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1. INTRODUÇÃO
1
SALVATORE SATTA afirma que esta expressão não é senão a tradução, em termos modernos, da
definição romana jus persequendi judicio quod sibi debetur (Direito Processual Civil, Vol. I, pp.
158/159).
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2
In RT 517/11.
3
Ob. cit., p. 167.
4
ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 228.
5
ADA, CÂNDIDO e ARAÚJO CINTRA, Teoria Geral do Processo, p. 246.
6
Tratando com profundidade: ARRUDA ALVIM, Curso de Direito Processual Civil, Vol. I, n. 78.
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7
Ob. cit., p. 246.
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8
Ob. cit., p. 233. Denotando toda sua astúcia, Arruda Alvim compara o argumento da teoria concreta à
fotografia e o fotografado, afirmando que a fotografia não é o fotografado, da mesma maneira que a
ação não é o direito subjetivo.
9
Embora divergências existiam entre eles, na essência eram adeptos da mesma teoria.
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a)pressupostos processuais,
b) condições da ação e
c) mérito.
10
Sumariando as duas teorias lançadas, apontando-lhes o ponto em comum, SALVATORE SATTA afirma
que ação autônoma significa:
“confirmação e reconhecimento de um dualismo no conceito de direito subjetivo; de um lado o direito
substancial (propriedade, obrigação) que o sujeito tem contra o outro; um direito que implica na
prestação do obrigado; de outro o direito de ação, que nada mais observa do outro sujeito, mas se lhe
impõe a atuação da lei, e que pode livremente conceber-se ou como um poder contra o outro sujeito
[direito potestativo - Chiovenda], ou como um direito ‘versus’ o juiz e o Estado [teoria de
Calamandrei], (à prestação jurisdicional, seja abstrata [Degenkolb, Rocco e outros], isto é, ao mero
provimento, favorável ou não, seja concreta [teoria de mesma denominação], vale dizer ao decisório
favorável).” (Ob. cit., p. 160).
11
ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 235.
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a) pressupostos processuais e
12
Referido quadro é muito divulgado pela Professora TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER.
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13
Direito Processual Civil, p. 88.
14
Também denominados na doutrina de pressupostos de admissibilidade do julgamento do mérito, em
sintonia, embora distintos, aos requisitos de admissibilidade do recurso.
15
NELSON NERY JR. e ROSA NERY constatam que nosso CPC adotou o magistério de LIEBMAN, para
quem a prescrição e a decadência são preliminares de mérito, “quando o juiz pronuncia a decadência
e a prescrição, está julgando o mérito, mesmo quando não ingresse na análise das demais questões
agitadas no processo. Havendo recurso dessa sentença, poderá o tribunal examinar todas as matéria
suscitas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro (CPC 515
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Questões preliminares
QUESTÃO PRÉVIA
Questões prejudiciais
§§ 1º e 2º)”. (Código de Processo Civil e Legislação Processual Civil Extravagante em Vigor, nota 6
ao art. 269, IV, p. 482).
16
ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 270.
17
THEREZA ALVIM, Questões Prévias e os Limites Objetivos da Coisa Julgada, p. 23.
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18
questões a elas vinculadas.” , já as prejudiciais devem também anteceder
lógica e cronologicamente outras questões, porém diferem das preliminares
porque a decisão “influenciará o próprio teor da questão vinculada.” 19 .
18
Idem, ibidem, p. 23.
19
Idem, ibidem, p. 24.
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Conseqüência
Inexiste Sentença Processo com sentença
Inexiste Coisa Julgada transitada em julgado:
Invalidade converte-se
em rescindibilidade
petição na fase de
execução da sentença,
Meio para impugnação embargos à execução e Ação Rescisória
ação declaratória de
inexistência
Possibilidade ou não de
saneamento pelo Insanável Sanável
decurso do tempo
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3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Como mais adiante veremos uma série de críticas podem ser tecidas
a esta classificação. Parcela da doutrina alemã insurge-se contra esta
sucessão obrigatória de análise - pressupostos processuais, condições da
ação e mérito -, como constata BARBOSA MOREIRA citando
RIMMELSPACHER e GRUNSKY, embora o doutrinador reconheça que tal
concepção crítica não tem reflexo no direito brasileiro 21 .
