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Gerenciamento ambiental e a industria de mineragao Luls Enrique Sénchez Gerenciamento, gestéo ou administragéo ambiental pode ser discutido em nivel empresarial ou no de politicas de governo. Neste ditimo caso s8o abordados os instrumentos de politica que podem ser aplicados pelas diversas agéncias governamentals com Vistas a melhorar ou prevenir a degradacéo da qualidade amblen- tal. Dentre esses instrumentos encontram-se o estabelecimento de normas e padrées ambientais (um dos mecanismos mais utili zados mundialmente), o planejamento e o zoneamento ambiental, assim como os de cardter econdmico, como taxas, multas e au- torlzagées de emissio negociveis e penalidades administrativas, civis e criminals. Por outro lado, os instrumentos ¢ as alternativas de gerencia- mento ambiental em nivel das empresas serao definidos em fungo dessas politicas governamentais; das demandas e pressées da opi- nlfo piblica, da comunidade e de consumidores; ¢ das condigdes de mercado. Neste trabalho trata-se da gestéo ambiental empre- sarial, apresentando brevemente os principals instrumentos dis- poniveis e utilizados atualmente e analisando sua aplicagéo na indastria de mineracdo, através da discusso de alguns problemas de gerenciamento, Séo muitas as definigées de gerenciamento ambiental empre- sarial, assim como os enfoques dados pela indistria a esta ativi- dade ainda nova no ambito das preocupagées gerenciais. Uma possivel definicao, que espelha conceito particular de gerencia- mento ambiental a ser aqui apresentado, é a seguinte: “gerencia mento ambiental € 0 conjunto de operagées técnicas e atividades gerenciais que visa assegurar que um empreendimento opere den- tro dos padrdes legais ambientals exigidos, minimize seus impac- tos ambientals ¢ atenda a outros objetivos empresariais, como manter um bom relacionamento com a comunidade" (Sénchez, 1991). Antigo principio de gerenciamento ambiental, nascido talvez com a Revolucéo Industrial, rezava que “a solugao para a poluicgo € a diluic&o". Esse principio deixou de ser operacional com as quantidades cada vez majores de poluentes e a saturacdo do meio Recebida em maior93 Luis Enrique Stnchez 6 Professor Doutor do Departamento de Engenharia de Minas da Escola Poérice, do Programa Iterunidades ‘de Pto-Graduago om Energia @ do Programa de Mestado em Ciéncia Ambiental na Universidade de So Paulo Revista de Adirstardo, Sto Pal v.28, n.,p, 67-75, rime 1994 rotas & comunicagées de pesquisas receptor e teve de ser substituido. Um enfoque que 4 poderla ser chamado de tradicional em ge- renciamento ambiental, primeiro substituto do an- tigo principio, vincula esta atividade ao controle da poluigéo industrial. O objetivo seria, entao, reduzir as emissSes — e, eventualmente, zeré-las — de for- ma a atender, essencialmente, padrdes legals (de ‘emisséo ou ambientais). Dois caminhos tém sido trilhados para se atingir esse objetivo, ou seja, ins- talando equipamentos de controle de emissées, como filtros @ estagbes de tratamento de efluente: ou buscando tecnologias de processo menos poluen- tes, aumentando também sua eficiéncla, © enfoque de controle da poluigao n&o s6 dos processos de produgao, mas também dos produ- tos, de forma a evitar que estes se transformem em ‘poluentes, @ mais modemno. Sao exemplos a substituigao dos CFCs por compostos néo-causado- res de danos & camada de ozinio, a tentativa de construc&o de automével inteiramente desmontavel e reciclével e o uso de embalagens recicléveis. Outra instancia € o gerenclamento de tiscos. Toda operacéo industrial comporta riscos de vaza- mentos, explosées, liberacdo acidental de poluente: insumos ou produtos, assim como riscos ambientais difusos & satide humana ou a integridade dos ecos- sistemas. No caso de riscos ambientais difusos, passa-se do controle da poluig&e ao gerenciamento dos im- pactos ambientais e socials. Diferentemente do controle de emissdes, atividade j4 familiar a0 mundo industrial e A cultura técnica dos engenhelros, 0 gerenciamento de riscos e impactos ambientais & sociais requer a cooperacao de especialistas © co- nhecimentos de ciéncias biolégicas e socials, além de competencias interdisciplinares de gerenciamen- to. Os limites ficam fluidos e indefinides, ao con- trétio do controle de poluic&o. Para este existem padrées estabelecidos em lei ou regulamentos, além de normas técnicas de amostragem e anslises. Qual © nivel de risco aceitavel para o transporte de subs- tancia perigosa? Qual o grau de interferéncia acel- tavel na paisagem? Para estas questdes nao hé res- posta padronizada, mas elas caracterizam multos dos problemas de gerenciamento ambiental na in- distria. INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL, Classificagéo geral