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Rt q as escblas mubopotbcicas ‘Arivopoleia: Arto (nomen) — Logi (etude) ‘tea vesover rventa slugaes para. a urpanizacdo Industalzarao @ pea expaneae eurpela n6 mura, © Deservoweento "e 2 expansao proorlonam @ ‘ortlecrento de aropioia, Se_ 2 Sosbogis _desomoveuse pare mahor cmpreensao des soceseces crores 8 Antropotegla ‘slanted Socedades europees ‘As pesquisas cientifias_eram fnaniades pales. lies unnaias_com apo. potion em especial aosor ‘esronsaveL nea adminsarao_ coon. Era mportarte nhecer para donna, Mas, camo tempo @ ANvopaog {2 soserveveu, 80 estondimento do hamem «a 88 utara pels ‘a, essa bpoce tudo tava em tomo dos eugoeus- ‘Eurocontisme (Costa 9 recessiade de esluca” © no ‘euepes). Dutnamm e Tonnes. form ‘8 primers ‘eoneoe, ‘4 antropotoala 120 te Dfolaico, socal € cultural Sendo cada ua. destas ‘dmenséee por a 26.muo ampla, © comeciverto ‘ntopolgioo geraents € oqganzado em Seas que Ingear uma escotna erbia de eaios aspects 3 seerh 4. Escola Evolucionista Evoluctonismo ~ século XIX, importante que nessa primeta escola, periods cdssca, snropogis Buscavs sua iegtimacto ete ae ccs 6 ata tao seca deli ea caro de saree unit ot sshanoa-c hoes on -1028 Sites ie ctecreris-acrnioos te ox “povos primines"-Predomine do "aba de gabe’ ‘asa @ que se pase comproonse’ a esata relagzo que 0g auloes estabeecem ene a anvepcogia,enquanio ‘Since que estuca 9 cultura eo homer, e s8 clencas ‘alae pela pereguigo oe it © princes gome que Fegenam vida da humanidade ‘Acresiave que as culuras_possavam pelos mesmos ‘sldgion, numa moor nha de evlugso S000 (© evelusonma social, rasuane oe ume antcagto de Evaucinisme 80g 30 nel do esbutragso das socedades numanas, @ une leoia onde as socedades S3oJugedas, pelo’ seu nivel de. progress, de ‘SetenuchamantoFasnndo aesin com que a socedade ‘mais “evoulda se fora 9 socedage 02 "eu" 8 a Urs ‘Darerente core eu esiou duende, a 9p “Ouro Doran, s mals impotante, 2 de Tas valor par se ‘etidoda 69 mate svangade, © problema & quals tatores sto avatados para ue \Vopriosduas das socledades@ mals evoica? Fol cteco ‘olive, inclusive, cue se-0 medieor Tose oflebo pot ‘ert, nbs, raselos eeraros a socodade do eu" = 29 anaksarmes 0 flores cue cefniam a ear come ‘edlaceres, vemos que ‘oraret que levarnos em Considetegdo coaas como w aie, a les @ 8 Moral A ‘Gtoudade rst & que nem focee ce caus predsam te ‘ma lt efi, ura ato Sada ou finds uma mora ara que exon, sees concelos sto mut relies. Ov sea 6 em pai Gosse pom para a ance comporatva dee sociedses, 2 @ viel 0 elnacantrisme una visio do mundo Proconcaltuoss, usar a cuts do “eu pa Julger @ do econ ‘A tomads dos nossos valores cura come os melhores E, segundo o evlucorisme, todas as caluras do utes! ecesslavam naga mals do ave squlo que eraimaonarts ara a gosedade do "eye por sso 4 vesigasao 24 sonnecinerdo maior dessas ozs cufiras nao evaus 2 ada, fl aue eas que Geveiam se sacatxar a0 modo em ‘ue. cols eran na socecede do“eu, Vai mute alsm, quando co arostia om svcluonsmo, se foma uma visio etoceniica, o_einacentnama esta stalamanieastocado a0 evslustn‘aro pineal pot do aciediar ave 0 “ul” pode ser impotante também, Ha autos. valores enbuldos nesle canto como. oncftia por exemple, (© Evouctonisme oscil, © ¢ assoiada a sezctmics coma Eowara Burnet Tylor (1802-1817), ob'a Patve Corre (a7H deta 0 cortex co "esluso cenica de Srtepoiege beseado nas. teers evousionsas de Chats Dana Eats aor reaizou estsos conpatatvos fas manlestoybes rengosas das diereres sosedades humana, acredtanco, depos dso, oder esiabelece es slapas na evolucdo da ieologia relgiosa dos povos: lnimlsma (rawestopto roigoes monone 0 toaos oF ‘Slmentes co coos, 3a raters, dot os sates vives © ndmenos nats). polio 2 monoteismo TTembem cane cutira com ".