20
Teresa Celina de Arruda Alvim, Nulidades da Sentença, p. 22.
21
“Sobre os Pressupostos Processuais”, in Temas de Direito Processual Civil, Quarta Série, p. 90.
22
ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 319.
23
Direito Processual Civil, Vol. I, p. 270.
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ESTADO (JUIZ)
AUTOR RÉU
24
Idem, Ibidem, p. 270.
25
Teresa Celina de Arruda Alvim, ob. cit., p. 21
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a) capacidade postulatória,
d) citação existente 26 .
26
Para LIEBMAN a ausência dos pressupostos processuais não denotam hipótese de inexistência da
relação jurídica processual, para o Doutrinador “os pressupostos processuais, que são as condições
para a regular constituição da relação processual; a sua ausência não impede a existência do
processo, mas constitui óbice à preparação da causa [ trattazione] e ao exame do mérito, de cuja
cognição não fica o juiz validamente investido (em tal caso, limitar-se-á a declarar que não pode
julgar o pedido).” (Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 174).
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27
v. g., habeas corpus.
28
Ob. cit., p. 321
29
Mesma opinião externada por TERESA CELINA DE ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 25.
30
Ob. cit., p. 321.
31
Direito Processual Civil, pp. 83/84.
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32
Mister se faz observar que as “Funções Essenciais à Justiça” são um Capítulo do Título IV, tal qual o
são o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.
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33
Utilizando esta terminologia, Arruda Alvim, ob. cit., p. 321; Cândido Rangel Dinamarco,
Litisconsórcio, p. 44.
34
O Novo Processo Civil Brasileiro, pp. 11/12.
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35
TERESA CELINA DE ARRUDA ALVIM, p. 22.
36
ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 322.
37
“Sobre os pressupostos Processuais”, in Temas de Direito Processual Civil, Quarta Série, p. 86.
38
Para um estudo mais profícuo: ADA PELLEGRINI GRINOVER, CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO e
ANTONIO CARLOS DE ARAÚJO CINTRA, Teoria Geral do Processo, especialmente páginas 125 e
seguintes.
39
“Sobre os pressupostos Processuais”, in Temas de Direito Processual Civil, Quarta Série, p. 91.
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40
ARRUDA ALVIM, Direito Processual Civil, Vol. I, p. 288.
41
Ob. cit., pp. 325/326. Parece-nos que a razão da preocupação com a terminologia se justifica, ainda
mais, quando observamos que ARRUDA ALVIM, antes do CPC/73 tratava a petição apta como
pressuposto de validade (Direito Processual Civil, Vol. I, pp. 288/289) e após o CPC/73 afirma tratar-
se de petição válida (Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, pp. 325/326).
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Por tais motivos é que divirjo, neste ponto, de TERESA CELINA DE ARRUDA
ALVIM quando aponta que, o fato da petição inicial ser inepta consiste em
vício de nulidade; a ausência, v. g., de pedido, não torna o processo (relação
processual) nulo, mas sim inexistente - apesar da enumeração de petição
inepta do parágrafo único do art. 295 do CPC constar a ausência de pedido.
A doutrina critica o artigo 295 afirmando que é uma verdadeira
miscelânea 43 .
42
Ob. cit., p. 26.
43
Ob. cit., p. 37.
44
Para Calmon de Passos o disposto no artigo 284 do CPC não permite a emenda ou complementação da
inicial quando estas se refiram aos fatos e os fundamentos jurídicos do pedido e suas especificações,
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ESTADO (JUIZ)
AUTOR RÉU
por constituírem o próprio mérito da causa, sendo que o erro que os afete vício insanável
(Comentários ao Código de Processo Civil, Vol. III, p. 288.
45
que aliás, é una.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 23
46
ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 328.