dos instrumentos de gerencia~ mento ambiental enquadrar-los-la em preventivos ou corretivos. Apesar de alguns serem nitidamente pre- ventives — como a avaliagio de impacto ambiental —e outros claramente corretivos — como a reme- diagdol!) —, a maiorla tem cardter tanto corretivo ‘como preventivo, uma vez que, se aplicados a em- preendimentos em funcionamento, visam avaliar corrigir situag8es presentes e minimizar efeitos futu- ros, Na maioria das vezes esses instrumentos devem ser aplicados conjuntamente. Avaliagao de impacto ambiental Dentre os instrumentos de gerenciamento, a ava~ lago de impacto ambiental (AIA) & possivelmente mais conhecide em virtude da exigéncia legal, em indimeros paises, de preparacao de estudos de impacto ambiental prévios & implantagao da maioria dos pro- Jetos de mineragao. Visando identificar os possiveis impactos, prever sua magnitude e avaliar sua Importancia, além de propor medidas de ordens técnica e gerencial que minimizem os impactos negativos e potencializem os positives, a AIA estabelece quacro referencial de ge- renclamento utlizével durante toda a vida atil do em- preendimento, a nfo ser que haja modificagdes subs- tanciais do projeto. Os estudos estabelecem, também, © panorama de estado do melo ambiente na érea de influencia do projeto antes de sua implantacéo, contra © qual modificagées subseqlientes podem ser medidas através de programa de monitoramento adequada- mente definido ‘Multas empresas, porém, véem na AIA apenas mais um empecilho legal, uma etapa burocrética a ser vencida, engavetando os estudos apés a obtengéo da licenca ambiental. Os técnicos e gerentes dessas ‘empresas em geral no saber que tipo de informagao gerencial esses estudos podem fomecer e qual seria sua contribuigo para o planejamento do projeto. Os Planos Diretores de Melo Ambiente, desdobra- mento da AIA empregado por algumas companhias para empreencimentos em funcionamento, estabele- cem as diretrizes de ordem ambiental para 0 prosse- guimento das atividades, muitas vezes incluindo pro- postas de ordanamento territorial na rea do em- preendimento. Diversas informacdes coletadas para a elaboracéo desses planos séo semelhantes aquelas necessérias & realizacdo dos estudos de impacto am- biental Analise de riscos A atividade de anilise de riscos as vezes acompa- nha a AIA e outras € desempenhada isoladamente, com seus proprios objetivos. Inclul, normalmente, as Revista de Adinsupo, Sto Pao v.28, np. 67-75, janstimaryo 1954 etapas de identificacao dos perigos, estimacso do ris- co e avaliagao do risco. O termo @ empregado em diferentes acepgdes. Uma delas é a anélise sistemstica dos riscos de acidentes industrials e das suas conse- qlencias, através do estudo das probabilidades de ‘ecorréncia de eventos como ruptura de tubulagées, vazamentos e outros, efetuado para o conjunto das instalagdes. Outro tipo de andlise € a avallacdo do risco & saiide do homem e de outros organismos, causado pela exposicao a substancias quimicas téxicas, agentes fisicos ou radiolégicos. Neste caso deve-se estudar, & luz dos conhecimentos toxicolégicos, a exposic&c as doses a que estéo submetidas subpopulagdes sen- sivels. Este tipo de anélise de risco pode ser necessério em nivel de instalagdes industrials e, também, quanto ‘@ novos produtos. Due Diligence Este termo tem sido empregado para designar as atividades de investigac&o realizadas com o objetivo de determinar a existéncia de algum passivo ambiental em empresas. A atividade & necesséria no caso de aquisicao de companhias ou terrenos, a fim de que © adquirente evite se envolver em responsabilidades por danos ambientais causados pelo proprietério an- terlor ou tenha pleno conhecimento dos problemas potenciais. A execucho dessa diligéncia envolve 0 estudo da historia ambiental da companhia ou do sitio e, even- tualmente, alguma forma de monitoramento. Exemplo tipico de necessidade de due diligence & 0 caso da privatizag&o da Companhia Sidertirgica Nacional, que dispde de pelo menos um passivo ambiental evidente, as minas de carvao de Santa Catarina, Por esse mo- tivo, © Ministerio Piblico daquele estado alertou os ossiveis compradores de que estarlam adquirindo, também, a responsabilidade de recuperar as areas degradadas. Essa investigacdo sistematica é igualmen- te necesséria dentro do campo emergente do seguro ambiental. Auditoria ambiental Esta atividade pode ser definida como “investi- gacao sistemética ou apreciagéo de procedimentos ou operagées com a finalidade de determinar a con- formidade com critérios pescritos, (...) requer a co- eta e a documentagao de evidencias suficientes (fa- tos suposta ou comprovadamente precisos, relevan- tes e suficientes, oferecidos como verificacko de uma proposicao)" (Greeno, Hedstrom & DiBerto, CERENCIAVENTO