2014
Gestão da Cadeia de
Suprimentos
Capítulo 1: Logística Empresarial e
ri o Competitividade ..................................................... 7
Objetivos da sua aprendizagem......................................... 7
má
Você se lembra?....................................................................... 7
1.1 Evolução da logística empresarial......................................... 8
1.2 Enfoque sistêmico, processos de negócios e a logística . ........ 12
Su
Bons estudos!
Logística Empresarial
e Competitividade
Neste nosso primeiro capítulo, serão
Você se lembra?
Você se lembra de ter lido algum artigo ou reportagem relatando a impor-
tância da Logística nos dias atuais? Por que ela pode ser considerada uma
forma de vantagem competitiva para as empresas?
Bons estudos!
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Fase I
A maior contribuição dessa fase é o surgimento do termo logística,
já que a formulação de um conceito estruturado ainda não estava muito
claro. Nessa fase, pode-se associar o conceito de logística à necessidade
de transporte e de movimentação de produtos.
A origem do cognato logística é incerta. Para alguns pesquisadores
vem do vocábulo francês loger que surgiu de aplicações militares, signi-
ficando a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Outra origem é
em relação ao termo logistique, que seria um título dado a um oficial do
exército francês de Napoleão, ou seja, associado também à área militar.
Uma terceira origem, também comentada seria a publicação, em 1844 de
um ensaio realizado por Jules Dupuit que ressaltava o tradeoff entre os
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8
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
Fase II
Um marco representativo dessa fase, levando-se em consideração a
evolução do pensamento administrativo, foi a Produção em Massa, desta-
cando Taylor através da intensificação da produção e Ford, pela contribui-
ção na introdução do conceito da linha de montagem. A logística esteve
latente nesse período, sendo que as empresas tratavam o tema como uma
atividade desconexa da organização. A logística estava vinculada à gestão
de transportes associada às análises econômicas. Esta mantém seu vínculo
com a gestão de transportes, mas ganha outra dimensão dentro do concei-
to de distribuição física, associada à função de marketing já que a ativida-
de de venda passa a assumir também a entrega.
Os períodos de guerra durante essa fase contribuíram enormemente
para o desenvolvimento dos conceitos de movimentação e manuseio, ges-
tão de fluxos, uma vez que a preocupação com custo era quase inexistente
e o que importava era a velocidade do transporte. Apesar do desenvolvi-
mento significativo nas operações de transporte, a evolução da logística
foi muito aquém devido à falta de apoio relativo ao desenvolvimento e
aplicação de ferramentas computacionais e de técnicas quantitativas no
auxílio às atividades logísticas; e a falta de preocupação dos custos logís-
ticos no lucro total das organizações.
Com o enfraquecimento dos princípios da produção em massa, a
logística passa a se destacar no controle de custos, tendo contribuição efe-
tiva no lucro das empresas.
Fase III
Essa fase é marcada pelo desenvolvimento da Tecnologia da Infor-
mação (TI), que impulsionou o uso de técnicas de pesquisa operacional,
aliadas à experiência militar, sendo viável então com o desenvolvimento
computacional. A escassez de recursos no pós-guerra e a necessidade de
reconstrução, conjunto ao desenvolvimento da micro-eletrônica aplicada
à tecnologia de processo, contribuíram para a formação de um ambiente
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
Conexão:
A atribuição da logística como um
sistema é extremamente importante, já que a
logística se baseia numa perspectiva multidisciplinar
dentro de toda organização. Seus processos influenciam
e são influenciados por várias áreas funcionais da empre-
sa: Marketing e vendas; Financeiro; Produção; Manutenção.
Custos, entre outras. Esse assunto será melhor discutido quando
tratarmos da questão da revisão do conceito de processos de
negócios.
Assim, o conceito de sistema gerou uma estrutura para o entendi-
mento dos complexos relacionamentos internos à organização,
englobando as atividades logísticas. Com a evolução da visão
sistêmica, a logística integrada identificou a necessidade
de um comprometimento entre as práticas tradicionais.
Apesar da evolução do conceito de logística, ainda
era predominante uma visão funcional das
organizações.
Fase IV
Nesse período ocorrem mudanças fundamentais no ambiente pro-
dutivo. O Marketing passa a exercer grande pressão sobre a produção
(manufatura) que ganha importância estratégica, através da integração de
processos, como forma de se obter diferencial ante a forte concorrência
externa. Com a evolução da Tecnologia de Informação e a destacada im-
portância da integração, surgem sistemas como o MRP (Material Require-
ments Planning), e mais tarde o MRP II (Manufacturing Resources Plan-
ning), que se constituíam como ferramentas de integração, contribuindo
também para a redução de custos. Surge também o conceito de Just in
Time (JIT) como filosofia administrativa.
Apesar de a logística estar bem conceituada teoricamente no início
da década de 1970, enfrentava resistências quanto a aspectos culturais,
visão da alta gerência com enfoque de medidas funcionais, entre outros.
Nesse período, a logística enfrentou desafios também relativos à questão
energética (melhorar produtividade em função do consumo energético) e
a questões ambientais. Mudanças no cenário econômico influenciavam
enormemente o desenvolvimento da logística. Em razão da falta de supri-
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Fase V
Nesse período, a logística tem a sua maior contribuição na inclusão
desta no processo de planejamento estratégico das organizações. A logísti-
ca passa a ser vista como criadora e mantenedora de vantagem competiti-
va (LAMBERT; STOCK, 1992).
