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PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO 

PROCESSUAL CIVIL 
  A UL A  2:   T E O R I A  G E R A L   D O  P R OC E S S O –   26/4/2008 
Prof. Ronaldo Cramer

TEMA DA A ULA : JURI SDIÇÃ O, A ÇÃO, PROCE SSO E DEFESA.

I – Institutos Fundamentais do Direito Processual Civil

Praticamente todos os manuais de direito civil caracterizam os institutos fundamentais


do direito processual como a Jurisdição, Ação e Processo. Contudo, a doutrina mais
moderna entende que a Defesa seria um quarto instituto fundamental do processo [T1] Comentário: Ressalta-
civil, eis que no Estado Democrático de Direito não pode existir processo sem defesa. se a tendência de se
desjudicializar os processos
Dentro de uma lógica, a jurisdição seria inerte, e provocada mediante a ação. A de jurisdição voluntária,
onde não há lide.
jurisdição uma vez provocada se materializada no processo, onde deverá ser
garantido o direito de defesa.

I.1 – Jurisdição

Chiovenda define jurisdição como a função do Estado que tem por objetivo a
atuação da vontade concreta da lei. Portanto, a jurisdição seria uma atividade [T2] Comentário: Para
Chivoenda a lide não influi
meramente declaratória. Já Carnelutti, entende a jurisdição como a justa composição
na jurisdição, já para
da lide. Liebman, Dinamarco e Humberto Theodoro Jr. Adotam conceitos mistos, onde Carnelutti a Jurisdição tem
por objetivo compor a lide.
jurisdição seria a função estatal que tem por objetivo a atuação da vontade concreta
da lei e composição da lide. Para o professor Cramer, a união de ambos os conceitos [T3] Comentário: Carnelutti
era Unitarista e Chivoenda
não seria uma atitude desejada, eis que quando Chiovenda e Carnelutti definiram Dualista. A Teoria Unitarista
juridisição, partiram de pressupostos diferentes. entende que o direito
material é criado pela
jurisdição. Já a Teoria
Um conceito moderno, defendido por Didier, Marinoni e Cássio Scarpinella Bueno, Dualista entende que
entende que Jurisdição é a função do Estado que tem por objetivo a tutela de um existem dois momentos de
ciração do direito, o primeiro
direito violado ou ameaçado de lesão. pelo legislador e o segundo
com a aplicação da lei ao
I.1.1 – Lide, Pretensão e Resistência caso concreto pela
jurisdição.
Lide, como se sabe, é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. [T4] Comentário: Pretensão
Pretensão, conforme Carnelutti, é o ato de exigir a satisfação de um suposto direito. não é o poder de exigir, pois
“poder” implicaria na prévia
Resistência é a não acatação da pretensão. A Pretensão e a Resistência são geradas convicção de existência do
no plano material, gerando a lide, também no plano material. direito material.
[T5] Comentário: Precisa ser
I.1.2 – Características da Jurisdição provocada.
[T6] Comentário: Apenas
a. Inerte; pode ser prestada pelo
Estado.
b. Indelegável; [T7] Comentário: Transfere
o poder das partes de
c. Substitutiva; resolver o conflito para o
Estado.

Thiago Graça Couto


thiagocouto@gmail.com
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[T8] Comentário: A
d. Declaratória; Jurisdição declara a
existência de um direito pré-
existente.

A concepção de uma
e. Criativa; Jurisdição criadora vai de
encontro ao Estado
f. Imperativa. Democrátido de Direito eis
que, no Brasil, os membros
do Poder Judiciário não são
eleitos e portanto não
I.1.3 – Tutela Jurisdicional poderiam criar direito, tendo
em vista que todo poder
Tutela Jurisdicional é a proteção dada pelo Estado ao Direito Material da parte, emana do povo.
podendo ser aplicada tanto ao Autor como ao Réu (no caso de improcedência do [T9] Comentário: Por
Criativa entende-se criar em
pedido). Como veremos a seguir, difere-se da Tutela Jurídica e da Prestação
cima de algo, melhorando a
Jurisdicional. A ação é o meio pelo qual se exige a Tutela Jurisdicional, que poderá ou aplicação do direito, e não
Criadora, onde se cria a
não ser entregue pelo processo. partir do nada.

