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1. INTRODUÇÃO:
Assim, nos diversos países que adotam uma constituição formal e rígida [01], que a
entendem como Paramount Law, e que estabelecem, ao menos, um órgão competente
para julgar a sua harmonia com as regras inferiores existe esse processo de resguardo da
preeminência constitucional. Neste turno, alguns Estados Democráticos positivaram,
como modelo de fiscalização da constitucionalidade, o controle concentrado
(principalmente os países da Europa), outros utilizaram o sistema difuso para a referida
tutela (v.g., EUA), sem falar naqueles que adotaram uma forma híbrida, como é o caso
do Brasil.
2.1. Conceito:
Hans Kelsen, em sua obra Teoria Pura do Direito, já afirmava que "a ordem
jurídica não é um sistema de ordens jurídicas ordenadas no mesmo plano, situadas umas
ao lado das outras, mas é uma construção escalonada de diferentes camadas ou níveis de
normas jurídicas" e "a Constituição representa o escalão de direito positivo mais
elevado" [09]. Goza de tal posição, justamente, por ser fruto de um poder constituinte
originário ao passo que as demais regras são inseridas pelos poderes por ela
introduzidos (poderes constituídos).
Contudo, não existiria qualquer relevância prática a referida supremacia caso não
houvesse um mecanismo de controle de tais normas infraconstitucionais. Diante disso,
surgiu, nos diversos sistemas jurídicos, o controle de constitucionalidade buscando,
justamente, a proteção da Carta Magna em face das regras elaboradas pelo parlamento
ou ainda em relação aos atos normativos emanados do poder executivo.
2.2. Pressupostos:
Faz-se mister esclarecer, ainda, que nem todo Estado Democrático possui um
processo tendente a fiscalizar a harmonia das leis infraconstitucionais com a Norma
Fundamental. Deste modo, v.g., na Inglaterra vigora o princípio da supremacia do
parlamento (Supremacy of the Parliament) de modo que não se admite quaisquer
fiscalizações dos seus atos. Portanto, para existir controle de constitucionalidade das leis
ou atos normativos é indispensável a presença de alguns requisitos tais como:
Constituição escrita, rígida e suprema bem como a previsão de órgão competente para o
exame da (in)constitucionalidade.
As não-escritas, por sua vez, são aquelas formadas em textos espargidos, id est,
suas normas que "não estão plasmadas em texto único, mas que se revelam através dos
costumes, da jurisprudência e até mesmo em textos constitucionais escritos, porém
esparsos" [14]. Os defensores dela entendem que, o direito, como já sustentava Savgny,
longe de ser uma arbitrária criação da vontade estatal, era produto do Volksgeist, do
qual o costume é a manifestação mais autêntica, livre e direta [15].
As Constituições flexíveis, por sua vez, são aquelas que podem ser modificadas
sem um mecanismo diferenciado. Nesta raia, o processo para transformação dos
dispositivos constitucionais assemelha-se ao das leis infraconstitucionais. Por este turno,
neste modelo não há como falar em "Lei Maior" já que legislação posterior pode
revogar norma constitucional. Sendo assim, o conceito de superioridade das regras
constitucionais fica prejudicado tornando impossível a referida aferição de
compatibilidade das normas.
Sublinhe-se, então, que este controle poderá ser exercido por órgão da estrutura do
Poder Judiciário ou, ainda, situar-se fora de qualquer um dos poderes. Em razão desta
diferença, os autores vêm classificando os modelos de justiça constitucional. Neste
sentido, torna-se imprescindível as lições do mestre Gomes Canotilho:
Vale dizer, ainda, que para muitos estudiosos da justiça constitucional, aqueles
países adotaram o controle de constitucionalidade abstrato com objetivo de suas
decisões possuírem força erga omnes. Isso porque, como não gozam do princípio do
stare decisis, o controle difuso levaria a relevantes prejuízos como a possibilidade de
uma lei ser declarada inconstitucional por um juiz e constitucional por outro ou, ainda,
acarretar numa ampliação significativa de demandas, já que uma mesma lei, mesmo que
já afirmada inconstitucional, seria objeto de novas discussões em outras causas;
podendo, inclusive, ser considerada constitucional, como vimos. Deste modo, não há
dúvidas da potencial insegurança e desigualdade causada com a não vinculação das
decisões das Supremas Cortes em controle de constitucionalidade difuso.