-0 compan 0 qual est30 Inaldos connecinentes, rengas, aes, moa es, Costumes o quaequereuas aptases e abios eaqutdos belo homer come mambo da sosesade." Lewis Homry Morgan (1818-1881) pubicou em 1877 seu festudo Ancient Socety {A sociedace primis), 0 quat tubs etapas por que passaram, ou passat, fietrgus selvageia, Darbar ¢ sullragdo, numa seauéncia oorgaténa de proaresso. De iual fora, asiabeteces varos stags sueestNos bara formato oo fara, ow quale im desde & Promiscldade pave 8 fama blatrl moserra de tpo Europeu. Jomes George Frazer (1854-1941) demarca as trontores ‘essa orca © eftaSuas tavetas “comprar as vias ‘agas de homens. Fagor suas afniéadse 6, por ma Ge Uma empia cole de Tatas, seguir dese os prints, 518 do go quan posivel, a evoluezo do pencamonte & as msttigdes hurenas © objetivo asso, assiey como ‘de too as oulras citnsig, & descobrc a Wis erais ‘2s auais se-possa aresuml ave 0s fates sarlcuares St ‘conformam* ‘Grestudo, com 0 qual o antoptiogo deve-se ovpar ‘saqundo Frazer, 6 0 "omer prtve™ 0 “savage Mas ‘eseava que erie Uhmo naa. em sent abso, mas ‘sim matvo, pls para ete ¢ mpossivel alcancar 0 home ‘eabmete pitmavo (remem pve) ‘Segundo Frazer, em sua Invesigor30, 9 antropélogo dove buscar a_verficacdo_das_“crenca_e costumes ue ‘sghrevveram como (Gsseis entre paras de cur mals levade (5100, vistas por ele como "relquas’, oe Fane semehanie. 20" que Tyr” denomna. ge “Tobretutneae” = 08 Mébtoe costumes dem elon fevoutivo anor 80 encontrados num astag. male ‘svancado, Em sintote, a ofcala evouceneta_mostouse consceravemente “carrogada de procencotos f@moctrarcos, 0” qua. Jovou seus roprveniantes 2 anecerrem a socedade eropela some amas evauléa e ‘ acestarem que todas ee ouvaslenaotam @ Seanzar & ‘metma pores, Se fr tovaco em conta, adm sas0, Que fem semre se > que tende a reproduzir-se como tal, como uma sociedade. (Godelier, 197736), A critica quo se faz a Escola Funcionalista, & que, ao privlegiar as fungdes das instituigdes sécio-cultureis, de forma idealista se deu uma autonomia € preponderancia desses sub-sistemas “particulares' (parentesco, regio, economia) sobre ‘35 condigies concrelas de existéncia em que repousam as particularidades em que tais sub-sistemas executam suas fungdes © quais as modificagées que ao longo do tempo essas institgdes apresentam. Nao se pode partir do imaginério Valorative de uma comunidade sem que se entenda qual a relagdo desse imagindrio com as contradigées intemas dessa Comunidade, seja em relag&o & natureza ou aos outros fiomens. Assim. a evolucéo humana, na vio funcionalista, parecia ter explicacéo apenas em uma porgéo de contingéncias @ acidentes procurados extemamente & determinagéo velorativa @ funcional das suas insttvigces socials, pois em seu inferior as comunidades parecem hammoniosas @ incapazes de roduzirom litigios, delios © punigdes cabivels 3, Escola Estnituralsta - Claude Lévi-Strauss (1908-2009) ~ Belga; As Estruturas Elementares do Parentesco" (1949) Estudo comparativo de povos da Asia, Oceania e Africa Viu-se que a Escola Funcionalista teve o mérito de, a0 subordinar a vida real das comunidades indigenas eo aspecto funcional das inslituigbes culturais (famia, religiéo, economia), reformular a viséo de desenvolvimento linear sécio- biologico da Escola Evoluconista. Desta forma, sua maior