente de homens competentes em cada equipe, para enfrentar as tarefas que pudessem surgr. “Os grupos de trabalho “Cada equipe polivalente devia ter 0 seu proprio chefe. O grupo devia dividir ent seus membros as diferentes tarefas determinadas pela diregao. Para uma regularidade maior, © grupo acabou por introduzir um sistema de rotagdo das tarefas ¢ das equipes. “Método de pagamento “Como nos sistemas de extra¢o manual, 0 grupo recabie uma Jemuneragfo coletiva e 2 cada um dos membros cabia uma parte igual, visto que se admitia que cada um fornecia igual contribuigao(23),” A indistria carbonifera inglesa é um dos raros setores onde a comparagio direta de diferentes métodas de organizaczo do trabalho fenha sido tentada. A expetiéncia ndo é absolutamente concludente, pois os diferentes métodos nso podem ser aplicadas sucessivamente ‘numa tiniea ¢ mesma frente de corte. Apesar disso, os resultados sf0 surpreendentes: constatouse que o método de exploragio por equipes polivalentes produzia vinte por cento a mais do que o métoda conven. cional(24), 0 efito da reorganizagfo sobre a diregfo interess aeste exposigso: “A auto-organizagfo do grupo teve, por fim, como resultado, sim- piifiar a estrutura de dizesio da mina. Retirowse um cortramestre; ‘deram-se conta de que no havia trabalho para ele"(25), (23) Harvard Business School Case Study, “British Coal Industries By”, wi, 24) “Baits Coal Industries (©)", op. et 25) sbi O rife € nosso. [No 6 diffe imapinar as dificuldades que reorganzapto teria encontado, se 0 contramestre estivesse encarregado da sua aplicacto. © Se os patrées aceitaram a reintrodugdo ma mina de grupos de tre- ® balho auto-organizados, nio-especializados ¢ ndo-hierarquizados, foi © porque os riscos eram poucos: as jazidas de carvfo eram raras. perten- de estabelecer-se por conta propria, talvez a dirego julgasse necessério especializago, como umn melo de manter 0 operdtio no seu —€, portanto, o patrdo, no dele. Ga csoa Se carve ben canter da tape do eeovolie- Industrial que suczdeu a0 puttingout system; na minha opinifo, ‘Temarem_dispendiosss. Foi uma conseqiéacia dreta da Srliicio doe Wamhecs ais tre parceladas caractersticas Go Eling out system. O capital derempenbava um papel ness sistem, € G0. No fim das contas, o putter-cuter jé era um “capitalista”. Mas 2s i no putting-out system, eram primitives; 0 capital fixo era ;portincia, O capital fornecido pelo fabricante consistia sobretu- fei capital ciculante — estoques de bens em curso de fabricagéo —e iamentos de salrio. anne the fol dispensads pis, pelo menos em eras profes, ain jeiitos parecem ter sido um importante meio de avassalamentot ‘um elo de dependéncia complementar daquele que resultava da s¢f0(...). erode cite 6) A udontno nfo fame 0 cots de pra ait sferis o titulo de propriedade da mina para o Estado. saver iy Ts Aon Cn ptr Caney ana, Noches hn 8pter 2), ena orn ow a teint fos etal, Ox santana om orate fl fiefante Sam Oly any sa iranate rite, rim a une mana” feono aividzemprego foro, fro o rlaao de Heasque VIL cnbtion tn he Ssteenh ond Seventeenth Cnt, 52) e Il. 0 DESENVOLVIMENTO DA FABRICA A especializapfo pereelada, caracteristica do putting-out system, fez. desaparecer s6 tum dos dois aspectos do controle operdrio da produ. 