AMBIENTAL E A INDUSTRIA DE MINERAGAO 1988). A auditoria ambiental tem sido foco de mutta tengo nos ultimos anos e ja fol incorporada em lei noestado doRio de Janeiro. Frequentemente pensada & imagem de uma auditoria financelra, pode ser de- sempenhada por equipe de auditores externos inde- pendente, equipe interna ou, ainda, mista. Alguns argumentam ser a equipe mista a mais eficlente, por reunir a Independencia de auditores externos com o conhecimente dos processos industriais de técnicos da companhie que esta sendo auditada. Os resultados esperados de uma auditoria seriam: * verificar se uma empresa ou uma unidade indus- trial esta funcionando em conformidade com todos 08 requisitos legals; * verificar @ preparago da empresa para agit em caso de emergencia ambiental; * apontar oportunidades de melhoria da eficiéncia do processo Industrial e de minimizacso de res\- duos; *contribuir para manuteng&o ou melhoria da ima- gem da empresa perante a opinigo piblica e os 6rgaos governamentals. A auditoria ambiental tem sido bastante difundida € € um dos instrumentos de gerenciamento mais utilizados pela industria (Caimcross, 1990), Monitoramento ambient © monitoramento 6 peca-chave em qualquer pro- grama de gerenciamento ambiental. O programa de monitoramento fomece as informag6es necessérias para possiblitar 0 gerenciamento e deve ser dese- nhado com esse objetivo. Para ser efetivo, todo programa de monitora- mento devers responder, satisfatoriamente, certas erguntas, como: + Até que’ ponto os programas existentes so ade- quados? + Os métodos e as frequéncias de amostragem so satisfatbrios? + Os pontos de amostragem foram adequadamente selecionados? + As técnicas de preservacto de amostras séo se- uidas & risca? + Hé duplicatas de amostras para eventual verifica- go? + Os métodos analiticos so suficientemente preci- 503? +0 programa de monitoramento possibilita disc nir entre alteragées ambientais decorrentes das emissées do empreendimento e alteragées que te- nham outras causas? Revata de Administagt, Sko Paulo v.28, p. 67-7, janekamaryo 1804 rolas & comunicapées de pesquisas © monitoramento @ também importante no re- lactonamento da empresa com os érgos de governo ecom o piblico. Um programa conflavel e completo de monitoramento permite, por exemplo, comparar 08 nivels de concentrac&o de determinados poluen- tes, antes e depois da instalacdo da industria ou da modificago de algum processo produtivo ou siste- ma de controle de emissées. Pode, igualmente, se tornar peca importante em eventuals processos ju- diciais movidos contra a empresa Nao hé divida, as exigéncias legais de monito- ramento seréo cada vez mais rigidas e demandaréo dedicagéo crescente da empresa. O direito do pi- blico & informac&o seré, também, cada vez mals Ievado em consideracdo na legislagéo, a exemplo da obrigatoriedade de registro, nos Estados Unidos, de qualquer liberagao de vérias substancias, através do toxic release Inventory estabelecido pelo Su- perfund Amendment and Reauthorization Act (SARA). Programas de medidas emergenciais Nenhuma empresa teré bom programa de geren- ciamento ambiental se n&o possuir mecanismos de ‘ago para emergencias ambientais, como acidentes industrials e vazamentos de produtos ou insumos, dentro e fora do sitio industrial. Basta apenas um acidente para comprometer a credibilidade de uma companhla, que normalmente requer longos prazos para ser construlda. Esses programas incluem, em geral: * andlise de isco; + estudo das medidas preventivas; + programa de intervenc&o em caso de ocorréncia de acidentes; + programa de comunicagdo, tanto intemo como externo; + programa de treinamento em prevencéo de riscos e medidas emergenciais. Remediagao e recuperagao ambiental 0 conceito de remediation ver sendo utilizado nos Estados Unidos para designar conjunto de me- didas visando a limpeza de sitio degradado por ati- vidade industrial, principalmente de disposi¢éo de residuos téxicos, no qual houve contaminacéo de solo ou de aqiifero. O termo reflete a idéia de raramente haver limpeza total do sitio, restando ni- vel de contaminacSo residual que revela as condi- ges de tecnologia e economicidade das atividades de limpeza. Por sua vez, 2 conceit de recuperacéo tem sido mais usado com relagdo a medidas visando restabe- lecer as condigées de equilibrio ecolégico do sitio, englobando diferentes nivels de recuperacéo. O lo- cal anterlormente degradado pode ser transformado fem rea de desenvolvimento urbano, agricola, flo- restal ou de preservaco. A recuperagao refere-se, igualmente, a ecossistemas aquéticos, inclusive abrangendo a criagfo de novos ambientes, desde que o sistema assim constituido esteja em equilibrio, como ocorre na mineracéo em que antigas éreas de lavra so transformadas em lagos. [As atividades