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figens be mrereRta a9 DawTD ‘Wurm Vim ro Waerveens pleyinua a ouets as scbdaae, colts aebree Drege oh aly bles Eeceinte te ea tap de nene gears Rewani as sgrertnrten sates Reside | ange Se LS Poa red ee tae IN [sida bomena En te sen ecriae # te dag seansacs: Ee poadh rested dame a's ce i wed eee eee bth aS oes pel LigdEs DE HISTORIA Do DIRETTO ee ‘cas0so magne TETON Pb sessecra Rerun Se oO LL — Tesfilo Obert ‘ea tee De ‘A Mela de aoe todo quanto © powets reiln em funeé eit a sul ele pertence sald cvdtenlenenie tavern. ‘que © dirt, sions Ne verdad, por nai ene ete Se erctusio, sede © tinea fe may a um prceun Pouivel wm procedida da vido que se Leshan ao antigo. at 32 Tevela “a grevde viiidede da Wisicie da Dari pare © estishy us cenclag juries" 2 Como ss manijena a girete Nao mate duvida de que o expeale /& dt pera evisenar 1 objeta da Tetris do Dieig ¢ juices g sus lnegare! umpor- Sancta comso dissiplina Maslow de umn curse do. oachoceince Gabe, porém, ize! mats slguma cles, Vamat teablo, data me, por miclg de poquens imager, eomparind a Histria So Dircito « ume via a perder de vista, que sempre Tos acne 0m un tonite para str perconlda, Gee soelstne, We iesoramar no Yonge de vous dois Iedos editions mob a ais ‘vatadt formas arqutteVinens, crane dae quae 36 pests pels nebo do werpo. ‘Mas 120 é taco. O convite & também pare penstrarmos © cendrio que st apre aus numos snot # pester rarinat steniaments os Devas que ¢ compoem, Asam, Kavereneg de tepebri em eda ua delay in te de identi coma nom fede o cenjunis. ese conjunle, final, que ematitaa © saste monomente Jureteo censtruiéo glo Somat aizavés dos ‘srapee. de ver, pein, que 0 dure ae manifesta pelea diverse Higine a que 9 tem eubmattde 0 proveao de evotugio da soci face Tinie 1 hase alé 0 Spice da grande pinks, que no Das de ereser, tus extiglon de frmagho « te traasiomae eee TaD se alam entre a. Vale dizer entdo que “eenenton motets, como a ‘gunsdste das rrulheres, dite « dignidade ée trabalho, eovreniéncia da Latrucin, les Iguais. atria © seaponmabiiiiedes do icolvstue a sctotace, ua0 so cents ‘rior de nesea Gpoou! vera de una treelgao antiga € {rte Toyo, se 0 dimlie, come um dos elementos que take fram 9 snetedade em sn gio dlodrale, eth aula ints Garis Mazintane, Mermantuton « aplasce do abet,» > Wiles cise mat, ay noma a fees Wain ps agin 94 lei 50 Dane : tina que © modinous © alé 0 wanstizuraen, tambén ele se disinguee — ore mals ora mance scsutundammente — vesiuos ‘ou ezala de rune erie, 3. Dewe fnatizace Hm concluais, € gor Intermfdo da Hlnimia co Direto fue vamee cetabeliccr os ponioe de enniaie eure as aniipas ax moderoes lntitlgGee idle, De mio ue. "oe Mtoe ‘Madoe jarilen pode renter os sian principals dn crolajas Go ‘iri, azompannande 98 pepades 40 sa fal gravando airaris e biti, don costumes e das tntaigies, § porque oo dou tm desdobramento catural @ Xgion das Sstriicoes priaitieas, 4 poreue ss satis eucesivat se prendem UES Bae Otli0s rocesem or mnie eontsr da male Tenis" € Aa, pon, ve eriamos melhores condleéor e malowe taclivedes pare 6 ‘crmae ¢ compreensie desis mera instintye ats eu ceeds ‘hua, 2 de tudo que esta refetds, ja se Olio athe, ceouita ‘ea daplo Pealldade: aléoy do interes Lieven uw éerpersh, Onan estado apremnta stad indteutive! ullidude Jurdlea, 4 0 gar nee propenos domoasirar naa plginas que Se aver, BIBLIOTEUA “FEURY WILEON CARDOSO t ; capirute TE FORMAGAO F BVOLUGZO Dk PALAVRA DIRBITO 4 “Dreetum ¢ sus" A paler “auetbo" formase desta Jungs ation: iy (uulte,Sateusc) amals exten (elo, justo): donde, aitrecium a seals, deeotam, que shes, pols, “muita Tet”, win jnsto". 0, por eatensio, “a que € re", “0 que € Hao", aga, segundo veruete de De Pico ¢ iva, "eotendendoe, tty alte que 6 conforan & wae, & Justia & & eqidade™* ‘Tonba-s, porn, en conta QUE déceun & 40 iki TO paler ou babotatim. He lain eliavion, “dieix”” qualtease por fue feu jut}, provevelmente orlgsncly do sbnscila Hs, 16° lative ao recnte sagrade onde ao adatcare 2 fica B asia, O-detinla Celso: Tue eet ary bent et acgia” ‘Ademals, esclarsce Roberio Piraplbe da Fonseca: “i exmte rue 9 palarmm fs cate amclada & bia de voniade divin, {st a monma rais pode ser enoontreda cia *ubere, ordemat** © winds, como sasmaia Joel Cetelie Jinier, cna palaere ‘ambén. “pronée-o9 4 mama sala do verbo Juree, fare" ermerniando: Jas & 0 erdenedo, © sagrado, 9 conssgeata” Onizoasm, proctueate de is (ou J), Hemes em remsetto ‘jor, justo", juslign", "Sr", “Justoonsuato", “Jursprudea- cla ate Vrasbtare erSice ral 9. $28 1 Brno de Rewabeo Claro Di, 9. {ups oe mame = Doms : 5. "Dirsctum’ ose scorpion ‘Nas vias lrguas enidentals modnmas, sa seme 9° éo- sigan 0 voedbulo stiso da miatrl eireetem: deta cca por fugods, echo ex expaubot, drtto em Yabane, dst xm tan ote, dept can romone, ight cm Angle, ree em. tebe, 707 fom halanda ete ‘ems yolora “dinito", a0 dleer de ADgael Reale, que “man diereates acrpySea, © que pede ARGUE eran, Ms {& adverts que & lxpouivel naa cldpeina humence forse ae re uma sf pulaera para indlear deterasiada iain ¢ apeons la" Taso ¢ Inegael. Contorn, podemioe tervocentae que, cm Yer a patavra “aiteto” se primate com acepiéen vicina @ am wana com srotide pripito, tadse ela: eae macionadas votre si° asic, per exemple: © dlreto como sinter de Ae: 0 aveito pame aque que o tacprae; 2) dircia sob w aspecto sublet Miguel Res. As veted, 20 contrerian « regen pels smpottio ar “dispo- sees perturoacoras da crelugse tocict, comsounte sheesre Giorls Beviduus,, “ou a roves dn opiate se Sart, de mace vistenta, © let ao xe uuicard, ou se manllesena, Deeties- ments, © 0 logbintor tomers a falabelrg da refonna” 2B sindn quandn Thering apmoenta 0 dio evn conse: iTitnelade “eforges ponoene”, de “ma lula dee poras, ded BOTeTMX, cas clases, dos maivioes"}4 0 que re furla quet aniwae 8 gue © cielo amis 90 manifests por iielo do uma proceso cichusho de tunparie voluntann, Néce, pois, que a gluten do get nag s¢ revsa seo s ccnlagogte do forgad © creurstincas Muyenes Ge TR =— a Gt alaube Vans, 0 Bie de Asi.» [Pleas do Diets wh 1h 9. MeO wee naar: “0 ace. ‘wan, gus tae m exgerer © ic Yan Se woe ghaeee fo {nao faite, ndde ne oagnan de ervate’ CSDM fone on Mo mst, getatany eo” sentn Sia temo sees & Sok ‘ioe antec qub oe gush deve ea ‘3 yur Gera ab ars Ch a ‘terante, mato @ rolugio do direlto até o ponto em que, de extagio u ttkgis precedente, choga-se a esth questo: somo thane « fonte Pei. ‘ria. do dirlto no tempo e no expago?™ {ps al ge encontra um dre postio i existente. cule orgs © anterlor aos tempas histéricos le Teodo em vise © maida a sar exuninada neste captai, Brice oporiano contidernrmos tte crrenier Testis gue ene, wt Sitema de Dielto Romano Atea, v0, 1, . 91 Bua obra cidsten de Savigny, Perla dite’ recaualans olen, cule expigto, port, #6 or. st. Dos, representa o sea process de pomteon aloo, veritiamos que 0 locals sem sire por meso da Dor Intermédio do aecte dem aer brigtéras ¢ Jol UL p. 1). fob o erica, diva -" gto Ro Hocutt hisorcamente . também & reultade dp une exper: {is Tate porém, 46s torna possve por meio de forties ¢ nee ee ‘mdenta 2) © mactonalismo, conquanto tenha como fundamento & rast, ‘io a toma em termes abealtos, una vee que no depreta lamben 2 ‘Wausmn Visna 20 Nascatmer ‘No enunclado do grande jurists alemfo, como esté claro, ‘lo se distingue um ponto mais perceptivel da origem do direito. ‘Hxplica se. # que para a correate histérica essa origem 56 passa 1 ser avaliada, de maneira precisa, a partir da manifestagio do sentimento nacional que of individuos foram assimilando © de senvolvendo inconsclentemente!"™ Ou, como ainda assevera 0 ‘mesmo Savigny, a origem do direlio revelase na “eriagio do ‘¢ nacional, estroitamente entrelagado & vida € 20 " Pork desses limites, qualquer busca seria ‘Asal, 0 Chretts so consalida como crlagio espon fla, nada mais faz do que reconhecer aquilo que esti latente ‘no confunto dos individuos. Por isso, orlentaseo historicismo no sentido de que as condigles atuam apenas como forga artificial ‘no procesto espontineo da criagio do direito:” ‘Em suma_o fundamento do historicismo esté no prinefplo 4a nacionalidade. Antes, o diretto nfo se manifesta & invest ‘gagio, dada a Impossibilidade de se devacsar 0 denso mlstérlo que 0 envolve* ‘Agora, cabe indagar: até onde a proposigéo histérlea oor responde em termos de realidade? i Segundo Henrique Ahrens." embora se deva admitir uma fonte comum no esplrit, eardter ¢ tendéncias do povo, esse ‘endmeno néo indiea sendo uma manitestacio subjetiva e ger Como veremes ainds, Henrique Ahrens procura, antes de tudo, dar Bnfase & objeividade do direito, que o revela desde suas raises mais profundas, E assim se orienta no porque natural- mente pretenda relegar a sua subjetividade a plano secundacio, pols ndo ae pode negar que “o drelto subjetivo & uma realidade ‘Wo natural e t8o nesessérla como o direlto objetivo, néo ha- ke ‘8 fm Raymond Geitel, Historia da Teas Potions, p. 89 | eee ee | 2 amino te s rzede be % Cf, Henrgue Antena, Mafora det Derecho, > 20. ( 2 mistora. del Derecno, p20 Ligtes of Hwréat no Dao a vendo nenhuma rasio clentitie para que um stja menos real {0 que 0 outro”. O que cumpre considerar 6 que o diteito, fm sua manttestecio primelra, nfo tenha a subjetividade 20- Drepasta & objetividade. 2 esta que val dar aquela a garantia da sua eficécla, porque, entim, 6 0 direlto objetivo que tem forga para fazer vaier 0 diteito eubjetivo — eate, sem divida, ‘uma realldade, mas realidade que precisa encontrar respaldo nna outra realidade. Consubstanciasse ai, por certo, © ensina- ‘mento de San Tiago Dantas em suas prelegdes de Direito Civil, transtormadas em obra péstuma por iniclativa de José Gomes Bezerra Chmara: o dlreito da sociedade 6 anterior ao direito o individuo, somente naseendo neste, pols, “uma faculdade de fexigir slguma coisa depols que a sociedade, por melo de uma norma, declarou aos homens © quo eles devem faze:”. Por. tanto, 26 depois disso, que nace, nas individuos isolados, 8 faculdade do exigir, em seu ‘provelto, 0 cumprimento dos everes insituldos pela norma'* # a partir deste ponto que 9» Aé de distingulr 0 direito subjetivo, ou melhor, saber se ele fest ou nfo presente, visto como nio se pode concebl-io des- vineulado do ditto objetivo" 2. Positiviemo (© exame da concepeéo histétiea leva A concepeio posit vista, posto que uma é extensio da outra, como lembra Edmond Pleard.* ‘Todavis, nfo se deve exagerar a relaglo existente entre ambas. O postivismo, segundo nota o mesmo autor, toma © direito como ligado, no somente & histra, mas a toda rea- dade, orlentando-se através da “flosotia experimental” esta uma linha evidentemente derivada das idélas de ‘Augusto Comte que, entretanto, niio admite um eonceito de ‘conhecimento absoluto’. Interpretando.o, registra Miguel Rea- le que “tudo € relativo € a essénela do conheclmento so o8 “Garon campes, Socloge « Fuovofia do Dirt, p. 63 Programa de Bireto Cio, wl. Tp 152 tM! Reale, Lge Protmineree de Diet, p28 ‘ee Consantes du Dra, . 88. fendmenos". Els por que “o fenbmeno é a realldade wltime: — no h outra colsa sendo ‘fatos’, nem & possivel investigar algo (que nfo sejam ‘relagdes’ entre fate" * Ora, pelo principio comteano & do se concluir que o dirlto se situs, como uma conseqléncla, no plano da investigacto essas relagées entre fatos. Daf que, presos a0 conhecimento os fendmenes, #4 podemos buscar 0 direito no estado positive; fe este se circunscreve a fatos imediatos da experiéncie. Assim, ‘para.o pasitivismo, o deito, come produto da vontade humana, 6 tioa® 0 promulgado e splicado, 0 direto vigente em deter. ‘minado lugar ¢ época. 2B evidente o excesto do positivismo, quando pretende que © diretto nfo seja mais do que um fato concreto ou material ado, no dovendo, pois, ser envolvido em abstragées ou tudo ‘quanto se relacions com questées metatisicas. No é por outra rranio que essa corrente, em seu exaoerbado soctarismo, repele toda e qualquer idéia de dietto natural. 10, Teorla contratuatista ‘Tomemos ainda 0 direito com vistas so que expge Rousses ‘em sua teorla do contrato social. No particular, como idéia bstea, temos que o direto resulta do livre consentimento dos ‘homens em socledade. Por outras palavras, o dirito é obra da vontade coletiva e no existe aem contrato entre os com: ponentes de um grupo humano. Alés, uma concepsio latino- -omana jé se manltestava neste sentido: o inlmigo, oexllado e 0 estrangeiro eram individuos sem contrato com a cfvitas, sem ‘poctus legis, ou seja, estavam alijedos da comunidado social contratual.** Nio seria a teorla contratualista uma férmmula esenvalvida desta vetha concepsio? 3 Flowopa do Diretto, vol f, pa 12-118 1A chrervaglo vem de Teving, conforme se 18 em Hmond Picard (des constancer du Drop. 1), este creseenta que tal coneapelo tem sings hole refleo ea conan, especinimente nau consderedoe ‘tmo fonts pureadoras ou relifeadoras dos aieion inperteliog 1gées Hanh 20 Deo » ‘Seja como for, 0 consentimento reciproco & que daria ao ‘treito o seu carter xeapetvel; até porque, & medida que se Impée a promulgagio de leis, “esta necessidade se evidencia tuniverssimente, © primelro que as propie nfo faz mals do que formular 0 que todos 6 sentiram, e mio é questi de Glogténela transformar em lel o que cada um resolveu cum. pair, uma ver convencido de que os outros far 0 mesmo”. * Portanto, a teorla contratuslista ressalta o cardter de obriga- toriedade da norma juridica, desde que esta, porém, resulte do consenso dos que Participam da sua elaboragio em conso- rlinela com 0 espirito de adesto gral ‘Vee que a teoria de Rousseau busca a origem do direito sob 0 seu aspetto extrinseco, Todavia, essa teoria “parte de lum suposto estado de naturesa, anterior & socledade, onde 08 homens vivera no mesmo plano de igualdade, contentes, satis- fellos, bastando a cles mesmos".” Em 1690, John Locke j& fexpunha idéntico ponto de vista. E esclarecia que, ante @ ineer- tean de 08 individuos continuarem a observar 0 seu modus vivend!, houve um acerto geral para a adocéo de regras de conduta de earéter obrigatérlo. Assim, o Contrato Socta, escrito fem 1761, nfo apreventava qualquer trago de originalidade, mas apenas tma forma mais clara e um estilo mals sugestivo das {8élas do fil6sofo inglés*! Em todo caso, sempre seria uma ‘utopia. Atinal, como conceber os individues, qualquer que fo550 fa fase em que se sltuassem, desde tempos:imemdriais, & mar gem de uma luta sem tréguas, néo comente pela sobrevivencia, ‘mas principalmente pela supremacia de uns sobre os outros, BG. y, Rowssens, O Contato Socal, pa. 10-34. ‘Awinla ilo Mating ‘Teicelre que “oinguém mais foroca teoria do Contato Social de Roveeat para fundamentar 8 orlgem Jo ‘Direli”, pols "ome contrat € apenas bm hipétse, como a de Laplace ra eaplear 4 formagio do mundo. Rniretamto,singutan pode Dogar {veraténge dos seus sletantou constitutes: 8 iute do omen comin f hatareae,a Ita do Rome contre o omen, a harmonie dou tn esses pars o bem geal" (Concurso de Credores, p. 5. % "Ct. A. Groppll, Flsofia do Diet, p. 26 © Raymond G. Get, Multa das Idea Polio, p. 208 © Of Marea Caetano, Dirato Contteconal, wl Xb. 312 ‘Warm Vorms 20 Nasenucrro fem busca de riquesa, posicko, poder e gidria? Neste ponto, ‘concordemos com Thomas Hobbes: “Horo homint lupus est ‘A-cena biblica de Calm e Abel jé no seria um modo de iustrar (0s primelros sentimentos de inveja e cupidez de que se tem registro? ‘io obstante, hi quo se considerar uma questio de vital importincia ne evolugto da espécie humana: a Tuta. verdadel ramente dramética ¢ incessante, travada pelo homem através ‘dos tempos, seria de consoqlencias funestas sem a observancia {de um conjunto de regras pars aisciplinar a sus condita, ‘a que se manifesta o fenémeno a sociabilidade, © um fen ‘meno, pols, uo Ado decorre de uma indole puramente soctavel {do homem, mas. impSese por motivo de conventencia. ou ne ‘essidade. Como aflrma Joss e’Aguanno:* devia existir, desde © principio da convivéncia humana, uma moral egoista. Nin fguém agia em beneficio de ninguém, mas todos cooperavamn fem prol da defesa e do inveresse comurs, porque tal conde tera indispensivel pera a sobrevivéncia Individual Assim, o mode de agit de cada um acabou por se orientar no sentido do inte esse coletivo. Nio era outra, alls, a posigio de Hints Segundo informa Arnold Toynbee, esse {idsof6 chinés,discipalo {de Conficio,"inclinow-se para a perspectiva logalista de que ‘pessoa humana é mé e, por iss0, nao pode preseindir de lguma specie ou grau de controle externo”" Cantudo, 2 obrigncio do. ‘homem de viver em sociedade, ao contririo do exposto por C. (anr.°* nio envolve, na sua esséneia, uma questo tho's6 mo- ral, mas iguaimente matorial, ou seja, fora da sociedade 0 pro. resso no apenas moralmente impossivel; também © 6 ma. ‘erislmente 11, Sociabitidade, egotsmo e attrulsmo Duss outras concepptes, alnda do tendéneia jusnaturalis- ta, contrapéem-se ao mesmo principio de onde teria partido ‘Rousseau para desenvolver a sua teoria, ‘A primeira concepgio tem 0 aparecimento do direlto conto conseqiléncia do instinto de sociablidade; a segunda 0 toma, como resultado do melo termo entre o egoismo 0 allrulsmo, Quer dizer: uma aio direio como ‘naseido de um impulsd Genesis y Reotctin del Derecho, p11 0" manual de Fuowopa, p. 612 1apSas 8 Hanger 20 Dao " frretietido ou uma tendéncia ingénita; a outra filo nascer, 20 contririo, de um sentimento ditado pela reflexio ou intaligtnets, ‘Mas de qualquer forma, as duas referidas concepdes, ‘embora levem a origem do direto = um ponto mais para trés 0 determinado_ pelo historicismo, sio igualmente subjetivas. EE 6 dbvio que sio insuflcientes. Como assinala ainda Henrique ‘Ahrens, nus relagGes da vida e 1a manelra como exsas relapses ‘se doterminam, o diruito, desdo suas ralzes mals remotas, tam- ‘bém se revela por moto de manifestagdes objetivas. 12, Exterloridade do direito Nota ainda Henrique Ahrens** que a origem do outros tatores de civiisagio, como religio e arta, de caréter mais ‘interno, somente se explica por profundas tendéncias ds vida espiritual. A do direito, porém, J6 se disse, pode dar-se a co: ‘nhecer, conforme a sus esséncis, de um modo mals extero: ‘onde 0s individuos se encontram e convivem, quer na primi- live familia, quer em goncentragées posteriores mais densas, ‘fa presenga do direito — ubi socteta, tot fus — que se anunela pela nessssidade do estabelecimento de condigdes capazes: de tomar possivel essa convivéncia. As condig6es divetsifieam ae, Cconclul Ahrens, segundo o fim do vinculo que une os compo: nentes do grupo e segundo a concepgiio ¢ execucko mais ou ‘menos ética deseo mesmo fim. ‘Toda sociedade, pois, depende de condigdes escencials © stisatdrias para se manter com razoivel equilforio © har- ‘mont. Como 0 conseguir, diz respeito a uma zogra inquest pve, descrita assim por Thering: “o fim da existéncia do ind viduo no pode ser aleangado na terra sem a coagio. Nela se tacha a propria ralz do direito, a forga justa’2* De modo que fa situngio de cada um dos membros da socledade, ante as regras do fazer ou do ndo-faser, envolve sempre uma ou mais do uma dessas condigses, TW Fisora aetDereo, 2 4 Beolugdo do Ditto, p. 2. » ‘Wasrm Viens 2 Nismnen6 deste concerto socletério que surge & norma juridica, costumelra ou eserita, #, sem dilvida, a norma de que fala Benvenuto Donati como “um momenta de um amplo proceso, que 6 0 procesto da conduta humana, gob a qual hi necesst dades reals e necessidades ideals, cuja satistagéo representa © fubstractum indeclindvel, pois a consisténela do Direlto néo std mas leis, mas nas relagées da vida’. Daf quo e norma Juridica se projets con.o vida humana objetivada, Por Iss, pare ser bem compreendida, a norma juridica deve ser anaiisada o ponto de vista da indole e da estrutura humanas, consi- erando-se, pols, o drelto come obra do homemn.* 418, Fonte primdrla do airetto 8 sabldo que, em qualquer socledade, sempre ayulta. um conjunto de regras que Ihe impée 0 Hstado como forya dis! plinadora da conduta de seus membros’ Esta ai o fator coagéo, 4 revelar a presengs do direlto objetivo, quo é, em realidade roduto da vida social. Quer dizer: esse direlta resulta de re ‘ngées sociais — relagées que so para Paul Vinogradot{ um Atributo da naturesa humane, embora se not parega sere luma necestidade de que 30 faz valer 0 homem no interesse a sua propria preservagio, Mas esta no 6 a questio. As Tela. ‘es socials sio tldas por Paul Vinogradott como um dogma que tem o sua primeira splicagéo na organtzagdo tribal, ande também se distingue, no obstante a variedade das institu s8es © dos costumes de cada organizaglo, um trago comum € fundamental: a familia, Sendo, pols, a familia considerada base de todo o sistema socletétio primitive, observa Paul Vi ogradotf, ainda, que o matriménlo representa a primeira de ‘todas as instituigees, porque 6 ele que mals aproxima os seres ‘humancs para assegurar a reprodugio da espéeie. Portanto, % Aped Miguel Real, tosis do Dirt, vo. 1, pH 5 Of als Recaséns Slee, Tretado General de Plovjta det Dex rico, vl 1 108 erm (Gf, Jeques Lelera, Do Dirtto Natural & Sodolona,p. 2 Principes storiques Droit, 1" {apies 9 Havin no Dasro ® © que fol destinado aos homens, em sua condifo de membros 4a tribo, procede, antes de tudo, da uniio matrimonial As clrcunstancias ¢ os costumes dal decorrentes atuam sobre todos (0 aspectos da organizacio social, a saber, sobre o parentesco, ts sucessées, os diretas reals © peatola et Manttesia-se, pols, 0 dicelto com a propria familia que serviu de base ao slatema tribal primitive, Assim, segundo Hen- rique Ahrens, 22 a familia, come primelro vinewlo natural, lune imediatamente em si todos as fins da vida e é fonte de todas as formagoes socials posteriores, esté claro que o direita fem nela também a sua origem. Dende se pode acrescentar que, & partir da famftis, tudo quanto venhe a traduzit uma manifestapio de direito ‘6 © resultado do. procesto evolutive dessa mindscula sociedade, Por isgo, sallenta ainda Henrique ‘Abreng, uma ver que a familia se estende, primelro, na paren: ‘tela, depois, na tribo e na cidade, alé chegar ao Estado, recebe © direito igualmente uma posterior extensio e cariter expecta! de todas essas diferencas ¢ relagées da vida 14 Forgas convergentes A sintese apertada do que acabamos de expor pode-se con- ter nesta observagio de Vieente Réo: “Encontre-se, pols, & origem do direito na prépria natureza do homem, havido como ser social." # Ris que Cicero, o grands trfbuno romano, também ‘lésoo, Ja prociamava: “Watura iurte ab homine repetenda est natura” Como esta claro, se natureza do direito hé de ser pro- csurada na natureza do homem, € dbvio que aqui se manifestam ‘orgas convergentes, quo nio so bastam isoladamente: o homem ho sobreviveria sem o direito eo direito nao existiria, sem © homem. storia ast Derecho, pe. 21-22. “0 Dieta ¢« Vide dor Ditton, wo 3, p32, t PARTE 1 i CIVILIZAGOES ORIENTAIS E OCIDENTAIS capitulo TV ‘CONSIDERAGOES GERAIS A. Kgipelos, Bablonios, Hebreus, Hindus 15, Religido¢ direito No estudo do direto oriental, 6 grande a dificuldade para f Wentiicssia das inattuigSes egipelas. Segundo A. Aymard & 5. Auboyer, “faltam, ao mesmo tempo, os textos de leis ou fedites, e ‘0: dooumentas da pritic’, isto &, as proprias atas sdministrativa, os testemunhos diretos ¢ originals da méquina fdministrativa”, Por isto, “afora alguns casos excepeionsis csclaresidas por raviesimos papiros, pecisamos reeorrer a fontes de quaildade multo inferior” Sela como for, ¢ certo que no Egite, a0 Indo de um dtreito consuetudinérlo,? existiram eorpos de lei do dreito substan: tivo e de dizeito adjetivo, orlentados de acordo com a vontade determinagio do soberano, Neste sentido, regisira Gullherme ‘Oneken que para ot egipelos, dentre muitas outras coisas, 0 ret era “o aenhor do dlrelte isto & a encarnagio e a fonte de ‘toda ordem e saber furidioss, que castige 02 malvadas e pro- tege or débeis™** 2 ‘Hitiria Gerat das Citizag6es, vl 1, p90 ‘© ‘A prop, etreve Edward MusNall Burma: “HA proms 4¢ que cn esipcin prt-nisticos derenvalveram im sitema de Tels baseagay o costume, que se mantee em Ho allo prestige, « ponto do se impor tals tarde, ste mam 20 farad” (Ristori da‘Coflsagto Oeldental, 1 Faatoia Unteeea, vo. 1,9. 