0: 0 controle sobre 0 produto, O controle operdrio do processo de trabalho ginda continuava total: 0 trabalhador ea live para escolher as hhoras ¢ 2 intensidade do seu trabalho, Essa liberdade s6 the fot tirada pela fibrica, 0s historiadores da Economia atribuem habitualmente 0 desen- volvimento da fabrica & superioridade teenol6gica das grandes méquinas aque, pela nevessidade de Agua e de enerpia, deviam obrigatoriamente concentrer-te nas proximidades de fontes de energia recém controladas. AAs primelras fabrcas, egundoT.S. Ashton, surgiram no inicio do século XVII, quando pequenes grupos de trabalhadores, por razBes téenicas, foram reunidos em oficines ou em pequenos moinhos de égua(28). Mas 0s primérdios da fabrica modema assoctam-se geralmente a Richard Arlewright, cujes fiagGes substituiram a fabricago doméstica do fio de algoddo. O warer-ume (ear de gua) de Arkwright, segundo se diz, exigia que a organizagdo da fiagdo fosse feita em fbrica: “diferente da Jenny, © tear exigia, para 0 seu funcionamento, uma forga superior & ‘dos misculos humanos e, assim, desde o comego, a fabricagfo realizou-se ‘em moinhos ou fébricas”29). Outros especialistas sfo da mesma opiniZ0, como Paul Mantoux: “o uso das mfquinas 6 o que diferencia a fabrica 0 putting out system, 6 que caracteriza a nova forma de produgio, em rlago a todas as precedentes™30), E David Landes escrevia mais recentemente: “A revohugo industrial exigia méquines que no somente substi- tufam o trabalho manual, ms ainda impunham a concentraggo da pro- ‘dugo em fibricas — em outros termos, méquines cujas necessidades ‘energéticas eram grandes demais para as fontes domésticas e cuja supe- (8) T. 8, Ashton, The Industrial Revolution 1760-1830, Oxford Univer- sity Press, Londtes, 1948, p. 33. Tradugfo francesa: La Révolution industrielle, 1760-1830, Pon, Pars, 1985, p43. (@9) Ibid, p. 72. Tradusho frances, p. 95. (G0) P. Mantowx, The Induttial Revolution in the Eighteenth Century, Harper @ Row, Nova Torque, 1962, p, 39. Primelesedigfo inglesa: 1928.) Tradu- (pf0 francesa: La Révolution industrielle au dix-hulidme sidcle, Editions Génin, Panis, 1959, p17, 36 F sioridade mecdnica permitia rompers resstncia das formas mais antips Bde produsfo manual"30). gene ques ibe fete especialmente un sta de dip de Ficaltagdo, impossivel pata o pultingout system. Segundo Ashton, os nendad de ontoe evo Peter Stub renin ofc nas de Warrington, 0s fabricantes de limas que estavam dispersox"(32). Mantoux também nota “as vantage evidentes, quanto &orgaizagfo © G fcaizagdo"2), que existem em reunir nuserotos operdrios noma Eoica oficina. Segundo Landes, a necessidade de discplina e fscalizacfo Bou “os empregadores a pensarem em oficinas onde os homens esta- fam rcunidos para tratalar sob o contole de contramestresvgilan- GeO), Landes € ainda mals azo na introdvgfo a uma coletinea de Ghsaios sobre o desenvolvimento db capitalismo: “a essEncia. da {dbrice ras possibilidaes de diregfo.¢.cooxdenagfo do trt- On, sir enianto, para explicar 0 sucesso do sistema de fabricas, 05 6 Sine: Penen ana inpertncin apenas vecundia 3s ibilidades de contol ede disciplina, que ele apreenta, Ao 2, Mant ancl que “oetera de, do maquinismo"6). Também’) oa gata i, atl o foes tecnolOgicos: "0 tunfo da concsntiagao sabre a ds re cpmnouse, de ito, poste, pols vaniagons do maginsmo. A a 1963, 0.81. 