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ARRUDA ALVIM 47 .
47
Ob. cit., p. 23.
48
“Toda pessoa física, maior e capaz, que não se encontrar no rol do CC 5º e 6º, tem capacidade plena de
exercício, podendo praticar os atos da vida civil” (NELSON NERY JR. e ROSA NERY, ob. cit., nota 4 ao
art. 7º, CPC).
49
TERESA CELINA DE ARRUDA ALVIM, ob. cit., nota 18, p. 24.
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para estar em juízo, somente representado (art. 8º), mas tem capacidade de
ser parte, porque para esta só se exige que a pessoa tenha aptidão para
adquirir direitos e contrair obrigações 50 .
50
NELSON NERY JR. e ROSA NERY, nota 3 ao art. 7º, CPC.
51
Ob. cit., p. 24.
52
ARRUDA ALVIM classifica a capacidade de ser parte como um pressuposto pré-processual. Interessante
comparação é: para este doutrinador, capacidade postulatória é pré-pressuposto processual, como já
vimos, mas porque agora a palavra pré é prefixo de processual ao contrário da outra que o prefixo se
localiza no pressuposto. Sem capacidade postulatória do advogado do autor, sequer há como
juridicamente se falar em processo, tecnicamente não há nem petição inicial; agora a capacidade é
pressuposto pré-processual porque aqui é empregada não no mesmo sentido do outro, mas sim para
representar que capacidade processual é aferida com base não em questões de processo mas sim de ter
a parte capacidade de ter direitos e obrigações, conceituação extra processual.
53
Legitimidade Para Agir no Direito Processual Civil Brasileiro, p. 112.
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54
TERESA CELINA DE ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 24.
55
Não iremos entrar no mérito da questão envolvendo a constitucionalidade ou não da disposição,
utilizada por bem expressar a diferença entre capacidade para estar em juízo (genérica) e legitimatio
ad processum (capacidade para estar em juízo específica).
56
NELSON NERY JR. e ROSA NERY definem legitimatio ad causam, como conceito de direito material,
sendo que a possui aquele que for o titular do direito material discutido em juízo.
57
Ob. cit., p. 329.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 27
58
Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, pp. 330/331.
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59
Ob. cit., nota 5 ao art. 267, IV.
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60
Teresa Celina de Arruda Alvim, ob. cit., p. 208, conclusão 35.
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61
A utilidade abarca a adequação, porque se a via eleita é inadequada, consequentemente será inútil (cf.
Teresa Celina de Arruda Alvim, ob. cit., p. 33.
62
No direito italiano a litispendência é inserida ao lado dos pressupostos processuais, como integrante de
uma categoria dos elementos que impedem a eficácia da relação jurídica processual (cf. Arruda
Alvim, Direito Processual Civil, Vol. I, p. 296).
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63
Até com fundamento no princípio da economia processual (Para que se movimentar toda máquina
judiciária para um julgamento que ao final inexistirá?).
64
Nelson Nery Jr. e Rosa Nery, ob. cit., nota 2 ao parágrafo único do artigo 268, CPC.
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5. Condições da Ação
jurisdição (art. 162, § 1º, CPC), sendo que se prevê duas modalidades de
sentença: sem julgamento do mérito, prevista no artigo 267 do CPC,
decisão esta cujo conteúdo encarta-se em uma das hipóteses insertas nos
incisos do dispositivo citado, ou então, com julgamento do mérito, prevista
no artigo 269 do CPC, que terá como conteúdo uma das hipóteses
preconizadas nos incisos deste dispositivo 65 . A primeira modalidade é a
que os doutrinadores costumam denominar, na terminologia do CPC
revogado, de sentença terminativa, e a segunda é a sentença definitiva.