2 preciso ainda ver a organtzacko sccletéria egipeia como uum sistema eminentemente teocratico, O rel era a tin a0 tempo, gorernante, sacerdote, julz e guerrero, Vale diver: cle detinha todas as poderes do Estado, envolvendo, pols adm. nistragio, religito, justipa © guerza.® Assim, prineipslmente em sua dupia fungio de sacerdote e juss, tudo quanto emanssse do rel em forma de normes jurfdicas mostraria uma profunda influtnela religiosa — influéncla que de resto vem a ser a ogre entre os poves da antigtidade. 16. Um aiveto ae castes Gragas também a uma generalzada dlstingéo de castas, ‘9 relho direito oriental apresenta-se com rigor varlével e até ucricionariamente. 8 esta, alléa, uma earacteristien bem mar ‘ante no sistema hindu, talvez mals do que em qualquer outro, ‘Na tndia, sob o regime bramtnico, a lei atende mals ace lnteresses de uma casta — a sacerdotai — do que aos princ! los do uma teglsegio prociamada pelo poder piblieo. O rel seria © representante desse poder. Na realidade, porém, tal brine(pio perde o elemento essencial da unidede e a igualdade ara oe transformar na diversitleagio de um diteto de castas @ (Astcals Antinio ©. aatow: “Suserdote, jis ¢ guerre, © ‘ara, cercado do pestigo dos dese, era um ante tbrenstuttl pects aunt os sits £528 podlam aproxnur crm o roto na yonto, cae, ‘ando a ters, dtm os texan” ilstoria da Citisagan yn” or mun ver, Futsto Cota (21 Deity ta Penns eh ta instoria de 4a Firat, ya. 8-4), que ve refere 20 Osente come a prince sage 1 aatigo Impiro ehicds pare seentuat gee nee 0 chete ern tudo @ 0 sito nada, gue o soberano persnificay din: ade e suas ordens eram eis bsalatan & aetescenta que ni tude o sistema dotado também se orentana to memo sens, ‘tt (Gt Menrlaue Ahrens, aisterta de! Derecho; 8. 0 eto ae eases, referido no texto, 0 ga tam como ogra © (baigo de Manu, cuio aparecimenta nio ap fxn em dala ceria. aigene tutors 0 do como redieaa entre Tahoe 880 aC. enguanta oatioe sereditam ser posterior w Cristo, provavstaense ene on seule th Se ‘De quazuer modo, o certo 6 que tal estatato delet we desison © fog ‘wocadade bind no periodo bramanion «ete szango © teu ponte “gies oe Hada oo Dims = (Quer dizer: 0 rel colocava-se como muposto detentor da justice, tendo atris de si, a influencié-io em suas declées, a poderean caste das bramanes. £ dela que provém as leis, © para estar ‘io se admite interpretacio. Quando se trata ‘de casos nie revisios na legislagSo, o rei julga com apoio na “Lel Eterna’ ‘mas 2b assim procede depois de eonsultar os sacerdotes, Por outro lado, o dlreito bramanieo earacteriz-se por um sentido impositivo yoltado para as eastas inferioes, peirande sobre elas esta terrivel sentenga: o respeito as leis € a garantia de nko transformacio do homem, apés a morte, em animal sbjeto ox planta daninha.* De acordo, pois, eoin'a eoncepglo hindu, o transgressor da let seria duplamente punido: pela justiga terrena e pela justiga diving. Selienta Henrique Ahrens * 8 esse rexpelto que, assim como a filovofia hinds aspira a enlagar © expirito individual humano com o espiito supremo diving, assim também a let ordena as relagdes desta vida para ‘ing, posteriores. W1. Duas exeepoer +8 num mundo de crencas e superstigdes que o diteito babi- lonico ¢ 0 direito hebrew,” cada um a eeu modo, aparetem' como excegbes, Carl Grimberg refere-te a ambos pars ecentuar qe, “sob muitos aspectos, as els de Hammurabi apresentam ume. semethanga surpreendente com 2 lel de Molsés, aparecida cinco séculos mais tarde. A diferenca essencial entre a6 dois sistemas € a seguinte: a lel de Hamurabl tem um earater puramente OF Jeyme de atavia, Origem doe Dirltos dos Povo, p48, 24. 8 storia det_Dereen, p 6, 0 direvo eben, a Que nae referos, & 0 da et mosste, ‘vigoroy, em aor pratsamente aleragi até 9 domnlo bebisaise, 4 Dur de SeT a6. ef. Vicente Rue, O Divito « 4 Vida dow Direten, WL. 0) meee falminanie enive or séclon TV « TH aG, Portnio, © mals provival € he o Ciao de Mans vont de data anterior & ea elt et, An Matta AE de Reboio Pas, Hitore de te Citlaasin y de oo Inatiuctones, ve teeta "CA “PROF? WILTON caRDOSO BIELIOTR = ‘Was! Viens bo Rasen furfdico, enquanto a lel mossiea apresenta cartter religioso ¢ Insite elnramente no aspecto ético “do direito™" Assim, 20 Aistinguirmos elementos que identiticam os dols sistemas entre sf, sobressaem, sem divide, os de conteido nitidamente social 18, Lels de protegto & mulher ¢ ao trabalho NNo sistema babilénico, por exemplo, a pasigio da mulher nna socledade jf he concedia direitos equiperades aos do ho: ‘mem, de modo a Ihe ser garantido o pleno exercicio da sun capacidade juridlea. Se casada, podia ter bens préprios e sepa: ‘ados dos bens do marido, facultando-the a lel dispor das mesmoe com intelra liberdade, E os que pertencessem ao casa) fem comum, administrados que eram pelo marido, nfo podiam ser objeto de negécio sem a interferdneie da mulher, devendo sta figurar, partcularmente nas Yendas, ao menos como teate- munha, o que da a idéla da outorga uxbria do nosso dlreito Em que outro sistema da antigdldade, antes ou depois do Dabiléntco, a mulher se colocou em posigio !déntien? Niko nos esquecamos de que falamos de uma socledade de quase dois rmllénios da era eristi, Pois essa mesma sociedade, em fase na qual o trabalho eseravo representava o principal fator de pro- dugio, {4 admitia em seu dirlto normas de protegio 8 stiri dades obrelras, mostrando, pols, néo 96 mas passagens aqui reglstradas, como em virlas outras, um avangido grau de de- senvolvimento® % Btiria Uneeral vl 9. 70. ‘Também Denil Autoiolste (Frafedo de Lepilacién de trabajo ¢ ‘Prsiiin Socal, «3, p38) obser que im extudo comparedo entry ‘lls de Hamurabl eas les do Motte Fevela grandes azacoiay,fazendo ‘Spor tense aguelas exereldo Influtnela sobre eatax Nese’ sentido, istngue-se temeinanga ge concelts quanto 20 Talo, h escravido, Werridto voluntarte, a0 tsbalho tara! ete ‘SA woledadebablinia, a que os refers, & aqula regan pelo etiice Céaigo do Hamurabi de 1150 aC, uma das 18s exrtas mals ‘illgac do mundo, mas nfo 4 male antiga, come se supunba a6 bem. ‘eeentemerye. De dates anteriores, podem rer eguraments mencionaday ‘obo menos outros tts estates, a saber! @) 0 Céaigo de Lipi-inar, gous m= Hharona v0 Dero a Valo ainda thustrar estas motas, insstindo no tema da mu ther na socledade babilénica, com um comentério de Carl Grim berg de que a cla era permitido “também exercer atividade no comérclo, na indistria e na agrieultura, ocupando ainds, por vezes, a5 fungdes de escriba, de sacerdotisa ¢ de profetisa”™ Sabemos que entre 08 outras povos, até mesmo os de época mals recente, essas atividades representavam uma prerogative ex- clustva ¢ inquestiondvel do homem. 19. Governo de Deus, individuatismo e fustiga social Quanto ao sistema hebreu, o entendimento da. sua proprie forlentaglo religiosa € que nos leva a compreensio do seu aspeeto social. Cabe, pos, interpreti-ia. Rasa orientagio decorre dda convlegio voltada para um supremo govemno de Deus. Ex plleaso assim o caréter teocratico do referido sistema, mas ¢ fagul preelsamente que ele, ao lado do sistema babilénico, eons- titul uma excegio: © poder invisivel, isto é, 0 governo de Deus, ‘lo se projeta na figura do sacerdote para fazer deste 0 todo- poderoso das coisas divinas © terrenas. Do mesmo modo, “munca 0 rel fo! filho ou vigérlo da divindade; limitara.se ser o ‘ungido’ Revestido, assim, de cardter sagrado, no entanto, normalmente, nfo se comunicava com a divindade: jamais, ‘mesmo em teoria, exereeu os poderes de sumo sacerdote”: TS utérte unioersa, vo. 1, pmb © Av aymara @ J. Buboper, Histérta Gerat des ctoanzdes, val th pak ‘non Dubnow (anus! de te Wistoria ute, p19), so contri, esetarece que, 20 minoa em sigan Oenslen, 0 mberte ier astt- 4p 10m, vigeate pa Sumériay 0) 0 Oidgo de Blsiama, de 1970, vgenia ‘a Babiina; e) 0 Ciaigo de Ur-Nams, de 2060, potanto, © mals tige de coe se tem nots ald agora vgente na Buia’ (ef Saas Nous Kramer, La Muto Empleas ex Sumer, p- 10. s0g8). Teese ainda notiela dum obtre, 0 Gédigo de Echnuna, que teria aparece fice 1025 ¢ V7e1 4c. Rihnanna ‘era o nome do ume dor mouiay ‘idede-reinoe que se formaram apés a quibra de unldade do imptri ‘merino, nn Mesopoldmi, em fine do s6ewo XXX aC. (ef. Bmanael ‘Benson, a Lote de Rannarna, p18 © sepn) Mas, no estabelecer a estreta ligagio entre o elemento retigloso’¢ 0 clemento juridico, o sistema hebrew deu asc ‘mento a uma idéla de indlvidualismo: Deus, como entidade spiritual e moral, faz da religiio uma manifestagio eubjtiva, ‘ou seja, @ que ¢ inerente ao proprio individuo, Assim, se nell ‘io © dlrelto estdo estreitamente ligades como forcas disc plinadoras da sociedade, tomada, porém, a pessoa em sua ind viduatldade, temos af explicada & regra’ “A lel est no coregio fe na bora do homem.” Ao homem, portanto, cumpre entender 0 aleance éa let © se conduair de scordo com exte entendimento, CContudo, a-tet mosalea® tem mals do que um contesde ‘tco-reigioso © subjetivo, Hla transcende um estilo de lingua- gem em forma de recomendagio para determinar, como ine ‘trumento coercitivo e intimidativo, os limites da agio de fazer unio faver. Daf ainda a norma estabelecida pelo Legislador o Sinai: “O homem, pols, que se houver soberbamente, nko dando ouvido ao sacerdote, que all esté para servir eo Senhor ‘teu Deus, nem 20 julz, esse homem morreré: eliminards 0 ‘mal do Israel, para que todo 0 povo o ouga, tema © jamais sae enzoberbega.”" Pols a ninguém 6 dado se orientar sogundo ‘8 sua vontade sem arcar com as conseqiéacias do seus atos, © que normslmente signifiea a indlcriminaglo entre individuos no Amblto de uma justiga isenta de paternalismo, Foi o que ‘Moisés entendeu muito bem. Por isso, fez inerir entre os deveres os julzes, de modo a fiear expresso que todos serlam iguais perante a lei este outro precelto: “Nio torcerss a justia, nic {acs acepedo de pessoas, nem tomarés suborno; porquanto © “Des cinco livros do Velo Testamento — Génese,fxodo, Nero, erin e Deuterndmio — €0 altima o que contém & pare dina ds Bre forte resattacin ltaan 0 ca do Til Usla (@05-9 8.0), 0 al, ao Sesompeniar no lemplo ar tarefan do rom sacereat, provocny conta {glen oe Marana 20 Dare = subordo cega os cihos dos sibios ¢ subverte a causa dos juntos", 34 era, sem divide, a manifestacio do um prineiplo de fustica distributiva © Igualitéria*” que ee ineorporava a iaéia de justiga soci, esta por certo inspirada no ensinamento do profeta e dito intérprete das designios de Deus: “Ama o teu ‘Préximo como a t! mesmo.” B. Gregos, Romanos, Germanoe 20, Cidades-Bstadoe Parlindo da clvillzagéo grege, diremos que este se carse- terlan pela formagio de eidades-stados, politicamente inde- endentes entre si. ® uma caracteristiea que @ coloca, em. PosigGo diterente no confront com aa oatras duns eivilizagses ccidentais: enquanto a romana, desde fundacio da cfvttas, rlentouse para constituir um Estado unitério ¢ a germénice, no curso de um processo evolutivo mais lento, aleangou a sua tinldade politica, a grega conservouse sempre pres a um ‘mesmo sistema pluralistico. De maneira que, “unios pela civi- Hisnso comum, nfo conseguiram os gregos realizar, mesmo entre sf, a unidade politica. Cada povo formaya corpo deme- sido exelusivo para consentir numa diregio comum’ be re, Gael z Preach tax a segsint observagio: “A atttude tgualtd- a fol transmitlda do fudaismo ao etiam, apes da forte blepto eh & dtc Iegasta dos furiseus A tal Tepsto,tecordamos que © Noto Testamenio afi ter demu ite: Ra no vin para deatalt & lel, mas para a cumprr. Baie cunpsiments cnate nn exigtla, do ma pura alitade dts, para aldm do seanes dev homens. Mes Bovamente a que todos ot homens ae gvalani” (Perepertion Mlterted 4a Fowofia do Dire, p. 24). eaciree ainda Edward MacMall Burns que “o pineal tn do éaigo Devteondmico era Infundir na focledade um carkter mats der ‘moctile e igualirio” (ast da Citiaapdo Ocidenta, vol Th. 14). ‘+ Ghasles Selenebes, Hitérie da Cistaagto Barons, p. 8. ‘Mas a carscteristica da civllzaglo heltnlea pode ser ex- pilcads pelas proprias condigtes googratlcas de uma regido de Vales e planicles separados por cordilhelras © bragos de mar. Foi, pois, todo um complexo acldentado, também composto. de ‘hss dispersas, que concorreu para favorecer o isslamento pet. manente de suss comunidedes. De fato, a intercomunicagho era tio dificil na Grécis, “que poueas eldades puderam manter ccutras subjugadas por grandes espagos de tempo" Por isso, cade Hstedo grego geralmente néo so compunka de mais de uma cidade e dos eampas que a eireundaramn. 21, Tradioto de unidade Conslderemos outro interessante aspecto do mundo grego: fembora politieamente independentes entre si, suas comunida- es, grucas a lagos de cultura, de sentimentos e de associacko, paderam preservar uma sillda trediglo de unidade. A-lingus ‘ escrita eram comuns, Também comuns eram eertas man {stages religions, como a dos santuérios de Apolo na itha do Delos e em Delios, sustentados e garantidos por uma liga de Estados. E mals: os jogas olimplcos, disputados de quatre em quatro anes na cldsde de Olimpia, bem como es allangas de ‘efesa reciproce, foram igualmente fatores de integracao HO. Wels, Mitrta Unies 1 >. 30, Furendo o mesmo comentirio, dt Kati Kautsky (8 crstentime, COrioenesy Pundamenis, p. 7) que na Gréla va un grande namers de cldndes-estacos, sendo a mais poderom de todas Alcea; (adavin, ‘Beahuma dis cdadesvioross er ruilentemente forte part, bloga ‘utras de mado permanente cbler © eairle final de todas ay Saat toa, Ob, H © Wels, Mister Unleereal, tT, pe. 946-367; Ciaaae Home, Atenas: 4 Historia de ima Democrats, pi; Lewis buntond, A Cidade na Historia, p. 152 wee, ‘Alm de Olimpin cm suas competnges exportins,¢ de Delos com suas manitestagées releicen, Lewis Mmford Tote idee sana. ‘ve tambtm atraia conderivel-mimero de pewoes, nda de odessa partes du Grecia. dl eoneal:"Destes 8s centcy, iran forrentes e enerein vita, transolides por peregrinos © partipanin, {ares = Ents 20 Deter By Stam eae igi, “do poquen vata em fae do intense separa ds ineiigns poltons jeg Parsconce que nf, lanfo mals quaslo wo que no® prop sms: oesbudo do sistema greg coma um todo, Healmente mo pode mnogu, pela propia nfutaca, da apontadn rele de Unidad proente num mundo fregmentady que onion oe tuna dio marge A realsgte do moto bei, om eet, por male que oe aman seu separatism polo, ax formas de goerno as insignias Sao ‘mere uunlendesgrogas-aresntavans catstersOeas “acs de mean igeme Be to pte SOS tearoom {eam cn Ep em dein. Alas, pure © Aron [lo que cesempeateram no conterio de iflzagio haeies, dandorne ot mals vaio expresvs suid pare s nee projec ‘a hstvn univers, tem de tt coaderades come Inna da orgnizasio polo soil de Orica antigen, 22, Pontos comuns entre dote sistemas Bm fase mals primitiva da sua formagio, o sistema ger Imanico nfo deixa de apresentar semelhanga com o sistem rego. © fendmeno 6 assinalado por Heinrich Brunner. No Princo, informe esse autor, os germancs nfo compunham ‘uma federagio de Estados, mis, a0 contrério, divdiam-se em equenes © Tumerosos niiclecs, cada qual com vida. poltice _ropria. ‘® como também so pronunela Martins Jnior: primitive. ‘mente, a comunidade germénica se earacteriza por “indmeres ‘grupos independentes tendo a mesma lingua, os mesimos usos © mesma religiéo, mas sem lago politico que os ligusse, que 3 integrasse em um corpo nacional, ou etn um Estado". eH, ©. wes, mutarie Unteersa,& 1, p26 {© ‘istorta dt Derecho erménia, pst 8 Mistria Geral &o Direto, 1 {3 vilevam a p6 o de navi © que levaram todas as cdaden GES {oda ‘uma corente de lass enormas de vida unifendoras« autorane. endente ‘Warm Viena 20 nasomeeezo BE por af podemos ainda distingulr entre gregos ¢ germanos jutro trago comum, presente numa tradigio de unidade, con. {quanto cada povo a orlentasse de modo diferente. Queremos dizer: s0 eaza tradigfo de unidade néo concorren para que of sregos vencessem as barreiras do seu separatismo politico, dew. “#8 © Inverso com os germancs. Pelo menos a pastir do néculo. ts fracionadss comunidades germénlsis passeram af Ty Raclonadas comunidades ae — Tar unides sucessivas, dando naseiniento-1- Wate couguieesie “W Uirlo plbleg 6 ils patnadose Funitade Cone No que se refere aos romands, 0 seu status socal parte da temfla rigorosamente petriareal: um conjunto de pemoas 0b 0 poder absoluto e vitalicio, sem qualquer interferéneia fxtems, de um chete, 0 pater fomilas, Ba sua marcante Pevullaridade, pols os gregos desoonheciam este “poder domés. tico patriareal”, sendo que “o direito grego, no esao do pater Joniliae, mais ae assemetha 0 diceito germinico do que 20 romano" verdade que tanto 0 pai de familia grego como o germinico exerclam sobre os que thes estavem sujeitos um ah Teito de protegéo e de decisdo, reservando-se, tal qual o pater ‘amitias romano, w opeio de aceltar ou recusar o recém-nascide TTedavia, nos di germinico, @ autoridade do pal “RET undo os thos pot fre GH MRIS (or 1, no a nido), Ingiéssavand no wervigo ida fol pore soit “I, ala ra fv eaunto uma sul sae ee a SDR eles oy tbonal apmegtaye ne Ye Gf Hien nrwomer, miatrte dst Derecho Germantco, p. 8 Mand Londres du Nobrga, Wt © Ssfema do Dirt Prie endo Romane, p28 Ct, Henrique Anrens, mtore det Derecho, . 210, A propsto, informa Orlando Gomes d Nélon Carntito: “Coneot- ‘dum ntoridores na afiemasio de que © patlo poder, entve oo Sermanoe, aio teve 's meama amplde que ett Roma. Awegutacee ‘mesmo que ére insutuldo em Benet do fhe. Aum, estes torts ‘ages oe Mendes 20 DEO = 2Mas voltemos ao romanas. Com a morte do ehefe da domus, 4 familia desdobravaso em tantas outras quantos fostem oa {ilé fomitias, wos que descendiam do mesmo trone9, embora de amitias diferentes, compunham a gens. Esta, com terrtério, costumes, Ilse ritos préprios, por sua ver, também reconhecia, lum chete, o pater ou magister gents" Como resultado da evolugio da comunidade, choga-se & ctvitas. & quando surge Roma no monte Paladino, em 754 aC, originada de um centro de defesa comum ali instelado, Finalmente, com e fundagio de Roma, impte-se a neces- sidade da escoIba de um governante entre os chefes das gentes, sso governante pascaria a ser o rez. E poder ampllado determinaria protunds transformagio na vida privada e publica do Bstado romano, ja ent sob o regime da Realeza, que iria até 510 ace “Vi-ce que & tamiln romana ¢ tomads em dols sntids, come finale J. Ortolan (Uftoire de la Légutaion Romaine, 1, athe fm setiso especis,entende-se um tnleo lst, eomprcendenth ® siete todas as peaoas que ihe slo submis; em wentido eral ot derion lures qe, endo a tema origem e dassendendo do teams ehefe, for, ‘mam ums grande familia, embora cada umn seja dinedo por ult eee diterente, Na Reales romans, organspto palitea compreendla ot seuintespoderes: a) Bxscatre,contiags 80 rez, o qus, alam te chete oa excites, tha atl rita, adminitvatias ¢ Judeliran © res erm disgnado pelo predesasr ow por um senadot, denominade faterres, que execla 0 poder supremo durente um titeregnun, alguns sutores,porém, edit que 0 Ter eta ecto; b) Sena, componte de omens Idowoy, em nimero ae tevents, aoe guas se tnibala stooges > contethelzes do rel; c) Comlalo, representa por ef ‘unplo learn. as etvis ram eubdiviees de ttbon (Got ada tribe: der gentea para cada cir) {ido ‘ax tain german © ponto do pariiéa da ele de Glan Goo hes Ire eatanti a poxigto pretereneal que hte ocapsm 10 mio So ‘erp familar” Do Reconhecimento on Fler Adulterinon, Yoh BD, ‘cupttulo V ORGANIZAGAO POLITICA A Reatesa: Origem ¢ Bvotugdo 24, Do poder doméstico ao poder da cidade [Nas primitivas formagies comunitirins,rellgifo e poder se confuniam pare dat a um chelo a autoridadeIndlspensivel Para 0 extreicio do saoerdéclo, do governo ¢ da jurtiga, Cont gurava-se af a extensio do regime familiar de que nos fala Fustel de Coulangea Na realdade,o lar doméstico, para usar» expresio do ‘mesmo ail, tintin Ro Dal. © sacerdote,o_governante e o julz ‘Bua familia, pos, que ob localiza o embrifo da realezn sta, no aleangar dmbiio maor, passou a pertencer “ao home que havla assentado o lar da cldade”. &, investido de tsiplice futoridade, esse eee finalmente se elevou a rei a0 memo tempo em que s© implantava um proceso de aucessdo hered tata do trono. 