Atualmente, a Tutela Jurisdicional é a melhor forma de se pensar o Direito Processual Para Fred Didier Jr. a
Civil. A primeira menção a este tema por um processualista brasileiro, foi o artigo A Jurisdição seria Criadora,
criando norma jurídica no
Tutela Jurisdicional publicado por Dinamarco na década de 1980. A primeira menção caso concreto. Contudo, no
do CPC a tutela veio com a reforma de 1994, no Art. 273.1 seu curso ele não resolve o
problema da legitimidade
levantada no comentário T8.
I.1.3.1 – Tutela Jurisdicional, Tutela Jurídica, Prestação Jurisdicional, Técnica Processual
[T10] Comentário: O Poder
e Plano Material x Plano Processual. Judiciário, diferentemente
dos outros Poderes, impõe o
A Tutela Jurídica é a previsão de um fato como sendo um direito material, sendo cumprimento de suas
portanto a promessa do Estado de proteção. A efetiva proteção deste direito será decisões.

dada no processo, através da Tutela Jurisdicional. [T11] Comentário: Definitiva


, através de sentença, ou
provisória, através de
Coisa distinta é a Prestação Jurisdicional, que é a atividade exercida pela jurisdição Decisão Interlocutória.
no decorrer de um processo. O proferimento de uma sentença, indepente se for [T12] Comentário: Exemplo
favorável ou não, é prestação jurisdicional. Portanto, prestação é o exercício, e tutela é o inciso X do Art. 5º. Da
CFRB, que prevê a
é a proteção. possibilidade de
indenização pelo dano
Técnica Processual é o método, o meio e a forma de entrega da Tutela Jurisdicional, material ou moral
previstos em lei. Atualmente a lei não difere tanto o modo de se declarar a tutela deocrrente da violação da
intimidade.
jurisdicional, mas sim o de se executar, tal como o exemplo dado no comentário T13.
[T13] Comentário: Tutela
Declaratória difere-se da
Tutela Condenatória, por
exemplo. Assim que a Tutela
Declaratória transita em
1Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os julgado, já é eficaz. A Tutela
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, Condenatória exige uma
atividade jurisdicional
se convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de posterior, sendo portanto
13.12.1994) uma outra Técnica ... [1]

Thiago Graça Couto


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Isso entretanto, não afasta a existência em uma Técnica Processual em ambos, ou de


no futuro, a Técnica Processual para a declaração da tutela jurisdicional seja alterada.

O Direito Material no Plano Material é estático, e será efetivado no Plano Processual. A


Tutela Jurisdicional está no Plano Processual, já a Tutela Jurídica está no Plano Material

I.1.3.2 – Classificação da Tutela Jurisdicional

Atualmente, por conta da fungibilidade das tutelas de urgência, o procedimento


cautelar é pouco utilizado. Apesar do Art. 273 §7º. prever a fungibilidade apenas em [T14] Comentário: O
processo cautelar incidental
uma via, jurisprudência e doutrina já estão quase pacificados no sentido de entender praticamente acabou, eis
que a fugibilidade também ocorre nos casos em que uma cautelar é interposta que uma produção
antecipada de provas, por
quando se deveria requerer antencipação de tutela em processo de conhecimento. exemplo, pode ser mais
Hoje caminha-se para um processo sincrético, onde existe um único processo que tem eficientemente obtida
através de um pedido no
por objetivo a prestação da tutela jurisdicional. próprio processo de
conhecimento, ao invés de
I. Tutela Provisória se ajuizar uma cautelar para
tanto.
É a dada antes do seu momento adequado, que é a sentença. [T15] Comentário: Mesmo
porque a CFRB prevê no
I.1 Tutela de Evidência: É a tutela provisória que para ser definida dispensa o inciso XXXV do Art. 5º. que a
lei não poderá excluir da
requisito do perigo da demora. Como exemplo tempos o Art. 273 II e §6º. apreciação do Poder
Judiciário, lesão ou ameaça
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total a direito.
ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido [T16] Comentário: Esta
inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da expressão não é técnica
para exprimir a tutela do Art.
verossimilhança da alegação e: 273, eis que uma medida
cautelar também pressupõe
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o uma antecipação de tutela.

manifesto propósito protelatório do réu.

