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reluiva # andoeo ¢ assinna 6o «Dito da Repdblicass, deve ser dig De Aguas. — Revops todos ox deposltes que conta: homo dapon ma rac lt em eer ioe conan. tas do Capitulo TV'do Thala W « Seegto 11 do Caphulo I do Thalo Vi Go Liv Il do Clio Civile at de Agana do Ulsae sma, sprovade plo Decreto 38443, de 23 ge June de 1946, fem dpe ee USD, ed i ds Actividades Geolipicas « Miners o que 8 refers Aguas ‘Subuernea, de Nescene, Minerals, Miner Medicinal de Mess WMinistérie dos Flaangas Deapacho 168/02 ‘Dk por fndoo manduio da Comluo de Gesto do Fundo Permanente ‘de Maino das Pega, Deepocho ns? 16502: [Nomelt ot membros du Comissto Admlastrativa do Fundo Perma- neve do Mla das Planran. ————— ASSEMBLEIA NACIONAL Lain 6702 31 de Joao ‘Sendo a 4gua um dos mais importantes recurvos naturals neceasérios A vida, 40 desenvolvimento econémico, social ¢ 20 equilfoio ambiental; Considerando que 1 necessidade do desenvolvimento ‘econdmico e social impte o recurso a uina gestlo adequada dda Agua, 0 que exige 0 estabelecimento de regras precieas para 0 seu uso. utilizagto; ‘Tendo em vista a gestho integrads, 0 desenvolvimento dos recurtos hidricos ¢, simultaneameste, a sua protecgio e conservagto; ‘Tendo ent conta que a legislagho vigente para os recur- 10s hi dricos jé ndo se coaduna com o actual quadto juridico, econdmico t social, nem com as notas exigtncias técnico- -cientficas neste dominio; : Sexta-feira, 21 de Junho de 2002 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA I Série — Preco deste ntimero — Kz: 32,00 “O prego e cade linha poblcada nos Doe ‘ano | da Rep 62" ares €de Ka: 77,0 para ss Ke: 9500000] 3. sétle Kx: 32,50, acrescido do retpecivo ‘x: $530000] impos do tele, dependendo 1 publicasto da ‘a 32 $00,00| 3. rie de dept pow efetur na Tesora Xx 21 $00.00 |x imprena Nacional — ULE. Havendo necessidade de se actulizar a legislagto das Aguas ¢ criar um quadto legal institucional, cuje tei geral ‘estabelesa os prine(pios fundamentais por que se paute a conduta de todos 0s interveniented na geste uilizagio da gun; [estes termos, a0 abrigo da alfnea 6) do artigo 8 Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprov seguinte: da LEI DE AGUAS CAPITULO 1 ‘Disposigdes Gerais ‘ARTICO 1? COnjecivo) A presente lei estabelece of princ(pios gerais do regime Jurfdico inerente 20 uso dos recursos hidricos. ‘ARTI00 2* (Objecta) ‘A presente lei aplica-te As Aguas interiors, quer superfi- ciais, quer subterrtneas,consttuindo parte do ciclo hidrol6- ‘ico nacional. axmigo3* ‘mbte) ‘A pretente lei em relagio bs 4guas interires estabelece: 4) © domfnlo pablico hidrico, a politica geral da sua ‘estto e desenvolvimento, bem como as compe- (ncias atribufdas Bs instituigdes do Estado com elas relacionadas; 2) regime juritcogerl das actividades de invent Tago, Seenvolviment, conto, Faclizagt, protec e conservagié dos recursos hii €) 08 direitos © deveres do todos 0s interveientes festioe uso da gun. . rico? Peta Para efeitos de interpretagio da presente lei, os signifi- ccados dos termos utlizados constam do anexo que & parte integrante da presente lei. aRTico s? (Propredade das Agua) 1. As dguas, objecto da presente lei, como um recurso natural, sto propriedade do Estado, constituindo parte do dominio plblico hirico. 2. 