contribuigo esté em desobrigaro desenvolvimento sociel humane em seguir uma dnica diragao até alcangar obrigatoriamente © estagio mais avancado da ciilizag0, 0 industrialismo burgués. Assim, as classificagdes de “selvagem" e ‘primitvo" deixaram de ter a conotagéo ideolbgica © politica que levava & dominagao explorago, bem como a uma missdo “evangelizadora" e “civiizatéria” destes ovos por parte das poténcias capitalistas © coloniais. A partir da construgo de um desenvolvimento baseado em inslituigdes culturais, determinando a vida social pelas fungdes que essas instituigdes desempenham nos grupos humanos, 0 funcionalismo emprestou uma nova visdo a esse “progress” social: cada grupo humano estabelece fungbes diferentes para suas instituigdes culturais @ 20 fazer isto se desdobra em indmeras possibildades esse devir, © “progress” passa a ser visto mais como uma opgo de valores culturais do que determinacao biolégica, natural 2 tecnolégica. ‘No entanto, uma nova visio em antropologia vai levar a consideragées ‘mais profundas": a critica da Escola Estruturalista & que as fungbes de certas inslituigdes culturais n3o revelam por si mesmas as combinagées e 03 sistemas decorrentes da organizaco especifca dos grupos humanos. Esse conjunto de relagSes e formas sociais de existéncia material é que Lévi-Strauus val denominar de estrutura, Uma estrutura, nesta visd0, entdo, 6 o conjunto de relagbes sociais especificas de uma determinada organizagéo da produgéo para a vida em grupo, como no caso de parentesco e lideranga magica, que esta na origem das funges superficiais observaveis das instituigBes culturais. Por isso, uma estrutura social nao 6 imediatamente observavel, pois ela esta no substrato da vida real, como na origem @ por detrés da funcionalidade das instituigbes e dos papéis que os individuos representam. O que o observador vé do imediato 6 apenas a superficiaidade conseqléncia da estrutura de relagdes @ afinidades que compGem um sistema de organizago social. A verdadeira relagio de parentesco, de religiosidade, e mesmo de produc3o material © ‘econémica esta estruturade em uma ordenacéo mental coletiva, um sistema de elementos que abrange toda a coletividade. Como Godelier afirma na obra "Horizontes da Antropologia’ “Para os funcionalistas, uma “estrutura” 6, portanto, “um aspacto do real", e afimmam a sua realidade fora do ‘espitito humano(..) Para Lévi-Strauss, as estruturas fazem parte da realidade, so a realidade (..) No entante, para Lévi-Strauss, como para Marx, as estruturas no s8o reajidades diretamente visiveis e observaveis, mas 340 nivais da realidade que existe para além das relagdes visiveis dos homens entre si e cujo funcionamento constitui a légica profunda de um sistema social, 3 ordem subjacente a partir da qual deve ‘explicar-se a sua ordem aparente’. (1977.75). Lévi-Strauss ainda coloca és principios metodolégices para que o antropblogo possa estudar as sociedades, primevas ‘¢ outras, do ponto de vista daescola Estruturalista: 2) Toda estnitura é um conjunto determinado de relagées, ligadas umas 3s outras segundo leis intemias que apresentam transformago constante; b) Toda estrutura combina elementos especificas que @ comp5em, © por este motivo, & impossivel "reduzir” uma cestrutura a outra ou "deduzir” uma estrutura de outra; ©) _Estruturas se unem formando sistemas sociais complexos (parentescotmagia @ liderangasprodugao), através de leis de “compatiblidade", mas que ndo tém uma origem tnica e definida (processo bioldgico de adaptago a0 ambiente) Como se v8, estes “principios