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Delito permanente e crime continuado’ — nas agdes consideradas juridicamente como unidade, o crime tem-se por praticado no lugar em que 8¢ verifica um dos elementos do fato unitirio. =>" Crime habitual — 0 locus delicti € 0 de qualquer dos fatos (singulares, andlogos ou repetidos) que pertencém A figura delitiva, pois o tipo serve de elo entte os diversos atos. 8. CONTAGEM DO PRAZO Art. 10. O dia do comego inclui- no:¢Omputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendario comum. Os prazos podem ser de Direito Material ou de Direito Processual. Prazos de Direito Material (art. 10 do Cédigo Penal): na sua contagem, computa-se 0 dia do comego como o primeiro dia, qualquer que seja a frago. Exemplo: se 0 réu é condenado a dois meses e inicia 0 cumprimento da pena as 23h59 min de 7 de outubro, o prazo terminaré as 24 horas do dia 6 de dezembro. O prazo nao se prorroga quando termina em domingo ou feriado (0 sdbado € considerado feriado), portanto, no se estende até o dia util subsequente, Sao prazos considerados fatais. Prazos de Direito Processual (art. 798, § 1.°, do Cédigo de Processo Penal): no se computa 0 dia do comego; o primeiro dia ser o dia util subsequente a data do inicio (Samula n, 310 do Supremo Tribunal Federal: “quando a intimagdo tiver lugar na 26sexta-feira, ou a publicagao com efeito de intimagdo for feita nesse dia, 0 prazo judicial tera inicio na segunda-feira imediata, salvo se nao houver expediente, caso em que comegaré no primeiro dia titil que se seguir”); 0 prazo prorroga-se até 0 dia Util seguinte quando terminar em domingo ou feriado. 8.1. Tipos de Prazo Todo e qualquer prazo que acarretar a extingao da punibilidade ser prazo de Direito Penal. Sao eles: prazo decadencial: & 0 periodo no qual o ofendido ou seu representante legal pode ingressar com a queixa ou oferecer a representagiio. E prazo de Direito Penal, uma vez que acarreta a extingao da punibilidade. prazo prescricional: também é um prazo de Direito Penal, visto que acarreta a extingdo da punibilidade. perempedio: & uma sangiio processual; é a perda do direito de demandar do querelante decorrente da sua inércia para dar andamento a6 processo (art. 60 do Cédigo de Processo Penal). Exemplo: 0 prazo de 30 dias para dar andamento ao processo é considerado um prazo de Direito Penal, pois 0 seu decurso acarreta a extingdo do processo ¢, consequentemente, a extingao da punibilidade. : Todos os total ou A violacao dos direitos autorais caracteriza crime descrito na | em vigor, sem prejuizo das sangées civis cabive itos reservados. E terminantemente proil a reprodugao cial deste material didatico, por qualquer meio ou processo. 27EXERCICIOS DIREITO PENAL 1. Nao ha crime sem lei anterior que o defina. Nao ha pena sem prévia cominacio legal. O art. 1.° do Cédigo Penal abriga os seguintes principios: a) legalidade e irretroatividade da lei penal; b) oficialidade e abolitio criminis; ©) reserva legal e anterioridade da lei penal; 4) novatio legis in mellius ¢ tipicidade. 2. Segundo o Cédigo Penal considera-se praticado o crime quando: a) 0 Cédigo Penal nao dispoe a respeito; b) no momento da ago ou omissio ainda que seja' outro o momento do'tesultado (teoria da atividade); ©) no momento da produgao do resultado (teoria do resultado); 4) tanto no momento da ago quanto do resultado (teoria mista ou da ubiquidade). 3. Assinale as afirmagies incorretas: a) Consungio trata-se de principio que visa dirimir o conflito aparente de normas, segundo o qual o fato mais grave absorye 0 menos grave. b) . Na hipétese de progressio criminosa, aplica-se 0 concurso material de crimes. ©) Post factum impunivel; por si sé, enseja a aplicagao de medidas de seguranga, d) Segundo o principio da especialidade, prepondera a norma especial sobre a geral, porquanto, aquela contém todos os elementos da geral e outros especializantes. 