de remediag&o e recuperacao am- blentais requerem sempre planejamento prévio e andlise das alternativas, tanto tecnolégicas como de uso futuro da érea, pols a utilizagio da area estaré condicionada @ tecnologia de recuperagéo disponivel e esta, por sua vez, poderd ser esco- Ihida em fungao dos usos previstos para o local a recuperar, Programas de comunicagéo Um programa de comunicac&o é o complemen- to necessério de qualquer acéo de gerenciamento ambiental. Esta necessidade ¢ talvez 2 mais admi- tida pelas empresas, mas provavelmente € a me- nos compreencida. Comunicac&o nao significa re- lagdes piblicas. De fato, comunicagao & um pro- cesso que ocorre em duas direcdes. Por um lado, corresponde a uma ou mais ag5es por parte da empresa com o intulto de informar a opiniao pi- blica sobre sues atividades e seus programas am- bientais. Por outro, € um canal que permite ouvir as opinives e percepcées da populacéo quanto atuacao da empresa, ‘Assim, um programa de comunicacéo nao deve ser considerado como publicidade, pois no se trata de vender mais um produto, a imagem da empresa, Trata-se, sim, da construc&o dessa imagem através de didlogo e respeito aos cidadaos, incluindo a co- munidade em que a empresa esté instalada, a opi- nigo piblica de modo geral e os agentes dos érgaos sgovernamentais. Existem instituig6es n8o-governamentais inde- pendentes encarregadas de monitorar o desempe- ho ambiental de certas empresas, como os cha- mados fundos de investimentos verdes, que orien- tam suas aplicacées de capital somente para com- panhias ambientalmente corretas. Estabelecidos em paises da Eurcpa e da América do Norte, e muitas vezes trabalhando em conjunto com entidades am- bientalistas, esses fundos séo assessorados por gru- ry Revista de Adrinistego, So Pauo v.28, 1, p. 7-75,janilnaryo 1954 pos de pesquisa como o Ethical Investment Re- search Service, instalado em Londres desde 19832. Finalmente, vale lembrar que um programa de co- municagéo inclui, também, a intema A empresa, ou seja, 0 fluxo de informacées possibiitando transmitir corientagdes empresarials aos funclonérios e permitit que dados néo-tendenciosos sobre o real funciona- mento dos programas postos em prética fluam em sentido contrério, para a direco da companhia. Outros programas e instrumentos Diferentes instrumentos de gerenciamento pode- rlam ser acrescentados lista apresentada, repre- sentando uma combinac&o dos jé descritos ou um desenvolvimento de seus principios. Este @ 0 caso dos balangos ambientais, que algumas empresas pio- neiras tem tentado estabelecer para o conjunto de suas atividades ou para plantas industrials indivi- duais, em uma adaptacao dos ensaios de contabili- dade ambiental feitos desde o inicio dos anos 80 para as contas nacionais de certos paises como a Suécia e a Franca. Balanco ambiental desse tipo inclui informagdes que podem ser obtidas através de auditorias ambientais e avaliacdo de impacto am- biental, entre outros instrumentos. Outras classificagées dos instrumentos de geren- clamento ambiental empresarial seriam perfeita- mente possiveis — como uma que incluisse pesquisa € desenvolvimento tecnolégico ou a formulacdo de estratégias mercadologicas ¢ as pesquisas de opi- nio. A classificag&o aqui apresentada é apenas uma entre as varias possiveis. Os instrumentos citados deveriam ser usados conjuntamente para o atendi- mento, por exemplo, dos principlos estatuidos no Gula de Prética Ambiental da Associacio Mineira do Canad (MAC, 1990) + enquadramento em toda a legislacdo; + autocontrole (em caso de auséncia de legislagao); * monitoramento (“programa ativo e continuo de automonitoramento”); * pesquisa (com o objetivo de “expandir o conheci- mento clentifico do impacto da indistria sobre 0 melo ambiente, das relacées entre melo ambiente © economia e de tecnologias de tratamento”); * leis futuras ("as companhias trabalhardo proativa- mente com 0 governo e o piiblico no desenvolvi- mento de leis (...) para a protecéo do melo am- biente"); * comunicagdes (“as companhlas melhoraro suas comunicacées e seu entendimento com os gover- nos, empregados e com o publico”)®). CGERENCIAMENTO AMBIENTAL E 4 INDUSTRIA DE MINERAGHO GERENCIAMENTO AMBIENTAL NA MINERAGAO. — PROBLEMAS ATUAIS E DESAFIOS FUTUROS, As especificidades da industria mineral manifes- tam-se em niveis econtmico, de planejamento, de gestéo financeira e, também, de gerenciamento am- biental. Assim, os problemas de gestéo ambiental na mineragéo colocam-se de maneira diferente dos de outras indistrias, comecando pela propria diver- sidade do setor mineral. Nao muito difiell, por exemplo, definir conjunto de problemas de geren- clamento comum matoria das indéstrias petroqui- micas. No entanto, a diversidade das situagées de ordens tecnolégica, econémica e