estruturais" apontam para o dinamismo @ miltpla determinagso no desenvolvimento dos ‘grupos humanos, construindo uma complexidade téo rica e diversa que 6 impossivel se efetuar qualquer reducionismo a uma {Unica origem, um nico caminhar @ mesmo uma igualdade de existéncia entre os grupos humanos. Neste caso, existe alguma semelhanga entre as Escolas Funcionalista 6 Esiruturalista, na medida em que ambas defendem a idéia da necessidade de se compreender cada grupo humano pela totalidade e complementaridade de suas inslituicbes e relagées reciprocas, @ procurar entender sua dindmica interna antes de se analisar sua génese e evolugdo (como é 0 foco da Escola Evolucionista). 4, Escola Estruturalista Marxista— Maurice Godelier (1934-_)~ Francés; "A Produgdo dos Grandes Homens: poder © dominagéio masculine entre os Baruyada Nova-Guiné" (1982). Estudo do povo Baruya na Nova-Guiné. Karl Marx, pelo seu materialismo histérico também ja havie chegado & mesma premissa do estruturalismo, quando diz que “A forma acabada que revestem as relagbes econémicas, tal como se manifesta 4 superficie, na sua existéncia concreta, ortanto tal como se representam também os agentes destas relagdes e aqueles que as encamam quando tentam ‘compreendé-las, 6 muito diferente da sua estrutura interna essencial mas oculta e do conceito que lhe corresponde. De fato, ‘ela € mesmo 0 seu inverso, © oposto’. (Contibui¢ao a Critica da Economia Politica). Por outras palavras, que as fungbes de determinadas instituigdes sociais sto a superficie de relagées que estéo por detrés desses manifestagées cultursis © que no so imediatamente percebiveis, e que a ciéncia, portanto, deve procurar entender antes essas estruturas subjacentes aos fendmenos observavels. A Escola Estruturaista Marcista, no entanto, no entende a estrutura social apenas como principio basilar da existéncia de uma sociedade, mas como relagdes reais e concretas de producdo e a partir delas, a derivagao para todas as relagées socials de produgo e relagdes sociais gerais. De certa forma, a Escola Estruturalista reconhece @ complexidade @ @ ‘existéncia s6cio-cutural ¢ poltica a partir da estrutura, mas pouco fez para aprofundar os conteddes dessas estruturas € perceber-Ihes as formas @ os meios de se equiparem para a produgSo de sua sobrevivéncia. A Escola Estruturalista Marxist, or outro lado, vai além da simples constatagio de que a estrutura ¢ o fundamento de todas as superestruturas sociais, € procura revelar como e de que forma essas estruturas se apresentam em termes de organizagdo pela sobrevivencia do grupo ‘® como a partir dal todas as damals concepgbes superestruturais (religio, cultura e politica) the s40 conseaiientes. ‘Além disse, o marxismo antropolégico procura entender 0 desenvolvimento ulterior dessas estruturas como forma de concluir ou no por um relacionamento de forgas e fatores que forgam as superestnuturas a se modificarem na permanente adequacio de suas instituigSes as estruturas que ihe dao base; se néo houver confito entre a estrutura © superesiruture nenhum grupo humano esté disposto a revolucionar suas insttvigbes culturais - & 2 contradi¢ao entre a estrutura @ Superestrutura que produz as revolupdes sociais. Godelier procura demonstrar que este caminho revolucionério que produz potenciaimante novos modos ¢ relagbes de sobrevivéncia no Unico @ ndo se presenta de forma uniforme e semelhante ‘em todas as comunidades o sociedades. A histéria, neste contexto, pode e apresenta de fato uma multideterminagao causal {que no encaminha o desenvolvimento