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Imagens que passais pela retina

Dos meus olhos, por que no vos fixais?


Que passais como a gua cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
Por que ides sem mim, no me levais?
Sem vs o que so os meus olhos abertos?
O espelho intil, meus olhos pagos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mos,
Flexo casual de meus dedos incertos,
Estranha sombra em movimentos vos.
(PESSANHA, 2009, p. 80)

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