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Quesitos

Diversos elementos fazem parte da caracterização de um desfile de uma escola de samba, sendo alguns deles quesitos aos quais os
jurados devem atribuir notas. Outros, como a ala das baianas, porém, não são avaliados como quesitos, mas podem ocasionar perda de
pontos para a entidade assim mesmo, caso não sejam exibidos.
1 - Comissão de Frente
É linha de frente da escola, primeiro grupo de integrantes a desfilar, sendo isto uma condição obrigatória. Consiste em cerca de dez a
quinze pessoas que realizam uma coreografia, introduzindo o enredo. À excepção da comissão de frente, não há nenhuma outra regra a
respeito da ordem dos elementos durante o desfile escola da samba.
2 - Alegorias e 3 - Adereços
O quesito alegoria trata de carros com eixo de ferro, repleto de esculturas de madeira, plástico, isopor, entre outros materiais,
decorados de forma a representar os elementos do enredo.[44][45] No Grupo Especial carioca, atualmente, as alegorias não podem
ultrapassar oito metros e cinqüenta centímetros de largura e nove metros e oitenta centímetros de altura. Diversas pessoas costumam
desfilar em cima dos carros alegóricos, sendo aqueles que ocupam os lugares mais altos chamados de destaques.
O primeiro carro alegórico do desfile é chamado de carro abre-alas, e na sua parte frontal costuma vir o nome da escola, de forma
estilizada.
4 - Evolução, 5 - Harmonia e 6 - Conjunto
Evolução é um quesito onde é julgada a velocidade e a forma como os componentes da escola de samba desfilam: se estão dançando
animados, girando, se movimentando, e se passam de modo compacto, próximos uns aos outros, de modo que quem estiver olhando
de cima tenha a impressão de que a escola seja um corpo único, uma fila contínua. Não se exige que os componentes sambem, mas
estes devem se movimentar. Costuma-se penalizar escolas que sofrem alterações bruscas na sua velocidade de desfile, ora desfilando
muito rápido, ora muito devagar.
No quesito harmonia, é avaliada a interação entre o canto do intérprete oficial e o dos componentes. Escolas onde os integrantes não
cantam o samba, ou cantam mal, recebem notas mais baixas neste quesito.
Já o quesito conjunto esteve ausente durante muitos anos, sendo trazido de volta aos desfiles cariocas a partir do ano 2000. É na
realidade uma vista geral de toda a escola, de forma uniforme, onde um grupo de jurados avalia por alto toda a interação entre os
vários quesitos.
7 - Enredo
Sendo uma característica dos desfiles, o enredo, costuma ser escolhido no início do ano, logo após o carnaval, sendo válido para o
carnaval do ano seguinte. Nesse meio tempo, a partir do tema principal, os carnavalescos devem escrever toda uma sinopse, que
guiará a fabricação das fantasias, alegorias e a composição do samba-enredo. Nesse quesito, os avaliadores devem julgar se a escola
explicou bem o seu enredo durante o desfile, a partir desses outros quesitos. Também é penalizável quando a sinopse, quando é
dirigida aos jurados, tem algum erro de informação, ou quando há o erro na apresentação, seja pela sua ordem, seja por sua carência.
8 - Samba-enredo
Deve-se avaliar se o samba, além de contar bem o enredo, tem boa melodia e uma letra de características interessantes, musicalmente
rico, e sem vícios de linguagem ou erros de concordância. Sambas que não possuem esta característica costumam ser penalizados,
recebendo notas menores. O samba de cada escola é escolhido após uma disputa interna na escola, onde sambistas ou grupos criam
seus sambas, baseados no enredo anteriormente definido. Após se inscreverem, concorrem entre si, e durante vários finais de semana,
alguns vão sendo eliminados, até que sobre apenas um samba.
9 - Mestre-sala e porta-bandeira
Casal de Mestre-Sala de Porta-Bandeira da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2006.
O mestre-sala e a porta-bandeira são um casal que executa um determinado bailado especial e deve apresentar com graciosidade o
pavilhão da escola. Suas fantasias assemelham-se a trajes de gala típicos do século XVIII, porém "carnavalizados", ou seja, com uma
quantidade exagerada de cores e enfeites.
Em determinado momento, durante o desfile, eles param em frente à cabine dos jurados para apresentar sua dança, onde são avaliados.
É proibido que os dois dêem as costas um ao outro ao mesmo tempo, e erros como a queda de um chapéu ou um escorregão podem
render uma perda de pontos preciosos.
O termo mestre-sala parecer ter vindo dos bailes carnavalescos do século XIX, nos quais havia um profissional responsável pela
organização do salão que era denominado de "mestre de sala" ou "mestre-sala". Com relação à porta-bandeira o nome foi uma
adaptação natural do antigo "porta-estandarte", personagem, geralmente masculino, que carregava os pesados estandartes dos grupos
carnavalescos brasileiros.
10 - Bateria
É uma espécie de orquestra com instrumentos de percussão, que devem acompanhar o canto e conduzir o ritmo do desfile. Quanto
mais rápido e em ritmo mais forte a bateria toca, mais rápido os integrantes costumam desfilar, havendo portanto uma associação vital
entre este quesito e o quesito evolução. No Grupo Especial carioca, cada escola possui, atualmente, uma média de 250 a 300
instrumentistas. No quesito bateria, devem ser avaliados "a manutenção regular e a sustentação da cadência da Bateria em consonância
com o Samba-Enredo; a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos; a criatividade e a versatilidade da Bateria".
Costumam fazer parte de uma bateria de escola de samba os seguintes instumentos: Surdo de primeira, surdo de segunda, surdo de
terceira, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca, agogô, reco-reco, pandeiro, e prato.[58] Há variações nesta composição,
por exemplo, a Mangueira não utiliza o surdo de segunda, só o de primeira,[59] enquanto o Império Serrano dá destaque aos agogôs.[
Nos anos 1960, surgiram as "paradinhas" do Mestre André, famoso diretor da Mocidade Independente de Padre Miguel, que, na
verdade, foi o criador deste "efeito musical", que acontecia durante o desenrolar do desfile, em determinado momento, geralmente
quando era executado o refrão do meio, subitamente parava de tocar, deixando o samba só no cavaquinho e na voz dos componentes,
para retornar em seguida, de modo surpreendente e emocionante. O efeito esperado, considerado belíssimo pela crítica, é também
arriscado, pois aumenta as chances de que o samba "atravesse" (termo utilizado pelos sambistas para designar falhas, geralmente
graves, cometidas pelos componentes da escola, que retornam no ponto errado da letra do samba em detrimento dos demais que estão
cantando "junto" com o interprete (puxador) da escola.

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