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LINGUAGEM & CULTURA Thos em cattoge Golria om Code, Jrusa Pees Fert Mercsm © Flats ds" Tinguogom, Misa Babin {ingae m; Progmaics« leolep Cates Vor rig" Fido om Sic Pao Produsco © Comune tmpisa, Teesnha bo Vampire ao Cale: Una Leura da Obra de Dation Trevis, Beta mae ” wi Past, Aeauinade: Une Letra da Obra Petia de Mio de Andrade Fata” Modenio, Maca Céba de Mores Leo Princ Joma Inpeinente « Obscene Paes Feria ¢ Lala Wa tha de Merapad: Marlo de Andrade 14 oF Hipanvdmercenoy, Rabi ideoorata em Videos, aio Plaza Podicar em Confronto: "Nove Nevers” ¢ @ Novo Romane, Saaiea Nica A CULTURA POPULAR NA IDADE MEDIA E NO RENASCIMENTO: (© CONTEXTO DE FRANCOIS RABELAIS DO MESMO AUTOR, NA EDITORA HUCITEC Marsismo ¢ Filosofia da Linguagem Quesbes de Lisrarua e Esttica (10 pelo) MIKHAIL BAKHTIN A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de Frangois Rabelais ‘Teadugto do Yara Frateschi Vieira EDITORA HUCITEC i: ered Bras So Paulo, 1987 ge te a SANZ er th fo i pe en Fes i cas ae Yang ey ee ee Be Base Girma, ae EEA Ss lee a 9) Brasil. Telefone: 11) 61-6519. Sot 2it Oia |ato ets (Copa: Lats Dias, EDITORA OhivERSIDADE DE BRASILIA 6 DE ‘Camus Universo — asa Nore ‘310 Bla, ise Feder Dados de Caalopasta na Publagto (Ctr) Tnermsonal ‘Ciara Brass do Lio, SP, acl) ee ire ee ander | ung tte Mina sbi, 1981978 [ees ae lt Hee, ey setae Fm Ranta and "Babues Wao ae Ya intact Vitra ~ Si ane | HUCHTEC ; eda ‘Editors da Universidade de Brasilia, 1987. a (Cneuagem © etn) |, Qilura — Hila — Sécula 16 2. Rabelais gots) "Catan eeepc 8. ‘Sita = ats Wo ser. Tito it Sére. Indices para extogo semi ultra Séeuo 16+ Ms 809 ge Mise 909 5 e Ismy 8527100193 Hciee Foto o dept eg SUMARIO. Introdupso APRESENTACAO DO PROBLEMA 1 Capito Primeiro RABELAIS E A HISTORIA DO RISO 31 Capito Segundo 0 VOCARULARIO DA PRAGA PUBLICA NA OBRA DE RABELAIS 1s Capitulo Tercera AS FORMAS E IMAGENS DA FESTA POPULAR NA OBRA. DE RABELAIS im Capitulo Quarto © BANQUETE EM RABELAIS 2 Capitulo Quinto A IMAGEM GROTESCA DO CORPO EM RABELAIS £ SUAS FONTES 268 Capitulo Sexto O“BAIXO” MATERIAL E CORPORAL EM RABELAIS . 323 Captito Seino AS IMAGENS DE RABELAIS E A, REALIDADE DO SEU "TEMPO 385 vin ine ace amen hr ae Tama i Insroducao APRESENTACAO DO PROBLEMA No nosso pais, Rabelais & 0 menos popular, © menos estudado, rnenos compresndido.e esimado dos grandes escuores da hteratura mundial NNo entanto, Rabelais oeups um dos primeios lusares entre os autores europeus, Beliaki" qualicouo de génio, de "Voltaie” do Sculo XVI, ba sua obra como uma das mlhores de todos os tempos. Os especalises europeus costumam colocar Rabelais — pela forca de st sia ede ua are, e por su importinca hisxica — edie tamente depois de Shakespeare, por vezes mesmo 30 seu lad. OS romantieos tranceses, peieipalmente Chateaubsiand Hugo, classi feuramno ene os mais eminentes génios da bumanidade de todos ‘0s tempos e de todos os povos. Ele foi considerado,e nda o &, nfo ‘penss como umn eseitor de primexo plano, no setide prdprio do termo, mas tembém como um sabi © um profes, Eis um julgamento ‘Spnifiativo de Michelet: "Rabelais ecoliea sabedoria na correne popular dos antigos dial ‘os, dos refroes, dos. grovérbios, das farsas dos estudantes, na boca dos simpler dos loueos "hanes aes lio spaccem com fod» grandee o ia do sézulo e sua forga proftea, Oude cle nbo chega a descobrir, cle entree, promete, diige. Na floresta dos sonhos, véemse sob cada fotka os trutos que cofheri 0 futuro. Este livio todo & 0 ramo de TEvidentemente, todos os julsamentos ¢ apreciagies desse tipo so ‘muito relatvos, No pretendemos decidir se & justo colocar Rabelais 30 Tado de Shakespeare, acima cu abaixo de Cervantes, ete. N3O sang Vion (IBUIBA Sera ron de Alte rosa de Mice: Mute ae Fron, Ed Flammarion,» 1X, 86, 0 rao de ‘ura praca ue » Sia cofau » Encas Nat chats, os hie 20 00 1 iin. eons gu ap ee cine secure came ot i See eSis ems arn nireee iamenaa influis pederosamente tates apres Sram ghee cs elect nae sees ical nett eM Smt, or ‘sane se Teele ta ae fe dere fet Pid panar aban ee Sees mn Lae ra Rab ol ei i reat ined Rig ce Se ‘Target mamene eb oe bre sso Shuts Svante mein nee Sr a nin ha Geren tees Raul da pea ove come artnet sen Bai arte omen di fret, Ma Rael Ie itn eu a ome ge ‘in in ce aaa se gion ene noses Foe a ate a ee ae rec Ras so ee Sir gue Sc Sn Gm we rs dx 2 as do ri aero sila Mera poplt, io pesamene foscs quatro scales de evlagso err goe te nos apfesentam no Indes & nents de afniades,enquano que ar mayen de Rabelas tao perfeimente poionadas lor da evlupae milena da el ‘era popir Se Rabults € 0 msc dos autores clissics,€ porge eng, ya ser comprendido a teormilagao radical de foe at coneep- Ses atcat e ieolies, 8 capacicade de deface de ruts SNteacas do gosto hterino profuadamontestaigass, a revsao de ‘ne inidad® de noyoeec,sobretudo, una investigogfo profunda rns dicta Sn ropa ue om mo po © lo spericalmente explora 7 ‘cafe, Rabelais & die. Em compecsag, a ua obea, se coave- sientemone deciads, permite mina a calor chien poplar iris mignios, da gual Rabelais foo emioens pot-voz na Hert Lire Attn, fonance de Rabelais deve ser a chave do eplénidos Sanfurioe da obra mica poplar, que permanceeram quase incom fresno © pouco explorade, Ass &e aborios, fundamental st eta cave : ‘A presente introducao propée-st colocar o problems da cultura amish popslr na Tdade Mia © no Reasciment, scr sue iment prevent crater ia ‘Como ji observazon © #80 populate Sua fois contiuen © camo mats exbdado da crisp populer. A coneepdo eset do Sarde popular ¢ do foldore,nisede na epoca prezomatie ¢ conchida tsencsimente por Herder e os romintins, exc quate iene en pectin de pa poles 9 hemor Popul em toda tigess des suas mandeaagehesNem memo {Gtormente or epecalias do flor eda histor Tera eomtde- ‘ara hurr do povo na praga publica como um objet dign {Studo uo ponto de vse curl, worn, flee ou lero Entre as vumersas invesigagbes lees consaradhs 208s, snios¢ ae obras populares lnease epics, 0 so oeupa apenas um Tiga modesto. Mesto newas coded, a naurea expetica do £30 Youar aparece ealmente deforma, porque one spcade is Enogses que Ine so alels, uma vez gue se formarsm 0b 0 dominio ext de wc utr tmpon mech 0 fee Permit alimar, sm exgery que a profende oiiealigne da ania fultre comics popular nso faint revelada No nant, sur ampliude e inportinca bi Tade Mésia © no Renascinent' ram conldeavee, © mundo ifn ds [ormas mmanfestagdes do so opunhase & cltra fil a0 tom serio, rl fos e feudal da Epo, Deira tna vraag, ett formas € franfstgoes ay fentas publics cernveleset, c= fot @ ‘icon tspecinis 08 bufOee Talos, ggmien anes © Ne ‘pathagos de diversonestils ¢ categoria, a Teratura parédica, vasta mullforme, ete. — possuem uma unidade de estilo e constituem partes eparcelas da cultura cdmica popular, principalmente da eultra ‘Samavalesca, una © indivi ‘As miltplas manifesjacdes dessa eultura podem sabdividise em ace grandes categorias: 1 ls formar dor rita expetdculo (stejos carnavalescos, obcas ‘micas Fepresentadas nas prages pleas, et); 2. Obrat cdmicas verbas (inclusive as parbdicas) de diversa natu se ols escitas, em lati ov em lingus vulgar; 3. Divers fornas e gerevos do vocabuldro Jamar e grosseiro Cinsutiog,jramentos,blasdes populares, et.) TBssas (és calegoras que, na sua Reterogenédade, refletem um mesmo aipecto cdmico do mundo, eka extltamente interzlacio- fnadas e combinam-se de diferentes maneiras. ‘Vamos defini previameate cada uma das its formas. 0s fevejor do cateaval, com todos of ator © tos chiens que ‘les igam,onapavam Un ugar muito importante ne vida do bomem Inedival Alem Jo camavals proptiamente dion gu era acomps- Ihados de atos« procistdescomplicadas que eacam as pragese Tuas dacane das ltrs, elebegvam-se tambem a "sta dos tlos" (Gestastutorum) ta. esa 00.2800" extn fambem Um "80 pascal” (ris paschlls) muito especa ive, consagrado pela trae Eo Atcn dco, quae todas a» fevas religions posta um axpecto ‘Sonco popular pblico,consaprado também pela wadigao. Era © ‘ai, por exemploy das “isk gmplo", habiualmente acompa- shades de fas com s0u ico -corijo de fetejos publics, Gurante ‘or quan se enbiam gigantes, andes, monsos, e animals “sibios") ‘A rspreventagio dos mitris esr dava-se um ambiente de cat= fatal 'O mesmo ocoria com as fexas agricola, como a vindina, ue Se celebravam igualmente nas cides. 