0 direito do Estado relativo as éguas, enquanto recurso natural éinaliendvel e imprescritvel 3.0 direito ao uso do dominio publico Aidrico & conce- ido de modo a garantir a sua preservagda © gestdo em beneficio do interesse pablico. a ARTIGOS (Detalgte de margens) 1. Compete ao organismo de tutela, em coordenagto ‘com os competentes drgios do Estado: 4) a defnigo da linha de margem legal dos depéitos « curts de dgua do Pats; a criagho de mecanismos para su Cadasro de Aguas; €) adopgio das medidas neceséras& protecso dos lets das linhas dé margem, igto no 2. Comipete igualmente a0 organismo de tutela, sem Prejutzo do disposto nas leis sobre terras, ambiente € demais Jegislaglo aplicdvel zelar pela presorvagio, conservagio e defesa das reas de protecgdo parcial definidas no nimero Anterior. 3. Os terrenos de um prédio que, por inyndagdo, resul- tem separados deste, pertencem sempre ao seu tiular e nde 20 leito do curso de dgua, 4. O uso e aproveitamento dos leitos estéo sujeites aos regimes de licenga ou concessio, nos termos da presente lei © seus regulamentos. aRTiog7* (Tuwlariade des zona undives) 1. Os terrenos abrangidos pelus zonas inundéveis, ‘mantém a qualificagio jurica e a divlaridade que tiverem. DIARIO DA REPUBLICA 2, Para garantir a segurenga de pessoas ¢ bens, podem, ‘no entanto, ser declaradss zonas de protecgfo parcial ou ‘sujeitns a outras restrigdes, de acordo com a presente lei, ‘seus regulamentos, e demas legislagdo aplicével. ARTO 8: (Dereamesedrenagens de dguas) 1. Nama propriedade, podem ser usados os derrames cue psra ela escorrem de forma natural das propriedades Visinhas, sem necessidade de ttlo de uso ¢ em prejutzo dos direitos dos tiulares das propriedades em caus tis derrames estfo sujitos ao regime espectfico definido em regulamento. 2. Os derrames produzidos estBo sujetos ds contin- ‘séncias do caudal matriz, & distribuiglo ou uso que se faga das dgues na jropriedade de origem &observincia ds imi- tes definidos de poligioe &snormas de protecsBo ambien- tal, pelo que, nfo podem serconsderados obigatris nem permanente. 3. Os beneficirios de dado sistema de drenagem estéo cbrigados preservagtoe manutengto de caais obras que o consttuem. 4, Num sistema de drenagem nfo podem serconsrudas ‘obras que alterem o n{vel natural das éguas ¢ 0 nivel fred- tio passiveis de se tonverterem em prejulzo de terceiros. salvo seo dono da obra suportar 0 gasos de mitigagfo ou superagto dos danos causdos. 5. Caso o humedecimentoexcessvo dos solos se deva & cxisténcin de obras de drenager, os afectads ttm 0 dirito de solicitar a sua mocicag, desde que tus alteragbes no $e consituam em prejuizo do dono das obras e de trceros. CAPITULO IL Dos Principios Gerais da Gestio de Aguas secgho 4 Principle Objectvor Arrigo 9* (Prinepln de geatho de gua) 1. A gestto das aguas rege-se pelos prineipios seguintes: 4), do direito do cidadio € entidades colectivas & gua: ‘da unidade do ciclo hidrol6gico, que pressupte & instituigdo de um regime juridies nico da sua esti: 4) da unidade e coeréncia de gestdo das becias hidro- ‘réficas do Pats como unidades fsico-trrito- Finis de planeamento e de gestio de recursos hide 1 SERIE —N.° 49— DE 21 DE JUNHO DE 2002 ARTIGO 46? (ange dus eens) As licengas extinguem-se por: a) caducidade: b) revogagto: ) desisténcia do titular da licenga. Agnigo 47? ‘teversbo de bene) 1. Entinta a licenga, 08 bens implantados sobre © domt- ‘io pablico ou que tenham sido adquiridos por expropringao revertem para o Estado, salvo se este manifesta vontade em contro. 2. A reversio a que se refere o miimero anterior confere 0 titular da ticenga o direto & indemnizasio, excepto nos casos previstos nas alineas a) 3) ¢ d) do n.