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4, Da constitucionalidade da “tablita™ nero des valores em face desse dato, aleancando as contretos em curs "Pa Cun esr eens esti or oto me '3¢5 ¢ © Plano Bresser consegi oa tos como seas “tblitas? no campensictes por perdas que nia sofieram” Henrique Simonsen, | Peer slid pol FEBRABAN Flea Bras is Ase ‘gies de Bancos, is ae 1 Conclusses, J. Introdusiio 0s individuais ¢ coletivos, nos quais os maj as teses dos economistas € até o modo de cdileulo dos indices consirui- dos pelos especialistas em estatistica. 2. Como ao jurista cabe a funcio de submeter a economia a ética, na palavra de Carnelutti, muitas vezes surge uma legitima perplexida- de do juiz indignado e legitimamente revoltado contra & confusto, a complexidade e muitas vezes a ineficdcia das medidas governamentais que sacrificam « sociedade, sem debelar a inflagéo, 3. A longa convivéncia da sociedade brasileira com a instabilida- ‘de monetiria, tolerada, senio provoeada, pelos sucessivos governos que tivemos, nos itimos trinta e cinco anos, fez. com que © legislador © 0s tribunais adotassem a cortegio monetiria, que se tornou um mal neceséério. Como bem teve o ensejo de salientar 0 Ministro Moreira 4. Na realidad, 0 erro fo a i manutengao de um alto nivel de inflagto durante n dindo que, sem correcao, se pudesse fazer qu longo prazo,' fancionando, assim, a corregio monetiria e os planos 2 REGU fom AD 56 CNOVODIREITO NONETARIO- 0S PLANOS ECONOMICOS verdadeitos remédios de alta periculosidade, que sb dos em casos especificos e por periodos curtos.! fe comerdio monetéria ¢ as medides de desindexa- srvengiio do petirio nas ges juridicas. A coresdo monetiria foi, como lembra Roberto As medidas de desindexagio constants dos chemadosplanos cecondmicos foram, por sta vez, 0s in economia ¢ de tentativa de restabelecimento do equi nas fases em que 0s programas de estabilizagao preter cchamada “reversio de expectativas” mediante 0 ‘20 menos, a redugao substancial da inflagdo.* Tais pianos sursiram, em goral, em momentos de crise em qite nao s6 a economia, mas a propria, m profimdemente abaladas, , de ums ameaga a orem juridica, pois a moeda pode set “portadora de uma violéncia a0 mesmo tempo que é a forma tes dessa violéncia”,” 4 Ha quarenta sob qualouer das s reficio a obra de Michel Aglieta © André Oriéan, A Vio lexi da Moet, bsiera, Si Pal, Brains 199,10 DACONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA” 7 inflagio far desaparecer uma medida de valor que & es- al 20 born fancionamento da sociedade, constituindo, a0 mi emo, uma verdadeira categoria do pensamento humano. Ex de politica monetiria que devem cone! edida do pos: interesse piblico e os direitos indi icando até, para certos autores, uma espécic de estado de sitio cco- uldade maior consiste justa- mente em encontrar 0 justo eaui indivi as também na adequada aplicasao da lei para proteger de modo eqiltativo os dircitos dos eredores e dos devedores, conside- rando tanto a efiiéncia dis medidas deficionéras tomadas quo maprevisbilidade dos seus efeitos 2 curio, médio e lon 9, & por este motivo que Henti de Page escreveu que: dépreciation de la monn e, elle pose, de Ix mani erve qui iss se console confit ign sp wut point des inté- ajustiga co- comum, de 10 contemporii- fe André Orléan que: “A perdi provoea, ao contrtio,a peda 2 qual acelera, por sua vez, movimentos espe- das inttsigBes financeiras icia depreende-se clam tum exeess0 qua eda, mas im