§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida


quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles,
mostrar-se incontroverso.

I.2 Tutela de Urgência: Necessitam do perigo da demora.

I.2.1 Tutela Satisfativa: Protege o Direito Material da Parte.

I.2.2 Tutela Cautelar: Protege a atividade jurisdicional, sendo uma tutela do


processo e não do direito.

Thiago Graça Couto


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II. Tutela Definitiva

II.1 Tutela Declaratória: Quando o Autor pede uma tutela para declarar uma
existência ou inexistência de uma situação jurídica ou a falsidade ou não de um
documento, sendo este o único fato que poder ser objeto de uma Ação
Declaratória, conforme Art. 4º. do CPC2.

II.2 Tutela Constitutiva: Quando se pede a criação, modificação ou extinção de


uma situação jurídica.

II.3 Tutela Condenatória: Quando se pede ao Judiciário o cumprimento de uma


obrigação. Como este cumprimento se dará, é um problema da Técnica
Processual, o que não ensejará novas tutelas.

I.1.3.2 – Classificação da Tutela Jurisdicional no Plano Material

I. Tutela Preventiva: Protege o Direito Material antes dele ser lesado.

I.1 Tutela Inibitória: Prestada antes do ato ilícito, portanto antes também do dano, o
que causa alguma dificuldade na prática sob o alegado argumento de que
haveria falta de interesse.

II. Tutela Reparatória: Repara um direito já lesado.

II.1 Tutela Específica: Cumpre especificamente o direito exatamento como está


previsto na lei, não apelando para um subterfúgico pecuniário. Ex: Art. 461 e 461-A3.

II.2 Tutela Ressarcitória: Repara pagando e não dando exatamente aquilo a que se
tinha direito, ante a impossibilidade ou escolha do legislado.

II – Competência

2 Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;


II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito.

3 Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou
não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o
pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
do adimplemento.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a
tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

Thiago Graça Couto


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É a especialização ou medida da Jurisdição, fixada pelo Art. 87 do CPC4. Proposta a


ação, nos termos do Art. 2695, fixa-se a competência, perpetuando-se a jurisdição. Os
critérios para a fixação são o valor da causa, material, territorial, funcional e pessoal, [T17] Comentário: Estabele
cida nas Normas de
este último não admitido por alguns autores. Organização Judiciária.
Como se admitiria um RESP
A classificação de competência em absoluta ou relativa em teste é fixada da nesses casos? O Art. 91 do
CPC prevê essa situação,
seguinte forma: portanto este artigo que
teria sido desrespeitado.
Competência Absoluta: Material, Funcional e Pessoal.
Competência Relativa: Valor da Causa (Exceção JEF) e Territorial.

II.1 Terminologia
a. Justiça: Federa, Estadual;
b. Comarca: Divisão territorial da Justiça Estadual. Sinônimo de Foro;
c. Seção Judiciária: Divisão territorial da Justiça Estadual;
d. Foro: Igual a Comarca.
e. Vara: Órgão Jurisdicional, sinônimo de Juízo
f. Juízo: Sinônimo de Vara;
g. Fórum (Central, Regional, etc.): É o prédio.

II.2 Causas de Modificação da Competência (Relativa)

II.2.1 Conexão: Mesma causa de pedir ou mesmo pedido;


II.2.2 Continência: O pedido de uma ação contém o da outra, sendo o problema
também as decisões conflitantes.
II.2.3 Cláusula de Eleição de Foro: Conforme parágrafo único do Art. 1126, a sua
nulidade poderá ser declarada de ofício pelo juiz, caracterizando uma exceção ao

4 Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São


irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da
matéria ou da hierarquia.
5 Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada

pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da
ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois
que for validamente citado.
6 Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.

Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão,


pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de
domicílio do réu.

Thiago Graça Couto


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regime ordniário das competências relativas, que dem ser arguidas por meio de
exceção.
II.2.4 Inércia: No caso de não questionada a incompetência, haverá a prorrogação da
competência.

III – Ação

É o direito subjetivo, público, autônomo e abstrato de provocar e exigir do Estado uma


tutela jurisdicional, mas cujo exercício está subordinado a certas condições.

III.1 – Teorias sobre a Ação (Imanentista, Concreta, Abstrata, Eclética, Eclética


Revisitada, Toria da Ação de Direito Material).

III.2 Ação x Demanda

A Demanda é o pedido, sendo portanto a concretização da Ação.

III.3 Condições da Ação

Legitimidade das Partes, Interesse de Agir e Possibilidade Jurídica do Pedido. [T18] Comentário: A
conceituação deste Instituto
é problemática, eis que
definí-lo como sendo a
III.3.1 Verificação das Condições da Ação previsão daquele pedido na
lei, estar-se-ia analisando o
III.3.1.1 Teoria da Asserção mérito. Desta forma, Ada
Grinover define como sendo
A verificação das condições da ação deve se restringir a análise da petição inicial. a não vedação do
ordenamento jurídico
Caso o juiz se utilize de outros elementos, tais como as provas, estará adotando a daquele pedido. Deve-se
Teoria da Exposição. analisar apenas o pedido e
não a causa de pedir.

Esta análise poderá ser feita em qualquer instância, mas apenas se verificando a
exordial.

III.3.1.2 Teoria da Exposição

O problema deste Teoria é a invasão do mérito, eis que se utiliza de outros elementos
para analisar as condições da ação além da inicial.

III.4 Elementos da Ação

Partes, Pedido e Causa de Pedir.

Thiago Graça Couto


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III.5 Classificação das Ações

Na prática ainda é feita, contudo na teoria esta classificação não é mais relevante.

IV – Defesa

É um direito público, subjetivo, autônomo e abstrato de exigir do Estado uma tutela


jurisdicional para se defender do pedido de tutela jurisdicional formulado pelo Autor.

IV.1 Condições do Exercício do Direito Defesa?

No atual estágio da evolução científica ainda não há como definir tais condições.

IV.2 Comportamento da Defesa

a. Contestação;

b. Exceção;

c. Reconvenção;

d. Ação Declaratória Incidental;

e. Nomeação à Autoria;

f. Denunciação da Lide;

g. Chamamento ao Processo;

h. Incidentes Processuais.
[T19] Comentário: Foi
IV.3 Exceções e Objeções discutida a existência da
Exceção de Pré-
Por exceção se alega as matérias que não podem ser reconhecidas de ofício, já a Executividade e Objeção de
Pré-Executividade, e nã
objeção alega matérias que podem ser conhecidas de ofício. apenas da primeira.

IV.4 Princípios Específicos da Defesa

a. Princípio do Ônus da Prova;

b. Princípio da Eventualidade: Possibilidade que a defesa seja contraditória, tendo


em vista que possui o ônus de alegar toda a matéria de defesa na
Contestação.

c. Princípio do Ônus da Impugnação Especificada dos Fatos: Só haverá discussão


sobre fatos controversos. Destaca-se o parágrado único do Art. 302 do CPC.

Thiago Graça Couto


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Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os


fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos
não impugnados, salvo:

Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação


especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao
curador especial e ao órgão do Ministério Público.