*1 do artigo 49.° da presente Ie 3. 0s bens considerados sem inieresse produtivo devem ser removidos tendo em conta a preservaglo do ambiente, sendo 08 custos desta remogio suportados pela entidade Ticenciada, anico 44* (Serpent da activ idae licenclads) ‘A suspensio do exercfcio da actividade licenciada requer autorizaglo da entidade licenciadora, salvo nos casos de Actividades para fins estritamente particulares, ARTIGo49* (Revogacto da eanga) 1. As licengas sio revogaveis designadamente com os fundamentos seguinies: 4) ndo cumprimento das obrigagdes essenciais fixadas no licenciamento: +) abuso do exercicio do direito ou Aireitos dos terceiros; ) imeresse pablico em destinar a 6gua a outros usos privativos; 4) forga maior, nomeadamente secas,cheias ou outras calamidades naturais de efeitos protongados, 2, OS fundameatos previstos sus alfneas c) ¢ d) do ‘ngmero anterior 86 determinam a revogagio da licenga ‘quando as necessidades nfo puderem ser satisfeitas com a simples requisigio de parte dos caudais licenclados, 513 SUBSECCAO IH Concentes ‘ARTIGO so (Odeo) © uso prvativo da 6gua fin sueito a0 regime de con- czsslo em todas or casos no previstos nos artigos 26.° fe 41a presente lei. ARTigo 31° (Diets saci ts concensies) 1. As concessbes so outorgadas, temporaiament, por um perfod de até 50 anos, passve de renovacd. 2. A outorga da concessto implica 8 sutorizagto de ui Haar os terenos necesdros 8 exccusHo das obras conve niente exploragbo da conceso, de acordo com os projectos saprovados, mediante 0 pagamento das taxas¢ indemniza- esque forem éevida. 3. Os direitos. emergentes da concesslo das instala- 4 sobre as ques esses direitos se exercem, nfo podem fer cedidos ou onerados seperadamente da concessto que of ariginov, sem avtorizagio da entidade que a tiver conce- agnigo s2* (ever de ben da cones) |. Extinta a concessio, revertem para o Estado todas as, instalagbes ¢ valores que a integram. 2. A reversto dos bens a favor do Estado pode determi- nar, salvo em caso de rescisio, o pagamento de uma indem- hizagto & concessionéria, cujos critérios de eflculo so fixados no contrato de concessio ¢ legislaglo aplicével annigo 33 (Aprovagioesctlgho das conensen) ‘A aprovagio ¢ atribuigio das concessdes € da competén- cia do Governo nos termos da lei ARTIGO s4* (Diese cae cosceondsar) ‘Sito direitos das concessionsrias: 4) explorar a concessto nos termos do respective contrat; +) constituir servidées € requerer a expropriagio de bens innsveis ou direitos a eles adstritos, neces sérios & realizagdo dos fins previstos no contrato de concessio, hem como utilizar bens do dom! no pabico ou privative do Estado, nos termos a serem acordados no respectivo contrato de 1 SERIE —N¢ 49—DE 21 DE JUNHO DE 2002 da geatio integrada dos recursos hidrcos: ©) da coordenagio insiwuetonal e participagso das comunidades; ‘A da compatbilizacso da politica de gestto de éguas com & politica geral de ordenamento do territé- 850 ¢ politica ambiental 4) da Kgs como bem sociah renovivel, limitado e com valor econémico: ‘hy da promogdo de formas adequadas de paticipasto dos sectores piblico ¢ privado na gestto € desenvolvimento dos recursos hidricos: 4) da complementaridade do abastecimento de Agua ‘com 0 saneament residual liquido: 4) a relasto entre poluigdo eresponsabilidade soci € financeira de reparaglo de danos ambientis 2. A observincia destes princfpiog¢ garantida pela socio 40 Estido € por todos os intervenientes na gestlo ¢ utiliza «lo da gus, nos termos da preseme Ii seus regulamentos. ARTIOO 10" (Objectives ds polidens de gett de dts) 1A poltica nacional em matéria de gestlo dos recursos |idricos visa a igualdade de tratamento e oportunidade para (0s imtervenientes no processo de uso da dgua, preservacto do bem-estar ¢ do ambiente, a promocio da prética de uso cficiente da égua, bem como o incentivo a iniciativa partie cular elativa 20 uso racional dos recursos hidricos. dispont- veis, 2. Ao Estado compete implementar, em todo 0 territério a erespeitando os Principius de Gestto de Aguss, polticas de gesto oventadas par a realizasto dos sequin Yes objectivos: 4) garantir 20 cidadio ¢ entidades colectivas 0 acesso uso da dgua; ©) assegurar 0 equilforio permanente entre os recur- sos hdricos dispontveise procure; ©) garansa © uso das dguas dispontveis para todos 06 fins, através da cua uilizagto racional« planifi- cada, com vista ao desenvolvimento sustentado ds economia n ©) abastecer as populagdes de forma continua ¢ sufi ciente em Agua potivel, para satsfagdo das suas necessidades dométicas¢ de higiene; ‘© promover, enquadrar € regulamentar a utilizag0 da dgua para fins agricolas, pecutris, indus- trais e hidro-elécricos; ‘A promover accBes de pesquisa ¢ o uso eficiente dos ‘Tecarsos hidricos existentes; 36 4#) garamtir 0 adequado saneamento das éguas resi- unis e regular o langamento de efluentes; 4 salvaguardar a navegagio e transpore, 0 deseavol- vimento da peste, & prética desportiva ¢ a reereago nos corpos de Sigua. 3. Os objectivos previstos nos pameros anteriores so promovidos pelo organismo de tutela ¢ demais entidades ‘competentes. seccho 1 Invent de Racorees, Balance Hire ¢ Regio AKTIOO 11" (aventice geal ebalango idee) 1. Cabe o organismo de tutela proceder ao inventério, etal dos recursos hiaricos nos seus aspectos de quantidade qualidade e respectiva actualizaclo peri6dica, de forma a apolar 0 planeamente © gestiointegrads. 2. 0 balango hidrico estabelece o equilforio entre os recursos hldricos superficiais e subterrineos, actualmente dispontveis e poterciais, ¢ a sua procura presente e futura 3. As normas € técnicas de realizagio dos inventirios € balango dos recursos hidricos constam de regulamento réprio. annao 12° hegined) 1. Para efeitos de aplicagdo da presente le, seus regula- ‘mentos e demais lepislasto referente a regisos, as dguas so tidas como bens iméveis 2. O registo dos usos comuns,tradicionalmente reconhe- idos, & efectuado pela insttuigto incumbida da gestio dos ‘eeuraos hidricos da bacia hidrogréfica respective, 3. As concessBes elicengas de uso da Agua, suas caracte- tisticas e posteriores modificagdes, bem como as autoriza- Bes de descarga de efluentes esto sujeitas a registo obrigatério, 4, Compete a0 beneficibrio da concessfo ou licenga requerer 0 registo, nos termos do mimero anterior, no prazo e trés meses a contar da data da outorgn do direito de uso. 5.0 direito a0 uso das éguas ou A sua hipoteca, $6 pro- duzem efeios em relagto a terceiros, depois de efectuado 0 registo na Conservatéria do Registo Predial 6. Os factos constantes do registo slo objecto de regula- ‘mento do Governo, ARTIOO 13 ‘poten 1. 0 direito de uso de égua, quando devidamente regis tado, pode ser objecto de hipoteca separada, independente- ‘mente do imével aque o titular 0 destinou. = 2. Os direitos nio sujeitos a registo s6 podem ser hipote- cados conjuntamente com o'respectivo imével. 