A atual ordem constitucional, por sua vez, manteve, com inovações, esse sistema
híbrido de controle de constitucionalidade. Vale dizer, também, que aquela
representação interpretativa foi extinta, em que pese à forma abstrata de tutela ter sido
ampliada. Nesta esteira, a própria quantidade de ações com tal objetivo foi majorada,
sem falar, na ampliação da legitimidade para a propositura desses processos objetivos
de (in)constitucionalidade [33].
Infere-se, como dito, que no ordenamento jurídico dos EUA, (II) o titular do
julgamento da compatibilidade constitucional é o próprio Poder Judiciário, realizado por
qualquer juiz. De outra banda, no controle de constitucionalidade concentrado, apenas
um único órgão é quem tem a atribuição de decidir tal harmonia o qual, em regra, não
faz parte da estrutura de quaisquer dos poderes.
Por fim, distinguem-se tais modelos (IV) quanto aos efeitos, pois no controle de
constitucionalidade difuso, tradicionalmente, tem se afirmado sua eficácia entre as
partes e no europeu, o julgamento da inconstitucionalidade vale para todos. Não é
demais esclarecer, como já afirmado, que a decisão da Suprema Corte Americana vale
para todos já que é a Guardiã do Texto Magno. Esse entendimento, inclusive, tem sido
importado pela literatura constitucional brasileira contemporânea, justamente, pela
coerência jurídica do stare decisis da decisão do STF em controle de
constitucionalidade difuso.
Vale dizer, ainda, que embora os princípios e as regras façam parte do gênero
norma jurídica, eles não se confundem. Conforme os ensinamentos de Robert Alexy, há
diversos critérios para distingui-los como, por exemplo, o critério da generalidade onde
princípios são normas com grau de generalidade relativamente alto, enquanto o grau de
generalidade das regras é relativamente baixo. Todavia, sustenta o autor alemão:
O atual Texto Maior brasileiro, destarte, prestigiou aqueles direitos de sorte que
não os enumerou taxativamente, conforme se infere do art. 5°, §2° [45]. Além disso, o art.
5°, §3° da Constituição da República – acrescentado pela emenda constitucional nº 45,
de 30 de dezembro de 2004 – estabelece que "os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais". Os tratados de direitos humanos recebidos com este quorum,
portanto, serão encarados como normas da Constituição [46].
Tal entendimento, vale dizer, não seria novidade já que muitos ordenamentos de
outros países positivaram expressamente o citado efeito. Assim, a Norma das Normas
Lusitana, em seu artigo 281.°/3 estabelece que "o Tribunal Constitucional aprecia e
declara ainda, com força obrigatória geral, a inconstitucionalidade ou a ilegalidade de
qualquer norma, desde que tenha sido por ele julgada inconstitucional ou ilegal em três
casos concretos".
Vale destacar, também, que o Poder Judiciário não pode se eximir de julgar os
conflitos – princípio da inafastabilidade (Verbot der Justizverweigerung). Sendo
impossível admitir a possibilidade de previsão de todos os litígios pelo legislador,
portanto, em certas situações, ao lado da norma individual do caso concreto presente no
dispositivo da sentença, é a atividade jurisdicional que estabelece a norma geral para
tutelar esses casos. Essa norma geral do caso concreto, que está na fundamentação da
decisão, é a regra que sustenta o julgado, ou seja, alcança-se a norma individual por
derivação dela. Ela é geral porque pode ser utilizada, inclusive, em outras situações
semelhantes (precedente judicial). Nas hipóteses levadas ao judiciário relativas à
homoafetividade, por exemplo, é o próprio Poder Judiciário que cria a norma jurídica
geral do caso concreto que será utilizada noutros casos semelhantes, principalmente, em
razão do silêncio legislativo.
Neste diapasão, esta "decisão judicial tomada à luz do caso concreto, cujo núcleo
essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos" [59]
proferida pela Corte Constitucional, conforme a doutrina especializada, pode ser
criativo, quanto ao conteúdo, porque além de aplicar a norma jurídica, a cria. De outro
lado, existem os precedentes declarativos que apenas constatam a pré-existência de uma
norma jurídica e a aplica – é o que ocorre, e.g., quando a sentença está em
conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal
Federal o que viabiliza, inclusive, o não recebimento do recurso de apelação (vide art.
518, §1°, CPC).
