Todos os equvocos em torno da idia de revoluo vm do prestgio
associado a essa palavra como sinnimo de renovao e progresso, mas
esse prestgio lhe advm precisamente do sucesso alcanado pelas revolues inglesa e americana que, no sentido estrito e tcnico com que emprego essa palavra, no foram revolues de maneira alguma. S se pode falar legitimamente de revoluo quando uma proposta de mutao integral da sociedade vem acompanhada da exigncia da concentrao do poder nas mos de um grupo dirigente como meio de realizar essa mutao Na Inglaterra, tanto a revolta dos nobres contra o rei em 1215 quanto a Revoluo Gloriosa de 1688 buscaram antes a limitao do poder central do que a sua concentrao. O mesmo aconteceu na Amrica em 1786. E em nenhum desses trs casos o grupo revolucionrio tentou mudar a estrutura da sociedade ou os costumes estabelecidos, antes forando o governo a conformar-se s tradies populares e ao direito consuetudinrio. Algo h de comum entre todas as revolues, que elas enfraquecem e destroem as naes onde ocorrem, deixando atrs de si nada mais que um rastro de sangue e a nostalgia psictica das ambies impossveis. A Frana, antes de 1789, era o pas mais rico e a potncia dominante da Europa. A revoluo inaugura o seu longo declnio, que hoje, com a invaso islmica, alcana dimenses patticas. A Rssia, aps um arremedo de crescimento imperial artificialmente possibilitado pela ajuda americana, desmantelou-se numa terra-de-ningum dominada por bandidos e pela corrupo irrefrevel da sociedade. A China, aps realizar o prodgio de matar de fome trinta milhes de pessoas numa s dcada, s se salvou ao renegar os princpios revolucionrios que orientavam a sua economia e entregar-se, gostosamente, s abominveis delcias do livre mercado. De Cuba, de Angola, do Vietn e da Coria do Norte, nem digo nada.
projeto de dominao ideolgica no sentido marxista do termo, a falsa
conscincia, o vu de idias forjadas por um grupo para, ocultando a
realidade, explorar os demais com a anuncia expressa ou tcita dos