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ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENCKO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SKO JOSE DA COSTA RICA) - MRE CONVENCAO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS PREAMBULO Os Estados americanos signatérios da presente Convencdo, Reafirmando seu propésito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituigdes democraticas, ‘um regime de liberdade Pessoal ec de justica social, fundado no respeito dos direitos essenciais do homem; Reconhecendo que os direitos essenciais do homem nao derivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter camo fundamento os atributos da pessoa humana, razdo por que justificam uma protegio internacional, de. natureza convencional, coadjuvanie ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos; Considerando que esses principios foram consagrados na Carta da Organizacao dos Estados Americanos, na DeclaracZo Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaraca’o Universal dos Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de ambito mundial como regional; Reiterando que, de acordo coma Declaragao Universal dos Direitos do Homem, a6 ‘pode ser realizado o ideal do ser humano livre, igento do temor e da miséria, se forem criadas condicdes que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econémicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e politicos: e Considerando que a fTerceira Conferéncia Interamericana Extraordinaria (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporacdo 4 prépria Carta da. Organizacéo de normas mais amplas sobre direitos econdmicos, sociais e educacionais e resolveu que uma convencdo_ interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, competéncla e processo dos drgaos encarregados dessa matéria, Convieram na seguinte: PARTE T Deveres dos Estados e Direites Protegidos capftruno © Enumeracdo de Deveres ARTIGO 1 Obrigac&o de Respeitar os Direitos lL Os Retados-Partes nesta Convencdo comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercicio a toda pessoa que esteja sujeita & sua jurisdigao, sem discriminaca’o alguma por motivo de raga, cor, sexo, idioma, religiao, opinides politicas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, Posi¢aa econdmica, nascimento ou qualquer outra condigao social. 2. Para os efeitos desta Convencdo, pessoa é todo ser humano. ARTIGO 2 Dever de Adotar Disposicdes de Direito Interno Se o exercicio dos direitos e liberdades mencicnados no artigo 1 ainda no estiver garantido por disposicdes legislativas ou de oulra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acordo com as_ suas noxmas constitucionais e com as disposicdes desta Convengao, as medidas legislativas oude outra natureza que forem necessarias para tornar efetivos tais direitos e liberdades. cAPLTuLo 43 Direitos Civis e Politicos ARTIGO 3 Direito ao Reconhecimento da Personalidade Juridica - Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade juridica. ARTIGO 4 Direlto a Vida le Toda pessoa temo direito de que se respeite sua vida, Esse direito deve ser protegido pela lei 4, em geral, desde o momento da concepcao. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente. 2. Nos paises que nao houverem abolido a pena de morte, esta sd poder ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentenca final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleca tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estender& sua aplicacdo a delitos aos quais nao se aplique atualmente. 3. Nio se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido. 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos politicos, nem por delitos comuns conexos com delitos politicos, 5. Ndo se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da Perpetragio do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplica-la a mulher em estado de gravidez. 6. Toda pessoa condenada 4 morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutagao da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos, Nao se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisdo ante a autoridade competente. ARTIGO 5 Direito A Integridade Pessoal 1. Toda pessoa temo direito.de que se respeite sua integridade fisica, psiquica e moral. 5 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes, Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido 4 dignidade inerente ao ser humano. 3. A pena ndo pode passar da pessoa do delingfiente. 