25, Realeea greco-romano-germénica ‘As observagSes que colhemos em Fustal de Coulanges, se gundo suas proprias palavras, referem-se “aos primelros tem- pos da cidade”. Por laso, so em Roma “a realezs nunca fo) ‘hereaitérla", 6 porque a sus fundagio vem de fase mais recente, ‘quando essa forma de governo {6 “er sprestiginds ‘or toda parte” {ages ne Hutu 20 Domo = ‘Mas o ponto do vista do grande historiador francts apenes tem conotagio com o contronto que se estabelega entre gregos Na Grécia, cuja organtzacio societéria sabemos ser de época anterior’ de Roma, a vida poltiea, seguindo os elelos de todas as formas principals de governo, comegou pela mo- nnarquia nascida de um slstoma de ehefes hereditarios, ', se ainda qulsermos menclonar « Germinia, dada 9 sua qualidade de tercelro elemento bisloo das civilizagSes ociden- fis, veremos que o seu sistema, até onde ae pode conhecer, 6 um misto de resleza eetiva e hereditatia: 26, Afirmagto de autoridade De qualquer maneira, realeza heredi inva a sua autaridade. ho_saverdBe%0, Fore ica Alsda que ena tiple meee ne Sch o aspecto finelona, ae dierngan conte noe Steraram = elec Ta Gréla, a autoridade rel era secundada: ©) polo Cassio de Notre 0) pelts Assembles do Povo 1% Tnforma Henrique Ahrens fttoria del Deeeho, 24) que 4 monargua germiniee era exerelse pelo chefe de ama fells Robe, * Uatigho presto tmados por gerbes de grandes chetes.% @te © peneiplo da ‘escola do re eciarn na etenge da tramssso da tnae do sangue de pals para bos, Portanlo, para stella, o candidate tert antes de tod, de pertanser 4 nme fain expecta, baonaadonse ‘usm a sus elegd, como tambim ehaer Hentich Branoer (Htsora fet Derecho Germanic, pe. 17-18), no ehamado dito de eangue, 4ré Maurols, pelo menos em Tlagho non anglo-vaes que invade Tnpaterra onde fandaram varie rince, ean eneroe teat proces 4 lego: "O rel Geende sempre em cada Teno de tne meta fa ‘lila sagrade, mas, entre co membros deve resna fannie, Conseino 4s Prudentes ov Witan pods, em cerla media, ecolher bem como "depo ou reeusar um ‘maa Fol, sobretudo em tempo ds guetta, B ‘coneiul: "A monarqula ¢, pois, malo eative, mas no tterior Ge wa Aiterminada Yaila” (Httéria da Tnoltere, p30), Emibora as Astembléias do Povo tvessem direito de voto, ‘ambos os éxgéas, porém, detempenhavam fungles de carster ‘pens consultiva TI — Em Roma, dlstingulam-se: @) 0 Senado, que era um rgio também consultivo; ) os Comicios, que Uinham atribulcses legislativas TI — Na Germania, ao lado de um 6rgo consultivo repre- centado por cldadios proemitentes de cade distrito, havia 0 (que se pode designar também por Assembléins do Povo. Presi das pelo rel, clas exerclam o poder de decisio sobre varias fquestd..: paz e guevra, ezimes poiticos e militares, adminis: tapi publica ete 21. Impérios ortentais ‘Na mesma ordem de ideas, também se impdem uma obser- vagio em tomo das clviizagSeS orlentais. Ya consituldas em” “eapiter Teede mleakae fa era cHstS, Podese afirmar que nelas o vinculo origindrio do sacerdéelo &°30 poder so miantéma ‘liga do el encarna uma auloridade abolutae incon- testa atavis Ga vioeindo por sagrado principio hereto. Dal as grandes dias epiplis,babldncas, assis, PETS, chines ete, "E notese, segundo H. @, Wells, que “o primero de todos cs impérios conteldos fl fundado ‘pelo sumo-sacerdote do deus da cdade sumeriona de Breen" "iu composigd politica dessus socledade, nd naturalmente varies G2 un sstema para outro, So entre exipco, por xemplo, rel, mente, julz e. gusrreo representavam "uma Ghiea pessoa, entre hinds eram pessoas dtintas. Quer dizer exquanto no Eglo o soberano chamava a sl todos os poderes ee ee 7 Hira Union, € ph DO antor mrndans Heh me tos Nstragres adem «alm coms «pat cade smtinne.Poeroraene, aareem Ur, Uae, ‘zcen, Uno, Mpa ste E tne conta edade-ato, pat esd eagh son Gels govern Dot B Gréeia 28, Queda da monarquia € ascensdo da aristocracia, 34 agora, tendo a zealess como ponto de partida do pro- ets80 evolutivo da organlzagSo politica dos povas em esti, nnossas consideragées dovem-se restringlr ao mundo greco-r0- anc. A razto ¢ simples: tanto no que respeita sos 3einos fgerminicos quanto no que tange sos Impérics orlentais, esse regime de governo pide ser sustentado sem sotrer solugto de contimuldade, AA vista, pols, as mutagées @ examinar, constatam-ce varias ccausas concorrentes do deelinio da monarquia na Gréela, até © seu desaparesimento, em 1192 aC, com a morte de Cadrus Dentre exsaS eausas, podemos destacer: 4) enquanto & grande maioria da populaglo eram debxadas fs atividades comuns, acs da classe superior eoncedia-se exelu- sividade no trato dos assuntos relativos ao Estado. 16 havia , sem duvida, um germe aristocrético; 2) entre os cidadios, organizados em divisses com bace tho perentesco, subsistin uma nobreza de sangue que, apolada hho valor pessoal © na propriedade territorial, aproveitou-se de condigges favorivels para implantar uma aristoeracla, AS con- "Oe hsbreus coloeam-e fora date quadro, Primero © poder entre 4 exureldo pelo goverso des anelios Depols, quem o exeree ¢ © ‘orem dos juts. Winiiments, provaece umn regime de goversa mae Iisgico eletivo, até Der, quando pase a yer herediéro, sings Que fo tenha de resealtar« proponderaneta da rlgao, a pan de 6 2atado Indaico nko esconder o seu caraer teerdtlcn,v ancerdote, como 16 ‘io, nko so revesze do ur surola de todo poderouo ern quests las 2 ce o guia eaprtual da wcledade, 0 intérprete doe dsigioe de Deas ‘mas no tras consigo 0 poder de coeelo e repressto, poi esse Docet (da competinca. Go governante. ‘igdes se erlaram pelos abusos do poder real contra as ons ‘umes tradictonais e princlpalmente pelas disputes periédieat entre pretendentes a0 trono. De modo que ® poderoes classe os nobres no negava apoio a este ou Aquele pretendente, mas rio sem eobrar um prego alto, as mais das veues representado por total submlssio Ae suns diretrizes © interesses Vertica-se que a arstocracla grega resultou de uma atuante ‘ligarquia de familias favorecidas pelo nascimento e susten: tada por dois clementas capitals: sagacidade politica © a queza. Com isto, a par dos proprics equivocos da realez, fol le possivel assumnir © poder. 28. Democracta ¢ tiranta Hi como que um determiniame irreversivel na istéria_do poder © do mando, 9 Justitigue 0 BrSprio egoisme ‘FuIaNS. Que razio mais forte Tevou @ monarguia grega 0 “WikcsiAnento senio » ambielo doa que passaram a disputéla ‘em defesa de alegado dirito, as venes até de duvidosa. proce- ‘deneia? Por eausas mais ou menos idénticas, também a ars tocracia estaria fadada a cumprir o sou cleo e ceder lugar & outra forma de governo: uma democracia que se assentou em ‘elas vagus sobre © prinefpio da igualdade perante a le, de ‘modo s despertar as aspiragées mals imediatas voltades para f cemlssio de dividas, a dlvisio de terras e a eliminngio de barrels 20 matrimonio 2B claro que a influéncia da nobreza ainda se feale atuante, ‘Tanto assim que se podia ver o regime como a continuagéo de uma repiilica aristoerities. De certo modo, porkm, vivlase uma primelra experiénela em forma de uma democracta ine! lente. Ore, em conseqiéncla da dualidade spontada — poro & nobreza dividindo interesses politicos — do despreparo do ‘idadio comum no sentido de uma participacio mals cons- ciente nas atividades péblicas, suas questées de Estado ace. baram por ser confiadas a supostas lideres populares, Estes ego mostraram seus propésitos, pondo os interesses pessoais lagter 9 Hania 20 Dao » ou de pequenos grupos acima dos interesses gerais. E com isso estava eriado um clima propicio para a implantaggo da tirania. Leon Bloch assim a justifies: "Na Gréeta, como depois em Roms, ao ruir a monarquia, é a arletocracia que se apossa do poder. Sendo a monarqula, ‘na sua essinela, instrumento dos os, pode considerarso que, de certa maneira, equlibrara as clases, Plsistrato, Pitaco, Policrates e outros ‘irene’ gregos signiicam a reaslio do povo contra a aristocracia dona da Teo. publics. O setor popular, earecendo ainda do necessério sentido politico, fazia 0 jogo dos ‘tianos' na sua Iuta com a nobreza, seeundara a sua amblefo farendo-os seus governantes en~ ‘quanto no porsuis, surpidos do préprio seo, of elementos suf! lentes para destrair a Republica arlstoeritica.""" A tirania, bem recebida a principio, nfo demoraria em provocar descontentamentos ¢ disensdes, j& porque passasse também 2 oprimir 0 povo, jé porque a prépria nobreas ge apro- veitasse das clreunstincias para tentar a sua volta 40 poder. Mas ¢ preciso compreender a tiranla grega de manelra aife- rente ao signifieado que se the dem nossos tempos. Gaetano Morea. indlea como esse regime de govemno deve ser encarado ‘a antigGldade helénica, dlzendo o seguinte: “Acontecia, mul. tas veres, que um membro da srstocracia antiga punha-se & testa do partido demoeritico, e com a ajtida 40. poro exilava 2 familias reais e confiscava, seus bens, distribuindo-os entre os adeptos. A esta forma de ditadura 6 que as gregos chama- vam de tirania. Este pslavre tomou em seguida a significacio de governo arbitrério e crutl, ainda que a conduta dos tiranos lregos no haja sido sempre condendvel: & sufiiente lembrar 4 este propésito a conduta de Pisistrato © de Pitaco.” atts Soca nz Rome antiga, pe 31-36, nt 1. 1 nistéria das Doxtrinae Poles, 3. ‘A renpito de Pisseno, ds, Claude Most far este registro: “On es ables aflzmam, satan de tado, que Platrato govermon,ree- Dellando as let exstenten. Iso fas aupor que ele manteve & egidario Soin, © que os magitradoserem eieice some no pactado.€ diene e nota fato de que Pistrato, pasoatment, nko ae Severe de au ‘quer autordade expeclal” ‘Alenss: A attire de wma Democracta, 2620, ‘Wurm Viens 20 Necaiezo ‘Quanto acs abjetivos da nobrera, de reconguistar © poder, ‘até certo ponto foram stingidos, A tirania seguluse um periodo alternado pelo dominio, ora da aristoeracla, ora da democracta, ‘até que esta se Impds de forma definitiv. 30. A democracia em segunda fase Em sun segunda fase, a democrasia_ grega ortento _prldGipos mals deinides Como ladle fundamental, "a equivalincia de direitos, mediante ‘a -pafcipagio. de todos ‘0g eldados Ha vida publica pelo exereeio da-voto, Hava par ticipacéo, porém, era avallada sob dots evtérice: primeir, 0 dia proporcionalidade quaiitaliva, de modo a néo ser excluida tama influénela arlstecrétea; segundo, o da proporcionelidade quanttstiva, pelo qual se procurava anclar a forga do mito a riqueza Em -constaiinea do now sistema, nfo se pide sustentar o désrjado equlibrio entze povo e-nobtza, acsband por nar 2 asa aly oC le ua i tinig Fea ® coite a fnevlavel fe uma podla contar com ‘MUM WOES Ge qualidade, a outra tinha na. quantldade do ‘otos o instrumento eapaz de impor a sua orlentagao e vontade na vida da comunitede Mas 6 na desproporsio de forzas, por assim dlzer, que @ democraciagrega vira a fruiflcar.E com bese nessa des proporgio qie vamos burear em arstteles a sintese do eon ito que o Mofo formuon sobre tal regime de govern. ‘nas democracis, os pobres tim moals euterade que os rico, pois que sio em malorie,e os ceus deeretot tém forga de lei, Bis af, pols um ainal caracteriston du Uerdade: ta & 4 detinigdo que todos os partigérios do Estado popular dio & Repiniiea” 81. Esparta e Liewrgo ‘Ao regisico bastante sucinto dos cislos politicos na Grécia, ccumpre fazer também uma referéneia dettacada a Hsp Wa Paitin, p. 281, 0 1agSes ox Honda 20 Dao ‘Atenas, que aio sabidamente os protétipos dessa grande ch lizagio. E & de noter um profundo trago de originalldads Bo Exlado espartano: © conservadorismo que 0 manteve #ob Um regime aristocrético € militerista, despético © fechado As in. fMuenelas externas" Em virtude do aludido conservadorismo, sustent dros malstiea, & @ fedagdo de guar leis a an a ‘ia eae iotteasto Co peas com que ate haa doin ‘Teria Licurgo vivido entre os anos 1000 ¢ 850 a.C., mas “de positiv pouco se pode atirmar sobre a sua vida", Emi todo caso, dit a tradigto que « ele coube restabelecer os cos a iorlldade publica a asus re En oe Se me eSeslia lacie do-indlvidua coms ‘Estado. Este principlo eonstitul fundamento da socledade ‘parfana, como se pode constatar por alguns de seus aapectas, a saber: 42) edueagio dos jovens pelo Estado, a partir das sete anos até 03 vinte anos de dade; 0) refeleBes puibleas; ©) ofganizaciéo de uma vide de acampamento, eatando ‘assim o Estado sempre preparado para a guerra. ‘PROP? WILTON CARDOSO Fundagio Baucecional Nordeste Minetro 3A organtacto do Estado eapartano obedet veo de poders: a) Reales, omposta de dos vel im que cotan~ ava os extroioe © otro que presdia occas ‘elgiowr; 0) Setsco, ‘omposto de vite alto membros ¢ enearrepado de labore das len, ©) Tribunal de Hioros, composio de cinco magiacades encarta mleagto da lee TF Antdalo G. atso,ietéra da Cttlaegse, p 258 ‘Assinlo-e, outros, a versio ds Pollo, hstorlador grego 0 stolo TL que viveu em Rome. We ruiente ques longa etabllisede Jo sistema politico de Licurgo 26 fot ptaivel em virlade ée nele esarem eunidos os valores e ab eataclerstcas de itis sats, Gando-tbe Sin, por uma combinaclo de fore bem doadas, ¢ neeceaio eque ono (et. Norberto Redbio, Le eorla dele Forme Governo nell ‘Stora det Pensiero Poti, si) 7 t, Henrique Ahrens, torte dal Derscho, p18 BIBLIOTECA 32, Atenas ¢ Séion Confinada em limites hermitioos, no seria possivel sparta, do ponto de vista polio, sociale culturi, aleangar ‘© rau de desenvolvimento de Atenas. No Estado ético, outras foram evidentemente as condigies capases de favorecer a Imptantagio de um regime mais aberto,sujelto até a repetioas smutagées. Ese Esparta encontrou na figura ledara de Licurgo 1 ranio com que se orgulhar da sua estabilidade potitien, pide também Atenas alimentar 0 justo orgulho de ter em Sion, que ‘iveu de 650 a 558 aC, 0 consirutor de suas Danes democréticas ‘Antes, porém, do grande legslador ateniense, ou sea, no ‘ano 620, Drécon jé hava sido incumbido de elaborar Is excites para o Estado. & certo que esas leis, além de nio retirarem & pobreza dominante qualquer de scus priviégios, ainda se caracterimram por um rigor excessivo. Nio obstantz, a legis- lado de Drécon teve 0 mérito de fazer do poder pblico a tnica fmstinela judicéria. J& seria, sem ddvids, um comeso auspl ‘oso, a servir de estimlo a Sélon para propor em Atenas uma demoeracia moderada (598 a), na qual ot intereies ais critioos pudeasem estar em harmonia com os interesses pop lures Como realizar tel empreitada em uma epoce de priv légiose dseriminagées impostos pelo mascimento? epundo o astema de SSlon,o Hatado stenlense era um miso sristoerscla © democracia, também, Daseado fundaientineate 2 ‘vio dos poderes em tres Sos: a) aAreontado, composto de nove ‘membros — os areoutes — com fungéen Teatvas A veligio, 8 di iitagio, a Justin e & guerra No principio, ov atcontes tinham maa- fo wate, pareanda eee mandato, depols, 2 eet deceoal, porn ‘Moalmente, tonar-se anual; >) Senséo, eompos'o de quatrocetos ‘membros © encaregudo de propor ov profetos de tel As assembles €0 ‘ovo; ©) Areépego, compart de antige arsontes que J haviam comple tudo o eu tempo no Aroontad. fra um tribunal Boptioe para quetins fiminals leando ainda insumbldo de inapecionar n udminieracho pic bea sar pelo costumes « voter a delibergdes das Atcombidae do Povo. A estas ae atria Imporlantas fangbe, como eel de auto andes, yotapio don projetos deal, lesuato asbre pas, ainge © rete. {ghee me sidan bo Dino s ‘A reforma empreendide por S6lon, torno do atrelto 4ocidadio e da honra que nele se fundave. Houve Uma cise ‘qitncla imediata, orlentada em dole senda: primetro, a lvida 8 nfo podia alcangar pessoa do devedor; segundo, are versio dos que se haviam tornado escraves por. inadim plemento da obrigacio 0 seu status original. Arietteles nos 44 dessa reforma a seguinte sintose: “HA trée pontor na sonstitulsia-de Silos que paseoeag_sits saperios democré- Hoos: 6 primcio, ¢_de_malox importincla, ¢ a, proibicdo de “Gmpréstimos com garantia pessoal da vida do devedor; em segundo lugar, o direlto. que gozave, todo aquele quo. tivesse seus deltas feds; em teresa huga, InsUtalgdo do direto ae epeiar pare ~-AtinaT,nia_legislagio de Sélon, detiniam-se os direitos ¢_ devéres de cdadanla sem distingSes” @ perda de uns corre ponte” neeesnrianiente ¥ 38, Aperfeicoamento da demoeracia Bxaltese em Sélon, antes de tudo, a postura de mediador ue ele assumiu perante uma soeledade até entio sob o dominio sbeoluto da aristocracia. Era a afirmacio de uma concepcio ‘ico-soctal de que nos fala Werner Jaeger. “Todas as suas ma sifestactes.e tatos os seus atca— diz o eltada autor & respelto Stan oe a cog ae poder, entre © dominio ea seuvitio,” = Ao eviter te ‘ente or eriremas, Sélon stave, pot, erigindo aa bese para tim posuar pedro de tanaarde $e ante eee So Gstnt © pres consear, co lente Seo Se pls, gue *ua Wlomas do Slice, spat dee Te Ent ume verdad rovwlugo nas of cen a ingle O prem de PuuKta gue lhe Ste ele tin pred do tans & proprio agent aor A Repibtce Atenlense, p25, sa pode, > senyolvimentos ulterlores da democraci* Portanto, se 8 his térla registra quo o sistema soloniano néo deixou de gerar Geacontentamentos e aclrrar ob Gnimos entre nobrezs © Povo, fn também assinala que um periodo de stias conturbagies f desordens, tendo de permeio a tirenia de Pisistrato © de seus {thos Hiperco e Hipias (560 a 510 aC), ensejou a Clistenes ft relmplantapéo de uma demecracia mals aperfeigoads, ‘estabelecido o antigo Estado de Solon, ao mesmo tempo tere inicio « reforma de suas institutes, de efeitos amplos, fque pode bem ser avaliada por esta signiticativa proclamagéo: Todo homem live, dmleliado em terrtéro tien, seré const dorado cldadio ateniense.” Deateria-se duro golpe_contra os privlégies oriundes do “nuieimento, Milbares do fberios ¢ esirangelros_pessaram = relia de eMiaamnmAdotow-se um, HOWO”slseraa sunirodagto de teeta «precios que frnavam te entragutcidos SF igs eupétrides. HL eriaram-re ainrtogtetfala com base n6 domicile 34. Governa de Pericles Finalmente, erguldo 0 ealfolo da democracia ateniense, 0 que entao se impunha cumprir era a etapa do seu scabamento, esta ainda demandarla, dade Clistenes até Péricies, um lapso 44e melo sfeulo, Portanto, em 461 a.C, o sistema implantado por Séion mostrava-se mais aperfeigoado, com uma parteipagso ‘mals ativa e ampla do povo na vida polities do Estado. ‘Mas, vencida também essa terceira etapa, encontramos em ‘Tucldedes, eonsoante observagio de Werner Jaeger,” 0 registro pelo qual o grande historiador da antighidade grega, a0 tragar ‘perfil de Péricies como estadista, reconhecia que, embora.pre- ‘aleceste em Atenas o principio da igualdade de todos perante fei, havia uma “arlstocracia da habllidade, a preponderar na ‘ida politica”, Desse modo, observa ainda Jaeger que “a um com dutor como Pérleies a demccracia atenlense ofereeia infinitar Wa Machado Paupéte, Teoria Demoerdtice 6o Poder, vo. BH © Peden, ps 4438. Lagies Hf to Dineso « possibilidades de aprovetar as iniclativas dos cidadfos, que ela tanto prevava, ede os por ema agdo como forgas ativas”. Al festdia'um idee! de vida pibica e privada ealeado em quatro pontos fundamentals: economia, moralidade, cultura € edu- c. Roma 38. Repibiiea, Prineipado ¢ Dominato ‘em Roma, finda a Realeza no ano 510 a, trés sf0 08 periods caracterizados pelas seguintes formas de govern: epablice, Principado ¢ Dominato. Nota-se aqul, so contririo Ge evolugdo olitiea grega, que o regime republleano, apés tengo séculos de vigéncta, a0 eeder lugar a0 Principado, estava Dropiclando ao Estado romano o seu retomo ao regime mons {uieo, Dai se considerar o periodo de 27 a. a 284 d.C. como Ode transigdo da Republica para 0 Dominato ‘# no Prineipado, com efeit, que se provessa a transfor- magdo gradativa das Snstituigdee politieas romanas, inicisda por Otaviano com a prudéneia no seguida por Jullo César. Ete, como se sabe, foi 0 grande idealizador de uma monarquia bsoluta para assegurac a unidade do Império, mas que cometet fo grave erro de pretender impé-la de forma radical. Como aia Mates Peixoto, "na histéela. dos povos no se suprimem impu- remente os estédios Indispensivels".