5) he In! Reouon,opep19- Tro fan, 4. Ae Teton, an heenh Cet naar TE nse Revolution nthe Eighteen Contr, oc, P46 fy Lede op ES p's tabs prac, 1966, p. 14. a ap. 246TH, apie cio ston, he Yorke Woo od Worted frie, Oxford University Press, Oxford, 1920: “A vantagem econdmica gui principalmente do fato dels utilizar miquinas capazes de realizar song wis nnn, gue sto ap en aap 60. FF ngto de), The Rite of Captlim, Macmilan, 0 i 58 | fobreviveu; é preciso, portanto, que tenha tido um método de produgio ‘menos custoso que os outros. E jé que, numa economia de mercado Arkwright as suas proezas administrativas: meu ver, nfo tanto em inventar um mecanismo automatico para esticar ¢ torcer 0 algodio em fio continuo, mas sim em ensinar aos homens a deixarem de lado hibitor de trabalho desordenados ¢ a adotarem a repularidade invarivel do automato, Ditar e fazer vigorar tm ebdigo ficaz de discipline industria, adequado ds necessidades da grande pro. Bisi9B3 fe miquinas a vapor, como “um capitfo de ferro, no melo de as t- dugdo, tal foi o empreendimento hercitleo, a obra grandiosa de Ark. i do uma vista ds ofciaas, em 1776. (Ctedo por Mantoux, op. cl, wright. Mesmo hoje, quando o sistema esté perfeitamente organizado, ¢ ainda que o trabalho ai esteja atenusdo a0 méximo, 6 praticamente ‘mpossivel transformar, depois da puberdade, pessoas provenientes de ‘ocupaptes ruras ou artesanais em bons operérios de fibrica. Depois que beak, 2 taciocinio dessa interpreta: » tabcica 3 ‘se tentou combater seus hibitos de indoléncia ou insubmisséo, ou eles renunciam espontaneamente a0 emprego ou sf0 despeddos pelo contra "inestre, por falta de atengfo. ca Fp étotos de menos custo fo tecnoogicaments ef. aay, Pou de stengto, pudese ter sido cxiada unicamente gragas | 78 preciso, pois, que a fabrica tenha sido tecnologicamente superior Sho génio mecanico, ela deveria ter surgido trinta anos antes; pois mais | 4 demais solugdes. Mas € preciso questionar tal raciocinio: esses pro noventa anos tinham decorrido desde que John Wystt, de Bismin- Prios autores reconhecei que uma das raz6es que levaram os patroes a , nfo 56 inventara a série de cilindros canelados (‘os dedos para adotar o sistema de fabrica era a maior facilidade de af impor fiseaizg geralmente atribuidos a Arkwright), mas também patenteara € S20 ¢ disiplina. Mas, no instante em que se admite que uma ¢ outra ~ rua, em sua cidade natal ‘uma mquina de far, sem o concurs> | ou seja, x suegao ao trabalho ~ forte mate opressivas na fébrica,é few ‘fos’... Wyatt era homem de boa educago, de posigf0, muito | Preciso também admitir que esta Sltima violow as regras nfo eseritay a = itimado pelos seus superiores, ¢ assim em situago vantajoss para ama- concorréncia perfit: a0 opor opeivis vgiadose dicilinados a ope. ér seu admirével projeto. Mas era homem de indole serena e paci- rrios domicilares, ela péde reduzir seus custos, sem por isso. adotar i {F pouco apto para vencer as dificuldades acerretadas pela criagio de necessariamente uma tecnologia mais eficaz. O argumento da niperior’ empress, Era necessirio, na verdade, um homem de audécia e sm- dade tecnoléies, portant, nfo ¢ nem necesséio, nem suficlente para | explicar oimpulso e o sucesso da fibrica, Assim, a tese que vamos defender seré: a concentraco-dos opert- ‘0s nas FAbricas fol uma consoqiéncia l6gica do putting out system (ou, £70s eaforgos © o fracasso final de Wyatt continuam envoltos em ‘$e se quiser, de suas contradiges nternas)¢ seu sucesso nifo tinha muito gid! De fato € impossivel distinguir a sua contribuigfo da do sou 4 ver com a superitidadsteenol6gica das grandes méquias.O seyredo, “fade sucesso da fabrics, 0 motivo da sua adoco, 6 que ope sfros ¢ iransfera-a0% Capitals 0 