4a, Os processados devem ficar separados dos ‘condenados, salvo cireugstancias excepciona. @ ser submetidos a tratamento adequado 4 sua condicio de pessoas nao condenadas 5. Qs menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e .conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possivel, para seu tratamento. 6. As penas privativas da_liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma ea readaptacdo social dos condenados. ARTIGO 6 Proibic&o da Fscravidao e da Servidie 1. Ninguém pode ser submetido a escravidio ou a servidao, e tanto estas como o trafico de escravose o t: proibidos em todas as formas. 2 Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forcado ou obrigatério, Nos paises em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forcados, esta disposicdo nao pode ser interpretada no sentido de que proibe o ‘ cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. 0 trabalho forgado nao deve afetar a dignidade nem a capacidade fisica e intelectual do recluso. aay Nao constituem trabalhos forcados ou obrigatérios para os efeitos deste artigo: a) os trabalhos ou servicos normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de sentenga ou resolucZo formal expedida pela autoridade judiciaria competente. Tais trabalhos ou servicos devem ser executados sob a vigilancia e controle das autoridades publicas, e os individues que os executarem nao devem ser postos 4 disposiczo de particulares, companhias ou pessoas juridicas de carater privador b) o servico militar e, nos paises onde se admite a isencio por motivos de conaciéncia,-o servico nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; ¢) o_servigo imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existéncia ou o bem-estar da comunidade; € 4) 0 trabalho ou servico que faca parte das obrigacdes civicas normais. ‘ico de mulheres sac ARTIGO 7 Direito 4 Liberdade Pessoal 1. Toda pessoa tem direito 4 liberdade e 4 seguranca pessoais. 2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade fIsica, salvo pelas causas ¢ nas condigdes previamente fixadas pelas constituicoes politicas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. 3. Ninguém pode ser submetido a detengao ou encarceramento arbitrarios, 4 Toda pessoa detida ou retida deve ser inforwada das razdes_da sua detenggo e notificada, sem demora, da acusacgdo ou acusacdes formuladas contra ela. Be Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, 4 presenca de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer fungGes judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um “prazo xazoavel ou a ser posta em liberdade, sem prejuizo de que prussiga o Processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem © seu comparecimento.em juizo. 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, Sobre a legalidade de sua prisdo ou detencg&o e ordene sua sultura se a prisdo ov a detengdo forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis prevéem que toda pessoa que se vir ameagada de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaca, tal recurso nao pode ser restringido nem abolido. 0 recurso pode ser interposto pela propria pessoa ou por outra pessoa. 2 Ninguém deve ser detido por divida. Este principio nfo limita’ os mandados de autoridade judiciaria competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigacéo alimentar. ARTIGO 8 Garantias Judiciais le Toda pessoa tem @ireito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um-prazo razodvel, por um juiz ou tribunal competente, independente ¢ imparcial, eatabelecido anteriormente por lei, na apuracdo de qualquer acusacao penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigacies de natureza civil, trabalhista, fiecal ou de qualquer outra nature: 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocéncia enquanto néo se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, 4s seguintes garantias m{nimas a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ow intérprete, se nao compreender ou 30 falar o idioma do juizo ou tribunal; b) comunicagéo prévia e pormenorizada ao acusado da acusacéo formulada; ©) concessio ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparacao de sua defesa; 4) diraito do ‘acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e-em particular; com seu defensors @) direito irrenunciivel de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou nio,, segundo a legislacao interna, se 0 acusado’ nfo se defender ele préprio nem nomear defertsor dentro do: prazo estabelecido pela lei; f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal e de obter o compareciments, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lancar luz sobre os fatos. g) direito de nio ser’ obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e h) direito de recorrer da sentenga para juiz ou tribunal superior. 