** B César pagou caro © teu ousado sono, 36, Governo de dupla forma (0s aconteclmentos subsoqlentes a0 asssasinio de Jill Cb sar em 44 aC, que levaram Roma e uma fase de disputas ¢ Indefinigées, mosteariam Otaviano como um politica arguto ©. precavido. Desse modo, superadas as dlfleuldades maiores, a senhor da situagio e com o titulo de Augusto, ele saberia tira daquele trigieo desfecho a melhor lledo para dar 20 Lmpé- vo Romano a diretria politico-administrativa que mais Ihe con- sinha. To Gare de Direta Romano, p 8. “ ‘avrm Vor 0 Niscatmeze © goremno de augue, de dopa forma, 6 asim desrto por heaton Poneto, Bm. Ho leat Garhter_sepubeane—pols_nestn epi Avia 6 ape Fincep, 0 rir ado, pas porncla, pore, 0 cunBO ponirqieo "de Satie tanifesiose, pus al Aupana€ 0 ‘niperator, portador do impertumr proconsilar, com poderes ‘eolutamente ducriiondvien” = rm suma, dando & is reforn, digas, um carer hie 4, ol pose a Augusto ‘mpulsonat © procewe de transfor ‘masio das inetlgeereptcanas Oegas a ese vinta Pie lo contruir as bases pera um rege do. onargua Solute 31, Dectinio do tmpério Dols séculos © melo depois, so os fatos viriam a demonstrar que os planos de Augusto, estimulado pelas Saéias de César ‘hem sempre se reatizaram, € porque talves, na seqlénela da sus histéris, carecesse Roma de uma plélade maior de politioés fe estadistas da qualidade e da témpera desses dols. Por sso mesmo, podemos dle com Amold Toynbee que “o soergul- mento, levado a cabo por Augusto, no passow de uma trégua. ‘Apis duzentos ¢ cinglenta anos de relativa tranglilidade, © mpério sofreu, no séeulo HT da era eristi, um colapso de que Jamais se restabelecou completamente e, na etise seguinte, nos ‘steulos V e VI, ele se fex em pedagos, irremediavelmente”. ‘Mas, implantado 0 dominate, era o imperador investido de ‘poderes sbsolutos e discricionérics, desaparecendo assim qusis- quer restrigdes ao seu imperium. com o novo regime eomegavs também 0 declinio do Império. Dividido no ano 204 — donde Império Romano do Osidente ¢ Império Romano do Oriente — outra vez unifleado em 306, voltou a obedecer A meema divi- ‘sio om 395. A partir de entio, a sua decadéncia folse acen- ‘Curso de Direio Romano, pt. Estado de Historia. Contempordnee, p24. ‘gtas ne Hunde ro Dae « ‘uando ainda mais ¢, jA em 478, no hd falar em Império Ro- ano do Oeldente, © do Oriente, porém, perdurou até 1453, quando se deu a queda da sua capital, Constantinopla, inva- dia petos tureos SW Be pono de vine. poutico-adminiiative, © stema remano, ‘eueas uae tte fases) pode ser asim sinletindo: @) na Replica, rane 4 vido dan fngies regions ¢ as fungoes ci as primelras ‘Searem a eurgo de dos sacardies — 0 ponifes masts eo Tex aeo% rum: Aa regendas paseeram 4 nF da competinela Ge tambttn dls it~ fatradas, a peneipo chumador flees cu provores , mals tare, ctn- flee, com amplar ssoclsbr mlliares, administrativas © jude otara satin cade a mepistature sxprena da Ropiblin — 0 Cone fade, Mag, medida que a crcunstineias © exigitm, foram suryindo tporas magitraturas como a Censure, a Quesara, a return» Ditadura En Raltgnce Guru, cada que com vbulpoe cestembradas dan exes fldas pelo Consuado, que teve, pots o seu fmiperi retrngi. A estas ‘marltraturas junteram-ae 0 Senado, on Comiios e as Assombilas do ovo; 9) 9 Prinalpado, com as profundas restriies sotridas pelon ‘Cmicion e 8 qadativa porda de prenglo das magiseabras, © Senado Sigaira grande importance. Desoe modo, o govemo transformou-ie € fine dlacguia ita 4, pauon a ser represmtado por dale pederet — 0 So pritege 0 do referico Grplo;&) no Dominate, eliminadas qualquer Testigée ao poder do unpersdor, retarem apenas dass dagoelas ma- Hutrstnras 0 Conmsado es Pretra —, assim mesmo com fangbee ‘eramenve honontens Os Comics gebmramn de exalt coma Grgsos Iegiatione'9 Senado Je alo era mals que wm Consebo Munllpl. Capitulo VE ORGANIZAGAO SOCIAL AL Oriente 38, Hindus e gipeios No que conceme to critérlo de divisio em castas ou em ~Slasses das antigas sociedades orlentais ¢ ocidentais, 0 5-2 que logo ‘se observa 6 9 rigor maior adotado_pelas primeira” E esse ae doentua_entre os hindus, onde” ei ire os hindus, onde cada ivisies da sua socledade formava auténtico cireulo fechador ~ “& ponto de 0 casmento entre pastoas de” eaatas aeienec constituir grave transgressto da lei 1° ~——-Havia aida time categoria de individuos entre of hindus onheeldos_por_périas, 8,_considerados. tio {pilgne que © Amp sombre. se copy a tomar impura @ alma dy peaiea por da Seaagada a Na seledide eel a ‘asia sacerdotal dividia-se cm superior ¢ interior, segunda-a-exere religions EG gxeroelo das patisates mals graduadas (altos fuclonatic Taizes, esribas, médicos, engenhelros eta) ‘Bm igual nivel de imporidnels,situava-se a casta mili, a, pols, com a stcerdotal, a elite da sdsTedade-epipelt tal, melite da sdeTedade epipcia i 86 os hebreus, como veranas, conaitiam uma exoeglo bo ‘Oriente, também exeegto eram or capartanes no Ocldente, us comtinm cass especie de intragdo ert puidos com & status soil, passa & miseracondlgdo Ge piras. 1ap6es ae Hudak v0 Deo « Avaluo das duas castes meferdgs, fleavam of agriuttores, conttfelantes © artesios 30. Babitonioe e nebreus Compre anllentar que 0 sstema sositérn de babllinjos ¢ nebreus apresentava multe semeln havia entte ees povos um entero de “asi ‘qu se dlser erm refertncla aos babilnias pode, de tim modo geval, ser também aplieado em relagdo aoe hebrens. Bntre oe Primeios, apesar das diferencas sociis existent, nfo. se impunha rigor exsesivo na separacéo da sociedade. Ha eeuse 45 14 menclonada: ela néo ere composta de cataa, De maneira «que ndo havin Smpedimento legal para a nfo entre pessoas de nivel social diferente, continuando estas mesmas pessoas 4 cumprir suas obrigagées © desruter dos benetcis que a Jer Ther ingleava. -babllnic, destacaram- a classe dos 2 dos subaltemos inquanto aos membros da Frimelra se eoncedlam todos os acta, come 9, propriedage ce Geral, ode exeteew-ae-oicos ou comereo’ deltas pal on. da segunda se Yasir resirigdes, como a de exercerem somente 9 dicto de propredade mya ‘A classe ‘dos subaiteras ma BablGnis parece que seguiu tum proceso de formacko e evolugSo semelnante & doe plebeus em Roma. Pouco mals adiante, trataremos deste. 20 — am relagio aos Rebreus, por ava préptia frmacto tico-gios, & de se Geduzirque'o stu enero de divsto de classes ern linda mals fexivel que 0 bebllnico, Mas 190, & claro, nfo sgnifin que em seu alitema nfo houvesse dstingbes cava em ‘iediGria © os que se situavam mals abaixo.” Gerla una divisio [BOF Ana Marla de Rebotlo Pas, Lesion de Historia dee Coi- ‘actin y de las Institacines, pH 2 “Assinaln Ana Maria de Rablio Pas (Lessones de Mitoria te (lutea y de ts Isttutone, 101) ee, arn sty Powe exten sentagio e defesa de seus direitos, Formavam com cies a cfvttas € ticavam obrigados a acompanhé-los & guerre, bem asslin a Ihe prestar susiio econémico THI — 0s plebeus, embora fisicamente integrantes da. cit ‘as, mantinkam-se & margem do seu status social e, portanto, ‘impedides de exereer qualquer direito em selagho te outras classes, Todavia, a partir do relerido ano de 589, follhes con. codido 0 tus suffragts, acompanhado das obrigagées inerentes so fus tributt ¢ fur maitioe. & a época que assinala a intensic fleagio da uta plebéia para obter melhores posigSes no aeio a sociedade, A cllebre Lex Duodecim Tabularums de 450 aC., teria ‘ldo o resultado da longa e persistente reacéo contra os priv 1égios do patrictado romano, sem, contudo, traduit uma con. Gulste detinitiva, Reslmente, conquanto a Lal das XI Tabuas ‘ilo oe referisse 8 uma discriminagio socal, também no houve "Fo & prlselca codinieap aparecda em Roma, Antes dels, pre ulsia um airsto vago, inerto, nfo exert, ie priara, pr acon {ade distingdo de castes, Dt te aor que t fel dus il Tabane fs nhs diviéria extve a primera e a segunda fae do aielo romano, 2 evident que etara longo de aor ma colicagho extratursaa oes ¢ Aetermtnado tammo do dirito. Tratera-s de tm eaateto de corde feral, contendo principe de crete pubicd« de dria prima, mar vm altda predomintnca dere aii. 2 dieto pubtco, cules dspsiges cram eoanis, podemes ct: 1) protbiplo de se propor ans Comlcet inl para prejudear um pac cuter 2) ‘apeasho para ce Comielos de aetenge condenande 8 tert; 3) revogacto da let anterior pela let posterior ‘No aeito privad, para © qual & Lal das XU Tébues sbrty uma fren mas extenen embora s0 0 aca de Todo & abranger pte oo stem jrilcovigente epoca da sua tabores, padcmos sunclonae 1 auanio uo piri poder, (a) obrgngto do pater jemi de elma, Jono aps 0 nuacimento, ¢ deacendeate demasiadamenie dstorne: i) erdn da patra potest sobre o desorndente que Tose duo ta fete io tr yes; 3) quanto aos bens de fama, (a) iberdade We dupe ‘Sete, ©) prepondertneia da suesaho testarmentarla sobre 4 intesiagay 3) quanto & propriedade, (a) demareagho de terras, tb) conserragaa om caminhos, (¢) esoamento de aguas prise (8) pode de teveres uj ramos tombassem sobre a proprindade Vin meses Ia Pet fe altar, (e) eorte de drvore abel {ages oe Harta 20 Dao 2 [por revogar a proibiglo sobre o easamento e ainda impedia 0 ‘cesso de plebeus ds magistraturas patrician ‘A jgualdade civil entre patricias e plebeus a6 se coneretizou em 445 a.C,, gracas & Let Canuléia, que expressamente revogou aquela profit. No que toca A igualdade politica, este somente velo a ser consolidada em detinitivo dols séeulos depots de a Let das Xit ‘Tébuas tar entrado em vigor. 42. Germance Na sociedede germinic, distingulam-se of lvres e os Lies I — 0s livres compreendiam duas classes de individuos: {dos nobres, que formava a estirpe politieamente dominante, © dos cldadics comuns, que constitaia 0 miicleo do. povo, Ui — 0s ites ocupavam uma posigfo intermedia. entre 8 livres comuns os eseravos. Por isso, ainda que sujeitos e direto, no gozavam de Uberdade domciiar e estavam obri- agndos & prestar servigo aos seus senhores. c. Becravidto 48. Como se constituia CCaracteristica também comum da antiglidade era o regime e escravidio, em geral constituido de prisoneltos de guerre Havia, porém, outras modos de o individuo perder & sua con igto de livre. Era o caso, por exemplo, do devedor snadim- plente, segundo orientacio dos direitas babilinico, hindu. gre~ fo (antes da reforma de Sélon), romano (até 0 século TV 8) © germinico (até a Idade Média); ou ainda na India, dos que se vendiam como escraves e das que coabitevam com pessoas Ne ind, o rigor da pena in As autimas consegitacas: lfm a conversio do‘devedorInualmplenie a eeravo, pod ele “set levado 80 peloorinno” (et. A. Aymaré & J. Auboyer, Mlctora eral das Chl ogden, vl, 9. 259) « ‘Warrm Vata 90 RasensnTo © escravo era. equiparade a um bem mével e, como tal, Podia ser objeto de todas os transagies previstas no direito antigo: compra e venda, permuta, locapdo, empréstimo ete. Entre oo babilonies, a tet previa em relagéo a ele até o vic. reaibitsrio 44. Regime hebrew Fugindo & segra dos demais povos, os hebreus em geral ispensnvam aos escravos um tratamento bastante humane, Em ‘seu repime, determinados preceltos tithamn de ser legalmente ‘Observados, «saber: 4) se se tratasse de senhor e de eseravo judeus, 20 cabo e sels snos,o cativo tinha a gua liberdade garantida om tm lndenizacio, Nesse sentido, sentenciava a let mosaica: "Quando lum de teus irmios, hebreu ou hebréia, te for vendido, ses ance servintesd, mas no sétimo o despedirés foro, E, quando de ti © despedires, nio o delxards ir vazio"; ) ae o senor fosse estrangeiro eo escravo judeu, este Poderia obter a lerdade mediante resgate em qualquer époc ©) se 0 escravo fesse estrangeizo, 0 seu cativeiro. poderia ser perpétuo. %* Obaigo de samurai, art 28 be isan, PARTE UI INSTITUICOES JURIDICAS Capitulo vir ‘A FAMILIA 45. Regime matrimonsai Segundo Henrique Ahrens? 9 matriménio entre os ger- ‘manos era considerado como um vineulo *80 sagrado, funda ‘mento natural e moral de toda a organizagéo juridica e politica, que a doutrina erista no tex mals do que ihe acrescentar & sangio religiosa. Seria assim “o Direto de Familia um dlreito de fontes religicsas e morais”, Na verdade, a familia, em todas as épocas, influenciada Por poderosa mistiea, onde o elemento religioso 0 elemento ‘moral estio sempre presentes, apareoe como a base de susten tagso da sociedade. A sua forma de se consituir é que tem variado no tempo e no espaco. Assim, se a poligamia fol a ténica dos poves orientals, néo 6 menos exato que os povos do Ocidente tiveram a monogamia como regra. S00 estes dois aspectos, porém, é preclso ter em conta alguns esclarecimentos. 19 — A reterida caracteristoa comum do easamento no Oriente se expllca mesmo em face dos Cédigos de Hamurabi ede Manu, Se 0 de Hamurabi acolhia o principio da unifo ‘monogimics, este, contudo, nio era tomado sob eritérios rigids em dadas clrounstincias* E ap 9 de Mana eontinha precelto io de Fam, p. 23 8 descendéccin por outros mos, cao nfo 8 consegusee aires da fom. Bata podin mame olerecer ao mario una eferava camo come abn, qual, gerando ‘hes, no deveria str mele objeto Ge transoo, (ark 140, caput) & se a esravn se betivene Ge concortt come igle e que a familia perfeita serta a formada de pei, mée e tithes, tal precetto mio se impunha como norma obrigatéria, Nestas ondigdes, wo passo que s monogamia para babilénios era. # Tegra ¢ a poligamis a excerdo, para hindus a regra sem excecio ra a poligamia, 29 — Entre hebreus, durante um largo espago de tempo, 4 potigamia representou s rogra e ® monogamia a excegt, Posto que aquels era vedada ao sumo sacerdate, 3° — Bm relagGo aos egipcios, nada eslé devidamente esclareeido. Para alguns autores, « poligamia era proibide aos ‘sacerdotes, mas nem por isso outros delxam de aludit @ um ‘prooeseo no qual terla sido envolvida uma das mulheres do fared, acusada de conspirar contra a sua vida para favorvcer 48 mubida do tho ao trono. © tarad néo era o sacerdote por fexceléncia? Como falar em uma de suas mulheres? A diver. sncia 86 serve para realsar a obscuridade em que ficou envelto © vetho direito egipeio, o que nos leva frequentemente a exami ‘ilo de um Angulo hipotétice ou conjectural 4° — Dentro do sistema monogimico oeldental, rscaltam lumna pecullaridade no direito grego e uma excegio no ditelto ‘germénico: no primelro, havia a preferéacia da unio entre Parentes, por mals proximos que fossem, salvo # relugto pais. ~fllhos, © & proibigdo, a partir de Séion, do casamento entre Guliherme Oneken informe que “aigumas Indiagiee mortem que o re, nat eatce qut pessoamenie © atetavam, por seem nase roceso conte algunie mulher do seu harem, peéatndi Go fl coe remo cnfira a istarapio ea recto go ponaan & oul Shvade funcontrio dilnlsretivo™(atoria Ueveret, Yor, pape Bem cutra passagem do mesino volume (p48), © aul, eo se rele: 4 Ramale If elo renaco ft eae 19018 1289'aC. tasbers Infos us eae woberano,além de suns Wes espace legis, anda pesaala fatter emonbinas, — se spon, adgurinn a berdade apie a movie do ou peuhor Gar 8 fine). Mas, ce também a coacsbiea no gerase thoy, tl tins ‘utorizava 0 Romem a conttalr nevas nipeas flac a sefunde tapos brig respeltar a precdéncla da primera (ark ii) Lgbes on Hiswéas no Dasro lemios do eénjuge femirino; ™* no segundo, a poligamis era pernitida entre a nobreza Hm segulda a estas nogdes, daremos um resume dos varios Iinstitutos que j& integravam 0 Direlto de Famfla na anti sildade, 46. As niipeiar No que respeita ds diversas modalidades de celebrasto das plas, o ato religioso © o costume de se obter u esposa ine diante pagamento eram comuns aos povos orientais ¢ ociden- ‘als, Esta ultima modalidade, porém, 6 caracteristica de faze ‘mais primitiva. © pazece que tinha o efelto de uma indenisagao por lucro cessante, pois a mulher, 20 constitulr nova famili, essava a ser um elemento a menas para o trabalko ma casa paterna. " Se a mesma modalléade ainda persist entre alguns 5 Teestro sobre o regime rego etd baneuéo em Hens Ahrens Unstorta ast Derecho, p. 108). Outros ators, como Fuse de Coulanges ¢ R. Match a P. Fohihammer, verados ne siento helée lca no stzem auido a reapeito do assano, Todeva, Peedrich Bagels (Origen de 12 Penile, de la Proptedod Privaga y det Estado, p. 108) ‘amie que © casamento na tricia grogn era poligo,exztto Bo camo de 0 de cxus tar dtzado somente herdelnas. Asiale-s ainda Infor magio de Ana Maria de Rebollo Pax (Leocimes de Mista. de ta Clotscion y de tas Tnatucioner,p. 220) de que o matzimdio entre arenes prbsimos, até meso enice mao, era tambern aanlco Ba Pees, "NS De modo gerl, o anloresconaderam ets madaliade de casa- ‘mento como tins exmpra. Meso num aveito mals erotedo, ome 0 romano, ramos encontrar & coempt, pela qual 6 nolva, en ato slene, nireguyn ao pal ds nolva delerminada quaatia para ter esta por expase, Por cero, no debara de ser uma indeningio tits de nero ce Sante, quindo se sabe de tmportinela de msiher'na economia domde- fea. Ma, compra ou Indenizagio, era mediante pagsmento qu © Ta foiméni ‘se realaava, emborn dove ser aallentado, como ofa Paul Vinogradett (Principes Matoriguts du Drot,p. 8), que 0 objeto da tzansagéo mio ern a pessoa da mulher e, ui, 0 poder que 9 Dal o2 ‘tor tana sobre el ‘Wau Visa 96 Nasenemo pros, como hindus ¢ romanos, jé ni era mais que una opcio entre outras formas de celebracdo por eles adotadae™ ‘Mas, enquanto a mesma pritica vigoroa entre hebreus, frotava-se de ato que nfo dependia da yontade dos nolves, © sim da deeisio dos pals; nem se dieiplinare por qualquer preceito legal. Allds, 2 niea norma expressa, imposta pela lel ‘mosalea no particular, referla-se so levirato. forma de unio fem que se determinava o dever de contralr nipeias com cunhada do irmlo do marido que falecesse sem deixar fino Tet Ro dicelto iauguimane, a eslebragho do matrininio também nvoivia © pagimento Ge tna quanti Eres cilebragho, porte, era recede ge um eonteato fitmado entre @ pciendente eo reopousivel Dele pestendida —o Wall — na presenea db duas tentemnas no Me ‘imo. Ar bases o contraio erlestavamse no seguinte sentido” 6) a ‘olva ido igurave somo parte, mas o seu Wal; ) o nolo obrigave-se ‘© pasar uma soma como presnte supelal. Te earastaratien, porn fomenta se relsconcva com otlgndria natura joriien do entigo fasamento drabe por comp. Portrlorments, Maomé teria: tinitale poder do Wall de obrigar = molber & um Geerminadn. caramento 00, pelo mena, recomendund que ae aasgurasa, tanto quan pose 9 seu consentimenta. Mas, come exe Fecomendagho delzou de set TERK Tamentada, no flea esiarecido at que ponta 0 Wal podria decide sobre a site matrimonial da sua pup. Mio eltante,frmos-te una outta wegundo a qual o eomsentimento da nal 6 aeia efcas ot ‘Ge tone malo de dade « no mals vrgem (ct. TW. Suga Mea ‘uale ai Ditto aueuimens,p. 199) ‘is Df, 28:8 © eps O tert bilo, port, tas recat: “Be OF ‘nmtlos morarea, juntos” De modo qo resbita avila yor capo, ‘exmreerd para com ela cbrigagio de eunhado” "0 primostalo ‘te en the dr ser suceeoe do nome do seu Irmo faleigo, pare que ‘2 nome desle no ce apague em lara”. Todavi, se 0 cuhada‘¥e urate ao cumprimento da obrigacio e, perante ols, tinds pea tse na rectss, completa 0 texto, entho tus cunhade chegard le sa presenge dos ancioe,¢ Ihe desclsard a tandille Jo pl, e the faaplrh mst, e proteriad, « dirk; assim be farh Ao’ homem que ‘Blo quer edifenr acute dest emo" ‘No dicta hindu, havia alporigao mais ou menos semetnante 20 tenrato: se, depots dor espontais e anton das nipelas © noiva vese 4 Talecer,o seu temo deveri caaar com a nofra fet, Marian Jue, Comptndio de Mitra Geral do Diet, p72). {ges ne Heron xo Dats a Depols do cativelro a que fot submetide peles babilénios (687.287 a.C.), © povo hebreu teve apertelgeado 0 sew regime ‘matrimonial, A partir de entdo, além de 0 casamento ser eele- brado por ato religioso, a poligamia e o levirato foram abolidas. Por sua vex, gregas ¢ germancs, abolide de seus sistemas 8 pritice da compra ou Indenizacéo, assim se orientaram: 4) entre os gregos, para que @ unldo adquirate eflesela Juridica, tomouse indispensivel revesti-ia de dois ates simul taneos — a solenidade religicsa e © contrato; ) entre os germanor, © pagamento feito pelo novo se converteu em dote destinado & noivs, 20 qual se serescentava ‘8 Morgengabe, também oferecida pelo marido na manhi se ulnte & realizagio do matriménio Finalmente, hd que se considerar @ celebragéo das nupcias romanas sob dole aspectos 4) 0 easamento cum manu, pelo qual « mulher ingrestara nna familia do marldo e tleava em pesigéo igual & de filha; (9 Bvt forma evolulda do sistema grego 6 & combinacio ass formas pel quale se celebraya 0 cusumento entze eppelg, também hebreus indus (ato zeigt), e babllinioe (ato contrat). Digacee de. passage que dos pores aqul eagacor eram ester slimoe of Unies que davam A yoleidude nope! curity mtdamente Jurslen, ‘eonhecendo-a a0 por contr, fm seu art 12 presreria 0 Codigo de amoral: “Be alguim tema uma molier, mas nfo eonell eon teat em la, ean atlber nho’ expos, ‘er ibora passussem a ser pairiminlo da mulher, o masido nha 5 sdminitasto © 0 wautrlo sobre 9 dose ¢ a Morgengabe. ‘ao que parece, também assim no aieto mugulmano, pol, semundo TW. tynboll Mannuale dt Dirt Musulmano, px. Hei), 0 lerl- ‘ato do Velho Testament. deve ter do de uto ger enite 08 Arabea ‘egfox:o parente mals proximo do morto eontinuava @ 00 matrimd- Ilo, as, mins veut, poderia rieder gue uim parente sats eastedo Drobandeste pare s nmol, com base em ea diet hereltiio. Atomné ‘robin as drabes tl aleio, desde que a unio ‘ose contra a vantage (44 maler (Alor, 1, 1) ‘Anda ur registro ‘de Ane Mara de Rebollo Par (Lecsioney de ‘matoria de ta Crtzccon 9 de tas Inatitucione, 2d) tnd qe © tizeto persn contempiava lgualmente rere soxelbente & do levcale Iebre. 2) 0 casamento sine manu, pelo qual no se estabelecia ‘ase vinculo, continuando a mulher ligada juridicamente & gua tania. de origem.* ‘No easamento cum manu, dlatingulam-se trés formas de 4) coemptio, $6 reterida (v. nt. 108); ) asus, que consistia no convivio ininterrupto, durante ‘um ane, com fins matrimoniais; ©) confarreatio, que compreendia uma cerimonia religiosa na presenca de des testemunhas™ ‘No cassmento sine man, sem formalidades, exigia-ve epenas © consenso dos nubentes. Portanto, para a unido ser considerada legitima, era indispensvel a affectio marital, ou sea, a Inten- Go de ambos viverem maritalmente, = de supor, porém, que Algum sinal teria de exterlorizar essa intenglo: provavelmente, 8 constituigio de um dote ou a entrega dx nolva na aga do ‘nolvo, De qualquer modo, porém, fol através de tal modalidade, como informa Silvio A.'B. Meira, que “a mulher conguistou ‘uma posiglo de igualdade a0 lado do homem”. "9 E foi a mo- alidade que pessou a prevalecer a partir do princlpado. Tir Bim cerla medida, 9 casamente germinico spresonta sme- Unsnge com 0 romano. Como salenta Helnrem Urunner (tora del Derecho Germénico, p. 24 sega), hava doi tipae Ge acordo para 8 unite: primero, o rellmdo entre 0 pretandente © o responsive pela Dretendda, por targa do. qual w transfer 40 bomem © poder do ‘mundivm (0 mesmo que manus) sires mulher. segurandose Seglinidade da unite, segundo, 0 realado slrvamente entre 0 Dre= fendente em prelendida ea em gu © Homem alo otishs o referido poder, 0 dots iexstia ea unto no se Ipiimaya, confgurendo-se TBulber Uinha « condigio de dora do cass ozeeeia s doagto matin! ‘Bo concubinato, ela ea apenas 2 compenbelta de fo, 3 a miler, antes do tempo previo, sisi de casa tr notes conseeaivas,ertais alr 2 a moras do homem eo easumento no fe oonmaria; ee confumatie, como at acute, wera tina unlso Tita forma de niko era simbollanda por wi belo de fartana 4e trig. Dat o temo “confereat” {agGns oe ewan so Dro « Como se nota, qualquer que fosse & forma de unido entre ‘os romanos, impunha-se para a sun legitinidade a afirmecio do animus de desposar segundo os costumes ¢ regres do set diveito: Consensus nuptias acit, Caso contrévio, nfo seria de {lar em matriménio, mas em concubinato. Este se earacteri ava tio-s6 pela habitualidade constancia no eonvivio em 41. Repiidio ¢ divsreio Na vigencla do regime matrimonial, varias causas, atora baturalmente a morte de um dos e&njuges, davai ensojo & sua issolugso. Nao hi fatar, portm, do Iniclativa reelprora, priel- Dalmente entre os poves do Oriente. A nio ser a legislacio Dabilinica, em que a quebra do vineulo podia partir de qualquer das partes, tal iniclativa era exclusiva do homem. ® verdade {que 0 matido babnies podia repudiar a mulher nos cases de recusa ou negligénela em sous deveres de exposa e dona de casa," _Km contvapartide, porém, lei nio fazia dstingio entre ambos no tocante &'mé conduta."