A logística passa a assumir uma função de integração e coorde-
nação de atividades de diferentes áreas (visão de processos de negó-
cios) e até de diferentes elementos que integram a cadeia de suprimen-
tos (FARRIS, 1997).
A Logística incorpora um conceito de logística integrada através da
participação cada vez maior da área acadêmica, conjunta a associações
como o CLM, que congregam discussões e contribuições vindas de prá-
ticas de mercado. Nesse período, a integração dos processos por meio da
Tecnologia da Informação (TI), constituiu pilar fundamental para a sus-
tentação e consolidação da logística.
Outra abordagem sobre a evolução da logística é proposta por Wood
Júnior e Zuffo (1998), explícita através do quadro 1.1, a seguir.
A lição que podemos tirar desse continuum evolutivo é que a logística passou de
uma perspectiva operacional, fragmentada, assumindo uma integração vertical
dentro da própria área funcional, posteriormente passando a ser integrada com
outras funções da empresa (coordenação horizontal).
— A seguir passou a se integrar com fornecedores e clientes, no entanto com
uma perspectiva operacional. Finalmente evoluiu para uma abordagem mais
estratégica através da coordenação entre os diferentes agentes que compõem a
cadeia produtiva, numa perspectiva denominada então “Supply Chain Mana-
gement (SCM).”
Produto
Marketing
Preço Promoção
Praça
(Serviço ao cliente)
Estoques Transportes
Logística
Compras Armazenagem
Processamento
de pedidos
“Estrutura pela qual uma empresa faz o necessário para produzir valor
para os seus clientes”
“Um fenômeno que ocorre dentro das empresas. Compreende um conjunto de ativi-
dades realizadas, associadas às informações que manipula, utilizando os recursos e
a organização da empresa”
14
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
Processo 1
Processo 2
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Processo 3
Processo 4
15
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Seviços ao
Aquisição Manufatura Logística
cliente/Vendas
16
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
Produzir
e distribuir
operacionais para a indústria
Processos
Compreender as Desenvolver Desenvolver de manufatura Faturar e
Fazer marketing
necessidades missão e produtos prestar
e vender
dos clientes estratégia e serviços Produzir assistência
e distribuir
para empresas
de serviços
Gerenciar informações
Gerenciar recursos físicos e financeiros
Executar programas de gestão ambiental
Gerenciar relações externas
Gerenciar melhorias e mudanças
17
Gestão da Cadeia de Suprimentos
1 http://cscmp.org/
18
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
(2004), que trata a SCM como uma evolução não só da área de logística,
mas como uma grande contribuição da área de Marketing, Compras e Pro-
dução. Outros autores destacam ainda que a Logística Integrada trate de
uma integração, a nível operacional, entre clientes e fornecedores da cadeia.
Já a SCM trata de uma integração estratégica das empresas que compõem a
cadeia de suprimentos, como pode ser observado na figura 7, a seguir.
19
Gestão da Cadeia de Suprimentos
LI – nível operacional
Manufatura
Fornecedor Fornecedor Marketing Consumidor
2º nível Distribuidor
1º nível Compras Produção final
Fluxo de produtos
Finanças Logística P&D
Processos de negócios da gestão
da cadeia de suprimentos
Gestão de retornos
20
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
ções: a quantidade de produtos que está sendo vendida em uma ponta deve
ser comunicada e orientar todos os estágios anteriores da cadeia. Ainda,
todas as empresas envolvidas precisam dar atenção ao comportamento do
consumidor: renda gasta, novas preferências, crescimento de conglomera-
dos populacionais, frequência de compras, etc. Gattorna (2009) enfatiza
como toda a cadeia de suprimentos deve estar coesa em colocar cliente
como seu foco. Para Ballou (2007), o objetivo da cadeia de suprimentos é
justamente: Colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no mo-
mento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor
contribuição possível à empresa. (p. 29).
Além do fluxo das informações, é importante observar a movi-
mentação de recursos financeiros. Se o cliente está disposto a pagar pelo
produto é porque percebe valor no uso do mesmo. Assim, recursos finan-
ceiros são repassados pela cadeia de suprimentos a fim de compensar o
esforço de produção e distribuição e serão proporcionais ao valor criado
pelos componentes dessa cadeia.
Petrolífera
Refinadora de
Petróleo
Petroquímica de
Primeira Geração
Petroquímica de
Segunda Geração
Indústria de
Informação $
Produtos Plásticos
Atacadista
Varejista
Consumidor Final
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Depósito de Lixo
No mínimo Determinando:
Produto
custo • O que, quando e onde certo
produzir/adquirir
• O que, quanto e onde
armazenar;
• Quando e como
produzir/transportar etc.