3. Em ambos os casos, referidos nos niimeros anteriores, € obrigatério © registo da escritura piblice da hipoteca na conservat6ria competent. secGk0 I Coordenecho ¢ Organiza Inco ARTIOO 14" (Waldade national de gest) 1. A.unidade principal sobre a qual assenta a gestdo dos recursos hidricos € a baciahidrogréfca 2. A instituigdo responsdvel pela gestdo dos recursos Hdricos da bacia tem as suas competéncias estabelecides em regulamento do Governo, ARTIGO 15" (Preneamenie eu recursas Marton) 1. Os Planos Gerais de Desenvolvimento ¢ Utilizago dos Recursos Hidricos das Bacias so elaborados com a par~ ticipagdo das comunidades, obedecendo ao principio dos usos miltiplos, nomeadamente a interacclo dos diferentes fin, a sua incidéncia econémica € social, as suas priorida- des ¢a influéncin gue as tilizagdes tém na interacgdo mon tante-jusante 2, O Plano Nacional de Recursos Hidricos visa a gestio imegrada dos recursos hidricos & escala nacional e é elabo- rado de acordo com os interesses nacionais, eventuais trans- feréncias de caudal inter-bucias, e com o concurso dos Planos Gerais de Desenvolvimento ¢ Utilizago de Cada Baia 3. O Plano Geral de Desenvolvimento’e Utilizago dos Recursos Hidricos de Cada Bacia tem como objectivo finat 1 optimizagao do uso dos recursos hidricos no tempo € no espago territorial da respectiva bacia, encarada como um todo unitirio 4. O Plano Nacional de Recursos Hidricos ¢ os Planos Gerais de Desenvolvimento e Utilizagdo dos Recursos Hidricos das Bacias s40 aprovades pelo Governo. ARTIGO 162 ‘Cont inetitcona) 1. 0 Plano Nacional de Gestio dos Recursos Hidricos e, de modo geral, a Politica Nacional de Gestdo de Aguas € os DIARIO DA REPUBLICA aspectos relevantes desta decorrentes sio, obrigatoriamente, objecto de consulta junto das instituigbes interessadas na esto de Aguas e dos diferentes tipos de wilizadores. 2. Os Planos Gerais de Desenvolvimento ¢ Utilizagdo dos Recurros Hidricos de Cada Becia e, de modo geral, a sgestio das Sguas na érea geogréfi respectiva sto, obriga- toriamente, objecto de consulta junto das autoridades locas, comunidades e wilizadoes 3. Incumbe a0 Governo o estabelecimento da metodo- logia, periodizidade e onganizardo das consulas nos dife- rentesniveis. axmig0 172 (Atoctages oe utlendores) ilizadores dos recursos hidricos podem, nos ter- ‘mos da legislagto aplicével, constituir-se voluntariamente em associagdes, 2. Ao Estado cabe promover a participaglo das as 8s de utilzadores em questbes relativas ao uso racional dos recursos hidricos. ARTICO 1 (unde Naclonal de Recursos Hiriee (FNRI) 1. & criado 0 Fundo Nacional de Recussos Higricos (FNRH)'como fonte financeira complementat a0 fomento do desenvolvimento dos recursos hidricos, da protecglo ambiental a si assoviada, do saneamento e acgies relacio- nadas. 2.0 seu estubelecimento e gestio sdo objecto de regula- ‘mentagdo do Governo, anmigg 19° (Cooperagholnternactonal) 1. O relacionamento internacional de Angola visa os ‘sepuintes objectives 42) adopeto de medidas coordenadas de gestio dos ccursos de gua de uma mesma bacia hidrogrs- fica, tendo em conta os interesses de todos os Bstados da bacia; +) repanigdo justa ¢ razodvel das Aguas de imeresse ‘comum ou seus uso Conjunto, de acordo com os interesses e obrigagdes assumidas pela Repiblica de Angola; €) controlo da qualidade da Sgua e da erosio dos solos. { SERIE—N* 49— DE 21_DE JUNHO DE 2002 2. Compete o orgenismo de tutelo promover as necessa- ris acgdes de cooperagdo internacional, com vista a garantir 1 gesto adequada das bacias