180 acompanhava. asim [ccrimbnias eos tos civs da vgs cofane: astm, os bufles © os “Sobos" asisdam smpre fs fanger do cerimonial série, parodaedo seus sos (proctamagao dos nomes dot vencedores de tones, cer Ininiae de eatega do dteto. de varalagem, hniisglo Jos novos Caaleros, cic). Nenbuma fest se reaizave soma ttervensHo. dos Slemertos de uma organizagdo cdmica, come, poe exemple, eleigio inhas e res “per rit" pars pevodo da Teividade, ab coke oye enact pane ic ape entavae ma deren aotvel uma derenga Ge prio, poder tow dace, en regio" hy foray docile © ts eetmonss fica ‘cas da igeja ou do Estado feudal Oferecam tna visio do mundo, dio homem « da flocs homanas foaimente eiereme, deiverada” ‘ inene nG0-ofiial, exterior &uteja © 20 Estado: parecam ter cons truido a lado domundo ofl, um sepuido rand w ‘ida quas-OF Tomens-aa ade Meds parenam e tenor proporglo, eos qs eles vivian em ocaies determinadas iso eva uma spice de dualdade do mundo e cems qu, sem levila em considera, nip se pod comprecner nem s cons Ciénia ultra 62 Idade, Medi nem a civiiaglo rence Jgporar ou sbestimaro so populrnaTdade Mécia derma tame ‘uadrocveativo sic da cultura europa nos szuos segues. "A dualidade na percepeto do mundo eda vida humana je exisia 10 esis anteroe dx ilzagiopriniva, No folclore dos povos Primitives enconr-se,praelamente ao clos seas (por sua org Sizagto e seu tom, wcxiscacin de cull cbmicon, que convert as ‘Sivindades em objtos de bara blasfEmia (iso etal"), pall: spel aos mos sos mits cicoselajuoos;praeamente 003 er, seus ating pans, Ha pouea tempo gue os especial fokorecomegaran a interests pos rts mits cb etn, ay caps riavvay, demo de um reine social que ado. conbecie sina nem classe em Estado, 08 aspeton séton € cos da dvindade, do nusdo ¢ do homem eram, segundo toss ‘@ inlcos,jgualmente sagrades e igualmente, poderiamos dizer, “oi. iss, Essa caraccrisoa persste as vezes em alguns rigs de Spocas posterior. Assim, por erp, no primi ixado romano, durante {Deniménis do tunfo,celebravisee escunetin-se 0. vencedor em {ial proporco: do mesmo modo dcante es Toneais choraa-e (ou felebravarse) eridiculrizavate 0 defnto, Mas quando se etabelece ‘regime de dasses o de Estado, tornace imposivel outrgar diets faa © ombor ov aipecoe, de modo que ne formas comics — ‘gues mai cedo oatas mais tae —adgizem um carder aio- ‘fil, su semido'mocifcars, els complicam-se e aprofindamse, para tansformarenvse finaimats nas formas fundamentas de expres: Ho a sesagto populat do mundo, da culls popula. £0 cso dot fess eamnsvaieces no mundo rligo.sobretedo as salusas roma as, sim como os carnavais ca Idade Meda que etd evidentenente Inula dsantes do rsa ival que a comumidade primis cone Ova sho as carat Seas dat formas dos Hose tseloeehmicos da ade Média e antes Ge mas nada, ql € 3 fue turers, if 6, qual €0 seu modo de exstenca? Nio se teas atwramente de itn regieos, no. gino, por sxemplo, a itugia city 8 qual les e elaciontn po lage sen * Veamt a ierentsins aie don win sos « a rete seen sca oben de Es Maen 4 orig da pop bare, SoBe nen) cl ios distantes. principio cOmico que preside tos tos do carnaval, livers toiaimeate de qualquer dogmatsmo religos ou ecliatcn, se metho she « ss he ai die snplcanete Se dos de carter migicd ou encanttrio (nao pedem new eigem dg), Ain os, cn orn carseat een ne SED Piao culo telioso, Todas owas formas s8¢ decdamente ‘trie. Iejae 2 relgo. Eas petencem hese pal da ida coudana, Por seu carter concreto «semivele gagas a um poderos elemento 4 jogo, clas estto mais relacionadas ds formes araicas¢ anima: or indgens, ou Sj, formas do. tetra. E 6 verdade que as Tormas do espeticul testa na dade Média so aproxinaners ts essinci dor camavais popuazes, dot goals eonsiuam ne ce Ponto ums pare. No entato, © cic dete cultura, to 6 0 cama Yl, nio € de maneia aluma a forme puramente esta do clo tet, deforma ger, no ete no dominio da ane Ei 6 sie ream tos Na ae ‘id apreseniada com os elementescaracteistics de tepesenagio, Ne verdad, o carnal ignora toda dotngfo entre stores « epee. tgdotes, Tembém ignora o plc, mesmo au sa forma esbronsda, Pos o paleo teria desta o carnaval (einversament, « ertlgso palo teria desta o espericlo testa). Os espectadones ho ite so car deo om ma tz Gi aa fl sn ature existe para todo povo. Enguanis dra'9 Cruaval ie ener ose yam oe gene a ee eta, pols 0 carnaval no tee neahima tronteira lps Dantas 2 realizado da festa 6 e pode verde condo coin soso Tes 4 leis da lberdade, O carnaval posal um carter univer, ane sstado peculiar do mundo: seu rnascimento ea sa forego, do sss pactcpa cada indvdoo, Essa € x propia esencia to cavawe € 0s que particpam dos fests sentem-0 intensancate, ‘A ita do carnaval fi percebia e masierouse de ance muito seosivel nas saturnais romanas, expementadas como um clone feivoc completo (embora provisrs) 20 pais da Idode Se Ouse Re trades das satarais permaneceram vivas no carcaval’ ca Tage Média, que repeseniou, com maior pleude e potsss do gue outs {ets mesma epoca, asin do renovagio tnivenal Os outros ed sea o carnal no ea una fxr si erat ra. mas yrs forma concreta (embora provlsria) da prope Wi que néo era simplesmenterepresentads no paleo, antes, pelo contri, ivida enquanto durava o carnaval Isso pode expressar'ce da teguig sandra: durante o carnaval é a pr eta (Sen cen sem pale, sem ators, smyespecesiors Gang, Emo» albus eye Ge indy epee eat forms live da sua vealiacio, sto ¢, 0 su proorw reason ‘enovagin sobre melhores prinipins. Agu a forme cena da vida & 406 mssng tempo sun formalde! reseed ( bulbes © bobos sto as personages carctrisicas de eutura ‘mia di Tdade Média, De certo moto, cy veiculos permanence compra do principio carnvaleco a vida cotiana (agela gus se desenoieva fora. do camera). Os bafes ¢ oben come See lo bobo Triboule, que atava na cre de Francico Ife gue também no romance de Rabelais), nio eram stores que dein. Fenkavam seu papel a0 palco (4 semelhanca dos comedantes que "as tate intepretariam ATlequim, Hats Wurst, et.) Plo contsso, eles contnuavazn sendo bufdes e bobos em todas as vteannéncu ¥ida, Como tas ecarnavam una fora expe da Wd, 4 meme tempo real e tea. Stuavam se na tronic ene 4 Mia © 3 ane {numa esferaintermesiéra , em personagens exctarces ov caps ‘dos nom ators eB [Em resamo, durante o carnaval é a propria vida que representa, € or um certo tempo o ogo se transorata em via ral Eos ¢ mas ‘xa espefica do carnaval, seu modo particlar de existe (© carnaval € a seyunda vida do povo, baeada Wo ncpio do ‘so. sua vido festva. A leia és propredade fontametal de ‘odds as foanas de rts esperzctas somes da Toaae Malia Todas esas formas apresenavam um clo eter com a iss sligioss. Mesmo o carnaval, que nio ennciia tom nentum flo de Inséra src, com nenhume festa J ant, redline to ites dias gue precediam a grande quaresma (Gai os nowes recess de Mardi gras ou Carémesprena 208 pass permincay Se Fast recht). lo genético que une esas formas aos exes papas spicols da Amighdade, © que incluem no sc rival @ eee simica, € mais esencil ind. As fesividades (quilguct que seja 0 seu tipo) so ums forma ronda areata eiviitagio mumaca, Neo ¢ prosen osc "as nem explic-as como um produto das conics e faded pitas Jo trabalho coletivo nem, interpreta aay Vulgar ina, as necesedade biolgia (voligica) de descano pein: As oa {eate tram er um cineoo enc ot set ed xprinware sempre ua concepgio do mundo. Os “exert” de ‘hulanenacio © speifiigoamento do proceso do tribalao anti © “Joo no trabatto”, 0! descanso ous trgu mo trabalho sanes "Facil ls Fal era oto ote de Frat XI He pants wpetanee en Ribas ca sae Je Tole AT aca 7 seam Saas fa regs Sah oa Teas ania nee ea Ne et Se Ae a ee Se a an ds el sk Sesion ‘Sctanadh np om ang mata es a htt set cc bee at sia ma er aii sea i a ee oa ern Ses Se aces oe tart ger ae Scan eo an ue de ae bere nln le et iodceie Rots patio nabs seat ca mrs ota pet fas Seca we an re Nestea eine conn ies cal Wo emt ieee ee wese ease eo cis Sts nS et ‘ee Sateen Re es Sen nce Seg i er a See ft cat Capp a i Oss taunts ans Dees hia eka de eee oe So Re a ee es Sauber diet eg sce» me Sines ape apa ein nn re ee sree tne eer ner eat ina nt le neti tty Se ie a ec at Serres Set tec go ay UN Sa ines hres‘ i a le Se Roce Sas we ath Se is en sa Se sre ket selina ia as we ight SREs Se lt see See tm ar sete SSE GoTiae ee nai LOD ear Teo, 8 ds sarodacia © enovagSes. Opusa-se a toda perpteaso, a ado Apelekaanen een, apne pam ada "A sboigio das relages ierrquicas posuia una. sipitcasso mmo ep Safe osa, cence tgs eng {5s destgcavamaelntencionslmene, cada petonsem spresetave se com sini dos seas ils, aus ¢ fungoes ceupuva Tuga ‘eservado para o seu nivel, Ess Gta aba por finaiade a cote. ‘rio da desipuidad, np conto do ermal, em que toda era, {Gumi onde feinava una forma especial de cottato wre ¢ fenilar enue indvidvos gormalmentesepaados na vida coda peas bar= fois inrayponivels sua soni, sua fotuna, Seu eaprege, Huds e nga fara Conirstando com a xeepclonal herarquzagdo do rege feudal cm sa extrema compartimentardo em estas «corpragies aa vida sind ccna os a de may Uo ao rhsvel(hegativo) tomme-se un Te 0 so popular ambivalenis expressa uma ‘pinigo sobre um mando em plena evelugéo no qual esto Inculdos (08 ue view. ‘Devemos assinalar especialmente o carter utépico © o valor de concepeio do mundo dese risa festivo, drigido conta toda superio- ridade, Ele mantém viva anda —- mas com uma mudangs sobstancial ‘como exiia not antigos is limitados desapare- ‘eta, © apenas subsistem os elementos humanos, uriveseis tépicos ‘Rabelais foi o grande pora-voe do riko camavalesco popultt 2a Iieratura: mundial Sua obra permite-ns penetrar na natureza com plexae profunda desse rs. (0 prableme do riso popular deve ser colocado de mantra conve- niente. Os estudos que Ibe foram incorrem 10 et de rmodersizi-lo grossavamente, inerpretando-o dentvo do espito da literatura cémica moderna, seja como um bmor sstirico negative (Gesjgnande dessa forma a Rabelais como auior exclusivameate sai ico), seja como. um nso alegre destiado unicamente a divetic, igavo e desprovido de profundidade e forca. Geralmente seu cardtet ambivalent pasta despercebio. ‘Passemos agora & segunda forma de cultura cémica popular: as obra verbais (em lingua iting e vulgar). Nao se trata de foclore (enor ‘igumas dees obrat ean lingua vulgar possam. ser consideradas asim). Esa leratara esté imbuida da concepcio earnavaleca do ‘mundo; uiizava amplamente a linguagem das formas caravalescss, eseavelviese a0 abrigo das ousadias logitimadas pelo carnaval e, 2a Imalocia dos casos, estava fundamestalmente ligada aos festejos de ipo camavalesco caja pare literéria costumava representars Nessa iteratura, o rso era ambivaletse fstivo. Por sua ver essa literatura ‘era uma literatura festivae tecreatva, pica da Téade Mi "HE dasemos que at celebragdescarnavaless ocupavam um impor- ‘ante lugar na vida das povoagses medievais, inclusive do ponte de visa da sum duraglo: nas grandes cidades chegavam a durar és ‘ses por and no total. A infuincia da concepeio.carmavaleca do 2 Una step aeslogs se oberava ma Roma ani, de 5 uses at surat vane & Heras comic, 4" mundo sobre a visio ¢ 0 pensamento dos homens era radical: obrige- varos a renezar de certo modo a sua condigéo social (como moage, clérigo ou erudito) © a contemplar o mundo