No tempo Na quantidade
certo certa
No lugar
certo
A missão da Logística é:
Tabela 1 – Atividades-Chave
Atividade chave Sub-atividades relacionadas
Políticas de estocagem de matérias-pri-
mas e produtos acabados
Previsão de Vendas a curto prazo
Gestão de estoques Combinação de Produtos no Estoque
Nº, tamanho e local
Estratégias de JIT, de empurrar e de puxar
Procedimentos de interface dos estoques
com pedidos de venda
Métodos de transmissão de informações
Gestão do Fluxo de Informações e Pro- de pedidos
cessamento do Pedido
Regras de pedidos
Determinar as necessidades e desejos
dos clientes para serviços logísticos
Estabelecer o nível de serviço a clientes
Padrões de serviço ao cliente
Seleção do modal e do serviço
Consolidação de fretes
Roteiro do transporte
Programação de veículos
Gestão de Transportes
Seleção de equipamentos
Processamento de reclamações
Auditoria de tarifas
Reposição de equipamentos
Manuseio
Procedimentos de coleta de pedidos
Alocação e recuperação de materiais
26
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
Seleção de fontes
Compras O momento da compra
Quantidade de compra
Projeto para manuseio
Gestão de Transportes Projeto para estocagem
Projeto para proteção contra perdas e danos
Coleta, arquivamento e manipulação de
informação
Manutenção da Informação
Análise de dados
Procedimentos de controle
Especificar quantidades agregadas
Cooperar com a produção para
Seqüência e tempo do volume de produção
Atividades
01. Qual a relação da logística e a cadeia de suprimentos?
02. P
or que o tema da gestão da cadeia de suprimentos vem ganhando
cada vez mais relevância?
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Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
03. Pesquise cinco empresas que possuem a logística como o fator dife-
rencial em suas operações. Procure listar as atividades executadas pela
mesma que lhe possibilitam essa vantagem competitiva.
04. Visite uma empresa e tente fazer uma lista das atividades logísticas
desenvolvidas pela mesma. Não se preocupe se algumas dessas atividades
possam ser de caráter operacional.
Reflexão
Walmart, Dell e Amazon revolucionaram as suas áreas de atuação
por inovarem na maneira de gerenciar a cadeia de suprimentos. Será que o
negócio em que você trabalha ou trabalhará pode ser mudado também por
essa forma?
Para que essas mudanças sejam criadas, são necessários gestores
que estejam familiarizados com a perspectiva e os métodos de planeja-
mento, operação e controle de unidades de negócio interdependentes. De
forma geral, os livros sobre administração e gestão são direcionados para
uma unidade de negócios apenas. A cadeia de suprimentos, por outro lado,
exige uma atitude colaborativa e ações coordenadas. Como vimos, uma
empresa não pode ser competitiva sozinha e cada vez mais vemos cadeias
completas competindo entre si no mercado global. Para cada tipo de clien-
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29
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Leitura Recomendada
Como a logística pode contribuir para o desenvolvimento sus-
tentável do nosso planeta?
O ciclo dos produtos na cadeia comercial não termina quando, após
serem usados pelos consumidores, são descartados. Há muito se fala em
reciclagem e reaproveitamento dos materiais utilizados. Essa questão se
tornou foco no meio empresarial, e vários fatores cada vez mais as des-
tacam, estimulando a responsabilidade da empresa sobre o fim da vida de
seu produto. Visão ecológica, as empresas pensam com seriedade em um
cliente preocupado com seus descartes, sendo estes sempre vistos como
uma agressão à natureza.
Desta forma surge uma Logística Reversa baseada nos conceitos da
Logística
Numa visão estratégica, a preocupação fica por conta do aumento da
confiança do cliente, com políticas de Logística Reversa do Pós-venda ou
Administração de Devoluções. Desta forma a empresa se responsabiliza
pele troca imediata do produto, logo após a venda.
Outro foco dado à logística reversa é o reaproveitamento e remoção
de refugo, feito logo após o processo produtivo. Para saber mais sobre
logística reversa, acesse o site do Grupo de Estudos Logísticos da Univer-
sidade Federal de Santa Catarina:
<http://www.gelog.ufsc.br/Publicacoes/Logistica%20Reversa.pdf>
Referências
ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2011. São
Paulo: Associação Brasileira da Indústria Química, 2011.
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32
Logística Empresarial e Competitividade – Capítulo 1
No próximo capítulo
No próximo capítulo, apresentaremos o conceito de nível de serviço
como referência-chave para avaliar o desempenho das atividades logísti-
cas e sua competitividade. Também vamos explorar métodos de previsão
de demanda e estratégias e políticas operacionais para a cadeia de supri-
mentos.
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33
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Minhas anotações:
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34
Nível de Serviço e
Estratégia Logística
No capítulo anterior, entendemos a im-
Você se lembra?
Você se lembra de ter comprado algum produto pela internet (ou até
mesmo em alguma loja física) e o produto ter demorado a chegar ou ter
chegado danificado e/ou errado?
Bons estudos!
Gestão da Cadeia de Suprimentos
1. Custos;
2. Serviço ao cliente;
3. Produtividade;
4. Gestão de ativos;
5. Qualidade;e
6. Benchmarking.
36
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
tais processos.
37
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Produto
Praça
(Serviço ao cliente)
Estoques Transportes
Logística
Compras Armazenagem
Processamento
de pedidos
da concorrência (LAMBERT,1993).