social humano de forma linear e semelhante. Se for verdade que nosso tipo de sociedade pode ser escrito por uma sucesso de modos produtives, por uma revolugao, constante das estruturas produtivas e que dai derivam relagSes sociais polticas, e tecnologias, crescentes em complexidade, isto ndo significa que todas as sociedades primevas contenham em si o germe deste mesmo desenvolvimento, mas t80 somente que, de uma forma ou de outra, séo as estruturas subjacentes a realidade cultural, politica e religiosa, e que estas instituicBes superestruturais acomodam-se aquelas estruturas. Por exemplo, pode-se aventar a hipétese que o Sedentarismo, produto da dominago das forgas da natureza, colabora para a instituicdo do poder e da dominago/ explorago do homem pelo proprio homem — uma derivacao da fixagao @ a organizacdo poltica e hierérquica duradoura, Assim, na base de toda a civilzagio modema, esta 0 sedentarismo e a fixago do homem em um terstério definido; mas, por outro lado, no podemos dizer que toda o grupo humano que se estabeleceu em um determinado terntério desenvolveu obrigatoriamente 0 gosto pela dominagao e pelo poder e abandonou a magia para se submeter a religido e a0 Estado, IMSRY setembro de 2005 Texto.03 O Coneeito de Cultura e as Escolas de Pensamento Antropoléai by: Matheus Blach 27 de outubro de 2011 © presente texto tem com tema principal a disciplina Antropologia Cultural, o objetivo ¢ discorrer sobre as escotas te6ricas que fundamentaram o pensamento de seus estudiosos e pesquisadores no decorrer do tempo como também apresentar © conceito de cultura. A Antropologia surge em meados do século XIX como uma matéria que estuda o Homem, sua historia natural e fisica, evolutiva e biologica. Recentemente, nas diimas décadas, & que se atribui a mesma 0 estatuto de Ciencia, culo objeto de estudo ¢ dado peloconceito cultura. No processo do seu desenvolvimento historico 12 Antropologia consolidou-se em duas principais correntes tedricas, estas, porém com suas préprias contradigSes intomas, (© universalismo e orelativismo cultural, sendo o segundo predominante nos meios académicos na atualidade. Contudo ‘entre © primeiro momento @ 0 desenvolvimento atual desta disciplina ocorreram diversos movimentos hist6ricos, avangos @ retrocessos que modificaram a forma de concebé-la © conseqlentemente os seus métodos. Faremos um breve passelo panordmico sobre essas transformagdes e em suas implicagGes para a disciplina e para a forma com qual percebemos a Sociedade atual. O campo de estudos que abrange aAntropologia é muito vasto, pols uma vez que faz 0 estudo do Homem, suas relagdes, formas de organizagSo social, relagdes com o meio em que vive, seu desenvolvimento tecnolégico, seus aspectos culturais, bioldgicos, entre diversos outros, torna-se quase ilimitado. Seus métodes abrangem técnicas teorias da sociologia, biologia, geografa, historia, geologia, psicologia e diversas mals. Inicialmente 2 disciplina, embebida do espirito positivo do século XIX, influenciada pelo Darwinismo Social, cientiicismo & tempirismo de seu tempo, era tomada por um rigor marcante. O empirismo, ou seja, a necessidade de que para que uma pesquisa tivesse relevancia académica, 0 seu método devia demandar formas de se provar o que afirmava, impulsionava a Antropologia a absorver, cada vez mais, idéias e conceltos de outras esferas, come das ditas ciéncias exatas, biolbgicas ou naturais. A idéia de uma evolugSo continua da sociedade tal qual a teoria da evolugo das espécies era defencica, acarretando em uma viséo