Nesta ordem deverão ser analisados pelo juiz, porque o exame dos
pressupostos processuais antecede o exame das condições da ação, pois
dizem respeito à existência e à validade do processo e por seu turno a
análise das condições da ação antecede o exame do mérito porque são elas
questões preliminares que dizem respeito ao próprio exercício do direito de
ação 68 69
. Cumpre salientar-se que o direito constitucional de ação pertence
65
Para um estudo mais profundo: TERESA ARRUDA ALVIM, Agravo de Instrumento, pp. 56 e seguintes.
66
ARRUDA ALVIM, “Sentença no Processo Civil”, in REPRO 2/45.
67
ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 259.
68
NELSON NERY JR. e ROSA NERY, Código de Processo Civil..., nota 9 ao art. 267, VI, p. 475.
69
Leciona ARRUDA ALVIM: “pela circunstância de que, embora não se confundam as questões
processuais, com a das condições da ação, umas e outras fundem-se numa categoria mais ampla, a que
se deve denominar de pressupostos de admissibilidade de julgamento do mérito. Desta forma, os
pressupostos ou requisitos suscetíveis de proporcionar o julgamento do mérito, colocam-se de um
lado, e, de outro lado, o mérito, que deve ser objeto da sentença de fundo ou de mérito, a qual
resolverá a questão básica do processo: qual das partes tem razão.” (Curso de Direito Processual
Civil, Vol. II, p. 158).
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 35
c) interesse.
70
Instituciones de Derecho Procesal Civil, Vol. I, p. 79.
71
ARRUDA ALVIM, “Sentença no Processo Civil”, REPRO 2/45.
72
Não destoa deste entendimento, ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 257.
73
ARRUDA ALVIM, Curso de Direito Processual Civil, Vol. II, p. 158.
74
Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 162.
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75
NELSON NERY JÚNIOR, “Condições da Ação”, in REPRO 64, p. 34.
76
Nota 106 na obra de LIEBMAN Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, pp. 160/161.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 38
77
SALVATORE SATTA, ob. cit. p. 167.
78
“Sentença no Processo Civil”, in REPRO 2/45, p. 45.
79
Op. cit., 432.
80
“Condições da Ação”, in REPRO 64/37.
81
Idem, ibidem.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 39
82
Nulidades da Sentença, p. 29.
83
Na lição de JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI: “a causa petendi possui dupla finalidade advinda dos fatos
que a integram, vale dizer, presta-se, em última análise, a individualizar a demanda e, por via de
conseqüência, para identificar o pedido, inclusive quanto a possibilidade deste.” (A Causa Petendi
no Processo Civil, p. 130.
84
In JTACSP-LEX 133/258.
85
Ver WILLIAM SANTOS FERREIRA, Aspectos polêmicos e práticos da nova reforma processual civil, 1ª
edição – 2ª tiragem, Ed. Forense, pp. 99 e ss.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 40
86
Situação admitida claramente por TERESA ARRUDA ALVIM, op. cit., p. 29.
87
ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, Vol. II, nota 61, p. 163.
88
Arruda Alvim, Curso de Direito Processual Civil, Vol. II, p. 158.
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não propriamente pelo momento em que a decisão ocorreu, mas sim pela
dilação necessária à elucidação do tema.
“Se é certo que ao intérprete cabe dilatar o texto frígido da lei através
de uma interpretação hábil e esclarecedora embasada principalmente em
uma interpretação sistemática, não é menos certo se sustentar que não há
espaço para a habilidade no momento em que os argumentos não
conseguem afastar-se da contradição com texto expresso de lei 89 . Este
exercício é imprescindível, porém, de lege ferenda, no escopo de alterar-se,
pelos mecanismos próprios, um conjunto de normas que atualmente estão
dissociados do verdadeiro ideário de um acesso à ordem jurídica justa que
está intimamente ligada a maior agilidade da prestação jurisdicional.”
89
Como leciona CARLOS MAXIMILIANO: o intérprete “não cria, reconhece o que existe; não formula,
descobre e revela o preceito em vigor e adaptável à espécie...”. Hermenêutica e Aplicação do
Direito, p. 80.