Manter-se competitivo pressupõe responder questões acerca da im-
portância e consistência do serviço ao cliente, e em relação à percepção
desse cliente e as perspectivas desse mercado, atentando para o posiciona-
38
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
Pedidos
Fornecedor
Cliente
Entregas
Pagamentos
40
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
42
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
Receita
Custo e vendas
0
Nível de serviço
Demanda
Meses Meses
Demanda
Demanda
Meses Meses
45
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Aleatório diz respeito a um fenômeno que não pode ser predito de antemão e
geralmente aparece como um componente de erro nos modelos para a previsão
de demanda. Contudo, esse componente aleatório pode seguir, em certos casos,
distribuições de probabilidade específicas, como a distribuição normal, e ser
incorporado no modelo a partir do seu comportamento histórico. Temos assim
a variável aleatória, probabilística, formalizada dentro dos modelos de previsão.
(TAYLOR, 2005; ROSS, 2010).
Agora vamos supor que outubro tenha passado e que as vendas reais
tenham sido de 730. Para a previsão das vendas de novembro, seguindo
o mesmo formato anterior, iríamos incluir o dado de outubro e descartar
junho:
640 + 702 + 693 + 730
= 691, 25
4
A utilização de média móvel dependerá se o método está oferecendo
bons resultados na prática, o que varia de mercado a mercado. Entre as de-
cisões sobre o método está o número de período sa considerar e o uso de
ponderação, que pode conferir no cálculo da média mais peso aos meses
mais recentes.
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Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
47
Gestão da Cadeia de Suprimentos
48
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
49
Gestão da Cadeia de Suprimentos
50
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
Fornecedor Mercado
52
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
Colocação do pedido
Entrega
Fluxo Empurado
Tempo de resposta exigido
53
Gestão da Cadeia de Suprimentos
55
Gestão da Cadeia de Suprimentos
“Para entender mais sobre diferentes tipologias de produção acesse o artigo “Um
modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assem-
bly to order - ato e suas múltiplas aplicações”, disponível em <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2000000300006>
À medida que aumenta o CPV ao longo dos diversos setores pesquisados, aumenta o
percentual de casos pesquisados de produção contra-pedido.
À medida que aumenta o grau de perecibilidade ao longo dos diversos setores pesqui-
sados, aumenta o percentual de casos de produção para estoque.
À medida que aumenta o grau de obsolescência ao longo dos diversos setores pesqui-
sados, aumenta o percentual de casos de produção contra-pedido.
como uma espécie de tipologia híbrida, onde são mantidos estoques não
de produtos, mas sim de componentes, que esperam uma confirmação
do pedido para a montagem e entrega. Um dos casos mais conhecidos
de empresas que utilizam essa tipologia é a Dell, através do concei-
to do Postponement. Ela posterga (adia) ao máximo a montagem do
produto, em função da gama de possibilidades de montagens dos seus
produtos. Nesse sentido, mantém seu estoque centralizado de compo-
57
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Atividades
01. Dê exemplos de situações vivenciadas por você no seu dia a dia no
relacionamento com empresas ou instituições que apresentam um desem-
penho logístico inferior.
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Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
Reflexão
Embora, em várias épocas, o nível de serviço fosse de grande rele-
vância, o que a Internet e as redes sociais trouxeram de elementos novos?
Pode-se dizer que atualmente há menos paciência com falhas de serviço
e que essas falhas rapidamente são comentadas por clientes e não clien-
tes? Além da pressão de ter seu serviço avaliado, quais oportunidades são
abertas nesse novo contexto?
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Leitura Recomendada
Artigo: A gestão da demanda em cadeias de suprimentos: uma abor-
dagem além da previsão de vendas.
Autor: Daniela de Castro Melo, Daniela de Castro Melo
Ano: 2011
L i n k : < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _
arttext&pid=S0104-530X2011000400009&lng=en&nrm=iso>
59
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Referências
BALLOU, R. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.
dels for new product and in-market forecasting and how to use them.
Hampshire: Gower, 2006.
60
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
61
Gestão da Cadeia de Suprimentos
62
Nível de Serviço e Estratégia Logística – Capítulo 2
No próximo capítulo
No próximo capítulo, entenderemos o impacto das tecnologias de
informação na logística e na cadeia de suprimentos. Conheceremos o
papel estratégico da integração das informações a partir de exemplos con-
cretos e os principais sistemas de TI para a cadeia de suprimentos.
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
Minhas anotações:
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Tecnologias de Infor-
mação e Cadeia de Supri-
mentos
3 Neste capítulo, exploraremos a ideia da
informação como elemento essencial para a
lo
gestão da cadeia de suprimentos. Vamos saber as
funções que ela exerce nessa gestão e conhecer as
ít u
Você se lembra?
Você se lembra dos termos “digitalização” e “convergência digital”? Em
nosso cotidiano, vemos o comércio e os serviços usando cada vez tecno-
logias digitais, como essas tecnologias estariam sendo usadas nas etapas
anteriores da cadeia de suprimentos? Você já recebeu ou emitiu uma
nota fiscal eletrônica? Imagine como é mais prático possui arquivos
eletrônicos recuperáveis dessas notas do que aquivá-los em papel.
Bons estudos!
Gestão da Cadeia de Suprimentos
ças no mercado;
• a coordenação das estratégias e dos sistemas de produção e
distribuição;
66
Tecnologias de Informação e Controle da Demanda – Capítulo 3
67
Gestão da Cadeia de Suprimentos
mações cruciais para todos os níveis, a começar pelos pedidos feitos pelos
clientes (BOWERSOX et. al, 2007)
Planejamento
Estratégico
Análise das
Decisões
Controle Administrativo
Sistema de Transações
Estratégia
Transacional / Controle
Estratégia
Chopra & Meindl (2011) colocam como vantagens dos sistemas ERP;
• maior escopo de informações disponíveis para tomada de decisão;
• acesso a informação em tempo real;
• melhor integração com tecnologias como a internet.