controle do processo ‘de produgao. dos ope- i iF 68 Gistos, na fal i att, Bssas, ieiplina & Hicalizagao pout 1eauir GF easton, de uma tes- i segundo Mantoux, “s6 difere em detalhes da do Wyatt. ap peas ee Gifpfesi¢hs menores no explicariam osucesso triunfall de Arkavright"(9), ~_, Pile ens um dos obseradores da époce, Andrew Ure, most. mentos da época fazem pensar que ofacasso de Wyatt Paul vase claramente conseiento disso. Num livio publicado em 1835, esse Fi sm grande parte, 4s dificuldades que tiveram en fazeremse ‘advogado do sistema de fébrica atribuiu taxativamente o sucesso de f pelos operirios. A comespondéncia entre os patrées © scus Spleen iss ler ee ee s¢ na fabricagao manual, esperando encontrar uma instalagdo a “A dificuldade principal (encontrada por Arkoaight) estaya, a B Ute, The Philosophy of Manufacturers, Charles Knight, Londres, fo nines compan mils tan cera cotenporoet ov fits. Bovwell evi Hathew Boulton, to de Wat hidrduica adequada. Ele escrevia, em breve, a Paul: “Nem a metade do meu pessoal veio trabalhar hoje e nfo sinto grande entusizsmo com a {déia de depender de tis pessoas"(40), A disciplina nfo methorou quan- do @ fibrica foi mecanizada. Quando Wyatt visitou a nova fiagfo, em Northampton, em 1743, achou “que s6 quatro teeres trabalhavam de ‘modo regular, pois era raro haver um mimero suficiente de operérios ppara cinco"(#1), A busca de novos métodos de enquadramento conti rmuava. Um més depois, 0 “lugar-tenente” de Cave escrevia a Wyatt: “Acredito que eles (0s operdrios) fizeram 0 mesmo, em quatro ins desta semana, do que em uma semana, enquanto o senor estava aqui... No havia bragos suficientes para fazer funcionar as cinco mé- uinas, mas quatro funcionavam com a méxima capacidade; uma fez ‘mais de 100 meadas por dia e outras chegaram a 130. Uma das razdes esse progresso foi # compra de quatro lengos, um por méquina, cada ‘um valendo meio penmy que o senhor Harrison (0 diretor da fabrics) ccolocou sobre as méquinas, como prémio 4s mogas que produzissem smas(42), Aparentemente essas tentativas primérias para “vencer 2 atitude recalcitrante dos operdtios” fracassaram. Esse fracasso é um dos raros fatos bem comprovados no que se refere as tentativas de Wyatt-Paul. Mas outro fato prova ainda que o sucesso da figdo industrial nZo se deveu a superioridade tecnoldgica. A flagio industrial firmow-se na indistria de 1é¢ também na doalgodio;¢0 seu sucesso no ramo lanifero 6 pode ter ra2tes organizacionais. Durante muito tempo, depois 4o advento de fabrica, a téonica de flagfo lanifera nfo evoluira; era como ‘uma indistria doméstica(43). Ora, segundo J. L. e B. Hammond, a fis- ‘fo em fébrica tinha prevalecido desde o comego do século XIX. “Por volta de 1803, a transformagio estava praticamente termi- nada, Os fabricantes, um ¢p6s 0 outro, adotaram o sistema das ‘oficinas de fiagto’ nas suas indtistrias domésticas; e os teceldes, por sua vez, receavam muito ter de trabalhar sob o teto de seus empregadores(44).” (40) Citado por Julia Delsey Mann, em “The Transation to Machine “Spinning”, in Wadsworth © Mann, op eft, p. 433. G41) Boia, p. 436. (42) [Bid p. 437. (43) “Até 0 fim da dScads de 1820, ¢ provavelmente apés 1830, dats nz «qual tear ule) e Crompton tornou-se antomtieo, nfo howe nenhum processo 1a indlstia do algodio.” W. B. Crump, The Leeds Woolen Industry, 1780-1820, ‘Thoresby Society, Leods, Inglaterra, 1931, p. 25. (44) J. L, Hammond Barbera Hammond, op. cit, p. 146. 