Já quanto aos efeitos, o precedente do STF, diante de todo exposto, deve ser
entendido como vinculante/obrigatório, pois é o órgão último responsável pela guarda
da proeminência constitucional. Nesta esteira, em casos semelhantes, essa decisão sobre
a harmonia constitucional deverá prevalecer em razão de sua força obrigatória (binding
autority). Há de ser ressaltado que binding precedent não é novidade na ordem jurídica
nacional, neste sentido dispõe o art. 544, §3° [60] bem como o art. 557, §1° [61] sem falar
no já citado §1° do art. 518 [62], todos do Código de Processo Civil. Ressalte-se, também,
que o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento no sentido de dispensar o
procedimento do art. 97, CR (princípio da reserva do plenário) se a decisão do Tribunal
tiver fundamento em precedente do excelso Pretório (jurisprudência, inclusive,
positivada no art. 481, parágrafo único, CPC [63]).
Note-se que enquanto a coisa julgada alcança apenas a parte dispositiva da decisão
– por isso no controle de constitucionalidade difuso será inter partes – a força
vinculante dos precedentes está, justamente, na fundamentação, ou seja, nas teses
jurídicas (abstratas) que servem de respaldo à conclusão. Portanto, a norma jurídica
geral do caso concreto criada pelo STF, que soluciona a dúvida sobre a
constitucionalidade ou não da lei – extraída da ratio decidendi –, mesmo em controle de
constitucionalidade incidenter tantum, tem o condão de vincular em outras situações
similares.
Vale dizer, ainda, que somente numa análise apressada poder-se-ia defender o
engessamento do sistema pelos binding precedents. Isso porque eles não são institutos
perenes e absolutos, ao revés, podem ser superados pelas técnicas do distinghishing,
overruling e overriding. Na primeira, o magistrado vinculado ao precedente não o
aplica porque não há semelhança entre os fatos do caso examinado e aquele que formou
a ratio decidendi do julgamento modelo. Ou seja, não há subsunção entre o litígio a ser
julgado e a regra geral criada pelo Poder Judiciário no caso paradigma. Já o overruling
assemelha-se com a ab-rogação, i.e., o precedente dá lugar a outro de modo que perde
sua força obrigatória. Neste caso, assim como a decisão sobre a inconstitucionalidade de
lei pode ter força retroativa ou prospectiva, a superação do precedente pelo overruling
também pode ser retrospective e prospective overruling. Será retrospective overruling
quando o precedente perde sua força não sendo mais aplicado, nem mesmo para os fatos
ocorridos antes da sua superação. Por outro lado, será prospective overruling quando a
ratio decidendi - do julgamento padrão -, ainda que ultrapassada, é aplicada aos casos
anteriores a sua modificação. Por fim, o overriding aproxima-se com a derrogação, já
que ambos tratam de superação parcial. Portanto, quando apenas se restringe o alcance
de um precedente estar-se-á diante do overriding.
Nítido, então, que os precedentes judiciais são fontes do Direito. Além disso, é
mister reconhecer a sua grande contribuição para elaboração das normas jurídicas. É
oportuno diferenciar o texto do dispositivo legal com a norma propriamente dita. Para
construção daquele, basta os esforços do Poder Legislativo elaborando as redações
legais; contudo, norma não é apenas isso. Essa distinção é a primeira premissa da teoria
dos princípios do professor Humberto Ávila afirmando a existência de normas "mesmo
sem dispositivos específicos que lhes dêem suporte físico" bem como a possibilidade de
haver dispositivos sem normas [66].
Para o autor, "normas não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos
construídos a partir da interpretação sistemática de textos normativos. Daí se afirmar
que os dispositivos se constituem no objeto da interpretação; e as normas, no seu
resultado" [67]. Também para Peter Häberle, destaca-se, "não existe norma jurídica, senão
norma jurídica interpretada (Eis gibt keine Rechtsnormen, Es gibt nur interpretierte
Rechtsnormen)" [68]. Justamente por isso, sendo o Poder Judiciário responsável pela
aplicação/interpretação do Direito, ao fazê-lo, sem dúvidas, constrói, a partir dos
dispositivos legais, sentidos a eles, ou seja, reconstrói a própria norma jurídica. Assim, é
importante conferir as lições de Humberto Ávila em sua teoria dos princípios:
Deste modo, no processo de construção da norma jurídica – que tem como marco
inicial o próprio dispositivo legal – surgindo discussões acerca da sua
constitucionalidade, visível que seu conteúdo estará definido com a manifestação do
Supremo Tribunal Federal. Neste diapasão, reconstruída a norma jurídica com o
caminho hermenêutico percorrido, claro é que a manifestação do Tribunal Máximo é o
resultado desse processo de modo que estabelece a própria norma, principalmente
acerca da celeuma constitucional. Portanto, é a manifestação do Supremo - tendo
interpretado por derradeiro e com competência própria para tanto - que estabelece o
conteúdo do dispositivo (norma).