* Dai se conclui: de lum lado, 0 repidio, caracterizado pelo sentido de unilateral dade; "24 de outro, © divéreio, fundado ma bilateralidade da Inelativa dos cénjuges."™ Mas, se se distingue uma discriminacéo desfavor de ‘mulher no direito babliénico, 0 seu rigor chega a ser quase nada comparado com 0 dispasto nos diettos hebrew" © hindu, onde 2 Codigo de Hamre, art 12 ‘ee provigel ae eate© Unico cao em que a mulher cesta, seyundo as Tels ablonics, reeela Untamenta desig! om relagie Ei" Conguanto trate o assunto no pleno do eit romano, Do- Imingor Sivlo Brandio’ Lina (A Noo Let do Disiaio Comentada, Ds. 65 © 60) expe ponto de vies idénile acbre a dstingdo ene Pople aan, “at” Na lopengSo jules, © masigotleaya obrigado & prover sebe> Jnmente az easder que 0 levavam a tepar & mur, Caso contr, stare sjelto & una pena corporal (apates) © a ama pena peroniin (cer seas ce prata, pages a0 pal da eepoea), lem de SO. podet espetia 4 inictativa da separagio era prerrogativa exclusiva do mario. aso, pois, de repidio © no de divérelo, como consideram erradamente alguns autores."* Por outro lado, entre os poros do Ocldente, a dissolucto obedecia aos seguintes criterias: 4) no dizeito grego, a quebra do vinewlo conjugal podia ser por iniciativa do marido, na forma da mera devolucio & casa peterna oa abandono Ga mulher. Se esta, entretanto viesse a ser despedida sem justa causa, facultevadne a let 0 lreito de reclamar a devolucio do dote ou indenizagio ¢ al- ‘mentos. Se, porém, coubesse & esposa propor a separacéo, teria de assim o fazer perante o magistrado; ) no aleite germfinico, a dissotucio podia ocorrer por ‘perda da paz, por terminode contrato celebrado entre o maride ¢ Sippe da mulher ou ainda por iniciativa do homem, quando ‘houresse justa cause. Posteriormente, a mulher obteve o mesmo diretto; ©) no direito romano, o casamento se discivia pela capitis deminutio’® ou pelo divérclo. Hate, porém, 2b fol instituido ‘np século IT a, dando-Ihe eausa 0 abandono do lar, © sborto, ‘a esterilidade, a impoténela ete soentun Henrique Anrens storia del Derecho, p. 1) qe 0 cvirelo fra tacltado » ambos os cOnjuges por variae rates, am, contud, fenumerilas. © regio, além de siperficia,€ toorrelo. Demonstra-o © proplo autor, sem se dar coma da consadiqio, quando em outa Datsagem da sua obra (9.306, nt.) sustonts qe 0 maride hinds Dodie tepudlar a mulher: ) ae cdl, no otave Soo; 2) 26 Ihe mot Feasem or foe, no décino; ¢) se nfo procaase mals que filha, no “Gicimo primelzo, Devam ands cauan ao rapido a embilaguer, mat festames, meompatbildade de genion doenga jnurayel ee. acrex frnta que io era reeproca ta! fueuldade em consequéncla da inero~ dade de multer, Portano, 9 condo inferior du mulher hind nfo Ihe davm o aireto de tomar a lnielaira du separagia. NGo hi falar, pols em diver, mas em repo. ie" A capitis deramatic seria maxima, média ov minima, conforme 4 nerds, rerpoctivamente, do status Herta, do status enstate 40 tate foilee ages oe Husréats 20 Dito « 20 que parece, 0 dote provinha da mulher. & hi ‘uma rasio eneontrads no direlto romano eapaz de justficar tal uso. # a que nos dé Thering: “0 dote, por oposicao & doagio, conservouse sempre negéelo para oe juriseonmultos romance, ‘mesmo quando se trata do merido que 0 recebe, Justificam cles este modo de ver dizendo que 0 marido tem que suportar 0s encarges do easamento, e que o dote no tem outro fim que rio seja de fornecer a parte da mulher no pagamento desses encargos.”"" 2B certo, nflo obstante, que ume orlentacéo mals evoluida do ireito germtnieo mostra o dote como de procedéncin, ‘masculina, fato ao qual jé nos referimoe. Contudo, recuando ‘8 uma época bem mais antiga, Ana Maria de Rebollo Paz "= {informa que o dote entre os hebreus também provinha do noivo, cabendo a este, apés a celebragio das mipelas, em pritiea seme. Thante & dos germanos, assumir a sua administragao.™ nteS@ tito romano, ram tra as principals expicies do inst 4) dos projecticic, quando proveniente de qualquer ascen ‘dente paterno da mulher; D) dos adventieia, quando orlunda da prépria mulher ou e f propria mute ©) dos recepticia, quando consituida mediante ressslva de devolugdo por rupture do vineulo conjugal E ainda: no eassmento cum manu, © dote incorporava-se ‘0 patriménio do mario; no casamento sine manu, nio se dando ineorporaeio, 0 dote constituia um patriménio da ‘mulher sob a denominagio de bens parafernais, BF a Bootupfo do Direto, p. 35, {it escone de tor 8 te Citation y de as etectons, Ye" ot, Ferreira Coaho, Céttgo Cia Comperado, Comentao ¢ Anatsado, vl. D6 ~ ‘Waure Vim 90 Niscoero 49. Pétrio poder ‘Nio se tem uma ldéla clara sobre a origem do pétrio poder, ‘mas pode-te admitir que estaje no euto doméstico, A esto res. peito, esereve Fustel de Coulanges: “Uma famflis compte-se do um pal, de ums mie, de flhos o eseravos. Esse grupo, por pequeno que seja, deve ter uma dsciplina, A quem, portanto, pertencerd essa autoridade primitiva? Ao pel? Néo, Em casa hd algo que esté aclma do proprio pal: € a religifo doméstics, 6 esse deus que os gregas chamam de larchefe, esta despoina, © que os latinos denominam lar familie pater. Nessa divin. dade interior, ou, 0 que d& no mesmo, na erenca que estd na falma humana, reside a autoridade menoe alseutivel. © ela que val far os graus na famllla."* Cabendo, pols, a pal o dever o culto doméstico, @ autoridade que emana da religiio Ihe val transmitindo um poder de mando sobre os demals mem- ‘ros da familia, até o ponto de chegur a dispor de qualquer ‘um deles segundo @ sua prépria vontade, alnda que paresa ‘multas vezes prepotente e injusta, 2 assim que o pétrio poder val repercutir em otapas mais evoluidas da sociedade primitiva. # 0 caso de gregos ¢ romanos fem seus primérdios, pare talarmos destes. A figura do pai entre fas paredes do lar assumo a sutorldade de sacerdote, acrescida a de governante e uiz,# ele que orienta a priticn do cult religioso, que administra sem restrigées o patriménio familiar. ‘que lmpée a lel e aplica a justica. Portanto, quando autores, como Sumner Maine e Arangio Rulz, procuram localizar a forigem do pétrlo poder na autoridade absoluta de um chefe sobre todos os membros do primitivo agrupamento social ou ‘no patrimdnio econémico, o que fkzem ¢ Incorporar estes dois, elementos aquela fonte priméria do reterido institute, No direito romano mais antigo, os trés elementos — reli ‘tagées, como mostram as tases em que se costuma dividir a fevolugso dease direto, 1 A Cidade antiga, val 1, 1Lagoes we Misra bo Deeemo e I — Perfodo pré-clssico (754-180 «.C.) — 0 pétrlo poder tina aleance flimitade, a ponto de conceder eo pater familias ius vitae necisque sobre 0 descendente, Este podia ser dado em servidio, ser rejeltado (no reconheeimento do reeémnes- ido) e ser exposto (abandono do resém-naseldo). I — Periodo elissioo (150 aC-305 AC.) — 0 tus vitae necisque j& nfo podia ser exercido pelo av6 sobre os netes, nem pelo marido sobre a mulher. A rejeigdo ea exposigéo foram proibidas. © descendente s6 podia ser dado em servidio ‘no caso de cometer um crime, IIT — Perfodo pés-clisico (305.565) — © pater Jamas indo mais exerela 0 ius vitae necisgue, B, como a justign privada {ot substituida pela justiga pallies, também tleou proibide dar em servidio o descendents autor de um delito ‘Ainda no direito romano, 0 pAtrio poder extinguia.se nos seguintes casos: 4) perda do status Hibertatis¢ do statue efvitatis; ) exorbiténcia em seu exerecio; ©) investidura do deseendente em determinades cargos pé- bleos; 4) emancipagdo, 30. Adogso ‘A adosio era reconheelia como decorréncla de um dever & falta de flno varie, Tanto assim que 0 Codigo de Manu pre. ceituava: “Aquele a quem a natureea néo dew tilhos pode fadotar um, para que as cerimdnias finebres no se extingam.” ls, portanto, o seu grande objetivo: dar continuidade a fam lis, sempre representada pela descendénela masculine, ¢ evitat ‘que se perdessem as cariménias do eulto dos mortos, 1p — No dello babilinico, a adoedo se constituia. por contrato, contendo o Cédigo de Hamurabi regras para disci blinar a matéria. Assim, por exempo: 4) ce uma erianga forse adotada logo apés 0 seu naseimen- ‘to, ndo poderia ser mais reelamada; = TW Gidigo de sremuratt, at. 105. >) se, porém, a crlange adotada {é tivesse certa idade © reclamasse insistentemente por seus pals, o adotante deveria evolveta & casa paterna; ©) €m outros casos, 0 adotado que renegasse a sun adocéo seria punido com rigor. Por outro lado, se 0 casal, depois de celebrada a adoglo, vlesse ter filhas, ¢ quisesse romper o contrato, como The Iacultava a lel, 0 adotado teria direitas sobre 0 patrimbnlo do ‘dotante; 6 titulo de indenizagio, faria jus a um tergo desse patriménio, excluides os bens imdveis:% 20 — Fol no direito romano que 0 reterido institute mals ‘ desenvoiveu, desdebrando-se em trésespéeles 4) adogio stricto sensu pela qual o alien! turle™ ingres- ‘ava na familla do adotante como daseendente; >) adocio testamentiria, pela qual 0 adotante manites- tava a vontade de ter 0 legatério como seu descendente; ©) ad-rogesiio, quando se dava a adoplo de um sul furls3 que ingressava na familia do adotante com os que estavam s0b 0 abu pétrlo poder, passando todos a ser considerados des- cendentes do adotante:= Em sums, como jé dito, a adoglo tina por fim primordial reservar as cérimdnias do culto. De modo que s6 era sutorizada 7 Gilgo ae Momurats, srt 180 3 Cfalgo de Homurabi, ers. 101 168 22 Cédigo de Hamurab, srt. 81 29) Digan allen fare ‘eldadfo romano que, como itr femite, feave un dependéneta do aieto de outer, Ss Ouavano, depls Augesio, que Implantou wo impirio Romano, em 21 a, 0 zepine de govern denominado Prineipado, era flo ‘Moti ‘de ‘Ullo César por tastamenta, S81 Dla-e ext turts'0 cldadio romano, geraimente pater fortes, otado com dict. propia, "© dire brnlelo, ao teatar do tnattuto em refertel, teniou o dicetio romano az modaildades sob et letras "a" ¢ "Dr, supe, foD- ‘indo-as com» deneminagio comum de "adoqio" (ef AntOnlo Laie da ‘Chmara Leal, Da Presergdo © da Decadéncle, 35). {ages be nom to Do o 1 quem no tivesse filho varlo, “A lei dos hindus — informa Fustel de Coulanges — & formal a este respeito. A de Atenas no 0 & menos; todo © discurso de Deméstenes contra Leoeares © prova.”" B até mesmo no dlreito romano, & époea de Cicero (106-49 «.C.), a orientapio era em tal sentido, 31, Tate A tutela germinica, derivada do mundium, pouco se dife- Fengava da tutela romana, derivada da manut:™ um poder de império, um dever de protect e representagio, de tendéncias ‘morals Daf tutela do marido aobre @ mulher, a do pat sobre 8 fithas, a dos patentes vartes sobre os érfios menores™ B. no nd por que exciuir de orientagéo mals ou menos semelhante 8 tutela grega, assim como a das outros povor de que ios ‘cupames neste estud. ‘Tomando © modelo romano, onde essa entidade juridica também mais se desenvotveu, temas @) com a morte ou incapaciéade do. pater Jamiias, os eseendentes masculines tomnavamse sui furs e, se menores, fleavam, juntamente com a mée e as irmis, sob tutela, >) em relagéo aos varées, a tutela vigorava até a sdade fe quatorze anos, sendo que dos quatorse tos vinte cinco les fieavam gob curate; WA Cidade anti, wo. 1, p88 we Multas vets, a néoplo cate romans desrars-se principio sue the dev origem: podia ter fn polos, posbitiando ao ado Squire o states citeats, ou serie do degtta, pact Meloy posto. ‘cla, eniclando a0 adotado ingresar no patted, ‘sian dacob Grimm que a palsrra latina manus correponde tmolgicmente & palaven germintea munt, donde mendism onse ‘Virgo de 8t Pere, O Dieta de Farin pW) "ur Nas Intute de Justiniano (Tilo Su, 1) a tuela 6 detinaa como 0 poder que o dlrelto lvl concede a aigutis para proveger aqeele ‘te, em virude du sua Idade, ¢tneaper de oo defender ppt, "8" ef Hensigue Abrens, Wutora de! Derecho, p. 32, ” ‘Wares Yor 90 Nasco ©) a mulher estava sujet & tutela perpétua (até os doze saris, pela menoridade; depois dessa idade, pelo sexo); 4) tutela podia-se constituir por testamento.™ 52 Curatela No que diz respeito & curatela, © dreito romano « tomava como instrument de protegio dos direitos dos loueoe, dos Drbdigas ¢ dos menores de vinte e cinco anos, Segundo Raberto Rugloro, ela “aparece como uma continuagio da tutcla © as verts, por efeito de transformagées succasivas © tendose oblite ado no periodo justiniano outras diferenges originacies, os dois institutos da tutela e da curatela poem-se a par um do ‘outro e quase se eonfundem”.™ Mas 6 evidente que a curatela se dlstinguia da tutela de maneira nitida, Vandick Londres da Nobrega, apoiado em Visscher, aponta entre ambas dole tragos caracteristios: 0 primelro refere-so ao seu objeto, pois a curatcla visa a suprir Incapacidades acldentais, ao passo que se recorria & tutela n0 nso do ineapacidades regulares, normals; o segundo é relativo ‘40 modo de constituigdo, pols munca houve curatela. testa. ‘mentéria, de aeordo com 0 principio — curator testamentum nom data. 8 83. Legitimagtio De modo geral, a leitimagio dos tithos extramatrimoniais [parece nfo ter sido objeto de regulamentagio no aieito oriental. Plo menos, as dados a esse respelto sio multo escassos, nio JSt A mulher, acs dose anos de Idede, ammaracte pbere. Se porém, nese a ett mifurs (por orandade paveron,emanclpagio ete), fn Mearn, como ests ato ao texto, «00 tutalaplrpeban stents furises que prevaleeeu até 0) ano 40, quando tal expéle de tte aesapareons do clrita romano is “Hata orientagto “¢ segulda em now dirt (Codigo Cio, art. 407 purgzato unico) ‘at inutuipes de Diveto Cit, wo. 1, pe. 204-285, ‘at Historia e sistema de Direito Priadd. Rona, p. 599. {agSes 29 Hrnéai 20 Dmeo a Permitindo um estudo mals detalhado em torno da matésla. (Como referéncia, & de se mencionar: 2) ‘na sociedade judaiea, 0 problema da legitimacéo no suseltava malores indagagées, pois os fllhos, naseldos de justas rdipeias ou néo, eram sempre e indlatintamente considerades egitim; ) na sociedade babiloniea, os ilhos da coneubine podiam ser reeonheeides para fins de herangs, desde que esse reco. ‘heelmento constasse de uma declaragéo feita na presenca dos fiihos tgitimas © das filkos naturals’ ‘Mesto no direlto ocidental, o que se nota de mals parti cular ma espécle 6 0 tratamento que Ihe deram romano € germanos, Entre 0s primeiros, as fihos llegitimos néo. man. tinham qualquer relagéo de parentesco com o pai e assim, como nfo estavam sujeltos a0 pétrio poder, desde ogo eramm considerados suf furts, Entre os segundos, antes de influéncia, omens, dispentava-se acs flhos naturals tratamento ainda mais ortodoxo: a falta de vinewlo era total, ou seja, disia respelto tanto ac pai quanto A mie. Somente depois dessa ‘nflutnoia, ¢ “que tal situacéo se moditicou, passando a consi. erar-se 0 flho legitimo ligedo & familia. materna e com dreito 8 reclamar alimentes de seu pai” 3" Durante longa fase, a lel romana nfo reconhece legit: ‘magio. E, assim memo, quando admitida, a partir do Baixo Impétlo (284-865), processouse sob a forma de ad-rogagio, ‘observados os seguintes preceitos: 2) © ato celebravarse por melo do instrumentum dotate; 2) era indispensével que o¢ pais, quando da concepoao de fino, fossem capazes para o cassmento; ©) era também indispensivel o consentimento do flho, se cate jf toase pabere BF digo de Hamarab, atte, 110 ¢ 171, 4 aroldo Modelos aa “Fonseca, iovitigaeio de. Paterndade, ‘Acrescenta 0 referdo autor que dat_se consagrou “em tos ot Bais de areito comm germintco s, prsterormente em diversi Cor emes, a ogra de que a patornidade natural poderia, pare Gre ‘telo, er investiga” 58a, mancipagto ‘A emancipagio, como meio de se adquirit antecipada e Jegalmente a capacidade lvl, 6 um desses institutos a. res- pelto do quat mio aispomos de dados que nor lever a ligh-io ‘um direito mals antigo. # provivel até, ante uma autoridade paterna entao absoluta, que a emancipagio foste desconhecida Na tndia, por exemplo, sob a lei de Manu, registra Sumner Maine que os flbos varées somente poderiam tornar-se maiores e independentes apis © morte dos pais. Sem dlivida ‘sso indica que, em outras eireunstAneias, o filho jamais obteria, 44 mun emancipacio, embora a lei facultasse go pal distribuir em. ‘ida o patrimdnio familiar entre os herdeiras. Em direitos mais recentes, como 0 grego ¢ © germinlco, 44 vimos que ® autoridade do pai cessava quando o tho, aos 18 anos de idade (aireio grego) e aos 12 ou 1 (diteto ger- nico), eonsiderado maior, ingressava no, servigo malitar. En fretanto, nio podemos assegurar se tal situagao proporeionava fo ftho condigdes de ser considerado emaneipado, pois a maio- ridade, via de Tegra, néo era o fato decisivo para a aquisicao ease estado. Quanto to direto romano, a prinefpio, a emancipacio con: sistia na vontade ‘inten do pal de excluir 0 filho da sua po- festas, tormandoo sul furs Mas 6 de ae tomer e origem do referido instituto a partir da Lei das X11 Tubuas (450 2C.), fem virtude da interpretagdo quo as jurisconsultos passaram a dar a este dispositivo: "Se o pal vende o flho trés vezes, 0 fitho ties livre do poder do pai" ™- Assim, com base no texto legal, valendo-se de uma flegdo, 0 pal acertava com alguém a venda do fithe, mediante a gerantia de sempre o manumitr, 8 fim de possiiliter 0 seu sueessivo retorno wo poder patero. Cumprids & triplice operagéo, o filo era emancipada™< wee Rfudes sur Fancten Dro, p. 108 Be Cf. dont Caos Moreira Aves, Divetto Romano, vol. 1, pe arrsat; Vandidk Londres da Nobrege, tana Stema do. Dire Prisado Romano, p. 51%; José Creel Jr, Curso de Dirty Roms, 1igdes ne Hisweu 20 Do a © procedimento em referéneia, peas dificuldades que, acar- retava, fol sofrendo Limitagies, até que, no Baixo Império, por volta do ano 502, j4 bastante simplificado, estabelecia apenas que a emancipagio se fesse, a pedide do pai e com 0 eonsen- Himento do tlho, por reseriptum princips ‘No periodo justinianeu, embora sinda se adotasse a eman- clpagio por reserito, aémitiuse que esta poderia ser celebrads por simples declaragio do pal perante © magistrado, exigit ose igualmente 0 consentimento do filhe, Este ltimo proce imento parece que, de certa forma, repercutin no direito ger ‘manteo posterior, pols, segundo Heinrich Brunner,*~ tarnbém {ai se imps ao pai a obrigacéo de comparecer so tribunal para manifestar a vontade de excluir o filo do seu sustento, por. tunidade em que the concedia um benetiio patrimonial OW Hittoria dl Derecho Germénico, p. 208 Capitulo. vimt ‘A PROPRIEDADE A. Posse e Dominio 84. Poder de fato e poder de diretto {No estudo do Direlio de Propriedade, ainda que de um ponto e vista histérico, faze necessirlo ter uma nocio preliminar ‘sobre dois institutos que Ihe ao inerentes: a posse © 0 domi lo. Como conceltus-loy, pols, desde a antigildade? Pode-se dizer que os sistemas juridices primitivas estavam Jonge de estabelecer uma distingo entre o8 dole institutes. ‘Mesmo no dieito grego de tase mais eroluida, segunda José Carlos Motetra Alves, “no se conheoeu & posse dstinia {a propriedade”.2+ Mas, a partir do direito romano, 6 se verifies o seguinte: ‘enquanto a posse ers tida como um poder de fato, vineulada 80 possuidor, 0 dominio constituia um poder de diceito, vin ceulado ao proprletério 85, Estrutura’da posse romana, ‘ese que 0 direlto romano separara a posse do dominio, ‘0 contririo tembérn do direito germanleo, onde uma e outro "Para Ihering. nfo em bem sate 2 ovientacto do dleto romano Vn. 16 onto dames siotne brevisona do pansonemo dese jarsta lomo «respi da materia, 1agées om Misra 20 Daneo se confundiam’ Assim, ao dar estrutura & posse, 0 direito romano seguiu eritério no qual, de um lado, sparscia elemento ‘material ou objetivo — 0 corpus — e, de outro, o elemento inte. leetual ou subjetivo — o antmus. O primero ednsistia na dispo- nibiidade do bem, e o segundo na vontade de domino sobre © bem (animus domins) 28 3s No tito germinten, como posse ¢ dominlo nto ee apurtara, sendo a pesn, allt, cnsiarada tina extetlrizagto da propridade ima 26 pocerla sr volada quando também viclado foe © dominio (et, Sexpa Lopes, Curso de Diveto Clu, yo. WZ. p. 100), Nese aio, sabratgendo, ao que partes, a poso ¢ a propiedade ao mann tou, is ditingula & Gover, com ‘rages semihantes A potenio: Se eae fe caractectzava plo corp poo eho, aqisia se denunclaya pela fenhotia de falo sobre s css e pela afirmagio de qua tal senboria farrespondie a um dieto real Sobre e musta coisa let Jot carlos Morera Alves, Posse, ol, Eps. "8.10 « B68), Deate modo, “a oes ‘hora de talo © aftemagho de que ela corteponde « tet sila tel {ase que o pretuma que quam tem « Gowtre wbte a gist tt th ‘alae de um dive real sobre ste” ‘Pol como savigny extended a poste no dieto romano. Ha Fesultarls, poi. da combinagio dos dois referidos elemento. corpus ¢ anise — 0 prinetr, eome fe dito ¢ cheerva Ovando omen, decor, Tente do “poder flco du pessoa bce a cans”, «0 seguné, de "Yon. {ade de tr esta oxia com run” (Dirttn Reais, t. 2, p28). A stale de quelgusr um dele sera ratio suficente’ porn desarneterane ote e tadusic apenas, como J¢ to também, & mere tetensSe ering opbsnse a0 sabjetvimo Ge Sevigny. sendo-tne nica de ‘odo irlevance o animas domint hemo datinguinde-t a intengsa So oat, esta ae manifestaris peso animus fenendl leo & tales Yore {ade Ge ae ters cols, elemento comm tanto ex sviniéo ao Pasulder ‘wanto em relapto ao detent io romano, ering (Cuestones Juridteat, . 