ambiental na ml- neracko dificiimente permitiria generalizagSes. Des- ta forma, a discusséo a seguir representa mais um sobrevéo pele conjunto dos problemas de gerencia- mento ambiental na mineracéo como um todo, do que a busca de qualquer denominador comum, Serao apresentados aqui sete topicos de geren- clamento, colocados hoje como desaflos as empre- sas de minerac&o no Brasil: controle de polulg&o; impactos sobre os ecossistemas; impactos socials; consumo de recursos naturals; gerenciamento de riscos; gerenciamento de residuos sélidos e recicla- gem de materlais; ¢ impactos ambientais a longo prazo. Subentende-se virem a discusséo e os exem- plos unicamente do campo da mineragéo empresa- lal, portanto excluindo-se o garimpo. Para este & sem divida um contra-senso se falar de gerencia- mento ambiental, pois constitul-se em atividade pre- datéria por natureza. Controle de poluisio © controle da polulcéo € © componente mais tradicional de um programa de gerenciamento am- biental. Essa etividade envolve a selecko de tecno- logias de controle (e as vezes a exigéncia do érgao de fiscalizacéo a adogéo da melhor tecnologia disponivel), o monitoramento ambiental e 0 ge- renclamento da produgo e das emissses. AA selecdo da tecnologia uma questo de custo de investimento e de operagko — adequagéo ao processo tecnclégico produtive — e de padres am- bientais a serem atendidos. Estes podem ser os es- tabelecidos pela legislagdo ou, a critérlo da politica ambiental da empresa, serem mais rigidos do que eles. A adocéo voluntéria de padrées mals estritos pode ser deciséo gerencial estratégica, visando se antecipar a futuras mudangas de legislaco, melho- rar a Imagem da empresa perante a comunidade, ou pode decorrer da adogao de tecnologia mais Revista de Adriristarto, So Palo v. 9,1, p. 6776, anofnaro 1094 n rotas & comunicagées de pesquisas eficiente, j4 que qualquer poluic&o representa perda de matéria ou energia — em outras palavras, desper- dicio de recursos. Em alguns casos pode ser necesséria a prec dencia das acdes de gerenclamento ambiental sobre © gerenciamento da produgéo — como ocorre com a fundigéo de niquel da INCO, em Sudbury, no Canadé, que j& foi a maior emissora pontual de diéxido de enxofre do mundo. Atualmente, em fun- ao da regulamentacéo estabelecendo padrées de emissio e padrées ambientals mals rigidos, a pro- dugéo depende das condicdes meteorolégicas de dis- persio de poluentes: se estas possibilitarem prever concentragao ambiente maior que a permitida, seré necessarlo diminuir a produgao (pols a emisséo, nes- te caso, € proporcional ao volume de produséo). Finalmente, € 0 monitoramento ambiental que permitiré um bom controle de todo o proceso de gerenciamento, avaliando sua eficiéncla e apontan- do deficiéncias, além de manter registro do desem- penho ambiental da empresa, talvez téo importante quanto 0s livros-caixa. Impactos sobre os ecossistemas Provavelmente, um dos maiores desafios as em- presas mineradoras, hoje, no Brasil, diz respeito & remogio da cobertura vegetal necesséria para os trabalhos de lavra, de disposicao de estéreis e re- jeitos e para outras atividades, principalmente na regiao Sudeste, em &reas do complexo de Mata Atlantica, objeto de estrita regulamentagio e restri- do ao corte. (Os impactos sobre 0s ecossistemas requerem for- mas de gerenciamento diferentes daquelas aplicadas ao controle da poluigo industrial. Sendo a poluigo geralmente definida como a presenca ou o langa- mento ou a liberagao de qualquer forma de matéria ‘ou energia que afete negativamente o homem ou 08 outros organismos, pode ser medida ou estimada com © auxilio de instrumentos adequados e ser ex- pressa na forma de grandezas fisicas, como a con- centragéo de determinadas substancias na agua, no ar ou no solo; os nivels de press&o sonora, vibracdo, radioatividade etc. J& os impactos sobre os ecossis- temas ocorrem na forma de destruigéo ou modificagao de habitats; de limitagao da disponibilidade de um ou mais recursos, como energia solar, 4gua ou nutrientes; ‘ou da criagdo de diversos tipos de stress, como os representades pela movimentaco de pessoas ou vei- culos ou pela emissao de poluentes. Entre as agées de gerenciamento incluem-se a limitac&o das areas a serem desmatadas, 0 manejo de fauna e a recuperacao de habitats. Neste caso 0 monitoramento ¢ igualmente componente essencial, do processo de gerenclamento. No entanto, ao In- vés de serem monitoradas unicamente grandezas fisicas, como na ocorréncia de poluicdo, utilizam-se outros parametros que dependem do tipo de ecos- sistema e incluem indicadores fisicos, quimicos € ecolbgicos. Impactos sociais A problemstica dos impactos sociais ¢ talvez uma das menos compreendidas pelos setores gerencials das empresas de minerac&o. Questées como o