enffaquecimen fia; uma pera de eapacidade de coondenagdo ¢as relagdes privadas. Para w do € simp pio daalia dos pr Hens de Page, Traité Elémentaire de Drott Civil belge 1950, p. 482. Aiigido a teora da imprevi- eto), v. IX, p. 185. No 58 ONOVO DIREITO MONETARIO-O$ PLANOS ECONOMICOS jculdade € pressemtida pelos economistas que Himlque Steen 60 strc omn's goal "Noatas vibes moaet: nada mais eram do que 0 meio de que se vale o economista para ldibriar 12, Cabe poniderar que os juristas no so tdo ingénuos e no fo- ram totalmente ludibriados pelos economistas mas, diante dos fatos ‘corridos, tiveram que se posicionar quanto A constitucionalidade, le- galidade ¢ equidade das medidas tomadas, examinando-as caso a «duo garantidos constitucionalmente, que nio poderiam ser retirados do seu patrimdnio, sem 0 devido processo legal. fizeram com que os magistrados Henri de Page, que as conseqi um pesadelo nao someiite paritos credores, m 15, Efetivamente, partindo de decisoes iniciaimente isoladas, em matéria de desapropriagao e em alguns outros casos, 0 Supremo Tribu- nal Federal consagrou a corregio monetiria nos alimentos € nos eas0s, de responsabilidade por danos materiais, cobrando, no Diagnéstico da s0 sentido, 0 economists Michel Aglcta © André Orlean afimam que “A n por uma cobinaya0 de sr Foruma reg quantiatvs arbi, Bun compomiso evolve ene ineteses ses de devedores, parcilmente contnidtriosesoilrios po. Voto proferido na ADin a, 493, in RT 690/187, 12, Henri de Page, ob. vets, p. 450. DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA" 39 Reforma do Poster Judicidrio que eleborou em 1975, providéncias do legislador para que 0 mesmo desse tm tratameato sisteratico adequadlo a a fim de evitar a pletora de proces- Diagnéstico salientou a necessidade 16. Na mesma epoca, 0 iat Baleciro salientou a ne- cessidade urgente de uma constrigao jurisprudencial q a corregio monetiria, por ele considerada como um verdad rativo ético ¢ juridico, 17, Em acbrdio-lider de grou, defi dinkeiro, superando a sua posigio an nistros 55 admitia por danos pessoais e nos casos de previsto legal expressa.!* . foi defininde mais adequademen- do, outzossim, a corregaio mo- sande. com $ qual a correso mo ém relagio 8 obrigegao 01 ) quanto as dividas de valor, a sua incidéncia independe de nor rma legal especifica; © inadimplemento transforma a divide de dinheiro em divida 60 ONOVODIREITO MONETARIO-OSPLANOS ECON .2) os débitos decorrentes de contratos ‘© 0 corresponden- mento sem causa do outro; ©) s corregéi incide desde o evento danoso até a efetiva reparago «do dano peto pagamento da incenizay 4) a comeydio monetiria deve ser a mais exate possivel. 2, Por outro lado, consagrouajrispudénca do Supreme Triu- nal Federal as seguint 4) pagal to emqueé realiza ») nfo I direito adquirido a um determiinado regime moneticio, aabrangendo tanto a unidade monetiria quanto 0s i nf podem prevalecer nos cots que et 21 dewto dese asco fidco enzo que devemos an to legislativo € eco 6s planos monetaries, que en: dos valores devidos, nas divi sem correo monetiria, ou seja, presumidamente com corre tria prefixada peles partes e embutida nos valores do débito, 2, O contexto dentro do qual ocorreu a regulamentagio legal DA CONSTITUCIONALIDADEDA“TABLITA™ 6 rips planos econdmicos, esclarecendo que: “A base técnica para a apli cago de deflatores, na conversdo de obrigagdes pecunidrias contrata-\ das sem cliusula de corveso monetiria antes dos planos, era a