hidrogréficas internacionais € salvaguardar os interesses nacionais. ARTiGo 20" (Coordenapto lntersectorial) [Na implementacto das orientagbes gerais da politicu de ‘gestdo de dguas, 0 organismo de tutela promove a anticula- ‘sho com as insttuigSes interessadas na gestéo das éguas. CAPITULO IIL Uap Geral da Agua sEochO | Regime Gera anrioo21 (Realzagbo do dive de noumo bt équa) direito de acesso & Agua & realizado através dos usos ccomuns€ priv anrigo 22" (Clastcago de uss) 1. As guas, quanto ao uso, classificam-se em guas de ‘Uso comum e diguas de uso privativo, sendo 0 uso comum aquele que resulta da lei e que se realiza sob condigfo natu- ral, sem Formatidades contratuais ou administrativas, e 0 uso privativo aquele que requer uma licenga ou concessio, & excepgio do disposto no artigo 26.°da presente le. 2. 0 uso comum tem prioridade sobre 0 uso privativo. anvico 23" (ree comune) |. Usos comuns so os que visum satisfazer necessidu. des domésticas, pessoais ¢ familiares do utilizador, incluin- do o abeberamento de gado ¢ a rego de culturas de subsistfacia, sem fins estrtamente comercias. 2. Os usos comuns das fguas sto gratuitos ¢ livres, € realizam-se de acordo com o regime tradicional de utiliza ‘80 das Aguas, sem alterar significativamente o seu caudal nem a sua qualidade. 3. Os sos comun: realizam-se sem necessidade de licenciamento ou concessio, cabendod inttuigoresponsé- vel pela gest dos rect sos hiricos da baci € demais et des competentes proceder a0 seu reconhecimento € Promovero respective iaventrio. 569 4. imterdito, no Ambito dos usos comuns, alterar as ‘margens ou desviar os corpos de égua dos seus leitos. ‘5. Compete as instituico responsavel pela gestio dos recursos hidricos da bacia a definigio dos limites quanti tivos meios utilizados a utulo de uso comum, ARTIGO 24° (see prratvon 1. Usos privativos sio todos 0s outros nio consagrados ro artigo 22.*, s6 podendo as 4guas serem utilizadas ‘mediante licenga ou concessBo, & excepgo do disposto no artigo 26. nos termos da presente lei e seus regulamentos, 2. Quaisquer pessoas singulares ov colectivas, piblicas 4 privadas, nacionais ou estrangeiras, devidamente auto zadas, tm acesso aos usos privativos, nos termos da pre- sente lei e demais legislacto aplicével. ‘ARTICO (Condigdese fas permltids news privaivo) 1. As équas de domtnio piblico, mediante concessio ou licenga, podem ser usadas para o abastecimento de dgua Potével para consumo homano, para a irigacto e pecuéria, ‘para a produgdo de energia, para 0 tratamento de minérios, desmonte de cascalho, tratamento de fiomes vegetais, como rmatéria-prima para a industria e para quaisquer outros fins permitidos por lei 2. A tansferéncia de dgua do dominio piblico para a reprodusdo de espécies piscicolas ou de outros recursos quiticos,¢ 0 uso industrial das 4guas termais e das minero- -medicinais, bem como as subterrneas captadas no decurso de operagies mineiras, esto sujeitas ao regime geral de licengas ou concessdes. 3. A navegaylo, 0 transporte, a recreagio e © desporto nos corpos de Sgua de dom{nio pablico nfo carecem de licenga ou concessio de uso do recurso hidrico, estando a autoridade concedente da actividade a licenciar obrigada solictar parecer da instituigio responsdivel pela gestio dos recursos hidricos da bacia, 4. No diploma da licenga ou da concessto do uso do recurso hidrico, consta a localizagdo das obras hidréulicas a construr, o volume de égua concedido ¢ os fins e actividade ‘a que se destina 5.0 titulo que confere odireto de uso da Sgua, indepen dentemente da actividade e dos fins a que se destine, € ante- ror a livenga oa concessto para o exere(cio da actividade rodutiva 70 6. Quando a exploragdo industrial, mineral, agricola ou ‘oura, estivet sujeita a0 regime de concessio ou license, a sua duragfo, prazos e demais requisitos, subordinar-se aos da licenga ou concessio de uso do recurso hidrico. 