4, O crime complexo: a) éaquele que exige maior habilidade do sujeito ativo; b)_possibilita que o prazo do inquérito policial na hipétese de indiciado preso seja duplicado; ©) €a fusdo de dois ou mais crimes; 4) persegue-se mediante ago penal privada.5. Para a contagem do prazo de Di a) inclui-se o dia do comego; b) no se observa o calendério comum; ©) inclui-se o dia do final; d) € prorrogado quando termina em domingo ou feriado. GABARITO Exercicio Objetivo Direito Penal c BICComplexo Juridico O} CURSO DO PROF. DAMASIO A DISTANCIA MODULO IT DIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Rua da Gléria, n. 195 ~ Liberdade — So Paulo — SP - Cep: 01510-001 Tel:/ Fax: (11) 3164.6624 — www.damasio.com.brDIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Prof. André Estefam 1. Introdugao Segundo a doutrina, o termo “infragéo penal” é utilizado genericamente, englobando os “crimes” e as “contravengSes"..Crime é sindnimo de delito. 0 Cédigo Penal usa as expressées, finfragao",_*c 4 contravengao", sendo que aquela abrange estas. O Cédigo\de Processo Penal algumas 'S utiliza o termo “infragéo”, em sentido genérico, abrangendo os crimes (ou delitos) € as'contravengées (exemplos: 70, 72 etc.) € outras vezes 0 termo “delitos” é empregado como sinénimo de (exemplos: arts. 301 e 302). z 1.1. Crime e Contravengao Como visto, crime e contravengao $40 espécies do género infracao. Nao ha, contudo, diferenca ontolégica entre crime (ou delito) e contravencao. O mesmo fato pode ser definido como crime ou contraven ritério do legislador. O fato que hoje 6 definido como, contravencao pode, no futuro, vir a ser um crime. O critério mais eficiente para distinguir crime e contravengao é 0 de analisar a pena: se for de priséo simples ou multa (ou ambas, alternativa ou, cumulativamente), trata-se de contravencao; se for de detencao ou reclusao, trata-se de crime. % Pe 2. Conceito de Crime. ae Nao existe, na lei, um conéeito de crime, a0.cofttrario. do que previam os Diplomas de 1830 e 1890, o legislador atribui 4 doutrina tal’ missdo. O crime pode ser conceituado a partir dos seguintes aspectos que néo se excluem e, sim, se complementam: © Material; * Formal; * Analitico. Desses trés, predominam dois: o material e 0 analitico.2.1. Conceito Material de Crime “E aquele que busca estabelecer a esséncia do conceito, isto é, 0 porqué de determinado fato ser considerado criminoso e outro nao. Sob esse enfoque, crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expée a perigo bens juridicos considerados fundamentais para a existéncia da coletividade e da paz social."[1] 2.2. Conceito Formal de Crime Formalmente, crime € a agao ou omissdo proibida por lei, com ameaga de pena criminal, que pode ser prisdo ou pena alternativa. 2.3. Conceito Analitico de Crime = aquele que busca;'Sob, um prisma jutidico, estabelecer os elementos estruturais do crime. A finalidade deste enfoque é propiciar a correta é mais justa decisao sobre a infragao penal e seu autor, fazendo com que o julgador ou intérprete desenvolva o seu raciocinio em etapas. Sob esse Angulo, crime’é todo fato tipico e ilicito,"12] Crime € um fato tipico e antijuridico. A culpabilidade constitui pressuposto da pena. 3. Analise e Caracteres do Crime sob o Aspecto Analitico O crime € um fato ao qual se agregam caracteristicas. Para fins didaticos, o crime € dividido em requisitos ou caracteristicas € costuma ser estudade em etapas: fato tipico, antijuridicidade e culpabilidade. Ha, contudo, uma grande divergéncia na doutrina sobre quais os elementos que compéem 0 crime, Como ja foi dito, para alguns, crime é fato tipico e antijuridico, sendo a culpabilidade pressuposto de aplicacdo da pena, ao passo que, para outros, crime € fato tipico, antijuridigo e culpavel (dentre 9s autores estrangeiros, essa concepgao é amplamente dominante)izui= Como podemos perceber, existem,‘entre as consagradas, duas