impre- Visibilidade do programa de estabilizagio. Presumia-se que, na contra- Lagaio desses valores, tivesse sito embutida uma taxa esperada de infla- icada pouco antes do pla- traia 9 ero a taxa de) tos produzides pelas fablitas que passaram 2 incidir em virtude dos zi “O Plano Cruzailo apresentou excelentes resultados por oito me- ses e 0 Plano Bresser conseguiu reduzit a taxa de inflagio a metade i nna Tabela (v. p. 127), Como © ONOVO DIRETTO MoNETARIO- OS PLANCS ECONOMICOS as perdas rimoniais dos evedores foram muito menores do que fregtientemen= te se ales, tendo sido praticamente inxistertes, no caso do Plano do o valor de seus crédi- ria compensé-los por 24. Pelas tabelas apresentadas pelo Prof. Mério Henrique Simon- sen, verifica-se que, enguanto @ inflagiio mensal era de mais de 20% 1986 intes em valores inferiores a 1% ao més, pas cnre 1% ¢ 2%, reduzindo-se a infagdo em cerca de 18% por caso do Plat mtigdo de entre 15% e 20%, 25. Howe, pois, uma situagio na qual niria, que infelizmente ja estava sedimentada na época, os credores in seriram ou embutiram, nos seus exéditos fu stia expectative de inflacio baseada presumidamente n0 ritmo alcangado pela in‘Tagz0 nos ‘meses anteriores, na ordein de 20%, e passaram a conviver com uma de- flagdo ou inflagao negativa, no caso do Plano Cruzado, ou com uma re- ducio substancial da inflagdo (de 25% 2 9,3% e 4,5%) no Plano Bresser. 26, Sendo essa a hipotese, caberia, no caso, a aplicagio da teoria ical, desde que evidenciada a presenga dos Fata sua ineidéncie. 4 fortiori, poder-se-ia admitir que, dai we das situagdes alcenadas por essa mudanga revolu- 4 monetéria. com uma ruptura ow alteragio radical 1 da inflago, coubesse ao legislador estabelecer normas com a com las prestagbes devidas a0 impede, assim, em tese, & lei de estabelecer tanto a reva- Torizasio de créitos, ia desvalorizagio, quando ce trata de ido que se destina a garantir a manu- tengalo da equapdo contratual. O que os tribunais puderam fazer, na alta da inflacto, aplicando 2 correcao monetéria positiva, o legislador tams- em relagdo 40s débitos de dinheiro, na fase de queda minando a incidéncia de wm deflator, sma conero moneéria negative cexperigncia inflacio- ow de uma rabiita, que const DA CONSTITUCIONALIDADEDA “TABLITA 6 27, Na realidade, 0 deflator s quanto ao indice de coresio mon to, Aplica-se a0 i podendo ser expl ide sobre o montante devid a corregao pi sivas quando determinado, correcio monetiria e muda, 0 indexador ou deixa de com- putar a inflago com referéncia a certo petiodo, como econtecet nos ceasos dos nossos varios Planos Econdmicos. 28. Na Argeatins, onde surgiv o problema pela primeira vez, em Virtude do Piano Austral, ha ampla jurisprudéncia e toda uma biblio- go monetiria, : Sane sep amano deel, -ngenhosa para este problema: mod snente a denominacio dos contatos preexistentes (que pessaram a va moeds),estabelecen-s para o seu cumpri gemento de 0,77 avstais” (in Perio Arida e outros, Inflagao Zero, Editors Paze Terra, Rio, 1986, pp. 54 ¢ $5), 64 ONOVODIRETTO MONETARIO-OS PLANOS ECONOMICOS Tegais para tanto. | 29. Ora, inexiste qualquer divida tanto no tocante 4 adogio da tcoria da imprevisio no direito brasileiro, quanto cm relago & compe- ‘éncia do legislador para fixar regras monetirias abrangentes, que se podem referir nao sé 4 emissio da moeda, mas também 20 seu curso legal foryado © avs indices ¢ deflaiores (que sio indices negatives), nas obrigagdes civis e comerciais, em decorréncia