3. A confiaso do acusado 66 é valida se feita sem coacdo de nenhuma natureza, 4. © acusado absolvido por sentenca passada julgado nao podera se submetido a novo pfocesso pelos mesmos fatos. : 5. © processo penal deve ser piblico, salvo no que for necessério para preservar os intereases da justica. ARTIGO 9 Prinefpio da Legalidade e da Retroatividade Ninguém pode ser condenado por acgdes ou omissdes que, no memento em que forem cometidas, nio sejam delituosas, de acordo com o direito aplicével, Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicdével no momento da perpetragao do delito. Se depois da perpetracao do delito a lei dispuser a imposica’o de pena mais leve, o delingfente sera por isso beneficiado. ARTIGO 10 Direito a Indenizacéo Toda pessoa’ tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em sentenca passada em julgado, por erro judiciario. ARTIGO 11 Protegdo da Honra @ da Dignidade 1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao -reconhecimento de sua dignidade. 2. Ninguém pode ser objeto de ingeréncias arbitrarias ou abusivas em sua vida privada, na de aua familia, em seu domicilio ou en sua correspondéncia, nem de ofensas ilegais 4 sua honra ou reputacdo. 3. Toda pessoa tem direito & protecao da lei contra tais inger€ncias ou tais ofensas. ARTIGO 12 Liberdade de Consiciéncia e de Religiio” 1, Toda pessoa tem direito 4 liberdade de consciéncia e de religido, Esse direito implica a liberdade de conservar sua religiao ou suaa crengas, ou de mudar de religido ou de crencas, bem como a liberdade de .professar e divulgar sua religiado ou suas crencas, - individual ou coletivamente, tanto em piblico como em privado. 2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua_ liberdade’ de conservar sua religiao ou suas crencas, ou de mudar de religigo ou de crencai 3. A liberdade de manifestar a prépria religido e as préprias crencaa esta sujeita unicamente aa limitacdes prescritas pela lei e que sejam necessarias para proteger a sequranca, a ordem, a saide ou a moral pibiicas ou os direitos ou liberdades das demaig pessoas. 4. Os pais, e quando for o caso os tutores, tem direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educacao religiosa e moral que esteja acorée com suas préprias convicgée! ARTIGO 13 Liberdade de Pensamento e de Expresséo 1. Toda pessoa tem direito 4 liberdade de pensamento e de expressao. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e aifundir informagdes e idéias de toda natureza, sem consideracdo de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artistica, ou por qualquer outro processo de sua escolha. 7 © exercicio do direito previsto no inciso precedente n&o pode estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessarias para assegurar: a) © respeito aos Aireitoa ou & reputagdo das demais pessoas; ou b) a protecdo da seguranca nacional, da ordem piiblica, ou da safide on da moral piblicas. 3. Nio se pode restringir o direito de expreas3o por vias ou meios indiretos, tais como © abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqténcias radiocelétricaa ou de equipamentos e aparelhos usados na difu de informagio, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicacdo e a circulacao de idéias e opinide 4 A lei pode submeter os espeticulos piéblcos a censura prévia, como objetivo exclusivo de regular o ace: aeles, para protecao moral da infancia e da adolescéncia, sem prejuizo do disposto no inciso 2. 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda ‘apologia ao Gdie nacional, racial ou religioso que constitua incitag&o 4 discriminagéo, 4 hostilidade, ao crime ou 4 violéncia. ARTIGO 14 Direito de Retificagao ou Resposta 1. Toda pessoa atingida por informacdes inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuizo por meios de difusio legalmente regulamentadoa @ que se dirijam ao piblico em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo Srgio de difusdo, sua retificacao ou respon! nas condigdes que estabeleca a lei. 2. Em nenhum caso a retificacdo ou a resposta eximiréo das outras responsabilidades legais em que se houver incorrido. 