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Dossié Revolugao Francesa Kant: entusiasmo e revolu¢ao Ricardo R. Terra (.) esta Revolugéo, digo, encontra no espinio de todos espectadores (que néo estéo eles mesnios enredados neste jogo) uma simpatia de aspiracdes que beira o entusiasmo ~ cuja ‘mantestacao mesma sena pergosa — que nao poderia fer outra causa sendo uma disposi¢ao mo- ral no género humana” Kant Em seu artigo sobre Fichte ea Revolucéo Francesa, Gueroult caracteriza da sequinte forma a recep¢ao do processo revolucionario na Alemanha: “sabe-se com que entusiasmo foie ccebida na Alemanha, pela elite intelectual, a noticia da Revolucao. Conhecemos as causas. Havia nesse pais 0 mesmo sistema feudal que na Franca @ os mesmos abusos agravados pela falta de Uuniade, pelas crcunstancias locais, pela miséria do pats esgotado pela invasdes sucessivas, a Guerra dos Sete Anos etc. A servidtio que quase desaparecera na Franca pesava ainda de ma: nea dura sobre © camponés alemao. O estorco de Frederico Ile José Il para reduzita tinha mais ‘ou menos fracassado(..). Os estados estabeleciam contratos para a entrega reciproca de servos {ugltvos. A optessdo pola e 0 arbitio ndo tinham imtes""2), A siagao vanava um pouco nos diversos pequeros estados alemaes, mas de qualquer forma nao era nada animadora. ‘Nao havia, entretanto, um movimento pré-revolucionéino. O luteranismo poitico ainda era dominante, "o pensemento alemao fazendo sua a teoria de Lutero que, justlicando o Estado pelo pecado, ordena a abediéncia incondicional ao Estado patriarcal e absoluto"®). A falta de uni= dade poltica e a fragmentacao em muitos pequenos principados cificulavam qualquer aticulagSo nacional, © “atraso" relativo da Alemanha enlraquecia a burguesia, carente de inciaiva, assu mmindo o Estado um peso maior que nos outros paises, tanto nos negécios como na vida social Em meio a essa situacdo, nfo ¢ de estranhar a passividade dos stiditos, & espera de que as mu

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