das mo- revisdo do contrato, em virtude de fatos imprevisi- is pelas partes, foram consagrados pela legislagdo bra- dos aposentados, aplie: Emenda Coustitucioual n, we de “teoria da imprevisio”, assume, portanto, a fungio de “conceit amortecedor”, que limita a aatonomia da vontade no interes- ‘se-da comutatividade dos contratos, com o fim de assegurar a equiv {éncia das prestagdes das portes, quando, por motivo imprevisto © ine- vitdvel, uma delas se tomou excessivamente onerosa 32, A citade teoris, mesmo reverenciando © (@ a Sia Tuptura, ou acomodagdo, na medida em que se rancial alterago na base objetiva do negécio,” abjetiva do negocio & DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA” “s cado das intengSes de ambos os contratantes, possa subsistir como re- sgulagdo dotada de sentido.” 3. No direto compsrado,encontrase a eora amplan dia ¢ incorporada ao sistema juri 36. Observe-se, para ilustrr, que, recentemente, 0 Cédigo de Pro- e Defesa 20 Consumidor (Lei n. 8.078, de 11.9.1990) garantiu to & revisdo contratual, quando houver modificagao das cl contratuais que estabelecam prestagdes desproporcionais, ou sua revi- ‘so, em razio de fatos supervenientes que as tomem exeessivamente ‘onerosas (att. 6, Y). 37, Também o Projeto do Cédigo Civil do Brasil, publicado no DOU de 17.5.1984, contempla a possibitidade de alteragdo da estrutu- ra contratual. para o fim de evitar a onerosidade excessive para uma das partes (arts. 478.4 38. A jurisprudéncia dos tribunzis e da propria administragio e ‘adotada pelo nosso «do um verdadeito principio ger que deve ser api idades, tanto judiciérias como adh nistrativas ¢ por todos 05 contratantes.” vi das Obrigapdes, 2 ed. Bi 95 ess; J.M, Otnon Sou, A Revsao Judicial dos Contrates eoutras Marcio Klang, A Teoria da Inpreiso ea sma, Buenos Aes, 19892 ¢ Phiadelpho Azevedo, Un Max Limonad, «3, p.622. Para jarspmadincia, REUAA241 @ 6895, 6 ONOVODIRETTO MONETARIO-OSPLANOS ECONOMICOS 39. Podemos até afirmar ter havido uma evolugao dialética ns ju- risprudéneia do Supremo Tribunal Federal que, inicialmente, accitou ‘de modo amplo a tecria da imprevisio, para, depois, afastar a sua apli- cacio quando as partes tivessem previsio a inflagdo. Apds a tese e a antitese, estamos agora na fase da sintese, ne qual o mais do pais aplica a teoria da imprevisto, mesmo quando pre\ io ¢ até criado peles partes um mecanismo de proteczo incidéncia, desde que a inflagio tenba atingido urn nivel as cldusulas de salvaguarda ndo tenham funci Atendeu-se, assim, a variagio quanti i ria parecer académica, no passado, iportdacia, com as sucessivas refor- 41. Nao ha diivida que, em certos casos, ings pe rer nao da inflacio propriamente dita, mas s ~aleangada, Foi 0 que ocorret io ano de Deascanje ‘a propria Re- ‘olugig de 1964, Foi o que aconteceu em 1979, justificando a organi zagao de uma verdadeira “economia de guerra”. €o que se repetit pos- teriormente nas vésperas dos Planos Cruzado, Bresser, Vero, Collor e ndimento consta do juilgamento do RE 8: } Turme, em 19 de junio de 1979, pelo ial o Excelso a seguinte: “Agao fiundada na teoria da imprevis2o ~Contrato de em- preitada ~ Auntento in vel do surto pouco depois da celebragdo do contrato; alteracao deste por circunstancias super- venientes ~ Jurisprudéncia do Suprema Tribunal Federal” © Supremo Tribunal Federal, em varios acordios, tem DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA" 6 — que “no viola a disposigdo de lei 0 julgndo que acolhe