3. «_ Para a .efetiva protecgio da honra e da reputagzo, todo publicagéo ou empresa jornalistica, cinematogréfica, de radio ou televisao,.deve ter uma pessoa responsivel que nado seja protegida por imunidades nem goze de foro especial. ARTIGO_15 Direito de Reuniao -.,. f reconhecido o direito de reuniéo pacffica e sem armas. 0 exercicio de tal direito 86 pode estar sujeito os reatricSes previecas pela lel e que sejam necessarias, numa sociedade democratica, no interesse da segurancga nacional, da seguranca ou da ordem piblicas, ou para proteger ‘a sade ou @ moral piblicas ov os direitos e liberdades das demais pessoas. ARTIGO 16 Liberdade de Associacao pessoas tam o direito de associar-se livremente com 5 religiosos, politicos, -econimicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer outra natureza. 2. 0 exercicio de tal direito ad pode estar sujeito as restricdes previstas pela lei que sejam necessarias, numa sociedade democratica, no interesse da seguranga nacional, da seguranca ou da ordem piblicas, ou para proteger a saiide ou a moral piblicas ou os @ireitos e liberdades das demais pessoas. 3 © disposto neste artigo nado impede a imposic&éo de restricées legais, e mesmo a privacéo do exercicio do direito de associag4o, aos membros das forcas armadas e da polfcia, ARTIGO_17 . . _ Protegao da Famflia 1. A familia € 0 elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado, 2. & reconhecido o direito do homem e@ da mulher de contrafrem casamento e de fundarem uma familia, se tiverem a idade eas condicdes para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que nao afetem estas o principio da nao discriminacdo estabelecido nesta Convencao. 3. 0 casamento .nao pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos contraentes. 4 Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no sentido @e assegurar a igualdade de direitos ¢ a adequada equivaléncia de responsabilidades dos conjuges quanto ao casamento, ‘durante o casamento @ em caso de dissolucéo do mesmo. Em caso'de dissolugdo, serio adotadas @isposicdes que assegurem a protecio necessdria aos filhos, com base unicamente no interesse e conveniéncia dos mesmos. Be A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filihos nascidos fora do casamento como aos nascidos dentro do casamento. ARTIGO 18 Direito ao Nome Toda pessoa tem direito a um prenome ¢ aos nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve .regular a forma de assegurar a todos esse direito, mediante nomes ficticios, se for necessério. ARTIGO_19 Direitos da~Créanca Toda crianca tem direito 4s medidas de protecéo que a sua condig&’o de menor requer por parte da sna familia, da sociedade e do Estado. ARTIGO 20 Direito & Nacionalidade he Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, 2. Toda pessoa tem direito 4 nacionalidade do Estado em cujo Lerritério houver nascido, se ndo tiver direito a outra. 3. |. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem dd direito de muda-la. ARTIGO_21 Direito & Propriedade Privada qe Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus beng, A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. 2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante © pagamento de indenizagéo justa, por motivo de utilidade piblica ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. _ 3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploragao do homem pelo homem devem ser reprimidas pela lei. ARTLGO_22 Direito de Cixculagdo e de Residéncia Toda pessoa que se ache legalmente no territério de um Estado tem direito de circular nele e de nele residir em conformidade com as disposicdes legais. 2. Toda pessoa_temo- direito de sair livremente de qualquer pais, inclusive do préprio. 3. O exercicio dos direitos acima mencionados n&o_ pode ser restringido senao em virtude de lei, na medida indispensavel, -numa sociedade democrética, para prevenir infragdes penais ou para proteger a seguranca nacional, a seguranca ou a ordem piblicas, a moral ou a saide piblicas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas. a 9 exercicio dos.direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de interesse piblico. Se Ninguém pode ser expulso do territério do Estado do qual for nacional, nem ser privado do direito de nele entrar. &. OQ estrangeiro que se ache legalmente no territério de um Estado~Parte nesta Convencgao sé poder& dele ser expulso em cumprimento ge decisdo adotada de acordo com a lei. Toda pesaoa temo direito de buscar e receber asilo em larritério estrangeiro, em caso de persequicdo por delitos politicos ou comuns conexos com delitos pol{ticos e de acordo com a legislac&o de cada Estado 6 com os convénios internacionais. 