Por esta tese ora ventilada, verifica-se, da análise do artigo 102, III, o cabimento
deste recurso. Com nítida clareza, percebe-se que este instituto de direito constitucional
processual, como salientado, visa tutelar a supremacia da Lei Maior. Para isso, re-
analisa a matéria de direito não conhecendo profundamente as discussões acerca dos
fatos nem, muito menos, da justiça ou não da decisão impugnada. Assim, ao recurso
extraordinário "cabe, em princípio, o exame não dos fatos controvertidos, nem
tampouco das provas existentes no processo, nem mesmo da justiça ou injustiça do
julgado recorrido, mas apenas e tão-somente a revisão das teses jurídicas envolvidas no
julgamento impugnado" [72].
O autor do recurso, diante dos novos regramentos, haverá de, além de motivar sua
peça processual com uma das tipificações de cabimento do Art. 102, III, expressar a
repercussão geral em tópico específico de suas razões recursais, sob pena de não ser
admitido o extraordinário. A análise e julgamento deste recurso constitucional
especialíssimo competem às turmas do STF, no entanto, esta questão preliminar será
apreciada pelo Pleno que receberá os autos para este fim.
Para não deixar lacuna legal em torno deste instituto novo, preliminar para
admissibilidade recursal, o legislador infra-constitucional, de modo subjetivo e sintético
– sem qualquer tipificação legislativa – prescreveu no sentido de ser questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, superiores aos interesses
individuais das partes [74]. Esta lei sob exame também trouxe casos onde será
desnecessária a remessa dos autos ao pleno. Isto ocorrerá em atenção ao Art. 543-A, §
4º: "se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro)
votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário". Por óbvio, já que a
Constituição Federal, no tão comentado § 3° do Art. 102, III, estabeleceu o quorum
qualificado de rejeição do recurso – sendo onze ministros, e oito é o mínimo de votos
para negar a existência de repercussão geral, é razoável dispensar a remessa ao plenário
se quatro ministros já admitem o recurso extraordinário [75].
4. CONCLUSÃO:
Por fim, é mister evidenciar que não se propugna por uma ditadura, agora, do
Poder Judiciário. Apenas entende-se que é ele o legitimamente responsável pela aferição
a posteriori da compatibilidade constitucional. Sendo assim, como o Tribunal
Constitucional Federal brasileiro é último a determinar a constitucionalidade ou não da
lei ou ato normativo no controle difuso e, ainda, sendo o responsável pelo controle
abstrato, onde suas decisões têm força obrigatória para todos, a melhor interpretação do
sistema é no sentido de não diferenciar os efeitos destas formas de controle de
constitucionalidade. Isso porque aqui, como vimos, o STF possui tanto a competência
de fiscalização (Prüfungsrecht) quanto a de rejeição (Verwerfungskompetnz) o que
possibilita este efeito ampliativo. Não é demais alertar, como já fizera Peter Häberle [95],
que este Tribunal deve ser cauteloso ao tomar as suas decisões, principalmente naquelas
que provocam profundas controvérsias no seio da comunidade.
REFERÊNCIAS:
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução João Batista Machado. 6ª ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 12° ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 26 ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2006.
STRECK, Lênio Luiz, OLIVEIRA, Marcelo Andrade Cattoni de, LIMA, Martonio
Mont’Alverne Barreto. A nova perspectiva do Supremo Tribunal Federal sobre o
controle difuso: mutação constitucional e limites da legitimidade da jurisdição
constitucional. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10253.
Acessado em: 09.12.2008
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 6 ed. São Paulo,
Editora Saraiva, 2008.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2005.
Notas
1.
http://www.esdc.com.br/RBDC/RBDC-09/RBDC-09-067-
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http://www.direitodoestado.com/revista/RERE-9-MAR%C7O-2007-LUIZ
%20ROBERTO%20BARROSO.pdf Acessado em: 10.12.2008.
39. CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de direito administrativo. Parte
Geral, Intervenção do Estado e estrutura da administração. Salvador: Editora
Juspodivm, 2008. p. 26.