a eli si, 46, Vetitica-se, nos anteriores, a nazis, seja pelo legislador, nfo viola, em tese, a Cos contrario, € compativel 47. Nerificaremos, em para exereer 0 poder monetii inxlexag0, quanto a desi pronunciamento 48. Em todos os paises, cabe a0 Congresso Nacional, com @ gio do Presidente da Repiiblica, estabelecer as normas monetitias, abrangendo tanto a chamada moda de pagamento quanto a moeda de conta, que serve como unidade para fixar o valor dos débitos mas épo- cas de inflaio. ialmente, no Brasil, as moedas de conta f pelas partes, mas, na medida em que a politica monetaria de inflagzo e de reorgenizacio da economia 0 exigiu,, o Estado passou a defini, por ei, quais as moedas de conta (ow seja, 08 ‘a1 néo suscerivers de serem usa ado € extinguindo no s6 as unidades da moeda de pe- nbém as moedas de conta. 1 eprovada nos Estados Unidos na fase internos, «8 clausulas ouzo, valor-oura e divisas estrangeiras e até 0 68 ONOVODIRETTO MONETARIO - 0S PLANOS ECONOMICS pagameato em moeda trangeir, seja para defini I de acordo com o valor de moeda es- as moedas de conte que poderiam ser pradénclee pels dour? $2. Ora, nos termos da Constituiglo Federal vigente, como de ‘hormas constitucionais anteriores, a Unido Federal cabe nas referentes fi moeda, seje ela moeds de pagamento ou ‘moeda de conta, sem prejuizo de, em relagao a esta, poder admitir uma faixa mais ou menos ampla de liberdade das partes. $3. A Const oe de medidas, ttulos e gara de crédito, cambio, seguros e transferéncia de va. 22, Ammoldo Wald, Cldusula de Bscala Mével, 23. A autonomia do dieito monetirio uo Bra por Herculano Borges da Fonseca, conforme por es Financeiras do erent )ADE DA “TABLITA” ial, com & sangio do Press para o especificado nos arts. 49, da Unifio, espe- para legislar sobre iso VI) e politica de crédito (art. 22, inciso VII), a Constituigio reconheceu que a0 Po- der Legislativo Federal cabe estabelecer as normas referentes ao direi- to monetirio, abrangendo todos os aspectos inerentes ao mesmo ou wn 8) nfo se aplica, aos contratos anteriores com cldusula de corregao monetitia, indice que nao € de prego (ADIn n. 493); b) a politica monetéria nio pode ensejar a apreensio pelo Gover- 1no de ativos financeiros de particulares sem a justa indenizagao (deci sbes do Superior Tribunal de Justica e de varios Tribunais de Justica € Tribunais Regionais Fed: ©) 08 planos econ: 10 econdmico- financeiro nas concessdes e nos contratos-administrativos em geral, mantidermequagiorexistente eae as obrigagbes contratuals das partes, 0 ONOVODIRENO MONETARIO-OSPLANOS ECONOMICOS de tal modo que a variagao das mesmas nko Wva modificagao do neste sentido, afastando ta em virtude da natureza peculiar €) 4 lei monetiria no pode ocasi veres de um dos contratantes em fa 10 caso das rablitas, a Le inte de radic iat 0 contisco dos bens ou ha- 1 na époea na qual a legisla Pievisio racional da redugdo da in‘lagao, que, alids, ic ocorreu nos meses seguintes, embora nao se tivesse man- tido no longo prazo, ide da aplicagdo da teoria da Legisiativo, ¢ a competéncia le- testa examinar as colocagdes do em relagdo 4 sabliva. (ars 1151379), 458. 