teorias que estudam a estrutura do crime sob 0 aspecto analitico, de acordo com a concepgao por elas adotada a respeito do conceito de conduta, a qual é um dos elementos do fato tipico. Cumpre observar, portanto, que, a depender da teoria adotada, diferentes serao 08 requisitos de existéncia do crime. Cumpre dizer que se costuma denominar como classico o autor que sustenta ser © crime fato tipico, ilicito e culpavel, finalista aquele que afirma ser fato tipico e ilicito. [1] CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 2.9 ed. Sao Paulo: Saraiva, 2001. vol. 1. [2] Ibidem.Tal assertiva, no entanto, nao é precisa, e, por conta disso, devemos reservar as qualificagdes de classicos e finalistas para nos referimos aos adeptos, respectivamente, da teoria causal ou naturalista da ago (e psicolégica da culpabilidade) e da teoria finalista da aco (e normativa pura da culpabilidade). Dessa forma, 6 mais adequado denominar a primeira posigao como teoria tripartida ou tricotémica, e a segunda, teoria bipartida ou dicotémica. 3.1. Das Teorias Bipartida e Tripartida A teoria tripartida ou tricotémica entende que crime é fato tipico, antijuridico e culpavel. Segundo seus adeptos, o dolo e a culpa estdo na culpabilidade, razao pela qual nao haverd crime caso estejam ausentes. A teoria dicotémica ou bipartida, por-sua vez, preceitua que crime é fato tipico e antijuridico. A culpabilidade, segundo essa corrente,< pressuposto para a aplicagdo da pena. ; 2 Verifica-se, dessa forma, que a teoria bipartida demonstra-se coerente com a reforma penal operada no ano de 1984,-uma vez que, para 0 Cédigo Penal, a auséncia de culpabiidade acarreta a isencao de pena (subsistindo 0 crime, em todos os seus elementos, comio tipico e ilicito). Crime & fato, e a culpabilidade recal sobre 0 sujeito e nao sobre o fato, ou seja, nao ha fato culpavel, mas sim sujeito, culpavel. A culpabilidade nao faz parte do conceito de crime, pois é um pressupasto de aplicacao da pena. e Quando alguém pratica uma conduta ndo punida por qualquer lei penal, quer dizer, que nao se subsume a nenhum tipo penal incriminador, pratica um indiferente penal, um fato que ndo é tipico. A mesma certeza temos com relagdo 4 ilicitude, que também integra 0, conceito de crime, no havendo que se falar em orime quando a conduta € cometida ao abrigo de uma causa excludente de ilictude ou no estrito cumprimento de um dever legal (art. 23). ‘ Diferentemente, haveré crime, ainda que nao se vetifique, quando uma pessoa pratica um fat tipico ¢ antijuridico, mas sem a culpabilidade, haja vista que o Cédigo diz que é “isento de pena’, rn [1] CAPEZ, Femando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 2. ed. S40 Paulo: Saraiva, 2001. vol. 1. [2] Ibidem,3.1.1, Direito Penal do Cidadao e Direito Penal do Inimigo “Trata-se de concepeao criada por Giinther Jakobs, professor catedrético em Direito Penal e Filosofia do Direito na Universidade de Bonn. O Direito Penal do cidadéo teria como escopo garantir a vigéncia da norma (o individuo que comete o crime desrespeita a norma, a qual, por meio da pena aplicada, mostra que permanece incdlume). J4 0 Direito Penal do inimigo (isto é, de individuos que reincidem constantemente na pratica de delitos ou praticam fatos de extrema gravidade, como ag6es terroristas) tem como finalidade combater perigos. Neste, o infrator no € tratado como pessoa, mas como inimigo a ser eliminado e privado do convivio social”. SILVA SANCHEZ qualifica 0 Direito Penal do inimigo como a terceira velocidade do Direito Penal. “Cuida-se de concepgo polémica, tejeitada pela maioria dos autores, os quais sustentam que jamais se pode. deixar de considerat um, individuo como pessoa” (ANDRE ESTEFAM, Direito Penal: Parte Geral. Colegao Curso ¢ Concurso). 