7. O uso da égua para o abastecimento de égue poével para consumo humano, pera a irrigaglo, pecutriae fins industri, & feito de acordo com regulamentagioespectfica aprovada pelo Governo. agTig0 26* (Us dacorrent do dri de exploag era) 1. Os ttulares do direito av uso e aproveitamenty da vera, a fim de savsfazer us suas necessidaues domésticas € as necessidades normais e previsivels de agriculta podem, sem licenciamento€ a tivo gratuito, nos termos do segulumento, utiliza: 4) as Sguas dos lagos, lagoas ¢ pantanos existentes no interior do respectivo talhlo, exceptuando-se os ‘cutos em que, pelo seu volume ou importincia, {al utilizagio careca de licenga ou concessto;, 1) as Sguas das nascentes, correndo livremente, que ‘lo transponham os limites do respectivo talhfo (ou nfo se lancem numa comerte, ©) 88 dguas subterrtneas no inclufdas em zonas de Protecgio, desde que nfo perturbem o seu regime, nem deteriorem a sua qualidade; 4) as Sguas pluviai 2, Os usos referidos no riimesa anterior nilo podem sfec- tar 08 usos comuns pré-existentes, quando wadicionalmente estabelecidos, ou us diteits de tereiros, 3.0s uentes dos talhdes que circundam lagos, lagoas € antanos, podem utilizar as éguss nus condigdesestabele- idan non nimeros anteriores, slvo se pelo seu volume © Importincia requeiram licenga ou concessho de acordo com (© estabelecido em regulamento. 4.4 acumulacto artificial de Agua das chuvas, para além ites definidos em regulamenss, por parte dos tifula- ‘28 da dieito wo uso ¢ aproveitamento da terra, fica condi- ‘cionada ao regime Je uso privativo. anmigo27* (Deveres doe ular dot taliber area 1. Os titulares do direito dé uso € aproveitamento de ‘alhges banthados por cursos de aguas cominuas ou descont- ‘huas no podem embaragar ¢ sem autorizugSo préviao livre DIARIO DA REPUBLICA curso das gus, consttuindo obrizagho sua a remogto dos ‘bstéculos que se the oposham quando tiverem origem nos seus tales, salvo tratando-se de alleragio ao regime de guns decorrentes de Fendmenos nanursis. 2. A conservagio do livre curso das éguas compreende, ‘nomeadamente, 0 dever de: 2) no mudar o curso de &gua serve prévia autoriza- ‘glo € obtida esta, assegurar que 0 novo feito tenka dimenstes adequadas, nfo embarace o curso das éguas nem ofenda direitos de tercei- 'b) nto executar obras ou trabalhos que alterem a largura ea disposisio do leito; ©) proceder ao corte ou arranque, segundo us circuns- ‘tncias, das drvores e arbustos, roncos ¢ ralzes {que propendans sobre oleito. aRTiGo 28° ‘rear conigoas it 20m dt protege} 1. Nos terrenos inclinados préximos de fontes, de cursos ‘de gua ou onde se previna ou combata a eroslo, fora das Zonas sujeitas 20 regime de protecgho, 2 execugto de quais- quer actividades estésujita & prévia autorizagdo da insttui- ‘elo responsive pela gesto dos recursos hidricos da bacia & densa entidaues competernes. 2. Tal autorizago & concedida depois de, obrigatoria- mente, serem cuvidas as entidades interessadas, designada- mente as que superintendem as actividades agricolas ¢ florestais, o ordenamento do territério e 0s recursos mine- raise ambiental. anmioo29° (Calsada) 1. Compete ao Estado a criagio ¢ manutenglo de siste- mas adequados de prevensio de calamidades, no referente 6 cheias ou secas. 