4 jurisprudéncia do Supremo ‘Tribunal Federal é mansa e pa- cifica no sentido de reeonhecer que no hi direito adguirido a um re- do Excelso Pretério, que mente mais de uma dezena de acondaos das duas turmas ¢ do pleno. Referem-se estes jllgados, de “modornats especifico, aos contratos previ i pagamento das aposentadorias ou das pensdes em salirios rninimos, DACONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA” 1 quando a legislagdo posterior (Lei n. 6,435/77) s6 admitiu que o valor das mesmas fosse vinculado & ORTN, depois transformada em OTN. oO, a existissem decisdes anteriores sobre a mos 0 levantanento sumério dos princi nado padrizo monetério, abrangendo tanto a moeda de pa- ro novo, cruzado antigo e novo) como a moe- no, ORTN, OTN, UPC, URY, UFIR ete.). smente, a Egrégia 2 Turmta do Supremo Tribunal Fede- ‘em 31.5,1985, o Recurso Extraordinirio n. 108.137, \do recorrente a APLUB ¢ Relator 0 Ministro Cordeiro Guerra, de- cidiu, conforme se verifica na respectiva émienta d0 acérdio, eda do pagamento das contrituicdes e dos bene; rivada tem o seu valor definido. to se fara sempre pela moeda definida peta lei do dia do pagament 62, No seu voto, apds tecer consideragses sobre a retroati ceito adquirido, o relator salientou que “Nao ha, porém, direito adquirido & percepcdo de beneficios com base em unidade de valor extinta por forca de leis de ordem pil (63. Transcreven, ainda, aligao do eminente Desembargador e Pro- fessor Galeno Lacerda, em voto pelo mesmo proferido no Tribunal de Justisa do Estado do Rio Grande do Sul, no qual afirmou: “Tenho opi- nido firmada a respeito do assunto, Entendo que os coutratos em exa- ‘me possuem prazo indete . 6.205 € 0.423 $0 de Direito dade, elas atrib 64, Em outro voto, ‘examinando as Leis de ns. 6.205 6.423, que mc de moeda de conta e 0 regime de indexacio, cor que: 72 ONOVODIREITOMONETARIO-05 PLANOS ECONOMICOS “Dispés 0 art. 18 da Lei n. 6025: ‘Os valores monetitios fixados siglo legal ou estipulapio de neg ico, da expres- so monetiria de obrigayao pecunidria somente paderé t ie bi variagio nominal da Obrigagdo Reaju ccumpre o dever elementar de ditar nommas de indexaga0 monetiis, no nao pode extinpé-lo de vez. nscendéncia de Diretto Pii- , sobre os contratos em curso, «¢, bem assim, sobre qualquer relagdo juridica de outra natureza, pi! ‘ca 0u privatda,niio ressalvada pelo novo text 65, Finalmente, 0 acbrdio do RE 105.137 invoca a ligio de Geor- ges Ripert: “Como disse Ripert, com absoluta propriedade, “a nove lei, que estabelece uma tegra de onde lerar que algumias con- vengdes continuem a aplicar-s, ainda que contririas & regra, ‘mas pode julgar. pelo contrdrio, que toda a derrogagao é ordem esta de comprometé-la, ¢ torna-se enti nevessirio rcliusulas cuja regulartdade era incontestével na época em que _ Joram aceitas pelas partes’. 7 “Quando a anulagdo é motivada peio esiabel novo regime econdmico, trata-se de uma nova Je, o Suprem Tribunal Federal afimmou: ia das leis monetérias; b) que abrangem a moeda de pagamento e a moeda de conta ou indexador; ©) que se aplicam de imediato;, TR 89, DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA' B como fator lice de variagio das clonal (Leis n. 6208175, “Recurso extraordindrio conhecido e provide para se julgar im-+ proceden jo STF ecisio, o eminente Relator, Ministro Sydney San- irsprudéncia, que se tornara mansa ¢ pacifiea, em ambas as Turmas, nos seguintes termos: ‘ad’, merece ser conhecido € de ambas as Turmas do Supre- com orientagdo oposta i do 105.322 (RES 118/ 107.512, 111.58, 110.930 (apenas para lembrar nto para julgar improcedente @ 29, ATI W207. 