in- cémodo causaco pelo tréfego de caminhées de transporte de minério e a ansiedade causada pelas vibragées decorrentes do desmonte de rocha com explosives, para citar apenas dois exemplos, so freqentemente vistas como aspiragdes nao-legiti- mas da comunidade. Este ltimo exemplo & para- digmatico devido a sua constante presenga como ponto de conflizo com a comunidade, em especial no caso de minas situadas em areas urbanas — admitindo ter o problema somente uma dimens&o técnica (0 correto dimensionamento de um plane de fogo, de maneira a atender uma norma técnica), a empresa furta-se a buscar 0 diélogo com a comu- nidade que, na maioria das vezes, mesmo estando 08 niveis de vibrago perfeitamente dentro dos pa- drées, se sente de fato incomodada, Multas vezes, porém, a solucio é simples e barata, sendo o es- tabelecimento ce canal de diélogo com a comuni- dade o ovo de Colombo. Em outras ocasiées, todavia, os impactos socials séo muito mais complexos e decorrem de verdadei- +08 conflitos de valores. A modificagao de palsagens de grande beleza cénica ou de sitios de interesse cultural & problema jé enfrentado, e nem sempre bem-resolvido, por empresas de mineragao brasilei- ras (Sanchez, 1992). A instalagdo de grandes projetos em pequenas comunidades é outro exemplo, em virtude das rup- turas introduzidas nos modos de vida preexistentes @ do funcionamento como pélos atratores de mi- grantes em busca de oportunidades de trabalho. Tor- nou-se comum no Brasil a instalacao de assenta- mento espontaneo ao lado de vilas das companbias de mineracio, os beiraddes, caracterizados por to- tal auséncia de infra-estrutura urbana e caréncia, ‘ou inexisténcia, de servigos piblicos. No Projeto Ferro Carajés tentou-se resolver o problema através da construgo de vila secundéria para absorver esse contingente populacional, mas o que ocorreu fol o n Revista de Adina, So Pauo v.28, np. 67-75, jana 1954 CGERENCIAMENTO AMBIENTAL E A INDUSTRIA DE MINERKGAO surgimento de uma terceira aglomeragio com as mesmas deficiéncias, tornando patente a enorme complexidade do problema no Brasil (Farah & Fa- tah, 1993). Quando existem, nas imediagdes de grande projeto, comunidades estabelecidas antes de sua instalagao, os impactos socials sio de grande magnitude — e ainda maiores quando se trata de comunidades indigenas. Consumo de recursos naturais A problemética do consumo de recursos naturals na mineragéo bastante peculiar, uma vez que se trata, justamente, de atividade extratora de recursos da natureza. Um dos aspectos da discusséo diz res- peito & eventual diminuic&o do estoque fisico dos re- cursos minerais. Esta questo assombrou os melos ambientalistas nos anos 70, em fungo das conclusées alarmantes do relat6rio encomendado pelo Clube de Roma, amplamente divulgado e conhecido em todo © mundo (Sénchez, 1983). O gerenciamento ambiental na indastria brasileira néo 6 um caso de altruismo ou de simples adaptacao a lei. Fruto de premissas extremamente pessimistas e possivelmente de desconhecimento completo da tec- nologia mineral e das especificidades da industria de mineracio, 0 debate sobre 0 esgotamento dos recur- 08 esvaiu-se quando tomado em contexto global, mas continua presente no que se refere ao esgotamento de jazidas individuais, particularmente quanto as re- Percussdes sociais e econémicas do fechamento de minas. As manifestagées observadas na Inglaterra em setembro de 1992 contra o fechamento de minas de carvo so um bom exemplo. Considerada em seu conjunto, a mineraco 6 vista, todavia, como uma industria consumidora de recursos naturals: gua, terras agricultavels e energia em es- pecial. Esta € a argumentacéo de Young (1992) na mals recente edicéo da State of the World (Brown et alll, 1992), publicacdo de cunho ambientalista lida respeitada mundialmente. Para ele, "embora os da- dos sejam esparsos, a indistria mineral situa-se cla- ramente entre os maiores consumidores mundials de energia”. Encontra-se, entre as raz6es, uma que ex- plica porque as previsées do Clube de Roma néo se concretizaram, ou seja, 0 fato de muitos minerais, ‘metals em patticular, serem explotados com teores cada vez menores, implicando mator consumo de energia para a obtengéo do produto final, o concen- trado ou o mineral atil. Gerenciamento de riscos Riscos tecnolégicos s8o inerentes & maioria das atividades industrials. Muitas comportam riscos signi- ficativamente maiores do que os decorrentes da mi- eragko, como € 0 caso das indistrias de petréleo e quimica. Mesmo assim, os riscos néo podem ser descartados na inddstria ‘mineral e, como n&o po- deria deixar de ser, acidentes tém ocorrido, como © ultralangamento de fragmentos de rochas quando do desmonte com explosives, a ruptura ou a insta- bilidade de barragens de rejeitos, a falta de estabi- lidade