60 possivel que alguns tenham utilizado a energia hidréulica para b fazer funcionar as méquinas de tecer(43), mas no parece ter sido 0 caso geralfBenjamin Gott, chamado por Mantoux “o primero dos gran Se des donor de fiagi0 do Yorkshire"), s6 utilizon a energa humana ‘pas suas oficinas de fagfo ¢ tecelagem, 0 que no o impediu de obter ‘cerfo lucro(#7), Durante seus vinte cinco anos de carseira, a0 rntanto, Gott jamais entregou a fiagfo ca tecelagem a oficinas domést ¢ que teriam dado conta do trabalho, deixando para as suas fabrices as as operagies (cardadeira © compressfo) nas quais empregava équinas a vapor. Esse feto & tanto mais notivel porquanto na époce Ma que Gott abriu sua fdbrica (1793), a cardadetra e a compresso, de lado, ¢ a fiagio ¢ a tecelagem, de ovtro, constitufam dois ramot toxt48). Para a tecelagem, 0 casoé ainda mais nitido do que para a facto. jrandes oficines de tocelagem manual de Gott nfio eram as inicas no 1p. Bem antes dos teares mecénicos, 0s tecelBes manunis estavam fos em oficinas onde eles teciam conforme as mesmas tnicas que egadas nes indistrias a domiciio. & 16gico que as oficinas com manuals nfo seriam mantidas, se o empresirio nfo tvessetido sm evidente que a origem desseIucro nfo podia rsiir, no ina superioridade da tecnologia empregada: com efeito, o tear ma- ‘izado na fabrica capitalista em nada diferia, 20 que parece, do que ulizava tears manus sri preio, som ‘muito grande de pesquisa para propor uma mera hipétese do recente da historia a tecelagem manual do algodo conchvia Hembora sem ter sido a forma predominante de organizagfo na ‘do algodfo, o nimero das grandes oficinas de tecelagem ma- 45) Ibid, p. 148, 5) Mantout op. p. 268, Tago rancon,p. 268, 7), Cramp, o. et, em especial pp. 24:25 © 38. fd, p24. Fe ey no it ui, has 54 eres ara se eas spreads pls apis for fics 121 Sa ndependnt Em Norvish as 656 (aes ns 6+ e229, pn tod 0 ata” (353) 6 ‘nual nio era pequeno ¢ sua produgdo nfo se limitava a artigés de fanta- sia"(S0), E continua 0 autor do estudo: “Segundo o histotiador de Rossendale, nos anos 1815-1830, épo- ca em que ‘a tecelagem manual do algodso era a mais usade, havia, em Rossendale, pela estimativa mais beixa, trinta grandes oficinas de tecela: ‘gem, sem contar os teares existentes nas casas’ A originalidade das gran- des oficinas consiste em empregariniimeros tecel6es em teares manuals fora de suas casas ¢ do ambiente familiar eram sensiveimente maiores aque as oficinas de quatro ou seis (teares) drigidos por um mestre tece- Io e seus aprendizes em alguns dos ramos mais especalizados em Bolton ou Paisley. Foram encontrados casos isolados de oficinas com cento ¢ cingdenta ou duzentos teares manuais; algumas, entre cinglenta e cem; € um atero considerdvel com vinte ou mais. Esse tipo de oficina podia ser encontrado nas cidades e no campo, em toda a zona de fag0” “... Tanto para o empregador quanto para o operirio, s grande oficina com teares manuals representava, na organizagao da tecelagem do algodo, uma etapa de transiglo entre 0 verdadeiro sstetia domésti- 0 © a fébrica mecanizada, Todavia, nfo se deve depreender que a grande oficina de teares manuais tena sido uma forma de organizacso relativa- ‘mente tardia no setor do algodo, ou que tenha sido uma imitagfo cons- cionte da fabrica equipada com teares mecdnicos. Com a introdugao do dandyloom (tear manual aperfeigosdo), no fim da década de 1820, how- ve provavelmente um aumento do