de uma. perspective ‘sémice ¢ carmavalesca. NEo apenas os escolaes e os clrigos, mas iim os cession de aa hari ¢ os dus tlogns perm mse clegresdistragdes durante as quaisrepousavam da sua pi Bravidede, como no caso dos “jogos monactis” (Joca monaconem), Htulo de uma das obras mus apreciadas da Idade Média, Nas suas clas do sibs escreviam tratados mais ou menos parédicce ¢ obras Sémicas em lati. ‘A literatura cdmica medieval desenvolveuse durante todo um milénio e mais ainda, se coosiderarmes que seus comeyos remontam Antigiidad> erst. Durante esse longo period, esa Beratra sfreu, brvidentemente, udanges muito. sbbstancias (Imenos sensei, con- tudo, na literatura em lingua Tata), Surgiram géoeror diversos & varagbes estisticas. Apesar de todas as distingbes de época © de nero, esa Hteratura permanece — em maior ou menor medida — 4 expressio da concepcio do mundo popular e carmavalesca, € emprega, portant, a linguagem das suas formas e simbolos. ‘A literatura Taina parddica ov semiparidica estava extremamente funda, Possuimos uma quantidade consideravel d= manuseitoy ‘os quais toda a ideologia oficial da ipreis, todos os seus sites s80 Aesertos do ponio ée visa cOmico. Orso atinge as camadss maq alts do pensamento e do culo eligiow, ‘Uma das obcas mais antiga e otlebres desta literatura, A cea de Ciprido (Coena Cyprian), wavestia sum eeprito carmavalesco toda 4 Sagrada Escritura (Biblia e Evangelhos), Essa parédiaestava auto- Tieada pela tradigto do “riso paseal” risus paschalls) livre; nea encoo- ‘ramos cos longinguos das satumais romanas. Outrs obra. muito antiga do mesmo genero, Verglus Maro grammaticus, 6 um erudilo tratado semiparédico sobre a gramdtica latin, 20 mesmo tempo que uma parédia da sabedora escolistica © dos métodos cicntfices dos ‘comegos da Idade Média. Estas duas obras, que se stuam na con- ‘éncia da Antighidade e da Tdade Média, inauguram a literatura ‘mien medieval em latim e exercem uma inludrcia preponderante ‘sobre suas tradigSes. Sua populridade persist quase até a época do Renascinento, Posteriormente, sargem duplices parédicos de todos os elementos ‘do eulto © do dogma religiow. 6 que se chama 2 parodia sacra, lum dos fenémenos mais originals ¢ ainda menos conipreendidos da terature medieval. Saberos que existem numeroses liturgias paré- dias (Lturgia dos beberrdes, Litrpia dos jogidores,et.), paras ‘das letares evanglicas, das oragbes, inclusive as mas sogradas (como ‘© paienosso, a aye-maria, ete.) dat litanias, dos hinoseeligosos, dos ‘salmos, assim como de difereaes sentengas do Evangelso, ete, Esre- 2 came tamenotpadios("Testamento do port", “Teste todo tore") etn pari, Ses perc dar con weg ces See nd cme ea Elsen em este wen gee IgGs Use ae en ‘Sexisa sob a egid do ro putcal” ou Jo “nso de Nata gutta {rps orgs peeion)eava em gto dees som ¢ Sa Sor Ge” oe muapremia none seal “lcm dso, event one vedas da leratra Sica nn, como, por excpio, as dapat © dogs parlion, ties fubdise, ae Seu are dotam postr fogranese um eee iat co frglo cm ain tine tuto eede Bras os St ain os catovab pea qe eprclo dott ds ue So este, varies e clon ‘hierar conta Ind Tdade Média chao & sn porense ast Ss Resin cm, Pl da te rm (una aus eoghes ul eateries & st careers ak Theaura mundial) & com ir Citar de komen obewror CEniile oberon var), Altera cimica em lingua wigar era inualnente si. mis sversfeada sings. Nela eacontramos cectios andiogos & parodia fuer press pric, honiat pares. (camadse em Praga Sermons oyeut),cangtes de Natal, lendss sgradas. parses, €. No eotano, 0 gue dominava eram sobreudo parSdas e tavests Incos que ecamecam do reine feudal c sua epopiaherdca Eo as dis cpopan paris da [date Mein ue poem em” cena ‘nimais, bile, malandros e tlot; elementos a. epopta berbica [ardcia nos cantor, aparecmento ce dplices cOmtcts dos hedis Epcos (Rolando eben), Compsen-se romances de exralaia Parécicos, tain como a mula sem rio, Aucastn et Nicole, O8 ‘Sferentes ginerot da rtiric cOmica destnvolvemeses “debates” car= rier, pi dog ogo cn (0 Sri) ‘e. O vis do carsval resto noe febliuy © nas pogte potas pelos “vagantes™ Cestidnts ambulance). oe carnaval da praga ‘pablica ¢ vtilizam, mais amplam -em.latim, as fermulns eos mboios-d6-earavel Mas €-a dransiugia eosin medial gue Gil mals eaelamerts Ugada 40 camaval A prea Dela cooea — que coservanios — de Adan el Hal, Le fu de la Feuille, € oma excelente smote da visio eda compreensi da vida £40 mundo puramente earnavalescos cnién em feme nurerosot ‘lementos do future mundo abelian. Or milagre: e mocaldades So “carmavazadoe” em maior ou menor pau. O10 se irodur tambérm_nos_mistérios, 2s diabrurgs-mistérios estio_impregnedas de “carnaval dp. At ses enfin 30 ‘xtemarente camavalizado oo fm 6a Téede ESA 8 ‘Tratamos apenas supeticinlmente nestas pipinas de algumss das ‘obras mais conhecdas da heratura cbmica, que podem ser mencio- fnedas sem revorrer a comentarios especial. & suficiente pare sim- plesmente coloear © problems. Em seguda, porém, & medidn que Enalisarmos a obra de Rabelais, deternos-emos de forma mais deta Thada nesses generote obras, © em outros menos conhecidos. ‘Vamos tratar agora da terceica forma de expresso da cultura cbmica popular, isto 6 de certos fendmenos e géneros do vocabuliio familiar publco da Idade Média e do Renascimento. 14 disemos que durante o ama ns procs pias aol rvs das eae barreras hierirquicas entre 25 pessoas ¢ a climinagéo de certs ‘ogra ¢tabus vigentes na vica eotidiana criavam um tipo especial de ‘Comunicagéo ao mesmo tempo ideale real entre as pessoas, impossvel ‘de estabelecer na vide ordinvia, Fra um conteto familia © sem enigbes, etre individuos que nenbuma distincia separa mats “Como resultado, @ nova forma de comunicegio produziu novas formas linghsticas: gineros inédites, mudangas de sentido ou elimi- ago de certs formas desusodas, ec. E muito comheci # existéncia de fendmenos similares na epoca atual. Por exemplo, quando dus ‘pessoas critm vinculos de amizede, a dstincia que as separa diminut {estho em "pé de iguaMlade") e as formas de. comunicagdo, verbal ‘mudam complelamente: tratain CClassicismo). Vamos dar a essa concopeio o nome convandional reali, grotesc. Noel no (onsen images de altura -cbimsa populas), © principe ‘sempacsspareve soba forma ‘niversa, festival ‘ami. » sal £0 compl 70 ligados indissoluvelmente numa totaidode viva ¢ indvishel. Eun oajuni alegre «-benazeo. ‘No realsmo grotesco,ocmento material e corporal é um principio profunsamentépostve, que nem aparece sob uma forma epota, ‘ew teparado' doe deme aspoaes da wdn. O principio mati ¢ ‘corporal pereebido como universe popular.© como tal opto ‘toda separapdo das rizes materials « corporis do mundo, a todo iolamento econfinamer. em si mesmo, 4 to cater eal abso, a toda pretensio desis cugdo devtacada e independente da terra ¢ ‘emtdo res fesido_ompletamente singularizados nem separados do resto do rina aits-ror do pencpio matcsial ¢ corporal nd € aqui nem o ser vio USS fn Cepia nde tga, at poey a pove. die na aun svolueio-cresce «renova coestantemente, Por Seo.6 lemenio corporal € tio magrific, exageado Snliito. Esse fxages tem, un eater poo e afmatin, © centro capital de ‘odes imagens da vida corporal e material sio a fetlldade, 0 crecineio¢snapeabuncincl. As maf via patel alo S40 atebuias «um sex iokgio ilado ot UM kao. “economieo", partgisr-e egnsta, mas a wma espécie de cleo. © geevan (eclarecremes mais trde 0 se0- ido desis aitmagées), A sbundincia ea universalidade determina por sua vez 0 carter wiegre e festive (nfo cotidano) das imagens ‘eféfentes& vida matesiae corpora. © principio mats ¢ corporal EDprincipo de fests, do banquet, da sles, da “Testanca". Esse aspeco subsiste conideravelmente na Ieratura ena arte do Renasc- mento, e sobretudo em Rabelais. ‘ trago marcante do teal sotesco ¢ 0 rehaiament, ie. Sener ee aeanne sits tnobsolivel unkiade, de tudo que < elevade, espstual, Weal ¢ © iso, por exemple, da Coena Cyprian (A Cela de Ciprsy que je menconamon ede vias ous paris ‘ainas 42 Tdade Média cuos autores em grande pate extraram da Bila, 7 doe Brangthos © de outros txos sagraos todos os deales mate- Tae conporas degratantse errata, Em cots dialog comi- or mato popuarcs 1 tends Media come, or empleo us tmantém Sulomio © Marc, hé tm conapouto ene a maxis Stlomdaicas, expresas em tom gre ¢ evade, 38 mune jocoss epedestes do butte Maral queso steems oes premedie. dine at mando mara ed, omit wal) Precuo scarce, tambéch ue tn dos prosedingate tos £ omicidade medieval consna em transfert cecmsti Hen tlevado a plano materia corporal asi faam or bute Guanie ‘os tomeio, 2 cedndnias de nicagio dos eatlchor'e en outa Sea es, Names dies do do on nvlecenco que aparecom 0 Dom Qultor, so. sptaday pelt traded do rains groeso. To 'A:Brundica josh ava muito em voga no ambiente escolar & cath Tdade Mia Essa tradelo, que remonta 0 Pergl:ream ‘mats, jt menconado, exendee a long> da Wade Média do Renascinento «subi anda bojeortmente as eect sclegin © seminiios religoses dx Europe Octleatal. Nes pramfica lege, todas as calegoriasgramatcay cass, fms Yel ley 880 tts fetidas an plano uteri ¢ corporal, obretudo etic, ‘Nao Sio apenas at pardlae no snigo estilo do term, mas tandem todas a eutas formas do renisme gotsco que résiam brorimam da teva e corporis Esa € ¢ qualidade eencal dese realm, que © separa dos demels formes “sobre” e Hteraurae tee eT Ge gna au az oe eas ee iso. grotesco, fo szmpreligado 20 balzo mate © corporal ‘io degrada e mata, Queer nen fot, an deradaes pics do ei smo grooves? Pra ee pegunta datos tgre apes oma scopes prelimina, uma ver que o ests ds obra de Rabcios nos permis, fox présine cpt, prec, amples ¢aprotandars none eo Cepgho dest formas, No realismo grou, a degradaglo do slime no tem um carter formal ou estiva ©. “alec 6 “bal” posse al vay Seals rola e rigootamentetopogéico, O"alo™ € 0 eb: 6 "bala™ ¢ a tra; a ura £ aging de absorg (0 tml, 0 ene), to Ines tempo, de ateinenio e resuregto (o se matrne). Este fo valor tpoprtica do aloe do bai no seu aspect cosmic. No Seu aspecto corpora, que nfo ests mea separade com sigur do tee aipecte comizn, 0 alto tepesentado pelo Tono (a ce), 60 4. dllogs de Silo « Mara, dgratanes ¢pedete, sho muito se ncn ar ogee gue wt B. Gants Sane a. 8 baixo pelos degios penta, 0 seni ep asin. © reaismo grotexo ‘2a pada medieval basclan-se ness signicagdesabsoluss. Ke- falar coosiie em apyouimar da tena, anlar em comunhlo com 2 tera cmb coo um pnp de sbordo & ao memo ier. Se nascmerto: quando se degrada, amaralhacse semeisesiul- tapramenis, mate se © dese a vida cm squida, mas c melhorl Depradar significa entrar em comunhio com a vida de parte inferor de corps a co veil & dds Orgion Bema, © poraao com atos ciid'9 oid, a concepe, a gravides, 0 pao. a absorcio de slimen- tore a saagio dat necceiades natura A depadasje para © ‘Gj cecpora pare dar gpa ¢ tn novo nascioone Tacs temsomente um valor dsstatvo, negative, mas também um posi, fegazeradge'€ amblaleni,so-besmp tpo iezsia 2 trans. eee eeepc @ su 3 er ‘So ton pe uae roduivo, no gels rete 2 mepeio eens, © onde fl fees oft © tian puso al on ob, ano an Senet Sos erent a to fsompee acne Pr sn parietal spre cm nd om pa veda pune otal ta ose eos 1 nae mr tam eae es om um cae exh vice sep cae anole, enero puro, coho pny © as agdaes em eel io psa coe Sreoa spe mndsna vienemene tn iment Sicgso ora "As dlpradagtes (paréices © de outos tips) sto também carse- teen da eas Go Remsen, ue ppt deta forma tctores ties cola tes pula: (oe node pare Sent compl profund car Rabo), Mes enclose 9 (Minne patch Sry aca de sna mb ela as Beto seu urine ese cae fest stenense No can, Sepsis Ee apna conegando nt, como o denon Slate v exempt D: Ouro "A Tak pened ap doiadapbesparicascondur em Cais an eapoicays dates on conuno coma farsa rods ion rerterador da eae do cmp. pongacto daha ‘pascr iss, a0 exo Temp, pepo aera © corporal SXtepsbrces¢ se dis uh paca Ea nur ex Ge cla sivas eat nes da mal © See ‘etayer sgn im i pi 1 and ee do Sinn Pay seu apt cu sde so snda aap © potandannte ewatvlecon cn aaa pa 3 ‘htc «neh em ch caters po, Sin propento pasta aondinea pr Senco € a dscdete dito don stig domévioe purged da fsonddade qh podesot 19 1% por expo, nos debs vases corns. Nas imagens da bein comin esto ainda vs a8 as do bangute © ds fsa 0 ‘merino de Sancho, vou ven, tu peti sus abundastes Pela tur nn “fi cbs” dy ea {Goteo, alegre timolo corporal (a baniga © vente ¢ Sea) ero pas acter a ieatsne de Don Ovi, a elie Foe lado, nbtsto ec iscsive; alo “cavavo da tise figura” pace eer mores pra renscer nov, mtr © nai Saeko €or tivo natura, compra ener daspeensbes dts ban ¢ pls an dio, Sanco sgpsena ben © Serv popular da graviade eaters! eis pretenses epi (G'baixo sotto sem cemar, norte rae que See ila) O pape! de Soneno Pangs em ago.» D. Ounote pode st Soniprado ao das paréias mesons Gnte das ase clos sl ina eto essa eon eo Cha fm relcte 4 Quaresm, ces © siete pozipo gencador ese fad, eiore numa forme stemaad, nes images erv-atta dos Snow de vento (ignites) lbergcs (cals). ebanos de Sot dos oven (ston de cra), sje (cae) prosaas (aas ds nobreza), ce urn pon ars eee, {ee convene ocombatem cor ¢ banquet amas cateadass Sv tense de conse vss de bafvesr, 0 ange em Yabo (Grist do combate coor os ods Ge whe) Ge Est senio primordial ecaravalesco da vida due aparece nas images trins ¢ corporis romance de Cerentes © precer, renfe ese sentido que eevao eto do se resume, seu unone smo ese profenc> wopamo popular, or oro lado, encanto, 0 cores e objeos coms a ada, x Cervarts, un carier povado‘epesoa, por cama to st Spequenam e's domestcam sin dipatadcs so'niel Go asses itd iy co nada 0 de brn tee edo oe egos. 14 nto o lnferior psi, capa de eager ida ETrenorr as um obsicl.estupio © moribundo ques evana Senta as ampieges do tel Na vida coven dos vidos bala, dons mans co “ine” coral conservam apent se alr etn. cen gue anc fr fost ten 2 tera €o gounos rmpore eso mages do “neon” espera tenn rds as inagnn atures do roti Val No eta, ese proceso ex apts cmopando em Cavan. Esse segndo aapecto da via dis imagens mattis e corporis combina com 0 primcito aura wnidae complena¢ Contant, 1 Peiodo em que ex perme comer cane, 2 6 a vide dupla, intense contracitria dessa imagens que conti sua lores € 0 Sigil do principio material e corporal na ‘nto: o eat es CGY Slo steal Unidad da tere geradora € separados do corpe universal, que cree ¢ se fenova som cesar, Soe quis estavaneunidos na culture popular / Nea consi are ESTE do Rensscimento, ess coptara ‘lo seconsumare ainda por completo; 9 "baxo” matetale corporal do reaisno grotsco cumpte ainda sus fungoes unificadocss, deere- dant, destronadoras, mas 20 mesmo teinpo regentradaras_Ndo im porta “guao. disperse, desu ualzados etessen. 0s sl prec au fr si a cn eek aetna vidualismo; o particular ¢ 0 universal esto ainda ee oa alee coma oan Se eee * Smits io nna 90 Resse a ft sna suficlentemente esclarecida. Séo duas as concepgSes do mundo que ‘eatrecruzam no realismo rénascentista: a primeira deriva da cultura ee ae mee. pees a ta i Gea aha eaanine hs shcacs dene dos eerie omen, sent Se Tcl ene gaia cent nel seen cea ht aout sao no ee ene en a SEy gamed ts ds ae des, iE opeeel ease alma gr pare cnprecdet ee eo Sarr ace Sareea Se satan Pern Senne O tapos ent ra ee Se ee gta AG go ants a wa pcr isos oe ep do So a deans ae ae ate ee cee ae Be dines on nce Epa eens eet os ome mrs em eve, pm rt comp ‘kts ‘ou dessas formas mais ov menos vivas. nem noscrcevcta un fenme eet vane ee oe, Sa cionae Beene’ deers. 8. cts on eee SGonsS Tica tap sins (ices) ne a pensivl do imagem grtesca. Seu segundo tago inispensivel, que ‘ecare do primera, € sux ambivalénci af dots poor da madara antigo e o.nove, 0 que morre eo gue nas, © prnapioe © ft fern scent ee) tno Ja attude em relagdo 20 tempo que esti na base desses formas, si erecta toada de consitcn, duane wu deservlvnents no urna dos mlens,tofrem, como € satura ua evteyaoe tansto. imaydes subaancals, Now prods ial Ou arcalcos Wo ots, © “emmpo apace como uma simples jutepsiio (pretcameate sina. tinea) das dss fases do deenvovimento: co e fim: Inverno- Deimavera, morte asceato. Ess imagens ands piitvas move {to ical boodamico do cio Vial proutor da matte do homem. A ices das ennges, a semeadure, «concep, a mote € 0 crecineno so os componcais dena vida produor. A noglo ‘note do ego conga nesss antiguas agers € nog do {empo cicleo da vida aatzal etolégca, | Mis, evdentememe, as imagens gotecas néo permanecem nese estiio primi, O seatimento do trpo e Ur steed ds eaghes gueihe nc, amps sof ¢ tara os fees soci ¢ histnos; seu carter Clon superado'e loves 4 some peo histcca do tempor4 ero ae imagens protean, com set Stade fundameotal dart de sucesso das ete, coms 20. ‘alinca, convetemse no frincpal mob. de expresto.ariicy ¢ \deolgica do poderso Sentmeno da bila © da aleranea is ‘Grice surge com exepcona! gor no Renasimento, Xo ena, mesmo nese esi, © sobretudo om Rabel, as Imagens poeics conserva una ratureea, original ferencarse slarameate ca ge dk vida clang, peciabelesiess pecan, Sto imagens ambivaests © coeraarias que parecem afore, ‘monsrioss ¢ horendss, se consideraéas Ho. ponto de. vita dt ssid “lisa” to da exten Ga vide coin preevobteide Ecanpleie. A nova perceppio tnca due s trespase, contests tm Sno aie ens casera sco ata teniconal: 0 coil, a graven, 0 puto, © cescinento corporal a velic, x desgrepagio eo dspecaramento corpora es om da & {us mer met, cobnam yenoc leer andamen is do sstena de imagens otescas Sap imagens que Se optem is Imagens clésieas do corpo humane sealade® pero © car lens maturidade, depurid dt ec do nacineno o'dsea¥ol Ent as oflebres figuras de trracota de Kectch, que se conservars ‘no Museu IErmitage de Leningrado, desacantse Velhas grévidas cua velhice ¢ gravidec sio grotescamente sublnhadas. Lembremos ainda 2 ce, so to, es wos vis rim’ Tatas um po temas coscteaice & eyes om, pote anos Elite premio; a more uc da 8h: Nao nada pret, ada sire oa sna corpo sae vets Comba a 9 cope Scconpase eons da velice€ 9 cone tn ost 6a SaeMEe's din ream seu poco toate nerarmone ‘Stato. ao bs nade proto nem compo. 2 Stbis humans, horace, puneiin patios e rian cali ines aldo de intadorst 7 ‘Os contenporineos de Rabelais scalheramno sobre o paso de fund de ne trio viva e ainda punt. Fodian erate sur eens com a force» realvarto de Rabi, mas nfo com 0 Efriter de ses imcgors © seu elo: Ees sibiam ver unilae 0 3 Saire de 1 verte Ctholion Espo. Reediada a rks Opp 0, de and cat tells erie ie Senet 4 Thulo compli: Bétoalde de Verile, Le moyen de paren, ovr seen era et ne ee re ue conti expapéodeque que fo fe ur) Eas cle, cs Va SEs Chae Nope, Pat, 18, ot volute peers 2 mundo rbvasiao,stbam sen 0 pareateco profundo ¢ cle thas redprosas ss on seis Semeion comsiulvor or qi Sd sealo XVI js parece tervemente europe, © no Menlo XVI totimentslncompatves debates sobre os grandes froblean, aswuntos flosticor Govt em bangles, gress Penden omlda verbal de bata cog, earl eraio $ fsa, Os conemporioos cram capers de capar a loge une Sue poor tenbmencs pra 86s th. Ssparaos na puta Tes Seam ce manera epudn 9 rengio des imagens & Rabelais om as formas dos eopotcaos popolres, cardia fesiv esecco Asta inapens prottadamenteImpregdas pelo ambiente do ca ara Em oi pla, cnr pan «me lan lntepidae ea liga do viva aratco esto fabvaiaso enideds de efla e's comoniaca de toloh ox us ‘Heosnos, erodes por sma socepeto ulin d mundo por Sim gamle € nto slo pingpaimente io que dengue ere Dee ddh Rasa oes XVI du he ra on ‘biogbentes Os nss compreendia como mans {oer actos de un tno loo que or meas co tne XVIT ETSvin inert como una icossinerasia ida © basa ‘do aut, ou Gono