8. “Em nenhum cago o estrangeiro pode ser expulso_ou entregue @ outro pais, seja ou no de origem, onde seu direito & vida ou & liberdade pessoal esteja em risco de violacdo por causa da sua raca, nacionalidade, religiao, condicao social ou de suas opinides politicas. 8. £ proibida a expuleio coletiva de estrangeiros. ARTIGO 23 Direitos Politicos LL Todos os cidadéos devem gozar dos seguintes direitos ¢ oportunidades: a) de participar da direcio dos assuntos piblicos, diretamente ou por meio de representantes livremente eleitos; b) de votar e ser eleitos em eleicées periddicas auténticas, vealizadas por sufragio universal e igual ‘e por voto secreto que garanta a livre expresso da vontade dos eleitores; e c) de ter acesso, em condicdes gerais de igualdade, as fungSes pfiblicas de. seu pais. 2. A lei pode regular o exercicio dos direitos e oportunidades ¢ a que, se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade, residéncia, idioma, instrucdo, capacidade civil ov mental,.ou condenacéo, por juiz competente, em processo penal. ARTIGO 24 , Igualdade Perante a Lei Todas as pessoas s&C iguais perante a lei. Por conseguinte, tém direito, sem discriminaga&o, a igual protec&o da lei, ARTIGO_25 . Protegao Judicial Ll. Toda pessoa tem direito a um recurso simples .e rapido ou a quaiqier outro recurso efetivo, perante os juizes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela const{tuigéo, pela lei ou pela presente Convencao, mesmo quando tal violacdo seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercicio de suas fungGes oficiais. 2 Os Estados-Partes comprometem-ge: a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso; b) a desenvolver az possiblidades de recurso judicial; e c} a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda deciaio em que se tenha considerado procedente o recurso, caAPITULO IIT Direitos Econdémicos, Sociais e Culturais ARTIGO_26 Desenvolvimento Progressivo Os' Estados-Partes comprometem-se a adotar providéncias, tanto no 4mbito interno como mediante cooperagao internacional, especialmente econémica e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas econdmicas, sociais e sobre educagdo, ciéncia e cultura, constantes da Carta da Organizacao dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponiveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados. capt?TuLo iv. - Suspenséo de Garantias, Interpretagdo e Aplicagao ARTIGO 27 Suspensao de Garantias Le Em caso de guerra, de perigo piiblico, ou de outra emergéncia que ameace a independéncia ou seguranga do Estado-Parte, este poder adotar disposicdes que, na medida e pelo tempo estritamente limitados &s exigéncias da situacdo, suspendam as obrigacdes contraldas em virtude desta Convencio, desde que tais disposicies nao sejam incoipativeis com as demais obrigagées que ihe impde o Direito Internacional e nao encerrem discriminac&o alguma fundada em motivos de raga, cor, sexo, idioma, religiao ou origem social. A disposigSo precedente nao autoriza a suspensdo dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (Direito ao Reconhecimento da Personalidade Juridica), 4 (Direito 4 Vida), 5 (Direito 4 Integridade Pessoal), 6 {Proibicio da Escravidio e Servidio), 9 (Principio da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Consciéncia e de Religiao), 17 (Protec&o da Familia), 18 (Direito ao Nome}, 1$ (Direitos da Crianga), 20 (Direito 4 Nacionalidade) e 23 (Direitos Politicos), nem das garantias indispensaveis para a protecéo de tais direitos. aw ‘todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspensdo deverd informar imediatamente os outros Estados~Partes na presente Convencéo, por intermédio do Secretario~Geral. da Organizacio dos Estados Americanos, das disposicées cuja aplicaciio haja suspendido, dos motivos determinantes da suspensic eda dataem que haja dado por terminada tal suspensdo. ARTIGO 29 clausula Federal 1. Quando se tratar de um Estado-Parte constituido como Estado federal, 0 governo nacional do aludido Estado-Parte cumprira todas as disposicdes da presente Convengdo, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce competéncia legislativa e judicial. * 2. No tocante as disposicdes relativas 4s matérias que correspondem 4 competéncia das entidades componentes da federacao, o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas pertinentes, em conformidade com sua constituicdo e suas leis, a fim de que as autoridades competentes das referidas entidades possam adotar as disposigées cabiveis para o cumprimento desta Convencao. 