V – Processo

É o meio pelo qual a jurisdição se manifesta, depois de ser provocada pela ação. [T20] Comentário: A
Gera uma relação jurídica, a relação processual, sendo esta triangular (autor juiz réu). relação juridical de Direito
material é uma linha,
V.1 Procedimento composta pelas partes que
afirmam e negam a
existência do direito.
A forma e o modo (tempo e lugar) como o processo se realiza na prática. A________B

V.2 Sujeitos do Processo Existem aqueles que


defendam a relação
Relação de Direito Material: Deveres e Obrigações processual angular, sem
uma conexão direta entre
Relação de Direito Processual: Poderes e Faculdades (Comportamentos as partes, onde tudos as
Ativos/Positivos). Deveres e Ônus (Comportamentos Passivos/Negativos). Todas as relações inter-partes passam
partes estão sujeitas ao Juiz, que só tem Poderes e Deveres. pelo juiz. Contra-argumenta-
se no sentido de que a
lealdade processual é essa
V.2.1 Juiz linha que correlaciona
ambas as partes.
Possui Garantias, Imparcialidade, Poderes, Deveres e Responsabilidade.

V.2.1.1 Atos
a. Reais: Atos do Poder de Polícia e Administrativos.

b. Despachos;

c. Decisões Interlocutórias;

d. Sentenças;

e. Cognição Judicial: Convencimento sobre as alegações que lhe foram feitas.

V.2.2 Partes

Thiago Graça Couto


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Partes são os sujeitos do contraditório na relação processual. O conceito de


Chiovenda apresenta o problema de não explicar o caso do Assitente Simples, que [T21] Comentário: Parte é
aquele que deduz ou contra
não deduz, nem lhe é deduzida tutela jurisdicional e ainda assim é parte. quem é deduzida
determinada tutela
V.2.2.1 Terceiro jurisdicional.
[T22] Comentário: Pela
Terceiro é aquele que não é parte. Intervenção de Terceiro, o
terceiro ingressa na Relação
V.2.3 Auxiliares da Justiça, Advogado, Ministério Público e Defensoria Pública Processual e se torna parte.
[T23] Comentário: O MP
V.2.4 Objeto do Processo pode ser Autor, mas, em
tese, não poderá ser Réu,
a. Pedidos de tutela jurisdicional formulados pelo autor e pelo réu; posição esta que seria
ocupada pelo Estado. Esta
questão não é muito bem
b. Objeto de cognição judicial. tratada pela Doutrina.

V.2.5 Pressupostos Processuais

Hoje a doutrina moderna defende a classificação proposta pela professoras Tereza


Wambier, que organiza os pressupostos de acordo com a teoria das nulidades.

V.2.6 Classificação dos Processos

Apesar do CPC prever, será difícil manter tal classificação. O que deve ser analisado é
a classificação das tutelas.

V.2.7 Divisões do Processo

V.2.7.1 Ponto: É uma alegação de fato ou de direito feita por uma das partes

V.2.7.2 Questão: É uma alegação de fato ou de direito questionada pela outra parte.

V.2.7.3 Questão Principal: Decorre do pedido inicial. Existe a distinção entre pedido e [T24] Comentário: Pedido é
requerimento, sendo a questão principal julgada pela sentença. feito na Inicial pelo Autor na
Contestação pelo Réu.
V.2.7.4 Questão Incidental: Questão que surge no curso do processo, decorrendo Requerimento são as outras
postulações feitas ao longo
portanto de um requerimento. É julgada no curso do processo após o contraditório, do processo.
sem dilação procedimental.

V.2.7.5 Questão Prejudicial: Questão incidental cuja análise é pressuposto da questão


principal. Toda questão prejudicial é incidental, mas nem toda questão incidental é
prejudicial.

V.2.7.6 Incidente Processual: Questão incidental que exige por força de lei ou da [T25] Comentário: Ex.
Exceção de Incompetência,
vontade do juiz, dilação procedimental. Impugnação do Valor da
Causa ou Impugnação a
Gratuidade de Justiça.

Thiago Graça Couto


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V.2.7.7 Processo Incidental: Questão incidental que exige, por força de lei, um outro
processo.

Thiago Graça Couto


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Página 2: [1] [T13] Comentário Thiago 26/4/2008 09:59:00
Tutela Declaratória difere-se da Tutela Condenatória, por
exemplo. Assim que a Tutela Declaratória transita em julgado, já
é eficaz. A Tutela Condenatória exige uma atividade
jurisdicional posterior, sendo portanto uma outra Técnica
Processual.

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