ua epee de eldg, de ciplogaa que eee {tte ue tema de loser deteminadon scontsinenon 0 pe. SSnsge pce No entntoy essa compressio dos contemporneos era ingtaua ce cpoinen, © que parte scelo XVI ow elon Smuts $e Corre um ena eu ara ks ago pefetamente eval POr iio t compressto ate conesporiete no pode forme? una espa a0 mosor pleat, led Qu, para ee, eS PO- Ticmes no exam 7 ‘Ao mesho tonpo, Hse vilumbra. nos princi intadores, © omoso dn esaovGte do exo rbiaion. Por eco, em des ‘ne paincysnete om Noe ds Fla ingens rbuistnas {eget se atsunn, comeych a taneformarte em pitrn de boro ed costumes Seu uavenalimo te elraquece talent. A ‘tafe dae proton ve manesin quando as Enageo beasts So emmregndas com fav sro, isto cons, nse cao, A deb itaio do polo posvo das images anbivaleies. Quando © g10- Fer oe roe eon de ae en yt ee ay fas Ha: Sane arn eae Se ea ee ded Sede TE co nn er We ieee es eS 5 3 eco se 8 a serigo de uma tndiacia sbarata, desoatralizas2 iain Sia edad batzen 64 expres da plate com. dria ¢ da da va, gue coséa) a nego "a detuglo Cine ogo) comida como aa at indipenste, ae. Iardvel dh firma, do nsciento de algo novo © melhor, Nese fenio,o substrata material compra da igen tees (tine, pot. © peacoat ¢ pel le aloe Sane pov, © peboio marta ¢ . tok ‘ppeat ite wea ee Cendant dxlora esa crmcersica dim teen, pondo tine oat conto, chet de sen “mot” Mai an, ela sabortinao subsaio nara da ‘bogo deste processo na stim protestants don primeiros tempos, depois ‘a Sétra menipti, da qual 6 falamos. Mas isso 6 apenas um comes. ‘As imagers grotecas atilizadas como instrumento da tendéacia abt. rua esti ainda muito vigorosas, elas conservam, portanto, sua nat. ‘ee propria, continuam 2 deseovolver sua propria lice, independen- femeote, a tndéac do ator e mult Yess meno apear dee ~A tradugto alem lie de Gargantua tit por Fschart com o ttlo otesco de Affenteuriche und Ungeheurlicke. Geschichilinerung (1575) constitu nese sentido um exemplo muito tipo Fischar € protetante © moralista; sua obra lteréria coloca-te sob ‘9 signo do “grobianisma”. Pela sua origem, o “grobianismo” alemto € aparentado so fendmeno Rabelsis: os grobianistas herdaram do ealismo groteco as inagens da vida materiale corpora, soferam, 2 influéacia direta das formas earnavalescas da festa popular. Daf ‘© marcado hiperbolismo das imagexs materisis e corpoais,sobretado 8 referentes & comida e A bebida, No realiamo groteso, sim como nas festas populares, os exageros eram postivos, como por exemple esas salschas gigantescas que dezenas de pessoas carregavam u- ante of camivais de Nuremberg no século XVI ¢ XVII. Mas 4 Scaosi morizadors polica dos robin (Dedekind, Sebi, i) confere 8 esas Imagens um sentido reprovader. No pre ficio 20 seu Grobianas® Dedekind fala dos lacedeménios que mor lravam aos seus filhos oF escravos embriagados para torna-thes codioas embriaguez. As personagens de Sho Groblanis ¢ 08 gro- ‘ianstas que aparecem em cena, sio consagrados & mesma fnalidade, ‘Acnatureza posliva da imagem &, portaato, subordioada a0 fm nega 4 Dedekind: Grab ot pobioah we (pie ssn 438) Tino pr eat poe Sa, Stes gas Ss au vo de sidiulaszar, sav do ponto de vist dstorsido ds shin da conlenacio tora Esta akira ¢ feta a part da perspec do Gonguts eGo proretnt, se vse © brea Teudel (m laser) toad ns esos nu gtooaria na embragur ¢ oa iberiagen. Tose memo pono de vata robusta (sob a infuéaca de Senet) ttn ra fra eo et Cea? "octane, ape dn onenagso print de Puch, s faa gem rabelatants da son tndgao cominusm sia vida vededea, Sera aa th cn ee hire as imogensmaterns compose (pricipamenteo comer eo bebe) Eshus as ascomads, en cperego. com Rabelais A légicn ‘ater de ndon ees engeros 6 como em Rabelais a hc do eres. ‘Sento, co esmnaidade Ca superabondnca, Toda as images Sto ¢ mean “bax” gos devre «preci. Da meuma forma, carter fev epetico do principe mata « corpora tame preservado. A tendencin sonata ao penetra a inagem aléo fund, Pio‘ tora seu principio orgaizadoreftvo, Oppo 10 "80 Se tasfonma anda completamente em uma rideuariasto pra € Spies eeu carter ett aids suleentomente itegr, de diz 7 pele votalidade do proceso vita, ox dis pos 2s tonldaes, ‘Tntancs do ascimento «de enovedo al resoam. Em esumo, a8 Talus de Fichar, a tndlnsia Asta oso dominou comple teats todas a ieges. No elantoy en's infrara na obra sé um cero pot, teansformara as imapent em umn espéie de apendice ero 05 Sermbes aborate e morlzantr, © pocso de renerretato do tao abee completa posisiomeate, tomo coneditnca dicta dh insavapé da hiererguin doe genres © do lgar que 010 ocvpard dentro deta ieragu Ronsrd € a Pind stam 4 convencidon de que ela mw ‘esr pes Ean en oma scanned Ae och npads as ani exer on Fre, no 3 ps inutcanene. A Pde wr ainda to Ite senor {et neoe auto Sve meron Siam sina © mor resp por obco sam asco nt ta tu media, sobretuo 6 Bly ‘ul Ganado lganet coin co aos aver Ce pdeost 7 Diy i en fp sr ne Fi 7 it Se tet ea me pathomicam mates Memon e eke tena Biches Sel ar ase ek, Sb UR, ss ae Ps 55 inécin das ngage soe de Pade) punta te cteori camente ao lugar que Ibe estava desigeado na hierarguia dos g2aeros, Soo gat toan tix, que nase Mensa ha ‘quia era ainda na época apenas uma iia puremente abstata © bas: ante imprecisa, Antes que ele pudesse expressr n interelagio dos sineros ese convertesse. numa forca verdadeizamente.regulsdora determinsate fol precso que ve produsissem eertas mudangas soiss, politics © ideoopicas © que o circulo de leitoes e conhecedores dt srande literatura oficial se dierencaste se resting. Sabe-e que esse proceso devia completar-e no século XVI, em ‘ora tenia ‘comecado a se fazer sentir desde 0 fir do séulo XVI, nesta gpoea que se comess a cree que Rabelais aio passava do em autor dvertido, um eseritorextravagane. Bsa foi wmbem, como ‘st sabe, a sorte que teve © Dom Quixote, por muito tempo mantido na categoria das letras fGceis ¢ agradivei. O mesmo ocorrey com Rabelais que, a pati do fiz do século XVI, comesou 2 perder cada ez mais a un reputasio, eaindo até os umbrais da grande iteraura, depois quase para além, e finalmeate para fora del. Montaigne, que tins quareata anos menos que Rabelais, escreve os seus Essa “Entre os livros simplesmeate divertides, enconiro entre of mo- ernes o Decameron, de Boccaccio, Rabelais e os Beijor de Jean Sczond, se podem ser colocados nessa categoria, de boas para diver: tir". (Livro H, cap. Xz essa passagem data de 1580) Esse “simplesmente diveridos” de Montaigne esté ainda no limite golce antiga © a nove comprecnsio ¢ apreciagao do "diverido”, do “alegre”, do “recteativo” e outros epfiztos semelhantes atzibuidos livros e que figuram freqientemente, 20s séculos XVI © XVI, nos répriosttulos das obras Para Montaigne, a nogio de divertdo © alegre ndo se resrngira sinda definitvamente, no agua ainda (© matiz de coisa infeior e irrelevante, Numa outta passsgem dot Ensaio, ele dit: “No. prociro 0s livros sealo o prazer de um honesto divert ‘mento; of, s© estou estudando, procuro aeles apenas a cifncia que trata do conhscimento de mim mesmo, e que me ensina s mocrer © vive bem”. (Livro I, cap. X). Portanto, de toda a Hterature propriemente dita, Montaigne pre- fere o& livros agradéveis eféces, uma ver que cle eatende por oxtzos * For expo lo de um dot nti ioe do elo XVI, de Bons ear Seti 2 Nowe ton poe ee eres rece Pre comers). 56 lors aguees cue provém consolagto ¢ consehot, as obras de filpso- fin, de teoiogia, sebretado os do gener dos seus Ennatoy (Marco ‘Alilo, Séneca, Moralla de Pltaeo, et.) Do seu ponto de visa, a Treratra deve sor antes de tuo vertda, alegre roars essa perspectva, cle € ainda bomem do sézulo XVI. B signif cativ, contodo, que s manera de regular a vida ¢'2 more eiteja {etntvamente fora do. demiio do sso jublaso. Com ‘Boceaclo «Jean Second, Rabelais € "bom para diver’, mas nfo perence fo ‘mero dos consoladores t consents qu esipam "a bem Imomrer€ bem viver" No entano, para ox seus contomporinec, Rav ‘elas cumpria muito bem o papel de conslader © come, les subiam ainda, portato, ecurr fbfosment, 0 plana do rs, 2 Tmuncirade regular a vida c 8 mote ‘A Gpoce de Rabelais, Cervantes e Shakespeare marca uma mudanga capil ua hiséria do "so. Em neahum ouvo aseco, = no tet na tad eo telagdo ao iso, as Honea que separam 0 séulo XVI 6 seguintes da época do Renascimento, #80 180 bem marcades, to fstegoicas © tds, ‘A altude do Renseimeato em relaglo 20 rso pode ser caecte~ ‘aad, da maneta eral © prclinoay, da Segute macro so tem ue profuado valor de concepgo do mundo, € una das fomax capita plas quis se exprime yeréade sobre o mundo na sua Toaldade, sobe = bsiria, sobre 0 homens € ua ponto de vista Particular © universal ecbre © mundo, que peresbe deforma dierent, ‘bora no menos imporaate(aliz2 malt) do que o strio por iso 8 grande iteraura (que colo por auto lado problemas univers) {ive admilo da mesma forma que ao séio: somente © 10, com fet, pode ter acess certos sspectos etremamente imporisates do mince. {A attude do sfulo XVIT e punts em rego 20 sto pode ser ‘aracterizads da segunte mania: 0 sho ao pode ser uma forma Universe de concepo do mundo; ele pode eferr-se apenas a cetos feedmenos paris epatcaiment tics da vida socal, 9 fendmenos de carter nepativ; 0 que € essencal ¢.imporante ni pode set foes 8 Nusa «os homens ue a coearam (ri, chefs deen iD, herds) nfo podem ser ebmcos, © dominio do comic € resto 2 Nossa XV, pa dri aiid a od sree eet soja, qualquer qe foe © gener. ohen do psod) el pe {de ines posto V1 ere 0 Soman del rave BT Cleat Maro pubic credo peramenteTosraizad (G0 Po ing) dee cbeprine nao eextecs peace pin Se Tcomede: eo ears lime oo Ramm dele expecifico (vcios dos individuos « da sociedade); no te pode ex: primir na linguagem do riso a verdade primordial sobre o mundo € } homem, apeaas 9 tom sério & adequido; € por Iso que na lite: Tatura se’stribui a0 ris