Você está na página 1de 1

A presente pesquisa objetiva analisar as prticas de controle engendradas

pelo sistema penal brasileiro contemporneo com o objetivo de neutralizar e


normalizar certos grupos sociais, os quais, no atual estgio do modo de
produo capitalista, turbam a vigente ordem mercadolgica de excluso ou
por ela so vitimados. Com foco na sociedade carcerria, a evidente
hipertrofia do aparato penal do Estado ser estudada a fim de identificar
quais grupos tm sido alvo desta normalizao perpetrada pelo sistema
penal, no somente por sua vulnerabilidade na sociedade capitalista, mas
tambm por sua resistncia s imposies das grandes corporaes que
controlam o mercado. Atravs da leitura orientada de referncias
bibliogrficas pertinentes ao tema, bem como de discusses em sala de
aula, procedeu-se a um estudo dos mecanismos e das relaes de poder
praticadas na sociedade ocidental, desde a Idade Mdia at os dias atuais,
tendo-se concludo que as formas punitivas contemporneas se utilizam
mormente de mecanismos de segurana, sustentculos de uma biopoltica
esta entendida como o conjunto de dispositivos inseridos em um clculo de
custos e probabilidades e por meio dos quais aquilo que constitui as
caractersticas biolgicas da espcie humana passa a fazer parte das
estratgias polticas. A partir disso, identificou-se o atual fenmeno de
inflao legal o qual, guiado por esta nova governamentabilidade
biopoltica, e tendo como pano de fundo o contexto econmico (neo-)liberal,
faz introduzir e funcionar cada vez mais intensamente os mecanismos de
segurana, contribuindo para a maior seletividade do sistema penal em
punir somente aqueles grupos populacionais que subvertem padres de
consumo pr-establecidos, aglomerados sociais que so considerados
descartveis perante a ordem mercadolgica e que devem, pois, ser
depositados e esquecidos no crcere.
Palavras-chave: Sistema penal. Crcere. Biopoder.

Você também pode gostar