2. Incumibe 40s wsutrios, detentores de barragens ou ‘utr obras hidrulicas, omar as medidas preventvas part evita ou mitigar as consequencias dos desasires naturals, nto na fase de construglo das insialagGes, quanto na da sua exploragto. 3.0 sistemas de preven, alert e salvamento no caso das cheias, bem como o de preven e combate As seca, regem-se por regulamento especifivo aprovado pelo Governo, axmia9 30+ eqlsigho) 1. Em casos de forgu inaior, designadamente de secas, ccheins ou outras calamidades novarais © enquanto estas per- 1 SERIE—N? 49—DE 21 DE JUNHO DE 2002 om urarem, as autoridades locais podem impor que se fasa, no interesse piblico, © uso comum das dguas dos sos priva os. 2, Cabe as autoridades locais garantir os direitos de pro- priedade, definindo as vias de acesso, calendério e demai condigBes de usilizagio das éguas requisitads. 3. 0 titular do tulhdo tem direitp & indemnizagio pelos prejufzos causados. Antico (Servis) 1. Quando o direito de acesso ¢ uso da gua, eja comum ‘u privativo, $6 possa ser exercido mediante cestriglo do direito de propriedade de outrem, & constitulda uma servi- dio. 2. A classificagio, metodologia de constituiglo ¢ 0 exercicio de direito de servidio regem-se pelo disposto no digo civil e subsidiariamente, pela regulamentacio apli- chive AgTigo 32° (Drenagem plvlalesaneameatorsdual Vaud) A drenagem pluvial ¢ o saneamento residual liquido estfo sujeitos & regulamentagio specifica, secgho 1 sos suetosbLienga ov Concesto SUBSECGRO DispoakSes Comane asmico33* (Subordinaso de prioriade ds sos pvativo) 1. Os usos comuns, conforme disposto nos artigos 21.°e 22, t8m prioridade sobre quaisquer usos privativos, pelo {que no podem ser concedidos ou mantidos usos privativos em detrimento éaqueles. 2. O abastecimento de 4gua A populagio, pare consumo hhumano ¢ satisfago das necessidades sanitérias, tem priori- dade sobre os demais usus privativos. 3. Os conflitos decorremtes da falta de dgua para satisfa- {g80 de objectives distintos so resolvidos em funglo da rentabilidade sécio-econdmica ¢ impacto ambiental dos respectivos usos. 4. Compete a instituisio responsével pela gestdo dos recursos hidricos da bacia estabeleser, no quadto do plano {eral de bacia, do plano nacional de éguas, da presente lei demais legislaglo aplicdvel, as prioridades dos usos pris vos da égua. AKTICO 4" (Wodoogi « procedimenton dow pesos) ‘A metodologis ¢ of procedimentos para outorga de qualquer licenga ou concessio, constam de diploma al da tute ARTIGO35* ladferesento doe padi para noe pevatves) 1, Os pedidos para usos privativos apenas podem ser indefesidos quando se comprovar a existtncia de alguma das circunstincias seguintes: @) lo haver égua disponivel ou as necessidades & satisfazer nfo se justificarem; isfogdo das necesidades comprometer a pro- teoglo quantttva ou qualitativa da égue, para além dos limites aprovados pare o respectivo compo de gua; €) forem incompativeis com os usos constanes de planos aprovados, 4) dos usos pedidos resultarem preutzos para tercei- 108 cujos direitos devam ser respeitads: €) quando forem incompativeis com as quantidades ‘necesséras A proteeglo do ambiente, 2. Os lesudos pelo deferimento do pedido de licencia- ‘mena ou concessio podem recorrer com fundamento no

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