Os mesmos autores também sublinham algumas desvantagens.
Apesar dos avanços em relação aos sistemas legados, os sistemas ERP
71
Gestão da Cadeia de Suprimentos
também são bastante voltados ao nível operacional. Para uma gestão mais
integrada das informações, o nível de planejamento precisa ser melhor
abastecido de dados e ferramentas. Ainda, há um grande custo e tempo
para a implementação dos sistemas ERP, e há casos de firmas que não fo-
ram bem sucedidas nesse processo.
O mercado de ERP é dominado por grandes firmas como Oracle e SAP,
embora existam espaços para concorrentes, em especial para firmas de pe-
queno e médio porte (FLEURY et al, 2000; CHOPRA & MEINDL, 2011). A
relação com os fornecedores é essencial para uma implentação bem sucedida
e para customizar o software para as necessidades da organização.
72
Tecnologias de Informação e Controle da Demanda – Capítulo 3
73
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Fornecedor
Cliente
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74
Tecnologias de Informação e Controle da Demanda – Capítulo 3
75
Gestão da Cadeia de Suprimentos
3.7.1 Walmart
A missão do Walmart é “vender por menos para que as pessoas
vivam melhor” (WALMART, 2012). Especialmente nos EUA, a empresa
é conhecida pelos preços agressivamente baixos e pela onipresença: 94%
dos americanos estão a um raio de menos de 25 quilômetros de uma loja
da empresa (FISHMAN, 2011). As suas unidades “supercentros” têm
cerca de 17 mil m2 e oferecem itens de alimentos a remédios, de guitarras
elétricas à munição. Classificada como a oitava empresa do mundo em
valor de mercado segundo a Fortune (CNN MONEY, FORTUNE, 2012),
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3.7.2 Dell
Fundada em 1984, a Dell nasceu em um ambiente em que o
computador pessoal estava se tornando o produto de maior impacto na
transformação do trabalho e da vida doméstica. Embora a perspectiva de
vendas fossem altas para o setor, a empresa já enfrentava concorrentes
como IBM, HP e Apple. A Dell só conseguiu se destacar de fato na dé-
cada seguinte, quando soube usar o poder da internet para subir ao topo
da indústria.
A produção de computadores costuma seguir o padrão de bens da
manufatura: são fabricados em série e mandados para os ditribuidores no
comércio. A Dell passou usar o seu site para receber diretamente os pedidos
dos consumidores finais (figura 5). Esse modelo apresenta várias vantagens:
• É possível ao cliente customizar o seu pedido.
• Fabrica-se segundo os pedidos recebidos, ou seja, não há gran-
de necessidade de estoques preventivos.
• A Dell recebe o pagamento do computador antes mesmo que
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Depósito CPUs
Lojas
3.7.3 Amazon
Em 1995, quando a internet estava ainda começando a expandir
e a se popularizar, o portal do Amazon estreava vendendo livros (ver
figura 6, à esquerda). A empresa não se tratava de uma livraria física
que estava entrando na rede mundial de computadores: ela foi criada
diretamente no ambiente virtual e a meta do seu fundador, Jeff Bezos,
é que o Amazon se tornasse a principal loja eletrônica de varejo do
mundo. Os livros foram escolhidos como produtos iniciais por algu-
mas características:
• Ao contrário de vários outros itens, livros são classificados ri-
gorosamente na origem e padronizados.
• Em uma loja virtual, os clientes têm acesso a um catálogo de
milhares de títulos. Livrarias físicas são como pequenos esto-
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Atividades
01. Explique a importância da informação para a gestão da cadeia de su-
primentos.
02. N
a internet, pesquise fornecedores brasileiros de programs WMS,
TMS e ERP.
Reflexão
Não é mais viável atualmente gerenciar a cadeia de suprimentos sem
tecnologias complexas e completas de informações. Essas tecnologias são
muitas vezes fornecidas por firmas especializadas a um alto custo. Se a maior
parte dos gestores comerciais e administradores não possuem base técnica
em eletrônica e programação, como eles podem avaliar as diversas opções
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80
Tecnologias de Informação e Controle da Demanda – Capítulo 3
Leitura Recomendada
Simulação em logística
A simulação computacional tem despontado como umas das ferra-
mentas de crescente utilização na gestão moderna, em particular nas áreas
de Logística e Operações.
Para ampliar seus conhecimentos sobre tais sistemas de apoio à de-
cisão acesse os links a seguir do Centro de Estudos em Logística (CEL) da
Coppead:
Referências
ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2011. São
Paulo: Associação Brasileira da Indústria Química, 2011.
82
Tecnologias de Informação e Controle da Demanda – Capítulo 3
83
Gestão da Cadeia de Suprimentos
No próximo capítulo
No próximo capítulo, entenderemos a função do estoque e como a
sua gestão deve estar alinhada com a estratégia da cadeia de suprimentos.
Da mesma forma, vamos entender como se podem usar os centros de dis-
tribuição para buscar o nível de serviço adequado à estratégia logística.
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84
Armazenagem e
Distribuição Física
Entre as decisões mais importantes
Você se lembra?