niimero dessas oficinas, Mas notas de Jorais locais provam que elas jé existiam entre 1780-179051)..” ‘Mesmo numa data t20 posterior quanto 1838, 6 contia a oficina de teares manuais © seu proprietdro, ¢ nfo contra o tess mecinico, que se diigia a animosidade dos teceldes, notadamente Thomas Excell, de Gloucestershire, Excell, segundo Wadsworth e Mann, “lastimava a zon centage teres manvat¢ mfguies de far na oficina d abc ”, quando escrevia: “Eles nos expulsaram de nossus casate jardins, et tataherars chao prisioneiros em suas fabricas suas escolas de | vwieloe™(52), J Durante 0 inicio do século XIX, a concentrogéo de operirigs em oficinas estendeu-se igualmente a outros ramos. Para Peter Stubbs, 0 desejo de controlar « mfo-de-obra foi nfo somente “um motivo: para (50) D. Blythe, op. eit, p. 33, Gi) Toi, pp. 3334. (52) Wadsworth e Mana, op, ett, p. 393. jeunit os fabricantes de limas nas oficinas de Warrington”, mas também razfo econdmica suficiente para manter uma organizacgo industial, vez do putting-out system. O estudo pormenorizado feito por Ashton tecnolégics a favor da reunio dos fabricantes de limas, pelo me- ff nenhumn argumento que fosse decisivo. Ashton também no diz que E Nao se trata de negar aqui a importincia das mudaneas tecnol6g desde 0 século. XVID. Mas esses mudangas estar. five © determinava as formas particulares que a mudanga tecnol6- BeiSiumia. NZo foi por acaso que a mudanca tecnolégica entrou em Pitino quadro doputting-out system, ap6s a introdugfo da méquina Bf de Hargreaves, o desenvolveu-se no ambiente da fabrica. Dolado de fabric. Do lado da oferta, a situagso era um pouco mais {: Em principio, um inventor podia conseguir uma patente © 'Na prética, enquanto a produgdo era feita em casas espalha- Gif, vendo impossivel, detectar e punir as fraudes cometidas patentes. Era muito mais ffl resguardar os diets do inven: i! produgdo so concentrasse nas fabricay; tal fato bastou para -atividade inventiva para o mercado mals remunerador, Nume- feicoamentos, pela sua propria natureza, nfo eram ficeis do nteados e suas vantagens 6 podiam ser constatadas e trans- JResponderemos que um ambiente propicio & inovaglo nfo sisariamente uma superioridade teénologica dinimica ov esté- ‘muperioridade da fibrica, neste terreno, baseava-se, por sua junto particular de disposig6es insttucionas referentes & dos inventores, pela concessio de monopélios legs reser- tighteenth Century Industrials. p26. vados és patentes. Uma invengi0, como o saber em geral, & um “bem priblico”: se wma pessoa utilizar uma idéla, els no val diminuir 0 exto- que de saber, ao contrério do consumo de um pfo, que diminui o exto- que de trigo, Estd claro que os “bens piblicos” no podem ser eficzz mente distribuidos pelo mecanismo do mercado; do mesmo modo, nfo 8 pode defender as patentes, em nome da eficécia econdmica, De fato, geralmente, elas sf0 defendidas, por serem consideradas capazes de estimular a invengfo, Mas 0 argumento nfo é nada convin- cente, Ndo se compreende a priori por que a sociedade nio encontraria outros meios de recompensar os inventores. No século XVIII, por exem- plo, a0 invés de renovar sua patente pela méquina de tratar 2 seda, ‘Thomas Lombe recebeu quatorze mil libras; era uma Soma pequens, se comparada as cento e vinte mil ibras que a patente the rendeu em qua- torze anos; mas, sem divida, a quantia era suficlente para levar os mais

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