um Topar entre os géneros menores, que escrevem 2 vida de individaos isolados ou dos estratos mais bsixos e socedade: 0 rto € ou um divertimeato ligeire, ou uma cspécie 4e castigo tl que 2 sociedade usa para os sere inferiores corzom. pidos. De uma mateira um pouco exquemtiea,naturalmente, esa € 4 defnigao da atitude dos séeulos XVI @ XVTIT em eelagio to ito © Renaseimento expresava sua opiniéo sobre o viso através da sua pritica Ierdria e das suas apreciagbes iterias. Mas fzia-0 também noe julgamentos terieos, que justiicavam o rio enquanto forma universal da concepcio do’ mundo. Essa teoria se fundamen- tava quase exclusivamente sobre fentes ang, © préprio Rabelais ‘desenvolveu-a no antige ¢ novo Prélogo ao Quarto Livee, fundamen: tando-se essencialmente em Hipscrates, HipGerates, te6ico so 1 fem seu gener, tinka um papel muito importante nesa époce. No 26 Se comentavam as suas observagbes sobre a importincia da alegia «© do entusiasmo do mésicoe dos pacientes no trataaento das doeneas, lbservagées esses que apareceram disteminadas nos seus tratadoe de indin# mas tabi conenaveo Romance de Mideast 4, sua correspondéncia (apécrife,¢ cla) que tratava a “loucura” e Demécrto manifestada atravis'do ris, Esse texto fiurava como fanexo d Antologia de Hipéerates, No Romance de Plipdcrate, 0 ts0 de Deméerto exprime ama concepeio filossfiea do mundo, ele tem ‘como objetivo a vida humana e todos os vies terrores, as vis espe- rangas do homem em relagio 20s deuses © & vida além-témulo. De- iécrto defini 0 riso como wma visfo wnitéria do mundo, uma espécie de insituigio espintual do homem que adgure sua mati- ridade © desperta; em Ghia andlse, Hipéerates est perfetamente e acordo com ele ‘A doutrina da virtude curatva do tiso ¢ a filosofia do riso do Romance de Hipécrates ezam especatnente exiroadas ¢ diundidas na Faculésde de Medicina de Montpelier onde Rabelais fez seus ‘estudos, primeito,e depois exsinou. O e6lebre médica Laurens Joubert, ‘membro dessa faculdade, publicou em 1560 um tratado tobre 0 rs0, om o titulo sigifiealivo de Treiado do rso, contendo sua essénci, Sinas causas € seus maraithosos elias, curisamente inveslgados, iscutidos ¢ observados por M. Laur. Joubert...» Em 1579, aparecia Sobreind o tomo VI des Epidemia, que Raa eta em seus pepo. 4 Trae deo, contenant 90 euonce, se caus ef ses merehess fies curesement techchs, ress of bse par Laur, Toor 58 om Peris um segundo tratado do mesmo autor: causa moral do Riso, do excelente « muito famoso Demdcrto, explicada ¢ testom. ‘nhada pelo divino Hipdcraies nas suas Epistolas® que era a verdade 4 versio fancesa da ulima parte do Romance de Hipdcrates sas obras relatives &filosofia do riso, aparecidas depois da morte de Rabelais, eram apenas um eco tardio das disteracSes e discusses {que se haviam realizado em Montpelie durante a esti de Ra bela, gue estavam na origem da sua teoris da vide curative do rixo © do “médica alegre” ‘A segunda fonte da filesoia do viso na Sposa do Rebels era 0 -dlebre formula de Aristeles: “O homem ¢ 0 unico ser vivente que ia" A essa formula, que gozava de imensa popularidade aribue-se 4am sentimeato ampliado: 9 iso era considerado como o privlgio ssprital supremo do homem, iracesivel ds outras erature. A décima que precede Gargantua, termina com estes dois verso Methor € de rsos que de tgrimas escrever porque o nso €-4 marea do homem.* Ronsard emprega essa (érmula dando-the um sentido ainda mais amplo, Podemos. destacar os seguintes versos na sua poesia. dedi ada a Belleau (Oewres, Ed, Lemere,¥. V, 10) Deas, que 40 homem submeteu © mundo, ‘a0 homer apenas concedew 9 iso para que se diverse, © nfo as bests ‘que ndo tém roxio nem espiito nas eabecas © so, dom de Deas, usicamente 20 homem concedido, é aproxi- ‘mado do poder do homem sobre a terra, da razio ¢ do espirito que apenas ele poss Segundo Aristéeles, a crianca s6 comeca 2 rir no quadsagésimo ‘depos do naseimento, momento em que se tora pela primeira lum ser humana. Rabelais e seus contamporineos no deseo nheciam 0 dito de Plisi, que afirmava gue um nico homem 10 ‘undo, Zoroasiro, comegara a rit assim que nascera, 0 que perm tin augurae a respeito da'sua sabedoria divine 3 Le cone morale de Ri, de Percale otis venom Dimocr,exl- ‘ude tmelgne pr x in ipocat on ter Eppes Aros, Sobe a sine We paribus animation, eo TI, ea. X * Ofras, Pine, ceca Ace lores, p. 2; Lito ée bolo, vl. I, B25 39 afi, 4 tevin fonte da flola do rso no Reeaseinenio £ Luciano, sobretado a personagem Menipo, que se tio Tei. de Mémtimul, Menlo ou a neciomana, de Tucan, evra ebea tepecamente tn Yaga a €P0=y © pore afm ta eteee ta poderoa insect em Rabelasy mas eratamente sobre 0 ep sétio de Epatimon nos infemoe (Panag) 05 didlos dos More {ox tame exereram Inlet umes ap igen enen ears tetsioor: Diogenes recomenda a Poux gu dig: “Menipo, Digenes te exorta, se jd rite bastante de tudo que se pats na fot, qe vechas aqui rm belo pores sida mas. fem cina, ota red tem apenas um chjeto ago © como se diz vljamente, quem sabe 40 oo © que Acontece depos da monte? Enquanto que aul vendo cessards de ir, darmetma forma ie el. ."* © ldscjo: “Eto, Mecipo, abandons tanblen tua Hberdade, te rangueza, in cre sm poosupases, te poe cusadia © 1 iso Sten, ts aqul o alco que nao chor" ‘Carte: "De onde nos touneste ele cio, Meresio? Darans a raven ‘bo fez als due importaartodce ‘ot pessagaros © Tse tier c caquino todoe‘on ousoe choravam, te ert'e Geo Que ‘Merci: Ta abo sabes, Caronte, quem & ete que sabas de vets Bum homem verladeramene lve, ue a80 5 HeOeupa com nada Menipa, enfin” Subfaemos, na peronagen Metipo que i, o elo do riso com os Infercs (e a more), com tUberdade 60 expo eda pala. "Acabames de enumerar as tis fntes antiga malt populares a festa dorso do Renascnento. Elas eto a ergem no apenas Go uatado de Touber, mat também des epaies sobre © to, a impornea e seu valor, que corram este os humanias © 0s ho- toe de kas A ui fet defipea 0 reo como wm principio tavern do concopcto do mundo, que ategura cura ¢ fet ‘ines, esteiameetelaconado ts problemas fosleos mas im. Dorit, io 8 mancra de “apender a bom mover e bem ver {us jf Montaigne 2 consequia ver como algo so, Naturalnents, Rabel e seus cot da Anighidase sobre o ro araves de cues foes; Ateea, Mae cxébio, Au Gélo, ee, da mesma forma que Av cfebes palsies [eciana de Sameata, Obras compa, Paris, Gone, 1886, Or dogar «ds pony Dgees # Pr, Dae tp 1 Cerone, Manip, dveroe motor. (Diino X), p49, ss tt Carone Meine Merci (Didoeo XX, i. © de Homers whee 0 rise Inde, io & etme doe dees Seems vot, (lade, ly 599°¢ Odin, Vill, 337), Conecase tembom petelamente a teaciges romain da libroade Goa ae ssteruin 9 papel doco dante ov unis, ©'m cena doe finer dss Sas personaers'© Tabs far reprde ves sto a its ones, da mesma forma ue it manfigtes sorespondents tho Toman Subinhemos una ver masque, part a feo do rio do Renes cinento (como pata a sat fons aig), 0 qe &sarcatics jostamere © fat de reconhecer qe ors tn une siaeagan posi rgencrador, criaore, 0 que 8 Oerenca icament das Mears Rca a coe ee ate 2, erecnaltamenie dat een de pecan sat fungi degra" 1 ratio enga que deta, tm te npoctaia come rivel para rola dovrso no Renascinenty ue fer wapoioga da itnilo ier cimica, wedndon nn enrec das bas heme slat praca sri’ do rao Ranasioeno € anes td dtominad pels trig da cla cfc popla dade Mea 1 Reich frmae uma ampla documenta sobre 4 anigh Hedi tr cial trae Word 8 htm, ha par [ee ivocands tiherlode radon! der snimor« won isco soiada Ri nr nape, lo ey do dors oles mitre: Reich apalia una apologin treme do mio fh to ealo VI palo searze Clr, gue con memeroor spear parse gatos de so no Rensucimer, tenon or mano, ee itor devin am ‘etd als ade toa © pao do Ele eaming a asngio doy reo ‘Seando'n gue 9 me eortede palo imo sa de iaprnsa tate De ‘tei bomeey se dntnewe Je ania rary wot opin pela © et dee de Hemero tam, Aire the oss scr Oates {aig Tse et up est do 780. O'rso €um prsene doe Sse Corso cio um cto decir der dame po meio do mime el rn gue Drovocta Esa spc lembra mune delete do iso no wea XVI. ee ‘hime que lor Rabel, Sebinkonor por sen pate nis Soir. iter onerpeo doo: isting © omer do arial egers € ding fin tm reaps com e fratanio mic, «ern do Goete (Ver eh, ‘Der Minus, p3258 5, 207 5) 1A ida da fora criadora do Ws pertenca tenbn acs pints tenpot 4 Anipidae, Nor pap slemen cerrado em Layee ¢ an da do ‘etl de news er, ae uma surive gc ego © 6 propo meen Sunn so autos so snndnno: "Quan Bete sia moeram oF oe oper 0 ms Tn concjo 3 e & ee let prca wn "5 Reins: “0 toe ra Cte, 6 No enim, esa poe, esas rigs ni se initaram a 8 ei ner a fa ot sua ttaca, A tigi utara vino oa dade Média teu f dexenvotverse fra da exer ofcal a ieologia© dn ineraars Slovade. E fol gages & ca estan exe-ofal que ¢cltre Se ie tpi ops wn ier esos, ‘imple! luce. Ao proibir Ue o fs tess ceo ¢ QDasguer ominial swe e ds Tne Mea te Sorisie em compensagio peivilgis excepconns de Tease © in puniade fora dees Tinie a page plc, darate a8 Teas, na Eteratura ereadva, E'o tho medieval benetinwse com 0 a pla e profundsnente. Mat durante o Rensimento os, a frp mas ed, rivera lee, pele pine er pons cinenta 08 svete anos (em diferentes das em cada pl), sepaouse das profndezs populares eco Tingun “vaya?” peoetou Secavaente no sio da funds catra da idcloga"seperer,contsbuindo asen ora 4 ergo de obras db arte mands, como o Decameron de Bosra, © lo de Raby, o romance de Cervnte or dames comedy de Shazespeare, 8 As fronts ene as terres oficial ¢ nisl éeviam ftel- ante cir ns epoca em pre porgue es frie, dling oy ssiereschave da ieologe, atavsvem 2 nha de diviio dae lingua lnm e lingua vulgare A adoyao das linge volgres ela Iara «certs stores da iesiogi Sova temporaramente desir 0 pelo menos sminr es fonts Toda waa série de outs ators, renames da decomp do regime feual ¢tcovsico da dade Medi, contoui