Alguma vez você já viu a propaganda de um produto, mas não conseguiu
achá-lo nas lojas? Nesse caso, há claramente uma falha de distribuição:
o produto desejado não está disponível ao cliente, o que representa, in-
clusive, um desperdício do orçamento de promoção. Em um outro caso
extremo, pense em todas as localidades a um quilômetro de você em que
se pode comprar um refrigerante da Coca-cola. Como veremos, essa
empresa busca garantir um distribuição de conveniência.
Bons estudos!
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Ambiente
Processo de transformação
Entrada Saída
• Materiais; Cliente
• informações; • Bens;
• Consumidores; • Serviços.
• Instalações;
• Pessoal. Ambiente
Você sabe o que é uma taxa de produção ou uma taxa de demanda? O conceito
é muito simples: Para entender citemos um exemplo:
Exemplo: Determinada fábrica de sapatos produziu 55000 pares de sapatos em
uma semana de produção. Se partirmos do princípio que a empresa trabalha cin-
co dias úteis por semana e 6,5 h úteis por dia, qual foi a taxa de produção diária
de calçados?
55000
Resposta: Taxa de produção = pares de sapatos por dia.
6,5 × 5
O mesmo raciocínio vale para a taxa de demanda. Por exemplo, suponha que
determinada loja de varejo venda 800 pares de sapato por semana, qual a taxa
de demanda de calçados por semana? Seguindo a mesma lógica de cálculo terí-
amos que a taxa de demanda será 25 pares/dia.
Eis que surge a questão. Você conhece alguma empresa que traba-
lha exatamente nessas condições? Acredito que seja difícil. Qual a alter-
nativa que nos resta? Parece que nossa resposta é óbvia: Manutenção
de estoques.
No entanto, apesar dos estoques serem considerados extremamente
prejudiciais às empresas, já que representam gastos desnecessários como
os exemplos citados ao longo do capítulo, os mesmos são praticamente
impossíveis de serem eliminados.
Por outro lado, os estoques são extremamente necessários para a
manutenção do nível de serviço logístico. Quanto maiores os níveis de
estoques maiores as taxas de atendimento aos pedidos dos clientes, e
consequentemente menores os custos com vendas perdidas. No entanto,
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Custos totais
Custo de manutenção
Custo
de estoques
Custo de vendas
perdidas
Pedido de Pedido de
compra compra
Varejista
Cola Calçados
88
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
Fornecedor de cola
Colagem Expedição
Cola Calçados
Fábrica de calçados
89
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Início
Início
90
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
Pedido de Pedido de
compra
Secagem compra
Varejista
Fornecedor de cola
Colagem Expedição
Cola Calçados
Fábrica de calçados
dades como:
• erros ou atrasos no processamento de pedidos;
• falta de confiabilidade no sistema de transporte;
• incerteza no fornecimento;
• incerteza da demanda e;
• falta de balanceamento do sistema produtivo na fábrica.
91
Gestão da Cadeia de Suprimentos
92
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
Fábrica:
Matéria- Produto Há estoques de matérias-primas,
prima Acabado pequenos estoques nas linhas de
produção e estoques de produtos
acabados.
Distribuidores:
Produtos Estoque de produtos para revenda, sem
para modificação. Podem enviar para estoques
venda de loja menores em um esquema de
distribuição de vários pontos.
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Serviços:
Possui almoxarifado, com materias que
Almoxarifado serão utilizados como parte do serviço, em
seus pontos de contato com os clientes.
93
Gestão da Cadeia de Suprimentos
94
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
95
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Tabela 1 – Simulação de tabela de Classificação ABC para estoque, por valor de consumo.
96
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
100%
90%
80%
Porcentagem acumulada
70%
60%
Grupo C
50%
40%
Grupo B
30%
20%
Grupo A
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Materiais
97
Gestão da Cadeia de Suprimentos
80.000 + 20.000
= R $ 50.000
2
Caso o uso do estoque não fosse linear, precisaríamos das informa-
ções de nível de estoques em períodos curtos de tempo (dias, horas ou
mesmo minutos) e realizar a média dessas informações.
R$ 110.000,00
R$ 100.000,00
R$ 90.000,00
R$ 80.000,00
R$ 70.000,00
R$ 60.000,00
Estoque Médio
R$ 50.000,00
R$ 40.000,00
R$ 30.000,00
R$ 20.000,00
R$ 10.000,00
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R$ 0,00
0 1 2
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Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
Valor de vendas
Giro de estoque =
Estoque médio
Quanto maior esse índice, mais eficiente está sendo o uso da arma-
zenagem.
99
Gestão da Cadeia de Suprimentos
100
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
101
Gestão da Cadeia de Suprimentos
102
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
4.2.2 Movimentação
“Movimentação de materiais é arte e a ciência do fluxo de mate-
riais, envolvendo a embalagem, a movimentação e a estocagem”
(IMAM)
103
Gestão da Cadeia de Suprimentos
104
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
105
Gestão da Cadeia de Suprimentos
exemplo, vamos pressupor que haja quatro fábricas, cada uma responsável
por um tipo de produto diferente. Em um sistema sem pontos intermediários
cada fábrica teria que abastecer os diversos varejistas com seus caminhões,
provavelmente com cargas pequenas. Com um ponto intermediário devida-
mente controlado, cada fábrica pode enviar cargas completas para o centro
de distribuição e ele será responsável por despachar os pedidos para os va-
rejistas com os quatro produtos (BALLOU, 2008).