de pilhas de estéreis, a subsidéncia, 0 vaza- mento de combustiveis e reagentes (tanto no arma- zenamento como no transporte) etc. A preocupacao com o gerenciamento de riscos, é particularmente importante quando a prépria mina estio assaciadas atividades de transformacao do bem mineral, como calcinagéo, metalurgia, refi- no etc., onde as oportunidades de riscos aumentam. Ponto fundamental no gerenciamento é 0 estudo da percepcao de riscos por parte da populacao, Diversas pesquisas tem mostrado, consistentemente, que para a populagdo o significado do risco 6 muito, diferente de seu conceito técnico (por exemplo, Renn, 1990a « 1990b). Tecnicamente, 0 risco & definido como o produto da probabilidade de ocor- réncia de determinado evento pela magnitude das consequéncias. Assim, um evento freqlente, mas de pequenas conseqiiéncias, pode comportar o mes- mo risco que outro muito raro, mas de grandes repercussées se vier a ocorrer. O ptiblico, porém, mede 0 risco pela magnitude das conseqiléncias do acidente, principalmente, e usa raciocinio determ- Afstico, tendo pouca nogao de probabilidade. Qual- quer programa de gerenciamento e comunicagko de isco que no considere este fato estaré fadado ao fracasso, Gerenciamento de residuos sélidos reciclagem de materiais Com a tendéncia & diminuicao gradativa dos teores médios e de corte dos minerais lavrados (especialmen- Revista de Admirstarto, S80 Pavlov, 28,0, p. 67-75, neamargo 1004 3B rotas & comunicagées de pesquisas te de minérios metélicos), a quantidade total de rest- duos sélidos gerados pela atividade de mineragso tem aumentado significativamente. Embora a maior parte desses residuos, em termos de volume, seja constituida de material quimicamente inerte (como a maloria dos estéreis das operacées de lavra), parte apresenta po- tencial poluldor — como os estérels e rejeltos con- tendo minerals sulfetados, geradores de drenagem &c!- da —e parte @ capaz de gerar outros problemas de degradagao ambiental, como erosto, assoreamento & movimentos de massa. ‘Ademais, inertes ou no, os residuos devem ser dispostos em locals adequados e em condigBes am- bientalmente seguras. Isto significa ocupar espacos que poderiam ser utillzados para outras atividades (agricultura, preserva¢o ambiental) e originar situa- Ses de risco ambiental, como polulgo de aqiitfe- tos, risco de ruptura de barragens e de pilhas de estéreis e rejeltos ¢ outras. Assim, a disposigho de residuos sélidos orlundos da minera¢o, apesar de necessaria para minimizar os impactos ambientals decorrentes da atividade, causa, por sua vez, outros impactos que naturalmente deverao ser levados em conta na avaliacdo dos impactos do empreendimen- to como um todo. O aproveltamento de rejeltos da mineragéo €, obviamente, excelente op¢ao de ge- renciamento, tanto na prépria minerago como em qualquer outra indistria, Por outro lado, a indistria mineral sempre con- viveu com a perspectiva de aumento continuo da produgéo bruta e da intensidade de uso dos princt- pais bens minerais. Entretanto, isto nao é mals ver- dade em decorréncla de varias mudancas estruturais, ocorridas na economia mundial (Bomsel et allt, 1987). A reciclagem de materials (especialmente de metais, neste momento) tem assumido importancia cada vez maior por raz6es n&o s6 econdmicas, mas também amblentais. Conseqlentemente, a indistria mineral deve elaborar novas estratégias. Uma delas podera ser o concelto de administrac&o do produto (product stewardship), segundo o qual a responsa~ bilidade da empresa nao acaba quando ele deixa a indéstria — este conceito esté sendo discutido no ambito do recém-criado International Institute on Metals and the Environment que reune algumas grandes empresas produtoras de metais (B. McKean, comunicac&o pessoal). Impactos ambientais a longo prazo £ muitas vezes uma incégnita 0 que aconteceré com 0 sitio da mina e o seu entorno quando houver a desativac&o do empreendimento, Sabe-se, porém, que diversas minas continuam apresentando impactos residuais muitos anos apés seus fechamentos. O caso mais sério é, provavelmente, o das minas com pro- blemas de drenagem 4cida, felizmente n&o multo co- ‘mum no Brasil. No Canad4, entretanto, estima-se que © custo a longo prazo do tratamento dos efluentes de minas desse tipo atinja C$ 5,9 bilhées [délares canadenses| (G. Feasby, comunicacko pessoal). ‘As empresas de minerag&o braslleiras séo hoje obrigadas a recuperar o meio ambiente degradado, de modo a garantir a estabilidade do sitio a longo prazo e as novas condig6es de equilibrio dinamico com o entome. Multas j6 inlclaram programas de recuperacko de solo e vegetacso, tendo diversas atingido resultados invejévels em nivel mundial. Contudo, o gerenciamento de impactos a longo pra- z0 nfo se restringe a programas de