pnimente tn esa fio, xn mitra do ofl com 0 slot. A clara Snes popular qe, durnt sEcalos,fomarese eceleadea wa vida tat formes ngvicals dactago ppaler —~ expteculares © ve Terma vide coments ofl, tous aos cigos da erate a enon fim de fecadéas em Ppa, medida que se Scabilewe'o sbeolieno e sv inssrive um nove Tepe oi, tomou a descr acs lugares inerires Ga herarquia dos gene dzcanondose,separando se em grande pate das raze populates testigindosee,Hinalment,degenerand, Mil anos de io pops extaaical foram asim icorporatos tm Tesatura do Renasemento. Exe iso milenar 130 36 8 fesun, tt fo por so ver por ea fecandado, He seals tx das mat naan da poe, a0 bor human, & aa tenia eri Nu peson de Rabe para ea moscirs do butto medieval, a3 fons do foledos populates earnaason, » ouaia do cero de 2 ‘tas democrvcas, que transformava eparodava abioltamente todas 2 paves goston dos salimbuncos de fea, tudo iso sb aston fo aaber humans, 4 cgncla © 2 pric médica, 2 experiencia Dulles esos conbeeimentos de um hotsem qb, como concent dot Ffmice du Bey, coneciaintmamente todos os problonss © seg ‘ox ll pln intracional do se tempo. “Como infuxo desea nova combinagio, o 30 da Iéade Média devia solr mudangat totes etn gra neta de progreso. Seu univer: {slim seu radcalismo, sua ousadia, sua Incide © seu motetalimo Geviam pasar do estilo de tistcia quse esponnen para um tstado de comsidaiaartitca, de aypogso 2 um fim precio. Em Datos lermos, rao da Idade Média durante 0 Renascimest, or ee ene comin nove sein rice da poce Iso foi posivel apenas porgue, aps mil anos de 20 lo da Idade Media, os bot ¢euibioes dese carder strico © Sco potencial extavam prontor part ecloir. Examinaremos agora ‘somo se formaram e desenvolverim as formas medievas de ciltura Popular ‘Como jé mencionamos, 0 rso na Idede Média estava relegado para fora de todas as esfeas oficais da ideologa e de todas 2s formas oflell,rigorosss, da vida e do comércio Inmeno. O riso Unha sido ‘expurzedo do cult religioso, do cerimonial feudal ¢ esata, da eti- ‘queta sociale de todos os gBaeros da ‘levada. O tom sérlo ‘xclusvo earacteriza a cultura medieval offal. O prépeio cooteido ‘dese ideologi: ascetismo, crenga numa sinistra providéncia, pape! ominante desempenhdo por ealegorias como o pecado, a redencéo, © sofrimento, e 0 proprio cardter do regime feudal consagrado por ‘essa ideologia: suas formas de opressio e de extrema intimidacso, ‘determinaram esse tom exclusivo, esa seiedade eongelada e petrea. ‘© tom sério afirmou-te como a tice forma que permitia expresar 2 verdade, o bem, e de manera ‘© cristinismo primitive (na época antiga) jf condenava o riso. sacl nips, pncpimeni mio, o evo minicar {yer sage, cheat one oro mies Slo oto Cebénomo dadra de tid gts abuso fo ao ov de Deas, ho uns ema do dao io dove Srnserver umm sede consone, © arependimeato © 8 dor eo ‘pia dos seas peendon’® Comtndo ee aimee, epror-ot Dot Ver Reich, Der Minus,» 16 2 texem intodido no ofc divino elementos de mimo: canto, gest culagio e ro, ‘No extn, es sritde exclusiva da idoloia defence pe Taye ictal tara « ecesade de lgalzar, for daira, ho 6, 4p cal, do oe do como ofc carbtcos. ae, o 20 1 bri qu dete havi do exclido Tuo de orien Toma purameate cia, 20 lado das formas canvas 'Nas formas © 90 proprio cto religono hedadoe da Anigttade, penetrador el fafa do Orient, nflvencador em prt por Eeviosrtes pags loeais sobretudo ot da fecunidade), obtervan-se rise alegriae de tno 3 vzes dssaulaos a urgi,no tho do faneras, do btsmo os do casement, o mean em vais ous Cerimdnas. as news casos ce embrites certo so slim, desruids © aifiaiados™ Em compersagio, so sutorsados ou vit coats que ravi em torn da ge ¢ da fos, toler mesmo ¢ {pact cei cao pal, ee fogs ioe spesemente “Trate-sesobretudo das “fstas dos lowes” (esa sutra, famo- tu, floram) que estwantse igs caleravam mo da de Samo Eno, Ano Novo, no dia dos Incest a Trindade, ee Sto ola. No iio, erin tinds cetbradas na igs © ‘erctamente legis tomaanese am segue semifcpas fial Imene Hogs ns fine du Toade Metin; continvavam comodo a ser celebradas nas ris © tavernas, ¢incorporevame aot foguedos Se ard Gr, Na rae so ene mnfero com ras fora e perrverana verso patie do cao ofa eccmpankado de asasis,ssceraday o danyasobncenas, No ADo-Novo Ti fade, os reroaioe do lero era paricolamente desefeade. Dor anepasiados que sib muta bem o-que fazam, Sublahres tems seu carter nfo sero, de rincadea Couto) Ese folgae- fos sto indspensives “fim de qe tole (a bulosaa), que € {azn epunde mare epee ata m0 homer, pose 9 enos lima ver por ono manifestarselremente. Os toads de vo exlor diam sede ver am quando nfo fosem desapedce, 20 080 s¢ conectcin Asin ue febre de crodadscomeyu a dntove, as Papas ‘= pusean de novo as. Sera extomamententrante scrose Fiseae so rio, Ningse rt iran ro plicio rea, tu gutta, Gane do chefe do ‘Seti, o tomo de police, © tmeniente sata Os sence dono ‘lo tt o eto descr piseogn do senor 86m tga ra mires Sem pessoas ines lorem mitriadne sf dane‘te Sat ieee 1 oo pure reer o rs, pee diner adevs 8 todos on vxps Govkice iru, a es ran dK € ara» ta ‘rad eau vulgar Ouro” (A Herc, Sobre @ te, ed skonse™ Mew 1938, 233) cet ch Neto: Slr de rigs, Cosiadst,Laisgrid, 193, p. 30, Vesseloviki dé uma definigio extremamente justa da verdade feudal Ele também tem razio ao afirmar que o bulto foi o porta-voz a outra verdade, nfo feudal, no oficial. No entaato, ese Ghia verdadedifelimente podera ser defnida como una “verdade sbstata © abjetiva”. Vesslovski considera 0 buo fora da poderosa cultura ‘cémica da idade Média, e 6 por isso que concebe 6 30 apenas eco ‘uma forma defensive exeror para “a verdade abstatae cbjetva, "a verdade universal", que © bufio proclamava através dessa forma ‘exterior, 0 iso. Se ndo tivesse havido as perseguigdes internas ¢ as {ogaeiras, esas verdades teriam flto desaparscer 0 buflo, pata expri= riyemse em tom sério, Tulgemos erada essa concepeso. Sem nenhuma dévida, oso foi uma forma defensva exterior. Fok tegalzado, gozow de privilégios, foi eximido (€ daro que apenas até ert ponto) da censura exttior, das persuigdes exteriores, da fogucia. Nao se deve subestimar ese fator. Mas é totalmente toad rmlsivel redusira ete © sentido do risa, O riso ndo é forma exterior, ‘mas ume forma interid essencil a qual nlo pode ser subetuida pelo Serio, sob pena de destrir ¢ cesnaturalizar 0 proprio conteido da verdade revelada por meio do rs. Esse liberta nfo apenas da cen so exer, mas ans de mat naa do grande censor nero, do redo do sugrado, da inerdipho autortri, do pasado, do poder, solo anerado no epito humano Bd mies 0 anc, O tu ee tou 0 principio material e corporal sob a sua verdadcira acepcio, Abrin Os olhos para o novo e 0 futuro. Contequentemente, el apenas permiiy exprimir a veréade popular antfeudal, ras também sjudou a descobr-l, a formolé-a iteriormente, Durante milbares de ‘0 riso revelou de mancira nov 3 ‘mundo, no seu aspecto mais alegre e mais licido, Seus prvlegice ‘exteriors estio indssohuvelmente ligados 8 suas formas interires, consttuem de alguma mane o reconhecimentO exterior dees lretos interiors. . Por essa raz3o 0 iso, menos do que qualquer outra cosa, jamais poderia ser um instrumento de opressdo e embrutecinento do povo [inguém consepuiu jamais torn-lo interamente oficial, Ble perma- neeeu sempre wina arma de liberagio nat mos do pove. ‘Ao conteéro do ris, a seredade medieval estava ionpregnada iate- rioemente por elementos de medo, de fraquezs, de docidade, de resignagéo, de mena, de hipocisia ou entdo de viclénci, inimida- lo, ameacas interdicies. Na boca do pode, a seriodade visava a inimidar, exiga e probs; na dos siditos, pelo contréro, tem, submeti-se, Towvava, abengoava, Por essa razdo ela suscitava a des estan do ovo, Ero tom of ¢ ea tratdo como tad gue forse oficial, A seriedede oprimia, aterorizava, acorrentave; meal ce distorcia; era avara e magra. Nes praqas pablcas, durante as festa, a dianfe de uma mesa abundante, tsgavase rbaizo 0 tom sro como ‘uma mascara, ¢ouvie-sd entdo uma outa verdade que se exprimia de {forma comic, azavés de brincadcras,cbscenidades, grosseries,paré- dias, pastiches, ete Todos os terrores, todas as meatiras se disp vam, diane de triunfo do principio material e corporal. ‘Seria erréneo, contudo, eer que a seiedide aio exercia nenhama infludncia sobre 0 povo. Bequanto houvesse razio para ter medo, n& ‘medida em que 0 homem se sentiaalnca fraco diate das forgas da natareza © de sociedade, @ seiedade do medo e do sofrimento em ‘suas formas rligisas, socas,estatise ideol6gicas, fatalmentetinha ‘que se impor. A consciénca’ da liberdado 36. pod ver Tiitada ‘wipica, Por iso, seria inexato crex que a desconfianga que 0 Povo ‘utria pela seria seu amor pelo rio, considerado como a outa verdade, se revestizam sempre de um cardter conicente, eioo € ‘deiberadamenteoposicionista. Sebemos que os autores das par6dias ‘mais desenfreadas dos textos sagrados © do culto reigoso cram Dessous que acetavam sinceramente esse cullo e 0 serviam com 40 menor sinceridade. Possulmos testemunhos de homens da Idade Média, ‘que atrbufam is paras fins didtcos e odiicantes. Assim 0 atesta ua tonge da abadia de Sain-Gall, ao afirmar que a8 misas dos beberties e des jogadores tinkam como Gnica finalidade afastar as pessoas da bebida ¢ do jogo e leiam efetivamente conduzido nume- ‘ososestudantes a0 camino do arrependimeato e da corregso.