10) austenta que em nea que se protein a exterceza de pro” Drledade, Dai que a pour no seria apenes um poder de fo, on {al qual dominio, um poder co direta, Potanto, eau-se ca, potas ‘io favor de quem tivec © diel Ocore, pati, que, part busch Seria neceséro pormitr que dela também ge beveliause quay Aho Uresie 0 diets, embora tl conestéo fase te efeto tear, pols, 80 cabo de tudo, a proteoko pasesnia fri detain pare aque que Por outro lado, no tocante 20 bem entregue em conflanea, como no comodato, no depéeito ou no mandato, nio se ca. ructerizava a posse, mas a detencio" Aplicava-se s meame 7 ra no easo de arrendamento ou loeagio* Curioso que, nio sendo a posse reconheclda no direito ro: ‘mano quanto aos institutes supradites, era, todavia, em rela- ‘io ao penhor, ao precio e ao seqiestro 38. Da “possestio rer” & “posseasio turis”™ A principio, olveito romano considerava somente a posse os bens corpéreos, Mais tarde, porém, spés admitir a quasi ‘s+ Definingo cada um dos tnaltator citados, temot: a) comodato = contrato através do qual una pesos 4 emt emprestino @ cure ett colsa ko furgivl,« ttle greta por tempo deerminado fu nfo: ) depiato — contrato mediante 0 qual Uma peace entege ‘oatse cols move, para quo esa a conserve so a fun guarda © 2 ‘ontrato polo qual um pessoa outorga a outa poderes pars, em ee ome, pratcar ator ov asminisrar interes, titulo gata. ov No" No diteio rman, até tins da Repiblies,supét-ee que & de- tengto 0 confundie com a poss. Dal lua Jone Caron Morea Al ‘una obvervario de Bdcuard Cuq Ge que, na temgo de Ciera, a di fingao entze pose © detengho nko exists”, Feetarirente Jk bo pe odo classe, buscavase no elemento sxbietivo a coufguragie de am ‘bs: enguanto a pose se manifesari pela vontade de at er © clea lve ¢ com excusviade, a deenpho decoreria apenas da mera flt- ‘Ho tsca conelente com a cols (Posse, vol pr © 20 we Arcendamento¢ ieapio so Instittes fin, pols referee a contrato pelo qual tina pessoa entrege a outta peau clea nA fan five, modlante retribulgdo © pelo prazo-que for epolado, para iso Oe. ‘MT As menconadas entidadst podem str astza Gfiidas: a) pe- shor — garanila ofrecida pelo davedor, mediante a entiga de Be ‘que uma pesos fa 9 ote, petmltindo-Ineuanfrit un bem por tempo Indeterminado (de acordo com os termos em que € eelebeado, 0 pre ‘iro se confunde com a loeapo ou vim 0 eamodtta); c) agiesto — ‘guards de um bem su fui por umsa stan segueeteaario aie fe o Tilelo so finde 1agSes om Harta no Dinero " ‘possesso, que era & passe do direitos, passou a acsitar também ' passe dos bens incorpérecs, Houve, 6 certo, até que se che- esse a tal ponto, uma evolueso do institute que, segundo © fensinamento de Emilio Alberto, pode ser examinada através os trés perfodos mos quals se estuda a historia do direito ro- ‘ano, Tendo em vista essa orientacio, observa Francisca Boaz, cltada por José Carlos Morelza Alves; I — No periodo pré-ldssico, a posse se constitul em do- 1minlo de fato sobre a coisa e jamais se transforma em dominio de direito, IL — No periodo classic, a posse, como dominio de fato, efine-se por mieio dos dols elementos que caracterizavazn a sue isponibilidade material: © objetivo (corpus) © 0 subjetivo (animus), II — No periodo pés-léssco, a posse ndo se limita apenas & evisa (possess ret), mas ainda ao direito (possessio juris), 51. A posse eanéniea A orientago romana do timo periodo serviu de base para 6 direto candnico estender os principles da posse todos os direttos. Em conseqiéneia disso, como informa Serpa Lopes com apoio em G. Comnil, considerava'se “uri possessor o que estives- se no exereiclo de funcio ou dignidade © gozasso dos beneticios ou vantagens a eles ligados: o titalar de tals prerrogativas era Fbeneficlado com a protocdo passeaséia, isto 6 era mantido pro. visoriamente no extreicio da fungdo ou dignidade, enquanto no se demonstrasse ser a sua situagdo contréria ao dlreito”H" E. mais: “o Dizelto Candnieo chegou mesmo a estender a nog 4e posse aos direltos conjugals”, pois, no easo de ser requerida ‘8 nulidade de um easamento, assegurava-se aos cdnjuges 0 exer- clcio dos dreltos pertinentes'a cada um até que se reconheecsse ssn nulidade, ‘A extensio da posse no direito candnico comeca a se pro: exssar no séeulo V, vindo a atingir o seu gran méximo ‘nos Be Posie, ol. pe, Bet © Curo ds Direo Gti, ol. VE p. 108 E : BIBLIOTECA ducscionat Nordeste Mineiro 2 ‘Wom Vina 20 Niscanmro séculos XK ¢ XIN, consoante o registro de José Caties Moreira ‘Alves, que sinda esolareoo: “WNesta épace, estende-se a posse 1 todos 0g direitos do exorcicio duradouro submetides & juris- Aigo eclesifstica.""™ Desde entdo, a possesio furis passa @ ranger um yasto elenco de questoes da algada de Igreja, 34 no se tratando, pois, de apenaa garantir a posse em relasdo fos direitos reals, mas ainda no tocante aos direitos pessoais 58. A “Gewere” em face da “possessor J3é @issemes que no direto germénlco posse e domtio se cconfundiam, podendo a passe ser conslderada como uma exte- ‘orizagho da propriedade. & de se restaltar, todavia, a existéncia de um Instituto que estava para eate direito como a posoessio para o direito romano, Tratava-se da Gewere, embora esta néo Dosa ser tomada com a mesa naturesa e estrutura daquels ‘Na verdade, dois elementos entravam necessariamente na ‘compasigdo dos referidos institutos. Se, como J6 vimos, w pot. seavio se caracterizava pelo corpus ¢ pelo animus, a Gewere, por sua ves, © identificava pela senhoria de fato e pela atirmagiio de que tal senhoria correspondia a um direito real sobre a ‘mesma coisa (¥, nt. 142). Deste forma, a Gewere © a. posessio ‘fo obedeciam 2 principios ¢ regras comuns na sua formagio # desenvolvimento. Daf que o direito germanico mals antigo ab reconhecta a posse do proprietério. Posteriormente, j& sob a Influéncia romana, é que o coneeito de posse, em relagdo a0 ‘mesmo diveto, foi ampliado para além do animus domint, que fra entio o elemento de quallfeagio exclusive do possuidor. ‘Asslm, a posse germfnica passou a ser também admitida do onto de vista do animus stbi habendi, ‘ntrementes, como assinala Orlando Gomes, “o direlto ger- ‘minico também reconheeeu a possiblldade de que direltos sux cetives de exercicio continuado fossem objeto de posse” TT poe, vo. fp. mn. mt Dib Reais, 2. 1 B41, {aches we anda zo Deo Como so nota, pelo menos nessa questio de conceito ex: tensivo da posse, havla uma identidade entre 9 direito germi- nleo eo direto canénico. Justifies-se. Ambas }é estavam inte. grados a0 sistema medieval que se eegulu & queda do Impérlo Romano no Ocidente 59. A posse no direito moderno ‘A poste que repercutlu no dirlto modemo ¢ naturalmente f que se formou no direito romano e que, evoluindo para 0 Gireto medieval, teve o seu concelto ampilade gragas ao tra ‘tamento que Ine deram 0 direto eandnion eo direlto germanlco. Mas, a0 se procescar 4 transposigio, o direito modem scolhew posse com a impreciséo com que ela se caracterizou nas proprias fontes. Dal a divergéncia de opinides entre os anto- res, de modo a dar como conseqiléncia uma divisio tripartida rho exame da sus natureza juridiea."™ B a questio se impos, mantendose ainds presente: a posse ¢ um fato, 6 um dizeito 04 6 simultaneamente um fato e um dizeite? No 6 0 caso de se entrar aqul no mérito das controvés sas, Diga-se apenas, como ensina Calo Marlo da Silva Pereira, “que, nascendo a passe de uma relagio de fato, convertese de pronto numa relapio de dlreito” Portanto, numa palavra, a posse é um direlto. E é um direito real, pois suas carscteri licas revelam-ne como de tal naturess, conforme esclarece Orlando Gomes: “Na posse, a sujelgio da coisa & pessoa 6 deta e imediata, No hi um sujelto passivo determinado, O direlto do possaidor ae exarce erga ommes.” 1 assim que a doutrina Alemd considera a posse, embora procure distingulia da pro- Prledade, dando a esta o deslgnativo de direito real definitive aquela 0 de direto real provisério; eae La Mo Ge Sa Peri. meieen de Diet Cd, Bt Inithuiges ae Dieto Cte, wl. TW, B. 2. 4 Divetor Rea, 7,9. 1. 11S, OF alo Mision ‘va Perse, mates de Dire crea, = ‘aura Varma 20 Nasenemro B. Origem ¢ Boolucto da Propriedade 60. 0 altar e o solo Dada uma breve nogéo histérles de posse e dominio, ppassemos ao exame da propriedade desde suas origens. Neste sentido, eselarece Fustel de Coulanges: “Quanto se constrét © lar, 6 com 0 pensamenta ¢ a esperanca de que continue sempre no mesmo lugar. O deus all ae Instals, niko por um dig, nnem pelo espago de uma vida, mas por todo’o tempo em que dure essa familia, © enquanto restar alguém que alimente a ‘chama do sucrticio. Assim o lar toma a poste da terra; essa parte da terra torna-se sua, 6 sua propriedade."% ‘Como se observa, eatando a familia ligada ao altar e este ‘no solo, estabeleceu-e uma esteita relagho entre & religito e @ terra. Fixada a familia no solo, ai se erguia o lar, que era também 2 morada dos deuses, erigindo-te nele o altar para 4 prética do culto, Portanto, através do lar, como entidade sograds, 0 homem tomou a posse da terra ¢ fez dela proprie- dade sua ‘Nio serle, porém, a causa religions a ‘inion a concorrer para contolidar todo ‘um processo de vida sedentiria. Como conseqiéneia dessa transformagio, pode-se apontar ainda uma solldariedade entre os membros de grupos que se foram orga- ‘lzando. Ligados por lagos de parentesco e de vizinhanca, cles aderam sustentar uma ajuda mitua, nfo somente do ponto de Viste de seguranca © defese, como também de cooperagio eco- omiea. Na concepsio que vem desde John Locke @ respeito de um suposto estado de natureza anterior & socledade, no sentido de {que "a propriedade era uma instituigdo humana justticeda pelo, direito natural”, j6 se encontrava ume explieagéo para a sua origem, assim sinfetizada por Michael Tigor & Madeleine Levy: “No estado de natureza, o homem penetrava nd floresta e come A Cidade Anti, rl. 1p. 6, ‘wt Gr Paul Vinograott, Pinlpes Hitotqves du Dro, p. 1. {gts oe Mieoat vo Diszo a ava a plantar, Mlsturava seu trabalho com a terra ¢ produsia ‘uma colbelta, Outro abatia um cervo e combinava seu trabalho com a care € 0 couro para fazer allmentos e vestusrlo, Os fos, gragas @ seu trabalho, erlavam valores que nfo haviam existido antes e, por conseguinte, tinham dlreito natural ¢ seu produto. O que poderia ser mais naturalmente certo do que les nogoeiarem sss propriedades como iguals?” ™ Em suma, abstrafda 1 supnsigdo do estado de natureza, a origem da propriedade mbvel ou imével encontra iguslmente em {Locke o mesmo suporte de cooperagio econdmlca. Portanto, nos ois elementos — 0 religieso ¢ © econémico — podemos dis- ‘ingulr a fonte primordial dos bens petrimonias 81. Propriedade coletica e individuat 2B de se considerar a famille vineulada a um grupo. For ratio da reunio de famflas de um mesmo troneo, esse grupo aparece, pols, como um todo familar. So exemplos mais re centes entre os povas antigas a fretra grege, a gens romana e ‘Sippe germina. 1Mas, por forga de um processo de evoluglo, © vinculo ‘grupal s¢ fot tornando mais flexivel e a propriedade, coletiva que era, comesou @ adquirir carter individual. Resultou, con- forme sellenta Pontes de Miranda, que “& formagdo histérica a propriedade individual presidiu o principio do interease de cada um. De modo que ficou esse em frente ao interesse grupal, ‘mais antigo. Depois, com a quase absorclo do interesse grupal ‘elo individual, o interesse grupal reagit como antitese”™ Em utras palavras, tratase do processo pelo qual a propriedade fundiér'a obedecew a uma evolugo dividida nas seguintes fases: 4) & da propriedade coletiva; ) a da propriedade privada familia; ©) a da proprledade privada individual. Na primeira fase, a terra em que co fixava a tribo ora posta A alsposicfo das familias que a compunham, tendo sobre fla gozo temporirlo e nio podendo aliend-ia, ‘Na segunda fase, cade familia crwpava ama parts da tera por tempo indetin!go, cumprindo ao chefe conservi-ia até a rmozte, quando se transmitia aos herdelros, que também ne podiam allené-le Ta terosira fase, 4 saparevendo qualaquer reatrcies, 0 pro- prietarto pode dispor livremente da sua terra, quando entio s» eonsolida a propriedade individual 62, Conceito de propriedade nebreu Se fol, como esté dito pouco mals atris, por forge de um ‘dever sagrado que principio se garantiu o direlto de proprie dade, vamos distingulr junto aos hebrous, sem divida, o mals ‘expressivo exemplo do Vineulo entre a religiio e o solo. Assim flow Moisés a0 seu povo: “Eis aqui a terra que eu pus diante de vés: entral e possut a terra que o Senhor com jurame eu a vossos pals, Abra, Isaque e Fach, a cles © & sus des: éncia depots dete.” Gt, Edouard Cag, ktaden sar le Drott Badyonten, p. 7. ectarecida Del 2 ounerragt de Wamnington ge Barts Montsee: "Parece que & pm Piedsde, noe pride da evngto,comegon por ser clei, tan ‘de, de panto sbeouro na histila do isto escbre 0 qual sinda ni se dist a ultima pula” (Direto dee Cols, p68 we De. ib. Gt. sings Nm. 2-2. a ini, contarme registra Siman Dubnow (anual de La Hse Jia, p88 series em tabuse encontradas nas caavagbee de Te- “el-Amarma (Rgits) ndleam que, A époee da congusta de Palestina eos hebeus, etava cam rgifo sob s tteta ou dominio oiplo. Tals ocumentas, que correspendem ao Séelos XV 0 XIV aC, cram carts for governaales esnancur diigdat ao fara, nar quais De expen ‘madoe por um dei do habir™ B nevereenta 9 ltado a8t0r G30, Plan rovascolnidas, esa deslgacio era alsa aoe bres {gies ne Mundas 20 Dao a Na verdade, o eoneelto de propriedade imével para os anti- gos hebreus, de que o solo pertencia a Deus e sun ocupacio expressava © testamunho da vontade do Crlador, manifestar- ‘ia pelo eritério de divisio das terras entre as tamilias das tuibas que, spée a fuga do Egito (eerea de 1500 a.C.), chegaram Palestina." (0 dominio da propriedade se tomaria entio Intransforivel ‘ora dos limites do aielto hereditarlo. Dessa meneira, qualquer contrato, no qual a terra fesse objeto de negéclo, 56 poderia versar sobre @ posse. B, ainda assim, com vigéneia temapordzia, Isto é, tomava-se o “Ano do Jublleu”, a grande festa comeme- rativa do Bstado judaieo, como limite maximo de duragio os contratos.*| 68. Propriedade hindu 2 evidente que estamos falando de uma fase mais primi luva do direito das coisas. Este nio poderia deixar do evolulr com a propria socledade ¢ em consoninela com 0 desenvolv- mento das instituigbes juridieas em geral. Por isso, na India, ppodemos considerar tal dizelto em outro estaglo, se bem que Delo regime mucessério, como veremos, a propriedads contindas- se vineulada & eligi © sistema hindu Jé segue normas mals definidas sobre a faguisio do bem mével ol imével, de modo a aisiplinar © eampra e venda, a heranca, © achado de coisa sem dono ete Tense aqui os 'modos de aquisiclo comum, posto que havla ‘9s modos de aquisiefo especial, dos quais so beneticiaram par ticularmente bramanes, por melo de doagées e donative juorrelos, através de eongulstas e despojos de guerra, tty, 26:12: "Neste ano do jubiley tornarels cada um A sue — ‘Mats tarde «Tyree Juslfcanta direlto de propsidade oom base te tora dx tatureen humane, de clentagto vivelmente andiogn a9 ‘unotto tirade peo poro de Mola, # que por eso tcora © deta ‘de propiedade devorre de uma conetado de Deus ao. Romer, assegu- ‘ndowibe © lato de tr bene * ‘Wasrm Vina 90 Sasoneerro De acordo ainda com o mesmo sistema, era também pre- vista a perda da propriedade, ocorrendo esta pela presericio © obedecendo a um processo que nos leva a constatar 0 ust: capito em fase embrionéria, Bis como a Jel hinda se orlentava hnesse sentido: a posse mensa ¢ pacifiea, durante dex anos, A vista do proprietévio, dava o dominio da coisa a0 possuidor Da prescricio, porém, exclulam-se os bens do menor, do soberano e da brimane. 84. Concetto de proprieaade octdentat Considerando ‘agora 0 dleito de propriedade dos povos ocidentais, & certo que podemos examiné-lo de um ponto de vista mais conceltual [A propriedade grega, espociticamente a imével nerdad, endo alvo de atenpio especial por parte do poder piblioo fra submetida a normas que dificultavam a sua allenagdo."" ‘Assim, as transagies em quo a heranga territoral, ida como sustentéculo da constituigho comunal, fosse o avo, 96 seriam ‘utorizadas em casos de extrema neceasidade." He GI, Arsttaes, A Politic, pa. 60 0 286 otae aqul claro vesigo do’ deel hebrew quanto a0 cariter ‘mallendvel du propriedade tervtovlal a que nae teferimos mate iri © mesmo pode wer alia tobre @ orlentsgko do diet Tomtno mais antigo, como informa Vanelck Londres do NGbregas "Os romans, ‘nimente, no eoneebium & Wansferénla da propredads seni morts frase. Fei necomario 0 decireo de longa experéncia putt que eet badesem conceber a possbligade de ums. tolan parser pare outro roprstano” Wstris € Sistema de Direta Prvado’ Roman p. 24) ‘Por su tarmo, 0 antigo dueto portuguls adotava. norma na Gua #0 ‘ode notar um reflex da pritivearentagSo do dirt hebrew guano 4 alenatio dos bens da heranca, pla atravée de tal norms, eave © Darenies, Tratavice do chamado divlto de ayoenge- Comm lito, toe Ciravance evita quo os bene se transferase pare pestoas estaanas tamil ou parents, 18 ‘A Telslagdo de Son dew & questéo nova atest, atorzando o airetio de compra e venda dn tens imévols entre pestous de gene dceretes, do mexmo modo por que limitou a agulugio 66 terse, am fvitar a volta & sltuagho Itfandlaria anterior, que tanto’ dsni- {sping ne Marden fo Dm or sua vee coneeo de propritade gemtsleo timox- seem fee dos beng mbvele © dan eens. Quanto 00 so propriamento aia, preleia tua sisiema do pow cactive. Batts alto de Orando Gomes a tina concessto gemalnica de trnasindiduaimo, de gue fetam oo autores slendes, asin ‘rentada: “A propredade consists apenas rum poder do det posto, queso carer ato nie campatiel com ot Inte ‘esses dn comunidade" fim fase posterior, gagas 4 tnfula- Gin romina, 6 qu nasea ua verdadela, popedade sobre ‘terra, conéedida a cada germano livre. Mas fal, em divide, com cs romnas que 0 conto de propriedade priv se definin de forme, mals nit, =i 4 = Es ‘vendo 0 diteito de uso, goxo e dlsposicao da coisa: fus utendt, jus fruenal ¢ ius abutendi, Teorieamente, esa propriedade ex! pressava um direlto pleno, absoluto, imitada, m0 que pouco se alterou em relaglo ao concelto modemo, talver ome “o! lltimo eco da teorla vielosa do direlto natural, que isolaya 0 Individuo de todos os elementos soeiais em meio acs quais ele se move". Por sso, nio € exato “que a propriedade, segundo 4 sua concepeio, implique © poder abeoluto de dispor das, coisas. Nunca a sociedade tolerou uma propriedade assim iliml- Z ada: a concepedo da propriedade nio pode conter colsa = flguma que esteja em oposigfo com a sociedade.""" Real-< mente, ha que se ter antes em conta mals 0 aspecto social {do que individuat da propriedade. So as limitagées impostas| pelo interesse coletivo, de que o poder estatal deve ser 0 me "Pundaglio Educacional Nordeste Mineiro oso agente de fiealizagdo e coagGo, Lui Alberto Bahia refer ‘se Tntredueto op Dirt Cie, p. 1. ‘st Mhening, a Esoucdo a2 Dar, 32 ‘Ao justtcar a umitgio da propriedade no dlrlto romano, ering, denire outros exempos, forma sequnta: "Um detmaronamento aba: ‘raja ssminbo que conde & minha propledade ou arabalouca usa Inondseto: nfo tenio.por cade pastar senfo pelo terceno do. mew Yisinho; © que sverdera?'O aieto fomano obiga 0 visio « cede-ine tr enmin paamagem fords), mediante uma tndentagha” (p30) ‘loa as fortanas” (Garba Tinos, Do Dire Sagrado a> Dirt da 6 Warm Viens 29 Nascneco ‘se a uma tal apfo limitadora, que se toraa enda ves mais Hilda e abrangente, nos eeguintes termos: “... nas expro. Driagdes feitas pelo Estado, em nome de eeu direito de sobe "ania, © objeto da propriedade privada com valor retorna a sus ‘origem, ineorporase em ponto mais prixime do patriminlo comum agregado, ao tomar a forma de propriedade publice no excludente.""