3.1.2. Sistema Funcionalista (Trecho extraido da obra Direito Penal, Parté Geral. Coleco Curso, e Concurso, de nossa autora) “No Direito Penal modemo tem-se travado um, debate ainda sem solugio definitiva: deve a dogmdtica penal ser entendida & luz da\fungao (missiio) do Direito Penal (funcionalismo) ou deveria ela ser estrutuwrada’a partir de dados empiricos (causalismo e finalismo)” A iltima opedo, além de ser aquela tradicionalmente aceita, tem a seu favor a seguranga juridiea que advém de seus critérios bem definidos (V. g., ago, nexo causal, dolo ¢ culpa). Contra ¢la se aduz a injustica de algumas de suas solugdes (ex.: regressus aad infinitum), adotadas em,nome da “harmonia do sistema”, A primeira revoluciona 0 Direito, Penaliie propde que mais importante que a “beleza estética” do sistema é a busca de solupdes justas. E’a mais aceita na Europa e tem ganhado corpo na América Latina. Pesa contra ela a critica de que se apoia em critérios fluidos, por vezes nao delimitados completamente (ex.: risco permitido). Essa concepc&o € denominada fimcionalismo, isto é, a tese segundo a qual a dogmitica deve ser interpretada & luz da fungdo do Direito Penal. No seu contexto € que se deu o desenvolvimento da teoria da imputagdo objetiva: “a imputagao objetiva, a0 considerar a ago tipica uma realizagdo de um risco permitido dentro do alcance do tipo, estrutura 0 ilicito luz da funcdo do Direito Penal. Esta teoria utiliza-se de valoragdes constitutivas da ago tipica (risco no permitido, alcance do tipo), abstraindo de suas variadas manifestagdes énticas” (Claus Roxin, Sobre a fundamentagao politico-criminal do sistema penal. In: Estudos de Direito Penal, trad. Luis Greco, p. 79-80).Seus principais seguidores so Claus Roxin (funcionalismo racional-teleolégico) Ganther Jakobs (funcionalismo sistémico). Esses penalistas divergem, entretanto, quanto & fungdo do Direito Penal, 0 que reflete decisivamente em seu modo de pensar a dogmitica penal (embora sejam ambos adeptos da teoria da imputagao objetiva, com pequenas variagdes). A grande disting&o entre as teorias de Roxin e Jakobs funda-se no fato de que aquele propée limitagdes expressas ao direito de punir estatal, o que no se vé neste. Comparem-se, abaixo, as palavras de cada um dos citados autores: Roxin: “os limites da faculdade estatal de punir s6 podem resultar da finalidade que tem 0 Direito Penal no ambito do ordenamento estatal. (...). Penso que 0 Direito Penal deve garantir os pressupostos de tima €onvivéncia pacifica, livre e igualitéria entre os homens, na medida em! que isso ndo seja possivel’ por meio de outras medidas de controle sociopoliticas’ menos gravosas” (Claus Roxin, Que. comportamentos pode o Estado proibir sob ameaga de pena? Sobre a legitimagio das. proibigées penais. In: Estudos de Direito Penal, tad. Luis Gteco, p. 32).Complementa 0 autor; “... a finalidade do Direito Penal.(..) € caracterizada como ‘protegdo:subsidiéria de bens juridicos’. Sao chamados bens juridicos todos os dados que sao pressupostos dé um convivio pacifico entre os homens, fundado na liberdade ¢ na igualdade;e subsidiariedade significa a preferéncia de medidas sociopoliticas menos gravosas” (p. 35). Jakobs:-*.,. a garantia juridico-penal da norma deve garantir a seguranga de expectativas”. Nesse sentido, “a pena deve reagir mediante um comportamento que nao possa ser interpretado como compativel com um modelo de mundo esbogado pela norma” (Giinther \Jakobs, A proibigfio de regresso nos delitos de resultado. Fundamentos do Direito Penal, trad. André Luis Callegari, p. 93). Em outras palavras, finalidade da pena ¢ a manutengao estabilizada das expectativas sociais dos cidadaos. Essas expectativas so 0, fundamento das normas, ourseja, dos modelos de conta orientadores do contato socials.A pena, consequentemenite, tem a fungao de contradizer desautorizar a desobediéncia da norma..O;Direite Penal, portanto, protege a validade das normas e essa validade € 0 ‘bem juridico do Direito Penal’” (Enrique Bacigalupo. Direito Penal: parte geral, trad. André fam, p. 184 — grifo meu)”.3.2. Caracteres do Crime Conceituamos 0 crime como fato tipico e antijuridico. Para que haja crime, é preciso uma conduta humana positiva ou negativa (ago ou omissao). Nem todo comportamento do homem, porém, constitui delito. Em face do principio da reserva legal, somente aqueles comportamentos previstos na lei penal é que podem configurar 0 delito. Imaginemos a seguinte situagao: A esfaqueia B, causando-lhe a morte. O art. 121, caput, do Cédigo Penal assim define o crime de homicidio simples: matar alguém. Dessa forma, a conduta de 4 corresponde ao fato que a lei penal descreve como crime. Ocorreu nesse exemplo a subsun¢do do fato a ima norina-penal incriminadora, ou seja, ocorreu fato tipico, primeiro requisito do crime. Como vimos, érime é fato tipico e antijuridico. fe Para que.exista crime, além de ser tipico 6'fato deve ser €ontratio ao direito, ou seja, antijuridiéo (ou ilicito). Um fato pode ser tipico’e licito, quando, por exemplo, 0 agente age em legitima defesa. Se A mata B em legitima defesa comete um fato tipico (matar alguém), mas licito, pois a legitima defesa € uma das causas de exclusio da antijuridicidade, Logo, excluida a ilicitude, nao ha crime. Quando:alguém pratica um fato tipico ¢ ilicito deve ser punido. Mas, para isso 0 infrator deve ser culpavel. Assim, para que o agente seja punido é necessdrio incidir sobre ele um juizo de reprovagao social, o qual € pressuposto para aplicagao da pena. Destarte, um sujeito pode praticar um crime, mas nfo ser culpavel, como ocorre com 0 menor de 18 anos. ‘ 3.3. Fato Tipico, Antijuridicidade e Culpabilidade 3.3.1. Fato Tipico nt lt g Fato tipico é a conduta (positiva ou negativa) provocadora de um resultado (em Tegra) que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. fato tipico é composto dos seguintes elementos: + conduta dolosa ou culposa; + resultado (salvo nos crimes de mera conduta); + nexo de causalidade entre a conduta e o resultado (salvo nos crimes de mera conduta); + relagdio de imputagio objetiva (limitando 0 nexo causal);+ tipicidade (enquadramento do fato material a uma norma penal). No exemplo do item anterior, “A esfaqueou B”, logo: A praticou a conduta esfaquear (conduta); B morreu (resultado); B morreu em consequéncia das lesdes produzidas pelas facadas (nexo causal); todo esse acontecimento se enquadra no art. 121 do Cédigo Penal (tipicidade). Adotando-se a teoria da imputagao objetiva, ela se insere como o quinto elemento do fato tipico, devendo ser analisada logo apés 0 nexo causal. Atengdio: nos crimes formais ndo se exige a produgao do resultado. 3.3.2. Antijuridicidade E arelagdo de contrariedade entre 0 fato e 0 ordenamento juridico. “A conduta desérita em norma penal incriminadora‘seré ilicita ou antijuridica quando nao for expressamente declarada licita. Assim, o conceito de ilicitude de um fato tipico ¢ encontrado por exclusio: € antijuridico quando nao declarado llicito por causas de excluso da antijuridicidade (CP, art! 23, ou normas. permissivas encontradas em sua Parte Especial ou em leis especiais)"". 3.3.3. Culpabilidade z F a reprovacio da ordem juridica, em face de estar ligado 0 homem a um fato tipico ¢ antijuridico. E reprovagao qué recai sobre 0 Sujeil®. Por isso, no € requisito do crime, mas condigdo de imposigao da pena. 4, PUNIBILIDADE A punibilidade também nao é requisito. an ‘rime, mas a consequéncia juridica. ‘Nada mais é que a possibilidade juridica de se aplicar Zncto Se alguém praticar um fato tipi¢o ¢ ilicito, praticou um crime. Se o agente for culpavel, deverd ser punido, exceto se existir uma causa de extingo da punibilidade, as quais, subtraindo a anistia e a abolitio criminis, nao afetam os requisitos do crime, mas somente excluem a possibilidade de aplicagao da sangao. " JESUS, Damisio de. Direito Penal: Parte Geral, 24* ed. Sao Paulo: Saraiva, 2001. vol. 1