90
WILLIAM SANTOS FERREIRA, Aspectos polêmicos e práticos da nova reforma processual civil, 1ª
edição – 2ª tiragem, Ed. Forense, p. 99.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 43
o autor pode apelar de uma sentença que o julgou carecedor da ação, mas,
presentes os requisitos do §3º do artigo 515, o tribunal apreciará o mérito e
poderá julgar a ação improcedente, e este acórdão que nada mais é do que
uma sentença de mérito, fará coisa julgada material, o que impedirá a
repropositura da ação pelo autor; situação muito pior, e legalmente
possível, do que a sentença de extinção sem julgamento do mérito que
permitiria ao autor (cf. autoriza o art. 268) a repropor a ação. Neste caso, a
apelação do autor piorou sua situação e isto verdadeiramente poderá,
dependendo do caso concreto, ocorrer e sequer dependerá de pedido do
recorrido 91 .”
91
Vale se ressaltar que se tem entendido que o artigo 516 ou não tem atualmente eficácia ou este se
refere a decisões interlocutórias (Por todos, BARBOSA MOREIRA, Comentários ao Código de Processo
Civil, vol. 5, pp. 442/446 e NELSON NERY JR., Princípios Fundamentais – Teoria Geral dos Recursos,
pp. 415 e seguintes e Comentário ao Código de Processo Civil, com Rosa Nery, p. 1003,
especialmente nota 3 ao artigo 516). Em suma, a doutrina pouca ou nenhuma importância dá ao artigo
516: “Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas.”.
Para BARBOSA MOREIRA (Ob. cit., p. 446) por “anteriores à sentença”, deve-se entender questões
incidentes, que não apenas foram (ou poderiam ter sido) suscitadas, mas eram passíveis de apreciação
(em decisão interlocutória). Já NELSON NERY JR. não concorda com BARBOSA MOREIRA e sustenta
que o dispositivo não tem hoje qualquer eficácia e o importante é, do sistema, se concluir que existem
questões que não precluem (v.g. 267, §3º). Pelo exposto, o artigo 516 não parece ter qualquer vínculo
com a discussão em torno do novo §3º do artigo 515 do CPC.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 44
92
ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, vol. I, p. 245.
93
Ob. cit., p. 170.
94
Idem, ibidem.
95
Ob. Cit., p. 157.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 45
96
Tratado de Direito Processual Civil, p. 397/398.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 47
97
Apud, ALFREDO BUZAID, A Ação Declaratória no Direito Brasileiro, p. 342.
98
Legitimidade para Agir no Direito Processual Civil Brasileiro, p. 114.
99
NELSON NERY JÚNIOR e ROSA NERY, ob. cit., nota 11 ao art. 267, VI, CPC.
100
Apud, TERESA CELINA DE ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 32.
101
Comentários ao Código de Processo Civil, Tomo VII, p. 196.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 48
6. MÉRITO
102
“Condições da Ação”, in REPRO 64, p. 37.
103
Grifos nossos.
104
NELSON NERY JÚNIOR, “Condições da Ação”, in REPRO 64, p. 37.
105
TERESA ARRUDA ALVIM, Nulidades da Sentença, p. 51.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 49
106
Apud ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, pp. 256/257.
107
Op. cit., p. 256.
108
Apud, ARRUDA ALVIM, ob. cit., p. 257.
109
Comentários..., p. 98.
110
Nota 108 inserta na obra de LIEBMAN, Manual de Direito Processual Civil, Vol. I, p. 171.
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7. ÚLTIMAS REFLEXÕES
111
O Novo Processo Civil Brasileiro, pp. 11/12.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 52
Não podemos jamais olvidar que uma sociedade que não crê em sua
estrutura Judiciária, é uma sociedade sem esperança de Justiça, é uma
sociedade sem norte.
112
Código de Processo Civil...., notas 1 e 2 ao art. 128, CPC.
PROF. WILLIAM SANTOS FERREIRA 53
BIBLIOGRAFIA
_____________________
Teoria Geral do Processo; 10ª edição; Malheiros Editores; São
Paulo; 1994.