™ Estaré autor, em face da evoluglo da ropriedade, como ficou resumnidamente exposta mals atrés, fntevendo a sua volia ao estado eoletivo? # possivel, e néo sem razio, Embora o homem se apegue aos bens materia's com umm cogolsmo levado a extremos, 6 ele proprio, nas oportunidades que © poder de governd the erla, que se encarrega de fechar 0 eeteo ¢ limitar esda vex mals o alrelto de propriedade privada, 85. Espéetee de proprisdade romana [Na evolugio da sociedade romana, distinguiramss quatro ‘spécies de propriedade: a quirtéria, a pretorlans, a peregrina ©.8 provincial 1 — A propriedade qulcitiria era aquela inerente ao cida- ‘do romano, Decorria, pols, do statue ofvtatis, com base no us Chole ou Tus Quirittum, I~ A propriedade pretoriana formou-se por interferén- sia do pretor, ao garantir as pessoas que no podiam ter & ‘propriedade quiritéria o dominio sobre a coisa adquirida. Ysa propriedade, que era proviséria ¢ assegurada pelo Tus Praeio- ‘rium, consolidava-se ao cabo de dois anos da posse do sdqul rete, Bt — A propriedade peregrina, fundada no Tus Gentium, ra a inerente ao estrangetro live, que também se pide tornar Droprietario em territrlo romano. Etse Jus Gentium, porém, ‘muito mais amplo que 0 Zus Civile, 6 aparece “quando Roma tstende suas conqulstas e entra em eontato com outras povos. # um direito comum a todas of pavas — gentes — do vastis. ‘simo mundo romano — orbis romanus”.9 A principio, as = Soberanta, Gere ¢ Pas,» 9 José Cretln sinlor, Curso de Direito Romano, #1. ages Hise no Dass « rogras dele decorrentes, destinadss a regular a relagdes ehtre ‘strangelros, eram aplicadas unicamente pelo prattor pere- grinus, Dopols, esenderamse as relages entre remands © es rangers, passando a ger entio accitas pelo prastor urbonus, [esse sentido, fol possvel considerar que, enquanto o lus Ciuile podia néo ser Jus Gentium, este era necessariamente Zu Code. IV — Finalmente, a propriedade provincial compreendia as terras localizadas nas provincias romanas. Somente 0 Estado ‘nha dominio sobre elas, podendo di-las em arrendamento ‘mediante um tributo chamado vectigal. ‘A partir do ano 212, por ato do Imperador Antonino Ca racala, que concedeu 0 status civitatis a todos os habitantes do Império Romano, néo mais tem razko de ser a clastfloago da propriedade em quiritaia, pretoriana ¢ peregrina, Resul- tando dessas trés espicles uma s6 categoria de propriedade privada, esta se colocou em oposigio & propriedade publica, restando dentre elas, pols, a provincial como eminentemente de dominio estatal 88. Aguisigtio da propriedade romana Qs modas de aquisigéo da propriedade no direito romano, tendo-se em vista orientagdo moderna nem sempre mencionada ‘nos compénilos, podem ser desdobrados em dois grandes ramos: ‘modes originériot e modes derivados, alvidindo.se estes ‘times fem roluntérios © néo voluntéris, # verdade que o eritério om causa tem suscitedo contro- vérsias quant go enquadramento de alguns das modos de agquisipdo em uma ou om outra Area Mas, como assinala, Orlando Gomes, isto de pouea monta, pois o que importa ‘mesmno sio “os efeitos que se produzem conforme 0 modo de faguisieéo seja origingrlo ou derivado, Sendo a propriedade ‘dquizida por modo originirio, incorpors-se ao patriménlo do fadqulrente em toda a sua plenitude. Se 0 modo de aquisigso 6 derivado, transferee com ox mesios ssibutos,cetises © aualidades que possuia no. patomonio do trunsntents se undo conbecitapartmia! nemo plas jure tranfre as clham Fotest quam ipee habe. B que a aguisiso derveda se cond ‘tana do proeccar,edgurindo ooo propeetrio © dito ‘que tna e Ine transmit o proritaio antigo" 12 — Os modos de aquteto orgindrcs da propledade no dlreito romano podem set assn enumerados” ocupas, fceasio, copecengho« aqugho de ruts, Teatevaae de pro” Brledado sobre a rev walls, 1 — A ceupasio eno mado de aquiscfo peo qua a clsa fam dora psi ser propia de quem din pine ste, Exemlo: ca © pose, prees de guerre, cles sbundonada, tesara cess nee G# fuse Hi — A acessio reteriase 20 modo de aquisiso da cain acecairin incorporada & coisa principal: decesorlum sequitur Principal, Pods 4) natural, quando resultante de tendmeno da natoresa (acetacimo de teas de um inves outo lore, pauline. ‘mente leads pels Aguas de umn Ho); 5) artificial, quando renutente da apo do tomer (a tnta twada na pintura do um ot) TI — A especifeapio eobsistin no modo de agusigfo da colon segundo estes extras. 4) ae a cols nova pudewse refornar & forma’ pemtiea, © dono da matéei-prima teria a sts, propsidade mediante Indentzaio a eapestcador, se ado fesse lo pose, w propriedade dx cosa nova seri do eapeiteador mediante indenaglo ao dono da me tiaras Dirtos Rea, 2p. 4 O'tesore ho get tamblin de er una ep de ote pots sn feere a ease de aor enteradar ou ote 8 cle date Mo se tenia mendsa, no dit fomano mule ane, peconinoy © principio de quo taouro perteneria a dono ds. Mss tar, ete, euler mace gs a no 800 tages Mande so Dao » 2) se ocorresse especiticagio de mé 8, 0 dono da matéria- -prima seria também 0 dono da coisa nova, sem obrigagio de Indeniear 0 especitieador. TV — A aquisigdo de frutos eatava em que o produto da coise, quer em forma orginies, quer em forma de juros de tam erédito, pertencia, @ fosse 0 ease, ao possuldor de boa 16. 2 — Os motos de aquisicio derivados voluntérios ds propriedade romana eram oe segulnter: mancipatio, in ture ‘etslo © traditio. I— A manctpatio configuravase pels transteréncia da propriedade sob certo formalismo: 2) declaragio do adquirente de que ® colga Ihe pertencta; ) allinelo do transmitente ante tal deelaragio; ©) presenga de cinco testemunhas. TL — A tn ture orasio era outra forma de transferénels 4a propriedade que se realizava perante o magistrado e com apresentagio da coisa. Exigia também certo formallsmo’ 4) 0 adquirente, 20 colocar @ mio sobre a coisa, dizia que 0) 0 magistrado perguntava ao transmitente se nada tinha 8 contestar @) pela nogativa ou silémelo, a colsa se transferia no adquirente. II — A traditio caracterizava-se pela transtertncla da pro- priedade, mediante a entrega da coisa ao adquirente, sem qual- quer formalidade, A entrega se faria mo a m&o, no caso de ‘bem mérel, Se bem imével, ete era entregue por melo de um ‘Alo simbélico, Rxemplo: a entrega das chaves de ums east. ‘3° — His os modos de agulsgGo derivados nio voluntérios a propriedade no direito romano: usueapito, adjudieagio ¢ pela te T= usucapido consistia na aquisigio da propriedade ‘pela posse continua, mansa ¢ pacitiea, durante um prazo eat Pulao pela Jel Trataes, pls, de “aquisiéo peo decane ‘tempor. WH Joab Crete Jinlr, Cuno de Diretto Ramano, w 20. * ‘warm Vieos 90 Sisco No direito antigo, 0 prazo pars usucapir era est: 4) mévels — um ano; ) iméveis — dois ancs No direto justinianew, porém, 0 prazo pessou a ser assim contado: 4) mévels — trés anos; >) imoveis — com justo titulo — dee anos entre presen- tes. vinte anos entre ausentes; sem justo titulo — trinta anos entre presentes ou entre ausentes H— A adjudicaggo era o modo de ae determina judietal ‘mente © squisiio da propriedade por melo de agdes diviséris, saber: 4@) ago de partitha de heranga; ) ago de partina de bem indiviso; ©) apo demarcatéria. de retifieagdo de lites, III — A aqulsigdo da proprledade pela let decorzia de ais positivo legal beneflctando dlreia ¢ expressamente determina as pessoas, Exemplo: constituigéo do Imperador Adriano que ispunha sobre a desecberta de tasouro em solo alhelo, 61. Limitagto do atreto de propriedade ‘Vimos mais atris que & propriedade romana expressava lum direito pleno e absoluto. Entretento, como limitagao a esse Principio, a se dlstingulam os diretae reais sobre a coisa alheia fm direitos de gozo e de garantia, 1 — Op diretes reais de gozo compreendiam duas espé. les de servidées: a3 prediais e as pessoas, I — As servidGes prediais, que acarsetaram obrigagées 20 proprietario de um imével para com o proprietério de outro fmOrei, no sentido de tolerar ou no fazer algo, podiam ser ristleas ou rurais ¢ urbanas, Bram seus elementos essendiais: 2) necessidede; >) perpetaidade; ‘) visinhanga, {ages oe Musée 20 Dae ® Tr — As servidses pessoais, que proporeionavam vantagem fo utilidade determinada pecsoa, tinham suas principals es pécies no usutruto, no uso e na habitacio. 4) © usufuto era o dircito de uso e go20"* da coisa alheia sem the allerar a cutstanela, reeaindo, pois, sobre coisas no consumfvels. Direito inallendvel, mas permitida a cessio do seu extreicio, 0 usufruto extingula-se com a morte do unt tratudri, 2) 0 uso era 0 direlto eoncsdide a alguém no sentido de ‘apenas usar a coisa na medida de suas neeessdades, Nem mesmo © exercfelo de tal direito podia sar objeto de cecsio, ©) A habitacio era o direlto de uso de uma casa. Podia, porém ser ainda destrutado na forma de Ieeagio do imovel, ‘no todo ou em parte, 2 — Quanto aos direitos reals de garanta, o sistema roma- ‘no cubmetia-os @ ume divisio em trée espéetes: fiddeia, penhor « hipoteca.. 1 —A fiddcia caractericavasse pela transferéncla, da. pro- priedade da colsa, dada para garantir a divida, que o devedor facia 20 eredor. ssa tranaferéncia operava-se por manelpatio cu por i ture cessio. Vale dizer: impunha-te @ solenidade exi- ida para esses dois modas de aqulslgéo da propriedade. B, lima vez cumprida a obrigacio, o eredor tinka de transferi, também por ato solene, a propriedade da coisa ao devedor. Se, orem, le houvesse vendido o bem, pols tornara-se 0 seu dono, © devedor nada podia contra 0 teresira adguirente, mes podia ‘gir contra 0 eredor por melo da acto fiduetae, TM — Ja o penhor, zo determinar a transferéncla da coisa 4 ereder, dava a este comente o ditelto de retengio sobre @ ‘mesma, em garantia da divida, Néo podia, pos, ‘na vigincla da obrigacio e, logo que cumprida esta em set vencimento, devia restituto, TI — A hipoteca, ao contrério, nlo exigla a transferéneia, 4a propriedade da coisa ao credo, nem a sua retencio por TR itindacte por uso ¢ som, rspectivamenie, @ artio de io ‘servis do bem e o aireto de eater ex fates ou rendinentos prods or exe be 2 ‘Warm Virma 0 Hascatero parte deste. Como sallenta Mérlo Neves Batista, na hipoteca romana “havla unicamente uma simples convencéo entre eredor devedor, uma nuda conventio, da qual, sem qualquer sto ou formalldade exterior, decorria & vinculaglo da coisa 80 Paps: mento de deébito”* Como esté claro, tanto na fidicia quanto no penhor do E é arsim que sistema romano val repercutir no dirato moderne, Na ordem a vocacio hereditria, distingulamse também quatro classes de herdeires 4) descendentes; 1) ascendentes ¢ irmios bllaterais ou germanos; ©) irmios unilaterals ou melo-rmias; 44) demals parentes eolateras. Jot posivel que esta orientapfo seja uma varante do dive, ogo, onde aio 26 adaula view 0 fhe adotiv, que herdara da fama adotant, x hendat do fama de origem.Muitas vetes, 150 fol pretendido, mas alt no o pect, como Informa Pustel de ‘ou propia fami sno wotando a en; e 0 pode water a es ounelando a farla adoiva,e 80 pode sar desta sendo sob doch cenaigees: wma, que abandone o patcimorn dessn fam; cutra. que ( eultocomesicn, para euje conenuagao fora adotado, nia ae exings ve pare fas cle deve deixar san tia on bo ‘ane © aubli” (A Clasde Atigg, Yl. Lp. 10 Ne" Orlando Gomes, Sweetde, Capitulo x © conrraro 16. Origen do Direito das Obrigacées Discorrendo sobre o Divelio das Obrigagdes em sues ork srens, ensina Cidvis Beviléqua: “Dada a cossio « solidasiedade dos grupos soclais primitives, as relesdes, que avu justemente, as que se travam entre eles, como un porativas, Slo, portanto, as obrigacées de grupo a grupo, de ‘corpo social a corpo aoclal, as que resimiente iniciam a cons. ‘rugdo das diteitos obrigacionals. Nao era, porém neeessitio ‘que todo 0 ell ou toda a tebo ee abalasse para ir pactuar cam jutro grupo social equivalente, & pasalvel que iss0 acontecesse lguma vez; mas, regularmente, eram o8 Individaos, e, nomes- damente, o$ chefes, na sua qualidade de gestores das negécies ‘comuns, ou os comissirios por eles designados, que entravam fm transacdes, obrigendo, soidariamente, o8 seus eo-assocla Com apoio em Herman Post, esclarees ainda o nosso elvi- sta que 0 nfo cumprimento de uma obrigagéo contratual, assumia por todo um grupo para com outre, podia provocer até “guerras devastadoras". Posteriormente, as multas tfveram a virhude de compor as eGleras iegitimas do credor dludido’ B claro que, em fase mals evoluide daa sociedades antigas, © vineulo obrigaclonat ae fo! tornande eada vez menos relaelo. ‘nado com o sistema grupal, e, pouea a pouco, a liberdade de contratar se impis de Inaividue pata individuo. ‘Se Divetto das Obrigagtey, p32. 06 ‘Warm Vrms 20 Nsom M1. Cardter ndosformat dos contratoe De um modo geral, o Direlto das Obrigagdes entre os povos e que vimos tratand® pode ser tomado como"um conjuhto ‘nstrumento de contrato, excegfo felta aos romenos, prescin- dia de qualquer eariter formal B, sendo assim, bastare que [No ohstante © que scaba de ser dito, certas regras, por forga da prépria ei, tinham de ser observadas, & o que veremos em seguida, 1 — No direto nindu, podemos assinalar: 4) © conteato de empréstimo dava margem.& cobranga e jaros de dols a cinco por eento. Nio era licita, porém, ' cobranga de jures sobre juros, como tamblm nio o era no TW Bin matéria de contrat, ot romanos seyulam arent ope, ‘presos que feavam & rigors formule. Dal nto eonerberem 0 con {eno sem unt erento du forma Bet que em onion de compra ¢ ends, ioeapfo, mundato « socednde prevaecla “o acordo ‘peso das vontade", mas, quanto acu dame, 9 cio acordo ce wbre- Donna “a materaidade de sun declaragb, que hsverin de obedecer eldamente a0 sal eomangrado: a Inurl ‘0 livre do credor (Con- ftaloe tery, 2 tradiio efctive da cole (cnteaios re), 2 toca do ‘apronsenexritamente obrigntécas (contrat eerie)” (Calo Maro da ‘tia Perera, Iettugses de Diveto Cod, vol Wp. 12) ‘9 quanto mals alta » posi do Indivduo ma scledade, menos Juror he eram cobradas. Dal preatuee © Obdigo.de ana: “Recebe ‘eis por conto an ma « uo mala de um beimane, tréz dem zitrin, (gente do am vasa, claco de tan sedrn, seguase a ordem ditnia ‘en casts” sotes se Murda no Diteo 105 ‘caso de 0 eredor receber uma colsa em penhor com 0 direito de ashen; 1) © contrato de compra e venda podia ser normalmente rescindido, nos dex primeires dias de vigtncta, se a colan objeto do negécio nio estivesse sujelta a depreciaclo ou perda de valor. Depots deese prazo, a rescisio acarretava uma multe TI — No direito hebreu, a,cobranga de juros era proibida em contrates celebrados entro nacionals, mas dada como licita os eelebrados com estrangelros™™ E, no easo de inadimple- ‘mento da obrigagéo, era ainda probida a penhora de bens ‘ndlspensiveis A subsistincla do devedor ¢ de seus dependen- team ise @ de ae cstinguir ne antierese do dieto moderna uma forma frotulda deta! otlentagio. Mis, por exeapl, como se expres © Dome ‘Gidigo Civ nm expla "Art. 200 Pode 0 Gevedor, ou cuter por ee, miregaade so eredor um tmbrel, ceder-e o diveito ce perecer, impensacto ca divide, on frutad ¢ rendienton 8 12 8 permite cstipular que os frit « rendimenter do itérel, na sue totlléne, ‘eiam pectbias pelo credor, somente conta dejar” Twdevie, ‘egenco Osvaldo €. Santas, com apsio em Atmsn Fraga, “a olga ‘iérica da ‘aatteres ‘em dee celdeas, embura ever gntbelecetsem feria contusdo com 0 penbor, arendamento e nso com conrate ae compra venda geglds de pacio retro. Dos caldeos 0 Insite am anticrese pasow paras qregose deaes para 2 Tomson, no com carter de um expréstino relproc eontrarim mum, ma ceo ‘uma forma do “garentia especial ou de penbokInatitaldo sre a cola, fraifers" (Do Contrato no Dito iipotectrio Bratldee, wh is Lae) ‘2 “Ao Gio se sabe, 0 zetto settle tanibim sequa erlentacho Semethante quanto A restisio do contrata. Ean, port, mediante muita teraniente elevade, «6 poder sat lnteada perante‘0 Jule De an: 1-88 ma Mio obsianle 0 referdo no tere, informa oilvs Beviiqu: "ntre of hebreus, 0 no cumprinento de wna obtgarlo contrt¥al devia dar tugar b eseraidlo do devedor. cm a muir «os flo, ‘Segundo tambem se pratcava. em Portugal no regime ot fora (Detto das Oorigapie,p. 7). sallenta ainda que no dvlto Cants 1 punlgto Go devedor fatow poderia sonaitir “em certs nist Ge Tastonadas de bum” as, de qualquer forma, o que eumreanlentat € que © principio da impenborabldade, aplletco wm ielerdo deters ‘inados beng, Ho em voga no alten moderao,(dvelto bree: Coego de Proceso Cio at 640), 4 vaha de wm deta multe aatlen. 111 — No direito babidnico, o contralo de compra © Yenda entre pais ¢ thas era passvel de anulacéo®* Temos. ai, por tanto, a origem de norma que no direito brasileiro — antes, pelas Ordenapies Filipinas; depois, pelo Chdigo Civil — proibiu ‘2 venda de ascendente para desvendente sem 0 consentimento expresso dos demals herdeiros IV — No direito grego, aistingulmes: @) © contrato medlante ‘langa, no cumprida a obriga- ‘elo por parte do devedor, desde loge ensejava a0 eredor exigir ‘a responsabilidade do fiador; >) o contrato de compra ¢ venda jé admitla as arras; ©) a duragio do ontrato de arrendamento podia ser tem- poréria ou perpétua, passando esin ciltima modalldade para o direto romano s0b a denominacso de enfiteuse:* = Gl, Faye de altaa, Orig dos Direltor 468 Pos, p. 3% St Stnal em ainnlro ou guaiguer osto wor, como prova de estar ‘© nepiso nists, seavtelando perda ou devolugto em dobro no ‘ao de serepinaimento do compradar ow do dover. 6 institu de entitoume como “originisio dt Roms, pols, eegundo #2 Palewras de clivi, de scordo com er InformarGee histovadoras So Graf, nos documentos gaulnamente elénleos nfo se deptra palae ‘ta enftewse, ostron tim press 8 sun origrm 0 aiela eleieo © nm tal se enominavam ‘an concrstes que os poder piles fztam fog particulars, de terra tneultas, que. o Bstado nao. pods cultivar Gretamente © que os eldadtos nio podiam adquri por compra” (Do Contato no Deeto uipterdrio Brasilia, vol, p. 26). Entresanio, ‘qanto & tnformacto de que "nos documentos genitnamente heléniens ‘bo wo deparn a panera enjlese”, campre eonsiderero seguinte esclan revimento de Jone Cretelin Joni’ "0 yoedbulo enjewe, do verbo ezego emphgtéuin, plantar, cultivar, que por sta vee deriva do phytéo, fe rate phy, plantar, devigna tim’ Imporiante institu jurisleo do ‘mundo grego, ave lana sas origens no regime fundiério do Hato © Caraga, adotado no mundo romana péa Lez Mercian, em fins 4a Republen © sperelonda, mals tarde, pela Lex Hedrona, que dlsc- Dioara, ent especial, a concedes de terra'na Attica do Mote” (Car fe Duelo Romano, p. 298) arora oa Homntna 90 Damo am 18, “ObtigetiO” romana De um ponto de vista tésnlco e especitico, a obligatio do 4ireito romano externave, como extema a obrigagio do dlrcito moderno, um vinculo juridieo pelo qual o deveder fieava com: pelléo a uma prestacdo para com © eredor** Ali, dspasitivo dias Institutes de Justiniano sentenciava: “A obrigacio é umn vinculo de direito pelo qual somes necessariamente compalides 4 pagar alguma colsa a slguém, segundo o direlto da noses fidade,” Por outro 1ado, curmpre exclarever que a obligatio, em pe odo mais primitive do direito romano, néo era empregada para exprimir 0 vinculo entre © eredor ¢ o devedor. O term usado era o rerum, que estabelecia um direito de garantia tobre « pesson do éevedor Posteriormente, ou stja, a partir do século Vac, a obs fagdo do devedor para com o credor ja no podia ir além dos bens patsimoniais A Lez Poetetia pasta a regulamentae 3 ‘matérla, evogendo assim a execugdo sobre a pessoa do devedo: ‘nadimplente™ Comeca a prevalecer, entdo,o prinelpio da ms sio in bona, através das quatro espécies de contrato consensta ‘ominado reguladas pela Jel: compra e vend, lorapio, mandate f sociedade Daf ter sido passivel dlsuingulr entre contrato € ox a seteriem. tho-somen‘e. como anota Robera Ruggiero, tO! ste gue natcens Ge sie eece pees hn ened fit © pare ces segunda pessoa, a faculdade den exait du peiies terecentando’ Na verdage; nfo tin cardier juice oy obigncses (ve derivam de norms nio-juraien nem entatn no cainpo do rete evado as todmeras obrigagoes qe os lis de iret peo impiem 1 eldeao eae dar seagine ons e de familia como das de erdter eal, derivam as vetes obrigutoes para 0 Indiiguay, elas ndo entra So conettotenice du abvigacio" lmsideises de Dire Ci, vl Si anst, Lyre, tea 2. 108 ‘waorm Voent 90 KAsoanerro acto, earacterizandowe este pelo fato de o acordo no abran- (ger uma das referidas espéeles ou niio revestir as formas dos contratos reais, verbals ou lterais Donde a parémia: Nudum ‘pactum nom gertt obigationem. ‘Mais tarde, ao lado da relagdo de contratos nominadas, © ) queda ou arremesto de objeto resultando dano; (6) deeiséo equivoeada ou injusta de julz. Ti eh Washington de Barer Montaro, Direlto das Obrigardet tages = Handa no Deo a 84. As fontes romanas ¢ os cdtigos modernos ‘Varios sio 08 ebaigos elvis dos tempos modernos que sequt ram @ orlentagio romana no tocante ao eritério de classit nedo das fontes geradoras de obrigagées, Podemos citar 0 francés, © espanhol e 0 argentino. Entre os estatutos que dlasentiram do mesmo crtéro, estio cs Cadigos alemio, euigo e brasileiro Te GE Miguel Maria de Serpa Lopes, Curso de Direito Cit, vl pa. “Aeanala Washington de Barros Montelro que, “perante o Gbtlgo ‘ivi Brest, rte io st fonies declaradas: obrignges deoorrenten fos eontaion Orignges por declaraeio uniserat dn vontade ¢ cbr ‘cous provenentes de ata icloe (Dietos das Obrigepees, vl. Zp 48, Capitulo x1 © conencio ‘fo cscassos i dados ¢ intormagées sobre um direito requlador das aividades mereantis na antighidade. Até mesmo Mos fenfcios, que sio considerados um povo que praticoa © comérelo em larga eecaia, ado possulam Tegras eepecialsapll céveis as relagées comerciais™** Contudo, do comério inten flicado por eae povo e que mals florerceu'n0 afealo 2 8.C, feve mascimento uma norma que se consolidoa através dos “Wepoa: a eblebre Lez Rhoda de Tactu — acolnida pelo drelto fustinfaneu © transmitida a0 divelto modemo™ — que previa o aljamento de mercadorlas para orilar o_nautrgo 4o nav ¢ assim salvar a earya restante, repartindose 0 pre- Julzo ene todos og interewadt Mas, de fase anterior 0 fenfclos, J dlapunha o aieito de outros povos sobre certas pratieas de eomérelo, X 0 caso da el hmuribia, que onumerara vAroe Upos de contsato cstabelesendo relagdes comercial, como o de empristimo, 0 de arrendamento, o de comissdo, 0 de motu, 0 de mciedede, 0 de fretamento do barces te, sm de conter regras relatives 4 operagSesbanciriase de cdo, ao Uso da moeda & inl. vinci. ‘SF Bran Martins, Curso de Dirtto Comers p 3, 3 Digesto, Live 149, tao TE ‘24 No aiuto brasiere: Codigo Comercial, at, te, n° 1 4 Gt, Rabens Requldo, Curso de Duelo Comerctel, wl. Tp. & ‘convoante Informs Raouard ug (Btudes sur le Drol? Bebylonten, YH), embim na Celdéa havia importantes ettbeleinentos de {apts ae Hurént 20 Dieere ns Ainda em relagio a ease antiglidade mals remota, subsis- tiram documentos que falam do colinias mereantis de 2800 aC, como a de Kanes. Situada no planaito da Asia Menor, membros dessa comunidade dedicavam-se & exploragio do eo rmerelo de cobre, prata e chumbo provenientes das minss turees#" Por ttimo, a informagio de que, & ép0ea do rel Satomio (015-977 aC), s hebreus, em conséreio com os fenicios, tam- them s© dedicavam ao comérelo maritimo. Navogando até 0 ‘chamado pais de Ut, de 1é traslam metaie precloses, marfim, perfumes e j6las=” 88, Na Grécta Com 0 passar das Yempos, as atividedes mereantis pouco se alteraram do ponto de vista da cua diseiplinagio por regras fou normas que pudessem ser eonsideradas como um eonjunto sistematizado, 'Na Gréela, por exemplo, prevaleceu um dlreito baseado em sos e costumes. E fol as, de acordo com Emilio Langle y Rubio, (que teria nagcido “um das mais notévels institutes de direito BT GE Gordon Chie, 0 gue Azonteceu na Htéria, p10 it Gt Smon Dobnow, Manual de tx HUtoria Juda, 10 5 Por tal regi, pode-te deduct que as atividsdes eomereais os nebreas foram intluencladae peas Pelapies que mantveram com (of fenicing entre or anor 1000 ¢ O10 40. Todatia, astaale award ME. urna "gue proslegho don judeus pelo comerct fol adgsil4n por ‘pena da eaifura mereanill da Dablnla” Urstore aa Ciiiongao (ident, Ya. Hp. 10) ‘ito lgaaoe so Tesoro Go fet ¢ aon Teanures dos Tenplon Bie, amo grandee proprlearoe fundlsios ¢ rls saptalistas, aplcaraah ‘traves dos reterigesestaelecme'2a, as rendas provnienes de ad fecras cas taxas arrcadadas dos conrbuinis « fli ein operagiet de empréstimos que faviam fratiiar o 50 capi ‘Ouossim, at insltaloet banedae Dablisies aceitram depb- stron, zelianvim pagamentos ex outras pragae ¢ falas operates de fempensapio de eréitoe entre seus elenies (et, 0. Neural & i Bie ‘ebing, Historia de te Economia, wl I, p39). maritime, 0 nauticum foenus, do qual provém, segundo alguns autores, & aociedade em comandite simples, 0 cimbio mari- ‘imo ete." 2 ‘Mas, por outro lado, 6 de se notar que outra versio d4 0 referido instituto eomo de origem fenicia. = ‘Seja como for, o auticum forma era uma forma de financiamento de expedigoes maritimas comercials, em que capitalists aasumiam 0 rlaco de investir nas mesmas mediante (@) participagio altemente vantajoss nas vendar das merca- doris trazidas ou (2) cobranga de juros elovados como com pensago por eventuals prejuizos com o insucaseo da empresa 'A prineipio, por mar, fea pritiea mercantil passou depois f eer também operada por terra Pinalmente, alnda sobre © desenvolvimento do diretio co- mercial ma Grécia antiga, vamos encontrar um antecedente dos banquetras na figura dos trapezistas. Tratava.se de indi- ‘duos que mantinham uma eapécle de negécio consistente no eecblmento de depésitos de particulaes To avad Darey Arruda Miranda Mo, Curso de Divito Comercial, wh Ene 51" Of 1.6, Sampale de Lacerda, Curso de Diclo Comercial Max ‘0 nauticum foenus decorta da celebrago do denominaéo con- trato ds comenda, designando-e 28 partes por solu stane (0 eapta- ste financladon eccommendatarta (0 empresrio responsive pela fexpedlgo). A oveledade em comandlta sinpis tevla al a mun origem. bots ta eapdte Ge sncedade 4 formada de ols os mals aiclot, sd0 tim comerclante pelo tnenog, de modo que bm om uns oblgem sll Gaviamente gespenatvels # outto oo outros entrar simplemente com © captal “Jeo chmbio maritino ¢ um contrsto que st opera “quando wn dos contratantes (dadct) empresia ao eutto (oriadon, #9 primo deter~ fainago, carta importincia em diahelo ou cles esimavel,fleando om nipotaca eapeial no objeto sobre 0 qsal reel o emprisiimo, © jtandovse a perder 0 capital @ 0 premio, se o cto objeto wer perecer por efeit dow race tatdos no tethyo « Lugar convenciona- Gas" (De Pigelde Bliva, Norse Pratcas de Dieto Comersa, ol, ps0) {icles oe Huda so Dero as #1, Em Roma [No que diz respeito ao sistema romano, esereve Alfredo Rocco: “Na realidade, Roms néo teve um verdadelro dizelto comercial, sto é, um dire especial de comércio, A juriapru déncla romana, que teve tio expléndida floragdo, © que soube dar vida a um to perfelto sistema furidico, fundamento © base, alnda hoje, de tao grande parte do dire vigente, eriou, pena, algumas dispersas normay exclusivamente destina- as a regular relagdes comercais.”