74 @NOVODIREITO MONETARIO- OS PLANOS ECONOMICS 930-1 "niu em 10.4.1987, que merece referé especial pelo amplo debate suscitado e pela riqueza dos votos dos ros, que, por maioria e com uma tnica divergéncia, con 70. © voto que veio a prevalecer foi 0 do eminente Ministro Syd- ney Sanches, designado relator para 0 acérdo, que transcreveu a me- Ihor dovtrine nacional e estrangeira, para conchuir pela vigéncia is ta das leis ‘em relagao 20s contratos em curse. Invocou, cialmente, a ligo de Vicente Réo, para quem: “(..) se uma lei pos- terior passa a atribuir « uma obrigagio aque dantes nfo pos- sl, de matéria de interesse social predominante, come, por exemplo, ssucedeu com os contratos de trabalho na generalidade das legislagoes, ‘a nove norma jt repita-se, de contetido poitico-ad- voltado para o in- as turmas do Supremo Tribunal Federal, referindo-se nio tao-somente DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA” 8 aos acérdios dos RE ns. 105.137 (RTJ 115/379) e 106.132 (RY 117/ 376), mas ainda aos des RE ns, 105.322 © 107.720, cujas ementas fo- ram as seguintes: cades conforme 0 valor do estabelece nova escala m tnhecido e provido em part to adquirido e ao efeit demes afirmar que se ton Federal, qu ia privada ¢ o sistema fin nhecidos pela 30, RE n. 105.322-4-85, Minisiro Soares Muoz. 18 NOVO DIRELTOMONETARIO~-0s PLANOS ECONOMICOS 74, Cabe, ainda, ssaltar que na propria ADIn n, 493 foi salienta- do que, no esse, 2 violagio do direito adquirido pelo legislador nio devorria da subs de um indexador por cutro, mas do feto de ter sido introduzido, pela lei nova, um indice que nao refletia a correcio monetiria, nem nela se enquadrava, por decorrer 0 seu cfleulo de uma 8 aplicades no mercado, que nada tinham a ver com a de corregiio monetari io da captagdo dos depésit s prestugdes futuras de contratos celebra- «os no passado, sem violarem o disposto no art. 5% XXXVI, da Carta Magna”.® 76,0 que se disse em telagiio ao indexador também se splice 20 deflator, que pode ser fixado para as divides de dinheiro, desde que por parte do legislador, desvio ou abuso de poder levando 20 co, ou violagdio de outro principio constitucional. tucionatidade das “tablitas” no legislacio foi promulgada e da inexisténcia, no direito brasileiro, de inconstitucionalidade superven islagio sobre a tablita foi pro- :mulgada, no era possivel prever quais seriam os seus efeitos e havia boa probsbilidade que, em virtude do plano, a inflagao perdesse a velocidade no somente nos primeiros meses que se seguiram a reforma monetitia ~ como efetivamente ocorreu ~ mas também no mé= dio ¢ longo prazos. 79. 0 fato de ser calculada uma redugio didvia, em virtude da fa- u ia tem de inconstitucional ¢ a inconstinucionalidade nfo pode ser declarada, com a devida vénia, com base na verificagio da ocorrén- cia de fatos posteriores exteriores a0 sistema constitucional vigente. 22. RT 601176. DACONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA” 7 lativas deftaciondirias. & de sua elaboragao e promulgarao, mas se al pelos seus efeitos no tempo. Seria 6 caso vido nap mudanga do texto constiticion ‘compativel com o direito co poder aedlo, em alguns casos especificos, paderia, eventual- mente ensejar 2 necessidade de revisio do contrato, com base na teoria ‘que corresponderia a um enriquecimento sem causa do devedor, 2. Da sistematizagio do direito monetério 10 se podendo optar simplesmente ‘como fiziam os autores mais ant A & primeira distingio & a teferente ds divi de dinheiro e aos de valor, jf consagrada nas legislapdes br: mentada pela jurisprudéncia e pela dout Felagao 4 divida de valor, no se pode admitir a manipulacto de b pena de violagio do direito da propriedade © do devido “provesso legal. 