Atividades
01. Compare as vantagens e desvantagens do sistema de distribuição direto,
com intermediário centralizado e com intermediário com instalações locais.
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109
Gestão da Cadeia de Suprimentos
02. P
ela internet, localize operadores logísticos que atuem em sua região.
Liste todas as operações logísticas que eles oferecem.
03. P
esquisa sobre o volume de compras via comércio eletrônico no Bra-
sil e a sua evolução. Discuta os desfios que essa tendência coloca às
empresas locais.
04. U
ma empresa possui um estoque que varia linearmente em valor de
R$ 150.000,00 a R$ 450.000,00 a cada ano. As suas vendas anuais são
de R$ 1.200.00,00. Qual é o estoque médio anual dessa firma e quan-
tas vezes o seu estoque gira por ano?
110
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
Reflexão
As pessoas estão cada vez mais interligadas por redes de comuni-
cação, seja por computadores pessoais, celulares ou, seja por tablets. O
que essa tendência trará como desafios e oportunidades à gestão da cadeia
de suprimentos? Especificamente no caso brasileiro, estamos falando de
um país com extensão continental, que exibe diversos problemas ligados
aos meios de transporte. Como pensar, desse modo, em uma distribuição
eficiente para o mercado brasileiro em um horizonte daqui a 5 ou 10 anos?
Pense no assunto!
Leitura Recomendada
Artigo: Centro de distribuição novo ou o atual ampliado?
Autor: Revista Exame
Ano: 2009
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Link: <http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0020/
noticias/centro-distribuicao-novo-ou-atual-ampliado-494623>
Comentário: Este artigo discute decisões estratégicas para distri-
buição para o caso real de uma empresa alimentícia. Essa empresa vem
crescendo no mercado e está em dúvida sobre as opções de ampliar o
111
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Referências
ARBACHE, F. S.; SANTOS, A. G.; MONTENEGRO, C.; SALLES,
W. F. Gestão de logística, distribuição e trademarketing. São Paulo:
FGV, 2006.
112
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
113
Gestão da Cadeia de Suprimentos
114
Armazenagem e Distribuição Física – Capítulo 4
115
Gestão da Cadeia de Suprimentos
No próximo capítulo
No próximo capítulo, analisaremos as vantagens e desvantagens
de cada modal de transporte, entendendo esta operação como chave para
interligar a cadeia de suprimentos. Serão discutidas também as diversas
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116
Operações de
Transporte
Embora as tecnologias de informação
Você se lembra?
Você já ouviu falar do Custo Brasil? Essa expressão se refere ao um
conjunto de dispêndios que as empresas teriam que incorrer por esta-
rem operando no Brasil, prejudicando a sua competitividade. Você se
recorda de discussões sobre esses dispêndios falarem também de
transportes? Como veremos, um transporte eficiente e confiável é
essencial para o poder competitivo de empresas, das cadeias de
suprimentos e das nações.
Bons estudos!
Gestão da Cadeia de Suprimentos
TKU, abreviação de tonelada por kilômetro útil, é uma medida de esforço físico
e um dos indicadores mais utilizados em operações de transporte de carga.
1TKU equivale a uma tonelada de carga útil movimentada por 1 kilômetro.
Quanto se fala em tonelada bruta, além da carga útil, considera-se o peso res-
tante ligado à operação de transporte, como o peso do vagão ou do caminhão
(AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2010).
Aéreo: 0,4%
Dutoviário:
4,2%
Aquaviário:
13,6%
Rodoviário:
61,1%
Ferroviário:
20,7%
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120
Operações de Transporte – Capítulo 5
Aéreo: 13,0%
Dutoviário:
1,0%
Aquaviário:
5,0%
Rodoviário:
40,0%
Ferroviário:
41,0%
FLEURY, 2000).
O gestor, entretanto, deve observar também as desvantagens de se
transportar por rodovias. Como já visto (quadro 1), o modal rodoviário só
não é mais caro do que o aeroviário. Com exceção das pequenas e médias
distâncias, deve-se sempre estudar a possibilidade de usar outras opções
mais baratas como o aquaviário ou o ferroviário. Esses dois modais ainda
permitem o acondicionamento de uma maior quantidade de carga por car-
121
Gestão da Cadeia de Suprimentos
123
Gestão da Cadeia de Suprimentos
125
Gestão da Cadeia de Suprimentos
126
Operações de Transporte – Capítulo 5
Wikimedia
127
Gestão da Cadeia de Suprimentos
128
Operações de Transporte – Capítulo 5
Custos
Modais
Custo fixo Custo variável
Alto em equipamentos,
Ferroviário baixo
terminais, vias férreas, etc.
Características Aquaviá-
Ferroviário Rodoviário Dutoviário Aéreo
Operacionais rio
Velocidade 3 2 4 5 1
Disponibilidade 2 1 4 5 3
Confiabilidade 3 2 4 1 5
Capacidade 2 3 1 5 4
Frequência 4 2 5 1 3
Resultado 14 10 18 17 16
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
130
Operações de Transporte – Capítulo 5
Abaixo
0,5 – 4,5t 4,5 – 13,5t 13,5 – 27t 27 – 40t Acima 40t
de 0,5t
Abaixo de 180 Km
160 – 320 Km
320 – 480 Km
Rodoviário
480 – 800 Km
800 – 1600 Km
1600 – 2400 Km Competição Ferroviário
Acima de 2400 Km
de salários, etc.