= Multas dessas normas, diga-se, estavam ineorporadas a0 Tus Civile que, como sallenta, Waldemar Ferreira com apoio em Paul Rehme, “a despetto de seu formalismo, no desfavoreciam s atividade mereanti” 2 Mas o fat de nio haver um corpo de leis no sistema romano para regular o comércio ¢ fendmeno que se explien, Eis a llgdo que vem de Carvalho de Mendonga: “A indole do seu direito era pela idéla unitéria de pestoa ¢ colea, Os urls consultes romanos néo podiam compreender a diviséo do direito privado em duas eategoras, reservando um ramo especial para 1 atividade mercantil.” Dai que as relagies comerciais, *80 ‘esenvolvidas em Roma, eram “) Ordonnance sur le commerce de mer, de 1681, tamente, o reerido diploma obteve & mals ampla acel- taco, servindo de modelo para todos os cédigas eomerciais, ‘que entdo pastaram a ser elaboradas, e sendo até mesmo apli ado por inteiro em varioe paises, como Bélgie, Suiga e TAlis. 90, Tribunaie de coméreto Com 0 desenvolvimento do coméreio na Europa medieval, crlouse uma justign especial para resolver as questées surgidas entre mereadores. Dai as cliamadee oGnsules doe mereadores, mais tarde juises conruares, dos quals resultarem os tripunate de comércio. 8 BIBLIOTECA FE Chaves Selenobos, Mutéra da Ciiteepto Ruropéle, pt Capitulo xr ‘A PUNIGKO A. Direito Penat Comum 91 Fases ne antigitidade ‘A evolugSo do Diveito Penal na antighidade pode ser divi- ‘ida em trés tases, das quats damos aqui um brevissimo relato, Na primetra fase, longe ainda estavam at homens de sentir fou interpretar esse direito como vefeulo de agéo punitiva, Na ‘inganca pessoal, violenta ou excessive, buscava-se & justicn. ‘pelas proprias mics. Em razio disso, o que seria a ofensa a ‘um dnleo individuo passava a set ao grupo a que ele pertencta, ‘al resullando contendas e até guerres eternizadas pelo édio, Na segunda fase, prevateeia para o crime praticado na célula social a autorldade de um chefe, que chamava a si 0 direito de punir. Da mera vinganga péstoal passou-se 20 exer- ciclo de uma justiga privada, Na teretira fase, procurava-se estabelecer um equilrio centre a ofensa ¢ a repressdo, mediante sistema eondiciontdo ‘A regra de que ao mal pratieado deveria corresponder um mal ‘gual. Era s fase da Pena de Taliio. Jé predominava o prin- cfpio da justign publica, Vale dizer: a Je penal entrava em fase a que Garraud = denominou “période politique”, eonside- rrando 0 crime como uma lesGo & ordem social e & pena como ‘um melo de a prevenir e reprimir. Price de Droit Crimi, p18 {goes 98 nom 20 Dao 0 92, Influéncia de retigito -Bm face do quadzo delineado, ¢ preciso considerar o direito ppunitivo sob a mals forte infludnela da religlo, Esta, de fato, tem funda ineidéncia no diteto orlental, de que & exemplo dos mais mareantes o Cédigo de Manu, evjo principio fundamental, como ja vimos, nfo est apenas na ameaca do castigo terreno, rss sobretudo ne ameaga terrfleante do castigo divine pas. “morte E mesmo no Ocidente, ou mals propriamente na Grécta, quando a administragdo da justiga J era da exclusiva responsa- Dilidade do Estado, as ofensas eram tidas como uma profa- napio. Por isso, livrar 0 terrtério das que atentassem contra f vida de seus semethantes tinha mais do que um sentido re- prossivo: era dover sagrado que a socledade assumin perante 8 deuses, 93. “Crimina pubtica” e “delete privata”” J em Roma, a influénola da religito sobre o Direito Penal rio abrange sendo o seu primeiro regime de governo: a Realeza (734-510 aC). quando "o transgressor 6 eonsiderado execré: Yel ou maldito (sacer esto), sujeito & vinganca dos deuses ou de qualquer pessoa, que poderia mati-lo impunemente”. + Ainda assim, antes de findo esse periodo, pouco & pouco se val SF Helene Cituaio Fragose, Lgdes de Divito Pena, p. geal, p28. De modo geal, uma das carateistions do dvi Tomato eae ser ee um diets Ineo, De fato, engeanlo aa normar fordieas de ‘vires povos da antigtidade eram’dominadas pelo tlemento religions, ‘nesmo'na peimiuiva Homa, as relagSer entre seligiho «0 alelt 80 Se cantundiam de modo absolut, ao lado devin lee vin, cha- Trade fas, navi m dirt profano, ehamado fas, O fos envolva tala Glretamente 0 rlto pain, sobrelado 0 Direito Penal, 29 pass que © atrelio prvado era menos acrasiel & sua Safulnela, salvo no locate fe Dirt de Pamifla, que se expla pea erenta de sero lar tabi hhnitago pelos. dousée ‘Com 6 decorer do temp, pores, at Testud "gina foram sendo poco poueo elinedas, a que. J& no periode late, no subcutam main que tsar reiduns do fay elo estabelecendo nitida distinggo entre o elemento juridio € 0 ele- ‘mento sagrado, até’ que se inicia um estégio no qual Jé $2 admitem duas'entidades criminals reguladas exelusivamente ‘plo Estado: o pérdulio eo parrteidium. © primero é 0 erime contra o Bstado, o crime de lesa-majestade, O segundo, em seu ~ significado primitivo, 4x margem a divergéncias, entendendo- “#2 — ou © homicldio cometide contra um pater families, 03 simplesmente contra um homem livre, por quem quer que a= Como resultado dessa ovlentagio, os crimes passam a ser classitieados em dols grupas: de um lado, os erimina pudiica, ‘pundog ho Inlerese da socledade; de outro, os deticta privat, 1pevencin fusca civil, que os pune com penas pecunis: “Has por iniciativa do ofendido, = No processo dos crimes publics, o Estado figuraya como ‘ibular do direito de punir, promovendo a acusacio, a0 passe que, no processo das delitis privadas, 0 Estado atuaya como Asbitro entre as partes." Aqui, portanto, entrava a compost, 0 seja, © acordo entre o ugressore a vitima para ressarciment® do dano sotrido. Tratava-se de orientagdo idéntien & do direlto tgerminico, onde a pena também revelava tum carter de diteito Prlvado, mas j& se dlstinguindo igualmente crimes contra 0 Estado, punidos com a pena de morte. Si GE Mommsen, Dot penal Romat,t 1 . 324 © aeen; Helene thai Pas Less de rt Pa ea. "= Che Amal Brona, Dretto Pena, (i 2% Gf Meno elado Frans, Lider de Deto Pena, p. gra Na Idade oda, 0 aicto eaninico, para tina de. compstine's, ssibmetia or erimes a tts diver: 1) delete prioat, julgades Deas feiouonl eclessios; 2) eelcta quere seularta,Jegudos pelos t Dunals tls; 3) deca mizta, Jaigados peto etbunal — eclectic oa Iatco — que dele primeiro conhrere, pols ofensiae tanto & orm Giving quo & order humana ‘Ch Hensigus Ahrens, Historia del Derecho, p28, Vale registrar que entre povon bem male enligr, como. sig, Iuttas ¢ tables, n compost j& tne epllengdo (et BsSuara Cu, ‘ude tur te rote Betylonten, p48). tagées 8 Haréas 26 Deo mm Finalmente, a intervencéo do poder piiblico na érea pena? romana 0 tomou cada ver mais direta ¢ incisiva, passando a8 {nfragéea em sua maloria a ser consideradas como crimina pu- ‘bea, Da primitiva vinganga, porém, ainda flearam vestigios cm lela posteriores, o que ensejava, pols, ao ofendide fazer jus- ‘ga com as prépriss moe: caso do ladro surpreendido em ‘lagrante, & noite; = ou do adultérlo flagrado pelo marido; oa ainda do Talléo, se a vitima no concordasse com a compo- nto. 9A Principe da tt mosaien £ numa fase ainda mals primitiva que se dlstinguem pein- ipios nas quais se assenta o Direio Penal moderno, Assim, zg Iel mosalea de 1800 a.C.,j4 exist um eritério geral de pu- nigéo eabendo 20 juiz, no exame de cada caso, decidir sobre 2 apliagéo da pena." O Cédigo de Many, apareeldo cinco af culos depois, orlentavarse no particular arbitraria © discricio- nariamente, Enquanto punia com pena de morte ar ofensas {isicns entre pessoas de castas diferentes, néo admitia a sua apli- ‘ago quando o agressor fosse um brémane, Na mesma lel mosalea, é de se aasinalar também @ preva- nein de regra segundo @ qual a pena néo podia passar da ‘pessoa do eriminoso.*™ Isto signifiea que no esso do Talifo Be. 2, 3: "Be aiguém come furto A notte © 6 morta em fa- rant, que maton nto sera punto” ‘A Onieatagao do aieto hebr era semeinante, conforme etla- rece David dene Perer! "Be 0 dro for extantaco de nale dentro Ge casne que tenha forvado pores efentlas ena Inte 0 dopo du casa ‘mata, ete fleart impane” (0 Direo Penal na Legllapdo Hebrse, >. %) of, Anibal Brun, Dielo Pena tp. 2 Osizo nko pare ser 0 senlgo devia norma: “Se 0 culpado aareceragote, 0 Jul fark delarae e 0 fark seltar em son pre feng, com um nimero do agfte segundo a ave culpa” (Dt 25:2) ‘Mt perayrasina aplicada a um Brdmane era'a de deter, fe ‘Di 24:16: “Os pal nfo tera moriogem Jugar des ios, nent ‘os fos em Iugar des pais enda gual aera oto pelo vu pesado.” pena era enderecada tio-s6 no autor do delito,* ao contrésto, ‘ols, de dispositivo da lei hamurébia, lustrado por este exemplo ldssico: a morte do dono da easa, ocorride por defeito de cons- ‘ruglo, resultava na eondenagio & morte do responsével pela construgio; * se a vtima, porém, fosse o filho do proprietéri, deverla morrer 0 ‘tho de eonstrutor; se fosse um escravo, ficaria o construtor obrigado a subetitul-lo por outro de igual ceatogoria. Em sintese, no direlto hebren, j6 prevalecia: 4@) o-eritério que dava ao juiz uma margem de livre arbtrie para aplicar @ pena; ) 0 principio da responsabliidede exclusiva do eriminooo; ©) © eoncelto de equivaléncia quantitativa entre a intregio © 8 punigo. 95, Outros aspectos do direito orienta Podemos ressaltar outros aspectos relevantas do direto pur nitivo no Oriente, ainda bastante recuado da era erst 1° — A agio Snvoluntéria entre hebreus nfo era punida. ‘Todavia, como medida preventiva ante a possibilidade de um revide ou vinganca por parte da vitima ou de sua familia, o autor involuntérlo da ofensa era enviado para uma das cldades- aslo, ‘8 Pareee qué 0 principio de individuabzagio da pena ft echo por outros aivelts do Oxente antigo, No dirlto hit, par" exemple, {ina intergho de 1500 a0. faz reertuci a tal peintpo tet, dowd (0ug, tudes sur te Dro Dabyonien, 9. 500. ‘st Cocigo ae Hemuras, ar. 239. le Pena on lz Motori de te Plosza, py BS), segundo a qual ce thet 4e Cis foram shvolvgos pelo Senado, Rnquanto ino, ‘na Orin, Imre ainda o autor, a pena por eres contra o Betado recaln sobre ‘inter ae Hori 20 Diese a 29 — Hebreus e hindus J& aoolbiam a legitima detesa. Os primelros dispensavam a eae inulituto o mesmo tratamento ado & agdo involuntéria, B os segundos estabeleciam que © direto de revide, vétido até mesmo contra um brimane, 66 Geveria ser exereido quando néo houvesse um meio possivel de se evltar a agressdo injusta, 3° — Cédigo de Manu fazia nitida distingio entre © furlo € 0 roubo: aquele caracterizava-ee pela subtragio da. coisa na auséneta do dono e este pela subtraGio da coisa, com em- prego da violéneia, na presenga do dono, 42 — 0 adultério era severamente reprimido, seguindo bac bilénios e hebreus orientagio anéloga: a mulher ere punida como adiltera e 0 homem como edmplice, De mancira que, se ‘© homem easado traisse a esposa com mulher golteira, nao se configuraria 0 crime de adultéro. Neste eas0, 0 méximo que & prevariesgio conjugal ensejava entre bablidnios era um pedide 4 separegio por mé conduta; entre hebreus, se se tratasse de ‘mulher solteira virgem, o homem seria condenado a uma pene e multa, além da obrigacio de tomé-la por eapasa, 5.0 —Jé entre hindus e egipelos o adultério se contigurava tanto em relagio & mulher quanto em relagio ao homem. O “iteito bindu descla a mindelas na caracteriaagio desse crime: ‘simples tocar de corpos ou certos culdadas dispensados a urns ‘mulher, como enviar-the flores ¢ perfumes, poderiam ser melos de prova de um amor adtlter, 96. Elemento subjetico do crime [io obstante 0 que vimos de refeir, € claro que o Direito ‘Penal se encontra em estiglo no qual nao se faz dstingio entre “ Talntin ortentagio também encontrado aireto romano (et Marcelo sarait Linhace, Letina Defes, 9. 28). ‘Di 2:20-20; "Be um bomom achar mea vingem, que mio ests eaposeds, © pegar nea, © se deltareom el, ¢ fret apanados, endo homer gue et deli com ela dard ao pai dx mops einghenta, sce te prata; e uma ver que a hesilhow, Ihe sera pr authers ao poder Mangia embora’ durante 6 ava vida” oto, culpa stricto sensu e caso fortulto. # bem verdade que os hhebreus j& aoolsiam a agio involuntaria (também 09 gregos) 0 principio da responsabilidade exclusiva do criminaso (tam- ‘bém os romanos). De modo geral, porém, essa responsnbitidade cra tomada em sentido coletivo, envolvendo a familia ou o grupo fa que pertencia a vitima, (Ora, sendo o melo de punlgéo pura e simplesmente o reve, ogo se deduz da nenhuma validade do elemento subjetivo do crime. Como explica Fausto Costa, ** falta na mera vinganga ‘9 possibllidade de indagar se o elemento objetivo do delito cor- esponde ao elemento subjetivo, porque a ira do particular ow {do grupo ofendido adver exclusivamente do mal que se padece, rmanifestando-se na forma de retribulgio violenta © ceg. 'f J4 no direlto romano que ge desenvolve uma concepe6o cenda vez mais vineulada 20 elemento subjetivo e que se estende fo dizeito canénico.*" Distinguem.se nos delitas a culpa ¢ 0 caso fortut, a culpa leve ¢ @ culpa lata, o dolo simples © 0 ddolus matus, Desse modo, 0 elemento subjetivo da agio deli ‘mosa comeca a ge diterenclar do elemento objetivo com sutil reelsio, do que resulta a teoria do conatus criminal. B. Diretto Penal Beaitar 97, Mitttarlomo oriental ‘Na antighidade, nio havia um Direlto Penal Militar distinto de um Direito Penal Comuma, nem esto se apartava de uma lepislagio gertl e abrangente de todo o sistema juridico. Con sequentemente, no caso especitico do direito a ser examinado, fo que se distingula no conjunto eram normas e dsposigSes que, pelo seu contetide e form, tinham endereco certo, aplicando-se Ger Dette y a rena en be mistorta dete Pbsofia, 9.24 et Sebusian olen, Derecho Penal argentino, Ales, 1986 cipt ‘ct, Buuto Cait, I Deto y la Pena en Ia Historia soft, pe. 2. 1 ro ‘iptea 98 Hdmi 20 Dio Bs 0s integrantes das forgas de seguranga ¢ defesa do Estado, per manente ou temporariamente organizadas, No Egito, pelo poaco que se sabe, a pena militar tinhe um feito menos fsico do que moral, O acusado de covardia, deso bediéneia ou desercio, por exempio, uma vez condenado, earre- {ova consigo a marca da intmis, ¢ somente seria possbilidade ese reabiltar praticando atos de valor. [Na fndia e na Pérsia, por mua vez, o que se pode falar de tum Dizeito Penal Militar ¢ também muito pouco. Nao se des- fonbece ai o rigor com que a pena era executed. A tralgéo € ‘outros crimes eram punides com « pena de morte, empregando- se métodas eruéis na sus execucio, ‘Nao obstante o rigor referido, eabe-se que o sistema militar hindu era ortentado por regras que condenavam o uso de deter- minadas armas de guerra. E, em dadas clrcunstAncias, impi- harm tralamento humanitarlo ao inimigo: que néo fosse morto ‘se pediave perdido, se ge declaresse prisionelro ou se estivesse sem a protegdo da couraca Quanto a outros setemas, como o hebreu, veritica-se que @ pena militar se confundia com a comum. Em Israel, ali6s, a0 invés do um exéreito regularmente constituido, havin as mili. las do povo, sendo cada eidadio considerado um soldado, 98, Mititariemo grego [Na historia da Gréeta, se Atenas representa, acima de tudo, 2 cultura traduride nas artes, na filosotia e na poiitien, no hé nogar que Esparta aparece como modelo da organtzaio ml- ltr, onde « dsciplina a estratégia eram levadas no mals alto rau, Daf a desonra a que flosva sujeito 0 cidadéo espartano, | par da severidade da pena Sisica, ao faltar com 0 cumprimento {e bem servis © Rstado nos eombates contra o inimigo. Por outro lado, também em Atenas, deade a reforma de Sélon, uma legislagéo penal militar previa punicdo, que ie da (k, Horkelo H. Dobraneh, Justo Atitar Argentina, p17 nota infarmante & pena de morte, para a desergio, a covardi, 8 desobedineia, 0 abuso do autaridade, a traigdo ele 99, auiterismo romano Roma? Quando se volta a vista para a sua histéra, logo se com- preonde a razio de toda a sua grandeza: nela esta a marea do spite de urn poro disiplinade e determinate que, mere? de suns instituigdespolitico-seciaise de aieito, garantidas por bem dotada orgonseagéo militar, pode chegar as culmindncias de um poderoso império, Assim, to se examinar o sistema romano do Angulo do tus midi, nota-ce, como esciarece Edmundo Pereira Lins cam apoio em Vico “ter aldo em Rome que a infracéo dos, everes militares teve a aa nogéo juridic, clentifia e perfeita;, porquante Roma, depois de haver, com o rigor ds diseiplina m= liter, eonquistado © mundo, fol, ainda, = alma mater do Die Informa ainda Pereira Lins que o direito romano tomava, 6 dalito em dois sentidas. No primelro, lato sensu, bastava que ‘8 acio fosse pratieada por soldado para se considerar crime mi- Litar, 08 sejs, erlme militar ratione personae. No segundo, stricto eensu, definiaee coino exime militar propriamente dito aquele que «6 0 soldado pudesse cometer em face da diseiplina ‘alla, Isto 6, crime militar ratione personae e ratione materiae. Pinalmente, consoante assinala Mommsen, o sistema ro- ‘mano jé {asia nitida distinggo entre a pena militar ¢ a pena ‘comum, de euja aplicacio, por conseguinte, dependia a eompe- ‘tncia do julz: no tocante a uma, era eompetente 0 general ou ‘comandante; em relagho & outra, era competente o magistrado. Se etadae Jurtice, py. ‘st Ausingle Mommata ‘rote Pénal Komain, tp. 31), real tando win concefo ainda mais amplo, que feava submetlo bs hs penals quem quer ave estivese's seca do extztto romano. Ligées we Hiswéet so Dusero am st af provavelmente a fonte de que resullou a separagio da jurisdigdo penal militar da furisdigéo penal comumn. 100, Muiveriemo medievo-moderno Na Idade Méila, com a queda do Impérlo Romano no ©: dente, vim aseensio os chamados povas barbarcs, de proce cia germanica, Tratava-se de rudes e destemaidor Suerrelros te sinda se orientavam por métodos muito primis. Desse 1" do, do ponto de vista de um direlto milter, nfo dispunham os es ‘muti de tim sistema de lee ardenado. No imbito do seu ds ito consuetudinario, destacavam-se regres penalg militares, cio informa Técito, citado por Horielo H. Dobranich, pelss quas 1 conclu que a0 guerrero ndo ¢ admitia outro ato que mc fosse o de heroisme, Por extmplo, abandonar 0 eseudo no eam po de hataina serla o plor das deiites, ezindo sobre o intrator todo o peso da infémis. His um campo pouco favorivel ao desenvolvimento do Di reito Penal Militar na 1dsde Média, Por iso mesmo, tudo quan to 0 dlreito romano péde definir em termos de extzcto ¢ leis {que o regalavam no encontrou @ neceasiria reeeptvidade nesse periodo. F tal situagio se manteria ainda depois de eonsotdados 0 reinas germinicos que s¢ fundaram no territério eonqule- tado, onde uma legisiacto eserita Ja se Ia tmpondo a0 direito castumeiro dos eongulstadores bérbares Na verdade, 0 Direlto Penal Militar, destiguredo em seus neamentas ¢ forma, tal qual © havia dotado o sistema romano, sb comega a se projetar ordenadamente a partir da Revolugio Francesa. Como salienta Manzini,™ os Cédigos Penais Milita 2e dos tempas modernos tm a sus fonte principal nap inst tuigbes eriadas pur este grande movimento, Gragas, pols, & Revolugso Francesa, a9 se ter um ne celto de exéreito, o Diteito Penal Miter passa 2 se orientar no

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