™ (© homem da Tdade Média ea perfetamente capez de conciliar @ assstncia piedose 8 missa oficial e a par6dia do culo oficial na raga pobiica. A’ confianca de que gozava a verdade burlsca, a “do ‘mundo as avessas", era compativel com uma sincera Jealdade. A alegre verdade profrida sobre o mundo, e baseada sobre a confianga ‘ha maria e nas forgas niaterais ¢ exptituais do. homem que 0 Renassimento devia proclamar, afimmave-se de maacira espontines na Tdade Média nas inagens materisi, corporal ¢ topicas da cultura popular, embora a conscléncia dot individvosesiveste Tonge de poder Uibertarse da seriedade que engendrava medo e debilidade, A Tber- dade fereida pelo riso era irequentemente apenas um luxo, permtido somente em perfodo de fest ‘Assim, a desconfianga diante do sério ¢ a f€ na verdade do riso ‘ram espontineos. Compresndia-se que o rto nfo disimmlave jamais a violinca, que eie nfo levantava nenhuma fogurrs, que hipoctsia ©. engano oo riam nunca, mas pelo contréio revesuam a mascara 4a seiedade, que o iso nao ferjava dopmas e ao podia ser autor tétio, que ele era sina! ndo de medo, mat de conseiéncia da forgs, ae His Rlgmena mrs» tenn morn ent (co futuro robin), 40 mesmo tes” que un esjo de neal a perio 2 1c estava ligado 20. sto de amor, ao natimento, A renovecio, & {SEsudidede, &sbundinca, 20 comer e ao biber mortgage ter reste 60 povo, eof gus ele etavsligndo a0 faut 20 novo, 00 Gui ele aba o camino. E por essa razio que, espootaeament, se Eeconfava da seredadee se puna f6 10 no Testo. ‘Os homens de Idade Média paricipavam igualmente de dua vides a oft es cernvaltcn, G2 dois aspctos do mundo: um picdose sii outo, cbmc, Encs dois apestos cocisiam nan con ‘Slace, iso se zefleteclaramente nas pigins dos manaseos dos Séealos Xl e XIV, poc etempio nit lendas qe natram a via dos Sinton Na mesma. ppna,encontrm se Tado ado llamiaraspic- ‘dona e astra, strando 0 texto, ¢ toda uma sie de deenhos dQumécooe (eaturafactescn de fecias humanas,animais eee tah) do lnspirado lve, ito &, sem relagHo com 0 texto, dabretes mins, jogrus executando acrobacs, Nights mascaraes, sates fic, sno 6, imagens parameate gotesces. E todo, iso, ‘Feptimos, numa ica & mesma pagina. A supetce da pigina, asi ‘como 1 consizncia do homem Ja Idade Media, englbava os dols SSpoctes da vide e do mundo. Encontamos «mesma cocxstéocia Go sco edo grotesco nas pniras muras 6s igeas (como js. en: fcenames antesonmente) nas suas estar. O papel da quer, Guitesénca do grotesco, qe se insinua por ta pate, ¢ paricusr Tene signticatvo, No entato, mesmo tas ares decraivas da Tdade ‘Média, ona front interna cara delimit ee dois aspetoe: mesmo ‘exiting lad lado, cles no se confendemy, nao se misturam ‘Assim a cultura oBmica da Idade Média estava essencialmente isolada ‘nat pequenas has que consitulam as fesas ¢ recreagbes. Paralela- rene, exisia a cultura oficial séria, rigorosamente’separada da ‘cultura popular da paga publica. Or embrides de uma nova concep- ‘eho do mando comegavam a aparecer por toda a parte ms, fechados tas formas especfias da cultara cémica, dispersos nas dhots isola das wtdpicas da alegria que presi & festa popular, ds recreagbes, |S conversas de banquetes, od ainda no elemeato mével da lingua {alada falar, eram incapazes de crescere deseavolver-. Para che~ ur a so, ham que penetrar obrigatoriamente na grande literatura 7 Aimalo spaifo recente de ume obra do. mais so, interne: Do- ‘umanta amnion a are dolor. Teta de resauops dm Tro de Fenda races ose XI Baie ee Academia de Cac do URSS, Messeateningade, 15, publado 1» dheeso de V_ Lula. que ae fe ecole xen in dun ro de endo ole ‘Tits Saar paviar poveram seer deutagla clara ¢ completa 10 QUE ‘ebamor dealer (er ® ndmivel nibs de Lublin, 8973 60 cee 3s vom B Fn fim da Tdade Média goes nin 0 process de efraueci- amesto mb das ontias etre a eatue comica e a grande tere tea ornare omega cadavers lalla es leminiostperores da ieratra, © rs popular peneta a epopea sumentam a sas proporges nos miss, Genres como a mora iades, voriey, faman comegam dereneiverse, Or saioe XIV «XV sto marcas pelo aparecneatoe flrescment de socedades {fo tpo do "Reino o Cleo” dor “Carols dspreocpados" eee ‘Acaliracficacomecs ultapasar os limes ston des Uta, ‘slorgase por pendrar em tode i exeas Ga vida Holgi. Esse proce compl-ioae no Renaximsnto, £ on obra ce Rabe- las que oto da ade Média eaconroa a tua expresfo supra. Ele sfondi pa now comcast, ie © erie, Ese exdgio supremo do rit nia so prepara no lange da dade Média, 7 a "No que concerns 8 adic ante, podese der que ela desem- pea um papel importante apenas so‘rocesto de tomada de cons Bin e de cicleeteentotcoco ds Rereng lgade pelo tho do Tendo Métin.J6 vimor que a flonia do oo 60 Rensocinento se refera As font anne” Devenos dexacar que, 10 Renasciaeo irants do seculo KVL, o que fgua em prime plano aio € de Iman agua wast “cline 6a Andade nem a cpp, ‘hem a vageda, nem of géecronrgorosimene ress, ito & pels trncigbo que tre papel preponderance no casino do seule XVI, mas Lacan, Ateneo, Aulo Galo, Paro, Macobo outros cud {os rtbeose Saow do im da Anigiiade™ Para empregat & Seelrion en sbvepuon do Prarie» ose Jerse sia seein do nents 0. cyesiern de Plipe oflo ee ineton peviegon, Na praia, or tenho down stele Svea te Touma putea de jogos Fara (Parade gos sprowtavam ample sete hens [Essie one cron a err oe sot ger ov bsochont (Cig) cumpuaca paris de extn esq 1 Sembe tegra Foe caste i, fo esp ‘ncdor «protic. tim 14, a welinde fo! deneivanente tusivda, A Sede dn Enfant interpreta sir Su Cele ta © tale apie tn ta Oe mires de cmd: Atm, Po, Tetai,ofo vem male inte Tezaro Raa Adley, i mien © produto de oma face fsa, Rasa ona Ate te indag inten de'Atsiines Ye tae, Soatae poses eps ais op le te one nee (Soe ‘epi mo exgcra) ‘expcase pelo pucnieco das font fokgies © Stee: Rainy eps peters ns stn ton de Eat em commu (0. Chop ca tins ena BO eu Tomunce © ‘oto qe execs iguanas tbi Cle a terminologis de Reich, pode-te dizer que o que se encontrava em prieito plano no scald XVI era 2 tradigzo "mimica™ da. Antighi- Sade, 2 antiga imagem “bioldgiea" © “etiolégica", 0 disogo, os Uidloges A mesa, o stnete, a anedota, a sentenca. Mis todo isto std ‘aparentado a radigdo ebmica da. Mdade Média, tem tragor comuns com ela Tudo iso, traderido na nosea terminologia, consti a “Astighidade eamnavalizads. ‘A flosofia do riso do Renascimento, baseada em fontes antigas, do era ce maneira algoma Wntiea 2 sun prética cOmica seal. A {losis do riso no refletiao que elatinka de primordial: a tendéacia istlea do rise do Renascimento. ‘A literature, assim como os outros documentos do Renascimesto, atetam a sensagdo excepcionaimente tara e nitida que tinham os ‘ontemporéneor‘da exitencin Je uma grande fontera hstrie, da modanga radial de época, da allemancia das fasts hisricas, Na range, durante ot anos vinle ¢ 20 comego da década de trinta do sécilo XV, essa seneagio er pardcularmente aguda e tradunase Freqentemente por declaragées conscientes. Os homens davam adeus ‘as revas do teeulo gorico” © avancavam para o $01 da nova época. Basta menclonar os Versoe a André Tirapeau ¢ a eélebre carla de (Gargantua « Pantagrue ‘A altura c6mics da Tdade Média preparou as formas nas quals se cexprestaria casa sensagio Wistéica. De fato esas formas tinkam uma Felagio capital com o tempo, # mudanga, 0 devi. Elas destronavam f renovavam © poder digest e 2 verdade oficial. Faziam trunfar 0 ‘etoro de tempos melhores, da abundineia universal e da jusiga. A ‘nova conscinca histrica se preparava nels também, Por esse mo- tiv, eSsa conscéncia encontron sua expressio mas radial no riso. 'B, Krjvaki disse-o muito bem no seu artigo sobre Cervantes: “A gargalhada ensurdecedora que ressoou nos ambientes europeus de vanguard, que precipitou na sepultura os fundamentes eters do feudalismo, foi uma prova alege e concreta ds sua sensbilidade és smudangas do ambiente histérico, Os ec dessa gargalhads de tooall- ade “histérica” sscudiam nao apenes a luis, a Alemanka ou a Franga (firme antes de mais nada a Rabelais, com Gaganiua © Nout iro Lene de Rael (sources, mention e composition (A bm de kab ote mento « comport) (910, 3. Pltrd teen Som Pfaihoo arter dn ero ain Je Rabens« de fun Eyed, ce sae go {one peertncins nu soln dar foster antiga Abie de F Vly. Souter lon de te Mame (se tls de ht om ‘Hes moans pr ect Su Derg stg, peprmdo ke © to XVIT fue ne bate daramente se Antgaidce "cdc 85 Pantegrue!), mas também suscitaram wm eco gealal para aléen dos Prins. .° ‘Todas @s imagens da festa popular estavam a servigo du nova sensacio histrica, desde os simples disfarces e mistificagdes Ceujo papel na literatura do Renascimento, em Cervantes por exemplo, & onsidervel) até as formas camavalescas mais complenss, Assiste se uma mobilizagio de todas as formas elaboradas a0 longo dos steulos: adeusesalegres a0 inverno, a0 jeum, a0 ano velho, & more, acothimento alegre da primavera, ds dias de sbundincia, de matan as reses, das mupeas, do ano-n0Vo, ec, isto 6, todas as imagens da alternincia e da renovagao, do crescimenta e da abundincla, que ‘esis aos seus, Essas imagens, jf curregadas com a sensagio do tempo, de um futuro uldpico, com ss experangas e aspiragoes populares, server ‘agora para exprimir a5 despedidas alegre feites pelo conjusto do Povo a épocs sgonizante, 20 velho poder e a velha verdade. ‘As formas cbmicas néo predominam apenas na ieratura. A fim de ganharem a popularidade, de serem acessiveis 20 povo e de con {uisfarem sua contiansa, os chefes protestants recoreram a elas nos Seas panflatos © mesmo 0s tatados teoldgios. A adogto da lingua francesa teve esse procesio um papel importante, Henri Estienne pablicou em 1566 0 panflea sarica: Apologia de Herédoto, qu Ine vale o cognome de "Pantagruel de Genebra”, e Calvino disse a res peito dele que torsava “rabelaisians” a religito. Essa obra etd fet ‘amente esrita no estilo rabelasiano e regurgita de elementos do chmmico popular. Pierre Viret, 0 eflebre teslogo protetante, df nas suas Discusses eristés (1544) uma justfieagao interesante tipca o elemento cbmico na trata religion: "Se Ihes parece que é preciso tratar tas esuntos com malar gravi- dade e modésta, eu ndo nego que nenbuma honra e reveréncia seria

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