45. A segunda questio a ser examinada refere-se_aos |__exereicio do poder moneidsio do Esiado, que nio pode ~tizar x politica monetéria, pata exercer aulequada compensagio 20s titulares dos di do-se, desta forma, ao mesmo tempo, parie € juriica e attibuindo-se o poder de, unilateral seu debito, Raciocinio idéntico aplica-se aos contratos administrativos que gozam da protego constitucional atribuida ao equilibrio econdmi- conf 86. Nos débitos de dinhciro, pode o legislador interferir para ga- rantir, sob a forma de correcao monetiria ou ico de tablita, ou seja, da incidéncia tanto de indexador como de deflator, a equagio 34, A jursprudéncia sobre dividas de valor abrange numeresos acdedios do Supremo Tribunal Federal, entre os quais se destacam 0 378, 65/2 DA CONSTITUCIONALIDADE DA “TABLITA" ” financeira inicial do contrato, desde que de abuso ou desvio de poder por parte do k 87, Sempre que, dentro de um sistema, como o financeiro, 0 de seguros ou da previdéncia, for aplicada a mesma corregio ov deflagao as operagoes ativas e passivas das entidades que o integram, nao cabe- 14 a revisio do contrato, por nao haver, por parte da empresa do siste- ‘ma, a obtengo de qualquer lucro, jé que paga e recebe nas mesmas condigoes. 88, por este motivo que Mario Henrique Simonsen explica a este respeito que: “Se as tablitas dos Planos Cruzados ou Bresser, assim como as ddos Planos Veriio ou Collor I fossem desconsideradas, de modo a be- se comprove a existéncia 5 e eréditos prefixades de aproxtmada- lor: Como tal, nem foram prej *, que encolheram em ig te advertido pelo Banco igbes financeiras atinge as I le margo de 1974. 4quitagdo da grande maioria das obrigagSes por elas aloangedas, seria apenas um prémio aos eredores queixosos, que nem ao menos aput © mérito das queixas, pois o eredor queixoso talvez fosse devedor li- netados com correedo idéatice aquela incidemte sobre os seus passivos, sob pena de colapso do sistema. Trata-se de um dos efeitos reconheci- 89 ONOVODIREITO MONETARIO- OSPLANOS ECONOMICS DI CONSTTTUGHINAMDADE DA “TABLITA™ “ dos pela moderna teoria dos grupos de coniratos © das repercussBes que uns tém sobre os outros. Neste sentido, € preciso lembrar que, foi a necessidade de manter o equilibrio contratual dentro do sistema previ- rvengio monetéria do Estado na regulamentacio com normas de aplicagio imediata. E 0 que Alves, a0 afirmar que: 3s imerpostos de APLUB, os fundamentos para conbecé-los foram varios. Na realidade, o problema fore malcolecado. O que, em verdade, havia, era a Esp 263, 8 Tuma, 8 Conclusoes lor I: Wisp 16251, 3 Tuy re Min, Cot Let, LUU 2.5.19, 90, a) & tablita & constitucional, pois a sua aplica 10 exposto, concluimos que: ©) as medidas monetirias tém aplicagZo imedista e nio ha direito adquirido ao regime monetério vigente no momento em que ocorreu a cencontra-se no plenitio do Supres Recursos Extraoriniios ns Bo nosso parecer. ‘Sao Paulo, 31 de agosto de 1995.” 36. Vito doM 37. NOTA: pen 2 2 Seca Zi0 dos Planos Bresser ¢ Collor 1, wos contratos firmados ‘as foi embutic a expectatva de fafa fata isto Moreira Alves na ADIn n, 493, in RT 690/189. Entendeu-se que o fator de defiagio instinuido teve por escopo eliminar ox efeitos, sobre tis ajustes, da brusea rego do surtoinflactondrio provocado pelas ‘medidas eccnémieassdotadas, e assim, rstabelecer a comutatividade contratal ¢

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