Qualidade – a empresa precisará avaliar se conseguirá um servi-
ço de qualidade desejada com as transportadoras. Serviços que exibam
atrasos, descarregamentos mal feitos, má relação com o cliente, etc.
podem prejudicar a imagem da empresa e comprometer a eficiência de
suas vendas.
131
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Funções da embalagem
• Facilitar o armazenamento e o manuseio.
• Proteger o produto.
Palete
Do francês pallet, é uma estrutura que serve como base para
empilhamento de caixas, possuindo a forma de estrados, cujo material
mais comumente utilizado é a madeira, mas também pode ser de metal ou
de plástico. O formato de sua base permite que as caixas fiquem suspensas
a alguns centímetros do chão, evitando que se estraguem em contato com
o solo úmido, bem como facilita a elevação delas por empilhadeiras.
Wikimedia
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134
Operações de Transporte – Capítulo 5
Contêiner
Do inglês container (recipiente, que contém), é uma grande caixa
de metal com porta frontal, destinada a transporte multimodal de grande
quantidade de produtos. Por multimodal entende-se o transporte que pode
envolver múltiplas formas em seu transcorrer; os contêineres são adequa-
dos para transporte em caminhões, trens e navios, podendo ser movidos
de um para o outro por guindastes. Em caminhões específicos, o próprio
contêiner se torna a carroceria fechada, inclusive podendo possuir sistema
de refrigeração embutido quando necessário.
Wikimedia
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Atividades
01. F
aça uma comparação entre as vantagens e desvantagens dos modais
rodoviário e ferroviário.
02. F
aça uma comparação entre as vantagens e desvantagens dos modais
aquaviário marítimo e aéreo.
03. Q
uais seriam as vantagens de uma empresa manter uma frota própria
para uma parte do transporte dos seus produtos e terceirizar o restante
das entregas?
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Operações de Transporte – Capítulo 5
04. P
ela internet, faça uma listagem de cinco transportadoras de carga
da sua cidade. Pesquise quais certificações de transporte essas em-
presas têm.
Reflexão
Se, como vimos, as operações de transporte são essenciais para a
competitividade das cadeias de suprimentos, por que o Brasil não consegue
avançar mais na melhoria da sua infraestrutura? Não é natural pensar que
boas rodovias, ferrovias e aeroportos significariam benefícios para a econo-
mia como um todo, além de gerar empregos em suas obras de implantação?
Vimos que o problema não diz respeito apenas à falta de qualidade
dos modais: há insuficiência na própria disponibilidade, especialmente
das ferrovias e navegação fluvial. Tais modais seriam indicados para as
mercadorias que o Brasil mais exporta: bens de baixo valor agregado por
peso. Os EUA ─ um país que produz bens de alta tecnologia, mas também
commodities como milho ─ possui uma proporção do modal ferroviário
na matriz de transporte maior que a brasileira. Para o gestor, o ideal é ter
diversas opções para assim escolher a melhor combinação para a sua es-
tratégia de competição. Uma boa oferta de modais permite ainda um bom
aproveitamento da figura do operador multimodal que, como vimos, sim-
plifica o transporte que utiliza mais de um tipo de via.
Para guiar a nossa reflexão, não podemos nos esquecer que o Brasil
é carente de investimentos em diversos setores: telecomunicações, hos-
pitais, saneamento, moradia, etc. Certamente, o orçamento público tem
dificuldade em atender a essa diversidade de demandas. Outro fator ainda
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a ser levado em conta é que obras de transporte levam diversos anos para
ficarem prontas. Por isso, governantes eleitos que possuam uma visão
eleitoral de curto prazo podem não dar atenção devida à questão da infra-
estrutura. De qualquer modo, tem havido diversos programas nesse âm-
bito anunciados pelo Governo Federal nos últimos quatro anos. Você tem
conhecimento dos mesmos, tem acompanhado seus resultados?
137
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Leitura Recomendada
Artigo: Boletim IPEA. Radar: tecnologia, produção e comércio exterior
Autor/entidade: IPEA
Ano: 2012
Link: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/ra-
dar/120314_radar18.pdf>
Comentário: Neste número, estudos recentes discutem a evolução
da intraestrutura no Brasil, em especial de transporte. É possível ver como
o investimento total nos modais vem crescendo, porém de forma desigual.
A natureza desses investimentos é aprofundada e podemos acompanhar
os investimentos públicos e privados, assim como os impactos do PAC 2
e das estatais. Quanto à dimensão ambiental, a emissão de gás carbônico
por operações de transporte é objeto específico de um dos artigos. A situa-
ção dos portos marítimos e dos aeroportos é discutida igualmente.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS. Anu-
ário Estatístico Portuário 2009, 2010. Disponível em: <http://www.an-
taq.gov.br/Portal/Anuarios/Portuario2009/Index.htm>. Acesso em:16
set. 2012.
138
Operações de Transporte – Capítulo 5
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
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Operações de Transporte – Capítulo 5
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
Minhas anotações:
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Operações de Transporte – Capítulo 5
Minhas anotações:
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Gestão da Cadeia de Suprimentos
Minhas anotações:
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