3. Quando dois ou mais Eatados-Partes. decidirem constituir entre eles uma federacao ou outro tipo de associagéo, diligenciaréo no sentido de que o pacto comunitario respectivo contenha as disposicées necessérias para que continuem sendo efetivas no novo’ Estado assim organizado as normas da presente Convencdo. ARTIGO_29 Normas de Interpretacao Nenhuma @isposiggo desta Convencio pode ser interpretada no sentido der a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir 0 goz0 e exercicio dos direitos e liberdades reconhecidos na Conven¢gZo ou limit4-los em maior medida do que a nela prevista; b) limitar 0 gozo e exercicio de qualquer direito on liberdade que possim ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes ou de acordo com outra convencdo em que seja parte um dos referidos Estados; ©) excluir outros direitos e garantias que sdo inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma demcerética representativa de governo; e a) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaragao Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma natureza. - ARTIGO_30 Aleance das Restricdes As restricdes permitidas, de acordo com esta Convenciio, ao gozo e exercicio dos direitos e liberdades nela reconhecidos, nao podem ser aplicadas sendo de acordo com leis que forem promulgadas por motivo de interesse geral e com © propdsito para o qual houverem sido estabelecidas. _ ARTIGO 31 Reconhecittento de Outros Direitos Poderdo ser incluidos no regime de protegio desta Convencdo outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos artigos 63 e 70. caAPi@TuLo Vv Deveres das Pessoas ARTIGQ_32 Correlacao entre Deveres e Direitos 1 Toda pessoa tem deveres para com a familia, a comunidade e a humanidade. 2. Os direitos de cada pessoa sio limitados pelos direitos dos demais, pela seguranga de todos e pelas juetas exigéncias do bem comim, numa sociedade democrAtica. PARTE It Meios da Protecdo capttruLo vr ‘ Grgaos Competentes ARTIGO_33 S80 competentes para conhecar dos assuntos relacionados com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-Partes nesta Convengao: a) a Comigsio Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Comissao; e b).a Corte Interamericana de Direitos. Humanos, doravante denominada a Corte. caApfTuLo vit Comissao Interamericana de Direitos Humanos Segdo_1 - Organizagao ARTICO 34 . A Comissfo Interamericana de Direitos Humanos compor-se-4 de sete membros, que deverio ser pessoas de alta autoridade moral e de reconhecide saber em matéria de direitos humanos. ARTIGO_35 . A Comiss&o0 representa todos os Membros da Organizacao dos Estados Americanos. ARTIGO 36 1 Os membros da Comiss%o0 serao eleitos a titulo pessoal, pela Assembléia-Geral da Organizacdo, de uma lista de candidatos propostos pelos governos dos Estados~Membros. 2. Cada um dos referidos governos pode propor até trés candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-Membro da ‘Organizagdc dos Estados Americanos, Quando for proposta uma lista de trés candidatos, pelo menos um deles devera ser nacional de Estado diferente do proponente. ARTIGO_37 -1. Os membros da Comisss0 serso eleitos vor quatro anos e sé poderfo ser reeleitos uma vez, porém 9 mandato de trés dos membros @esignados na primeira eleicdo expirara ao cabo de dois anos, Logo depois @a veferida eleicio, serio determinados por sorteio, na Assembléia-Geral, os nomes desses trés membros. 2. Nao pode fazer parte. da Comissdo mais de um nacional de um mesmo Estado. ARTIGO 38 As vagas que ocorrerem na Comissio, que néo se devam 4 expiragio normal do mandato, serao preenchidas pelo Conselho Permanente da Organizagao, de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissdo. ARTIGO 39 . . A Comiss’o elaborard seu egtatuto e submeté-lo-a A aprovacao @a Assembléia-Geral e expediraé seu proprio regulamento. ARTIGO 40. 