revegetacdo, podendo incluir, em muitos casos, manutengéo da estabilidade de estruturas de retencho de rejeltos; mecanismos que evitem a remobilizag&o de elemen- tos e composts quimicos e a polulgSo de aquiferos ou mananciais de superficie; monitoramento dessas condigées; e, também, inserc&o do sitio da mina no contexto sécio-econémico regional, uma vez desa- tivado o empreendimento, inserindo medidas de mi- nimizagéo dos Impactos socials decorrentes do fe- chamento das minas. Quantos planos de recupera- ho de dreas degradadas abrangem todo o espectro dos impactos a longo prazo da atividade mineréria? Tendo em vista essa problemética, pode ser espe- rada para o fururo a exigencla de algum tipo de ga- rantia financeira de que os trabalhos de recupera¢8o serdo efetiva e eficientemente executados, como de- pésitos bancérios, seguros ou indispontbilidade de ati- vvos, a exemplo do que j& ocotre em alguns paises. CONSIDERAGOES FINAIS gerenciamento ambiental na indéstria brasilel- ra nfo & um caso de altrufsmo ou de simples adap- tagao a lel. Sua necessidade talvez possa ser bem- definida como *auto-interesse esclarecido” (Arnold, 1992), em que se visa proteger néo sb o melo ambiente, mas também as préprias companhias e 0s seus acionistas e gerentes das atuais ¢ futuras responsabilidades legals. ‘Cabe uma iiltima classificagSo de atitudes empre- sariais perante esse desaflo (Sénchez, 19922): pos- turas reativas e posturas proativas. No primeiro caso, as expectativas socials de melhoria da quali- dade ambiental e de mudanca nas atitudes das em- presas — quese sempre resultando em novas exi- genclas legals — so vistas mais como ameaga, per- % Revita de Adintgfo, Sto Paulo v.28, n. 1, p 67-7, jnermaro 1804 turbacao a ser ellminada, caracterizando despreparo cultural em face de uma nova situac&o, as vezes até de panico perante a ameaga de fatores que aparen- temente escapam ao controle das empresas. No caso de postura proativa, essas mesmas exigenclas sho vis- tas como oportunidade de modernizagées tecnolégica e gerencial, de gestéo mals eflciente dos recursos, de novos mercados e lucros. Em estudo sobre as atitudes de grupos empresarials franceses e alemaes dos setores automobilistico e de produgo de energias, ante as exigéncias crescentes de controle ambiental no ambito das novas regula- mentagdes da Comunidade Econémica Européla, Ro- queplo (1988) pode discernir esses dois tipos de pos- turas, refletidas nas proprias acdes politicas e estra- NOTAS REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS (1) Neclogismo vindo do inglés remediation. Ao contrarlo de multos outros, este parece per- feltamente defensével, dada sua raiz latina re- mediare, no sentido de corrigir, reparar e, também, atenuar, diminulr. (2) Outra estratégia adotada por grupos de aco ambientalista é a compra de aces com direito ARNOLD, JLE. The state ofthe art in environmental ma- agement. GLOBE $2 CONFERENCE: OPPORTU- NITIES FOR BUSINESS AND THE ENVIRONMENT. 1992. BOMSEL, 0. ot ali. La fin des grands projets miniers. Paris, Cema, Escola de Minas de Paris, 1987. CAIRNCROSS, F. 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Existiréo semelhancas com relago ao campo da indGstria mineral? De qualquer forma, a pressio ambientalista sobre a indéstria mineral parece ser fendmeno mundial — © Mining Journal de 24 de agosto de 1990 anunciou: “Melo ambiente, uma guerra que esté sendo perdida”, Praticas de gerenciamento ambiental cada vez mais severas no podem ser consideradas como um luxo. Elas s&o, talvez, mais do que necessérias. ® voto de empresas poluidoras, com a fina lidade de participar das assembléias de acio- nistas. (3) Ver, nesse sentido, as ploneiras teses sobre politica ambiental da Federacao das Indéstrias da Alemanha. Budesverband der Deutschen Indusirie e.V. — Theses on Environmental Policy. Colénia, 1987. review. Part 2 — Risk management. Risk Abstracts, v7, m2, p.t-9, 1990b, ROQUEPLO, P. Pluies acides: menaces pour Europe. Paris, Economica, 1988, SANCHEZ, L.E. Ecologia: da ciéncia pura & critica da ‘economia politica. In: SANCHEZ, L.E.; CALIL, E.S.; COSTA, LR. Ecologia. Rio da’ Janeiro, Codecri, 1988. p7-34 . Diagnéstico © auditoria ambiental: sub- sidios para o planejamento @ o gerenciamento am- bientel. SEMINARIO BRASIL-CANADA DE MIN- ERAGAO E MEIO AMBIENTE. Brasilia, 1990. Anais. Brasilia, ONPM, 1991. p.231-239. . Modemizago tecnolégica nas minas. Re- vista Politéenica, 1.204-208, p.35-36, jan./jun, 19924, Mineragéo © meio ambiente. Horizonte Geogréiico, v.21, p.1-3, malo 1992b. [Cademo es- pecial] YOUNG, J. Mining the earth. In: BROWN, LR. ot al ‘State of the world 1992. New York, Norton, 1992. 100-118, Revisia de Adminisapto, So Palo v 29, m1, p. 67-75, anima 1904

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