linear do tempo histérico da humanidade, Diversas proposigées que, de algum modo, ainda pairam sobre © imagindrio das sociedades atuais, eurgem neste contexto inicial das ciéncias humanas, como os determinismos e diversos outros "ismos", assim como as comparagbes entre diferentes sociedades consequentemente acarretando nos preconceitos e no to falado conceito de Civilizagao que, por exemplo, atualmente, Nobert Elias caracteriza como um projete politico, e ndo algo “natural” como outrora fora, Conforme demonstra LARAIA, anteriormente a0 periodo histérico em que comegam a se desenvolver novas perspectives sobre o coneeito de cultura, que sero trabalhadas mals adiante, surgiram muitos ‘ismos" pautados nas caracteristicas do ccontexto explicado acima, Entre estes, na discipina da Antropologia, o autor destaca alguns como o Determinismo Biol6gico, segundo ele, ‘S80 velhas © persistentes as teorias que atribuem capacidades espocificas inata a ‘ragas* ou a outros grupos humanos ‘Muita gente ainda acredita que os nérdicos so mais inteligentes do que os negros; que os alemées tém mais habilidade para mocénica; que os judeus so avarentos @ negociantes; que os norte-americanos sé0 empreendedores @ interesseiros. (LARAIA, pp. 19). Limitamos-nos aqui a citar um pequeno trecho, contudo a lista que o autor levanta desses esteredtipos segue por mais ‘lgumas linhas, Com 0 tempo este determinismo, em particular, passa a ser repensado e aos paucos superado, pelo menos ‘em parte @ pelo menos e com sorte, no meio académico. A idéia de que elementos de determinacao bioldgica, como as diferengas genéticas mais gerais ou marcantes, entre povos e sociedades, influenciam na cultura destes, passa a ser negada pelos antropélogos levando os mesmos a reconsiderarem os conceitos de raca, cullura, civlizagao, sociedade, evolugao. Um menino © uma menina agem diferentemente no em fungéo de seus horménios, mas em decorréncia de uma educagéo ‘acerca do método de pesquisa, ou seja, a forma de abordagem de seu objeto: a cultura. Oconceite de cultura se ampliou = ‘se tornou mais complexo com 0 deserwolvimento da disciplina e as técnicas e avangos tedrico-metodo¥égicos puderam trazer maior refinamento 4s pesquisas de um modo geral. Contudo isso também acarretou na formagao destas distintas correntes de pensamento, diametraimente opostas, cuja discussso parece estar longe de cessar. Entretanto salientamos que através deste movimento dialético talvez seja possivel uma terceira via de abordagem que entre os dois extremos possibiita uma analise interdisciplinar atualizada @ condizente com a demanda da sociedade @ qual se insere. Referéncias Bibliogréficas BOAS, Franz. Antropologia cultural, Textos selecionados, apresentacao e tradugdo Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. FRAGA, Palo Denisar. Entrevista: Francis Wolf, Fonte: Interet HOBSBAWM, Eric J, Sobre Histéria, Stio Paulo, Companhia das Letras 1998. LARAIA, Rogue de Barros. Cultura: um conceito antropolégico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. LENHARO, Alcir. Nazismo: °o triunfo da vontade’. Sao Paulo: Atica, 1990. MATTA, Roberto da. Relatvizando : uma introdugdo antropologia social 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. MORGAN, Lewis Henry. Evolucionismo cultural. Textos selecionados, apresentagao ¢ tradugdo. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. WOLFF, Francis. Quem ¢ bérbaro? In: NOVAES, Adauto (org). $80 Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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