0s ‘servicos de secretaria da Comissio devem ser desempenhados pela unidade funcional especializada que faz parte da Secretaria-Geral a Organizacio e deve dispor dos recursos necessirios para cumprir as tarefas que Ihe forem confiadas pela Comissao. Sego 2 ~ Funcdes. AREGO 41 A Comisséo tem a fung&o principal de promover a observancia e adefesa dos direitos humanos e, no exercicio do seu mandato, tem as seguintes fungdes e atribuicdes: a) estimular a consciéncia dos direitos humanos nos povos da Américas . b) formular recomendagSes aos governos dos Estados-Membros, quando 0 considerar conveniente, no sentido de_ que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no’ dmbito de ‘suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como disposicées apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos; c) preparar os estudos ou relatérios que “considerar convenientes para o desempenho de suas funcées; 4) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe proporcionem informacGes sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos; e) atender 4s consuitas que, por meio da Secretaria-Geral da Organizagio dos Estados Americanos, he formularem os Estados-Membros sobre questées relacionadas com og direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que eles ihe solicitarem; f) atuar com fespeito as peticdes e outras comunicagGes, no exercicio de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 5} desta Convencaos g) apresentar um relatério anual & Assembléia~Geral da ‘Organizagao dos Estados Americanos. ARTIGO_42 Os Estados-Partes devem remeter 4 Comissio cépia dos relatérios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem anualmente 3s Comissdes Executivas do Conselho Interamericano Econémico e Social e do Conselho Interamericano de Educacéo, Ciéncia e Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direitos decorrentes das normas econémicas, sociais e sobre educagéo, ciéncia e cultura, constantes da Carta da Organizacéo dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, ARTIGO 43 Os Estados-Partes obrigam- ‘a =proporcionar 4 ComissZo as anformages que esta lhes solicitar aobre a maneira pela quai o seu direito interno assegura a aplicagéo efetiva de quaisquer disposicdes desta Convangao. Segdo 3 Conpeténcia ARTIGO Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade nao governamental legalmente reconkecida em um ou mais Estados-Membros da Organizagao, pode apresentar 4 Comiss&o peticGea que contenham denincias ou queixas de violagao desta Convencdo por um Estado-Parte, ARTIGO 45 1 Todo Estado-Parte pode, no momento do depésito do seu instrumento de ratificagdo desta Convenc3o ou de adesio a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece a competéncia da Comiss&o para receber e examinar as comunicacdes em que um Estado-Parte alegue haver outro Estado-Parte incorrido em violagGes dos direitos humanos estabelecidos nesta Convencdo. a 2 As comunicagdes feitas em virtude deate artigo sd podem ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado~Parte que haja feitd uma declaracio pela qual reconhega a referida competéncia da Comissao, A Comissdo: nao admitird nenhuma comunicacdo contra um Estado— Parte que nfo haja feito tal declaracao. 3. As declaracdes sobre reconhecimento de competéncia podem ser feitas para que esta vigore por tempo indefinido, por periodo determinado ou para casos. especificos. . 4. As declaracées serio depositadas na Secretaria-Gerai da Ozganizacio dos Estados Americanos, a qual encaminhard cépia das mesmas aos Estados-Membros da referida Organizacao, ARTIGO_46 lh Para que uma petigao ou comunicagio apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissio, sera necessari: a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdigao interna, de acordo com os principios de direito internacional geralmente reconhecidos; b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, & partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da deciséo definitiva; c} que a matéria da peticao ou comunicacio néo esteja pendente de outro processo de solucao internacional: e a) que, no caso do artigo 44, a peti¢aZo contenha oc nome, a nacionalidade, a profissao, o domicilic e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a peticao. 2a As disposicdes das alineas a e b do inciso 1 deste artigo nado se aplicaraéo quando: . a) n&@o existir, na legislag&o interna do Estado de que se tratar, 0 devido processo legal para a protecdo do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados; © b) nao se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdicdo interna, ou houver sido ele impedido de esgoté-los; e ee a_..___HBMgeoweeeeeeeeeeeeeeee

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