40. Para Robert Alexy "tanto regras quanto princípios são normas, porque ambos
dizem o que deve ser. Ambos podem ser formulados por meio das expressões
deônticas básicas do dever, da permissão e da proibição. Princípios são, tanto
quanto as regras, razões para juízos concretos de dever-ser, ainda que de espécie
muito diferente. A distinção entre regras e princípios é, portanto, uma distinção
entre duas espécies de normas." In: ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos
Fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros
Editores, 2008. p. 87.
41. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgílio
Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2008. p. 91.
42. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Tradução de Nelson Boeira.
São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 36.
43. BARCELLOS, Ana Paula. Neoconstitucionalismo, direitos fundamentais e
controle das políticas públicas. In: NOVELINO, Marcelo (org.). Leituras
Complementares em Direito Constitucional. Direitos Humanos e Direitos
Fundamentais. Salvador: editora JusPODIVM, 2008. p. 131-152.
44. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV
- os direitos e garantias individuais. Embora a redação da norma constitucional
trate apenas das garantias individuais, a doutrina caminha no sentido de abranger
como cláusulas pétreas todos os direitos fundamentais.
45. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
46. Para Flávia Piovesan, mesmo "os tratados internacionais de direitos humanos
ratificados anteriormente ao mencionado parágrafo, ou seja, anteriormente à
Emenda Constitucional n. 45/2004, têm hierarquia constitucional, situando-se
como normas material e formalmente constitucionais. Esse entendimento
decorre de quatro argumentos: a) a interpretação sistemática da Constituição, de
forma a dialogar os §§ 2º e 3º do art. 5º, já que o último não revogou o primeiro,
mas deve, ao revés, ser interpretado à luz do sistema constitucional; b) a lógica e
racionalidade material que devem orientar a hermenêutica dos direitos humanos;
c) a necessidade de evitar interpretações que apontem a agudos anacronismos da
ordem jurídica; e d) a teoria geral da recepção do Direito brasileiro". In:
PIOVESAN, Flávia. Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos
Humanos: Jurisprudência do STF. Disponível em:
http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/31/Documentos/Artigos/000
00034-001_FlaviaPioveasn.pdf. Acessado em: 12.12.2008.
http://www.direitopublico.com.br/pdf_5/DIALOGO-JURIDICO-05-AGOSTO-
2001-GILMAR-MENDES.pdf. Acessado em : 20.10.2008
62. Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe,
mandará dar vista ao apelado para responder. § 1o O juiz não receberá o recurso
de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do
Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal.
63. Art. 481 (...) Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não
submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de
inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário
do Supremo Tribunal Federal sobre a questão
64. DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de
Direito Processual Civil. Direito probatório, decisão judicial, cumprimento de
sentença e liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. 2 ed. Salvador: Editora
Juspodivm, 2008. (apud) TUCCI, José Rogério Cruz e. Precedente judicial
como fonte do direito. São Paulo: RT, 2004.
65. DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de
Direito Processual Civil. Direito probatório, decisão judicial, cumprimento de
sentença e liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. 2 ed. Salvador:
Editora Juspodivm, 2008. p. 350.
66. Humberto Ávila exemplificando a possibilidade de existência de norma sem
texto indaga quais os dispositivos que prevêem os princípios da segurança
jurídica e da certeza do Direito. De outro lado, afirma a inexistência de nenhuma
norma jurídica extraída da proteção de Deus presente no enunciando
constitucional preambular.
67. ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios – da definição à aplicação dos
princípios jurídicos. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 30.
68. HÄBERLE, Peter. Zeit und Verfassung. In: RALF/Schwegmann, Friedrich,
Probleme der Verfassungsinterpretation, p. 293 (313) citado por Gilmar Ferreira
Mendes na apresentação da tradução da obra de HÄBERLE Peter,
Hermenêutica Constitucional. A sociedade aberta dos intérpretes da
Constituição: contribuição para interpretação pluralista e "procedimental" da
Constituição. Sergio Antonio Fabris Editor, p. 9.
69. ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios – da definição à aplicação dos
princípios jurídicos, op. cit., p. 34.
70. Redação do art. 173, §1° anterior à Emenda Constitucional n° 19 vigente à época
do julgamento do citado Mandado de Segurança.
71. Sustentando a Constitucionalidade deste novel requisito de admissibilidade do
recurso extraordinário, já nos manifestamos no artigo "A Repercussão Geral de
questão Constitucional como Pressuposto Preliminar de Admissibilidade do
Recurso Extraordinário", publicado na revista jurídica dos formandos em direito
da Universidade Católica do Salvador 2007.2, p. 337/350.
72. THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 570.
73. DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito
Processual Civil. Meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos
tribunais. Vol. 3. 5 ed. Salvador: Editora Juspodivm, p. 313.
74. Neste sentido, dispõe o art. Art.543-A e seu § 1°, CPC: "Art. 543-A. O Supremo
Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer
repercussão geral, nos termos deste artigo. § 1° Para efeito da repercussão geral,
será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos
da causa".
75. DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito
Processual Civil.op. cit., p. 314.
76. DIDIER JR., Fredie; CARNEIRO, Leonardo José. Curso de Direito Processual
Civil, op. cit., página 316.
77. Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá
do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não
oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. § 1° Para efeito da
repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os
interesses subjetivos da causa.
78. DIDIER JR., Fredie. O recurso extraordinário e a transformação do controle
difuso de constitucionalidade no Direito brasileiro. In: NOVELINO, Marcelo
(org.). Leituras Complementares em Direito Constitucional. Controle de
constitucionalidade e hermenêutica constitucional. 2 ed. Salvador: Editora
Juspodivm, 2008. p. 274 (apud) MADOZ, Wagner Amorim. O recurso
extraordinário interposto de decisão juizados especiais federais. Revista de
Direito Processual. São Paulo: RT, 1005, N. 119, p. 75-76.
79. O recurso de amparo espanhol está previsto no art. 53, 2, da Carta Espanhola, in
verbis: 2. Cualquier ciudadano podrá recabar la tutela de las libertades y
derechos reconocidos en el artículo 14 y la Sección primera del Capítulo
segundo ante los Tribunales ordinarios de preferencia y sumariedad y, en su
caso, a través del recurso de amparo ante el Tribunal Constitucional. Este
último recurso será aplicable a la objeción de conciencia reconocida en el
artículo 30.
80. O recurso constitucional do direito alemão encontra respaldo constitucional no
art. 93, 4a, da Grundgesetz, senão vejamos: Artikel 93 (1) Das
Bundesverfassungsgericht entscheidet: (...) 4a. über Verfassungsbeschwerden,
die von jedermann mit der Behauptung erhoben werden können, durch die
öffentliche Gewalt in einem seiner Grundrechte oder in einem seiner in Artikel
20 Abs. 4, 33, 38, 101, 103 und 104 enthaltenen Rechte verletzt zu sein; [Artigo
93 (1) Compete ao Tribunal Constitucional Federal decidir: (...) 4a. Sobre
reclamações constitucionais que podem ser interpostas por qualquer pessoa sob
a alegação de ter sido lesada, por autoridade pública, em seus direitos
fundamentais ou nos direitos consagrados no § 4 do artigo 20 ou nos artigos 33,
38, 101, 103 e 104]
81. RE 556.664-QO/RS – disponível em:
http://www.escola.agu.gov.br/revista/2008/Ano_VIII_setembro_2008/a
%20repercuss%C3%A3o%20geral_clarissa.pdf.
http://www.senado.gov.br/web/cegraf/ril/Pdf/pdf_162/R162-12.pdf.
90. CAVALCANTI, Themístocles Brandão. Do controle de constitucionalidade.
Rio de Janeiro: Forense, 1966. (apud) MENDES, Gilmar Ferreira, op. cit.
91. MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. A teoria das constituições rígidas. 2. ed.
São Paulo: J. Bushasky, 1980. (apud) MENDES, Gilmar Ferreira, op. cit.
92. BRASIL. Congresso. Senado Federal. Parecer nº 154, de 1971. Relator: Senador
Accioly Filho, Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 12, n. 48, p. 266-
268, out./dez 1975. (apud) Gilmar Ferreira, op. cit.
93. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 12° ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2002. p. 593.
94. Art. 45 - Compete ainda privativamente, ao Senado: IV - suspender a execução,
no todo ou em parte, de lei ou decreto, declarados inconstitucionais por decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal;
95. HÄBERLE, Peter. Hermenêutica Constitucional. A sociedade aberta dos
intérpretes da Constituição: contribuição para interpretação pluralista e
"procedimental" da Constituição. Traduzido por Gilmar Mendes. Porto Alegre:
Sérgio Antônio Fabris editor, 2002. p. 44-45. Aqui, o autor alemão afirma que
"os tribunais devem ser extremamente cautelosos na aferição da legitimidade das
decisões do legislador democrático". Salienta, ainda, que, "no caso de uma
profunda divisão da opinião pública, cabe ao Tribunal a tarefa de zelar para que
se não perca o mínimo indispensável da função interpretativa da Constituição".